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26/03/2024, 15:53 Bases da química para ciências https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Xu0G0vr88uPiy%2fSaGIUq7Q%3d%3d&l=xXzLtCPcMC9PGim%2b1CW6Hw%3d%3d&cd=… 1/22 Autoria: Fábio de Pádua Ferreira - Revisão técnica: Vinicius Mendes Souza Carneiro Bases da química para ciências UNIDADE 1 - FUNDAMENTOS DE QUÍMICA 26/03/2024, 15:54 Bases da química para ciências https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Xu0G0vr88uPiy%2fSaGIUq7Q%3d%3d&l=xXzLtCPcMC9PGim%2b1CW6Hw%3d%3d&cd=… 2/22 A química é uma ciência que estuda as propriedades e o comportamento da matéria. Ela está no centro de muitas das mudanças que vemos no mundo ao nosso redor. Para entender como essas alterações e propriedades surgem, precisamos olhar para além das superfícies de nossas observações diárias. O desenvolvimento da química é um processo dinâmico. Grandes descobertas, geralmente, são o resultado de contribuições e experiências cumulativas de diversos colaboradores, embora o crédito pela formulação de uma teoria ou lei seja dado a apenas um indivíduo. Assim, temos três reflexões a serem consideradas: quais são as principais contribuições da química para a humanidade? Como a química pode contribuir para a construção de conhecimento em outras ciências? Afinal, o que motiva os cientistas e pesquisadores a iniciarem e darem continuidade aos seus trabalhos? A química está no centro de muitas questões de interesse, como a melhoria dos cuidados de saúde, a conservação dos recursos naturais, a proteção do meio ambiente e na obtenção de novas matrizes enérgicas. Dessa forma, um dos nossos principais objetivos, ao logo desta unidade, será relacionar as propriedades da matéria à sua composição, ou seja, aos elementos particulares presentes. Vamos começar com os diferentes estados físicos da matéria, os processos de transformação, a relação entre matéria e energia, bem como a definição de átomos, elementos e substâncias. Também veremos quanto às propriedades da matéria e informações sobre a tabela periódica, incluindo sua construção histórica e previsões de comportamentos dos elementos constituintes. Bons estudos! Introdução 1.1 Estrutura da matéria O ar que você respira, a cadeira em que se senta e até seu próprio corpo são, basicamente, feitos de átomos. No entanto, uma substância é diferente da outra porque os átomos que compõem cada coisa também são diferentes. De acordo com Tro (2009), a conexão entre o átomo microscópico e o elemento macroscópico pode ser uma poderosa ferramenta para a compreensão do mundo químico. Uma vez que entendemos o porquê de os elementos serem distintos uns dos outros, podemos começar a analisar o mundo em um nível diferente. 26/03/2024, 15:54 Bases da química para ciências https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Xu0G0vr88uPiy%2fSaGIUq7Q%3d%3d&l=xXzLtCPcMC9PGim%2b1CW6Hw%3d%3d&cd=… 3/22 Podemos, inclusive, compreender porque alguns átomos são perigosos para o meio ambiente ou para a vida humana, enquanto outros não. Assim, para entender melhor sobre o mundo atômico, cientistas desenvolveram propostas e modelos buscando a compreensão da natureza dos átomos. Por isso, ao longo deste primeiro tópico, estudaremos como esses modelos nos ajudam a identificar as diferenças entre os átomos de inúmeros elementos e as propriedades únicas dos próprios itens. Acompanhe o conteúdo! 1.1.1 Relação entre matéria e energia Segundo Atkins e Paula (2017), a energia se manifesta de diversas maneiras e está, muitas vezes, associada à produção de trabalho e movimento. A transformação da energia de uma forma para outra é descrita pelas leis da termodinâmica. Estas, por sua vez, são aplicáveis à matéria volumosa, que consiste em um grande número de átomos e moléculas. A lei zero da termodinâmica descreve as condições envolvidas no equilíbrio térmico entre dois corpos. Ela foi postulada após a primeira e a segunda lei, porém suas implicações são importantes para a compreensão das leis propostas subsequentes. A primeira lei é uma declaração sobre a quantidade de energia envolvida em uma transformação. Já a segunda lei discute a espontaneidade nas transformações químicas, descreve a tendência que um sistema apresenta estar em um estado maior de entropia, possibilitando verificar se reações são reversíveis ou não. Por fim, a terceira lei se preocupa com o comportamento limitante dos sistemas conforme a temperatura se aproxima do zero absoluto. Para discutir a energia de átomos e moléculas individuais que compõem amostras de matéria, é necessário usar a mecânica quântica. De acordo com essa teoria, a energia associada ao movimento de uma partícula é quantizada. Isso significa que a energia é restrita a certos valores, em vez de assumir qualquer valor. As duas categorias gerais de energia especialmente importantes para os químicos são a cinética e a potencial. A energia cinética é de movimento, ao passo que a energia potencial se dá devido à posição e carga. A energia armazenada nas ligações químicas é uma forma de energia potencial, pois diz respeito às forças que mantêm os átomos unidos em compostos. Os corpos humanos armazenam energia na forma de ligações químicas. Quando você precisa dela, seu corpo utiliza as moléculas como uma fonte energética. A leitura de temperatura de seu termômetro, por exemplo, está relacionada à energia cinética média das partículas. No entanto, vale mencionar que nem todas as partículas estão se movendo na mesma velocidade. Conforme nos explica Moore (2010), algumas estão indo muito rápido, enquanto outras estão se movimentando relativamente devagar. A maioria se move a uma velocidade entre os dois extremos. A energia interna de um átomo ou molécula tem a contribuição de três tipos diferentes de movimento: translação, rotação e vibração. Isso posto, podemos passar ao estudo da Teoria Atômica, sobre a qual veremos a partir do próximo item. Confira o conteúdo com atenção! 1.1.2 Teoria Atômica Chang (2011) descreve que, no século V a.C., um filósofo grego chamado Demócrito explicou que toda matéria consiste em partículas minúsculas e indivisíveis, dando a elas o nome de átomos. Movimento pelo espaço. Mudança de orientação. Alongamento e curvatura periódica. Translação Rotação Vibração 26/03/2024, 15:54 Bases da química para ciências https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Xu0G0vr88uPiy%2fSaGIUq7Q%3d%3d&l=xXzLtCPcMC9PGim%2b1CW6Hw%3d%3d&cd=… 4/22 A ideia de Demócrito não foi amplamente aceita por pensadores da época, porém persistiu por um longo tempo. As primeiras evidências experimentais observadas utilizando o método científico forneceram suporte para a Teoria Atômica, sendo percursoras das definições modernas de elementos e compostos. Em 1808, um professor inglês naturalista chamado John Dalton formulou a definição precisa sobre os átomos. O trabalho de Dalton marcou o início de uma nova era para a química (CHANG, 2011). As principais hipóteses sobre a natureza da matéria propostas na Teoria Atômica de Dalton podem ser observadas a seguir. A proposta de Dalton era muito mais detalhada do que a de Demócrito. Dalton não buscou descrever a estrutura dos átomos, pois, de fato, não tinha ideia de como um átomo realmente era. Na verdade, ele percebeu que as diferentes propriedades mostradas dos elementos poderiam ser explicadas assumindo que os átomos de elementos distintos são diferentes. Para Chang (2011), a hipótese das proporções específicas de átomos utilizada pelo autor era uma extensão da lei de proporções definidas de Proust, que afirmava que diferentes amostras do mesmo composto continham seus elementos na mesma proporção em massa. A brilhante visão de Dalton sobre a natureza da matéria foi de grande contribuição para o progresso da química durante os séculos subsequentes. Os elementos encontrados na natureza são compostos por partículas muito pequenas, denominadas átomos. Os átomos de determinado elemento são iguais, apresentando mesma massa, mesmo tamanho e mesmas propriedades. Assim, átomos de diferentes elementos são distintosuns dos outros. Os compostos são formados pela combinação de átomos de mais de um elemento. A proporção do número de átomos dos elementos presentes é, geralmente, um inteiro ou uma fração simples. Nas reações químicas não ocorre criação ou destruição da matéria, mas rearranjo dos átomos. 26/03/2024, 15:54 Bases da química para ciências https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Xu0G0vr88uPiy%2fSaGIUq7Q%3d%3d&l=xXzLtCPcMC9PGim%2b1CW6Hw%3d%3d&cd=… 5/22 A primeira teoria realmente bem-sucedida da estrutura atômica foi proposta por Niels Bohr, em seu artigo que marcou época em julho de 1913. Foi ela que estabeleceu a Teoria Atômica como um campo fundamental e progressivo da física, intimamente conectado ao novo e ainda misterioso campo da Teoria Quântica. Embora a Teoria Atômica Racional — no sentido de uma teoria científica que lida com a estrutura interna do átomo — tenha sido datada no início do século XX, as ideias sobre átomos complexos e sua estrutura podem ser encontradas muito antes. Muitas das teorias antecessoras a Bohr eram sugestões especulativas com pouco ou nenhum fundamento experimental. Aliás, alguns eram de natureza mais filosófica do que científica (KRAGH, 2010). Todas as teorias tiveram vida curta, mas algumas viveram mais e foram melhor desenvolvidas do que outras. De acordo com Kragh (2010), a Teoria do Elétron de Thomson estava entre as pré-Bohr de maior sucesso. O que importa é que o átomo de Bohr, revolucionário como foi, fazia parte de uma longa tradição na construção de átomos. De certa forma, acabou influenciado por concepções anteriores de arquitetura atômica. Dois dos maiores químicos responsáveis pelo desenvolvimento e aprimoramento do modelo atômico tiveram uma relação de aluno-professor. O físico neozelandês Ernest Rutherford, conhecido pelo modelo atômico do sistema planetário, foi aluno de Thomas Thompson, cientista britânico que descobriu o elétron. Você sabia? Para fixar seus conhecimentos, convidamos você a fazer uma pesquisa sobre atividades lúdicas e práticas para trabalhar diferentes modelos atômicos em sala de aula. Escolha uma dessas propostas e descreva seus aspectos gerais, materiais e métodos, mencionando, ainda, quais são as contribuições de sua implementação. Ao final, compartilhe suas conclusões com seus colegas! Vamos Praticar! 1.2 Propriedades da matéria A matéria existe em três estados comuns: sólido, líquido e gasoso. 26/03/2024, 15:54 Bases da química para ciências https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Xu0G0vr88uPiy%2fSaGIUq7Q%3d%3d&l=xXzLtCPcMC9PGim%2b1CW6Hw%3d%3d&cd=… 6/22 Um sólido tem volume definido e mantém sua forma, independentemente do recipiente em que é colocado. Suas partículas ficam próximas umas das outras e são organizadas em uma matriz tridimensional regular (SMITH, 2014). Já um líquido tem volume definido, mas assume a forma do recipiente em que ocupa. Suas partículas estão próximas, mas podem se mover aleatoriamente, deslizando umas pelas outras (SMITH, 2014). Por último, um gás não tem forma ou volume definidos. Suas partículas se movem aleatoriamente e são separadas por uma distância muito maior do que seu tamanho. Inclusive, as partículas de um gás se expandem para preencher o volume, assumindo a forma de qualquer recipiente (SMITH, 2014). Na figura a seguir, pode ser observada uma representação das moléculas de água nos diferentes estados físicos da matéria. #PraCegoVer: na figura, temos uma ilustração digital com os diferentes estados físicos da matéria. Estes estão representados por esferas na cor azul. Há três recipientes no centro. Da esquerda para a direita, encontramos as esferas bem unidas e em maior quantidade, indicando o estado sólido. No meio, temos esferas mais distanciadas e em menor quantidade, indicando o estado líquido. Do lado direito, temos esferas saindo do recipiente, em quantidade bem baixa, indicando o estado gasoso. Abaixo, há uma linha de temperatura. Temperaturas baixas do lado esquerdo e aumento da temperatura do lado direito. A matéria é caracterizada por suas propriedades físicas e químicas. As propriedades físicas podem ser medidas ou observadas por meio de um equipamento, sem promover a alteração da composição do material. As mais comuns incluem pontos de fusão e ebulição, solubilidade, cor e densidade. Uma mudança física altera uma substância sem alterar sua composição. As alterações físicas mais comuns são as mudanças de estado. Por outro lado, as propriedades químicas de um material podem determinar como uma substância é convertida em outra. Uma mudança ou reação química converte um material em outro. Figura 1 - A matéria pode ser encontrada em estados sólido, líquido e gasoso Fonte: Elaborada pelo autor, baseada em gritsalak karalak, Shutterstock, 2020. 26/03/2024, 15:54 Bases da química para ciências https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Xu0G0vr88uPiy%2fSaGIUq7Q%3d%3d&l=xXzLtCPcMC9PGim%2b1CW6Hw%3d%3d&cd=… 7/22 Além disso, temos que, conforme Brown et al. (2016), algumas propriedades, como temperatura e ponto de fusão, são intensivas. As propriedades intensivas não dependem da quantidade de amostra que está sendo examinada. Elas são particularmente úteis em química, pois podem ser usadas para identificar substâncias. Em compensação, as propriedades extensivas dependem da quantidade de amostra, com dois exemplos sendo massa e volume. Estas dependem da quantidade de substância presente. 1.2.1 Elementos e átomos O átomo é a menor parte da matéria que representa um elemento particular. Por um longo período de tempo, ele foi considerado a menor parte da matéria que poderia existir. No entanto, na última parte do século XIX e no início do século XX, os cientistas descobriram que os átomos são compostos por partículas subatômicas e que, independentemente do elemento, as mesmas partículas subatômicas constituem o átomo. O número das várias partículas subatômicas é a única coisa que varia. Com isso, os cientistas reconhecem que existem outras partículas subatômicas menores do que o átomo (MOORE, 2010). De forma simplificada, os átomos são formados por três partículas elementares: próton, elétron e nêutron. O próton apresenta carga positiva, o elétron possui carga negativa e o nêutron não possui carga. Os átomos também apresentam duas regiões: núcleo e eletrosfera. Os prótons e nêutrons estão localizados no núcleo, enquanto os elétrons estão espalhados pela eletrosfera em regiões específicas (CHANG, 2011). Chang (2011) nos traz que os átomos de cada elemento apresentam números atômicos distintos. Quando de um mesmo elemento químico, encontramos diferentes números de prótons, chamados de isótopos. A massa atômica é obtida pela soma do número de prótons e nêutrons. Segundo Moore (2010), as unidades de massa atômica foram baseadas na escala de carbono-12, um padrão mundial adotado para pesos atômicos. Nesse contexto, considerando que um átomo de carbono contém seis prótons e seis nêutrons, apresentando um peso atômico de exatamente 12 unidades de massa atômica (u), então 1u é definido como 1/12 desse átomo de carbono. Além disso, pensando que as massas em gramas de prótons e nêutrons são quase exatamente as mesmas, diz-se que eles têm uma massa de 1u. Vale lembrar que a massa de um elétron é muito menor do que a de um próton ou um nêutron. Os átomos, em sua forma elementar, são neutros, ou seja, não tem carga. Ao receberem ou perderem elétrons, adquirem cargas e são chamados íons. Os elementos são, muitas vezes, definidos como um conjunto de átomos que apresenta o mesmo número atômico, ou seja, o mesmo número de prótons em seu núcleo. De acordo com Smith (2014), dos 117 elementos conhecidos atualmente, 90 ocorrem naturalmente e 27 foram preparados por cientistas em laboratório. Cada um é identificado por um símbolo de uma ou duas letras. O elemento carbono é simbolizado pela única letra C, enquanto o elemento cloro é simbolizado por Cl. Quando duas letras são usadas no símbolo do elemento, a primeira é maiúscula, e a segunda minúscula. Assim,Co se refere ao elemento cobalto, mas CO é o monóxido de carbono, que é composto pelos elementos carbono (C) e oxigênio (O). Os elementos são nomeados pelos indivíduos que trabalharam em sua descoberta, normalmente em tom de homenagem. Por exemplo, o neptúnio (Np) foi nomeado devido ao planeta Netuno, einsteinium (Es) foi nomeado em homenagem ao cientista Albert Einstein e califórnio (Cf) recebeu o nome do estado da Califórnia. 1.2.2 Compostos iônicos e moleculares É raro na natureza encontrarmos átomos individuais e isolados. Em vez disso, em qualquer lugar, átomos tendem a se juntar para formar compostos. A água que bebemos consiste em dois átomos de hidrogênio ligados a um átomo de oxigênio, ao passo que o sal de cozinha comumente utilizado na gastronomia é constituído por átomos de cloro e sódio, apresentando um arranjo espacial definido. 26/03/2024, 15:54 Bases da química para ciências https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Xu0G0vr88uPiy%2fSaGIUq7Q%3d%3d&l=xXzLtCPcMC9PGim%2b1CW6Hw%3d%3d&cd=… 8/22 Na ligação química, os elementos podem receber, fornecer ou compartilhar elétrons. Geralmente, isso ocorre entre os elétrons das camadas mais externas. Existem dois tipos diferentes de ligação: iônica e covalente. Vamos conhecer as duas com o recurso a seguir? Clique e confira! A posição de um elemento na tabela periódica pode fornecer dados sobre a natureza da ligação química que ele pode estabelecer. Por exemplo, a ligação iônica ocorre entre metais e ametais, sendo que os metais apresentam tendência em perder elétrons, enquanto os ametais devem recebê-los. As ligações covalentes, por sua vez, são formadas quando dois ametais se combinam ou quando um metaloide se liga a um não metal. No caso, uma molécula é um composto contendo dois ou mais átomos unidos por ligações covalentes. Tro (2009) nos explica que elementos com configurações eletrônicas instáveis formarão compostos com outros elementos para ganhar estabilidade. Dividimos os compostos em dois tipos, com base no fato de seus elementos constituintes transferirem elétrons ou compartilharem para obter estabilidade, originando compostos iônicos ou moleculares. As propriedades físicas, bem como as estruturas dos sólidos, são ditadas pelos tipos de ligações que mantêm os átomos no lugar. Podemos classificar os sólidos de acordo com essas ligações. Os sólidos metálicos são mantidos juntos por um “mar” deslocalizado de elétrons de valência, os quais são compartilhados coletivamente. Essa forma de ligação permite que os metais conduzam eletricidade. Também é responsável pelo fato de que a maioria dos metais são relativamente fortes, mas não quebradiços. Ainda temos os sólidos iônicos, que são mantidos juntos pela atração eletrostática mútua entre cátions e ânions. Brown et al. (2016) ressaltam que as diferenças entre ligações iônicas e metálicas tornam as propriedades elétricas e mecânicas dos sólidos iônicos muito diferentes daquelas dos metais: eles não conduzem bem a eletricidade e são quebradiços. Apresentam seus íons em um arranjo simétrico, formando um retículo cristalino que deve definir a forma do cristal. Os autores complementam que os sólidos covalentes são mantidos juntos por uma rede estendida de ligações covalentes. Estas podem resultar em materiais extremamente duros, como o diamante, sendo responsável pelas propriedades exclusivas dos semicondutores (BROWN et al., 2016). Envolve elementos que transferiram seus elétrons, como resultado da interação entre íons de cargas opostas. Resulta do compartilhamento de elétrons entre dois átomos. Ligação iônica Ligação covalente 26/03/2024, 15:54 Bases da química para ciências https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Xu0G0vr88uPiy%2fSaGIUq7Q%3d%3d&l=xXzLtCPcMC9PGim%2b1CW6Hw%3d%3d&cd=… 9/22 Por último, os sólidos moleculares são mantidos juntos pelas forças intermoleculares. Como estas são relativamente fracas, os sólidos tendem a ser macios e têm baixos pontos de fusão. Na figura a seguir, podemos observar uma representação esquemática de células unitárias de redes cristalinas de sólidos iônicos, covalentes, moleculares e metálicos. Observe atentamente! #PraCegoVer: na figura, temos uma ilustração com um esquema representativo de células unitárias dos materiais. Há quatro quadrados dispostos em duas colunas e duas linhas. O primeiro à esquerda é o sólido iônico (sal de cozinha), em que há átomos de cloro em verde e de sódio em vermelho. Ao lado, à direita, temos o sólido covalente (diamante), em que encontramos átomos de carbono em azul claro. Na linha de baixo, à esquerda, o sólido molecular (gelo seco) traz os átomos de oxigênio em laranja e os de carbono em azul claro. Por fim, à direita na mesma linha, temos o sólido metálico, com átomos de ferro em roxo. Figura 2 - Células unitárias de redes cristalinas de sólidos iônicos, covalentes, moleculares e metálicos Fonte: Elaborada pelo autor, baseada em Inna Bigun, Shutterstock, 2020. 26/03/2024, 15:54 Bases da química para ciências https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Xu0G0vr88uPiy%2fSaGIUq7Q%3d%3d&l=xXzLtCPcMC9PGim%2b1CW6Hw%3d%3d&cd… 10/22 Duas classes de sólidos que não se enquadram perfeitamente nas categorias anteriores são os polímeros e nanomateriais. Os polímeros contêm longas cadeias de átomos — normalmente de carbono —, em que estes, dentro de uma cadeia, são conectados por ligações covalentes. As cadeias adjacentes são mantidas entre si por forças intermoleculares mais fracas. Os polímeros são mais fortes e têm pontos de fusão mais altos do que os sólidos moleculares, assim como também são mais flexíveis do que os sólidos metálicos, iônicos ou de rede covalente. Os nanomateriais são sólidos em que as dimensões de cristais individuais foram reduzidas para a ordem dos nanômetros. Aliás, a nanotecnologia tem sido utilizada com sucesso em diversos ramos da ciência. Entendido a respeito disso, vamos colocar nosso conhecimento em prática com uma questão? Responda ao exercício a seguir com atenção, lembrando que, para resolver as questões do ENADE, é importante verificar a presença de distratores e incoerências nas alternativas e afirmativas, a fim de eliminar informações equivocadas ou trocadas. Vamos tentar?! Voltando ao assunto, Marcon (2016) enfatiza que os polímeros podem ser classificados de diferentes formas, porém existem três categorias principais em termos de seus comportamentos mecânico e térmico: termoplásticos, termofixos e elastômeros. Os termoplásticos apresentam comportamento mecânico dúctil, os termorfixos são se fundem sob aquecimento e os elastômeros são polímeros que sofrem deformações elásticas quando submetidos a forças mecânicas, retornando ao seu estado inicial após interrupção da força. Agora que nos aprofundamos quanto aos elementos e compostos, podemos passar para a análise da tabela periódica e suas particularidades. Antes, porém, iremos fazer mais uma atividade para fixar o conteúdo! Agora é com você! Esta atividade não é pontuada. Vamos exercitar seu conhecimento a respeito dos isótopos e como abordar o tema no ensino regular? Para isso, produza um texto dissertativo com o seguinte checklist: o que são isótopos? Quais suas características principais? Em que eles têm sido empregados? Quais as metodologias e propostas implementadas para abordar esse tema em sala de aula? Depois de montar seu texto, compartilhe com os colegas e discuta sobre cada ponto para compreender o assunto da melhor forma: praticando! Vamos Praticar! 26/03/2024, 15:54 Bases da química para ciências https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Xu0G0vr88uPiy%2fSaGIUq7Q%3d%3d&l=xXzLtCPcMC9PGim%2b1CW6Hw%3d%3d&cd… 11/22 1.3 Tabela periódica Buscando facilitar os estudos de química, os cientistas foram propondo diferentes ferramentas ao longo da história. A tabela periódica é uma das mais importantes. Moore (2010) explica que, na tabela periódica, os elementos são organizados em grupos, com base em propriedades semelhantes. Os cientistas agruparam os elementos paraque não precisassem memorizar suas propriedades individuais. Com a tabela, eles podem apenas lembrar as propriedades dos vários grupos. A tabela periódica foi resultado de observações e experimentos cuidadosos de muitos cientistas brilhantes. Quando tratamos sua concepção, o cientista mais relevante foi o russo Dmitri Mendeleev, que, em 1869, arranjou os elementos conhecidos da época em grupos com propriedades semelhantes, alinhando-os em ordem crescente de número atômico. O homem é considerado por muitos como precursor da tabela periódica (SMITH, 2014). Na grande maioria dos materiais disponíveis para o estudo de química, pode ser observada uma tabela periódica em local de destaque. Isso porque ela representa todos os elementos conhecidos, organizados adequadamente. Por isso, a partir de agora, estudaremos mais detalhes a respeito dela. Acompanhe! 1.3.1 História da tabela periódica De acordo com Brown et al. (2016), a descoberta de elementos químicos está em andamento desde os tempos antigos. Alguns aparecem na natureza na forma elementar e, portanto, foram descobertos há milhares de anos. Em contraste, determinados elementos, como o tecnécio, são radioativos e intrinsecamente instáveis. Sabemos sobre eles apenas por causa da tecnologia desenvolvida durante o século XX. Contudo, durante o início do século XIX, os avanços da química tornaram mais fácil isolar elementos de seus compostos. Como resultado, o número de elementos conhecidos mais do que dobrou, de 31 em 1800 para 63 em 1865. José Bonifácio de Andrada e Silva foi uma das figuras mais importantes no cenário da independência do Brasil, considerado o pai da mineralogia no país. Em 1790, realizou uma excursão para a Europa, a fim de adquirir conhecimentos sobre mineralogia, filosofia e história natural. Na Suécia, escreveu sobre características físicas e químicas de quatro novos minerais nunca estudados, tornando-se o descobridor da petalita, que posteriormente possibilitou a descoberta do lítio, tornando José Bonifácio o único brasileiro a descobrir, mesmo que indiretamente, um elemento químico (FRANCO-PATROCÍNIO, 2015). Você o conhece? 26/03/2024, 15:54 Bases da química para ciências https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Xu0G0vr88uPiy%2fSaGIUq7Q%3d%3d&l=xXzLtCPcMC9PGim%2b1CW6Hw%3d%3d&cd… 12/22 A Educação Inclusiva tem sido uma problemática que vem atraindo cada vez mais pesquisadores. Visando promover a aquisição de conhecimentos em química para alunos com deficiência visual, Oliveira et al. (2013) apresentaram uma alternativa para se trabalhar a tabela periódica em braile. Os alunos fizeram tabelas utilizando materiais alternativos, como miçangas. Com esse material e de forma lúdica, o professor pôde integrar, favorecer a conscientização e promover a apropriação por parte de todos os estudantes, incluindo a identificação dos elementos, o número atômico, as famílias, os períodos e as propriedades periódicas, que puderam ser trabalhadas em sala de aula. Os autores da pesquisa conseguiram verificar, assim, que a tabela feita pelos alunos foi de grande valia para o processo de construção de conhecimento, enquanto prática inclusiva. Além disso, Oliveira et al. (2013) enfatizam quanto à importância da inclusão e produção de materiais e recursos para utilizar como ferramenta para o ensino de química em salas inclusivas. A descoberta da tabela periódica e dos elementos químicos na década de 1860 foi um dos maiores avanços científicos já feitos. Segundo Rouvray (2004), tudo isso se tornou possível depois que quatro pré-requisitos decisivos foram alcançados: Com o passar do tempo, o número de elementos conhecidos foi aumentando, fazendo com que os cientistas começassem a encontrar maneiras de classificá-los. Os dois cientistas que mais se destacaram foram Dmitri Mendeleev, em 1869, e Lothar Meyer, na Alemanha. Ambos publicaram esquemas de classificação muito semelhantes e notaram que propriedades químicas parecidas ocorriam periodicamente quando os elementos eram organizados em ordem crescente de peso atômico. Naquele período, os cientistas não tinham conhecimento dos números atômicos, mas fortuitamente arranjaram os elementos em uma sequência correta. Caso o abandono das noções metafísicas e ocultas dos elementos que tipificavam a era alquímica; a adoção de uma definição moderna e viável de um elemento; o desenvolvimento de técnicas químicas analíticas para o isolamento dos elementos e a determinação das suas propriedades; a concepção de um meio de associar cada elemento a um número natural característico. Você quer ver? 26/03/2024, 15:54 Bases da química para ciências https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Xu0G0vr88uPiy%2fSaGIUq7Q%3d%3d&l=xXzLtCPcMC9PGim%2b1CW6Hw%3d%3d&cd… 13/22 Embora Mendeleev e Meyer tenham chegado essencialmente à mesma conclusão sobre a periodicidade das propriedades elementares, Mendeleev recebeu o crédito por apresentar suas ideias com mais vigor e estimular novos trabalhos. A insistência do cientista em que elementos com características semelhantes fossem listados na mesma coluna, obrigou-o a deixar espaços em branco em sua tabela (BROWN et al., 2016). #PraCegoVer: na figura, temos a fotografia do monumento à Dmitri Mendeleev em São Petersburgo, na Rússia, incluindo a tabela periódica proposta pelo notável cientista. Em primeiro plano, sentado à esquerda e virado para a direita, encontramos a estátua do cientista em cinza, o qual segura algo. Em segundo plano, mais à direita da foto, temos uma parede com a tabela proposta pelo autor. Com o passar dos anos, mudanças na forma da tabela periódica se tornaram necessárias, uma vez que mais elementos — tais como gases raros, lantanídeos e actinídeos — tiveram que ser acomodados. A história de Mendeleev é fascinante e inspiradora, pois sua contribuição para a química é tão significante que tem sido considerada por muitos uma das mais importantes contribuições para a química. No vídeo Dmitri Mendeleiev, O Pai da Tabela Periódica, produzido pela Verve Científica, descreve a trajetória desse exímio cientista. Você pode assistir ao vídeo completo clicando no botão abaixo. Não deixe de conferir! Acesse (https://www.youtube.com/watch?v=x0N- vWR5zE4) Figura 3 - Monumento ao percussor da tabela periódica, Dmitri Mendeleev Fonte: Pavel Sapozhnikov, Shutterstock, 2020. https://www.youtube.com/watch?v=x0N-vWR5zE4 https://www.youtube.com/watch?v=x0N-vWR5zE4 26/03/2024, 15:54 Bases da química para ciências https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Xu0G0vr88uPiy%2fSaGIUq7Q%3d%3d&l=xXzLtCPcMC9PGim%2b1CW6Hw%3d%3d&cd… 14/22 Atualmente, vale destacar que a tabela não é considerada como tendo uma forma fixa, mas uma variedade de disposições diferentes, cada uma empregada para um propósito específico (ROUVRAY, 2004). 1.3.2 Organização e aspectos gerais da tabela A tabela periódica é organizada em sete linhas e 18 colunas. A linha e coluna específicas nos dizem muito sobre as propriedades de um elemento. Uma linha na tabela periódica é chamada de período, sendo que os elementos na mesma linha são semelhantes em tamanho. Essas linhas são numeradas de 1 a 7. O número de elementos varia em cada uma. A coluna da tabela periódica é chamada de grupo ou família, podendo ser rotulada no topo de duas maneiras. Em um dos sistemas, as 18 colunas da tabela recebem os números de 1 a 18, começando com a coluna mais à esquerda. Outro sistema — este mais antigo, mas ainda amplamente utilizado — numera os grupos de 1 a 8, seguidos pela letra A ou B. Os elementos são classificados em três grupos gerais: principal, metais de transição e metais de transição internos. Conforme Smith (2014), os elementos do grupo principal consistem nas duas colunas na extrema esquerda e nas seis colunas na extrema direita. Os elementos do grupo dos metais de transição estão contidos nas 10 colunas curtas no meio da tabela. Já os elementos do grupo de metais de transição internos consistem em lantanídeos e actinídeos, mas não são atribuídos a números de grupo.A figura a seguir nos traz um exemplo de tabela periódica moderna, incluindo os quatro novos elementos anunciados pela União Internacional de Química Pura e Aplicada (IUPAC): nipônio (nh), moscóvio (mc), tenesso (ts) e oganésson (og). Observe com atenção! 26/03/2024, 15:54 Bases da química para ciências https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Xu0G0vr88uPiy%2fSaGIUq7Q%3d%3d&l=xXzLtCPcMC9PGim%2b1CW6Hw%3d%3d&cd… 15/22 #PraCegoVer: na figura, temos um desenho retratando a tabela periódica moderna, incluindo as principais informações de cada elemento, como número, símbolo, nome e peso atômico. Na tabela, os elementos estão ordenados de forma crescente quanto ao seu número atômico, iniciando pelo elemento hidrogênio, com número atômico 1, e finalizando com oganésson, de número atômico 118. Os elementos estão divididos em 18 grupos e sete períodos. O primeiro período tem apenas dois elementos: hidrogênio e hélio. O segundo e terceiro períodos têm oito elementos cada. Por fim, o quarto e quinto períodos têm 18 elementos. Analise, também, que dois grupos de 14 elementos aparecem na parte inferior da tabela, que são os lantanídeos e actinídeos (SMITH, 2014). Fonte: MicroOne, Shutterstock, 2020. Quatro novos elementos produzidos artificialmente foram adicionados à tabela periódica recentemente. A escolha dos nomes teve relação direta com os pesquisadores que os descobriram, bem como suas referências. Para saber mais a respeito do assunto, Você quer ler? 26/03/2024, 15:54 Bases da química para ciências https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Xu0G0vr88uPiy%2fSaGIUq7Q%3d%3d&l=xXzLtCPcMC9PGim%2b1CW6Hw%3d%3d&cd… 16/22 Os elementos ainda podem classificados como metais, não metais ou metaloides. Na próxima figura, conseguimos observar como é feita essa distinção. Do lado esquerdo do boro, com exceção do hidrogênio, estão os metais. Os ametais podem ser encontrados à direita do boro, incluindo os halogênios e gases nobres. Já os metaloides têm como primeiro elemento do grupo o próprio boro. #PraCegoVer: na figura, temos um desenho retratando a tabela periódica com cores representando as diferentes categorias de elementos. Na cor vermelha, na primeira coluna, estão os metais alcalinos; à sua direita, em laranja, os metais alcalinos terrosos; em verde claro, logo em seguida, os metais de transição; e em amarelo, outros metais. Os metaloides estão à direita dos outros metais, em azul turquesa, enquanto que, em roxo claro, podem ser observados os ametais. Na penúltima coluna, em roxo escuro, estão os halogênios; em azul claro, na última coluna, estão os gases nobres; em verde, entre os metais de transição, estão as séries dos lantanídeos; e em verde turquesa, abaixo dos lantanídeos, estão os actinídeos. sugerimos a leitura do artigo Cientistas Escolhem Nomes de 4 Novos Elementos Químicos, publicado pelo G1. Você pode ler o texto na íntegra clicando no botão abaixo. Confira! Acesse (https://g1.globo.com/ciencia-e- saude/noticia/cientistas-escolhem-nomes-de-4-novos- elementos-periodicos.ghtml) Fonte: Lars Poyansky, Shutterstock, 2020. https://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/cientistas-escolhem-nomes-de-4-novos-elementos-periodicos.ghtml https://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/cientistas-escolhem-nomes-de-4-novos-elementos-periodicos.ghtml https://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/cientistas-escolhem-nomes-de-4-novos-elementos-periodicos.ghtml 26/03/2024, 15:54 Bases da química para ciências https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Xu0G0vr88uPiy%2fSaGIUq7Q%3d%3d&l=xXzLtCPcMC9PGim%2b1CW6Hw%3d%3d&cd… 17/22 Se analisarmos atentamente a figura anterior, entenderemos que a grande maioria dos elementos é classificada como metal. De acordo com Moore (2010), esses metais têm propriedades que, normalmente, associamos aos metais que encontramos na vida cotidiana. Eles são sólidos à temperatura ambiente, brilhantes, bons condutores de eletricidade e calor, além de maleáveis. Os não metais, por outro lado, têm propriedades opostas às dos metais, visto que são frágeis, não são maleáveis ou dúcteis e são maus condutores de calor e eletricidade. Aliás, eles tendem a ganhar elétrons em reações químicas. Alguns ainda são líquidos em temperatura ambiente (MOORE, 2010). Já os metaloides ou semimetais têm propriedades que resultam de uma espécie de cruzamento entre metais e ametais. Eles tendem a ser economicamente importantes por causa de suas propriedades únicas de condutividade, o que os torna valiosos na indústria de semicondutores e chips de computador. Incluem astatino, telúrio, arsênio, antimônio, silício, germânio e boro (MOORE, 2010). Vamos fazer um pequeno exercício sobre novas metodologias para o ensino de química? Nesta atividade, você deve escrever um projeto em que proponha a utilização de um recurso tecnológico para abordar a tabela periódica, como sites, aplicativos, programas, experimentos, atividades lúdicas e outros. Tente encontrar a melhor opção e montar seu projeto com base nisso! Vamos Praticar! 1.4 Propriedades periódicas e aperiódicas Na natureza, assim como em outras invenções da humanidade, podemos notar padrões repetidos. As estações repetem seu padrão de outono, inverno, primavera e verão. As marés, por sua vez, repetem seu padrão de subida e descida. Terça-feira vem depois de segunda-feira, enquanto dezembro vem depois de novembro. Assim, um padrão de ordem repetida é denominado periodicidade. Conforme Chang (2011), as configurações eletrônicas dos elementos apresentam uma variação periódica em função do aumento do número atômico, mas também podem ser observadas variações periódicas nos comportamentos químico e físico. Vamos examinar algumas propriedades químicas e físicas de elementos que estão no mesmo período ou grupo? Muitas das propriedades dos átomos dependem da sua configuração eletrônica e da carga nuclear efetiva, ou seja, da força que o núcleo exerce sobre os elétrons externos dos átomos. A Lei de Coulomb descreve que a magnitude da força da interação entre duas cargas elétricas depende do valor da magnitude das cargas 26/03/2024, 15:54 Bases da química para ciências https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Xu0G0vr88uPiy%2fSaGIUq7Q%3d%3d&l=xXzLtCPcMC9PGim%2b1CW6Hw%3d%3d&cd… 18/22 envolvidas e da distância que as separa. A força atrativa entre um elétron e o núcleo depende da magnitude da carga nuclear e da distância média entre eles. A força aumenta conforme a carga nuclear aumenta, assim como diminui conforme o elétron se move para longe do núcleo (BROWN et al., 2016). Em um átomo de muitos elétrons, entretanto, a situação é mais complicada. Além da atração de cada elétron para o núcleo, Brown et al. (2016) mencionam que o elétron sofre a repulsão devida a outros elétrons. Essas repulsões elétron-elétron cancelam parte da atração do elétron para o núcleo, de modo que ele sente menos atração do que se os outros elétrons não estivessem lá. Em essência, cada elétron em um átomo de muitos elétrons é separado do núcleo por estes. Portanto, experimenta uma atração líquida menor do que na ausência de outros elétrons. A carga nuclear efetiva aumenta da esquerda para a direita em qualquer período da tabela periódica (BROWN et al., 2016). 1.4.1 Periodicidade das propriedades dos átomos Diversas propriedades dos átomos exibem tendências periódicas, ou seja, mudam de maneira regular em uma linha ou coluna da tabela. Duas propriedades que demonstram esse fenômeno são o raio atômico e a energia de ionização. Algumas propriedades físicas estão relacionadas ao tamanho dos átomos, entre elas a densidade, o ponto de fusão e o ponto de ebulição. Medir o tamanho dos átomos não é uma tarefa simples. Muitas vezes, ele é descrito em termos do raio atômico, definido pela metade da distância entre os dois núcleos em dois átomos adjacentes (ATKINS; JONES, 2011). A figura na sequência apresenta o raio atômico dos elementos da tabela periódica de acordo com suas posições. Confira! #PraCegoVer: na figura, temos um desenho retratandoa tabela periódica sem seus elementos. O raio atômico destes está disposto de acordo com suas posições. Os elementos da primeira coluna, mais à esquerda, estão os maiores de cada período. À sua direita, os raios vão diminuindo no período. Na ilustração, há duas setas Figura 4 - Periodicidade do raio atômico na tabela periódica Fonte: magnetix, Shutterstock, 2020. 26/03/2024, 15:54 Bases da química para ciências https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Xu0G0vr88uPiy%2fSaGIUq7Q%3d%3d&l=xXzLtCPcMC9PGim%2b1CW6Hw%3d%3d&cd… 19/22 indicando o sentido do aumento no raio atômico. Eles aumentam de cima para baixo ao descer de um grupo, ou seja, em todas as colunas verticais. Também aumentam da direita para a esquerda em um período. A capacidade de ceder elétrons de um átomo ou íon tem grande impacto em seu comportamento químico. A energia de ionização de um átomo é definida como a energia necessária para remover um elétron do átomo em estado gasoso, sendo que valores muito altos indicam que é preciso muita energia para a remoção. As energias de ionização geralmente aumentam conforme os elétrons sucessivos são removidos, da esquerda para a direita em um período. Os metais alcalinos apresentam a menor energia de ionização em cada período, enquanto que os gases nobres apresentam os maiores valores (BROWN et al., 2016). Temos, ainda, que a energia de ionização diminui ao longo de um grupo. De forma generalizada, átomos menores apresentam energias de ionização superiores, enquanto que átomos maiores apresentam baixos valores (BROWN et al., 2016). Vale citar que a energia necessária para remover um elétron da camada mais externa depende da carga nuclear efetiva e da distância média do elétron em relação ao núcleo. Conhecer a energia liberada por um átomo ao receber um elétron pode fornecer informações que possibilitam prever algumas de suas propriedades químicas. A afinidade eletrônica de um elemento é definida como a energia liberada quando adicionamos um elétron ao átomo em fase gasosa. Se positiva, implica na liberação de energia quando um elétron se liga ao átomo. Se negativa, indica que deve ser fornecida energia para remover inserir o elétron no átomo (RUSSEL, 2009). Chang (2011) complementa que a afinidade eletrônica aumenta da esquerda para a direita em determinado período, porém diminui descendo um grupo. Compreendido sobre o assunto, vamos a mais uma questão? Para resolvê-la, é importante estabelecer a definição de propriedades periódicas. Posteriormente, deve-se fazer um esquema de setas indicando o comportamento das propriedades periódicas mencionadas, a fim de verificar quais delas apresentam comportamento similar e quais não. Vamos tentar?! Estudado a respeito das propriedades periódicas, seguiremos com o conteúdo a respeito das propriedades aperiódicas no próximo item. Vejamos! 1.4.2 Propriedades aperiódicas As propriedades que variam conforme o número atômico aumenta, mas que não se repetem em períodos regulares, são denominadas propriedades aperiódicas. Entre as principais, podemos mencionar o calor específico, a densidade, a dureza, a massa atômica e o índice de refração. Segundo Atkins e Jones (2011), as principais propriedades físicas e químicas dos metais são a boa condutividade de eletricidade e calor, a ductilidade, a maleabilidade, o brilho, a reagem com ácidos e que formam cátions e haletos iônicos. Diferente dos metais, as propriedades dos ametais incluem baixa condutividade de eletricidade e calor, são quebradiços, têm baixa maleabilidade, geralmente apresentam baixos pontos de fusão e ebulição, não reagem a ácidos e formam ânions e haletos covalentes. Feltre (2004), considerando as propriedades aperiódicas e o aumento do número atômico, explica quanto ao aumento na massa atômica. O calor específico do elemento no estado sólido, definido como a quantidade de calor necessária para elevar 1ºC à temperatura de 1 g do elemento, diminui conforme aumentamos o número Agora é com você! Esta atividade não é pontuada. 26/03/2024, 15:54 Bases da química para ciências https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Xu0G0vr88uPiy%2fSaGIUq7Q%3d%3d&l=xXzLtCPcMC9PGim%2b1CW6Hw%3d%3d&cd… 20/22 atômico. Interessante, não? Considerando tudo que estudamos até aqui, proponha uma atividade prática para discutir as propriedades dos materiais em sala de aula, utilizando itens de fácil acesso. O experimento deve abordar as propriedades físico-químicas dos metais, não metais e gases. Apresente os materiais utilizados, o procedimento experimental e as discussões relacionadas. Depois, compartilhe com seus colegas! Vamos Praticar! Chegamos ao fim da primeira unidade da disciplina de Bases da Química para Ciências. Aqui, pudemos aprofundar nossos conhecimentos sobre a composição da matéria e estabelecer sua relação com a energia. Além disso, verificamos que a construção do conhecimento cientifico é um processo dinâmico, que as propriedades físicas e químicas dos materiais presentes no nosso cotidiano dependem essencialmente da natureza dos átomos que as compõem e que podem ser obtidas na tabela periódica uma vasta gama de informações. Nesta unidade, você teve a oportunidade de: Conclusão conhecer a história e evolução dos modelos atômicos, reconhecendo a produção de conhecimento como um processo dinâmico; identificar as propriedades físicas e químicas de materiais presentes no cotidiano e sua relação com os átomos; compreender quanto ao tipo de ligação química que mantém os átomos unidos, incluindo sólidos moleculares e iônicos; reconhecer a importância da tabela periódica como um recurso para estudar e aprender química, desde seu surgimento até os dias atuais; aprender a relacionar o mundo macroscópico com o microscópico utilizando a tabela periódica e as propriedades dos materiais. 26/03/2024, 15:54 Bases da química para ciências https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Xu0G0vr88uPiy%2fSaGIUq7Q%3d%3d&l=xXzLtCPcMC9PGim%2b1CW6Hw%3d%3d&cd… 21/22 ATKINS, P. W.; PAULA, J. Físico-química. 10. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2017. v. 1. ATKINS, P. W.; JONES, L. Princípios de química: questionando a vida moderna e o meio ambiente. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2011. BROWN, T. L. et al. Química: a ciência central. 13. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2016. CIENTISTAS escolhem nomes de 4 novos elementos químicos. G1, [s. l.], 9 jun. 2016. Disponível em: https://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/cientistas-escolhem-nomes-de-4-novos-elementos- periodicos.ghtml (https://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/cientistas-escolhem-nomes-de-4- novos-elementos-periodicos.ghtml). Acesso em: 18 nov. 2020. CHANG, R. Química geral: conceitos essenciais. 4. ed. Porto Alegre: AMGH, 2010. DMITRI Mendeleiev, O Pai da Tabela Periódica. [S. l.], 15 jun. 2020. 1 vídeo (3 min). Publicado pelo canal Verve Científica. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=x0N-vWR5zE4 (https://www.youtube.com/watch?v=x0N-vWR5zE4). Acesso em: 18 nov. 2020. FELTRE, R. Química. 6. ed. São Paulo: Moderna, 2004. v. 3. FRANCO-PATROCÍNIO, S. O. José Bonifácio de Andrada e Silva e os estudos químico- mineralógicos: uma vida perpassada por compromissos com o ensino e a sociedade. 2015. Dissertação (Mestrado em Educação em Química) – Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, 2015. KRAGH, H. Before Bohr: theories of atomic structure 1850-1913. Dinamarca: Research Publications on Science Studies, 2010. MARCON, M. F. Estudo e comparação do desempenho mecânico e reológico entre concretos asfálticos modificados por polímero sbs, borracha moída de pneu e nanomateriais. 2016. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) - Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2016. MOORE, J. T. Chemistry essentials for dummies. Nova Jersey: Wiley Publishing Inc, 2010. OLIVEIRA, J. S. et al. Ensino de química inclusivo: tabela periódica adaptada a deficientes visuais. Experiências em Ensino de Ciências, [s. l.], v. 8, n. 2, 2013. 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