Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
26/03/2024, 15:55 Bases da química para ciências https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Xu0G0vr88uPiy%2fSaGIUq7Q%3d%3d&l=xXzLtCPcMC9PGim%2b1CW6Hw%3d%3d&cd=… 1/25 Autoria: Fábio de Pádua Ferreira - Revisão técnica: Vinicius Mendes Souza Carneiro Bases da química para ciências UNIDADE 3 - INTRODUÇÃO À QUÍMICA ORGÂNICA 26/03/2024, 15:55 Bases da química para ciências https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Xu0G0vr88uPiy%2fSaGIUq7Q%3d%3d&l=xXzLtCPcMC9PGim%2b1CW6Hw%3d%3d&cd=… 2/25 A química orgânica é o ramo da química que estuda os compostos moleculares de carbono e suas inúmeras aplicações. Uma variedade de materiais — de origem natural ou sintética, como vitaminas, medicamentos, carboidratos, peptídeos e gorduras — consiste em moléculas orgânicas. Considerada por muitos como um dos ramos mais importantes da química, por meio dela, diversas contribuições foram alcançadas, como elucidar e compreender mecanismos de reações de grande importância biológica, chegar à química da produção e obter combustíveis e outros objetos de estudos. Afinal, a diversidade por trás dos compostos orgânicos é surpreendente! No entanto, o que há com o carbono que o leva à enorme diversidade em seus compostos? Por que estes desempenham papéis tão cruciais na biologia e na sociedade como um todo? Aliás, como podemos empregar atividades práticas e do cotidiano para ensinar a química orgânica? A química orgânica está em todo lugar: nos seres vivos, nas roupas que vestimos, nos medicamentos que tomamos, nos veículos que nos transportam, no combustível que impulsiona esses automóveis, na madeira, no papel, nos plásticos, nas tintas e em muitos outros materiais imprescindíveis à sociedade moderna. Ao estudar os princípios e conceitos da área, é possível aprender mais sobre os compostos presentes nessas substâncias e como elas afetam o mundo ao nosso redor. Assim, nesta unidade, discutiremos as principais características dos compostos orgânicos, bem como os diferentes tipos de funções orgânicas e reações. Também compreenderemos quanto à nomenclatura sistemática de substâncias que provavelmente são familiares ao seu cotidiano. Bons estudos! Introdução 3.1 Compostos orgânicos e sua nomenclatura Apesar de toda a impressionante diversidade observada na biosfera, as formas de vida são constituídas pelos mesmos blocos unitários de moléculas. Esse pequeno número de materiais de partida podem se ligar para formar grandes moléculas que apresentam variações surpreendentes de estrutura e função. 26/03/2024, 15:55 Bases da química para ciências https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Xu0G0vr88uPiy%2fSaGIUq7Q%3d%3d&l=xXzLtCPcMC9PGim%2b1CW6Hw%3d%3d&cd=… 3/25 De acordo com Nelson e Cox (2018), a maior parte desses compostos são moléculas orgânicas contendo ligações entre átomos de carbono. A designação orgânica para compostos contendo carbono foi aplicada pela primeira vez a substâncias produzidas por organismos vivos, mas tal definição foi ampliada por duas razões: Atualmente, conforme nos explica Solomons e Graham (2012), o estudo da orgânica abrange a química de todos os compostos contendo ligações carbono-carbono e carbono-hidrogênio, independentemente de sua origem. 3.1.1 Aspectos gerais dos compostos orgânicos O carbono é um ametal com quatro elétrons na camada de valência, ou seja, pode fazer quatro ligações covalentes. De fato, nas moléculas de carbono encontradas na natureza, sempre se observa esse número de ligações para cada átomo. Quando todas as quatro ligações são simples, os pares de elétrons são dispostos em um arranjo tetraédrico. Já quando o composto apresenta uma ligação dupla, o arranjo é trigonal planar. Com uma ligação tripla, é linear. Na figura a seguir, podemos observarem mais detalhes uma ilustração dos arranjos geométricos citados anteriormente. Jacob Berzelius foi um cientista sueco conhecido pelas suas contribuições na química. Ele utilizou pela primeira vez o termo química orgânica em 1806 para denominar o estudo dos compostos derivados de fontes biológicas. Berzelius ainda criou a Teoria da Força Vital, que considerava a produção de biomoléculas sendo exclusiva de seres vivos. No entanto, sua definição sobre a origem dos compostos orgânicos considerava impossível produzi-los artificialmente, tese que foi refutada por Friedrich Wöhler. Este produziu ureia utilizando como material de partida um sal inorgânico (RUSSEL, 2009). Você o conhece? os cientistas descobriram como sintetizar materiais que antes se pensava serem produtos apenas de sistemas vivos; os químicos também sintetizam materiais à base de carbono que nunca foram produzidos por sistemas vivos. 26/03/2024, 15:55 Bases da química para ciências https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Xu0G0vr88uPiy%2fSaGIUq7Q%3d%3d&l=xXzLtCPcMC9PGim%2b1CW6Hw%3d%3d&cd=… 4/25 #PraCegoVer: na figura, podemos observar três formas geométricas que os compostos de carbono podem apresentar. Da esquerda para a direita, temos a forma linear, retratada por uma bola maior no centro, uma menor do lado esquerdo ligada por uma linha e outra menor do lado direito ligada por três linhas; a trigonal planar, retratada por uma bola maior no centro, uma menor na diagonal à esquerda e outra na diagonal à direita, ambas ligadas por uma linha, além de mais uma em cima, ligada por duas linhas; e a tetraédrica, retratada por uma bota maior no centro, uma menor na diagonal à esquerda, outra na diagonal à direita, mais uma na parte de baixo e outra na parte de cima, todas ligadas por uma linha. A maioria das moléculas orgânicas apresenta ligações carbono-hidrogênio. Como a camada de valência do hidrogênio pode conter apenas dois elétrons, este forma apenas uma ligação covalente. Com isso, os átomos de hidrogênio ficam, muitas vezes, localizados na superfície das moléculas orgânicas, enquanto as ligações carbono-carbono formam o seu “esqueleto”. O carbono é conhecido por formar ligações fortes com uma variedade de elementos, especialmente hidrogênio, oxigênio, nitrogênio e halogênios (BROWN et al., 2016). Na sequência, encontramos uma figura que apresenta a representação de moléculas orgânicas de diferentes maneiras. Observe atentamente! Figura 1 - Os arranjos podem ser tetraédrico, trigonal planar ou linear Fonte: Elaborada pelo autor, baseada em udaix, Shutterstock, 2020. 26/03/2024, 15:55 Bases da química para ciências https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Xu0G0vr88uPiy%2fSaGIUq7Q%3d%3d&l=xXzLtCPcMC9PGim%2b1CW6Hw%3d%3d&cd=… 5/25 #PraCegoVer: na figura, podemos observar a representação das moléculas de metano, etano e propano, da esquerda para a direita. Na parte de cima, encontramos o arranjo molecular tridimensional. No meio, temos as fórmulas químicas das moléculas, ou seja, como representar estas de forma simplificada, juntamente com seus nomes. Na parte inferior, temos a fórmula estrutural plana das moléculas, em que as ligações químicas são representadas por traços. Muito da diversidade na química dos compostos de carbono surge da capacidade do átomo de carbono de formar ligações covalentes com outros átomos de carbono. Estes, por sua vez, podem se ligar a mais átomos de carbono ou de outros elementos, produzindo inúmeros compostos, os quais podem conter desde alguns átomos até milhares deles. Além disso, uma variedade adicional é introduzida porque essas moléculas podem conter uma infinidade de estruturas lineares e ramificadas, bem como anéis (MCMURRY, 2011). O ensino de ciências trabalha com os estudantes quanto ao conhecimento da constituição e do comportamento da matéria. A teoria deve estar aliada à prática para tornar o ensino mais interessante. Figura 2 - Representação esquemática de moléculas orgânicas simples Fonte: Peter Hermes Furian, Shutterstock, 2020. Caso 26/03/2024, 15:55 Bases da química para ciências https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Xu0G0vr88uPiy%2fSaGIUq7Q%3d%3d&l=xXzLtCPcMC9PGim%2b1CW6Hw%3d%3d&cd=… 6/25 Professores da Educação de Jovens e Adultos(EJA) têm relatado certas dificuldades para garantir o aprendizado dos estudantes. Assim, propor atividades práticas para ensinar química tem sido uma alternativa bastante utilizada. Silva, Vieira e Soares Jr. (2018) realizaram um experimento para verificar os benefícios das atividades práticas para ensinar química na EJA. A proposta foi dividida em quatro momentos: no primeiro, foi abordado o conteúdo teórico de ácido-base; no segundo, falou-se sobre as substâncias ácidas e bases presentes no cotidiano dos alunos; no terceiro, aplicou-se uma atividade prática; já no quarto momento, fez-se um questionário semiestruturado. Todas as etapas na investigação proposta foram bem recebidas pelos estudantes. Em conclusão, de forma generalizada, eles atribuem à aula experimental contextualizada grande importância na aprendizagem. Aprender a compreender as estruturas e a reatividade de milhões de compostos orgânicos requer alguns conceitos de organização. Dessa forma, os químicos têm agrupado esses compostos em categorias, com base em grupos funcionais, subunidades em uma molécula que conferem propriedades físicas e químicas específicas. Esses grupos funcionais serão abordados posteriormente. 3.1.2 Nomenclatura dos compostos orgânicos O princípio básico da nomenclatura determina que cada composto deve ter um nome único, não podendo ocorrer ambiguidades. As atuais regras da União Internacional de Química Pura e Aplicada (IUPAC) seguem as recomendações de 1993, que foram posteriormente traduzidas para a língua portuguesa, nas variantes europeia e brasileira. A versão portuguesa teve como referências as traduções em italiano, espanhol e francês, sendo estas de utilidade para a versão em português. A nomenclatura química tem como principal objetivo possibilitar a identificação de espécies químicas por meio de palavras pronunciadas ou escritas. Para atender à essa finalidade, foi necessário estabelecer um sistema contendo princípios e normas. Sua aplicação deu origem à uma nomenclatura sistemática, contida nas recomendações de 1979 (RODRIGUES, 2011). 26/03/2024, 15:55 Bases da química para ciências https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Xu0G0vr88uPiy%2fSaGIUq7Q%3d%3d&l=xXzLtCPcMC9PGim%2b1CW6Hw%3d%3d&cd=… 7/25 A designação sistemática dos compostos orgânicos envolve a identificação de uma estrutura parental, sendo que o nome dos compostos pode conter prefixos, infixos e sufixos que possibilitam designá-los. Segundo Solomons e Graham (2012), o número de carbonos na cadeia de carbono contínua mais longa da molécula pode ser vista como a parte principal, o sufixo indica qual grupo funcional está presente, ao passo que o prefixo nos diz a identidade, a localização e o número de substituintes ligados ao carbono corrente. A estrutura parental é formada quase sempre por hidretos, que derivam do nome dos hidrocarbonetos. Nesse caso, os grupos substituintes alquilas podem ser obtidos pela retirada de um hidrogênio de um hidrocarboneto simples. Dessa forma, o metano se torna o grupo metila, enquanto o etano se torna o grupo etila, e assim por diante (RODRIGUES, 2011). Os alcanos de cadeia linear são nomeados de acordo com o número de átomos de carbono que possui, conforme mostrado na tabela a seguir. Nela, também é possível observar os prefixos de diferentes números de carbono na cadeia parental. A União Internacional de Química Pura e Aplicada (IUPAC) é a autoridade mundial em nomenclatura química, incluindo a nomeação de novos elementos na tabela periódica, métodos padronizados de medição, pesos atômicos e muitos outros dados avaliados criticamente. Ela desenvolve e mantém recomendações que criam uma linguagem comum para a comunidade química global. Além disso, possui outras atividades abrangentes que, em última análise, impactam tanto a profissão química quanto a comunidade mundial como um todo (IUPAC, [s. d.]). Você sabia? Tabela 1 - Nomenclatura de alcanos de cadeia linear Fonte: Elaborada pelo autor, baseada em MCMURRY, 2011. 26/03/2024, 15:55 Bases da química para ciências https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Xu0G0vr88uPiy%2fSaGIUq7Q%3d%3d&l=xXzLtCPcMC9PGim%2b1CW6Hw%3d%3d&cd=… 8/25 #PraCegoVer: na tabela, temos 11 linhas e quatro colunas. Da esquerda para a direita, na primeira coluna, encontramos o número de átomos de carbono, indo do 1 ao 10. Ao lado, na segunda coluna, temos os prefixos met-, et-, prop-, but-, pent-, hex-, hept-, oct-, non- e dec-. Já na terceira coluna, temos as fórmulas químicas CH4, C2H6, C3H8, C4H10, C5H12, C6H14, C7H16, C8H18, C9H20 e C10H22. Por último, temos a coluna de nome, com metano, etano, propano, butano, pentano, hexano, heptano, octano, nonano e decano. Segundo McMurry (2011), com exceção dos primeiros quatro compostos — nomeadamente metano, etano, propano e butano —, cujos nomes têm origens históricas, os alcanos, assim como as estruturas parentais, são nomeados de acordo com o número de carbonos. O sufixo -ano é adicionado ao final de cada nome para identificar a molécula como um alcano. No caso dos alcenos, o sufixo -eno é introduzido. Já para os alcinos, estes apresentam sufixo -ino. Outras funções apresentam diferentes sufixos. De acordo com Rodrigues (2011), dar o nome IUPAC à uma molécula orgânica de interesse pode ser feito em algumas etapas, como as expostas a seguir. Determinar os grupos funcionais e verificar se a nomenclatura pode ser citada por um sufixo ou pelo nome da classe funcional. Após o grupo funcional principal ser selecionado, verificar outros grupos e considerá-los substituintes, os quais devem ser especificados por prefixos. Determinar qual é o hidreto parental e quantos carbonos estão presentes, a fim de fazer uma enumeração desses carbonos. Estabelecer os infixos e prefixos. Unir os componentes em um nome completo e organizar em ordem alfabética os prefixos substitutivos. 26/03/2024, 15:55 Bases da química para ciências https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Xu0G0vr88uPiy%2fSaGIUq7Q%3d%3d&l=xXzLtCPcMC9PGim%2b1CW6Hw%3d%3d&cd=… 9/25 A tabela na sequência apresenta alguns dos grupos funcionais mais comuns, incluindo o presente na estrutura da molécula e sua nomenclatura, com sufixos, prefixos e exemplos. #PraCegoVer: na tabela, temos sete linhas e cinco colunas. Da esquerda para a direita, na primeira coluna, temos as funções álcool, amina, aldeído, cetona, ácido carboxílico e haleto orgânico. Na segunda coluna, temos os grupos funcionais hidroxila (OH), amina (NH ), carbonila (COH), carbonila (CO), carboxila (COOH) e haletos (F, Br, CI e I). Na terceira coluna, encontramos os sufixos -ol, -amina, -al, -ona e -oico. Na quarta coluna, temos os prefixos hidroxi-, amina-, formil-, oxo-, ácido-, flúor, bromo, cloro e iodo. Por último, temos alguns exemplos, dados por etanol, metilamina, metanal, propanona, ácido etanoico e clorometano. Importante enfatizar que os compostos orgânicos, durante muito tempo, foram nomeados de diferentes formas, sendo uma delas conhecida como nomenclatura usual, também chamada de tradicional ou trivial. Ela engloba substâncias simples e bastante comuns, como o ácido acético e o colesterol. Tabela 2 - Nomenclatura de diferentes funções orgânicas Fonte: Elaborada pelo autor, baseada em MCMURRY, 2011. 2 Vamos fazer um pequeno exercício sobre nomenclatura sistemática? Escreva um texto dissertativo a respeito dos seguintes questionamentos: como tem sido utilizada a nomenclatura para o ensino de química? Você considera importante conhecer a nomenclatura dos compostos para compreender a química? Discuta as vantagens, as abordagens e suas principais limitações. Depois, compartilhe suas conclusões com seus colegas! Vamos Praticar! 26/03/2024, 15:55 Bases da química para ciências https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Xu0G0vr88uPiy%2fSaGIUq7Q%3d%3d&l=xXzLtCPcMC9PGim%2b1CW6Hw%3d%3d&cd… 10/25 3.2 Ligação química e grupos funcionais O modelo covalente de ligação química foi sugerido pela primeira vez por Gibert Newton Lewis, da Universidade da Califórnia,em 1916. Conforme nos explica Atkins e Jones (2011), Lewis propôs que o compartilhamento de dois elétrons por dois átomos de hidrogênio permitia que cada um tivesse uma configuração elétrica estável e fechada, análogo ao hélio. Já de acordo com Solomons e Graham (2012), dois tipos principais de ligações químicas foram inicialmente propostos, nomeadamente as ligações iônicas e covalentes. Vamos conhecer mais sobre elas clicando nos recursos a seguir! Quando dois ou mais átomos de eletronegatividades iguais ou semelhantes reagem, uma transferência completa de elétrons não ocorre. Nesse caso, os átomos alcançam configurações de gás nobre compartilhando elétrons. Temos, então, duas informações importantes a serem consideradas: A ideia central no trabalho de Lewis sobre ligação é que os átomos sem a configuração eletrônica de um gás nobre geralmente reagem para produzi-la, visto que essas configurações são conhecidas por serem altamente estáveis. Conforme completa Russel (2009), a tendência de um átomo em atingir uma configuração em que sua camada de valência contém oito elétrons foi denominada como regra do octeto. 3.2.1 Ligações covalentes polar e apolar Elétrons em ligações covalentes não são, necessariamente, compartilhados igualmente pelos dois átomos que eles conectam. Se um átomo tem tendência maior em atrair elétrons para si mesmo do que o outro, a distribuição de elétrons é polarizada, e a ligação é descrita como polar covalente. A tendência de um átomo em atrair os elétrons para si mesmo define sua eletronegatividade. Um elemento eletronegativo atrai elétrons, ao passo que um eletropositivo doa. A polaridade das moléculas está associada às suas propriedades físicas, como as temperaturas de fusão e ebulição. Podemos generalizar mencionando que compostos polares não se dissolvem em compostos apolares, assim como o contrário também é válido (CHANG, 2010). Visto a respeito disso, vamos realizar uma atividade antes de seguirmos com o conteúdo? Para resolver a questão, você deve relacionar a estrutura e a presença de átomos com diferentes eletronegatividades na molécula. Lembre-se de que a diferença na eletronegatividade dos átomos de carbono e hidrogênio é baixa, ligações covalentes são formadas pelo compartilhamento de elétrons entre átomos de eletronegatividades semelhantes; as moléculas são constituídas de átomos unidos exclusiva ou predominantemente por ligações covalentes. Formadas pela transferência de um ou mais elétrons de um átomo para outro, a fim de se criar íons. Resultam do compartilhamento de elétrons. Ligações iônicas Ligações covalentes 26/03/2024, 15:55 Bases da química para ciências https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Xu0G0vr88uPiy%2fSaGIUq7Q%3d%3d&l=xXzLtCPcMC9PGim%2b1CW6Hw%3d%3d&cd… 11/25 portanto, compostos ricos nesses elementos apresentam tendência em ser apolares, assim, interagem bem com solventes de mesma natureza. Voltando à temática, o fluoreto de hidrogênio, por exemplo, tem uma ligação covalente polar. O flúor, por sua vez, é mais eletronegativo do que o hidrogênio e puxa os elétrons da ligação em sua direção, dando ao flúor uma carga parcial negativa e ao hidrogênio uma carga parcial positiva. A ligação covalente observada no gás hidrogênio apresenta diferença de eletronegatividade zero. Com isso, não há polarização da distribuição de elétrons, ou seja, trata-se de uma ligação apolar. A figura a seguir apresenta uma representação esquemática da polarização na molécula de fluoreto de hidrogênio. #PraCegoVer: na figura, temos a representação da polaridade de uma ligação química utilizando como exemplo uma molécula de fluoreto de hidrogênio. A ilustração está centralizada, com um H do lado esquerdo e um F do lado direito, ambos ligados por uma linha reta. Do lado esquerdo, temos a polarização positiva. Do lado direito, temos a polarização negativa. Observe que o flúor, por apresentar maior eletronegatividade, atrai a nuvem eletrônica da ligação, adquirindo uma carga negativa. Por outro lado, o átomo de hidrogênio, que teve seus elétrons afastados do núcleo, adquire carga positiva. De acordo com Solomons e Graham (2012), uma forma simples para determinar se uma ligação é iônica ou covalente é verificar a diferença de eletronegatividade entre os dois átomos. As regras gerais são as seguintes: Teste seus conhecimentos (Atividade não pontuada) Figura 3 - Polaridade de ligação em compostos covalentes polares Fonte: aiyoshi597, Shutterstock, 2020. 26/03/2024, 15:55 Bases da química para ciências https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Xu0G0vr88uPiy%2fSaGIUq7Q%3d%3d&l=xXzLtCPcMC9PGim%2b1CW6Hw%3d%3d&cd… 12/25 A escala de eletronegatividade mais comumente usada foi desenvolvida por Linus Pauling. Na tabela periódica, a eletronegatividade aumenta da esquerda para a direita em um período. Em contrapartida, diminui ao descer uma coluna. Dos halogênios, o flúor é o mais eletronegativo, seguido de cloro, bromo e iodo (RUSSEL, 2009). Na figura a seguir, encontramos uma tabela com os dados de eletronegatividade. Atente-se aos elementos e a forma como a eletronegatividade aumenta ou diminui. se a diferença de eletronegatividade entre os dois átomos for 0,0, a ligação é puramente covalente; se a diferença de eletronegatividade estiver entre 0,0 e 2,0, a ligação é considerada covalente polar; se a diferença de eletronegatividade for maior que 2,0, a ligação é considerada iônica. Linus Pauling nasceu em Portland, Oregon, e foi educado na Oregon State University e no California Institute of Technology, onde obteve doutorado em química em 1925. Além da pesquisa na Teoria das Ligações, Pauling estudou a estrutura das proteínas e recebeu o Prêmio Nobel de Química por esse trabalho em 1954 (SOLOMONS; GRAHAM, 2012). Pauling ganhou um segundo Prêmio Nobel, o Prêmio da Paz, em 1962, por seus esforços para limitar o teste de armas nucleares. Foi um dos quatro cientistas a ganhar dois prêmios Nobel. O primeiro vencedor duplo foi uma mulher. Você saberia nomeá-la? Você o conhece? 26/03/2024, 15:55 Bases da química para ciências https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Xu0G0vr88uPiy%2fSaGIUq7Q%3d%3d&l=xXzLtCPcMC9PGim%2b1CW6Hw%3d%3d&cd… 13/25 #PraCegoVer: na figura, temos uma representação da tabela periódica quanto à eletronegatividade dos elementos. A eletronegatividade aumenta da esquerda para a direita em um período da tabela periódica, e diminui quando descemos ao longo de um grupo. Os elementos com baixa eletronegatividade estão na cor verde, os de média eletronegatividade estão na cor amarela e os de alta eletronegatividade estão a cor vermelha. Abaixo da tabela, há uma seta para a direita indicando a medida de eletronegatividade. Em geral, quanto maior é a diferença de eletronegatividade entre dois elementos, mais polar é a ligação entre eles. As ligações covalentes polares influenciam fortemente as propriedades físicas e a reatividade das moléculas. 3.2.2 Principais grupos funcionais Smith (2014) nos traz que, embora mais de 20 milhões de compostos orgânicos sejam conhecidos atualmente, apenas um número limitado de características estruturais comuns, chamadas grupos funcionais, são encontradas nessas moléculas. Os grupos funcionais são arranjos comuns e específicos de átomos que conferem reatividade e propriedades previsíveis à uma molécula. Eles são formados por átomos com diferentes valores de eletronegatividade e pares de elétrons não compartilhados. Podemos mencionar como exemplos os átomos como oxigênio, nitrogênio e enxofre, que formam ligações covalentes e têm pares de elétrons não compartilhados (SOLOMONS; GRAHAM, 2012). Figura 4 - A eletronegatividade aumenta da esquerda para a direita Fonte: extender_01, Shutterstock, 2020. Você quer ver? 26/03/2024, 15:55 Bases da química para ciências https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Xu0G0vr88uPiy%2fSaGIUq7Q%3d%3d&l=xXzLtCPcMC9PGim%2b1CW6Hw%3d%3d&cd… 14/25 Os hidrocarbonetos, por exemplo, são compostos que contêm apenas átomos de carbonoe hidrogênio. Dentro dos hidrocarbonetos, temos os subgrupos alcanos, alcenos e alcinos. O grupo funcional de um alceno é sua ligação dupla carbono-carbono. Quando estudamos as reações dos alcenos, verificamos que a maioria das reações químicas desse grupo ocorrem na ligação dupla carbono-carbono. Os compostos que contêm um tipo especial de anel, como o benzeno, são do subgrupo compostos aromáticos. A técnica de espectroscopia no infravermelho possibilita identificar a presença de grupos funcionais na superfície dos materiais de modo rápido e relativamente simples. No vídeo Introdução à Espectroscopia Infravermelha, produzido pela Khan Academy Brasil, podemos observar como é feita a leitura do espectro no infravermelho de uma substância orgânica e de que forma essa informação possibilita determinar a presença ou ausência de grupos funcionais nessas moléculas. Confira o vídeo completo clicando no botão abaixo! Acesse (https://www.youtube.com/watch? v=0PG5E5h7cKM) A respeito dos diferentes recursos para abordar de forma prática o tema moléculas orgânicas e suas estruturas, realize uma pesquisa sobre materiais alternativos para montar e representar moléculas orgânicas. Além disso, mencione como essas atividades podem ser utilizadas para tornar o ambiente educacional mais dinâmico e interessante. Depois, compartilhe com seus colegas! Vamos Praticar! 3.3 Estudo dos hidrocarbonetos Brown et al. (2016) enfatizam que os hidrocarbonetos são considerados a classe mais simples de compostos orgânicos. A principal característica estrutural dos hidrocarbonetos é a presença de ligações carbono-carbono estáveis. O carbono é o único elemento capaz de formar cadeias estendidas estáveis de átomos ligados por meio de ligações simples, duplas ou triplas. https://www.youtube.com/watch?v=0PG5E5h7cKM https://www.youtube.com/watch?v=0PG5E5h7cKM 26/03/2024, 15:55 Bases da química para ciências https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Xu0G0vr88uPiy%2fSaGIUq7Q%3d%3d&l=xXzLtCPcMC9PGim%2b1CW6Hw%3d%3d&cd… 15/25 Os hidrocarbonetos podem ser divididos em duas categorias principais: aromáticos e alifáticos. Compreenderemos sobre eles a seguir, de acordo com McMurry (2011). Ao longo deste tópico, nos aprofundaremos no assunto para termos conhecimento a respeito dos grupos dos hidrocarbonetos alifáticos e dos compostos aromáticos. Acompanhe o conteúdo! 3.3.1 Alcanos, alcenos e alcinos Os alcanos são as espécies de hidrocarbonetos mais simples e menos reativas. Eles são comercialmente muito relevantes, sendo o principal constituinte da gasolina e dos óleos lubrificantes. Também são amplamente empregados na química orgânica, embora o papel de alcanos puros seja delegado principalmente aos solventes. Conforme Solomons e Graham (2012), a característica distintiva de um alcano com relação a outros compostos que também contêm exclusivamente carbono e hidrogênio, é a falta de insaturação. Embora não seja totalmente desprovido de reatividade, a falta desta, na maioria das condições de laboratório, torna-o relativamente desinteressante, ainda que importante. A energia confinada na ligação carbono-carbono e na ligação carbono-hidrogênio é bastante alta, sendo que sua rápida oxidação produz uma grande quantidade de calor, normalmente na forma de fogo (SOLOMONS; GRAHAM, 2012). Na figura a seguir, podem ser observas as representações esquemáticas dos alcanos, alcenos e alcinos. Os compostos aromáticos apresentam uma estrutura predefinida, contendo seis átomos de carbono e um anel aromático. Outro nome para os hidrocarbonetos aromáticos é arenos. O mais importante deles é o benzeno. Incluem hidrocarbonetos de cadeias aberta e fechada, divididos em três grupos: alcanos, alcenos e alcinos. Os alcanos são hidrocarbonetos em que todas as ligações são simples, os alcenos contêm pelo menos uma ligação dupla carbono-carbono e os alcinos contêm pelo menos uma ligação tripla carbono-carbono. Aromáticos Alifáticos 26/03/2024, 15:55 Bases da química para ciências https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Xu0G0vr88uPiy%2fSaGIUq7Q%3d%3d&l=xXzLtCPcMC9PGim%2b1CW6Hw%3d%3d&cd… 16/25 #PraCegoVer: na figura, temos a ilustração digital de três moléculas orgânicas. Da esquerda para a direira, encontramos o alcano, o alceno e o alcino. Os átomos de carbono estão em azul, em tamanho maior, enquanto os atomos de hidrogênio estão em vermelho, em menor escala. No alcano, há dois átomos de carbono, cada um ligado a três átomos de hidrogênio. No alceno, há dois átomos de carbano em ligação dupla, cada um ligado a dois átomos de hidrogênio. No alcino, há dois átomos de carbono em ligação tripla, cada um ligado a um átomo de hidrogênio. Alcanos que contêm cadeias de átomos de carbono, mas nenhum anel, são chamados de alcanos acíclicos. Um alcano acíclico possui a seguinte fórmula molecular: C H , em que n é o número de carbonos que ele contém. Os alcanos acíclicos também são chamados de hidrocarbonetos saturados, pois possuem o número máximo de átomos de hidrogênio por carbono. Por outro lado, os cicloalcanos contêm carbonos unidos em um ou mais anéis. Uma vez que um cicloalcano possui menos dois átomos de carbono do que um alcano acíclico com o mesmo número de carbonos, sua fórmula geral é C H . Já o undecano e o ciclohexano são exemplos de dois alcanos naturais. O undecano é um alcano acíclico, trata-se de um feromônio, uma substância química usada para comunicação em uma espécie animal específica, mais comumente uma população de insetos. A secreção de undecano por uma barata faz com que outros membros da espécie se agreguem, por exemplo. O ciclohexano, por sua vez, é um componente da manga, a fruta mais consumida no mundo (SMITH, 2014). Alcenos e alcinos são duas famílias de moléculas orgânicas que contêm ligações múltiplas. Alcenos são compostos que possuem uma ligação dupla carbono-carbono. A fórmula molecular geral de um alceno é dada por C H . O etileno (C H ) é o alceno mais simples. Uma vez que cada carbono do etileno é rodeado por três átomos, cada carbono é trigonal planar. Muitos alcenos simples sofrem polimerização quando tratados com um catalisador radicalar. Aliás, os polímeros são moléculas grandes construídas pela ligação repetitiva de muitas unidades monoméricas pequenas. Figura 5 - Representação esquemática de um alcano, alceno e alcino Fonte: Loekiepix, Shutterstock, 2020. n 2n+2 n 2n n 2n 2 4 26/03/2024, 15:55 Bases da química para ciências https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Xu0G0vr88uPiy%2fSaGIUq7Q%3d%3d&l=xXzLtCPcMC9PGim%2b1CW6Hw%3d%3d&cd… 17/25 Todos os hidrocarbonetos, com exceção aos alcanos, contêm ligações múltiplas. Os alcanos — que não têm grupos funcionais e, portanto, não têm sítios reativos — são notoriamente não reativos, exceto em condições muito drásticas. Por exemplo, o polietileno é um plástico sintético, enquanto o alcano tem alto peso molecular, consistindo em longas cadeias de grupos de carbonos saturados ligados entre si, com centenas ou, até mesmo, milhares de átomos de comprimento. Por não ter locais reativos, é um composto muito estável que não se degrada prontamente e, com isso, persiste por anos em aterros (SMITH, 2014). O etileno é o alceno mais simples. Por exemplo, uma banana madura acelera o amadurecimento de tomates verdes porque a primeira emite etileno, um hormônio de crescimento vegetal. Frutas cultivadas em países distantes podem ser colhidas verdes e pulverizadas com etileno quando o amadurecimento for desejado, na chegada ao destino (SMITH, 2014). O alcino mais simples é o etino, também chamado de acetileno. Os alcinos ocorrem na natureza e podem ser sintetizados em laboratório. Dois exemplos de alcinos entre milhares de origem biossintética são a capilina — um agente antifúngico — e a dactilina — um produto natural marinho que é inibidor do metabolismo do pentobarbital. O etinilestradiol é um alcino sintético, cujas propriedades semelhantes ao estrogênio foram utilizadas em contraceptivos orais. Grande parte da química dos alcinos é semelhanteà dos alcenos. Os alcinos terminais são fracamente ácidos e podem ser convertidos em ânions acetileto por tratamento com uma base forte. A reação do ânion acetileto com um halogeneto de alquil primário dá origem a um alcino interno. Agora que compreendemos quanto aos alcanos, alcenos e alcinos, vamos ao estudo dos hidrocarbonetos aromáticos. Confira na sequência! 3.3.2 Hidrocarbonetos aromáticos A palavra aromático era usada para descrever substâncias perfumadas, como benzeno, benzaldeído e tolueno. Logo se percebeu que tais substâncias classificadas como aromáticas diferiam da maioria dos compostos orgânicos em seu comportamento químico. A associação de aromaticidade com fragrância foi perdida há tempos, sendo que, atualmente, a palavra é utilizada para nos referir à classe de compostos que contêm seis membros anéis semelhantes ao benzeno com três ligações duplas (MCMURRY, 2011). Muitos compostos valiosos são, em parte, aromáticos, como o hormônio esteroide estrona e o medicamento para baixar o colesterol conhecido como atorvastatina, comercializado como Lipitor (MCMURRY, 2011). Os anéis aromáticos são uma parte comum de inúmeras estruturas orgânicas, particularmente importantes na química dos ácidos nucléicos e na química de vários aminoácidos. A figura a seguir apresenta diferentes formas de representar os anéis aromáticos, utilizando como exemplo o composto benzeno. Observe com atenção! Os polímeros são uma classe de materiais que têm sido desenvolvidos e amplamente empregados em muitas áreas da ciência e tecnologia. Os polímeros inteligentes, por exemplo, dizem respeito a uma classe de polímeros que apresenta variação em função e estrutura mediante alterações do meio, como variação de temperatura e pH. Para saber mais sobre o assunto, leia a dissertação Caracterização de Polímeros Inteligentes para Aplicações Biomédicas, escrita por Maria Carolina Morando Costa, disponível clicando no botão abaixo! Acesse (https://eg.uc.pt/handle/10316/22660) Você quer ler? https://eg.uc.pt/handle/10316/22660 26/03/2024, 15:55 Bases da química para ciências https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Xu0G0vr88uPiy%2fSaGIUq7Q%3d%3d&l=xXzLtCPcMC9PGim%2b1CW6Hw%3d%3d&cd… 18/25 #PraCegoVer: na figura, temos três ilustrações de formas diferentes de representar os anéis aromáticos, utilizando como exemplo a molécula de benzeno. Da esquerda para a direita, temos a forma simplificada, que apresenta duplas ligações intercaladas. Na segunda, há um círculo representando o anel aromático dentro da forma comum. Já na terceira encontramos a formula estrutural planar, que utiliza o símbolo do elemento no lugar em que estão os átomos de carbono e hidrogênio. Os anéis aromáticos estão relacionados à uma parte comum de muitas moléculas de interesse biológicas, assim como agentes farmacêuticos. São particularmente importantes na química dos ácidos nucléicos. O benzeno é um híbrido de ressonância de duas formas equivalentes, nenhuma das quais é correta por si só. A verdadeira estrutura do benzeno é intermediária entre as duas. A reação mais comum dos compostos aromáticos é a substituição eletrofílica aromática. Nesta reação polar de duas etapas, os elétrons do anel aromático atacam o eletrófilo primeiro para produzir um intermediário carbocátion estabilizado por ressonância, que perde um próton para dar origem a um produto aromático substituído (MCMURRY, 2011). As ligações carbono-carbono do benzeno todas o mesmo comprimento, um valor entre uma ligação simples carbono-carbono e uma ligação dupla carbono-carbono. Com base nos princípios da Teoria da Ressonância, reconhecemos que o benzeno deveria ser visualizado como um híbrido das duas estruturas. Representamos esse híbrido por um hexágono com um círculo no meio. Ainda conforme a mesma teoria, as ligações não são simples e duplas alternadas, mas, sim, um híbrido de ressonância das duas (SOLOMONS; GRAHAM, 2012). Figura 6 - Diferentes formas de representar os anéis aromáticos Fonte: Kicky_princess, Shutterstock, 2020. Vamos Praticar! 26/03/2024, 15:55 Bases da química para ciências https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Xu0G0vr88uPiy%2fSaGIUq7Q%3d%3d&l=xXzLtCPcMC9PGim%2b1CW6Hw%3d%3d&cd… 19/25 Agora, vamos colocar em prática seus conhecimentos sobre os benefícios que as atividades práticas podem fornecer quando empregadas para o ensino de química? Para tanto, disserte sobre as atividades práticas que abordem o tema hidrocarbonetos. Pesquise experimentos e jogos lúdicos, descreva os benefícios e ressalte quais habilidades podem ser trabalhadas na prática! 3.4 Compostos orgânicos oxigenados e nitrogenados Em uma extensa lista de compostos, podemos encontrar as ligações carbono-oxigênio e carbono-nitrogênio. O grupo carbonila é caracterizado por um carbono com ligação dupla e um átomo de oxigênio. Os compostos carbonilados, por sua vez, incluem aldeídos, cetonas, ácidos carboxílicos, ésteres e amidas. Já os grupos nitrogenados podem incluir aminas, amidas e nitrocompostos. Por último, mas não menos importante, o grupo carboxila está presente em ácidos carboxílicos e é caracterizado por uma carbonila com grupamento hidroxila. Existem tipos diferentes de compostos de carbonila em nosso cotidiano. De acordo com McMurry (2011), o aldeído piridoxal fosfato, por exemplo, é uma coenzima envolvida em um grande número de reações metabólicas, enquanto que a cetona hidrocortisona é um hormônio esteroide secretado pelas glândulas suprarrenais para regular o metabolismo de gorduras, proteínas e carboidratos. Iremos entrar em mais detalhes a respeito desse assunto a partir de agora. Acompanhe os próximos itens! 3.4.1 Álcoois, aldeídos e cetonas O álcool metílico, também chamado de metanol, é o membro mais simples de uma família de compostos orgânicos conhecidos como álcoois. O grupo funcional característico dessa família é o hidroxila (−OH) ligado a um átomo de grupo alquila. Outro exemplo de álcool é o etílico, também chamado de etanol, usado como combustível renovável. Os álcoois são classificados em três grupos: primários, secundários e terciários. Essa classificação é baseada no grau de substituição do carbono ao qual o grupo hidroxila está diretamente ligado. Se o carbono tiver apenas outro carbono ligado a ele, o carbono é dito ser primário, e o álcool também é primário. Já se o átomo de carbono que carrega o grupo hidroxila tiver dois outros átomos de carbono ligados a ele, é chamado de carbono secundário, e o álcool também é secundário. Por fim, se o átomo de carbono que carrega o grupo hidroxila tem três outros carbonos ligados a ele, é chamado de carbono terciário, e o álcool também é terciário. Quando o grupo hidroxila está ligado a um anel aromático, temos a função orgânica dos fenóis. Uma grande variedade de fenóis ocorre na natureza. Muitos são antioxidantes, ou seja, podem ser usados para evitar reações de oxidação (SOLOMONS; GRAHAM, 2012). Os fenóis diferem significativamente dos álcoois em termos de sua acidez relativa, portanto, são considerados um grupo funcional distinto. É útil classificar os compostos de carbonila em duas categorias gerais, com base nos tipos de química que eles sofrem. Em uma categoria estão aldeídos e cetonas, no outro estão os ácidos carboxílicos e seus derivados. 26/03/2024, 15:55 Bases da química para ciências https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Xu0G0vr88uPiy%2fSaGIUq7Q%3d%3d&l=xXzLtCPcMC9PGim%2b1CW6Hw%3d%3d&cd… 20/25 A ligação dupla carbono-oxigênio dos grupos carbonila é semelhante em alguns aspectos à ligação dupla carbono-carbono dos alcenos (CAREY, 2011). Na figura a seguir, temos exemplos de compostos orgânicos oxigenados em sua forma condensada com os grupos funcionais em evidência. Aldeídos e cetonas Os grupos C=O em aldeídos e cetonas são ligados a átomos de hidrogênio e carbono, que não são eletronegativos o suficiente para estabilizar uma carga negativa e, portanto, não podem atuar como grupos de saída em reações de substituição nucleofílica. 1 Ácidos carboxílicos e seusderivados Os grupos C=O em ácidos carboxílicos e seus derivados estão ligados a átomos como oxigênio e nitrogênio, que podem estabilizar uma carga negativa e, portanto, podem atuar como grupos de saída em reações de substituição. 2 26/03/2024, 15:55 Bases da química para ciências https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Xu0G0vr88uPiy%2fSaGIUq7Q%3d%3d&l=xXzLtCPcMC9PGim%2b1CW6Hw%3d%3d&cd… 21/25 #PraCegoVer: na figura, temos a fórmula estrutural condensada de diferentes moléculas orgânicas. Em evidência, encontramos as regiões das moléculas em que estão os grupos funcionais. A hidroxila está na molécula de etanol, a formila no etanal, a carboxila do ácido acético e a carbonila na acetona. Da esquerda para a direita, temos as fórmulas de álcoois e aldeídos na parte de cima, e de ácidos e cetonas na parte de baixo. Aldeídos e cetonas podem ser preparados pela oxidação de álcoois. Os álcoois primários são oxidados para dar aldeídos, enquanto que os álcoois secundários são oxidados para dar cetonas. Os aldeídos são facilmente oxidados para produzir ácidos carboxílicos, mas as cetonas não são reativas para a oxidação. Essa diferença de reatividade é uma consequência da estrutura, pois os aldeídos têm um próton que pode ser removido durante a oxidação, mas as cetonas não. Agora, vamos a mais uma atividade? Para resolver o exercício, deve-se contar quantos átomos de carbono estão presentes nas duas estruturas apresentadas e, posteriormente, identificar a presença de grupos funcionais iguais e diferentes. Por fim, deve-se verificar a polaridade da molécula por meio da presença de elementos eletronegativos e em que quantidades podem ser encontrados na molécula. Tente! Figura 7 - Fórmula estrutural de álcool, aldeído, ácido carboxílico e cetona Fonte: desdemona72, Shutterstock, 2020. Teste seus conhecimentos (Atividade não pontuada) 26/03/2024, 15:55 Bases da química para ciências https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Xu0G0vr88uPiy%2fSaGIUq7Q%3d%3d&l=xXzLtCPcMC9PGim%2b1CW6Hw%3d%3d&cd… 22/25 A seguir, vamos estudar os ácidos carboxílicos. Estes têm forças intermoleculares mais fortes do que os álcoois, embora ambos exibam ligações de hidrogênio. Duas moléculas de um ácido carboxílico são mantidas juntas por duas ligações de hidrogênio intermoleculares, enquanto apenas uma ligação de hidrogênio é possível entre duas moléculas de um álcool. Os álcoois também apresentam ponto de fusão e ebulição inferiores quando comparados a ácidos carboxílicos. 3.4.2 Ácidos carboxílicos, aminas e amidas De acordo com McMurry (2011), os ácidos carboxílicos e seus derivados são os mais abundantes de todos os compostos orgânicos. Existem tipos diferentes derivados desses ácidos. A característica estrutural comum de todos esses compostos é que eles contêm um grupo acilo ligado a um átomo eletronegativo ou substituinte, o qual pode atuar como um grupo de saída em reações de substituição. Como os ácidos carboxílicos e seus derivados estão envolvidos em muitos processos industriais e na maioria das vias biológicas, uma compreensão quanto às suas propriedades e ao seu comportamento é fundamental para entendermos a química orgânica e biológica. Como os álcoois, os ácidos carboxílicos formam fortes ligações de hidrogênio intermoleculares. A maioria, de fato, existe como dímeros mantidos juntos por duas ligações de hidrogênio. Essa forte ligação de hidrogênio tem um efeito perceptível nos pontos de ebulição, fazendo com que os ácidos carboxílicos fervam a temperaturas substancialmente mais altas do que os alcanos ou álcoois de peso molecular semelhante (BROWN et al., 2016). Solomons e Graham (2012) nos explicam que as aminas, por sua vez, são classificadas como primárias, secundárias ou terciárias. Tal classificação é baseada no número de grupos alquil que estão ligados ao átomo de nitrogênio. Assim, quando apenas um alquil está ligado, ela é primária. Já quando dois grupos alquils estão ligados ao nitrogênio, temos uma amina secundária, e assim sucessivamente. A reatividade das aminas deriva da presença de um par de elétrons não-ligados no átomo de nitrogênio. Esse par solitário pode funcionar como um nucleófilo ou uma base. Quando uma amina participa de uma reação, o primeiro passo será sempre uma destas duas possibilidades: ou o par solitário receberá um próton ou o par solitário atacará um eletrófilo. As aminas terciárias não possuem um próton que pode ser removido, mas as primárias e secundárias podem ser desprotonadas. Entre as aminas mais conhecidas, podem ser citadas a anfetamina, a dopamina e a nicotina, conforme entenderemos a seguir! Milhares de toneladas de ácido acético são produzidas anualmente, sendo empregadas para os mais variados fins. Para saber mais sobre a produção industrial e suas aplicações, sugerimos a leitura do artigo Ácido Acético, de Paula de A. S. da Silva, Mariana dos S. Dupim e Eliza de L. Chazin. Você pode ler o texto na íntegra clicando no botão abaixo. Vale a leitura! Acesse (http://rvq- sub.sbq.org.br/index.php/rvq/article/view/1274/667) Você quer ler? Estimulante poderoso e perigoso.Anfetamina http://rvq-sub.sbq.org.br/index.php/rvq/article/view/1274/667 http://rvq-sub.sbq.org.br/index.php/rvq/article/view/1274/667 26/03/2024, 15:55 Bases da química para ciências https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Xu0G0vr88uPiy%2fSaGIUq7Q%3d%3d&l=xXzLtCPcMC9PGim%2b1CW6Hw%3d%3d&cd… 23/25 Nas amidas, verificamos que a ressonância observada é responsável pela força estabilizadora, dando origem à uma série de efeitos estruturais. Ao contrário do arranjo piramidal de ligações na amônia e nas aminas, as ligações com o nitrogênio nas amidas estão no mesmo plano (CAREY, 2011). De acordo com Nelson e Cox (2018), as amidas sofrem hidrólise em ácido ou base aquosa para produzir ácidos carboxílicos e aminas. Em bioquímica, a reação é particularmente útil para hidrolisar proteínas em seus aminoácidos constituintes. Agora que chegamos ao final, você deve propor um experimento para abordar as diferenças na solubilidade de compostos orgânicos. É possível encontrar algum experimento disponível na literatura ou elaborar um, contanto que aborde, de forma prática, a solubilidade de diferentes solventes, como álcool, acetona e ácidos carboxílicos. Depois, compartilhe com seus colegas! Vamos Praticar! Chegamos ao fim de mais uma unidade. Aqui, discutimos os principais aspectos dos compostos orgânicos, enfatizando sua nomenclatura sistemática e suas diferentes formas de classificação. Além disso, pudemos aprofundar nosso conhecimento quanto às principais reações e aplicações de compostos orgânicos, obtendo informações sobre os grupos funcionais de grande relevância para os sistemas biológicos, relacionando os tópicos estudados ao cotidiano e a atividades práticas. Nesta unidade, você teve a oportunidade de: Conclusão conhecer a história da química orgânica, quem foram os cientistas que participaram e iniciaram os trabalhos de síntese química; relacionar as propriedades químicas e físicas dos compostos de carbono com a forma como estão arranjados e pela presença de funções orgânicas específicas; Importante neurotransmissor. Composto tóxico encontrado no tabaco que torna o tabagismo viciante. Dopamina Nicotina 26/03/2024, 15:55 Bases da química para ciências https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Xu0G0vr88uPiy%2fSaGIUq7Q%3d%3d&l=xXzLtCPcMC9PGim%2b1CW6Hw%3d%3d&cd… 24/25 identificar propostas para trabalhar tópicos de química orgânica no ensino regular e na Educação de Jovens e Adultos (EJA); relacionar a estrutura e composição química à reatividade e às propriedades das moléculas; conhecer métodos e o procedimento para nomear as moléculas orgânicas; entender quais são os principais grupos funcionais, como identificá-los e suas propriedades físico-químicas; estudar mais detalhadamente hidrocarbonetos, compostos oxigenados e nitrogenados a partir de exemplos, aplicações, reações e outras informações de grande utilidade. ATKINS, P. W.;JONES, L. Princípios de química: questionando a vida moderna e o meio ambiente. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2011. BROWN, T. L. et al. Química: a ciência central. 13. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2016. CAREY, F. A. Química orgânica. 7. ed. Porto Alegre: AMGH, 2011. v. 1. CHANG, R. Química geral: conceitos essenciais. 4. ed. Porto Alegre: AMGH, 2010. COSTA, M. C. M. Caracterização de polímeros inteligentes para aplicações biomédicas. 2012. Dissertação (Mestrado em Engenharia Biomédica) – Universidade de Coimbra, Coimbra, 2012. Disponível em: https://eg.uc.pt/handle/10316/22660 (https://eg.uc.pt/handle/10316/22660). Acesso em: 1 dez. 2020. INTRODUÇÃO à espectroscopia infravermelha. [S. l.], 18 mar. 2018. 1 vídeo (7 min). Publicado pelo canal Khan Academy Brasil. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=0PG5E5h7cKM (https://www.youtube.com/watch?v=0PG5E5h7cKM). Acesso em: 1 dez. 2020. IUPAC. International Union of Pure and Applied Chemistry. What we do. Estados Unidos, [s. d.]. Disponível em: https://iupac.org/what-we-do/ (https://iupac.org/what-we-do/). Acesso em: 1 dez. 2020. MCMURRY, J. Química orgânica. 7. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2011. NELSON, D. L.; COX, M. M. Princípios de bioquímica de Lehninger. 7. ed. Porto Alegre: Artmed, 2018. RODRIGUES, J. A. R. Nomenclatura de compostos orgânicos segundo as recomendações da IUPAC: uma breve introdução. Revista Chemkeys: Liberdade para Aprender, [s. l.], n. 7, p. 1-11, 2011. Disponível em: https://econtents.bc.unicamp.br/inpec/index.php/chemkeys/article/view/9658/5071 (https://econtents.bc.unicamp.br/inpec/index.php/chemkeys/article/view/9658/5071). Acesso em: 1 dez. 2020. RUSSEL, J. B. Química geral. 3. ed. São Paulo: Makron Books, 2009. v. 1. Referências https://eg.uc.pt/handle/10316/22660 https://eg.uc.pt/handle/10316/22660 https://www.youtube.com/watch?v=0PG5E5h7cKM https://www.youtube.com/watch?v=0PG5E5h7cKM https://iupac.org/what-we-do/ https://iupac.org/what-we-do/ https://econtents.bc.unicamp.br/inpec/index.php/chemkeys/article/view/9658/5071 https://econtents.bc.unicamp.br/inpec/index.php/chemkeys/article/view/9658/5071 26/03/2024, 15:55 Bases da química para ciências https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?lc=Xu0G0vr88uPiy%2fSaGIUq7Q%3d%3d&l=xXzLtCPcMC9PGim%2b1CW6Hw%3d%3d&cd… 25/25 SILVA, A. J. A.; VIEIRA, A. A.; SOARES JR., A. L. Atividades experimentais de química no ensino da EJA. Experiências em Ensino de Ciências, [s. l.], v. 13, n. 4, 2018. Disponível em: https://if.ufmt.br/eenci/artigos/Artigo_ID503/v13_n4_a2018.pdf (https://if.ufmt.br/eenci/artigos/Artigo_ID503/v13_n4_a2018.pdf). Acesso em: 1 dez. 2020. SILVA, P. de A. S. da; DUPIM, M. dos S.; CHAZIN, E. de L. Ácido acético. Revista Virtual de Química, [s. l.], v. 7, n. 6, p. 2647-2662, 2015. Disponível em: http://rvq- sub.sbq.org.br/index.php/rvq/article/view/1274/667 (http://rvq- sub.sbq.org.br/index.php/rvq/article/view/1274/667). Acesso em: 1 dez. 2020. SMITH, J. G. Principles of general, organic and biological chemistry. 2. ed. Nova York: The McGraw-Hill Companies Inc., 2014. SOLOMONS, T. W.; GRAHAM, C. B. Química orgânica. 10. ed. Brasil: LTC, 2012. v. 1. https://if.ufmt.br/eenci/artigos/Artigo_ID503/v13_n4_a2018.pdf https://if.ufmt.br/eenci/artigos/Artigo_ID503/v13_n4_a2018.pdf http://rvq-sub.sbq.org.br/index.php/rvq/article/view/1274/667 http://rvq-sub.sbq.org.br/index.php/rvq/article/view/1274/667 http://rvq-sub.sbq.org.br/index.php/rvq/article/view/1274/667 http://rvq-sub.sbq.org.br/index.php/rvq/article/view/1274/667
Compartilhar