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LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTOS MULTIMODAIS 
Me. Ana Carolina Caetano Senger 
GUIA DA 
DISCIPLINA 
 
 
1 Leitura e Produção de Textos Multimodais 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
1. A LEITURA, A PRODUÇÃO DE TEXTO E O DESAFIO DE ENSINAR 
 
Objetivo: 
Conhecer os principais desafios de ensinar leitura e produção de textos. 
 
Introdução: 
É possível perceber que nas últimas décadas os professores têm se deparado com 
uma grande deficiência no processo de leitura-compreensão e produção de textos por 
partes dos alunos que estão no ensino fundamental e no ensino médio. 
 
Apesar dessas dificuldades, devemos sempre lembrar que: 
 
“A leitura e a escrita são práticas sociais de valiosa importância para o 
desenvolvimento da cognição humana. Ambas proporcionam o desenvolvimento do 
intelecto e da imaginação, além de promoverem a aquisição de conhecimentos. Dessa 
maneira, quando lemos, ocorrem diversas ligações no cérebro que nos permitem 
desenvolver o raciocínio. Além disso, com essa atividade, aguçamos nosso senso crítico 
por meio da capacidade de interpretação. 
 
Nesse sentido, vale lembrar que a ‘interpretação’ dos textos é uma das chaves 
essenciais da leitura. Afinal, não basta ler ou decodificar os códigos linguísticos, faz-se 
necessário compreender e interpretar essa leitura. Muitos são os benefícios que a leitura 
proporciona: desenvolvimento da imaginação, da criatividade, da comunicação, bem como 
o aumento do vocabulário, dos conhecimentos gerais e do senso crítico. 
 
Além desses benefícios, com a leitura exercitamos nosso cérebro, o que facilita a 
interpretação de textos de forma a promover competência e habilidade na escrita. Ao ler, o 
indivíduo adquire maior repertório, ampliando e expandindo seus horizontes cognitivos. 
Para além disso, estudos apontam que o ato de ler é muito prazeroso na medida em que 
reduz o estresse ao mesmo tempo que estimula reflexões. Por esse motivo, a leitura deve 
ser incentivada desde a Educação Infantil. Incentivar os filhos pequenos em casa e criar 
hábitos são condições importantes para que as crianças desenvolvam o gosto pela leitura.” 
(SILVA, 2022) 
 
 
 
 
2 Leitura e Produção de Textos Multimodais 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
1.1 Desafios na produção de textos 
A produção de textos escritos é um eixo da língua materna que deve ser ensinado 
e desenvolvido em sala de aula e o desencadeamento desse ensino se dá através dos 
gêneros textuais discursivos. Sendo assim, vamos discutir um pouco acerca dos gêneros 
textuais. 
 
“O estudo dos gêneros textuais é hoje uma área interdisciplinar, com atenção 
especial para a linguagem em funcionamento e para as atividades culturais e sociais. 
Desde que não concebamos os gêneros como modelos estanques nem como estruturas 
rígidas, mas como formas culturais e cognitivas de ação social corporificadas na 
linguagem, somos levados a ver os gêneros como entidades, cujos limites e demarcação 
se tornam fluidos” (MARCUSCHI, 2008, p. 151). 
 
Ainda, de acordo com Marcuschi (2008), “É impossível não se comunicar 
verbalmente por um gênero, assim como é impossível não se comunicar verbalmente 
por algum texto”. Silva (2022) destaca que toda manifestação verbal se dá sempre por 
meio de textos realizados em algum gênero. Daí a centralidade da noção de gênero 
textual no trato socio interativo da produção linguística. 
 
[...] os textos materializados em situações comunicativas recorrentes. Os 
gêneros textuais são os textos que encontramos em nossa vida diária e que 
apresentam padrões sociocomunicativos característicos definidos por 
composições funcionais, objetivos enunciativos e estilos concretamente 
realizados na integração de forças históricas, sociais, institucionais e técnicas 
(MARCUSCHI, 2008, p. 155). 
 
O professor deve lembrar ao aluno que ao produzir um texto, ele precisa dominar 
estratégias de organização e planejamento de texto; para tanto, faz-se necessária a 
elaboração de esquemas topicalizados, ou seja, o uso do pré-texto ou texto prévio que 
auxiliará o aprendiz a expor suas ideias, primeiramente de forma esquemática, para, 
então, construí-lo de forma clara, com argumentos consistentes e que atendam à 
proposta. 
 
 
3 Leitura e Produção de Textos Multimodais 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 
Disponível em: https://i.pinimg.com/originals/a9/04/37/a904371cced834c1deb391f7f2a78556.jpg Acesso em 
07 jul. 2022. 
 
Sobre isso, Antunes (2003) aborda que o texto escrito não é somente a 
codificação de ideias ou de informações através de sinais gráficos. Para ela, o ato de 
escrever supõe etapas interdependentes e intercomplementares, e a primeira delas 
implica o planejamento, para, em seguida, ser executada a escrita propriamente dita e, 
então, a revisão e a reescrita. É no planejamento que ocorre a escolha dos critérios de 
ordenação das ideias ou aquilo que será relevante no texto: a finalidade de sua escrita e 
como estruturá-lo de maneira adequada. 
 
Silva (2022) reforça que “A escola assume uma grande responsabilidade ao 
manter e controlar a aprendizagem com o propósito de superar a crise da expressão 
escrita dos alunos. Uma atribuição que deve ser tomada pela escola é fazer com que os 
alunos tenham acesso a uma aprendizagem mais significativa, traçando estratégias que 
promovam a melhoria da expressão escrita e que contribuam para a resolução das 
dificuldades que os alunos enfrentam quando escrevem textos. Uma das finalidades 
fundamentais da escola é ensinar o aluno a ler e a escrever. No entanto, a prática 
pedagógica tem revelado um resultado relativamente insuficiente no desenvolvimento da 
capacidade de escrever dos alunos.” 
 
https://i.pinimg.com/originals/a9/04/37/a904371cced834c1deb391f7f2a78556.jpg
 
 
4 Leitura e Produção de Textos Multimodais 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
1.2. Desafios na leitura de textos 
De acordo com a pesquisa “Retratos da Leitura no Brasil 3”, realizada em 2011 pelo 
Instituto Pró-Livro (IPL), mais de 60% da população brasileira considera a leitura uma fonte 
de conhecimento para a vida. Enquanto isso, a média de livros lidos por um brasileiro 
durante o ano é de 2,43. 
 
Segundo Loureiro (2021), os maiores desafios da leitura no Brasil são: 
 
 Preço caro dos livros: Não é novidade para ninguém que a cada dia mais o preço 
dos livros está aumentando no Brasil. E isso ocorre com os lançamentos 
nacionais e internacionais, no entanto, existem motivos distintos para isso 
ocorrer. O preço dos livros nacionais está aumentando devido ao processo caro 
de publicação e distribuição das obras. Quando falamos do livro físico, lançado 
por grandes editoras, o valor final leva em consideração o enorme time de 
profissionais necessários e também a própria realidade no Brasil. Como a cada 
ano a venda de títulos físicos baixa, o preço tende a aumentar (é parecido com 
a relação da inflação). Assim, para que a indústria se mantenha de pé, os preços 
só crescem. Quando falamos dos títulos internacionais — que costumam vender 
bem por aqui — está inclusa a taxa de importação, parceria com a editora original 
e também direitos autorais. Além de, claro, a própria inflação do país. 
 Livrarias fechadas: Seguindo o raciocínio do tópico anterior, uma venda de livros 
baixa significa, respectivamente, o fechamento de livrarias. As que se mantêm 
em pé estão localizadas nos grandes centros, como é o caso de São Paulo, Rio 
de Janeiro e Brasília. A consequência é um alcance muito menor da venda de 
livros nos interiores no Brasil. Quem reside nesses lugares, precisa esperar o 
baixo abaixar para comprar digitalmente. 
 Mudança no mercado: Citando, novamente, o número de vendas de livros, o 
mercado precisou se adaptar. Agora, algumas obras não estão mais sendo 
lançadas fisicamente, apenas digitalmente. O que resulta em um acesso menor 
de quemnão possui internet ou até mesmo habilidade para baixar um livro. Por 
outro lado, está crescendo a quantidade de autores independentes. Até porque, 
sabemos o quanto é caro e burocrático publicar um livro no Brasil. 
 A falta de bibliotecas acessíveis: As bibliotecas — principalmente as públicas — 
possuem uma enorme importância. Por meio delas, populações carentes, que 
 
 
5 Leitura e Produção de Textos Multimodais 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
não possuem renda para comprar livros, conseguem ler de forma gratuita. No 
entanto, as bibliotecas estão fechando ou encontrando dificuldades para se 
adaptar ao novo momento. Seja por falta de verba do Governo ou porque o seu 
acervo não é atualizado, sejam as obras ou o maquinário (como computadores, 
por exemplo). Em entrevista, a professora Ivete Pieruccini, do Departamento de 
Biblioteconomia da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP, diz: “A 
biblioteca não deve ser mais um lugar só de emprestar livros ou de estimular a 
leitura. Ela tem que ser pensada em uma dimensão que possa acolher diferentes 
singularidades, para que o sujeito possa buscar outros caminhos por si mesmo, 
seja em sua comunidade ou fora dela. E, a partir disso, construir uma relação 
que seja significativa para ele.” 
 A nossa rotina: O povo brasileiro é um dos que mais trabalha no mundo. Além 
de estar presente no trabalho, precisamos tirar um tempo para nos locomover, 
comer e ainda cuidar de outros assuntos pessoais. Tudo isso resulta em uma 
rotina complicada e atarefada, na qual pequenos prazeres são deixados de lado. 
Um deles é o da leitura. Ao vivenciar um dia a dia apertado, preferimos descansar 
um pouco a mais ao invés de ler um bom livro. Nessa situação não há certo ou 
errado. Afinal, sabemos que a nossa saúde mental e física precisa estar bem 
alinhada. O livro pode ser, inclusive, utilizado como um bom pretexto para relaxar 
a mente e diminuir a pressão diária. 
 A falta de incentivo do governo: O Governo possui outros assuntos 
“protagonistas” que não incluem a educação ou a cultura. Um dos bons exemplos 
disso foi a extinção do Ministério da Cultura. Isso resulta em vários aspectos, 
como: a falta de cuidado para o preço dos livros no Brasil, a falta de uma 
campanha para que a leitura seja reforçada, e muito mais. Ler cada vez mais é 
o mesmo de agregar mais valor e conhecimento. Inclusive sobre ações do 
Governo. Dessa forma, nos mantemos atualizados e atentos sobre os próximos 
passos governamentais e quais são as propostas para a educação e cultura no 
nosso país. Por mais que os maiores desafios da leitura no Brasil pareçam 
desanimadores, não podemos desistir. Atualmente, ler é um ato de resistência. 
Continue lendo diariamente e, ao terminar, não deixe de repassar o 
conhecimento. 
 
Mediante o exposto, não podemos esquecer que a atividade da escrita pressupõe a 
interação e o uso da linguagem. Segundo Antunes (2010), “Não há linguagem sem a 
 
 
6 Leitura e Produção de Textos Multimodais 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
utilização da escrita, da fala, da escuta e da leitura”. A escrita deve ocorrer de uma maneira 
que sejam percebidas a atividade interativa de expressões, intenções, crenças, 
manifestações verbais ou sentimentos que queremos partilhar com alguém, interagindo 
com ele. Desse modo, a condição prévia para o êxito da atividade de escrever é ter o que 
dizer, pois as palavras medeiam e fazem ponte entre quem fala e quem escuta, entre quem 
escreve e quem lê. O fato de saber o que dizer em determinada situação caracteriza-se 
pela capacidade do conhecimento linguístico inerente a cada pessoa. 
 
Silva (2022) afirma que “A leitura, assim como a escrita, supre as necessidades do 
nosso cérebro de aumentar sua capacidade intelectual. É fato que uma pessoa que tem o 
hábito da leitura possui mais facilidade para produzir um texto. Isso ocorre justamente 
porque ao lermos estamos aumentando nossa capacidade de comunicação bem como 
nosso repertório interpretativo. Portanto, uma boa dica para facilitar cada vez mais a leitura 
é a escrita, ou seja, a produção de textos.” 
 
 
 
7 Leitura e Produção de Textos Multimodais 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
2. NOÇÕES SOBRE TEXTOS 
 
Objetivo: 
Compreender a relação entre discurso e texto. 
 
Introdução: 
Tenho certeza de que a palavra “texto” é familiar pra você. Ao longo da vida, você 
deve ter ouvido diversas vezes expressões como “produção de texto”, “redija seu texto”, “o 
texto foi mal escrito”, “o ator precisa decorar o texto”... Mas, afinal, como podemos explicar 
o que é um texto? 
 
Disponível em: https://www.grupoescolar.com/wp-content/uploads/2021/03/o-que-e-um-texto-D5.jpg Acesso 
em 07 jul. 2022. 
 
Segundo Conceitos (2017), “Define-se como texto a unidade linguística máxima, seja 
ela oral ou escrita. Um texto é superior à oração, que está dotada de sentido e de uma 
mensagem completa. A extensão do texto pode ser variável. Enquanto a estrutura do texto 
existe uma organização da forma e do conteúdo. 
 
Ocasionalmente, a definição de texto é utilizada para nomear o corpo de uma obra, 
seja ela impressa ou manuscrita, fazendo oposição a tudo aquilo que vai separado do 
mesmo. O texto é somente o corpo principal de um livro; não se considera como texto o 
que está escrito na capa, o índice, etc. 
 
Entre as características de um texto, podemos encontrar o que se denomina como 
coerência; as diferentes ideias que apresentam as coerências devem ser de contribuição 
para a criação de uma ideia geral; a coesão, onde todas as sequencias de significado estão 
inter-relacionadas, e a adequação, onde se devem apresentar todas as condições para 
chegar ao seu leitor ideal. 
https://www.grupoescolar.com/wp-content/uploads/2021/03/o-que-e-um-texto-D5.jpg
 
 
8 Leitura e Produção de Textos Multimodais 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
O termo texto é derivado etimologicamente do vocábulo latino textus, que significa 
alguma coisa tecida ou algo entrelaçado. Este entrelaçado define como texto uma serie de 
anúncios sistemáticos e previstos de coerência dispostos a que sejam expressos de forma 
tanto oral como escrita.” 
 
Enfim, qualquer produção linguística, seja ela falada ou escrita, de qualquer 
tamanho, que possa fazer sentido numa situação de comunicação humana, isto é, numa 
situação de interlocução, pode ser considera como texto. 
 
2.2. Classificação dos textos 
Segundo Conceitos (2017), “da mesma forma, no contexto atual da propagação das 
mídias digitais, o conceito texto é também dirigido a um tipo específico de documento, da 
qual é possível divulgar conteúdos escritos com a possibilidade de extensão para imagens, 
tabelas, gráficos, algoritmos e um grande número de suplementos que excedem a única 
organização da linguagem convencional. Igualmente, a definição de texto se torna 
extensiva à comunicação quase informal que surge dos sistemas de chat - especialmente 
das redes sociais - e que apresentam uma pré-codificação em termos da redução das 
quantidades de caracteres. 
 
Além disso, o conceito texto está intimamente ligado a outro, no caso ao discurso, 
uma vez que este faz parte da geração de um texto por meio de um emissor em 
determinado contexto, com uma intenção comunicativa particular, sendo esta última sua 
função por excelência do texto. Nunca poderá haver um discurso sem um texto, afinal de 
contas o que motiva um discurso é o que se tem a dizer. 
 
Atualmente, muitos linguistas afirmam que a poderosa integração de ferramentas 
audiovisuais é uma forte razão para estabelecer uma divisão entre o discurso e o texto, 
argumentando que é possível emitir um discurso verdadeiro com as plenas ferramentas de 
difusão visual. 
 
No entanto, nem todos os especialistas concordam, pois consideram o uso de 
elementos multimídia como uma verdadeira linguagem independente,derivada da língua 
tradicional e que merece uma abordagem independente por parte da semiologia. 
 
 
 
9 Leitura e Produção de Textos Multimodais 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Os textos podem ser classificados de acordo com a forma como foram produzidos: 
 
 texto verbal: é formado apenas por palavras; 
 texto não-verbal: é formado por imagens, gestos, sons; 
 texto sincrético/multimodal/misto: é verbal e não-verbal simultaneamente 
(palavras + imagens, por exemplo, história em quadrinhos). 
 
Observe: 
 
Disponível em: https://sme.goiania.go.gov.br/conexaoescola/wp-content/uploads/2021/04/IMAGEM-
3-SERIE-e1618333622862.png Acesso em: 06 jul. 2022. 
 
 Agora, leia o texto a seguir: 
 
 
Disponível em: https://c1.staticflickr.com/9/8005/7265609492_b9a4162649_z.jpg 
Acesso em: 06 jan. 2016. 
 
 Esse texto foi produzido fazendo uso apenas de palavras, por isso ele deve ser 
classificado como um “texto verbal”. 
 
 Repare agora nessas outras imagens: 
 
https://sme.goiania.go.gov.br/conexaoescola/wp-content/uploads/2021/04/IMAGEM-3-SERIE-e1618333622862.png
https://sme.goiania.go.gov.br/conexaoescola/wp-content/uploads/2021/04/IMAGEM-3-SERIE-e1618333622862.png
https://c1.staticflickr.com/9/8005/7265609492_b9a4162649_z.jpg
 
 
10 Leitura e Produção de Textos Multimodais 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
 
Disponível em: 
https://www.google.com.br/search?q=sinais+de+tr%C3%A2nsito&biw=1517&bih=732&tbm=isch&tbo=u&sou
rce=univ&sa=X&sqi=2&ved=0ahUKEwiWwP7G7pzKAhWGIJAKHaUPCQQQsAQIIQ&dpr=0.9#tbm=isch&q=
sinais+de+tr%C3%A2nsito+-+siga+em+frente&imgrc=BN-3m2wJv2ZhKM%3A Acesso em: 06 jan. 2016. 
 
As imagens acima são placas utilizadas na sinalização de trânsito. Observe que elas 
não possuem nenhuma palavra escrita, mas elas transmitem uma mensagem. 
 
Se você já tirou sua carteira de habilitação, tenho certeza de que já estudou o 
significado dessas placas e consegue interpretá-las perfeitamente. A primeira indica que 
não é permitido buzinar. As outras duas indicam que é proibido virar à esquerda e proibido 
virar à direita. As duas possuem a mesma função, indicando que não se deve seguir pela 
via que indicam, representada pela seta proibitiva. Essas placas informam que a rua é de 
contramão (sentido contrário ao que você iria trafegar). Assim, concluímos que a 
sinalização é autoexplicativa. 
 
Agora, veja a charge a seguir: 
 
https://www.google.com.br/search?q=sinais+de+tr%C3%A2nsito&biw=1517&bih=732&tbm=isch&tbo=u&source=univ&sa=X&sqi=2&ved=0ahUKEwiWwP7G7pzKAhWGIJAKHaUPCQQQsAQIIQ&dpr=0.9#tbm=isch&q=sinais+de+tr%C3%A2nsito+-+siga+em+frente&imgrc=BN-3m2wJv2ZhKM%3A
https://www.google.com.br/search?q=sinais+de+tr%C3%A2nsito&biw=1517&bih=732&tbm=isch&tbo=u&source=univ&sa=X&sqi=2&ved=0ahUKEwiWwP7G7pzKAhWGIJAKHaUPCQQQsAQIIQ&dpr=0.9#tbm=isch&q=sinais+de+tr%C3%A2nsito+-+siga+em+frente&imgrc=BN-3m2wJv2ZhKM%3A
https://www.google.com.br/search?q=sinais+de+tr%C3%A2nsito&biw=1517&bih=732&tbm=isch&tbo=u&source=univ&sa=X&sqi=2&ved=0ahUKEwiWwP7G7pzKAhWGIJAKHaUPCQQQsAQIIQ&dpr=0.9#tbm=isch&q=sinais+de+tr%C3%A2nsito+-+siga+em+frente&imgrc=BN-3m2wJv2ZhKM%3A
 
 
11 Leitura e Produção de Textos Multimodais 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
Disponível em: http://www.querodesenho.com/wp-content/uploads/2011/10/1210charge1.jpg 
Acesso em: 06 jan. 2016. 
Você percebeu que ela é composta por imagens e por palavras? Por isso esse texto 
é classificado como sincrético ou seja, é um texto multimodal. 
 
Sem a junção de ambos não conseguiríamos compreender a mensagem que o autor 
procurou transmitir. A leitura e interpretação correta do texto fazem uma crítica à forma com 
que as crianças de hoje brincam. O menino que usa boné puxa com um caminhão de 
brinquedo, tido como um “brinquedo tradicional e antigo”, assim como seu avô, enquanto 
as demais pessoas estão com seus aparelhos tecnológicos (smartphones, tablets), os 
“brinquedos modernos”. A charge indica ainda que os pais contemporâneos são inovadores 
e atuais, e não criariam seus filhos com brinquedos de madeira, ao contrário dos avós, que 
estimulam esse tipo de brincadeira. 
 
Os textos são compostos por diversas partes e para entendê-los em sua totalidade, 
precisamos lembrar o significado de cada parte não é autônomo, mas depende das outras 
com que se relaciona. Seu significado global não é uma simples soma de suas partes, mas 
é obtido pelas diversas relações que se estabelecem entre elas. 
 
2.3. O texto multimodal 
Conforme afirmam Porfirio, Souza e Cipriano (2015), “os documentos textuais 
presentes nas práticas cotidianas trazem consigo não apenas a linguagem verbal escrita, 
mas também um amplo contingente de recursos visuais. Partindo desse pressuposto, há 
um infinito contingente de elementos imagéticos e visuais, que podem ser empregados na 
composição textual com fins a acarretar determinados efeitos de sentido, como é o caso, 
da seleção das cores empregadas em um dado texto, da seleção do tipo de letra, do formato 
e da cor etc.” 
 
De acordo com Moraes (2007), hoje, a composição textual está cada vez mais 
calcada na mescla da escrita e a imagem, estando tais elementos fazendo parte de uma 
relação quase que indissociável. Essa junção advém da propagação tecnológica, que tem 
deflagrado, nos últimos anos, uma intensa adesão ao plano visual. Esse contexto marcado 
pela difusão tecnológica tem carreado a efervescência de novos formatos textuais. O texto 
http://www.querodesenho.com/wp-content/uploads/2011/10/1210charge1.jpg
 
 
12 Leitura e Produção de Textos Multimodais 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
assume, hoje, a condição de multimodal. O que tem facultado a promoção de novas formas 
e maneiras de ler. 
 
Luna (2002) também adere a essa perspectiva, mostrando como o texto pode ser 
algo construído pelos variados registros da linguagem. Para a autora, a construção textual 
advém da conexão/ união das múltiplas formas da linguagem – verbal [escrita e oral] e não-
verbal [visual]. Isso transcende a perspectiva de texto calcada na supremacia da 
modalidade escrita da linguagem. O texto é, hoje, algo multimodal. 
 
Dionísio (2007) define o texto multimodal como um processo de construção textual 
ancorado na mobilização de distintos modos de representação. Isso remete não apenas 
aos textos escritos, mas também aos orais. Diante dessa acepção, a multimodalidade 
discursiva abarca não só a linguagem verbal escrita, como também outros registros, tais 
como: a linguagem oral e gestual. Na fala da referida autora, “palavras e gestos, palavras 
e entonações, palavras e imagens, palavras e tipografia, palavras e sorrisos, palavras e 
animações etc.” (p. 178). 
 
2.4. Texto e contexto 
Agora você já sabe que o texto não é um aglomerado de frases, ele precisa ter 
coerência; suas partes precisam estar relacionadas entre si. Se não considerarmos as 
relações de uma parte com as outras que compõem o texto, é possível que não entendamos 
seu sentido. 
 
O sentido de uma frase depende do contexto dentro do qual está inserido. O contexto 
é uma unidade linguística maior em que se insere uma unidade menor. 
 
Do latim contextus, o contexto é o ambiente físico ou situacional (conjunto de 
circunstâncias) a partir do qual se considera um facto. Esse ambiente pode ser 
material (“O ladrão aproveitou o ambiente agreste para se esconder no meio da 
vegetação”) ou simbólico (o ambiente histórico, cultural ou outro). O contexto é 
constituído por um conjunto de circunstâncias (como o local e o tempo) que ajudam 
a compreender a mensagem. Disponível em: http://conceito.de/contexto Acesso 
em: 06 jan. 2016. 
 
 
Assim, a oração serve de contexto para a palavra; o período, para a oração; o texto 
integral de um romance, para cada capítulo. 
http://conceito.de/contexto
 
 
13 Leitura e Produção de Textos Multimodais 
Universidade Santa Cecília - Educaçãoa Distância 
LETRA PALAVRA ORAÇÃO PERÍODO PARÁGRAFO 
 
 O contexto pode ser explícito, quando está expresso linguisticamente, de modo 
evidente, ou implícito, quando não precisa ser verbalizado, porque pode ser depreendido a 
partir da situação; ele depende do conhecimento de mundo do leitor. 
 
Existem dois tipos de contexto: o linguístico e o situacional. O contexto linguístico é 
representado pela letra, palavra, frase, parágrafo. Ele depende de fatores associados à 
produção da mensagem. Por isso, dizemos que o contexto linguístico depende tanto da 
gramática, da sintaxe e do léxico. 
 
Já o contexto situacional é formado por informações que estão fora do texto, sejam 
elas históricas, geográficas, sociológicas, literárias. Ele é essencial para uma leitura mais 
eficaz, aproximando o interlocutor/leitor do sentido que o locutor/escritor quis imprimir ao 
texto. 
 
Outra consideração importante a se fazer é que todo texto possui uma intenção, não 
é uma peça isolada. Leia o texto a seguir. Você entende claramente a mensagem? 
 
Maria: devo ir ao rio amanhã sem falta. 
Quero que você me rezerve, um lugar, a noite, no onibus das 8 para lá. 
Beto 
 
A mensagem é clara? Precisa? Bem escrita? Você deve ter percebido que o texto é 
confuso e deixa dúvidas, além de conter erros ortográficos e semânticos. 
 
Vamos agora reescrever o bilhete: 
 
Maria, 
Bom dia! 
Compre para mim uma passagem para o Rio de Janeiro, no ônibus leito que sai às 20h de 
amanhã (4ª feira). 
Grato, 
Beto 
 
 
 
14 Leitura e Produção de Textos Multimodais 
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E então? As informações do bilhete são mais facilmente entendidas? Você deve ter 
notado que existem mais detalhes e que não há mais erros ortográficos e semânticos. 
 
Isso ocorre porque há uma preocupação na elaboração do texto. Portanto, os 
elementos da comunicação e as funções da linguagem são os primeiros e principais 
elementos responsáveis pela unidade lógica de sentido no processo comunicativo, ou seja, 
pelo texto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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3. A MULTIMODALIDADE E AS INFORMAÇÕES IMPLÍCITAS 
 
Objetivo: 
Compreender a importância das informações implícitas. 
 
Introdução: 
É importante que você relembre que a linguagem é o recurso que permite ao 
indivíduo exercer suas atividades sociais. As pessoas são seres sociais produzidos por 
processos interativos, nos quais há ação recíproca. A base da vida social é a interação. É 
ela que socializa indivíduos e forma suas personalidades. 
 
Além disso, você deve saber que o discurso contém um conteúdo que é evidente, 
claro e objetivo, chamado de explícito; e outro que está baseado na interpretação do 
leitor/falante, que está escondido nas entrelinhas do texto, chamado de implícito. 
 
 
Disponível em: https://i.ytimg.com/vi/kKsuhINm8AY/maxresdefault.jpg Acesso em: 06 jul. 2022. 
Entenda que: 
 
 Explícito: é de senso comum e de fácil entendimento, deixa bem claro, sem 
dúvidas, ou seja, fala ou transmite diretamente. São aquelas manifestadas pelo 
autor no próprio texto. 
 Implícito: Fica nas entrelinhas, requerendo um conhecimento mais específico, 
fala indiretamente. Muitas vezes, para efetuarmos uma leitura eficiente, é preciso 
ir além do que foi dito explicitamente. 
 
https://i.ytimg.com/vi/kKsuhINm8AY/maxresdefault.jpg
 
 
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3.1. Texto explícito e implícito 
Observe a foto a seguir: 
 
 
Disponível em: http://www.orm.com.br/orm/sgportal/fotos/200627_placa-aviso-tubarao-praia-de-boa-viagem-
size-598.jpg Acesso em: 20 fev. 2016. 
 
Este é um aviso presente em muitas praias pernambucanas. A placa deixa evidente 
que esta região está sujeita a ataques de tubarão. O texto escrito, as cores e o desenho 
contribuem para este alerta. 
 
Agora repare no seguinte: ao ler a placa, o banhista que estiver nesta praia vai 
entender que deve ter cuidado ao entrar na água por conta dos tubarões; ou seja, deve 
evitar tomar banho de mar. 
 
Lembre-se sempre que as informações implícitas não são manifestadas pelo autor 
no texto, mas podem ser subentendidas. Muitas vezes, para efetuarmos uma leitura 
eficiente, é preciso ir além do que foi dito, ou seja, ler nas entrelinhas. 
 
Por exemplo, observe este enunciado: 
 
Patrícia parou de tomar refrigerante. 
 
A informação explícita é “Patrícia parou de tomar refrigerante”. A informação implícita 
é “Patrícia tomava refrigerante antes”. 
 
Agora, veja este outro exemplo: 
http://www.orm.com.br/orm/sgportal/fotos/200627_placa-aviso-tubarao-praia-de-boa-viagem-size-598.jpg
http://www.orm.com.br/orm/sgportal/fotos/200627_placa-aviso-tubarao-praia-de-boa-viagem-size-598.jpg
 
 
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Felizmente, Patrícia parou de tomar refrigerante. 
 
A informação explícita é “Patrícia parou de tomar refrigerante”. A palavra “felizmente” 
indica que o falante tem uma opinião positiva sobre o fato – essa é a informação implícita. 
 
Com esses exemplos, mostramos como podemos inferir informações a partir de um 
texto. Fazer uma inferência significa concluir alguma coisa a partir de outra já conhecida. 
Esta é uma habilidade fundamental para a interpretação adequada dos textos e dos 
enunciados. 
 
3.2. Pressupostos e subentendidos 
Um texto pode ter dois tipos de informações implícitas, isto é, que podem ser 
inferidas: o pressuposto e o subentendido. 
 
Pressuposto: é uma ideia não expressa de maneira explícita, mas pode ser 
compreendida logicamente a partir do significado de certas palavras ou expressões 
contidas no texto. É um recurso argumentativo que tem por objetivo levar o receptor a 
aceitar certas ideias, transformando-o em cúmplice. O pressuposto aprisiona o receptor ao 
sistema de pensamento do emissor. 
 
Marcadores de pressupostos: existem algumas palavras ou expressões que indicam 
a presença de pressupostos. São elas: 
 
 adjetivos (ou palavras similares); 
 verbos que indicam mudança ou permanência de estado (por exemplo: 
permanecer, continuar, tornar-se, vir a ser, ficar, passar [a], deixar [de], começar 
[a], principiar [a], converter-se, transformar-se, etc); 
 verbos que indicam um ponto de vista sobre o fato expresso pelo seu 
complemento (ex.: pretender, supor, alegar, presumir, imaginar); 
 certos advérbios; 
 orações adjetivas (explicativas e restritivas); 
 certas conjunções 
 
 
 
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Veja os exemplos a seguir: 
 
A espera dos candidatos pelo gabarito oficial acabou. 
 
(marcador de pressuposto: verbo que indica mudança de estado) 
(pressuposto: os candidatos estavam esperando o resultado.) 
 
Pessoas que fazem cursinhos passam mais rápido no vestibular. 
 
(marcador de pressuposto: oração adjetiva restritiva) 
(pressuposto: há pessoas que não fazem cursinho) 
 
Lembre-se que uma informação é considerada pressuposta quando um enunciado 
depende dela para fazer sentido. 
 
Considere, como mais um exemplo, a seguinte pergunta: “Quando Patrícia voltará 
para casa?”. Esse enunciado só faz sentido se considerarmos que Patrícia saiu de casa, 
ao menos temporariamente – essa é a informação pressuposta. Caso Patrícia se encontre 
em casa, o pressuposto não é válido, o que torna o enunciado sem sentido. 
 
Repare que as informações pressupostas estão marcadas através de palavras e 
expressões presentes no próprio enunciado e resultam de um raciocínio lógico. Portanto, 
no enunciado “Patrícia ainda não voltou para casa”, a palavra “ainda” indica que a volta de 
Patrícia para casa é dada comocerta pelo falante. (SOUZA, 2015) 
 
Subentendido: é uma insinuação, não marcada linguisticamente, contida em um 
texto. Suponhamos que uma pessoa estivesse em visita à casa de outra num dia de frio 
intenso e uma janela, por onde entravam rajadas de vento, estivesse aberta. Se o visitante 
dissesse “Que frio terrível”, poderia estar insinuando “Feche a janela”. 
 
Ao contrário das informações pressupostas, as informações subentendidas não são 
marcadas no próprio enunciado, são apenas sugeridas, por isso dizemos que elas 
dependem do conhecimento de mundo do destinatário e de sua perspicácia. 
 
 
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Segundo Souza (2015), o uso de subentendidos faz com que o enunciador se 
esconda atrás de uma afirmação, pois não quer se comprometer com ela. Por isso, dizemos 
que os subentendidos são de responsabilidade do receptor, enquanto os pressupostos são 
partilhados por enunciadores e receptores. 
 
Em nosso cotidiano, somos cercados por informações subentendidas. A publicidade, 
por exemplo, parte de hábitos e pensamentos da sociedade para criar subentendidos. Já a 
anedota é um gênero textual cuja interpretação depende a quebra de subentendidos. 
 
Diferenças entre pressuposto e subentendido: 
 O pressuposto é sempre uma informação estabelecida como verdade, tanto para o 
emissor quanto para o receptor – ela está no enunciado e vem marcada linguisticamente 
no texto. O pressuposto é uma extensão daquilo que foi dito e não pode ser negado. 
 
O subentendido está presente na enunciação e é de responsabilidade do receptor. 
Abre-se a possibilidade de o emissor negar que tenha comunicado aquilo que o receptor 
disse entender. 
 
 Para exemplificar como as informações implícitas estão presentes nos textos 
multimodais, observe a questão a seguir, que estava na prova do Enem de 2010: 
 
Texto I 
 
Época. 12 out. 2009 (adaptado). (Foto: Reprodução/Enem) 
 
 
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Texto II 
CONEXÃO SEM FIO NO BRASIL 
Onde haverá cobertura de telefonia celular para baixar publicações para o Kindle 
 
Época. 12 out. 2009. (Foto: Reprodução/Enem) 
 
A capa da revista Época de 12 de outubro de 2009 traz um anúncio sobre o 
lançamento do livro digital no Brasil. Já o texto II traz informações referentes à abrangência 
de acessibilidade das tecnologias de comunicação e informação nas diferentes regiões do 
país. A partir da leitura dos dois textos, infere-se que o advento do livro digital no Brasil 
 
a) possibilitará o acesso das diferentes regiões do país às informações antes 
restritas, uma vez que eliminará as distâncias, por meio da distribuição virtual. 
b) criará a expectativa de viabilizar a democratização da leitura, porém esbarra na 
insuficiência do acesso à internet por telefonia celular, ainda deficiente no país. 
c) fará com que os livros impressos se tornem obsoletos, em razão da diminuição 
dos gastos com os produtos digitais gratuitamente distribuídos pela internet. 
d) garantirá a democratização dos usos da tecnologia no país, levando em 
consideração as características de cada região no que se refere aos hábitos de 
leitura e acesso à informação. 
e) impulsionará o crescimento da qualidade da leitura dos brasileiros, uma vez que 
as características do produto permitem que a leitura aconteça a despeito das 
adversidades geopolíticas. 
 
Resolução: 
 
 
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Observe que o enunciado da questão usa o verbo “inferir”, ou seja, espera-se que o 
candidato seja capaz de chegar a uma conclusão a partir da leitura dos dois textos. Nesse 
caso, a leitura dos textos separadamente pode levar o candidato ao erro. A partir da leitura 
do gráfico, o candidato deve inferir que a telefonia celular abrange apenas uma parte do 
território brasileiro, o que atrapalha a democratização do livro digital. Portanto, a alternativa 
correta é a letra B. 
 
Sintetizando: 
 
Disponível em: https://4.bp.blogspot.com/-lNIvgoY1biI/WPphg5CfR4I/AAAAAAAAAEs/ZjfyEjMZP8c235o-
LAz0yF0qtTutrEOFQCLcB/s1600/ps.jpg Acesso em: 11 jul. 2022. 
 
 Pressuposto: Trata-se do conteúdo que faz parte de um acordo tácito entre o 
autor e o leitor em relação ao seu repertório, não precisando ser referido 
explicitamente. Se o leitor não identificar um pressuposto no texto, sua 
compreensão ficará prejudicada. Ao mesmo tempo, não é imperioso que o 
leitor concorde com o pressuposto de um texto, mas que o entenda. 
 Subentendido: Trata-se do conteúdo que não foi expresso diretamente, mas 
a análise da frase pode sinalizar. Na seguinte declaração: “o que 
consideravam felicidade era ver um bom filme num pequeno televisor, mas 
confortável, agarradinho com alguém especial, debaixo de um bom cobertor 
https://4.bp.blogspot.com/-lNIvgoY1biI/WPphg5CfR4I/AAAAAAAAAEs/ZjfyEjMZP8c235o-LAz0yF0qtTutrEOFQCLcB/s1600/ps.jpg
https://4.bp.blogspot.com/-lNIvgoY1biI/WPphg5CfR4I/AAAAAAAAAEs/ZjfyEjMZP8c235o-LAz0yF0qtTutrEOFQCLcB/s1600/ps.jpg
 
 
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(ainda mais nesse frio)”. A expressão nesse frio deixa subentendido que no 
momento da redação do texto estava frio, na opinião da autora. 
 Inferência: Trata-se do raciocínio executado pelo leitor para ler nas 
entrelinhas, identificando conteúdos pressupostos, subentendidos e, a partir 
daí, delineando a ideologia que preside ao texto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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4. QUADRINHOS, CARTUM, CHARGE 
 
Objetivo: 
Conhecer as características dos textos multimodais: quadrinhos, cartum, charge. 
 
Introdução: 
Segundo Silva (2020), “a multimodalidade é conceituada como uma multiplicidade 
de linguagens articuladas que contribuem para a construção de significados no texto. Um 
texto multimodal apresenta um repertório variado de recursos semióticos (escritos, orais, 
visuais, gestuais, entre outros) geradores de sentidos, mobilizados organizadamente em 
contextos de produção.” 
 
Sob a ótica de Kress (2010), a multimodalidade é um método de criação de 
significados semióticos que mobilizam signos diversos a fim de produzir sentidos, tais como 
a imagem utilizada para otimizar o tempo de leitura, a escrita para revelar o que seria difícil 
de mostrar e a cor como destaque de aspectos específicos da mensagem geral. 
 
Partindo dessa perspectiva, para tratar os textos/gêneros multimodais nas aulas de 
linguagem, é necessário que o professor compreenda que, em contextos de 
multimodalidade, as imagens são referências da realidade, utilizadas para legitimar 
argumentos e fatos relatados e descritos. (SILVA, 2020) 
 
4.1. Quadrinhos 
Segundo Aidar (2022) história em quadrinhos - ou HQ - é o nome dado à arte de 
narrar histórias através de desenhos e textos em sequência, normalmente na horizontal. 
 
Essas histórias possuem os fundamentos básicos das narrativas: enredo, 
personagens, tempo, lugar e desfecho. No geral, são textos multimodais, pois apresentam 
linguagem verbal e não-verbal. 
 
Os artistas utilizam diversos recursos gráficos nesse gênero textual para trazer o 
leitor para "dentro" da história contada. 
 
 
 
24 Leitura e Produção de Textos Multimodais 
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Para comunicar as falas das personagens, por exemplo, são empregados balões 
com textos escritos. O formato desses balões também transmite intenções distintas. Por 
exemplo, balões com linhas contínuas sugerem uma fala em tom normal; os balões com 
linhas tracejadas indicam que a personagem está sussurrando; os balões em forma denuvens apontam pensamentos; já os balões com traços pontiagudos exibem gritos. (AIDAR, 
2022). 
 
Outro recurso bastante explorado são as onomatopeias, definidas como palavras 
que tentam reproduzir os sons. Exemplo: “cabrum”, como o som de trovão; “tic-tac”, como 
o som dos ponteiros do relógio, entre outros. 
 
Também são exploradas as letras de tipos diferentes e sinais de pontuação, sempre 
buscando a interação com o leitor. 
 
Os suportes mais usados para a publicação das histórias em quadrinhos são os 
jornais, as revistas e os gibis, tanto na forma física como na digital. 
 
Segundo Aidar (2022), no Brasil, a primeira revista em quadrinhos chamou-se O 
Tico-Tico e foi publicada em 1905 pelo periódico O Malho. Idealizada pelo artista Renato 
de Castro, foi influenciada pela HQ francesa La Semaine de Suzette e teve como 
personagem mais popular o garoto Chiquinho. 
 
Mas foi apenas em 1960 que o público brasileiro teve um gibi inteiramente colorido, 
com a publicação de A Turma do Pererê, do cartunista Ziraldo. O gibi foi apresentado pela 
Editora O Cruzeiro e trazia personagens inspirados na cultura nacional. 
 
Foi também na década de 60 que surgiu a história em quadrinhos mais conhecida 
do Brasil, a Turma da Mônica, criada pelo paulistano Maurício de Souza. A revistinha fez 
tanto sucesso que hoje é publicada em mais 40 países e traduzida em 14 idiomas. 
 
 
 
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Disponível em https://static.todamateria.com.br/upload/ev/ol/evolucaoturmadamonica-
cke.jpg?auto_optimize=low Acesso em: 07 jul. 2022. 
 
Certamente você também já ouviu falar das tirinhas. Geralmente, a tirinha é 
publicada diariamente ou semanalmente. É um tipo de desenho feito para criticar os valores 
da nossa sociedade. 
 
Até podemos dizer que se trata de um subgênero dos quadrinhos. Porém, as 
sequências são muito mais curtas e dificilmente têm mais de quatro quadros. 
 
 
O normal é que a tirinha preencha um campo pré-estabelecido no jornal, revista, site 
ou rede social. Ainda que um único quadrinho ocupe todo esse espaço, não podemos dizer 
que é um cartum, propriamente dito. 
 
Observe o exemplo a seguir: 
 
 
Disponível em: https://i.pinimg.com/564x/6b/c5/89/6bc589d7bf3d304cd3f890c954a36c31.jpg Acesso em: 07 
jul. 2022. 
 
https://static.todamateria.com.br/upload/ev/ol/evolucaoturmadamonica-cke.jpg?auto_optimize=low
https://static.todamateria.com.br/upload/ev/ol/evolucaoturmadamonica-cke.jpg?auto_optimize=low
https://i.pinimg.com/564x/6b/c5/89/6bc589d7bf3d304cd3f890c954a36c31.jpg
 
 
26 Leitura e Produção de Textos Multimodais 
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4.2. Cartum 
Conforme afirma Diana (2022) o cartum é um gênero jornalístico considerado 
opinativo ou analítico que critica, satiriza e expõe situações por meio do grafismo e humor. 
 
Abrange, hoje, praticamente todos os veículos de difusão da informação gráfica: 
jornais, revistas e a internet. 
 
O termo cartum é uma forma aportuguesada do termo inglês cartoon (cartão) e que 
tem origem na palavra italiana cartone. Se utiliza de elementos da história em quadrinhos, 
como balões, cenas e as onomatopeias. 
 
A aplicação do termo ocorreu pela primeira vez em 1840, pela revista Punch. A 
publicação divulgou uma série de cartuns em uma paródia aos frescos do Palácio de 
Westminster. Os desenhos foram adaptados em sátira aos acontecimentos da política 
econômica da época. 
 
Segundo Diana (2022), por meio do cartum, o veículo expõe a opinião, e ponto de 
vista em um desenho que pode, ou não, ser acompanhado de legenda. Também pode ser 
considerado uma forma de levar ao público leitor, de maneira diferenciada e rápida, o 
debate sobre os mais variados temas da atualidade. 
 
Observe que o cartum a seguir é um recurso jornalístico, como o do Pasquim, de 
Ziraldo: 
 
 
 
27 Leitura e Produção de Textos Multimodais 
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Disponível em: https://static.todamateria.com.br/upload/56/a5/56a5431497fbd-cartum.jpg Acesso em: 07 jul. 
2022. 
 
Esse tipo de gênero jornalístico empresta das artes plásticas os elementos 
necessários para a apresentação ágil da mensagem transmitida pelo interlocutor. O 
grafismo, se utilizando do humor, satiriza situações, momentos e pessoas. (DIANA, 2022) 
 
São características do cartum: 
 
 Gênero textual constituído de linguagem não-verbal; 
 Sátira; 
 Humor; 
 Ironia; 
 Cômico; 
 Flexibilidade; 
 Associação da linguagem verbal ao desenho expressivo; 
 Imagens atemporais; 
 Entrelaça palavras, imagens e sentido. 
 
De acordo com Diana (2022), nas artes plásticas, o cartum é considerado uma arte 
estética gráfica. No jornalismo é um aporte de informação, que como o editorial, expressa 
particularidades do veículo difusor. É um gênero textual constituído de linguagem não 
verbal. 
 
Embora se utilize da estética gráfica, se utiliza da linguística ao recorrer à associação 
do desenho à escrita. Na imprensa, também é aplicado um subgênero, que é o cartum de 
situação da atualidade, que se apropria, além da estética gráfica, da filosofia sócio-política. 
 
No cotidiano jornalístico, o cartum apresenta ao leitor referências de mundo 
semelhantes ao dele. É embasado em crítica cultural e ética, expondo os personagens alvo, 
revelando suas particularidades, singularidades, posições sociais e políticas. 
 
https://static.todamateria.com.br/upload/56/a5/56a5431497fbd-cartum.jpg
 
 
28 Leitura e Produção de Textos Multimodais 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
4.3. Charge 
Para Diana (2022), a charge é um gênero jornalístico que se utiliza da imagem para 
expressar à coletividade o posicionamento editorial do veículo. É uma crítica carregada de 
ironia e que reflete situações do cotidiano. 
 
O termo charge é oriundo do francês charger e que significa carga, exagero e ataque 
violento. As charges retratam situações da atualidade. 
 
A charge a seguir, do Jornal O Pasquim, é sobre o Brasil na Copa de 1982: 
 
 
Disponível em: https://static.todamateria.com.br/upload/56/a5/56a547271e5ff-charge.jpg Acesso em: 07 jul. 
2022. 
 
Diana (2022) afirma que por meio da charge, o leitor tem a capacidade de 
compreender a dinâmica de acontecimentos ocorridos em todo o mundo. O chargista, como 
é chamado o profissional que desenha charges, precisa estar inteiramente familiarizado 
https://static.todamateria.com.br/upload/56/a5/56a547271e5ff-charge.jpg
 
 
29 Leitura e Produção de Textos Multimodais 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
com os assuntos jornalísticos para conseguir retratar e transmitir a mensagem em um único 
quadro de elementos gráficos. 
 
São características da charge: 
 
 Retrata a atualidade; 
 É usada em uma notícia que retrata um fato social ou político de relevância; 
 Se origina na notícia jornalística; 
 Reflete na imagem o posicionamento editorial do veículo; 
 A charge também pode ser chamada de texto visual em que utiliza o humor ao 
mesmo tempo em que critica; 
 Como se alimenta da novidade, é tida como uma narrativa efêmera; 
 Caso não venha acompanhada de uma notícia, pode não ser compreendida pelo 
leitor. 
Atente para algo importante: o elemento de tempo é a principal diferença entre charge 
e cartum. Enquanto a charge retrata situações atuais embasadas em notícias, o cartum é 
utilizado para criticar e satirizar situações atemporais. 
 
 
 
30 Leitura e Produção de Textos Multimodais 
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5. INFOGRÁFICOS, ANÚNCIOS, MAPA MENTAL 
 
Objetivo: 
Conhecer as características dos textos multimodais: infográficos, anúncios, mapa 
mental. 
 
Introdução: 
Segundo Silva (2020), os professores precisam promover o desenvolvimento de 
habilidades necessárias à interpretação de textos multimodais. Essa abordagemleva 
também a mudanças nas formas de interação entre professores e alunos, por meio de 
novas práticas de letramento. Entenda-se letramento como práticas sociais de 
reconhecimento, compreensão e produção de textos, e também como um conjunto de 
competências culturais para construir significados sociais reconhecíveis. 
 
De acordo com Rojo (2012), os novos gêneros discursivos são modos de significar 
e representar configurações que trazem novas feições para a leitura, por se valerem de 
hipertextos (textos escritos que permitem ao leitor escolher um caminho de leitura não-
linear a partir de sequências associativas), multimídias (apresentação de informações por 
meio de recursos diversos) e hipermídias (sistema que permite a exibição de informações 
a partir de links que acionam outros documentos). 
 
 
5.1. Infográficos 
Segundo Chagas (2020), os infográficos são conteúdos visuais que utilizam tanto de 
textos verbais, quanto não verbais — que podem variar entre imagens, ilustrações, 
pictogramas etc. Trata-se de uma mistura entre texto, recursos visuais e design, na qual 
um complementa o outro, com o objetivo de sempre melhorar a compreensão do leitor. 
 
O infográfico é um conteúdo explicativo que une informações verbais e visuais, 
transmitindo dados e conceitos de forma fácil. Isso garante o entendimento do leitor mesmo 
em temas complexos. Infografias costumam conter textos, ilustrações, gráficos, sons, 
ícones e outros tipos de mídia em sua produção. 
 
Para Chagas (2020) “a criação de infográficos pode parecer um desafio e tanto, afinal, 
é necessário mesclar um design atrativo com um conteúdo de qualidade.” 
 
 
31 Leitura e Produção de Textos Multimodais 
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Para iniciar a criação de infográficos, é preciso primeiramente compreender por que 
eles se tornaram uma tendência mundial. Segundo Chagas (2020), o uso e veiculação 
destes materiais cresceu exponencialmente nos últimos anos, mais precisamente, a partir 
do ano de 2011, quando as buscas pelo tema aumentaram cerca de 800%. O motivo para 
que isso acontecesse foi a percepção de que, em ambientes digitais, destacam-se os 
conteúdos mais objetivos e fáceis de serem absorvidos. 
 
O autor salienta ainda que na prática, vemos infográficos em diversos meios de 
comunicação presentes no nosso dia a dia. No jornal que lemos durante o café da manhã, 
nos noticiários, livros e principalmente, na internet (em ebooks, sites e redes sociais). A 
internet é feita de informações e quando a informação que desejamos transmitir não é tão 
atrativa, ou apresenta um nível de complexidade um pouco maior, infográficos são a saída 
perfeita para informar e atrair a atenção do usuário. 
 
Os principais recursos visuais utilizados na elaboração de infográficos são: 
 
 Linguagem verbal: comumente utiliza-se linguagem verbal em títulos, legendas, 
blocos de textos, valores e quantidades (entre outras informações numéricas). 
 Linguagem esquemática: nessa categoria podemos encontrar elementos que 
representam conceito abstratos como setas indicando direções, elementos que 
indiquem movimento (como linhas usadas para indicar que um objeto está se 
movendo). 
 Linguagem pictórica: a linguagem pictórica abrange representações mais literais 
de objetos concretos do mundo físico, como a fotografia, por exemplo. 
 
A imagem a seguir exemplifica o infográfico: 
 
 
32 Leitura e Produção de Textos Multimodais 
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Disponível em: https://static.significados.com.br/foto/infografico-complexo_bg.jpg Acesso em: 07 jul. 2022. 
 
5.2. Anúncios 
O termo anúncio pode ser aplicado em diferentes contextos, sempre com o 
significado de divulgar algo. Todo anúncio tem o objetivo de comunicar sobre algo 
publicamente. 
Segundo Sousa (2022), o termo anúncio é derivado do latim “annuntius“, que possui 
o significado de “o que anuncia”. Podemos ter um anúncio feito na televisão, sendo uma 
notícia ou mesmo um comercial, por exemplo. Esse anúncio terá o propósito de apresentar 
alguma coisa, sendo na maioria das vezes feito por uma empresa ou profissional ou, ainda, 
por uma figura pública. 
 
Ainda podemos ter um anúncio feito por uma pessoa sobre algum fato importante. 
Conheça os principais tipos de anúncios (SOUSA, 2022): 
 
 Pronunciamento: um anúncio pode ser uma mensagem deixada por alguém 
como um político ou alguma figura pública, tendo esse o objetivo de comunicar 
uma ação importante para um determinado público, por exemplo: 
o O prefeito fará um anúncio hoje das medidas que tomará para impedir o 
avanço da doença na cidade; 
o A cantora fez um anúncio ao público sobre a sua aposentadoria; 
https://static.significados.com.br/foto/infografico-complexo_bg.jpg
 
 
33 Leitura e Produção de Textos Multimodais 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
o O ator fez um anúncio por meio da sua assessoria de imprensa sobre o 
ocorrido naquele dia. 
 Anúncio publicitário: trata-se de uma forma de apresentar para o público um 
produto, serviço ou uma marca. Os comerciais que passam na televisão, na 
internet e em jornais e revistas, por exemplo, são anúncios publicitários. Esse 
tipo de anúncio tem o objetivo de atrair o público para que conheçam uma marca 
ou adquiram um produto ou serviço que é apresentado. Para a criação de um 
anúncio publicitário são usados diferentes tipos de elementos, por exemplo: 
imagens, vídeo, texto, áudio etc. Nos dias de hoje, as marcas cuidam para que 
a mensagem transmitida por meio dos seus anúncios seja de acordo com os 
interesses do seu público, pois apenas assim elas conseguirão atrair a atenção 
deles e alcançar o objetivo proposto. Como mencionado, um anúncio publicitário 
tende a ser um texto multimodal: pode ser em vídeo ou em texto e imagem ou, 
ainda, apenas em texto (mas esse tipo é mais raro). 
 Anúncios na internet: hoje temos boa parte dos anúncios sendo elaborados para 
apresentação na internet. Quanto a isso, podemos mencionar os anúncios na 
internet em texto, links, anúncios em vídeo, imagem com texto etc. Diferente de 
anúncios na televisão, rádio, revistas etc., os anúncios feitos para a internet 
permitem maior interação do público. A pessoa que se depara com esse anúncio 
pode fazer um clique na imagem, link, banner ou outro recurso e ser direcionado 
para o site da marca que o fez. E essa marca consegue usar ferramentas para 
medir o desempenho desse anúncio (saber quanto cliques ele recebeu, a 
localização de quem clicou, etc.), diferente do que seria no caso de anúncios em 
outras mídias, como a televisão. Os anúncios pela internet podem acontecer por 
meio de sites, blogs, redes sociais, e-mail marketing, links patrocinados, etc. É 
comum que se chame a estratégia de usar a internet como forma de divulgar 
uma marca de marketing digital. Na internet, os anúncios costumam ser 
chamados de “ads”, que é um termo em inglês com o significado de anúncio ou 
publicidade, mas geralmente esses são os anúncios que as pessoas ou 
empresas pagam para que apareçam em diferentes locais na internet. No que 
diz respeito aos anúncios em imagem com textos, podemos tomar como exemplo 
os outdoors, os anúncios em revistas, jornais etc. Inclusive, há ainda os anúncios 
na internet em sites, blogs, entre outros. Já sobre os anúncios em vídeo, eles 
são aqueles que são transmitidos na televisão e pela internet. Esse tipo de 
anúncio acaba conseguindo evocar um sentimento no público até de modo mais 
 
 
34 Leitura e Produção de Textos Multimodais 
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fácil do que seria com um anúncio em imagem e texto, posto que há ali elementos 
com mais dinâmica, podendo usar música e outras linguagens. 
 
Observe o anúncio a seguir: 
 
Disponível em: https://neilpatel.com/wp-content/uploads/2019/10/https-static-portugues-com-br-conteudo-
images-ca.jpegAcesso em: 08 jul. 2022. 
 
No anúncio do Ministério da Saúde em prol da vacinação infantil, podemos observar 
o uso de “argumentos de força” para a persuasão. A peça se caracteriza por um discurso 
que não permite diálogo com o interlocutor, expondo de forma lógica e inequívoca o que 
precisa ser feito: tomar a vacina contra a paralisia infantil. 
 
Para construir um anúncio assim, é preciso ter cuidado redobrado com a linguagem, 
sempre se certificando que transmite a mensagem com autoridade e de maneira assertiva. 
 
5.3. Mapa mental 
O mapa mental é uma forma gráfica de representar uma ideia ou um conceito. É uma 
ferramenta visual que ajuda a estruturar informação, para permitir uma melhor análise e 
gerar novas ideias. 
 
Segundo Ebradi (2022), o mapa mental é um diagrama no qual você coloca ideias e 
informações de uma maneira mais fácil de memorizar. Para isso, ele apresenta caminhos 
relacionados a um tema central. O mapa mental é muito importante para os estudos. 
https://neilpatel.com/wp-content/uploads/2019/10/https-static-portugues-com-br-conteudo-images-ca.jpeg
https://neilpatel.com/wp-content/uploads/2019/10/https-static-portugues-com-br-conteudo-images-ca.jpeg
 
 
35 Leitura e Produção de Textos Multimodais 
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Para que um mapa mental seja, efetivamente, útil aos estudos, ele deve estabelecer 
associações e conexões. Para tanto, é possível aplicar alguns recursos que facilitam para 
as sinapses, como os seguintes: 
 
 linhas curvas; 
 cores; 
 símbolos; 
 palavras isoladas, em vez de frases; 
 disposição hierárquica. 
 
O mapa mental pode ser utilizado em diversas situações, como para estudar na EAD, 
na preparação para prestar concurso e até para organizar as tarefas de trabalho. Veja 
alguns exemplos de uso dos mapas mentais: (SOPHIA, 2021) 
 
 Brainstorming: o mapa mental é uma ferramenta poderosa para brainstorming. 
Ele ajuda a focar no tópico, criar novas ideias e a conexão entre elas. Seja usado 
individualmente ou em equipe, ele incentiva o pensamento criativo. 
 Resolução de Problemas: se você está se sentindo confuso com algum 
problema, o mapa mental pode ajudá-lo a ponderar todas as questões e como 
elas se relacionam entre si. Pode ajudar a visualizar rapidamente a totalidade da 
situação e criar uma solução. 
 Tomada de Decisões: o mapa mental também é muito útil quando você precisa 
de tomar decisões e comparar todos os fatores relacionados. Conseguir 
visualizar todos os pontos vai ajudar a tomar uma decisão mais consciente. 
 Tomada de Notas: estudantes ou profissionais de negócios podem usar mapas 
mentais para anotar as informações de uma palestra, apresentação ou reunião 
de negócios. Os mapas mentais podem ajudar a organizar informações de 
maneira lógica, facilitando a compreensão e o acompanhamento. Um mapa 
mental é uma maneira eficaz de fazer anotações. 
 Apresentações: os mapas mentais podem ser de grande ajuda durante uma 
apresentação e são uma forma interessante de apresentar ideias ou conceitos. 
O mapa permite organizar as ideias de forma coerente e a arte visual torna mais 
fácil captar a atenção da audiência. 
 
 
36 Leitura e Produção de Textos Multimodais 
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 Gestão de Projetos: o mapa mental também pode ajudar a planear projetos e 
aumentar a produtividade. Além disso, é possível converter facilmente para um 
gráfico de Gantt. 
 Acelerar Estudo: o mapa mental também vai acelerar as suas habilidades de 
estudo e retenção com a combinação de gráficos e informações. 
 
A seguir, vamos apresentar os maiores benefícios de aplicá-lo: (EBRADI, 2022) 
 Favorece a memorização: a maneira com que o mapa mental é estruturado 
costuma facilitar a memorização do assunto, uma vez que a nossa memória 
funciona melhor a partir de associações visuais e verbais. 
 Desenvolve a criatividade: para aproveitar melhor a técnica, é preciso usar a 
imaginação e criar um conteúdo relevante usando imagens, cores e associações. 
 Contribui para a organização de ideias: Caso seu maior problema seja a 
necessidade de organizar ideias, não se preocupe, porque o mapa mental 
também é eficaz para esse fim. Afinal, ele ajuda na visualização de prioridades 
e na compreensão de um tópico a partir de um panorama. 
 
Você, professor, pode ajudar seus alunos a fazerem um mapa mental. Siga o passo 
a passo a seguir para saber como elaborar um deles: (EBRADI, 2022). 
 
 Defina o tema principal: inicialmente, é necessário definir qual é o assunto 
principal do mapa. Esse deve ser o título do diagrama e ser resumido, ou seja, é 
o problema central que guia o brainstorming. 
 Elenque os subtópicos: a partir da ideia inicial, você vai começar a desenvolver 
ramificações, isto é, os subtópicos do mapa, realizando associações. Cada ramo 
pode ser escrito com uma cor diferente para ajudar na memorização. 
 Faça um desenho simples em cada palavra-chave principal: no momento da 
construção do mapa mental, não deixe de incluir recursos visuais, pois eles são 
uma das chaves do sucesso dessa técnica. Podem ser desde símbolos até 
desenhos e imagens mais completos, que ajudem a identificar e relembrar o 
conteúdo. 
 Inclua no fechamento de cada estudo: ao concluir o estudo de uma matéria, você 
pode fazer um mapa mental sobre o tema para ajudá-lo no momento da revisão. 
Assim, a hora de rever o assunto se torna mais rápida e eficiente. 
 
 
37 Leitura e Produção de Textos Multimodais 
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O mapa mental pode ser feito manualmente, mas também existem diversos softwares 
que podem te auxiliar a elaborá-lo. Veja a seguir, alguns exemplos: 
 
 
Disponível em: https://i.ytimg.com/vi/bjm_NIYjj7o/sddefault.jpg Acesso em: 08 jul. 2022. 
 
 
Disponível em: https://fia.com.br/wp-content/uploads/2022/06/mapas-mentais-para-que-serve.jpg Acesso 
em: 08 jul. 2022. 
 
 
 
 
https://i.ytimg.com/vi/bjm_NIYjj7o/sddefault.jpg
https://fia.com.br/wp-content/uploads/2022/06/mapas-mentais-para-que-serve.jpg
 
 
38 Leitura e Produção de Textos Multimodais 
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6. MULTIMODALIDADE, TEXTOS E TECNOLOGIA 
 
Objetivo: 
Entender a relação existente entre multimodalidade, texto e tecnologia. 
 
Introdução: 
Hoje precisamos entender sobre os aspectos da multimodalidade nas práticas 
textuais e leitoras, pois isso revela informações importantes que deverão situar as práticas 
docentes em sala de aula. Por de trás da elaboração de um texto, ou da realização duma 
leitura, deve-se perceber a intencionalidade do lugar de fala do interlocutor, bem como os 
valores semióticos imbricados nas práticas sociais. 
 
Segundo Ribeiro (2021, p.20), em sua obra “Multimodalidade, textos e tecnologias: 
provocações para a sala de aula”, “a leitura mobiliza uma série de conhecimentos de leitores 
que temos hoje”. Para a estudiosa, “[…] a leitura é semovente, isto é, ela se compõe de um 
leque amplo – e cada vez mais amplo – de elementos, que vão das habilidades cognitivas 
de quem lê até suas escolhas de “consumo” […]”. 
 
Como se sabe, a leitura se modifica no tempo e no espaço, dadas as circunstâncias 
que permeiam o ato de apropriação do conhecimento por parte do leitor. Assim, a prática 
leitora se modifica conforme o sentido fornecido pelo leitor do texto, haja vista que ela “[…] 
se relaciona ao modo como o leitor ou leitora a executam ou produzem, fazendo dela 
sentido ou não”. (RIBEIRO, 2021, p.21). 
 
6.1. A multimodalidade e os textos 
Segundo Rojo (2012), as junções das mais variadas formas de linguagem verbal e 
visual possuem a finalidade de disseminar a informação por meio de mensagens que 
tendem a modificar ideias, sentimentos e comportamentos, ou seja, a composição de textos 
por meio de muitas linguagens “É o que tem sido chamado de multimodalidade ou 
multissemiosedos textos contemporâneos”. 
 
Segundo Rojo (2012), a multimodalidade não é apenas a soma de linguagens, mas 
a interação entre linguagens diferentes em um mesmo texto.” Essa interação de diferentes 
linguagens se dá pela articulação entre palavras e imagens. 
 
 
39 Leitura e Produção de Textos Multimodais 
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Sendo assim, cores, imagens, disposição da escrita e das imagens presentes no 
texto e a formatação textual são características /elementos multimodais, os quais 
evidenciam a pretensão comunicativa do texto, contribuindo de forma significativa para a 
elaboração de significado por parte do leitor. 
 
As junções de todos esses componentes pertencentes aos planos verbal e visual 
contribuem para que no decorrer da leitura, o leitor produza efeitos de sentido. O trabalho 
com multimodalidade abrange não apenas a linguagem escrita, mas, sobretudo a 
linguagem visual. (PELECHATE; CHINCOVIAK, 2019) 
 
Inúmeros tipos de textos, suscetíveis a modificações, circulam em nosso cotidiano, 
dando lugar a novos gêneros discursivos como afirma Rojo (2012) na citação abaixo. 
 
Esses “novos escritos”, obviamente, dão lugar a novos gêneros discursivos, quase 
diariamente: chats, páginas, tweets, posts, ezines, funclips etc. E isso se dá porque 
hoje dispomos de novas tecnologias e ferramentas de “leitura-escrita”, que, 
convocando novos letramentos, configuram os enunciados/textos em sua 
multissemiose ou multimodalidade. 
 
Quando lemos um texto, lemos de maneiras diferenciadas, pois cada indivíduo 
agrega ao texto os estímulos visuais e sensoriais já internalizados, adquiridos de outras 
experiências anteriores. (PELECHATE; CHINCOVIAK, 2019). 
 
Segundo Kress e Van Leeuwen (1996), a imagem, como parte integrante do texto 
escrito, contribui para o leitor compreender a semiótica da composição textual e a ideia 
principal do produtor do texto. 
 
A escolha do modo de realização do discurso que está mais apto a um propósito 
específico, a um público e à ocasião da produção do texto […] que envolve seleção 
da forma material de realização entre um repertório cultural e do modo que o 
produtor julga ser mais efetivo em relação aos seus propósitos e o discurso a ser 
articulado. 
 
6.2. Multimodalidade e tecnologia 
De acordo com Pelechate e Chincoviak (2019), a praticidade e o dinamismo nos 
meios de comunicação da atualidade ganham destaque por suas formas diferenciadas de 
se apresentarem ao mundo/sociedade, como também ganham destaque as novas práticas 
de comunicação e suas maneiras de significar os indivíduos. 
 
 
40 Leitura e Produção de Textos Multimodais 
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Vivemos uma época em que a sociedade se encontra imersa em uma crescente 
revolução da linguagem. Sem que percebamos, estamos envoltos por gêneros multimodais 
em nossas ações comunicativas. 
 
Definimos multimodalidade como o uso de diversos modos semióticos na 
concepção de um produto ou evento semiótico, juntamente com o modo particular 
segundo o qual esses modos combinados – podem, por exemplo, reforçar-se 
mutualmente (“dizer a mesma coisa de formas diferentes”), desempenhar papéis 
complementares. (KRESS; VAN LEEUWEN, 2001). 
 
Conforme afirmam Pelechate e Chincoviak (2019), ao analisar a definição sobre o 
conceito de multimodalidade defendido por Kress e Van Leeuwen, pode-se compreender 
multimodalidade como um reflexo das maneiras como os indivíduos nascidos sob as 
tecnologias de informação interagem entre si, trazendo para a comunicação, seja verbal ou 
escrita, a influência de outros e o modo particular de se expressar. 
 
Ser letrado digital pressupõe assumir mudanças nos modos de ler e escrever os 
códigos e sinais verbais e não-verbais, como imagens e desenhos, se compararmos às 
formas de leitura e escrita feitas no livro, até porque o suporte sobre o qual estão os textos 
digitais é a tela, também digital. 
 
 
Disponível em: https://cdn.e-konomista.pt/uploads/2019/12/revolucao-tecnologica-GI-425x318.jpg Acesso 
em: 08 jul. 2022. 
 
https://cdn.e-konomista.pt/uploads/2019/12/revolucao-tecnologica-GI-425x318.jpg
 
 
41 Leitura e Produção de Textos Multimodais 
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Atualmente, percebe-se que a linguagem verbal e a linguagem visual são 
indissociáveis. Observa-se em muitos meios de comunicação a relevância da junção 
desses dois tipos de linguagem, como no caso das propagandas comerciais e, 
principalmente, com grande destaque para as redes sociais e aplicativos de conversa por 
mensagens instantâneas, como é o caso do WhatsApp. 
 
Segundo Pelechate e Chincoviak (2019), com milhões de usuários pelo mundo, o 
aplicativo WhatsApp dissemina o uso frequente e em crescente expansão dos gêneros 
multimodais. O WhatsApp contribui para construção de discursos multimodais, no qual seus 
usuários têm a possibilidade de mesclar /combinar o uso de palavras e emoji, nova 
denominação para emoticons, de origem japonesa. 
 
Em meados da década de 90, após surgir a necessidade de uma ferramenta de 
comunicação fácil e rápida, Shigetaka Kurita (principal criador) e sua equipe, 
criaram o que hoje denomina-se emoji. Inicialmente, eram menos de 200 carinhas 
/ícones capazes de expressar as mais variadas formas de sentimentos, porém, anos 
mais tarde, novas empresas uniram-se a ideia de Kurita e desenvolveram inúmeros 
conjuntos de emojis. (PELECHATE; CHINCOVIAK, 2019, p. 6) 
 
 
Com a criação de vários ícones, os usuários passaram a incorporar aos textos 
digitais os emojis, utilizando-se dos mesmos para expressarem ideias fixas e estados de 
humor. 
 
Disponível em: https://s2.glbimg.com/dkFIekG6BWU0PLO7e28FBgww-
UE=/696x390/smart/filters:cover():strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_08fbf48bc0524877943fe86e43087e7
a/internal_photos/bs/2022/b/z/esLMiYQyG42prRhBDEMg/novos-emojis-do-ios-15.4.jpg Acesso em: 08 jul. 
2022. 
 
Os inúmeros ícones /símbolos utilizados no WhatsApp são os mais variados 
possíveis e, facilmente visualizados. Incluem carinhas com expressões diferenciadas, 
plantas e animais, bandeiras, relógios, setas indicativas, sinais de trânsito, variados tipos 
https://s2.glbimg.com/dkFIekG6BWU0PLO7e28FBgww-UE=/696x390/smart/filters:cover():strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_08fbf48bc0524877943fe86e43087e7a/internal_photos/bs/2022/b/z/esLMiYQyG42prRhBDEMg/novos-emojis-do-ios-15.4.jpg
https://s2.glbimg.com/dkFIekG6BWU0PLO7e28FBgww-UE=/696x390/smart/filters:cover():strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_08fbf48bc0524877943fe86e43087e7a/internal_photos/bs/2022/b/z/esLMiYQyG42prRhBDEMg/novos-emojis-do-ios-15.4.jpg
https://s2.glbimg.com/dkFIekG6BWU0PLO7e28FBgww-UE=/696x390/smart/filters:cover():strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_08fbf48bc0524877943fe86e43087e7a/internal_photos/bs/2022/b/z/esLMiYQyG42prRhBDEMg/novos-emojis-do-ios-15.4.jpg
 
 
42 Leitura e Produção de Textos Multimodais 
Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 
alimentícios, gestos manuais, profissões, números, diversidade de etnias e casais entre 
outros. 
 
6.3. Multimodalidade, tecnologia e ensino 
Segundo Mello, Caetano e Souza (2019), a educação do século XXI conta com 
estudantes cada vez mais conectados às mídias digitais, o que impacta fortemente na 
abordagem do ensino que o professor deve utilizar. Sendo assim, há uma necessidade de 
orientação para que o docente consiga transformar suas aulas em espaços para formação 
integral dos indivíduos, pois a recepção do ensino não deve acontecer de forma passiva, 
sendo o professor o único detentor do conhecimento. 
 
Assim, destaca-se a relevância de uma base curricular que esteja atenta às novas 
demandas da educação e que considere os letramentos diversos, em especial, o letramento 
digital. 
 
Mello, Caetano e Souza (2019) dizem que as discussões sobre a importância de 
preparar o aluno para viver em uma sociedade tecnológica não são novas. Pelocontrário, 
desde o início do século XXI, com a criação dos PCN (Parâmetros Curriculares Nacionais), 
é que se discute a nova perspectiva de ensino que deve ser assumida pelos docentes em 
sala de aula. 
 
De acordo com Dionísio (2011, p. 39): 
 
Na sociedade contemporânea, a prática de letramento da escrita, do signo verbal, 
deve ser incorporada a prática de letramento da imagem, do signo visual. 
Necessitamos, então, falar em letramentos, no plural mesmo, pois a 
multimodalidade é um traço constitutivo do discurso oral e escrito. Faz-se 
necessário ressaltar, também, a diversidade de arranjos não padrão que a escrita 
vem apresentando na mídia em função do desenvolvimento tecnológico. Em 
consequência, os nossos habituais modos de ler um texto estão sendo 
constantemente reelaborados. 
 
Ainda que as práticas escritas tenham centralidade no contexto digital, percebe-se 
que o letramento digital se difere muito do letramento impresso, na medida em que permite 
um trabalho diferenciado com relação à multimodalidade. 
 
 
 
43 Leitura e Produção de Textos Multimodais 
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Disponível em: https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcSBLY3az-
SXgJug5AExNWS1c2uIqGnRwU_qvqgrwH95TyX7LmCyLCd7X2q-YLjD2j9QMiY&usqp=CAU Acesso em: 
08 jul. 2022. 
 
Acerca dos benefícios da multimodalidade na tela, Mello, Caetano e Souza (2019) 
afirmam que o modal na web 2.0 redefine a noção de autoria, já que o conteúdo multimodal 
pode ser criado em conjunto e constantemente editado por diversos usuários. Essa 
interação possibilita não só um diferente olhar acerca do trabalho em grupo, da 
aceitabilidade de opiniões distintas e da produção textual nos ambientes midiáticos, mas 
também contribui para que novas leituras e interpretações sejam feitas por diversas 
pessoas acerca de um mesmo texto. 
 
 No ambiente virtual, em que a multimodalidade está constantemente inserida, as 
interações entre usuários podem desenvolver diferentes caminhos para a leitura, pois a 
partir de ponto de partida que se escolhe para explorar uma tela da web, o sentido extraído 
também poderá ser modificado. 
 
Com relação à metodologia da multimodalidade, Dionísio (2015, p. 149) sinaliza que, 
apesar da maioria dos professores estarem cientes de que imagens ajudam a 
aprendizagem, ainda não há uma conexão estreita entre a palavra e a imagem veiculada 
nos manuais didáticos, o que leva à necessidade de um intercâmbio entre “a teoria dos 
gêneros com a teoria cognitiva da aprendizagem multimodal”. 
 
 
 
 
https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcSBLY3az-SXgJug5AExNWS1c2uIqGnRwU_qvqgrwH95TyX7LmCyLCd7X2q-YLjD2j9QMiY&usqp=CAU
https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcSBLY3az-SXgJug5AExNWS1c2uIqGnRwU_qvqgrwH95TyX7LmCyLCd7X2q-YLjD2j9QMiY&usqp=CAU
 
 
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