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ADMINISTRAÇÃO E ECONOMIA PROF. ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA Prof. André de Faria Thomáz ADMINISTRAÇÃO E ECONOMIA Marília/SP 2023 “A Faculdade Católica Paulista tem por missão exercer uma ação integrada de suas atividades educacionais, visando à geração, sistematização e disseminação do conhecimento, para formar profissionais empreendedores que promovam a transformação e o desenvolvimento social, econômico e cultural da comunidade em que está inserida. Missão da Faculdade Católica Paulista Av. Cristo Rei, 305 - Banzato, CEP 17515-200 Marília - São Paulo. www.uca.edu.br Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem autorização. Todos os gráficos, tabelas e elementos são creditados à autoria, salvo quando indicada a referência, sendo de inteira responsabilidade da autoria a emissão de conceitos. Diretor Geral | Valdir Carrenho Junior ADMINISTRAÇÃO E ECONOMIA PROF. ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 5 SUMÁRIO CAPÍTULO 01 CAPÍTULO 02 CAPÍTULO 03 CAPÍTULO 04 CAPÍTULO 05 CAPÍTULO 06 CAPÍTULO 07 CAPÍTULO 08 CAPÍTULO 09 CAPÍTULO 10 CAPÍTULO 11 CAPÍTULO 12 CAPÍTULO 13 CAPÍTULO 14 CAPÍTULO 15 07 16 29 41 50 62 74 91 103 113 127 138 152 165 177 TEORIA GERAL DA ADMINISTRAÇÃO AMBIENTES ORGANIZACIONAIS ESCOLAS ADMINISTRATIVAS PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DESENVOLVIMENTO DO MAPA ESTRATÉGICO FERRAMENTAS ADMINISTRATIVAS ADMINISTRAÇÃO DE MARKETING ESTRATÉGIA EMPRESARIAL ADMINISTRAÇÃO PRODUTIVA E DE MATERIAIS ADMINISTRAÇÃO DE PESSOAL O PROBLEMA E O FUNCIONAMENTO ECONÔMICO MACROECONOMIA E MICROECONOMIA TEORIA DOS CONSUMIDORES NEGÓCIOS INTERNACIONAIS TENDÊNCIAS ECONÔMICAS INTERNACIONAIS ADMINISTRAÇÃO E ECONOMIA PROF. ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 6 INTRODUÇÃO As entidades que atuam com administração e economia buscam metas sociais que visam a superação de desigualdades em favor de pessoas e de comunidades locais. Ou seja, o desenvolvimento socioeconômico de territórios locais é uma característica fundamental das organizações econômicas solidárias. A proposta fundamental deste modelo de desenvolvimento socioeconômico é se constituir enquanto uma estratégia de empoderamento socioeconômico de comunidades locais. A ideia é ao mesmo tempo desafiar e rejeitar o impacto das mazelas do capitalismo. É precisamente por essa razão que a economia solidária possui, além de uma face nitidamente econômica e social, um caráter político, na medida em que se estabelece, por conseguinte, enquanto movimento de resistência à dominação do capitalismo. Pode-se afirmar, assim, que a economia solidária é um movimento social voltado para o estabelecimento de uma reação cultural, política e econômica aos fenômenos contemporâneos do desemprego estrutural, do subemprego, da miséria e da exclusão social de populações. Tal movimento tem como propósito o estabelecimento de outra maneira de desenvolver processos produtivos, diferente daquela colocada em prática pelo modo de produção capitalista. Trata-se de uma proposta de organização socioeconômica local que pretende ser uma alternativa ao modo capitalista de desenvolvimento econômico. Os princípios socioeconômicos da solidariedade atuam de maneira decisiva como motores de desenvolvimento da economia solidária, e os da competitividade da economia capitalista. No entanto, é importante ter em mente que existem momentos de competitividade no desenvolvimento das atividades econômicas de caráter solidário, assim como existem momentos de solidariedade no desenvolvimento das atividades econômicas de caráter capitalista. Não se tratam, portanto, de dois princípios absolutos e excludentes. O que há é o privilégio do princípio da competitividade no desenvolvimento da economia dita “capitalista”, e o privilégio do princípio da solidariedade no desenvolvimento da economia. ADMINISTRAÇÃO E ECONOMIA PROF. ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 7 CAPÍTULO 1 TEORIA GERAL DA ADMINISTRAÇÃO 1 INTRODUÇÃO A Teoria da Administração pode ser considerada uma decorrência da Teoria das Organizações. Esta, por sua vez, é um conhecimento que possibilita compreender e ajustar os sistemas de gestão, a cultura organizacional, as relações de produção e poder, assim como as tendências nos campos de atuação da empresa. O que você deve perceber neste tópico, é que a Teoria da Administração é um meio para colocar em prática conceitos e ideias a respeito dos modelos de se administrar os negócios. A origem da Teoria da Administração está ligada ao surgimento das grandes empresas americanas e europeias no começo do século XX, e pode ser resumida em duas etapas ou referências, cada uma com as suas próprias características. Antes de explorarmos os conteúdos deste tópico, confira no Quadro 1 as abordagens, referências e pontos focais da unidade. ABORDAGEM REFERÊNCIA FOCO Abordagem Clássica Administração Científica Foco na tarefa Teoria Clássica Foco na estrutura Abordagem humanística Teoria das Relações Humanas Foco nas relações intergrupais Teoria Comportamental Foco nos comportamentos Abordagem sistêmica Teoria Geral de Sistemas Foco na tecnologia Teoria da Contingência Foco no ambiente Desenvolvimento Organizacional Foco na mudança Administração Holística Foco na gestão corporativa de negócios Quadro 1 – Etapas da Teoria da Administração Fonte: adaptado de Caravantes, Panno e Kloeckner (2005, p. 55-212) Neste tópico, você percorrerá duas etapas desde os anos 1910, observando a Administração Científica e a Teoria Clássica da Administração. O termo “clássico” significa que um conjunto de estudos e pesquisas práticas foi feito para tornar a ADMINISTRAÇÃO E ECONOMIA PROF. ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 8 produção das fábricas mais eficiente. Esse esforço envolveu inicialmente pesquisas sobre tempos e movimentos das tarefas, isto é, identificar o tempo gasto por uma pessoa qualificada e treinada, trabalhando em um ritmo normal, a fim de executar uma tarefa específica, e em um segundo momento, análises da montagem da estrutura organizacional das empresas. 2 ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA Consideramos a inclusão de Frederick Taylor como precursor da Administração Científica, na sua iniciativa de dividir o trabalho em funções que evitassem o desperdício. Tenha em mente ao longo do texto que, a partir dos primeiros estudos dos tempos e movimentos na organização produtiva das indústrias, foram elaboradas outras pesquisas que contribuíram para compreender a organização e seu ambiente competitivo. Esses estudos realçaram os aspectos humanos, os fatores relacionados aos sistemas de funcionamento da empresa ou as influências externas. Também se ocupam atualmente em estudar as empresas do tipo holística, isto é, aquelas que tentam reunir todos esses aspectos no seu ambiente organizacional. 2.1 FREDERICK TAYLOR Até meados do século XVIII, as “empresas” eram elaboradas a partir de oficinas simples, pequenas unidades produtivas artesanais, geralmente familiares, cujo objetivo era a subsistência ou o escambo (troca de mercadorias). Cada artesão ou granjeiro se responsabilizava por todas as tarefas de manufatura do produto. Não havia preocupação com a divisão das atividades e o local físico dos intercâmbios comerciais eram as feiras. Logo verificou-se a necessidade de melhorar o resultado comercial, mas não havia padrões de qualidade. Figura 1 – Fábrica de fusíveis – Woolwich Arsenal (século XIX) Fonte: https://bit.ly/3EWbLCl. Acesso em: 11 Jan. 2023. ADMINISTRAÇÃO E ECONOMIA PROF. ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 9 Pois bem, durante a Revolução Industrial, mesmo com o surgimento e desenvolvimento das fábricas (como demonstra a foto), durante o século XIX, este problema foi levado para o interior destas organizações, causando enormes prejuízos como desperdíciode material, baixo nível de produtividade e custos elevados de fabricação. Chamamos a sua atenção para o fato de que a ideia de dividir os processos em tarefas, determinar padrões para cada uma delas e elaborar processos mecânicos operacionais na busca por um produto de melhor qualidade, foi de Frederick Taylor, no início do século XX, nos EUA. Assim, surgiu a Escola de Administração Científica, baseada na análise e padronização das tarefas, medição dos movimentos e facilitação do comando e controle do processo de produção. Taylor acreditava que os operários eram naturalmente acomodados e não se importavam com a tarefa em si, razão pela qual a maioria deles trabalhava devagar em vez de andar rápido na execução das tarefas. E havia mais: os trabalhadores compreendiam que não deveriam contribuir com maior quantidade de trabalho pelo salário que recebiam. É importante considerar que havia um contexto de transformação provocado pela Segunda Revolução Industrial (1860), “com a substituição do ferro pelo aço, do vapor pelo petróleo e a energia elétrica, sem falar da automação e do conhecimento de novas técnicas de produção e de trabalho para dar conta da demanda crescente” (CARAVANTES; PANNO; KLOECKNER, 2005, p. 56-57). 2.2 PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA O que Taylor defendia é que os procedimentos mecânicos, executados pelos trabalhadores, pudessem preencher alguns requisitos em conformidade com os princípios da Administração Científica. No Quadro 2, você pode conferir o resumo desses princípios. PRINCÍPIOS DESCRIÇÃO 1º Princípio Para cada atividade do trabalho deve ser elaborado um método científico que possa substituir a mesma atividade realizada antes no modelo empírico (baseado na prática). 2º Princípio Os operários devem ser instruídos de forma individualizada e detalhada em termos da realização técnica do seu trabalho. 3º Princípio Todas as fases do trabalho devem ser controladas, observando se as atividades e tarefas estão sendo executadas de acordo com as instruções fornecidas. 4º Princípio Todas as operações ligadas ao preparo da tarefa devem ser diferenciadas das tarefas de execução. O trabalho do operário deve ser vinculado somente à execução. Quadro 2 – Princípios da Administração Científica Fonte: adaptado de Taylor (1990) ADMINISTRAÇÃO E ECONOMIA PROF. ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 10 Observe que diferentemente da falta de padronização que ocorria até o final do século XIX, temos agora uma divisão especializada do trabalho. A consequência disso é que as queixas poderiam ser atribuídas igualmente aos operários e gerentes. Essa divisão do trabalho nunca fora vista e permanece atualmente nas organizações, pois a figura dos gerentes é parte integrante de qualquer estrutura organizacional. Segundo Caravantes, Panno e Kloeckner (2005, p. 59), os elementos básicos que caracterizaram a Administração Científica podem ser assim descritos: • usar o estímulo de um dia adequado de trabalho associado a um pagamento adequado; • selecionar os melhores trabalhadores para cada tarefa; • treinar e capacitar os selecionados em cada tarefa; • determinar o melhor modo ou técnica de executar a tarefa; • esperar os ganhos da empresa em desempenho aprimorado de seus empregados. 3 TEORIA CLÁSSICA DA ADMINISTRAÇÃO Na Europa, outro grupo também desenvolveu análises do desempenho organizacional. Ao descrever este processo, o ponto de partida era a grande gestão das empresas, resultando em pesquisas sobre departamentalização. Em decorrência disso, surge uma estrutura da organização que pudesse ser percebida, além de uma descrição dos departamentos, em termos de suas funções. 3.1 HENRY FAYOL Seu maior representante foi o francês Henry Fayol, que por meio de seus estudos e experiências em cargos de direção, concluiu que a empresa era uma instituição com objetivos econômicos e financeiros, constituída de órgãos internos e que o seu processo produtivo era uma consequência desse arranjo. Chiavenato (2014) lembra que quando Henry Fayol publicou como ele entendia ser a divisão da empresa, ele a separou em seis funções básicas, conforme visto na Figura 2. Figura 2 – As seis funções básicas da organização - Fayol Fonte: adaptado de Chiavenato (2021, p. 80-82) ADMINISTRAÇÃO E ECONOMIA PROF. ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 11 Em sua obra Administração Geral e Industrial (1916), Fayol descreveu estas funções identificando que a concepção administrativa é a que deveria coordenar as demais, uma vez que englobam os elementos básicos da administração: planejamento, organização, comando, coordenação e controle. Esse sistema ficou conhecido como POCC. • Planejar as ações gerenciais prevendo objetivos e recursos necessários; • Organizar as atividades, responsabilidades e o uso dos recursos; • Coordenar a execução das atividades; • Controlar o alcance dos objetivos esperados. As demais funções do quadro se referem às atribuições da empresa moderna que surgia. Deveria haver um setor comercial, relacionado às vendas, compras e trocas. A função contábil deveria cuidar dos inventários, registros, balanços, custos e estatísticas, originando o departamento de contabilidade. Os lançamentos contábeis exigiram uma função financeira, capaz de gerenciar os investimentos e os lucros. A função técnica referia-se à produção de bens e serviços. A função de segurança dizia respeito à proteção e preservação dos bens e das pessoas. Repare que assim como Taylor, esse arranjo incluiu a figura do gerente no conhecimento administrativo, o qual deveria buscar padrões para lidar com os processos da administração. “Fayol introduziu essa estrutura imaginando que a função administrativa também permitiria a implantação de um ecossistema organizacional dividido em departamentos com funções, responsabilidades e níveis hierárquicos definidos” (CHIAVENATO, 2021, p. 85-86). 3.2 COMPARAÇÃO DOS MODELOS Então, você já percebeu que alguns pontos aproximam as propostas de Taylor e Fayol simbolizando os aspectos que permitem incluí-los na concepção da administração clássica? De fato, conforme Caravantes, Panno e Kloeckner (2005), há três fatores a considerar. Em primeiro lugar, suas experiências tiveram origem na indústria, uma vez que as análises nas empresas comerciais e de serviços somente anos mais tarde seriam objetos dos estudiosos. Em segundo lugar, suas teorias gerenciais foram desenvolvidas após pesquisas técnicas e experimentos, não constituindo uma reflexão de origem teórica. E por fim, ambos se tornaram reconhecidos no campo da Administração como portadores de uma visão orgânica e mecanicista das organizações, ou seja, desconsiderando os aspectos das relações humanas. ADMINISTRAÇÃO E ECONOMIA PROF. ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 12 Ao comparar os modelos de Taylor e Fayol, observe as semelhanças e contradições, conferindo o Quadro 3. ABORDAGEM ÊNFASE TERMOS UTILIZADOS ÓTICA REPRESENTANTES OBRA TAYLOR Administração científica Na tarefa Organização racional Divisão das tarefas Simplificação Especificação Tempos e movimentos De baixo para cima Taylor Ford Gilbreth Gantt Emerson Princípios da Administração Científica (EUA, 1903) FAYOL Anatômica e Fisiológica Na estrutura Funções POCC De cima para baixo Fayol Ulrich Weber Administração Industrial e Geral (França, 1916) Quadro 3 – As abordagens de Taylor Fonte: Caravantes, Panno e Kloeckner (2005, p. 62) Você deve ter reparado que no quadro foram destacados outros representantes da administração científica: Ford, Gilbreth, Gantt e Emerson. Todos eles aperfeiçoaram ou criticaram os princípios tayloristas e merecem ser citados. Figura 3 – Linha de produção em série Fonte: https://bit.ly/3GWT82L. Acesso em: 11 Jan. 2023. ADMINISTRAÇÃO E ECONOMIA PROF. ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 13 Segundo Caravantes, Panno e Kloeckner (2005), Henry Ford aprimorou os conceitostayloristas, por meio da produção em série, utilizada em sua empresa, a Ford Motor Company, uma das maiores empresas automobilísticas globais. Ressaltamos alguns pontos de interesse sobre sua contribuição. • A produção em série iniciada na Ford consistia em padronização de tarefas, computação dos tempos de parada na esteira rolante, tempo de produção, quantidade de produtos e ganhos sociais pela oferta de bens. Os custos baixaram, a produtividade aumentou, houve tendência de queda de preços, em função do aumento da oferta. • Henry Ford era um administrador de ética elevada, que desenvolveu vários princípios econômicos e sociais, isto é, ele acreditava na utilidade social da empresa e do empregador, nas relações sociais entre empregados e empregadores, porém tudo isso apoiado na elevação dos níveis de produtividade e intensificação dos processos de produção. • Ford defendia a integração das indústrias para se tornar mais independente dos fornecedores. A integração vertical se dá quando empresas do mesmo grupo operam para abastecer a principal. A integração horizontal ocorre quando as empresas do mesmo grupo trabalham em segmentos diferentes para alavancar o mercado, aproveitando os recursos disponíveis. A integração diagonal é uma mesclagem das formas anteriores. A produção em série, na verdade, teria sido criada mais de 100 anos antes do que se convencionou na história. Em 1798, Eli Whitney (inventor da máquina de processar algodão) reorganizou a forma de produzir armas para atender a produção de 10 mil mosquetes encomendada pelo governo americano. Construiu ferramentas e definiu um fluxo integrado de produção, dividindo os postos de trabalho. Fonte: CAXITO, F. Recrutamento e seleção de pessoas. Curitiba: IESDE Brasil, 2008. 3.3 DEMAIS REPRESENTANTES Quanto aos demais representantes, veja o Quadro 4 que resume de forma sintética as contribuições de cada um deles. ADMINISTRAÇÃO E ECONOMIA PROF. ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 14 FRANK GILBRETH • Estudioso obsessivo dos movimentos dos trabalhadores. • Concluiu estudos de “terligs” (17 movimentos manuais executados pelos operários) e o “wink” (medida padrão desses movimentos). • Criou o fluxograma, uma ferramenta visual que indica a sequência de tarefas, utilizada até os dias atuais. HENRY GANTT • Preocupou-se com os critérios de pagamento dos operários e as condições de trabalho. • Criou o Gráfico de Gantt, por meio do qual são demonstrados dois momentos da empresa: o planejado (metas e objetivos) e o realizado (efetivamente concluído). HARRINGTON EMERSON Conhecido como o organizador da eficiência, isto é, preocupou-se em como realizar melhor as tarefas (foco no processo). • Desenvolveu também estudos para melhorar a eficácia da produção (objetivos e resultados alcançados). Quadro 4 – Colaboradores da Administração Científica Fonte: adaptado de Chiavenato (2021, p. 89-97) Observe que cada um dos representantes mostrados no Quadro 4 contribuiu com alguma teoria ou pesquisa em busca dos fundamentos científicos da organização, na busca por elevar os níveis de produtividade das empresas. Do mesmo modo, você reparou que Fayol teve seguidores ou contribuições: Urwick, Weber e Rathenau. O Quadro 5 resume suas concepções. L. F. URWICK • Ofereceu maior alcance às funções administrativas da organização, descritas por Fayol, introduzindo a investigação e o planejamento às cinco funções originais (administração, contábil, financeira, comercial, segurança e técnica). • Propôs que as empresas fossem organizadas em torno dos objetivos mais amplos (estrutura de comando, coordenação e controle), e não em torno das pessoas. MAX WEBER • Idealizador da burocracia, na qual o valor das normas escritas (documentos, regras) deveria prevalecer sobre os depoimentos orais, fortalecendo as ideias de unidade de comando, direção e hierarquia. • O processo burocrático de Weber era composto por sete princípios: formalização, divisão do trabalho, hierarquia, impessoalidade, competência técnica, administração e propriedade e profissionalização. RATHENAU • Sua preocupação era focada na racionalidade da estrutura das empresas, composta de uma expressão econômica (segmento do mercado) e o Estado (interventor). • Convidado a integrar o Conselho do Reich (Alemanha) para a produtividade, propôs diversos comitês para a administração e produção econômica, padronização, condições de entrega, pesquisas sobre o trabalho e fomento do emprego de materiais usados. Quadro 5 – Colaboradores de Henry Fayol Fonte: adaptado de Chiavenato (2021, p. 89-97) ADMINISTRAÇÃO E ECONOMIA PROF. ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 15 ISTO ESTÁ NA REDE Link: https://www.youtube.com/watch?v=jSTs1PaoCYg Perceba que Taylor não contribui apenas com uma série de procedimentos técnicos, mas sua preocupação foi criar um sistema de produção eficiente, atrelar o sucesso do indivíduo ao sucesso da organização e alinhar as propostas de racionalização e divisão do trabalho a uma aceitação incondicional, uma vez que contribuiriam para o sucesso organizacional do negócio e consequentemente do trabalhador. ANOTE ISSO Repare que os princípios da Administração Científica defendem a padronização das tarefas, substituindo as atividades que anteriormente eram feitas de forma prática. Conforme o segundo princípio, essa padronização deveria ser treinada individualmente por cada operário. Observe que isto conduz ao terceiro princípio, o controle de cada tarefa, para saber se está sendo feito de acordo com o padrão estabelecido. E por fim, a especialização de tarefas divide as responsabilidades: gerentes preparavam a tarefa, enquanto ao operário competia a sua execução. https://www.youtube.com/watch?v=jSTs1PaoCYg ADMINISTRAÇÃO E ECONOMIA PROF. ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 16 CAPÍTULO 2: AMBIENTES ORGANIZACIONAIS 1 INTRODUÇÃO Você sabia que o ambiente externo influencia diretamente as atividades de uma organização? Além disso, o ambiente interno está dentro das atividades comportamentais de cada departamento. O ambiente pode proporcionar vantagens para a instituição, como a alta das vendas, por exemplo, devido a um maior índice de indivíduos empregados. Porém, também pode apresentar desvantagens, como uma menor produção de mercadorias, em decorrência da falta de insumos no mercado. São diversas situações que poderão agir de forma a alterar a gestão de uma empresa. Assim, faz-se essencial que os gestores estejam atentos às alterações ocorridas no ambiente externo de suas organizações, sempre tentando prever contextos futuros e se adaptar antes que seja tarde demais, evitando situações como a entropia. A sinergia, ou seja, os ganhos em desempenho por meio de práticas combinadas de pessoas e de setores, apenas poderá ser estabelecida em um sistema organizado. Com a velocidade das transformações que ocorrem em virtude da globalização, torna-se cada vez mais vital para as organizações a capacidade de adequação às mudanças. Considerando-se que as “certezas” acerca do futuro são ilusórias, os gestores necessitam buscar uma compreensão mais apurada da realidade e dos riscos do mercado. Dessa forma, a construção de cenários é indispensável para o gestor do século XXI. 2 AMBIENTE ORGANIZACIONAL As empresas são sistemas abertos que recebem influências externas, as quais podem afetar seu funcionamento e seu desempenho. Assim, a análise ambiental ajuda a identificar tendências e serve como base para o diagnóstico de cenários futuros. Previsões bem elaboradas auxiliam no planejamento e na tomada de decisões e favorecem a descoberta e a avaliação de oportunidades e ameaças. Nesse sentido, é importante verificar a significância e a análise de cenários do ambiente organizacional. ADMINISTRAÇÃO E ECONOMIA PROF. ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 17 A incerteza sobre o futuro leva ao desenvolvimento de cenários.Essa técnica se torna essencial para trabalhar com ambientes complexos, pois possibilita criar possíveis cenários de mercado e avaliar sua probabilidade e seu impacto. Na literatura, podem ser encontrados diversos conceitos para o termo cenário. Barney (2007) afirma que cenário é uma visão internamente consistente do que o futuro pode ser e tem como principais funções a avaliação do que foi planejado, o apoio à elaboração de objetivos e de estratégias, a análise de alternativas, o estímulo à criatividade e a preparação para enfrentar mudanças. Figura 1 – Foco e objetivo Fonte: https://pixabay.com/pt/vectors/alvo-marketing-sucesso-o-neg%c3%b3cio-4859140/. Acesso em: 11 Jan. 2023. Não existe um modelo estabelecido ou regras para a construção de cenários. Há muitas variações, de modo que cada análise de cenário é singular e depende dos objetivos da empresa e da expertise dos elaboradores. Embora não haja um único modelo, o processo de planejamento de cenários, geralmente, é elaborado de acordo com uma lógica parecida com a proposta por Campos (2016), com as seguintes etapas: • enquadrar o desafio; • coletar informações; • identificar as forças; • definir as incertezas críticas de futuro; • gerar os cenários; • validar os cenários; • avaliar as lacunas e definir respostas possíveis; • identificar os sinais; • monitorar e atualizar os cenários. https://pixabay.com/pt/vectors/alvo-marketing-sucesso-o-neg%c3%b3cio-4859140/ ADMINISTRAÇÃO E ECONOMIA PROF. ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 18 Não se pode construir cenários (ambientes) sem entender as principais tendências que estão surgindo, as quais podem afetar, direta ou indiretamente, a organização. O ideal é coletar o máximo de informações possíveis sobre o desafio que se está tentando solucionar. Contudo, como se pode observar na etapa anterior, há diferentes tipos de desafios, o que significa que não existe um modelo padronizado que vai reunir toda a informação necessária para a empresa. A coleta de dados de forma periódica diminui a necessidade de correr contra o tempo para obter informações úteis antes do início de um planejamento de cenários. Figura 2 – Estrutura do planejamento Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/comece-pessoas-vale-do-sil%c3%adcio-593341/ Mas, e se a empresa nunca fez um planejamento de cenários? Como é possível identificar os fatores mais e menos relevantes para a empresa? Uma das maneiras de realizar essa análise é por meio de entrevistas in loco. Elas são tão relevantes que mesmo as empresas que possuem um vasto banco de dados costumam utilizar esse método para construir cenários. Ao entrevistar os stakeholders, o objetivo é identificar como eles imaginam o futuro em termos gerais. Ao realizar a entrevista, o responsável não deve induzir respostas e, muito menos, criticar o respondente. 2.1 CONCEITOS O ambiente organizacional é formado por controles internos e forças que permitem que as empresas e seus gestores possam desenvolver um planejamento estratégico mais exato sobre suas atividades e rotinas. A busca pelo diferencial competitivo se apresenta como atividade constante no contexto empresarial, pois empresas concorrentes e preferências dos consumidores mudam continuamente. A atividade de inovar se torna cada vez mais necessária para o alcance da vantagem competitiva frente aos concorrentes. Nesse contexto, https://pixabay.com/pt/photos/comece-pessoas-vale-do-sil%c3%adcio-593341/ ADMINISTRAÇÃO E ECONOMIA PROF. ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 19 o empreendedorismo corporativo, ou seja, aquele desenvolvido nos limites de empresas já estabelecidas, apresenta-se como uma ferramenta de grande utilidade. O desenvolvimento da atividade empreendedora, internamente, também conhecido como intraempreendedorismo, tem interesse na participação dos membros da empresa, concebidos como colaboradores. O planejamento interno ocorre quando um colaborador é estimulado a participar da criação e implementação de ideias inovadoras. O desenvolvimento de projetos, nesse sentido, pode ser compreendido como uma ferramenta de grande utilidade para efetuar o empreendedorismo interno. Uma ferramenta importante para auxiliar no processo de organização é o plano de negócios, no qual, por exemplo, por meio da análise de cenários e da identificação de oportunidades, pode refletir positivamente na geração e na execução de inovações, que desenvolvem os conceitos abaixo. Marcondes e Peter (2005, p. 74-75) apresentam alguns desses indicadores. Acompanhe a seguir. a) Econômico: [...] as forças econômicas impactam a saúde geral da nação, da sociedade e das organizações. Indicadores, como inflação, taxa de juros e taxa de crescimento, de importação e de exportação geram muitas oportunidades e ameaças para os gestores. Uma elevada taxa de importação, por exemplo, faz com que diversos produtos produzidos no Brasil tenham seus preços aumentados, já que grande parte das matérias-primas são importadas. Os momentos de baixa inflação e de alto índice de emprego possibilitam que as pessoas gastem mais, permitindo às organizações venderem mais. Nos períodos nos quais a economia local vive um bom momento, é mais fácil adquirir produtos e serviços, e a organização tem a oportunidade de alavancar seus negócios. (MARCONDES; PETER, 2005, p. 74-75). b) Sociocultural: [...] abrange as forças socioculturais que fazem parte da estrutura social de relações entre indivíduos e grupos da sociedade de uma determinada região ou país. Essas forças podem facilitar ou restringir o posicionamento estratégico de uma organização. Em sociedades como a Índia, com alto grau de estratificação social, as pessoas são classificadas conforme as castas a que pertencem e as barreiras de entrada são muito maiores. (MARCONDES; PETER, 2005, p. 74-75). ADMINISTRAÇÃO E ECONOMIA PROF. ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 20 Dessa maneira, as organizações estarão munidas de conhecimentos, habilidades, competências e posturas voltadas à resolução de problemas empresariais e seus respectivos desdobramentos. O empreendedor social tem sido imprescindível em questões voltadas à valorização e ao apoio de pessoas em situação de risco e em diversos outros projetos e iniciativas. c) Tecnológica: [...] abrange as novas tecnologias que podem impactar as estratégias das organizações, podendo ser tanto oportunidades, como ameaças. Por exemplo, o setor de TV aberta, com o surgimento da vasta gama de filmes, séries e entretenimento na Web, corre o risco de desaparecer, devido às novas tecnologias digitais. Os serviços de telefonia móvel tiveram seu modelo de negócio modificado. Se, antes, as empresas ganhavam dinheiro com minutos falados, hoje, o core business é a venda de uso de dados para comunicação via Internet. (MARCONDES; PETER, 2005, p. 74-75). Em um mundo em que a tecnologia está presente em praticamente todos os setores, é fácil identificar as principais tecnologias de um determinado mercado; o difícil é conseguir prever quais tecnologias serão realmente impactantes. Um exemplo dessa setorização aconteceu quando Ray Burke, especialista em rede de varejo da Indiana University, identificou o monitoramento ambiental nas organizações e a construção de cenários, assim como as características das tecnologias de alto impacto, e apontou o que deve ser feito para se atingir essa relevância (AAKER, 2007, p. 95). Assim, fica mais fácil criar um benefício imediato e tangível para o consumidor, em que as operações bancárias na Internet geraram benefícios para milhares de pessoas, que, agora, não precisam mais gastar seu tempo em uma fila de banco para pagar uma conta. Facilite o uso da tecnologia. Lembre-se de que tempo é dinheiro e qualidade de vida. As pessoas não estão dispostas a “quebrar a cabeça” para aprender a utilizar uma nova tecnologia. Portanto, a tecnologia deve ser capaz de poupar tempo, e não de gerar mais tempo gasto pelo consumidor.Em 2015, o estado do Rio de Janeiro implementou uma lei que estabelecia que idosos, para terem direito à gratuidade no transporte público, eram obrigados a cadastrar a biometria. Contudo, com a ineficácia da nova tecnologia, o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro vetou a exigência de biometria para idosos da região metropolitana do Rio (MARCONDES, 2005). ADMINISTRAÇÃO E ECONOMIA PROF. ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 21 Desenvolva protótipos, faça testes e, por fim, valide a tecnologia. A validação consiste no processo pelo qual é avaliado o potencial de aceitação de uma tecnologia no mercado, antes mesmo do seu desenvolvimento. O propósito é identificar as necessidades e os desejos dos consumidores em relação à nova tecnologia que a empresa deseja lançar. Identifique os diferentes desejos dos clientes. Um banco identificou que clientes de caixa automático rejeitam o contato por meio de videoconferência, porque não querem interagir com seres humanos. Em determinados tipos de negócios, como o serviço bancário, é necessário que haja diversidade nos tipos de atendimento, pois trabalham com um público-alvo com características bastante distintas. d) Ambiental: um dos terremotos mais violentos do mundo provocou um tsunami desastroso na costa nordeste do Japão em 2011, com enormes prejuízos materiais e perda de vidas. Além da tragédia humana, o desastre também mexeu com a indústria de energia nuclear do mundo inteiro. Muitos países passaram a questionar se deveriam dar continuidade a esse modelo de geração de energia. Três meses após o desastre, a Alemanha, a Itália e a Suíça renunciaram à energia atômica como fonte de energia. Casos como o de Fukushima demonstram como a dimensão ambiental pode gerar impactos para as nações e organizações. Barney (2007) descreve que: [...] outro aspecto importante a ser avaliado nesta variável se refere ao novo padrão de consumo. Em movimentos como o do consumerismo, cujo princípio é consumir, de forma racional, todas as questões que envolvem a compra são sociais, econômicas e ambientais. O consumo impulsivo, ato de comprar em excesso e sem necessidade, passa a ser questionado, e o consumidor expõe suas preocupações sobre os impactos de sua compra. O consumerismo não envolve somente deixar de comprar produtos desnecessários. Ele vai além: está relacionado a uma análise crítica sobre os valores éticos que envolvem as organizações e suas consequências. (BARNEY, 2007, p. 85). e) Legal: a inclusão ou retirada de restrições legais pode representar oportunidades e ameaças para as organizações. Por exemplo, a proibição do uso de álcool ao dirigir afetou drasticamente as estratégias de diversas empresas. Em mercados cada vez mais globais, as ações governamentais precisam ser entendidas e acompanhadas. Eventos políticos internacionais, que podem ser vitais para empresas multinacionais, ainda são extremamente difíceis de prever. Uma ADMINISTRAÇÃO E ECONOMIA PROF. ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 22 estratégia prudente é aquela diversificada e flexível, capaz de fazer com que uma mudança política não seja tão catastrófica, conforme Barney (2007). Nessa etapa, deve-se abordar as principais incógnitas do futuro, aquelas que podem gerar maiores impactos. O mercado está repleto de incertezas. Existe alguma organização que consegue ter a certeza do que ocorrerá daqui a 10 anos? Certamente, não. Isso não quer dizer que não é necessário planejar o futuro, pelo contrário, ao construir os cenários, as chances de fracasso são muito menores do que se a empresa se baseasse apenas em palpites. As mudanças sociais, por exemplo, são, em grande parte, determinadas por tendências de longo prazo. Nesse caso, o grau de incerteza é baixo. Diferentemente das novas tecnologias, que podem surgir do nada e surpreender o mercado, de acordo com Porter (1986), para definir as incertezas, deve-se analisar cada elemento relacionado ao modelo das cinco forças e classificar tais elementos de acordo com três categorias, conforme o grau de incerteza (pessimista, otimista e provável). Após a elaboração dos cenários, estes devem ser criteriosamente avaliados por pessoas externas ao processo. O recomendado é apresentar os cenários a alguns dos stakeholders que não participaram do processo e a especialistas da área de planejamento de cenários. Algumas das perguntas que podem ser feitas são: • “os cenários são consistentes?”; • “são claros?”; • “são relevantes?”; • “falta algo?”; • “há mudanças a fazer?”. As respostas podem detectar algumas lacunas nos cenários construídos, por exemplo, análise econômica insuficiente para planejar a expansão do negócio daqui a 10 anos. Existem diversas maneiras de fazer essas avaliações. O importante é ter um leque de opções estratégicas para cada tipo de cenário mapeado. Se ocorrer um dos cenários previstos, como será a ação da empresa? Essa é uma pergunta que deve ser feita para todos os cenários construídos, e as respostas devem ser registradas para um possível plano de ação. Após gerar as opções, deve-se escolher a estratégia mais viável. Do ponto de vista do planejamento de cenários, a melhor estratégia é aquela que oferece à organização o maior grau de flexibilidade. À medida que o futuro se torna realidade, é necessária uma maior possibilidade de manobra, conforme Certo (2010). ADMINISTRAÇÃO E ECONOMIA PROF. ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 23 O mundo dos negócios é cada vez mais dinâmico. Não basta construir cenários, os gestores devem ser capazes de identificar os indicadores que sinalizem determinado cenário emergente, desde mudanças no clima e nas configurações da geopolítica, até efeitos de novas tecnologias. A etapa final do processo de planejamento consiste em monitorar e atualizar os cenários. Periodicamente, os gestores devem se reunir para avaliar as mudanças, observar os sinais e as tendências que tenham surgido e efetuar as mudanças que forem necessárias nos cenários da organização. Para Costa (2012), o principal objetivo de se fazer o exercício de monitoramento de cenários é sugerir formas por meio das quais as empresas podem se adaptar e moldar os cenários nos quais estão inseridas. No contexto do desenvolvimento do intraempreendedorismo, a alta gestão da empresa possui um papel muito importante, segundo Campos (2016). É a partir da alta direção que devem partir exemplos e coerência entre discurso e ação, uma vez que uma cultura intraempreendedora representa uma mudança profunda na organização. Conforme o autor, a alta administração deve assegurar os recursos necessários ao desenvolvimento do projeto, bem como apoio administrativo, superação de barreiras e possíveis resistências que possam surgir. 2.2 TIPOS DE AMBIENTES No início do desenvolvimento da Teoria da Administração, acreditava-se que o foco para desenvolver boas práticas e obter lucro era conduzir todos os comportamentos dos colaboradores dentro da organização. Dessa forma, para melhor amplitudes dos estudos, é importante dividi-los em ambientes internos e externos. • Ambiente interno Quando o tema é ambiente interno, é muito importante destacar que, neste momento, estamos atribuindo valores para os fatores mais exatos que existem dentro das organizações empresariais, como, por exemplo, colaboradores, departamentos, acionistas e diretores. Esses recursos abrangem os insumos e os colaboradores que uma organização precisa para realizar a produção de seus produtos ou serviços, bem como o suporte de equipes, envolvendo consumidores que adquirem esses itens e que oferecem recursos financeiros à instituição. ADMINISTRAÇÃO E ECONOMIA PROF. ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 24 Você já percebeu como o ambiente interno influencia no gerenciamento da organização? O ambiente interno poderá agir, tanto de forma positiva, quanto negativa, em relação às atividades da empresa. Por isso, existe a necessidadede as organizações estarem atentas às oportunidades e às ameaças que possam existir, a fim de adaptar suas estratégias para se sustentarem no mercado. Como efeitos incontroláveis, temos as oportunidades e ameaças que o mercado poderá proporcionar. A organização interna não terá como prever, por exemplo, alguma tendência de moda do momento, o que poderá favorecer a venda de um produto ou serviço da empresa. Entretanto, a instituição deverá estar atenta, a fim de conhecer e usufruir dessas oportunidades durante a sua existência. Assim como as oportunidades geram um maior lucro à empresa, existem também as ameaças. Estas constituem obstáculos às ações estratégicas da organização. Entretanto, seus efeitos podem ser minimizados, caso sejam percebidos anteriormente pela organização empresarial. O efeito do interno atua diretamente dentro do externo. Para que fique mais claro para você entender: os stakeholders, ou seja, sindicatos, concorrência, fornecedores, clientes, órgãos governamentais, colaboradores, entre outros, fazem parte do denominado ambiente de ação direta. Já os de ação indireta são conhecidos como os efeitos da formação de uma equipe que poderá se tornar stakeholders. São: a evolução da tecnologia, a crise econômica, o crescimento da economia e as mudanças nos comportamentos em relação ao trabalho. As instituições que não se preocupam em se relacionar com o ambiente interno, seja realizando pesquisas ou se adequando para melhor atendê-lo, podem acabar enfrentando a entropia. Quando um sistema se torna fechado, ou seja, voltado apenas a ele mesmo, acaba não trocando energia com outros sistemas, ocasionando uma maior tendência de crescimento da entropia. Assim, quando a empresa opta por esse caminho, está sujeita à desorganização e à morte. Certo (2010) define a entropia como a força que um sistema fechado tem de perder sua capacidade de se controlar e, por consequência, de se dissolver e de se desintegrar. Toda organização administrada sem compromisso poderá ir em direção a um estado de máxima desordem, em que sua força espalhada é tão elevada, que as energias aplicadas não causam qualquer mudança positiva em suas práticas e seus resultados, atingindo sua entropia máxima. ADMINISTRAÇÃO E ECONOMIA PROF. ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 25 E o que a organização poderá fazer para sair desse estado de entropia? A única ferramenta que é capaz de contornar a entropia é a gestão. Por meio de novas metas e objetivos, o processo entrópico pode ser minimizado, melhorando a desordem. Assim, os gestores devem caminhar em busca de seus propósitos e de seu mercado. Realizar controles também pode ser uma forma de auxiliar na saída do estado entrópico, dedicando todas as forças no sentido e na direção orientadas pelo plano estratégico, realizando ajustes, de forma rápida, a partir da investigação e da implementação. É imprescindível que as organizações percebam que operam em um mercado, sendo impactadas pelos fatores do ambiente externo. Sendo assim, faz-se necessário planejar e executar as mais relevantes práticas da Administração, a fim de impedir que as alterações internas sejam desorganizadas, a ponto de que não seja possível se manter e acompanhar o mercado. Empresas de grande porte, como Coca-Cola, IBM, Ford, já não são as mesmas de anos atrás. O ambiente externo fez com que essas instituições adaptassem suas estruturas e práticas para assim enfrentar o novo ambiente externo. Caso tivessem mantido suas ações, poderiam não existir mais. Apesar de permanecerem com o mesmo nome, tornaram-se entidades diferentes. • Ambiente externo Precisamos deixar claro que o ambiente externo também pode ser afetado pelas decisões da empresa. Por isso, a organização deve se certificar sobre as estratégias a serem adotadas, pois a demissão de muitos funcionários, em decorrência de uma baixa lucratividade, por exemplo, irá impactar diretamente o seu ambiente externo. Além disso, existem os aspectos sociais, em que a localização, o modo de vida e os princípios sociais podem influenciar uma empresa a partir de seu ambiente externo. As circunstâncias econômicas podem provar as atividades econômicas. Já as variáveis políticas podem agir de forma a criar novos impostos, entre outros. As tecnologias podem alterar os processos de desenvolvimento dos itens, além dos avanços da ciência. Segundo Kotler e Keller (2012), para as organizações enfrentarem o mercado de maneira efetiva, a análise do ambiente é essencial. Para reagir às mudanças do ambiente externo, as empresas contam com diversas práticas, que podem ser agrupadas em três grupos. Acompanhe a seguir. ADMINISTRAÇÃO E ECONOMIA PROF. ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 26 • Adaptar-se ao ambiente: a fim de enfrentar a mudança ambiental, as organizações regularmente modificam suas estruturas e seus procedimentos de trabalho. Quando a insegurança parte da complexidade ambiental, as organizações tendem a se adequar ao ambiente por intermédio da descentralização da tomada de decisões. Em algumas situações, existe a necessidade dos gestores de nível inferior, como os de setores ou unidades, serem responsáveis por tomar decisões em benefício da organização, uma vez que, muitas vezes, diretores ou gestores de nível superior não conseguirão atender a tantas demandas que possam surgir, como, por exemplo: um número maior de concorrência, fazendo com que atitudes sejam tomadas imediatamente; a exigência de produtos e serviços diferenciados, exigindo a criação de novos itens; os consumidores exigindo itens com mais atributos, precisando desenvolver mais os artigos da empresa; a necessidade de construção de mais instalações produtivas, pois as que existem não estão sendo suficientes, entre outros. • Influenciar o ambiente: além de se adaptar ao ambiente ou reagir a ele, as instituições apresentam respostas proativas, com o intuito de mudar. Existem dois padrões de resposta proativa: a ação independente e a cooperada. A ação independente é quando uma organização utiliza técnicas independentes, ou seja, quando funciona por conta própria para alterar algum ponto de seu ambiente. Já as ações cooperadas são quando duas ou mais instituições se juntam em estratégias cooperativas para influir no ambiente. • Escolher um novo ambiente: as instituições também poderão optar por redefinir seu ambiente ou alterá-lo. Tratam-se de manobras estratégicas. Ao utilizar essa estratégia para alterar, por exemplo, seu ambiente competitivo, as empresas poderão estar evitando prejuízos e aproveitando oportunidades. As empresas poderão optar por diversas direções estratégicas, como a seleção de domínio, a diversificação, a fusão, a aquisição e a cisão. Por isso, as organizações necessitam de flexibilidade frente ao ambiente externo, isto é, estruturar-se de maneira que estejam prontas para se adequarem ou até mudarem suas práticas, conforme a circunstância encontrada à frente. As instituições precisarão também do apoio de seus colaboradores, por meio do empenho deles na aprendizagem, seja sobre novas tendências, sobre circunstâncias ou sobre mercado. Só assim poderão se autogerirem, sendo responsáveis pelo desenvolvimento da empresa dentro de sua área de atuação. ADMINISTRAÇÃO E ECONOMIA PROF. ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 27 O acompanhamento da alteração no ambiente e o entendimento dessas modificações pelas empresas consistem em ações que significam um desafio na atualidade para todas as instituições. Para elaborar uma estratégia que possa render resultados positivos, a organização precisa coletar e interpretar dados ambientais, realizando uma investigação a respeito dessas informações e desenvolvendo, assim, previsões sobre as circunstâncias ambientais. Um sistema aberto retira recursos de seu ambiente externo e os transforma em produtos e serviços que são entregues novamente para aquele ambiente, e estes são adquiridos pelosclientes. No estágio de insumo, a organização obterá elementos do ambiente, ou seja, precisará de matéria-prima, capital, recursos, colaboradores qualificados, visando à produção dos produtos e serviços da instituição. Após unir os recursos indispensáveis, começa a conversão. Nessa etapa, a força de trabalho da empresa utiliza ferramentas, procedimentos e máquinas apropriadas, convertendo as matérias-primas em itens acabados e serviços, como automóveis, hambúrgueres ou voos para certas localidades. ISTO ESTÁ NA REDE Link: https://www.youtube.com/watch?v=5STtrQ7M4Xc Como você sabe, o mundo está em constante transformação e evolução. A globalização modificou a sociedade, influenciando nas estruturas sociais, econômicas e políticas. Assim, as organizações necessitam se adaptar ao novo ritmo do mercado rapidamente, para que consigam sobreviver e dar continuidade aos seus negócios. Com isso, é imprescindível ter integração com seu ambiente externo, de forma que consiga obter um relacionamento saudável, a fim de gerar frutos positivos para a instituição. ANOTE ISSO O ambiente externo irá determinar os fatores a serem desafiados pelas instituições, além de indicar quanto a organização depende de fornecedores, dos indivíduos, do governo, entre outros elementos, para a conquista de seus recursos vitais. Em situações externas turbulentas, como crises financeiras no mercado ou falta de insumos para a produção de seus bens, as empresas devem estar preparadas, tendo recursos disponíveis para enfrentar tais problemas. https://www.youtube.com/watch?v=5STtrQ7M4Xc ADMINISTRAÇÃO E ECONOMIA PROF. ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 28 CAPÍTULO 3 ESCOLAS ADMINISTRATIVAS INTRODUÇÃO O planejamento estratégico de uma organização é formado principalmente por quatro elementos: valores, visão, missão e objetivos estratégicos. Tais elementos auxiliam na formulação e no estabelecimento da estratégia na organização. O conhecimento sobre as definições, características e atuações de cada um auxilia os profissionais de saúde a qualificar os processos e a melhorar os resultados institucionais. Figura 1 – Controle da estratégia organizacional Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/xadrez-conselho-jogos-2730034/. Acesso em: 11 Jan. 2023 Os valores de uma instituição são “[...] norteadores dos atos e dos procedimentos e podem ser reconhecidos como direcionadores de atitudes, comportamentos e caráter.” (ASSIS, 2017, p. 74). Eles incluem elementos comportamentais referentes a crenças, atitudes e filosofias e são diretamente influenciados pela identidade da organização, ou seja, pela forma e atuação da instituição. 1.1 APLICABILIDADES Campos (2016, p. 41) aborda os impactos dos valores nas dinâmicas e práticas profissionais: “[...] ao interiorizar esses valores, a pessoa tenderá a agir de acordo com eles e, posteriormente, irá institucionalizar-los por meio de normas e padrões tomados como referência para julgar os comportamentos como aceitáveis ou inaceitáveis”. Assim, as empresas geralmente utilizam valores que fazem referência à ética e à https://pixabay.com/pt/photos/xadrez-conselho-jogos-2730034/ ADMINISTRAÇÃO E ECONOMIA PROF. ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 29 transparência. Ainda, outros exemplos são solidariedade, cooperação, respeito e profissionalismo. A visão de uma organização, segundo Oliveira (2008), é baseada nas direções que orientam a criação de objetivos estratégicos, mostrando o futuro almejado pela organização. O autor ainda argumenta que a visão é baseada em metas de médio a longo prazo. Oliveira (2008, p. 41) destaca o conceito de visão da seguinte forma: “Ser, a longo prazo, uma empresa flexível e competitiva, através do aumento da capacidade produtiva e da redução do custo unitário dos produtos, atuando na produção de peças metálicas para os setores industriais e na comercialização de produtos para o mercado final (varejo)”. Assim, em muitas empresas, utiliza-se como visão ser referência em relação à determinada especialidade ou procedimento; ou, ainda, ser uma instituição de excelência, por exemplo. Na missão, ocorre “[...] a declaração do propósito e alcance da organização em termos de produto e de mercado. Ela se refere ao papel da organização dentro da sociedade em que está envolvida e significa sua razão de ser.” (COSTA, 2012, p. 45). Assim, a missão é formada a partir da indagação dos motivos pelos quais a organização foi gerada e de quais clientes ela atende. Nesse contexto, as empresas buscam cumprir sua missão, como promover saúde com segurança, humanização e eficiência. Figura 2 – Controle da estratégia Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/estrat%c3%a9gia-xadrez-jogo-de-tabuleiro-1080528/. Acesso em: 10 Jan. 2023. Em relação aos objetivos, Assis (2017, p. 76) argumenta que “[...] representam aquilo que se pretende atingir, os propósitos definidos a serem buscados”. Estão, portanto, relacionados aos resultados esperados. Já Porter (1986) aponta que os objetivos fazem https://pixabay.com/pt/photos/estrat%c3%a9gia-xadrez-jogo-de-tabuleiro-1080528/ ADMINISTRAÇÃO E ECONOMIA PROF. ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 30 parte de organizações visionárias, uma vez que estimulam progresso ao provocar reflexões acerca da capacidade organizacional. Assim, os objetivos organizacionais precisam ser passíveis de mensuração, possibilitando a avaliação deles conforme o desempenho da instituição. Alguns exemplos de objetivos usados por instituições de saúde são: melhorar os níveis de satisfação do paciente, garantir a segurança nas práticas assistenciais e aprimorar a eficiência nos procedimentos empresariais. De acordo com Ferreira (2016, p. 45): “[...] O alinhamento dos valores, da missão e da visão do grupo aos do indivíduo gera a força de um grupo comprometido com a filosofia institucional comum. Em determinado momento, quando os valores não estão alinhados, as pessoas experimentam tensão e frustração”. Assim, é fundamental o conhecimento e a conscientização dos profissionais acerca dos valores, da visão, da missão e dos objetivos estratégicos da instituição em que atuam, uma vez que eles vão direcionar as dinâmicas, os relacionamentos, os métodos e as funções no ambiente empresarial. Além disso, é imprescindível que tais elementos estejam em conformidade com a estratégia da organização, que deve ser baseada em conceitos uniformes dentro de uma instituição. A estratégia é um conceito rico, com uma diversidade de definições, abordagens e atuações em diferentes tipos de organizações. De acordo com Costa (2012), a estratégia não pode ser representada por meio de um único conceito, mas, sim, por meio de diferentes definições e analogias, as quais complementam e aprofundam o significado. Há um consenso de que toda estratégia precisa de um plano para ser estruturada e implementada de forma eficiente. O planejamento estratégico atua de forma a garantir as condições adequadas para que a estratégia seja aplicada e gere os resultados esperados. De acordo com Campos (2016, p. 41), o planejamento estratégico “[...] é um instrumento de gestão que possibilita a análise do ambiente organizacional, a identificação de seus problemas, e as atividades necessárias para sanar essas limitações, bem como a melhoria de processos”. 1.2 ESCOLAS ESTRATÉGICAS Barney (2007) reuniu diferentes ideias e as classificou nas chamadas 10 escolas do pensamento estratégico, organizadas em três grandes grupos: prescritivas, descritivas ADMINISTRAÇÃO E ECONOMIA PROF. ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 31 e integrativas (escola da configuração). Embora sejam distintas entre si, as conclusões de cada escola se complementam e contribuem para a formação da estratégia de uma organização, de modo a direcionar as suas escolhas conforme o momento ou a situação em que a instituição se encontra. A partir deste momento, estudaremos as escolas do pensamentoestratégico que mencionamos anteriormente, com vistas a identificarmos em qual natureza cada uma está inserida, seja ela prescritiva ou descritiva, além de entendermos os motivos que levam a essa classificação. Costa (2012) afirma que a definição de estratégia é tão ampla que foi necessário dividi-la em diversas partes para, assim, compreendermos o todo abarcado pelo seu conceito. a) Escola do Design: trata-se da escola mais influente no processo de formulação da estratégia. A Escola do Design tem como objetivo alcançar uma adequação entre as capacidades internas e as possibilidades externas. É muito conhecida e bastante utilizada nos cursos de graduação e mestrado, além de ser praticada na administração estratégica. Uma das suas diretrizes mais populares é identificada pela sigla SWOT, que indica strenghts, weaknesses, opportunities and threats, ou, em língua portuguesa, forças, fraquezas, oportunidades e ameaças. Como o próprio termo da diretriz sugere, são examinados os pontos fortes e fracos, além das oportunidades e ameaças das empresas. Segundo essa concepção, a formulação da estratégia é realizada pela alta cúpula administrativa da organização, de forma que se configura como um procedimento executado com pensamento consciente, que não é totalmente intuitivo nem analítico, de maneira que seja possível que todos implementem a estratégia. b) Escola do Planejamento: segundo Certo (2010), os preceitos dessa escola advêm de Kenneth R. Andrews e Igor Ansoff, tendo em vista que a maioria das suas ideias se baseia na escola de design e, ademais, adicionar à concepção o entendimento de que o processo estratégico também é formal, não somente cerebral. c) Escola do Posicionamento: esse pensamento estratégico foi incentivado por Michael Porter, que exerce o olhar de que a estratégia se limita a posições genéricas elegidas por intermédio de estudos formalizados das situações das empresas, como as avaliações realizadas por meio do modelo das cinco forças ADMINISTRAÇÃO E ECONOMIA PROF. ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 32 competitivas, por exemplo. Para essa escola, uma grande análise da organização e uma investigação detalhada dos ambientes interno e externo da empresa devem ser realizadas. Figura 3 – Comportamento organizacional Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/ind%c3%bastria-ind%c3%bastria-4-rede-3087393/. Acesso em: 11 Jan. 2023. d) Escola Empreendedora: Certo (2010) explica que, embora a escola empreendedora apresente alguns detalhes de prescrição, como, por exemplo, centralizar o processo estratégico no líder da organização, ela é diferente das demais, pois fundamenta as suas ações na intuição. Com isso, a estratégia passa a ser entendida por intermédio de metáforas, de modo a apresentar perspectivas amplas ou visões vagas, não sendo mais vista como planos, projetos ou posições precisas. O líder apresenta controle total sobre a implementação da visão que elaborou e possui todo o processo estratégico, que é um processo visionário do líder. e) Escola Cognitiva: essa escola procura o começo das estratégias ao investigar os processos mentais da formação delas. Outra vertente desse processo de pensamento estratégico direciona os seus estudos para a maneira como a cognição é utilizada para desenvolver estratégias por meio de interpretações, e não apenas por intermédio de visões objetivas ou distorcidas. A Escola Cognitiva objetiva apurar o processo mental de criação das estratégias ao investigar a sua constituição na mente do estrategista (COSTA, 2010). f) Escola do Aprendizado: em suma, as estratégias se tornam o aprendizado da empresa e surgem a partir do fluxo dos atos organizacionais. g) Escola do Poder: Campos (2016) ensina que a escola do poder centraliza a formação da estratégia no processo de negociação, que se decompõe em https://pixabay.com/pt/photos/ind%c3%bastria-ind%c3%bastria-4-rede-3087393/ ADMINISTRAÇÃO E ECONOMIA PROF. ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 33 duas esferas. A primeira é conhecida como micropoder e compreende o desenvolvimento da estratégia dentro das empresas como um acontecimento político, de maneira que o processo de formulação abrange persuasão, barganha e confrontação entre os indivíduos que possuem poder na instituição. A segunda esfera é chamada de macro poder e concebe a organização como uma entidade que utiliza o seu poder sobre as outras empresas ou parceiros, com vistas a criar redes de relacionamento para negociar estratégias coletivas que gerem vantagens para a organização. h) Escola Cultural: Oliveira (2008) comenta que a Escola Cultural é um processo social baseado em cultura. Essa escola gira em torno dos interesses comuns e da integração no âmbito da empresa. A cultura organizacional está diretamente relacionada à cognição coletiva definida pela mente da empresa, exteriorizada por meio das crenças dos indivíduos, que se retratam em hábitos, tradições, símbolos e inclusive no local, no ambiente e nos produtos da organização. Dessa forma, a cultura se torna responsável pela constituição da estratégia e não apoia as mudanças estratégicas. i) Escola Ambiental: a Escola Ambiental trata a estratégia como um processo reativo, isto é, a empresa é considerada passiva, pois despende tempo ao enfrentar um ambiente que determina a ordem a ser seguida. Julga que o ambiente define as estratégias por meio da estabilidade ou instabilidade, além de determinar as ameaças políticas e ideológicas com as quais a organização pode deparar-se. j) Escola da Configuração: a Escola da Configuração compreende a estratégia como um processo de transformação. Assim, as empresas passam a ser entendidas como configurações, ou seja, grupos coerentes de comportamentos e particularidades. Para transformar uma instituição, ela deve passar de uma configuração para outra, de modo que uma mudança estratégica suceda. A partir da configuração realizada, essa escola pressupõe uma estratégia a ser seguida, de modo que a compreensão da configuração organizacional é o ponto central para o desenvolvimento da estratégia da empresa (OLIVEIRA, 2008). ADMINISTRAÇÃO E ECONOMIA PROF. ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 34 1.3 ESCOLAS DE NATUREZA PRESCRITIVA A Escola do Planejamento formaliza a empresa e auxilia no desenvolvimento, na execução e no controle das estratégias. A Escola do Posicionamento, por sua vez, relata que, antes do planejamento estratégico, são necessárias as análises da organização e do ambiente em que está inserida (CAMPOS, 2016). Figura 4 – Organização das informações Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/comece-pessoas-vale-do-sil%c3%adcio-593343/. Acesso em: 11 Jan. 2023. Portanto, a Escola do Design prevê que: • o desenvolvimento do processo estratégico deve ocorrer de maneira deliberada do pensamento consciente; • o estrategista sempre é o principal líder da organização; • a elaboração da estratégia deve ser conservada de maneira simples e informal; • as estratégias precisam ser únicas e as melhores se originam de um processo de design único; • o processo de design só está concluído quando as estratégias aparentam estar plenamente desenvolvidas como perspectiva; • as estratégias necessitam ser claras e para isso devem ser mantidas simples; • apenas após estarem completamente desenvolvidas é que as estratégias podem ser implementadas. Por sua vez, a Escola do Planejamento determina que: • as estratégias devem se originar de uma metodologia comedida e consciente de planejamento formal, dividido em etapas diferenciadas, cada uma composta por um check-list e constituída por técnicas; https://pixabay.com/pt/photos/comece-pessoas-vale-do-sil%c3%adcio-593343/ ADMINISTRAÇÃO E ECONOMIA PROF. ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 35 • o líder principal é responsável por todo processo, enquanto a execução é de responsabilidade dos planejadores; • as estratégias se encontram prontas e devem ser apresentadaspara que possam ser implementadas. Por fim, a Escola do Posicionamento define que: • estratégias são posições genéricas, populares e reconhecíveis no mercado; • o contexto no qual a empresa está inserida (mercado) é competitivo; • a maneira como a estratégia é desenvolvida se fundamenta na seleção de pontos de vista genéricos que se apoiam em cálculos analíticos; • os analistas realizam uma tarefa indispensável no processo do pensamento estratégico, pois difundem os resultados dos seus cálculos aos líderes, que selecionam as opções; • as estratégias partem do processo de desenvolvimento diretamente para serem planejadas e implementadas. Assim, percebemos que essas três escolas são classificadas de acordo com a natureza prescritiva, porque apresentam objetivos que se preocupam, sobretudo, com a descrição do processo de formulação das estratégias, ou seja, como as estratégias devem ser formuladas frente à observação das características específicas do processo. 1.4 ESCOLAS DE NATUREZA DESCRITIVA De acordo com Costa (2012, p. 65): “[...] As escolas de natureza descritiva costumam voltar a sua análise para a maneira como as estratégias são formuladas, direcionando as suas considerações e explanações aos inúmeros acontecimentos que podem gerar as estratégias organizacionais. A implementação acontece somente após a formulação consistente, que é o contrário do que sucede nas escolas de natureza prescritiva”. Trata-se de seis escolas no total: Empreendedora, Cognitiva, do Aprendizado, do Poder, Cultural e Ambiental. ADMINISTRAÇÃO E ECONOMIA PROF. ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 36 A Escola Cognitiva retrata que a criação da estratégia é um processo mental, pois as pessoas recebem informações do mundo exterior e desenvolvem uma estratégia nas suas próprias mentes. Figura 5 – Caminhos x Desenvolvimento Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/pra-cima-crescimento-sucesso-flecha-2081170/. Acesso em: 10 Jan. 2023. A seguir, apresentaremos os princípios presentes em cada escola de natureza descritiva, de forma que seja possível identificarmos porque elas são classificadas de acordo com essa natureza. A Escola Empreendedora prevê que: • a estratégia surge na mente do líder como perspectiva, um entendimento de direção de longo prazo, uma visão acerca do futuro da empresa; • o processo de desenvolvimento da estratégia é semiconsciente, estabelecido pela intuição e pela experiência do líder; • o líder impulsiona a visão de maneira decidida e retém o controle da implementação da estratégia; • a visão estratégica é flexível, de modo que detalhes podem ser acrescentados no seu emprego; • a organização também é flexível, sendo uma estrutura simples e receptiva aos preceitos estabelecidos pelo líder; • a Estratégia Empreendedora se inclina a se tornar um nicho, a fim de que a sua posição no mercado proteja a organização das forças dos concorrentes diretos. https://pixabay.com/pt/photos/pra-cima-crescimento-sucesso-flecha-2081170/ ADMINISTRAÇÃO E ECONOMIA PROF. ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 37 Já a Escola Cognitiva compreende que: • o desenvolvimento da estratégia é um procedimento cognitivo que ocorre na mente do líder; • as estratégias surgem como perspectivas que adaptam o jeito como os indivíduos enfrentam as informações transmitidas pelo ambiente; • as informações do ambiente podem ser corrompidas ao passar pelo filtro de mapas, estruturas e esquemas, uma vez que o mundo passa a ser visto por meio desses modelos e, portanto, pode ser moldado, estruturado e construído; • a efetivação das estratégias é complicada e, quando ocorre, não alcança um grau elevado de satisfação, sendo difícil alterá-la em caso de necessidade. A Escola do Aprendizado, por sua vez, defende que: o desenvolvimento da estratégia necessita se apropriar da forma de um processo de aprendizado no decorrer do tempo, a fim de qualificar a formulação e a implementação para que se tornem conjuntas e irreconhecíveis separadamente; todos os colaboradores devem aprender, não apenas o líder; o aprendizado ocorre de maneira emergente, posto que as determinações estratégicas são realizadas pelos indivíduos que possuem capacidades e recursos para aprender, de forma que a estratégia pode estar em todos os lugares e de forma incomum; os líderes não precisam mais idealizar as estratégias, mas devem administrar o processo de aprendizado estratégico; as estratégias surgem, primeiramente, como padrões do passado, depois como planos para o futuro e, por fim, como perspectivas para orientar o comportamento geral. Já a Escola do Poder prevê que: • o desenvolvimento da estratégia é esculpido por meio do poder e da política; • as estratégias que se originam desse processo tendem a ser emergentes e deixam de ter uma posição de perspectiva para assumir a forma de posições e meios de iludir; ADMINISTRAÇÃO E ECONOMIA PROF. ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 38 • na visão micro, o desenvolvimento da estratégia é visto como a interação por meio de barganha, jogos políticos ou persuasão que ocorre por determinado período; • na visão macro, a organização é vista pela perspectiva de impulsionar o seu bem-estar pela cooperação ou pelo controle de outras empresas por intermédio da utilização de estratégias individuais ou coletivas. A Escola Cultural define que: • as estratégias devem se originar de um processo de interação social, fundamentado nas crenças e nas concepções comuns aos colaboradores da empresa; • os colaboradores obtêm essas crenças por intermédio da socialização, na maioria das vezes, não verbal; • os colaboradores da empresa podem relatar apenas algumas das crenças da sua cultura, já que, muitas vezes, não conhecem as suas origens ou explicações; • a estratégia se apropria da forma de uma perspectiva, tendo como base as intenções coletivas. Por fim, a Escola Ambiental define que: • o ambiente é um dos principais pontos levados em consideração no processo de construção da estratégia; • durante o período de formulação da estratégia, a instituição se harmoniza com o ambiente, mas depois não reage a ele; • a sobrevivência da empresa no mercado depende das opções feitas durante o período de construção; • o desempenho da organização e a sua capacidade de se manter no mercado são cada vez menos influenciadas pelo líder; • muitas empresas que sobrevivem ao mercado se unem em nichos, nos quais compartilham produtos, tecnologias e até mesmo procedimentos administrativos. Com base no exposto até aqui, notamos que essas escolas são classificadas de acordo com a natureza descritiva, porque apresentam objetivos que se preocupam ADMINISTRAÇÃO E ECONOMIA PROF. ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 39 com a forma como as estratégias são criadas, considerando todos os fenômenos presentes nos ambientes interno e externo. ISTO ESTÁ NA REDE Link: https://www.youtube.com/watch?v=qNMUFpoZvtIv A escola cognitiva investiga as estratégias que se desenvolvem na mente dos indivíduos, com o intuito de classificar e organizar os processos mentais por meio de mapas, esquemas, conceitos, modelos e estruturas. Assim, o seu estudo é realizado mediante o pressuposto de que a mente do ser humano processa a informação, esquematiza a estrutura do conhecimento e conquista a criação de concepções, o que evidencia a cognição na formulação da estratégia. ANOTE ISSO A Escola do Poder entende o desenvolvimento da estratégia como um processo de negociação, tendo influência direta da política e do poder (micro e macro). A escola cultural, no que lhe concerne, percebe as estratégias como provindas de um processo coletivo de interação social e das compreensões dos indivíduos da empresa. Por fim, na Escola Ambiental, a formação da estratégia é vista como processo reativo, ou seja, a instituição reage ao ambiente, originando a estratégia a partir do que ele evidencia. https://www.youtube.com/watch?v=qNMUFpoZvtIvADMINISTRAÇÃO E ECONOMIA PROF. ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 40 CAPÍTULO 04 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO 1 INTRODUÇÃO Abordaremos que a estratégia é um “farol” para uma organização empresarial, à medida que engloba um conjunto de políticas e práticas relacionadas a recursos materiais e capital humano. Além disso, se a gestão de pessoas se vincula aos objetivos do negócio ou se torna também um objetivo organizacional, isso pode contribuir significativamente para o alcance dos resultados almejados pela empresa, que podem ser desdobrados em vantagem competitiva em um contexto de mercado globalizado e exigente em inovação e performance. Assim, o planejamento estratégico, as políticas e as práticas organizacionais influenciam muito o desempenho organizacional, seja na sobrevivência da empresa em um contexto competitivo, seja no alcance de uma posição de destaque em dado segmento. Nesse contexto, é importante que as empresas não apenas se atentem ao planejamento, mas também somem esforços para implementar e acompanhar o alcance das políticas em curso. Elas devem considerar a influência do contexto, do mercado, dos colaboradores e da tecnologia, que interagem no campo prático, legitimando ou não, a eficiência de determinado planejamento organizacional. 2 APLICABILIDADES O debate em torno do planejamento estratégico suscita reflexões sobre o conceito de planejamento. Planejar é uma das funções da administração, juntamente com controlar, organizar e liderar. A ação de planejar, assim, envolve a perspectiva de futuro e a orquestração de ações para administrar as variáveis (organizacionais e de pessoas) que influenciam a definição de onde a empresa pretende chegar. ADMINISTRAÇÃO E ECONOMIA PROF. ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 41 Figura 1 – Estratégias organizacionais Fonte: https://pixabay.com/pt/vectors/encontro-confer%c3%aancia-6781073/. Acesso em: 11 Jan. 2023 Sem o planejamento, apenas com o movimento intuitivo da prática pela prática, vários recursos organizacionais ficam à deriva e sujeitos a resultados inesperados. Dessa forma, de acordo com Kotler e Keller (2012), algumas estratégias auxiliam o planejamento estratégico. Acompanhe a seguir. • Atuar como parceiro na execução da estratégia: isso é possível por meio da definição da estrutura organizacional de processos de trabalho, cultura, competências, recompensas, direção e liderança. A partir dessa estrutura, a gestão de pessoas pode orientar a gerência sobre a necessidade de adequar, por exemplo, as competências dos supervisores às estratégias organizacionais. Dessa forma, podemos verificar que as organizações atuam dentro de um padrão de estratégias, para que aconteça as mudanças necessárias. • Atuar como especialista administrativo: a ideia é realizar os processos rotineiros referentes à área de gestão de pessoas de forma mais rápida, barata e eficiente. A otimização desses processos não se reflete apenas nos custos do empregador, mas principalmente no tempo despendido. Agilizando as tarefas rotineiras, o gestor de pessoas pode se ocupar das tarefas estratégicas. • Atuar como defensor dos funcionários: a gestão de pessoas deve representar os funcionários perante a alta gestão, oferecendo-lhes crescimento pessoal e profissional, além dos recursos necessários para que executem o seu trabalho. Os funcionários precisam se sentir representados e ter confiança na gestão de pessoas para se comprometerem com a organização. https://pixabay.com/pt/vectors/encontro-confer%c3%aancia-6781073/ ADMINISTRAÇÃO E ECONOMIA PROF. ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 42 • Atuar como agente de mudanças: implica desenvolver a capacidade de adaptação da empresa frente às diferentes condições de mercado. Obter essa melhoria, necessariamente, passa pela avaliação dos processos. Toda organização possui processos para desenvolver suas atividades, mesmo que ainda não estejam registrados. O primeiro passo, no sentido de buscar melhorias, é identificá-los. Cada área de organização pode fazer esse mapeamento e criar os fluxos de trabalho, efetuar a análise crítica, estabelecer os pontos de melhorias e planejar como atingir esse novo patamar. Seguindo o plano para implementação, será necessário treinar e capacitar os envolvidos e estabelecer os indicadores para avaliar se os resultados planejados estão sendo atingidos. Assim, controlar a estratégia significa, ao mesmo tempo, avaliar os seus resultados, pela comparação com o que foi efetivamente planejado; e, caso necessário, adotar medidas de atualização necessárias para atingir os objetivos. Além disso, trata-se ainda da oportunidade de identificar se todas as etapas anteriores concretizadas estão alinhadas à organização como um todo. De acordo com Campos (2016, p. 41-42), a análise da estratégia deve ser definida por: • Estratégia global: identificar a estratégia global que a empresa definiu em relação à gestão de pessoas e em comparação ao mercado externo (políticas gerais, de benefícios, treinamentos, entre outros), de forma a verificar se as estratégias estão coerentes e o que será alcançado. • Avaliação do ambiente: identificar cenários futuros (se haverá falta ou necessidade de algum tipo de profissional ou treinamento específico, por exemplo) e os objetivos que os profissionais esperam que a organização os ajude a alcançar. • Definição de perfil estratégico de atuação: delinear objetivos e estratégias, o que implica que a gestão de pessoas considere os interesses da área e o contexto empresarial global. ADMINISTRAÇÃO E ECONOMIA PROF. ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 43 • Quantificação dos objetivos: estimar quanto será despendido em valores referentes a salários, treinamento e desenvolvimento, benefícios e outros elementos, avaliando a viabilidade de implementar os objetivos propostos na etapa anterior. • Finalização: elaborar um relatório do plano estratégico em conjunto com a alta administração. Tal relatório deve ser discutido com as diversas áreas da empresa. • Divulgação: “[...] transmitir os planos estratégicos às pessoas que tenham um nível decisório na empresa e fazer uma divulgação mais ampla a todos os funcionários de gestão de pessoas, esclarecendo a importância das medidas e a sua interação com a avaliação de desempenho dos colaboradores” (CAMPOS, 2016, p. 41-42). • Integração com o plano tático: inserir a estratégia no plano tático, que envolve, por exemplo, a definição do orçamento. “Deve-se verificar se os orçamentos iniciais foram mantidos no plano tático e os impactos de eventuais cortes ou alterações no orçamento sobre o planejamento estratégico de gestão de pessoas” (CAMPOS, 2016, p. 41-42). • Acompanhamento: controlar constantemente, atentando às formas de realização de tudo o que foi planejado. Figura 2 – Planos e liderança Fonte: https://pixabay.com/pt/vectors/seo-especialista-em-seo-7397379/. Acesso em: 11 Jan. 2023. https://pixabay.com/pt/vectors/seo-especialista-em-seo-7397379/ ADMINISTRAÇÃO E ECONOMIA PROF. ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 44 Esse processo pode ser adaptado, mas deve sempre incluir a análise do ambiente da empresa, os objetivos e as metas condizentes com estruturas e planos desenhados; e essas últimas ações propostas são congruentes com a implementação estratégica. A seguir, veja algumas das vantagens da implementação do planejamento estratégico de gestão de pessoas. • Atração e retenção de talentos: o cuidado em proporcionar ações diferenciadas e ambiente de trabalho estimulante, desafiador e gratificante demonstra a preocupação da empresa com seus colaboradores. Tal cuidado também indica que a organização busca crescimento interno e externo, o que cria uma boa reputação no mercado. • Rotatividade: a atenção aos elementos que compõem esse índice faz com que a empresa não precise arcar com tantos custos e prejuízos materiais relacionados ao alto
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