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Leitura e Produção Acadêmica (Unidade 1)

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Leitura e produção acadêmica 
 
 
O mundo que nos cerca e as pessoas que cruzam o nosso caminho estão em 
constante transformação. São tais mudanças que estabelecem formas, estruturas que 
implicam leitura e interpretação dos fenômenos sociais que desaguam no centro da 
produção científica e, por conseguinte, nas ações acadêmicas. 
 
Tendo em vista esta perspectiva, nesta disciplina iremos discutir as especificidades do 
texto acadêmico, características e tipologias que auxiliam a interpretação da realidade 
contemporânea, sua leitura e escrita de forma crítica e reflexiva, como a 
ciência/academia produz. 
 
O entendimento dos casos e tipos textuais nos permitirá a compreensão da disposição 
dos elementos essenciais que compõem a funcionalidade do texto acadêmico, 
pautado na aquisição de competências de leitura e produção de textos a partir do 
estudo de aspectos dos principais gêneros textuais. 
 
Assim, os conteúdos que estudaremos situam o desenvolvimento da leitura crítica e a 
percepção de interpretação enquanto gesto de atribuição de sentido a partir do exame 
dos elementos de coesão e coerência em situações comunicativas e gêneros 
discursivos diversos, de ideias e padrões de linguagem dos gêneros textuais que 
circulam no ambiente acadêmico.	
 
Objetivos 
 
 
Ao final desta disciplina, você deverá ser capaz de: 
 
• Desenvolver a leitura crítica e a percepção de interpretação 
enquanto gesto de atribuição de sentido. 
• Examinar os elementos de coesão e coerência em situações 
comunicativas e gêneros discursivos diversos. 
• Construir resenhas e resumos observando os preceitos de 
estrutura, organização de ideias e padrões de linguagem dos 
respectivos gêneros textuais que circulam no ambiente 
acadêmico. 
• Empregar as etapas de produção textual (planejamento, 
escrita, autoavaliação crítica e reescrita) na construção de 
produções escritas. 
 
 
 
 
	
Conteúdo Programático 
 
 
Esta disciplina está organizada de acordo com as seguintes 
unidades: 
 
• Unidade 1 – Estratégias de leitura, análise e interpretação 
de textos na universidade 
• Unidade 2 – Coesão e coerência: a estruturação do 
parágrafo e estratégias argumentativas 
• Unidade 3 – O discurso científico e as formas de leitura e 
produção de textos: resumo e resenha 
• Unidade 4 – Construção de autoria na produção 
acadêmica: o ensaio 
 
 
Autoria 
 
Lorena Bárbara da Rocha Ribeiro 
 
Mestre em Educação e Contemporaneidade pela Universidade do Estado da Bahia – 
PPGEduC/UNEB. Especialista em Currículo de Formação Cientifica, Tecnológica e 
Cultural pela UNEB. Graduada em Pedagogia pela UNEB. Possui experiência em 
Gestão de Cursos Superiores na modalidade de ensino a distância EaD: coordenação, 
Design Instrucional em Ambiente Virtuais de Aprendizagem; elaboração de Material 
Pedagógico e Recursos Educacionais Aberto – REA; formação de tutores, instrutores, 
monitores e professores na utilização de tecnologias e robótica aplicada à educação. 
Pesquisadora da área de Educação, Educação Infantil, Educação a Distância, 
Educação e Novas Tecnologias, Formação de Professores, Produção de material 
didático, Consultoria Pedagógica, Design Educacional. 
	
 
 
	
Estratégias de leitura, análise e 
interpretação de textos na universidade 
 
 
Nossa formação leitora perpassa a união das palavras e seu vínculo com o 
mundo/realidade, compreendendo as complexidades das relações sociais que estão 
para além das técnicas que norteiam a gramática normativa (sendo este o segundo 
movimento para uma escrita legível e acessível), mas pautada em criatividade e 
identificação/reconhecimento, que permite a construção do senso crítico. 
 
Para pensar nas articulações entre saberes, conhecimentos e experiências do leitor 
diante do texto, é preciso pensar em estratégias que impliquem objetivos que 
busquem o entendimento da junção entre Língua, Linguagem e a Sociedade; 
tipologias e gêneros textuais, materialização do texto acadêmico e produção de 
sentidos no texto como ato constante de conexões com as dinâmicas que movem a 
interpretação dos fenômenos sociais, objeto de estudo desta unidade. 
 
 
Objetivo 
 
Ao final desta unidade, você deverá ser capaz de: 
• Desenvolver a leitura crítica e a percepção de interpretação 
enquanto gesto de atribuição de sentido. 
 
 
Conteúdo Programático 
 
Esta unidade está organizada de acordo com os seguintes temas: 
• Tema 1 - Língua, linguagem e sociedade 
• Tema 2 - Tipologia e gêneros textuais 
• Tema 3 - O texto acadêmico e a produção de sentidos no 
texto 
 
 
	
 
 
Fonte: dominiopublico.gov.br 
 
Ao observar esta imagem, o que podemos notar? Percebam as diferentes 
possibilidades, as etapas e camadas de cada desenho; suas cores, seus tons. Ao 
olhar para um objeto percebemos as diversas figuras, personagens, linhas, contornos 
que são semelhantes ao pensar, interpretar e agir do homem sobre a matéria-prima, 
na articulação direta entre modelos e conteúdo. O mesmo acontece com a leitura, uma 
livre associação de ações do pensamento sobre as situações-problema que acabam 
exigindo de nós maior interpretação e elaboração. Vamos entender suas principais 
características e estruturas? 
 
	
Tema 1 
Língua, linguagem e sociedade 
 
 
Qual a relação entre Língua, Linguagem e Sociedade? 
 
A relação entre língua, linguagem e suas representações na sociedade não estão 
limitadas apenas a aplicação da norma culta, mas engloba também o que acontece 
conosco, o que produzimos, ou seja, nossas marcas. 
 
 Tudo isso acaba aparecendo mais nitidamente nas interações humanas, nos 
lugares que usam a escrita como narrativas no compartilhamento de 
conhecimentos. 
 
Nesse sentido, a Língua pode ser compreendida como um “[...] produto social da 
faculdade de linguagem e um conjunto de convenções necessárias, adotadas pelo 
corpo social para permitir o exercício dessa faculdade nos indivíduos” (SAUSSURE, 
2012, p. 41), ou seja, agrupamento de palavras regido por uma norma e/ou um 
sistema organizado que proporcione combinações específicas que gerem 
comunicação. 
 
Saiba Mais 
 
SAUSSURE, F. Curso de Linguística Geral. 3. ed. Tradução: Antônio 
Chelini, José Paulo Paes e Izidoro Blikstein. São Paulo: Cultrix, 2012. 
 
A língua se estabelece nessas práticas em que a disseminação de um 
pensamento/ideia/ato comunicacional expressa e permite a compreensão de um 
determinado grupo, estabelecendo o perfil social e cultural, na troca de símbolos 
característicos de um determinado local, região ou país, pois 
 
“ 
[...] não é constituída por um sistema abstrato de formas linguísticas nem pela 
enunciação monológica isolada, nem pelo ato fisiológico de sua produção, mas pelo 
fenômeno social da interação verbal, realizada através da enunciação ou das 
enunciações. A interação verbal constitui assim a realidade fundamental da língua. 
(BAKHTIN, 2002, p. 123) 
 
” 
	
 
Saiba Mais 
 
BAKHTIN, M.M.; VOLOSHINOV, V. N. A interação verbal. In: BAKHTIN, 
M. Marxismo e filosofia da linguagem. 10. ed. Tradução: Michel Lahud e 
Yara Frateschi Veira. 10. ed. São Paulo, Hucitec, 2002. 
 
Nesse sentido, a língua como princípio de interação comunicacional se estabelece no 
diálogo, ou seja, na interação entre os indivíduos, a qual resulta em fragmentos das 
experiências vividas, (re)elaboradas e interpretadas que fazem parte dos contextos 
que pertencem as relações sociais pois “[...] a língua vive e evolui historicamente na 
comunicação verbal concreta, não no sistema abstrato das formas na língua nem no 
psiquismo individual dos falantes” (BAKHTIN, 2002, p.124). 
 
Saiba Mais 
 
BAKHTIN, M.;VOLOSHINOV, V. N. A interação verbal. In: BAKHTIM, 
M. Marxismo e filosofia da linguagem. 10. ed. Tradução: Michel Lahud e 
Yara Frateschi Veira. São Paulo: Hucitec, 2002. 
 
Já em relação a Linguagem, esta reúne vários signos que não se limitam à expressão 
da fala, mas abrange também a língua e também outros sinais, sons, cores, gestos, 
movimentos, expressões faciais e imagens que permitem a transmissãode 
pensamentos, pois a linguagem se apresenta: 
 
“ 
[...] como forma de ação entre homens, adentra-se nos campos da persuasão e do 
convencimento, porque a linguagem como meio de interação social é dotada de 
intencionalidade [...] seu fundamento está, pois, na argumentação que procura 
persuadir e convencer alguém a agir de determinada forma. A par disso, entende-se 
que a função básica da linguagem é a argumentação, uma vez que o sujeito 
enunciador sempre tem em vista persuadir e convencer seu interlocutor. (SITYA, 
1995, p.12) 
 
” 
 
 
	
Saiba Mais 
 
SITYA, Celestina Vitória Moraes. A linguística textual e a análise do 
discurso: uma abordagem interdisciplinar. Rio Grande do Sul: Ed. da URI, 
1995. 
 
Ou seja, corresponde ao conjunto de símbolos que permite a comunicação, a 
expressão da ideia a determinados grupos/público-alvo, no qual permite a troca mútua 
de informações, conectando as pessoas como um mecanismo que penetra diversos 
cenários/contextos de acordo com as intenções sociais, culturais, econômicas e 
políticas que estabelecem a ciência sobre o fato acontecido. 
 
Assim, a reflexão sobre a relação entre Língua, Linguagem e Sociedade está 
pautada na mistura como uma estrutura conectada. Desse modo, a língua é um 
fragmento que compõe o todo da linguagem (visuais, sonoras, gestuais, imagéticas) e 
permite a compreensão dos acontecimentos que materializam o pensamento enquanto 
produto do cotidiano social, da livre associação individual e/ou coletiva das 
intenções/ideologias que levam a pensar o texto e os gêneros textuais. 
 
 
	
Tema 2 
Tipologia e gêneros textuais 
 
 
Como as tipologias e gêneros textuais auxiliam na 
elaboração do texto acadêmico? 
 
Após a verificação da ligação entre Língua e Linguagem como possibilidade de 
vínculos de signos sociais, que permite a comunicação verbal e não verbal, 
perceberemos o texto, seus tipos e gêneros no auxílio da elaboração do texto 
acadêmico. 
 
O texto é o resultado da aplicação da Língua e da Linguagem no formato de escrita, 
no processo de entendimento das ideias do autor que são interpretadas pelo leitor, ou 
seja, um movimento de troca entre emissor e receptor em articulações de palavras 
aplicadas no contexto. 
 
Saiba Mais 
 
Autor - O que produz o texto ou qualquer outra obra. 
Emissor – Quem expressa uma ideia. 
Receptor – Quem interpreta uma ideia. 
 
 Nesse sentido, é importante pontuar que o texto expressa, além do 
pensamento, a cultura de um período, de uma época, sendo fruto da 
sobreposição de tempo e espaço, deixando claro as intencionalidades. Ou 
seja, não há pureza/imparcialidade na escrita do texto, sempre haverá um 
objetivo a ser alcançado, uma ideia a ser expressa na ambivalência da ética, 
moral que representa algum grupo social. 
 
Portanto, as tipologias textuais se apresentam como formato que determina as 
comunicações e determinados objetivos e estruturas dos textos. Eles se apresentam 
como: 
 
Narrativo 
O tipo de texto narrativo tem como princípio narrar uma história localizada no tempo e 
no espaço com a descrição das ações do personagem. A estrutura da tipologia textual 
narrativa envolve a introdução/contextualização, desenvolvimento, clímax final. 
 
Clímax - Ponto central, decisivo da narrativa, apresenta os desdobramentos e 
resolução da história. 
	
Dissertativo 
Podemos afirmar que o texto dissertativo é a tipologia textual com maior 
predominância no espaço acadêmico. Compreende o fenômeno, estabelece objetivos a 
serem alcançados com a ideia do autor e dispõe de argumentos frente aos 
questionamentos de um dado objeto de análise, com embasamento conceitual, 
auxiliando o fortalecimento científico do texto. 
 
Expositivo 
Já o texto expositivo tem como principal característica difundir mensagens de forma 
mais objetiva, direta, que permita a compreensão sem correlações e dubiedade. Assim, 
as informações expostas são suficientes para rápido entendimento. 
 
Descritivo 
A função de descrever os fatos ou pessoas a partir da observação é o que caracteriza 
a tipologia descritiva, que ressalta o detalhamento com maior precisão e riqueza de 
particularidades, características e observações sobre o objeto de análise. 
 
Injuntivo 
Por fim, a tipologia injuntiva caracteriza-se por apresentar, em sua estrutura, as 
indicações de uso ou realização de alguma atividade a partir de um arcabouço de 
métodos, técnicas e procedimentos que levam à execução de alguma prática. 
 
 
 Para saber mais sobre tipologias textuais, acesse a página inicial da 
disciplina, no ambiente virtual, e leia as páginas 22 a 25 do e-book Leitura e 
produção de textos acadêmicos. 
 
 
 Os gêneros textuais atuam de forma simultânea com a tipologia textual. 
Porém, isso não é algo que possa ser facilmente compreendido sem levar-se 
em consideração a forma e a função, os contextos sociais e a execução, o 
que acaba fazendo deste um movimento de auxílio e composição do texto 
acadêmico. Tudo isso, vale destacar, acontece ao mesmo momento em que 
registram-se os fatos ocorridos no cotidiano e, a partir da ideia de autore(s) 
dentro de normas, aspectos científicos que dialogam com as dimensões 
sociais, econômicas, culturais e políticas, enquanto 
 
 
	
 
“ 
[...] conjunto de meios de orientação coletiva na realidade, dirigido para seu 
acabamento. Essa orientação é capaz de compreender novos aspectos da 
realidade. A compreensão da realidade desenvolve-se e origina-se no processo da 
comunicação social ideológica. (MEDVIÉDEV, 2012, p. 200) 
” 
 
Saiba Mais 
 
MEDVIÉDEV, P. N. O método formal nos estudos literários: introdução 
crítica a uma poética sociológica. Tradução: Sheila Camargo Grillo e 
Ekaterina Vólkova Américo. São Paulo: Contexto, 2012. 
 
Neste sentido, os gêneros textuais (conforme o Quadro 1) estão intimamente ligados 
às questões coloquiais, às ações diárias que se relacionam com as práticas sociais, 
nos aspectos do conjunto de regras linguísticas. 
 
Quadro 1 - Correlação das Tipologias Textuais com os Gêneros Textuais. 
 
Tipologia Textuais Gênero Textuais 
Narrativo Novelas, romances, contos, cosmologias, entre outros. 
Dissertativo Resenha, manifestos, editorais, artigos científicos, monografias, 
entre outros. 
Expositivo Entrevistas, enciclopédias, resumos, verbetes de dicionário, 
entre outros. 
Descritivo Diários, relatos de experiências, folhetos turísticos, classificados, entre outros. 
Injuntivo Manuais de instruções, mapas, receitas, tutoriais, entre outros. 
 
Fonte: A autora (2022). 
 
Neste sentido, a correlação das tipologias textuais e os gêneros são classificados 
nominalmente de acordo com a propriedade textual contextualizada com o lugar 
	
(instituições, formalidades e expressões cotidianas, entre outras), ou seja, são 
estruturados de acordo com a demanda e/ou objetivo que exerce o autor. 
 
 Para saber mais sobre tipologias textuais, acesse a Minha Biblioteca e leia 
as páginas 19 a 30 do livro: MENDES, A. et. al. Linguística textual e 
ensino. Grupo A, 2020. ISBN: 9786581492670. 
 
 
 
 
	
Tema 3 
O texto acadêmico e a produção de sentidos no 
texto 
 
 
Como despertar a produção de sentidos no texto 
acadêmico? 
 
A escrita de um texto acadêmico não nasce a esmo. Ela tem sua origem a partir da 
curiosidade, do questionamento e da busca por entendimento/resposta para um 
determinado assunto. Dentro do aspecto científico, a realidade vivenciada é que será o 
foco para as argumentações que integram a produção do conhecimento científico, 
uma vez que o texto se estabelece como “[...] uma identidade concreta realizada 
materialmente e corporificada em algum gênero textual” (MARCUSCHI, 2002, p. 24). 
 
Saiba Mais 
 
MARCUSCHI, L. A. Gêneros textuais: definição e funcionalidade. 
In: DIONÍSIO, A.P.; MACHADO, A.B.; BEZERRA, M.A. Gêneros textuais 
& ensino. Rio de Janeiro: Lucerna, 2002. 
 
 
 A escrita não é neutra, nem tampouco sem direcionamento. Ela tem um 
objetivo que interage com a visão de mundo do autor. Isso permiteum 
diálogo entre as formas da escrita e a experiência dos sujeitos no mundo, 
que aparentemente está externa ao texto, mas que são condensados, 
mobilizados e materializados, o que contribui para “[...] ou determina a 
construção de sentido" (KOCH; ELIAS, 2006, p. 59). 
 
Saiba Mais 
 
KOCH, I. G. V.; ELIAS, V. M. Ler e compreender: os sentidos do texto. 
são Paulo: Contexto, 2006. 
 
Pensar sobre o conceito de sentidos e/ou produção de sentidos é refletir sobre os 
aspectos cognitivos (e polissêmicos) de interação/inferência na identificação, 
representação e/ou reconhecimento da língua como forma social de diálogo e das 
linguagens (e seus desdobramentos). 
 
	
Esses atos despertam memórias, lembranças, aprendizagem e questões fisiológicas, 
que correspondem a tato, olfato, visão e paladares de acordo com a perspectiva 
psíquica dos indivíduos que se relacionam na sociedade. Essas percepções são 
aplicadas em tipologias e gêneros textuais, pois a produção de sentido é: 
 
“ 
[...] um movimento de organização de linguagem nas relações interpessoais que 
criam contextos para aprendizagem e desenvolvimento [...] entendida como espaço 
de colaboração e criticidade em que as mediações sociais são pré-requisito e 
produto, instrumento e resultado de transformação da realidade. (MAGALHÃES; 
OLIVEIRA, 2011, p. 107-108)	
” 
 
Saiba Mais 
 
MAGALHÃES, M. C. C.; OLIVEIRA, W. Vygotsky e Bakhtin/Volochinov: 
dialogia e alteridade. Bakhtiniana, São Paulo, v. 1, n.5, p.103-115, 2011. 
 
Neste aspecto, a produção de sentido é uma conversação entre os saberes 
experienciais a partir da palavra, sem imposição de uma dada cultura/perspectiva 
sobre palavras dos outros, com respeito a pluralidade e diversidade, pois as “[...] 
palavras dos outros trazem consigo a sua expressão, o seu tom valorativo que 
assimilamos, reelaboramos e reacentuamos” (BAKHTIN, 2011, p.295). 
 
Saiba Mais 
 
BAKHTIN, M. M. Estética da Criação Verbal. Tradução do russo: Paulo 
Bezerra. 6. ed. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2011. 
 
No que corresponde ao Texto acadêmico, este perpassa por um movimento de 
letramento quando existe uma junção natural entre escrever e ler, uma vez que o ato 
de ler [...] está geralmente restrito à decifração da escrita, sua aprendizagem, no 
entanto liga-se, por tradição, ao processo de formação global do indivíduo [...].” 
(MARTINS, 1994, p. 23). 
 
	
Saiba Mais 
 
MARTINS, M. H. O que é leitura. 19. ed. São Paulo: Brasiliense, 1994. 
 
Ou seja, o processo formativo do indivíduo não é isolado do convívio social, mas 
precisa de uma formação para compreender o modo de produção acadêmico, que 
envolve os eventos atuais (o texto como filho do seu tempo), a leitura como sinônimo 
de matriz, compreensão inicial para o entendimento dos fenômenos sociais. 
 
Isso resulta em uma produção textual que acaba fazendo sentido para nós, já que 
mergulhamos em um vasto material teórico/conceitual aplicado a uma realidade 
específica, que compõe o texto e parte de metodologias (formas de fazer) que ajudam 
a leitura, escrita e produção de um texto acadêmico desenvolvendo habilidades e “[...] 
competência sociocomunicativa dos interlocutores permite-lhes discernir o que é 
adequado ou inadequado no interior das práticas sociais em que se acham engajados” 
(KOCH, 2004, p. 160). 
 
Saiba Mais 
 
KOCH, I. G. V. Introdução à Linguística Textual. São Paulo: Martins 
Fontes, 2004. 
 
 
 Neste sentido, considerando que o cotidiano é movido de acordo com a 
experiência do indivíduo, conjuntamente com língua, linguagem, tipologia e 
gêneros textuais, o texto acadêmico integra a produção do sentido, pois 
versa com identificação e reconhecimento, bem como com materialização do 
texto e difusão do conhecimento que nasce do pessoal para o coletivo, além 
de ter uma infinidade de possibilidades de expressar a ideia e sua 
funcionalidade na sociedade. 
 
 
	
Encerramento 
 
 
Qual a relação entre Língua, Linguagem e Sociedade? 
 
A reflexão sobre a relação entre Língua, Linguagem e Sociedade está pautada na 
mistura como uma estrutura conectada, em que a língua é um fragmento que compõe 
o todo da linguagem (visuais, sonoras, gestuais, imagéticas) e permite a compreensão 
dos acontecimentos que materializam o pensamento, enquanto produto do cotidiano 
social. 
Como as tipologias e gêneros textuais auxiliam na 
elaboração do texto acadêmico? 
 
Os gêneros textuais atuam de forma simultânea com a Tipologia textual. No entanto, 
isso não é algo que pode ser compreendido facilmente sem levar-se em consideração 
forma e função, os contextos sociais e a execução, o que acaba fazendo deste um 
movimento de auxílio e composição do texto acadêmico. Tudo isso, vale destacar, 
acontece ao mesmo tempo em que registra os fatos ocorridos no cotidiano e, a partir 
da ideia de autor(es) dentro de normas, aspectos científicos que dialogam com as 
dimensões sociais, econômicas, culturais e políticas. 
Como despertar a produção de sentidos no texto 
acadêmico? 
 
O processo formativo do indivíduo não é isolado do convívio social, mas precisa de 
uma formação para compreender o modo de produção acadêmico, que envolve os 
eventos atuais (o texto como filho de seu tempo), a leitura como sinônimo de matriz, 
compreensão inicial para o entendimento dos fenômenos sociais. Isso resulta em uma 
produção textual que acaba fazendo sentido para nós, já que mergulhamos em um 
vasto material teórico/conceitual aplicado a uma realidade específica, que compõe o 
texto e que parte de metodologias (formas de fazer) que ajudam a leitura, escrita e 
produção de um texto acadêmico desenvolvendo habilidades e competência. 
 
Resumo da Unidade 
 
Nesta primeira unidade vimos a relação entre Língua, Linguagem e Sociedade, em 
que a língua é uma pequena parte que compõe o todo dos diferentes tipos de 
linguagem (visuais, sonoras, gestuais, imagéticas), permitindo compreender o 
pensamento enquanto produto do cotidiano social. 
 
Além disso, estudamos a diferença entre Tipologias e Gêneros Textuais, 
entendendo que esses não podem ser compreendidos sem que se considerem 
suas formas, funções, contextos e aplicação, o que faz do entendimento dessas 
ações um movimento que ajuda no momento de escrita do texto acadêmico. 
	
Logo, compreendemos que, para ter sentido, o texto acadêmico exige um processo 
formativo do indivíduo não isolado de seu contexto social, mas que seja capaz de 
compreender que a produção acadêmica também tem a leitura como ponto central.

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