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ANATOMIA DOS RUMINANTES DOMÉSTICOS v3

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78
 
O nervo torácico lateral origina-se dos nervos espinhais cervical C8 e torácico Tl. Corre 
caudalmente na parede ventrolateral do tórax e apresenta conexões com os ramos 
cutâneos ventrais dos nervos intercostais. Inerva a fáscia, o músculo cutâneo e a pele 
da parede lateroventral do tórax e do abdome, chegando até o flanco. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
18. VASOS DA PAREDE DO TÓRAX 
 79
 
18.1 Artérias 
 
18.l..1 Artéria torácica externa: Descrita no item referente a artérias do membro 
torácico. 
 
18.1.2 Tronco costocervical: Descrito no item referente a artérias da cavidade do 
tórax. 
 
18.1.3 Artéria torácica interna : Descrita no item referente a artérias da cavidade do 
tórax. 
 
18.1.4 Artérias intercostais dorsais: Descritas no item referente a artérias da 
cavidade do tórax. 
 
18.1.5 Artéria costo-abdominal: Descrita no item referente a artérias da cavidade do 
tórax. 
 
18.2 Veias 
 
18.2.1 Veia ázigos esquerda: Descrita no item referente a veias da parede do tórax. 
 
18.2.2 Veia costocervical: Descrita no item referente a veias da parede do tórax. 
 
18.2.3 Veia torácica interna: Descrita no item referente a veias da parede do tórax. 
 
18.2.4 Veia ázigos direita: Descrita no item referente a veias da parede do tórax. 
 
18.3 Linfáticos 
 
18.3.1 Linfocentro axilar: Descrito no item referente a linfáticos do membro torácico. 
 
18.3.2 Linfocentros torácico dorsal e torácico vent ral: Descritos no item referente a 
linfáticos da cavidade do tórax. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
19. DISSECAÇÃO DA PAREDE DO ABDOME 
 80
 
19.1 Remova a pele da parede do abdome, desde a linha mediana dorsal até a linha 
mediana ventral, tendo-se o cuidado de contornar o úbere nas fêmeas e o prepúcio nos 
machos. Observe o músculo cutâneo do tronco, recobrindo a parede do tórax e do 
abdome. 
 
19.2 Localize, correndo longitudinalmente na parte ventral da parede do abdome, sob o 
músculo cutâneo do tronco, a artéria e veia epigástricas craniais superficiais. Em 
fêmeas que estão em lactação, a veia epigástrica cranial superficial, também conhecida 
como veia subcutânea abdominal, apresenta-se mais calibrosa e com um trajeto 
caracteristicamente sinuoso (varicoso). 
 
19.3 Remova o músculo cutâneo do tronco e observe o músculo grande dorsal 
(seccionado) prendendo-se na fáscia toracolombar e nas últimas costelas. 
 
19.4 Identifique, recobrindo a parte caudal da parede do tórax e a parede do abdome, o 
músculo oblíquo externo do abdome. Este é um músculo largo e laminar, formado por 
uma parte carnosa e uma parte aponeurótica. A parte carnosa se dispõe obliquamente 
em sentido caudoventral, estendendo-se desde as costelas até a metade da parede do 
abdome; sua inserção nas costelas apresenta um contorno serreado, relacionando-se à 
maneira de uma engrenagem com o músculo serrátil ventral. A parte aponeurótica é 
uma lâmina conjuntiva resistente e brilhante, que se estende caudoventralmente na 
parede do abdome, até a linha mediana ventral. Observe que tanto a parte carnosa 
como a parte aponeurótica do oblíquo externo do abdome estão recobertas por uma 
membrana de coloração amarelada, rica em tecido elástico. Esta membrana denomina-
se túnica flava do abdome e não deve ser removida. 
 
19.5 Localize, na parte ventral da parede do abdome, o músculo reto do abdome, que 
se estende longitudinalmente desde o esterno até o pube, podendo ser visto por 
transparência através da túnica flava e da aponeurose do oblíquo externo do abdome. 
Note que o reto do abdome é formado por vários ventres, separados entre si por faixas 
conjuntivas transversais, denominadas intersecções tendíneas. 
 
19.6 Libere das costelas o oblíquo externo do abdome. Seccione dorsalmente sua parte 
carnosa e caudalmente sua parte aponeurótica. Afaste o oblíquo externo do abdome 
em sentido caudoventral e identifique, profundamente a ele, o músculo oblíquo interno 
do abdome, também constituído de parte carnosa e parte aponeurótica. Observe que a 
parte carnosa do oblíquo interno do abdome dispõe-se obliquamente em sentido 
cranioventral, portanto contrário ao do oblíquo externo do abdome. 
 
19.7 Acompanhe a parte aponeurótica do oblíquo interno do abdome e verifique que ela 
se funde ventralmente com a parte aponeurótica do oblíquo externo do abdome. Estas 
duas partes aponeuróticas fundidas formam uma potente lâmina conjuntiva, 
denominada lâmina externa da bainha do reto, que envolve externamente o músculo 
reto do abdome. 
 
19.8 Seccione dorsalmente a parte carnosa do oblíquo interno do abdome e rebata-a 
ventralmente. Identifique, profundamente ao oblíquo interno do abdome, o músculo 
transverso do abdome, também constituído de parte carnosa e parte aponeurótica. A 
parte carnosa do transverso do abdome dispõe-se verticalmente. Sua parte 
 81
aponeurótica estende-se ventralmente e passa internamente ao reto do abdome, 
constituindo assim a lâmina interna da bainha do reto. 
 
19.9 Localize, correndo sobre a parte dorsal do transverso do abdome, próximo ao 
túber coxal, o ramo cranial da artéria circunflexa profunda do ílio, com sua veia 
correspondente. Localize também, correndo verticalmente sobre o músculo transverso 
do abdome, os ramos ventrais dos últimos nervos espinhais torácicos (nervos 
intercostais) e os ramos ventrais dos primeiros nervos espinhais lombares. 
 
19.10 Afaste lateralmente o músculo reto do abdome e localize, correndo 
longitudinalmente em sua face profunda, a artéria epigástrica cranial, com sua veia 
correspondente. 
 
19.11 Note que as partes aponeuróticas dos músculos da parede do abdome se 
encontram com as correspondentes do lado oposto na linha mediana ventral, aí 
formando uma faixa esbranquiçada de tecido conjuntivo denso, denominada linha alba. 
A linha alba é pouco vascularizada e representa um dos locais de eleição para incisões 
na parede do abdome. 
 
19.12 Em uma metade de tronco sem as vísceras, identifique, revestindo internamente 
a parede do abdome, uma membrana serosa, a lâmina parietal do peritônio. 
 
19.13 Localize, na extremidade caudoventral da parede do abdome (região inguinal), 
uma passagem denominada canal inguinal. Este canal está presente em ambos os 
sexos, mas é mais desenvolvido nos machos, onde dá passagem às estruturas que 
formam o cordão espermático (ducto deferente, artéria e veia testiculares, músculo 
cremáster, etc). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20. MÚSCULOS DA PAREDE DO ABDOME 
 
20.1 Oblíquo externo do abdome 
 
 82
É o mais superficial dos músculos da parede do abdome. É largo e laminar, 
estendendo-se sobre a parede do abdome e a parte caudal da parede do tórax. 
Apresenta uma parte carnosa e uma parte aponeurótica. A parte carnosa origina-se nas 
sete últimas costelas, na fáscia toracolombar e no túber coxal e estende-se 
obliquamente até a metade da parede abdominal. A parte aponeurótica é uma lâmina 
conjuntiva larga e resistente que se estende ventrocaudalmente na parede do abdome. 
Apresenta-se revestida externamente pela túnica flava do abdome, uma fáscia de 
coloração amarelada devido à riqueza de fibras elásticas. Na porção ventral da parede 
do abdome a parte aponeurótica do oblíquo externo do abdome funde-se com a parte 
aponeurótica do oblíquo interno do abdome, formando ambas uma forte lâmina 
conjuntiva que envolve externamente o músculo reto do abdome (lâmina externa da 
bainha do reto). Na face profunda desta lâmina prendem-se as intersecções tendíneas 
deste último músculo. As aponeuroses fundidas dos dois oblíquos encontram-se com 
as correspondentes do lado oposto na linha alba e caudalmente inserem-se no tendão 
prepúbico. É irrigado pelas últimas artérias intercostais e pelo ramo cranial da artéria 
circunflexa profunda do ílio. 
Inervação: É inervado por ramos dos cinco últimos nervos intercostais, pelo 
nervo costo-abdominal e pelos dois primeiros nervos espinhais lombares. 
 
20.2 Oblíquo interno do abdome 
 
Também largo e laminar,situa-se profundamente ao oblíquo externo do abdome. 
Origina-se no túber coxal e na porção profunda da fáscia toracolombar. Insere-se, 
juntamente com o oblíquo externo do abdome, na linha alba e no tendão prepúbico. 
Sua parte carnosa tem a forma aproximada de um leque, com os feixes musculares 
dispostos obliquamente em sentido cranioventral, estendendo-se aproximadamente até 
o meio da parede do abdome. Nos pequenos ruminantes, parte do músculo oblíquo 
interno do abdome destaca-se do restante e insere-se na borda caudal da última 
costela. A parte aponeurótica do oblíquo interno do abdome estende-se ventralmente, 
fundindo-se com a parte aponeurótica do oblíquo externo do abdome de modo a formar 
uma forte lâmina conjuntiva, a lâmina externa da bainha do reto, que envolve 
externamente o músculo reto do abdome. É irrigado pela artéria costo-abdominal, pela 
artéria circunflexa profunda do ílio e pela artéria epigástrica cranial superficial. 
Inervação: Nervo costo-abdominal e dois primeiros nervos espinhais lombares. 
 
20.3 Transverso do abdome 
 
Igualmente largo e laminar, constitui a camada muscular mais profunda da parede do 
abdome, apresentando-se também constituído por uma parte carnosa e uma parte 
aponeurótica. Origina-se nos processos transversos das vértebras lombares e na face 
interna do arco costal. Os feixes musculares de sua parte carnosa dispõem-se 
verticalmente, sendo assim perpendiculares aos do músculo reto do abdome. Sua parte 
aponeurótica estende-se ventralmente e passa profundamente ao músculo reto do 
abdome, formando desta maneira a lâmina interna da bainha do reto, até inserir-se na 
linha alba. É irrigado por ramos pelas artérias circunflexa profunda do ílio e epigástrica 
cranial superficial. 
Inervação: Últimos nervos intercostais, nervo costo-abdominal e dois primeiros 
nervos espinhais lombares. 
 
20.4 Reto do abdome 
 83
 
É um músculo longo e laminar que se estende longitudinalmente na parede ventral do 
abdome, desde o esterno até o pube. O músculo reto do abdome direito está separado 
do esquerdo pela linha alba, uma larga faixa conjuntiva formada pelas aponeuroses 
fundidas dos músculos oblíquos externo e interno do abdome. O reto do abdome é um 
típico músculo poligástrico, apresentando-se seus ventres separados entre si por cinco 
intersecções tendíneas dispostas transversalmente. Está envolvido externamente pela 
lâmina externa da bainha do reto, formada pelas aponeuroses fundidas dos músculos 
oblíquos externo e interno do abdome. Internamente, é revestido pela lâmina interna da 
bainha do reto, formada pela aponeurose do músculo transverso do abdome. É irrigado 
pela artéria epigástrica cranial. 
Inervação: Últimos nervos intercostais, nervo costo-abdominal e três primeiros 
nervos espinhais lombares. 
 
20.5 Ação dos músculos abdominais 
 
Os músculos abdominais dão à parede do abdome a resistência e o tônus necessários 
para a sustentação das vísceras abdominais. Além disto, a contração destes músculos 
exerce pressão sobre as vísceras abdominais durante a micção, a defecação, o parto e 
a expiração forçada. 
 
20.6 Canal inguinal 
 
O canal inguinal é uma passagem situada na extremidade caudoventral da parede do 
abdome (região inguinal). Está presente em ambos os sexos, sendo porém mais 
desenvolvido nos machos. Nos ruminantes, o canal inguinal apresenta-se mais como 
uma fenda, formada na extremidade caudoventral dos músculos oblíquo externo e 
oblíquo interno do abdome. Sua abertura externa constitui o ânulo inguinal superficial e 
sua abertura interna o ânulo inguinal profundo, sendo relativamente curta a distância 
entre os dois ânulos. O ânulo inguinal superficial está situado na aponeurose do 
músculo oblíquo externo do abdome, imediatamente cranial à inserção desta 
aponeurose no tendão prepúbico. Já o ânulo inguinal profundo é delimitado 
cranialmente pela borda caudal do músculo oblíquo interno do abdome e caudalmente 
pelo ligamento inguinal. Este último, por sua vez, é uma faixa de tecido conjuntivo 
denso que se estende do túber coxal à eminência iliopúbica, na entrada da cavidade 
pelvina. 
O canal inguinal é atravessado pela artéria e veia pudendas externas, por vasos 
linfáticos e por nervos, em ambos os sexos. Nos machos, dá passagem também ao 
funículo espermático, acompanhado da túnica vaginal (derivada do peritônio) e do 
músculo cremáster (derivado do músculo oblíquo interno do abdome). 
 
 
 
 
21. NERVOS DA PAREDE DO ABDOME 
 
Além dos ramos ventrais dos últimos nervos intercostais, a parede do abdome é 
inervada pelos ramos ventrais dos nervos espinhais lombares L1 a L4. 
 
21.1 Nervo ílio-hipogástrico 
 84
 
É constituído pelo ramo ventral do primeiro nervo espinhal lombar (L1). Ele passa entre 
os músculos quadrado lombar e psoas maior e divide-se em dois ramos, superficial e 
profundo. O ramo superficial atravessa os músculos da parede abdominal, envia 
ramúsculos aos musculos transverso do abdome e oblíquo externo do abdome e 
distribui-se na pele da região do flanco (fossa paralombar) como ramo cutâneo lateral. 
O ramo profundo dirige-se caudoventralmente entre o peritônio e o músculo transverso 
do abdome, passa próximo ao ânulo inguinal interno e envia ramos para os músculos 
transverso do abdome e oblíquo interno do abdome e para a porção caudal do músculo 
reto do abdome. Prossegue ventralmente como ramo cutâneo ventral, o qual se distribui 
na pele da região do prepúcio e do escroto no macho e na pele da mama na fêmea. 
 
21.2 Nervo ílio-inguinal 
 
É constituído pelo ramo ventral do nervo espinhal L2. Em alguns casos, ele pode 
receber um ramo comunicante do ramo ventral de L1. Envia, por sua vez, um ramo 
comunicante ao ramo ventral de L3. O nervo ílio-inguinal, em seu trajeto pela parede do 
abdome, comporta-se de modo semelhante ao nervo ílio-hipogástrico, correndo paralela 
e caudalmente a este último. 
 
21.3 Nervo genitofemoral 
 
É formado pelo ramo ventral do nervo espinhal lombar L3, mas recebe também fibras 
dos ramos ventrais de L2 e L4. Dirige-se caudoventralmente e fornece um ramo para o 
músculo oblíquo interno do abdome. Em seu curso em direção ao canal inguinal, cruza 
o nervo cutâneo lateral da coxa e a artéria e veia circunflexas profundas do ílio. Ele 
acompanha a artéria e veia pudendas externas e divide-se em dois ramos, que 
atravessam o canal inguinal. Um destes ramos distribui-se na pele do prepúcio e do 
escroto no macho e na pele da mama na fêmea. O outro ramo, além de inervar estas 
estruturas, distribui-se também, no caso de machos, no músculo cremáster e na túnica 
vaginal. 
 
21.4 Nervo costo-abdominal: Descrito no item referente a nervos da parede do tórax. 
 
21.5 Nervo torácico lateral: Descrito no item referente a nervos da parede do tórax. 
 
 
 
 
 
 
 
22. VASOS DA PAREDE DO ABDOME 
 
22.1 Artérias 
 
22.l.1 Artérias epigástrica cranial e epigástrica c ranial superficial: Descritas no 
item referente a artérias da cavidade do tórax. 
 
 85
22.1.2 Artéria circunflexa profunda do ílio: Descrita no item referente a artérias do 
membro pelvino. 
 
22.1.3 Artéria costo-abdominal: Descrita no item referente a artérias da cavidade do 
tórax. 
 
22.2 Veias 
 
22.2.1 Veia epigástrica cranial superficial ( veia subcutânea abdominal): Descrita 
no item referente a veias da cavidade do tórax. 
 
22.3 Linfáticos 
 
22.3.1 Linfocentro inguinofemoral: Descrito no item referente a linfáticos do membro 
pelvino. 
 86
 
23. DISSECAÇÃO DO MEMBRO PELVINO 
 
23.1 Dissecação da região glútea 
 
23.1.1 Faça uma incisão transversal na pele da perna, logo abaixo do joelho, 
contornando-a inteiramente. Faça uma incisão vertical na pele da face medial da coxa e 
da perna, desde a raiz do membro até alcançar a primeira incisão. Remova a pele até a 
linha mediana dorsal, tendo-se o cuidado de contornar a raiz da cauda, o ânus e os 
órgãos genitais externos. 
 
23.1.2 Remova a fáscia superfícial da região glútea, juntamente com a porção mais 
caudal do músculocutâneo do tronco. 
 
23.1.3 Identifique, em sentido craniocaudal, os seguintes músculos situados 
superficialmente na região glútea: tensor da fáscia lata, glúteo médio e glúteo 
superficial. O tensor da fáscia lata tem contorno triangular e estende-se verticalmente 
do túber coxal à borda cranial da coxa, estando preso distalmente em uma lâmina 
conjuntiva forte e brilhante, denominada fáscia lata. O glúteo médio é o mais volumoso 
dos três, dispondo-se obliquamente no meio da região glútea. O glúteo superficial, de 
aspecto mais laminar, recobre a parte caudal do glúteo médio. Distalmente, na altura do 
trocânter maior do fêmur, o glúteo superficial se funde com o músculo bíceps femoral, 
constituindo os dois uma única massa muscular denominada músculo gluteobíceps. 
 
23.1.4 Seccione transversalmente o gluteobíceps desde o trocânter maior do fêmur até 
o túber isquiádico. Afaste dorsalmente a parte proximal (glúteo superficial) do 
gluteobíceps. Isole o glúteo médio e seccione-o transversalmente em seu meio. Afaste 
ao máximo os cotos do glúteo médio e observe, profundamente a ele, o músculo glúteo 
acessório, ao qual o glúteo médio está parcialmente fundido. 
 
23.1.5 Observe, profundamente aos músculos glúteos, uma lâmina conjuntiva fibrosa e 
brilhante, o ligamento sacrotuberal, que se estende do sacro ao osso do quadril. 
Localize e disseque, correndo sobre o ligamento sacrotuberal em direção à coxa, o 
nervo isquiádico, que é o nervo mais calibroso do corpo, apresentando-se aqui como 
uma larga fita esbranquiçada. 
 
23.1.6 Disseque, separando-se da porção inicial do nervo isquiádico, o nervo glúteo 
cranial, que se dirige cranialmente, atravessa o músculo glúteo acessório e termina no 
músculo tensor da fáscia lata, inervando-o. Um pouco mais distalmente, disseque, 
separando-se também do nervo isquiádico, o nervo glúteo caudal, que se dirige 
caudalmente para inervar os músculos glúteos. 
 
23.1.7 Localize e disseque, sobre a porção mais caudal do ligamento sacrotuberal, 
próximo ao túber isquiádico, a artéria glútea caudal e o linfonodo isquiádico, este último 
pouco desenvolvido. 
 
23.1.8 Localize, profundamente ao nervo isquiádico, o músculo glúteo profundo, cujos 
feixes musculares dispõem-se à maneira de leque. 
 
 
 87
23.2 Dissecação da face lateral da coxa 
 
23.2.1 Remova a fáscia superficial da face lateral da coxa, tendo-se o cuidado de 
preservar a fáscia lata, já identificada. Verifique que na borda caudal da fáscia lata está 
preso o músculo bíceps femoral. Este último, conforme já referido, está fundido 
proximalmente com o glúteo superficial, formando ambos o músculo gluteobíceps. 
 
23.2.2 Observe a extensão e o volume do bíceps femoral, que ocupa boa parte da face 
lateral da coxa. Verifique que ele apresenta uma parte cranial, mais larga e cujos feixes 
musculares dirigem-se obliquamente em sentido craniodistal, e uma parte caudal, mais 
estreita e com os feixes musculares dirigidos verticalmente. 
 
23.2.3 Localize, formando o contorno caudal da coxa, os músculos semitendíneo e 
semimembranáceo. O músculo semitendíneo situa-se imediatamente caudal à parte 
caudal do bíceps femoral. O músculo semimembranáceo dispõe-se caudal e 
medialmente ao semitendíneo, encurvando-se para a face medial da coxa. 
 
23.2.4 Seccione verticalmente a inserção do bíceps femoral na fáscia lata. Seccione 
transversalmente, próximo à articulação do joelho, o bíceps femoral e afaste sua massa 
muscular caudalmente. Localize, profundamente ao bíceps femoral, o nervo isquiádico. 
Continue dissecando distalmente o nervo isquiádico e verifique que ele emite, no terço 
proximal da coxa, ramos calibrosos para os músculos bíceps femoral, semitendíneo e 
semimembranáceo. No terço distal da coxa, verifique a divisão final do nervo isquiádico 
em dois nervos também calibrosos: nervo fibular comum, o mais lateral, e nervo tibial, o 
mais medial, ambos dirigindo-se para a perna. Observe que da porção final do nervo 
isquiádico origina-se também um delgado nervo, denominado nervo cutâneo lateral da 
sura, destinado à pele da face caudal da perna. 
 
23.2.5 Localize, vindo da perna e penetrando no espaço entre os músculos bíceps 
femoral e semitendíneo, uma calibrosa veia, denominada veia safena lateral. Esta veia 
é importante, pois pode ser utilizada para colheita de sangue e injeção endovenosa de 
medicamentos, em animais de pequeno porte. 
 
23.2.6 Localize, emergindo da musculatura profunda da coxa, a artéria circunflexa 
medial do fêmur, cujos ramos se distribuem nos músculos adjacentes. A artéria 
circunflexa medial do fêmur é continuação da artéria femoral profunda, que será 
dissecada na face medial da coxa. 
 
23.2.7 Localize, junto à veia safena lateral e à terminação do nervo isquiádico, o 
linfonodo poplíteo, bem desenvolvido e que pode estar envolto em quantidade variável 
de tecido adiposo. 
 
23.2.8 Afaste cranialmente a fáscia lata e localize, sob ela, o músculo vasto lateral. Este 
último faz parte do grupo muscular denominado quadríceps femoral. Seccione 
transversalmente em seu meio o músculo vasto lateral. Afaste seus cotos e identifique, 
profundamente a ele, dois músculos: reto femoral, o mais cranial, e vasto intermédio, o 
mais caudal. Estes dois músculos são também componentes do quadríceps femoral. O 
quarto componente do quadríceps femoral é o músculo vasto medial, que será visto na 
face medial da coxa. 
 
 88
23.2.9 Localize, profundamente na coxa, o músculo adutor, situado entre o vasto 
intermédio cranialmente e o semimembranáceo caudalmente. 
 
23.3 Dissecação da face medial da coxa 
 
23.3.1 Afaste ao máximo a parte caudal da parede do abdome da face medial da coxa, 
de modo a expor a raiz do membro pelvino. 
 
23.3.2 Localize, na borda cranial da coxa, o músculo tensor da fáscia lata e a fáscia 
lata, que também aparecem na face medial da coxa. Disseque, correndo juntos 
verticalmente sobre a face medial do tensor da fáscia lata, o ramo caudal da artéria 
circunflexa profunda do ílio e o nervo cutâneo lateral da coxa. 
 
23.3.3 Identifique, imediatamente cranial ao músculo tensor da fáscia lata, um grande 
linfonodo, denominado o linfonodo subilíaco, que pode estar envolto em quantidade 
variável de tecido adiposo. 
 
23.3.4 Remova a fáscia superficial da face medial da coxa, de modo a expor os 
músculos presentes nesta face. Localize, em sentido craniocaudal, a partir do músculo 
tensor da fáscia lata, os seguintes músculos: vasto medial, sartório e grácil. O vasto 
medial tem aspecto laminar e recobre parcialmente o músculo reto femoral; ambos 
pertencem ao grupo quadríceps femoral. O sartório apresenta-se como uma faixa 
muscular longa e estreita, disposta verticalmente mais ou menos no meio da face 
medial da coxa; sua extremidade proximal, junto à raiz do membro, está dividida em 
duas cabeças, cranial e caudal. O grácil é largo, laminar e recobre parcialmente o 
músculo semimembranáceo, que também aparece na face medial da coxa. 
 
23.3.5 Localize na raiz do membro, emergindo da cavidade abdominal e passando entre 
as cabeças cranial e caudal do músculo sartório, três estruturas bem calibrosas: o 
nervo femoral, a artéria femoral e a veia femoral. 
 
23.3.6 Libere a cabeça caudal do sartório e afaste este músculo cranialmente. Disseque 
o nervo femoral em seu curto trajeto até penetrar na extremidade proximal do grupo 
quadríceps femoral, o qual inerva. Verifique que o nervo femoral, antes de penetrar no 
quadríceps femoral, emide um delgado ramo, denominado nervo safeno, que passa a 
acompanhar a artéria e veia femorais na face medial da coxa. 
 
23.3.7 Com o sartório afastado cranialmente, disseque, profundamente a ele, a artéria 
e veia femorais correndo na face medial da coxa. Verifique que, no terço médio da 
coxa, a artéria femoral emite um delgado ramo, a artéria safena, que passa a 
acompanhar o nervo safeno distalmente na coxa. Continue dissecando a artéria e veia 
femorais até a extremidade distal da coxa. 
 
23.3.8 Seccione transversalmenteem seu meio o músculo grácil e afaste seus cotos. 
Verifique, chegando à face profunda da parte proximal do grácil, o nervo obturatório. 
 
23.3.9 Localize, caudalmente ao sartório, os músculos pectíneo, adutor e 
semimembranáceo. O músculo pectíneo é pequeno e triangular, situando-se entre o 
sartório cranialmente e o adutor caudalmente. Os músculos adutor e 
 89
semimembranáceo já foram identificados na face lateral da coxa; reconheça-os agora 
na face medial. 
 
23.3.10 Localize na raiz do membro, emergindo da cavidade abdominal e correndo 
caudalmente até penetrar sob o músculo pectíneo, a artéria femoral profunda, com sua 
veia correspondente. A artéria femoral profunda continua-se, sob a musculatura da face 
medial da coxa, como artéria circunflexa medial do fêmur. Esta última emerge na face 
lateral da coxa, onde já foi identificada. 
 
23.3.11 Localize, na porção cranial da raiz do membro, o músculo iliopsoas, disposto 
obliquamente em sentido caudodistal, passando profundamente às cabeças do sartório. 
 
23.4 Dissecação da perna e do pé 
 
23.4.1 Remova com cuidado o restante da pele do membro pelvino, até os cascos. 
 
23.4.2 Localize, na face lateral da perna, a veia safena lateral. Disseque esta veia 
distalmente e verifique que ela é formada, no terço médio da perna, pela união de dois 
ramos, um cranial e outro caudal. 
 
23.4.3 Afaste cranialmente o coto distal do músculo bíceps femoral juntamente com sua 
aponeurose. Localize o nervo fibular comum e disseque-o correndo obliquamente sobre 
os músculos da face lateral da perna, até sua penetração entre eles. 
 
23.4.4 Remova com cuidado a fáscia superficial da face lateral da perna e passe a 
identificar os músculos encontrados nesta face. Localize inicialmente a cabeça lateral 
do músculo gastrocnêmio, um volumoso músculo que forma o contorno caudal da 
perna, indo inserir-se no calcâneo por meio de um forte tendão, denominado tendão 
calcanear comum. Verifique que à cabeça lateral do gastrocnêmio se incorpora uma 
faixa muscular débil e estreita, que constitui o músculo sóleo, pouco desenvolvido nos 
ruminantes. 
 
23.4.5 Localize, cranialmente ao sóleo e ao tendão calcanear comum, o músculo flexor 
profundo dos dedos, disposto ao longo da face caudal da tíbia. Identifique, cranialmente 
ao flexor profundo dos dedos, o músculo extensor lateral do dedo, dotado de ventre 
longo e estreito, e o músculo fibular longo, dotado de ventre aproximadamente 
triangular. Verifique que o nervo fibular comum penetra entre o extensor lateral do dedo 
e o fibular longo. 
 
23.4.6 Localize, cranialmente ao fibular longo, o músculo fibular terceiro, bem volumoso 
e disposto ao longo da borda cranial da perna. Afaste o fibular terceiro e localize, 
profundamente a ele, o músculo extensor longo dos dedos. Este último corresponde ao 
extensor comum dos dedos do membro torácico e possui também dois tendões, um 
medial e outro lateral. Verifique que os tendões dos músculos fibular terceiro e extensor 
longo dos dedos estão contidos, na face dorsal do tarso, por uma espessa cinta fibrosa 
 
transversal, denominada retináculo proximal dos extensores. Seccione verticalmente 
este retináculo e identifique, no sentido mediolateral, os seguintes tendões: tendão do 
fibular terceiro, tendão medial do extensor longo dos dedos e tendão lateral do extensor 
longo dos dedos. 
 90
 
23.4.7 Localize, comprimido entre a face lateral da tíbia e o fibular terceiro, o músculo 
tibial cranial, que se encontra em sua maior parte oculto pelos músculos fibular terceiro 
e extensor longo dos dedos. 
 
23.4.8 Disseque o nervo fibular comum penetrando entre os músculos fibular longo e 
extensor lateral do dedo. Verifique que ele emite ramos para a musculatura cranial e 
lateral da perna e em seguida se divide em nervos fibular superficial e fibular profundo, 
os quais prosseguem distalmente na perna para se distribuirem no pé. 
 
23.4.9 Para estudar a distribuição dos nervos fibular superficial e fibular profundo no pé, 
consulte o capítulo sobre nervos do membro pelvino. 
 
23.4.10 Seccione a cabeça lateral do músculo gastrocnêmio junto à sua origem. Afaste 
seus cotos, de modo a visualizar o músculo flexor superficial dos dedos. O ventre do 
flexor superficial dos dedos está envolvido pelas cabeças lateral e medial do 
gastrocnêmio e seu tendão vai constituir, juntamente com o tendão do gastrocnêmio, o 
tendão calcanear comum. 
 
23.4.11 Localize, penetrando entre as cabeças lateral e medial do gastrocnêmio, o 
nervo tibial. Este nervo emite ramos para a musculatura caudal e medial da perna e 
prossegue distalmente na perna para se distribuir no pé. 
 
23.4.12 Passe para a face medial da perna. Remova a fáscia superficial desta face e 
localize inicialmente a cabeça medial do músculo gastrocnêmio. Cranialmente à cabeça 
medial do gastrocnêmio, volte a identificar o músculo flexor profundo dos dedos, 
disposto junto à face caudal da tíbia. Verifique que o flexor profundo dos dedos é 
composto de três partes, que são denominadas, em sentido craniocaudal, músculo 
flexor medial dos dedos, músculo flexor lateral dos dedos e músculo tibial caudal. A 
mais volumosa e carnosa dessas partes é o músculo flexor lateral dos dedos. 
 
23.4.13 Para estudar a distribuição do nervo tibial no pé, consulte o item referente a 
nervos do membro pelvino. 
 
23.4.14 Localize o músculo poplíteo, situado na face caudal da extremidade proximal da 
tíbia, proximalmente ao músculo flexor profundo dos dedos. 
 
23.4.15 Localize, penetrando entre as cabeças lateral e medial do gastrocnêmio, a 
artéria poplítea, que é a continuação direta da artéria femoral na face caudal do joelho. 
O trajeto da artéria poplítea é curto e ela, após emitir um ramo insignificante (artéria 
tibial caudal), continua-se como artéria tibial cranial. Esta logo penetra sob o músculo 
poplíteo para passar à face lateral da perna, onde será dissecada. 
 
23.4.16 Volte à face lateral da perna. Localize, correndo sobre a face cranial da tíbia, a 
artéria tibial cranial. Disseque-a distalmente e verifique que, na face dorsal do tarso, ela 
passa sob o retináculo proximal dos extensores. Neste ponto, a artéria tibial cranial 
passa a denominar-se artéria dorsal do pé. Disseque a artéria dorsal do pé até esta 
atingir a face dorsal do metatarso, quando então se continua como artéria metatársica 
dorsal III. 
 
 91
23.4.17 Para estudar a distribuição da artéria dorsal do pé, consulte o item referente a 
artérias do membro pelvino. 
 
23.4.18 Localize na face dorsal do metatarso, em sentido lateromedial, os seguintes 
tendões: tendão do extensor lateral do dedo, que se dirige para o dedo IV; tendão 
lateral do extensor longo dos dedos, que se divide na altura da articulação 
metatarsofalângica em dois ramos, um para cada dedo principal (dedos III e IV); tendão 
medial do extensor longo dos dedos, que se dirige para o dedo III. Localize no terço 
proximal do metatarso, profundamente ao tendão lateral do extensor longo dos dedos, o 
pequeno e débil músculo extensor curto dos dedos. 
 
23.4.19 Localize na face plantar do metatarso, em sentido caudocranial, os seguintes 
tendões: tendão do flexor superficial dos dedos, tendão do flexor profundo dos dedos e 
tendão do músculo interósseo, este último intimamente aderido à face caudal do 
metatarso. Como se pode observar, a disposição destes tendões é em tudo semelhante 
à encontrada no membro torácico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
24. MÚSCULOS DO MEMBRO PELVINO 
 
24.1 Tensor da fáscia lata 
 92
 
É um músculo de forma triangular que se origina no túber coxal e se insere distalmente 
na fáscia lata e, por meio desta, na patela. É irrigado pela artéria circunflexa profunda 
do ílio. 
 Ação e inervação: Flexiona a articulação do quadril e tensiona a fáscia lata. É 
inervado pelo nervo glúteo cranial. 
 
24.2 Glúteo superficial 
 
Nos ruminantes, este músculo está fundido ao músculo bíceps femoral de modo a 
formaro músculo gluteobíceps, que será descrito mais adiante. 
 
24.3 Glúteo médio 
 
É um músculo volumoso que ocupa a face lateral da pelve, constituindo a maior parte 
da massa muscular da região glútea. Origina-se na face glútea e nos túberes sacral e 
coxal do ílio, bem como no ligamento sacrotuberal. Insere-se no trocânter maior do 
fêmur. Sua porção profunda, de aspecto mais tendíneo, recebe a denominação de 
músculo glúteo acessório. É irrigado pelas artérias glútea cranial e glútea caudal. 
Ação e inervação: Estende a articulação do quadril. É inervado pelos nervos 
glúteo cranial e glúteo caudal. 
 
24.4 Glúteo profundo 
 
É um músculo de forma aproximadamente triangular, com os feixes musculares 
dispostos à semelhança de leque, situado profundamente ao músculo glúteo acessório 
e ao nervo isquiádico. Origina-se no corpo do ílio, na espinha isquiádica e no ligamento 
sacrotuberal e insere-se no trocânter maior do fêmur. É irrigado pela artéria glútea 
caudal. 
Ação e inervação: Abduz a articulação do quadril. É inervado pelo nervo glúteo 
caudal. 
 
24.5 Gluteobíceps (glúteo superficial + bíceps femo ral) 
 
É um músculo volumoso e longo, cuja porção carnosa estende-se desde a região glútea 
até a face lateral da coxa e joelho. É formado pelos músculos glúteo superficial e bíceps 
femoral, fundidos na altura do trocânter maior do fêmur. Origina-se na crista sacral 
mediana, no ligamento sacrotuberal e no túber isquiádico. Insere-se cranialmente na 
fáscia lata e distalmente, por meio de uma larga aponeurose, na patela, no ligamento 
patelar lateral, na crista da tíbia e no túber do calcâneo (participando da formação do 
tendão calcanear comum). Na face lateral da coxa, apresenta-se parcialmente dividido 
em duas partes, cranial e caudal. Na parte cranial, os feixes musculares estão 
dispostos obliquamente em sentido craniodistal. Na parte caudal, os feixes musculares 
dispõem-se mais ou menos verticalmente. É irrigado pelas artérias glútea caudal, 
circunflexa medial do fêmur e caudal do fêmur. 
Ação e inervação: Com o membro apoiado no solo, estende as articulações do 
quadril, joelho e tarso; com o membro livre, flexiona a articulação do joelho. É inervado 
pelo pelo nervo glúeto caudal e pelo nervo isquiádico. 
 
24.6 Semitendíneo 
 93
 
É um músculo longo e potente que se origina no túber isquiádico e se estende 
distalmente na face caudal da coxa, interpondo-se entre os músculos bíceps femoral e 
semimembranáceo. No terço médio da coxa, inclina-se medialmente, passando a 
situar-se profundamente ao músculo bíceps femoral. Insere-se na tuberosidade da tíbia 
e, por uma aponeurose, no tendão calcanear comum. É irrigado pela artéria circunflexa 
medial do fêmur. 
Ação e inervação: Com o membro apoiado no solo, estende as articulações do 
quadril, joelho e tarso; com o membro livre, flexiona a articulação do joelho. É inervado 
pelo nervo isquiádico. 
 
24.7 Semimembranáceo 
 
É um músculo longo e potente situado no contorno caudomedial da coxa, medialmente 
ao músculo semimembranáceo. Origina-se na face ventral do ísquio, no arco isquiádico 
e no túber isquiádico. Insere-se no epicôndilo medial do fêmur, no côndilo medial do 
fêmur e no côndilo medial da tíbia. É irrigado pela artéria circunflexa medial do fêmur. 
Ação e inervação: Estende e aduz a articulação do quadril. É inervado pelo 
nervo isquiádico. 
 
24.8 Quadríceps femoral (vasto lateral, vasto inter médio, reto femoral e vasto 
medial) 
 
Os músculos da face cranial da coxa constituem um potente grupo muscular 
denominado quadríceps femoral, que inclui o vasto lateral, o vasto intermédio, o reto 
femoral e o vasto medial. O músculo reto femoral origina-se no corpo do ílio, enquanto 
os demais originam-se na parte proximal do fêmur. Todos os quatro se inserem na 
patela. O vasto lateral é o maior dos componentes do quadríceps femoral. Origina-se 
no trocânter maior do fêmur e seu ventre é recoberto pela fáscia lata. O reto femoral é 
também bastante desenvolvido e seus dois tendões de origem combinam-se num 
ventre único, que se estende distalmente entre os ventres dos músculos vasto lateral e 
vasto medial. O vasto intermédio dispõe-se ao longo da face cranial do fêmur e sua 
borda caudal está parcialmente fundida ao músculo pectíneo. O vasto medial, de forma 
mais laminar, situa-se na face medial da coxa. O grupo quadríceps femoral é irrigado 
pela artéria femoral. 
Ação e inervação: Estende a articulação do joelho. É inervado pelo nervo 
femoral. 
 
24.9 Sartório 
 
É um músculo superficial longo e estreito que se estende longitudinalmente na face 
medial da coxa. Apresenta duas cabeças, uma cranial e outra caudal. A cabeça cranial 
origina-se na fáscia que recobre o músculo iliopsoas, junto à raiz do membro; a cabeça 
caudal origina-se no corpo do ílio, logo dorsalmente ao acetábulo. Insere-se, 
juntamente com o músculo grácil, na fáscia da face medial da perna. É irrigado pela 
artéria femoral. 
Ação e inervação: Flexiona a articulação do quadril. É inervado pelo nervo 
safeno. 
 
24.10 Iliopsoas 
 94
 
É formado pela fusão dos músculos ilíaco e psoas maior. O músculo ilíaco origina-se na 
face sacropelvina da asa do ílio e na face ventral do corpo do ílio. O músculo psoas 
maior, proveniente da região sublombar, origina-se nos processos transversos das 
vértebras lombares. Os dois músculos se juntam distalmente e vão inserir-se no 
trocânter menor do fêmur. Devido a isto, são considerados como formando um único 
músculo, denominado iliopsoas. É irrigado pelas artérias circunflexa profunda do ílio e 
femoral. 
Ação e inervação: Flexiona a articulação do quadril. É inervado pelos nervos 
espinhais lombares e pelo nervo femoral. 
 
24.11 Pectíneo 
 
É um músculo de forma aproximadamente triangular, que se origina na borda cranial do 
pube, na eminência iliopúbica e no tendão prepúbico, indo inserir-se na face caudal do 
corpo do fêmur. Está parcialmente fundido aos musculos vasto medial, adutor e grácil. 
É irrigado pela artéria circunflexa medial do fêmur. 
Ação e inervação: Aduz a coxa. É inervado pelo nervo obturatório. 
 
24.12 Adutor 
 
É um músculo volumoso, de forma aproximadamente triangular, disposto entre os 
músculos pectíneo e semimembranáceo. Origina-se na face ventral do ísquio e do pube 
e insere-se, juntamente com o músculo pectíneo, na face caudal do fêmur. É irrigado 
pela artéria circunflexa medial do fêmur. 
Ação e inervação: Aduz a coxa. É inervado pelo nervo obturatório. 
 
24.13 Grácil 
 
É um músculo superficial largo e laminar, que recobre a parte caudal da face medial da 
coxa. Origina-se na sínfise pelvina e insere-se, juntamente com o músculo sartório, na 
fáscia da face medial da perna. É irrigado pela artéria circunflexa medial do fêmur. 
Ação e inervação: Aduz a coxa. É inervado por ramos do nervo obturatório. 
 
24.14 Obturador externo 
 
É um músculo que se origina na face ventral do osso do quadril, em torno do forame 
obturado e vai inserir-se na fossa trocantérica do fêmur. Ele oclui, desta forma, o 
forame obturado. Uma parte de suas fibras provém da face interna do assoalho da 
pelve óssea e atravessa o forame obturado para juntar-se ao restante do músculo. 
Essa parte denomina-se parte intra-pelvina do músculo obturador externo, já que nos 
ruminantes não há um verdadeiro músculo obturador interno. É irrigado pela artéria 
circunflexa medial do fêmur. 
Ação e inervação: Aduz a coxa e auxilia em sua rotação lateral. É inervado pelo 
nervo obturatório. 
 
24.15 Gêmeo 
 
É um músculo único nos ruminantes domésticos, estando sua origem intimamente 
unida à borda distal do músculo glúteo profundo. Origina-se na face lateral do ísquio e 
 95
insere-se na fossa trocantérica, juntamente com o músculo obturador externo. É 
irrigado pela artéria glútea caudal. 
Ação e inervação: Supina a articulação do quadril. É inervado pelo nervo glúteo 
caudal. 
 
24.16 Quadrado femoral 
 
É um músculo pequeno e profundo, disposto entre o músculo gêmeo proximalmente eo 
músculo obturador externo distalmente. Origina-se na face ventral do túber isquiádico e 
insere-se no trocânter menor do fêmur. É irrigado pelas artérias glútea caudal e 
circunflexa medial do fêmur. 
Ação e inervação: Supina a articulação do quadril. É inervado pelo nervo 
obturatório. 
 
24.17 Tibial cranial 
 
Ocupa a face lateral da tíbia, estando parcialmente coberto pelos músculos fibular 
terceiro e extensor longo dos dedos. Origina-se na tuberosidade e no côndilo lateral da 
tíbia. Sua porção carnosa restringe-se ao terço proximal do músculo, sendo o restante 
formado por um longo e delgado tendão, que passa sob o retináculo proximal dos 
extensores. Profundamente a esse retináculo, o tendão do tibial cranial desvia-se 
medialmente, perfura o tendão de inserção do músculo fibular terceiro e vai inserir-se 
na extremidade proximal do osso metatársico III + IV. É irrigado pela artéria tibial 
cranial. 
Ação: Flexiona a articulação do tarso. É inervado pelo nervo fibular comum. 
 
24.18 Fibular terceiro 
 
É o mais superficial dos músculos da face craniolateral da perna, apresentando-se 
bastante desenvolvido nos ruminantes domésticos. Origina-se, juntamente com o 
músculo extensor longo dos dedos, na fossa extensora do fêmur. Seu tendão de origem 
corre no sulco extensor da tíbia, entre os músculos tibial cranial profundamente e fibular 
longo, cranialmente. Seu tendão de inserção passa na face cranial da extremidade 
distal da tíbia, sob o retináculo proximal dos extensores e vai inserir-se na extremidade 
proximal do osso metatársico III + IV, cranialmente ao tendão do músculo tibial cranial. 
É irrigado pela artéria tibial cranial. 
 Ação: Flexiona a articulação do tarso. É inervado pelo nervo fibular comum. 
 
 
 
 
24.19 Extensor longo dos dedos 
 
Este músculo corresponde ao músculo extensor comum dos dedos do membro 
torácico. Assim como este último, compreende dois ventres, um lateral e outro medial, 
ambos originados na fossa extensora do fêmur. Cada ventre possui um tendão próprio 
e os dois tendões, lateral e medial, correm na face cranial da extremidade distal da tíbia 
e na face dorsal do tarso, estando neste ponto contidos pelo retináculo proximal dos 
extensores. Após correrem na face dorsal do metatarso, os dois tendões apresentam o 
seguinte destino: o tendão lateral divide-se, na articulação metatarsofalângica, em dois 
 96
ramos, cada um deles indo inserir-se na falange distal de cada dedo principal (dedos III 
e IV); o tendão medial dirige-se para o dedo III, inserindo-se na falange média deste 
dedo. É irrigado pela artéria tibial cranial. 
Ação: Estende as articulações metatarsofalângica e interfalângicas dos dedos III 
e IV; flexiona a articulação do tarso. É inervado pelo nervo fibular comum. 
 
24.20 Fibular longo 
 
Situa-se superficialmente na face lateral da perna. Seu ventre apresenta forma 
triangular e origina-se no ligamento colateral lateral da articulação do joelho e no 
côndilo lateral da tíbia. Seu tendão de inserção corre na face lateral da pena, cruza 
superficialmente o tendão do músculo extensor lateral do dedo e, na extremidade distal 
da tíbia, curva-se caudodistalmente, passando na face lateral do tarso. Neste ponto, o 
tendão do fibular longo relaciona-se profundamente com o ligamento colateral lateral da 
articulação do tarso, alojando-se em um sulco do osso centroquarto. Em seguida, o 
tendão corre na face plantar do tarso, entre o osso centroquarto e o osso metatársico III 
+ IV, e vai inserir-se no osso társico I. É irrigado pela artéria tibial cranial. 
Ação: Flexiona a articulação do tarso. É inervado pelo nervo fibular comum. 
 
24.21 Extensor lateral do dedo 
 
É um músculo longo, situado entre o músculo fibular longo cranialmente e o músculo 
flexor profundo dos dedos caudalmente. Origina-se no ligamento colateral lateral da 
articulação do joelho, na cabeça da fíbula e no côndilo lateral da tíbia. Seu tendão de 
inserção ocupa um sulco na face lateral da extremidade distal da tíbia, percorre a face 
dorsolateral do osso metatársico III + IV e vai inserir-se na face dorsal da falange média 
do dedo IV. É irrigado pela artéria tibial cranial. 
Ação: Estende as articulações interfalângicas do dedo IV. É inervado pelo nervo 
fibular comum. 
 
24.22 Extensor curto dos dedos 
 
É um pequeno músculo que se origina na face dorsal do osso tálus e se prende 
distalmente no tendão do músculo extensor longo dos dedos, na altura do terço 
proximal do metatarso. É irrigado pela artéria metatársica dorsal III. 
Ação e inervação: Auxilia o músculo extensor longo dos dedos. É inervado pelo 
nervo fibular comum. 
 
 
 
24.23 Gastrocnêmio 
 
É o mais volumoso dos músculos da perna, apresentando duas cabeças, uma medial e 
outra lateral. A cabeça medial origina-se no epicôndilo medial do fêmur e área 
adjacente. A cabeça lateral origina-se no epicôndilo lateral do fêmur e área adjacente. 
As duas cabeças fundem-se, próximo às suas origens, numa massa muscular única. O 
ventre do músculo gastrocnêmio envolve lateral e medialmente o músculo flexor 
superficial dos dedos. Seu tendão de inserção é único, envolve o tendão do músculo 
flexor superficial dos dedos e vai inserir-se no túber do calcâneo. Os tendões dos 
músculos gastrocnêmio e flexor superficial dos dedos, juntamente com as aponeuroses 
 97
dos músculos bíceps femoral e semitendíneo, constituem o tendão calcanear comum 
(conhecido popularmente como tendão de Aquiles). É irrigado pela artéria caudal do 
fêmur. 
Ação: Flexiona a articulação do joelho e estende a articulação do tarso. É 
inervado pelo nervo tibial. 
 
24.24 Flexor superficial dos dedos 
 
É um músculo relativamente volumoso, que se origina na fossa supracondilar do fêmur 
e tem seu ventre envolvido de ambos lados pelo músculo gastrocnêmio. Seu tendão de 
inserção participa na formação do tendão calcanear comum e passa sobre o túber do 
calcâneo, no qual se prende lateralmente. Entre o túber do calcâneo e o tendão do 
flexor superficial dos dedos dispõe-se uma bem desenvolvida bolsa sinovial, 
denominada bolsa calcanear. Distalmente no pé, suas inserções, bem como suas 
relações com os tendões dos músculos flexor profundo dos dedos e interósseo, são 
semelhantes às observadas no membro torácico. É irrigado pela artéria caudal do 
fêmur. 
Ação: Flexiona a articulação do joelho; estende a articulação do tarso; flexiona 
as articulações interfalângicas dos dedos principais (dedos III e IV). É inervado pelo 
nervo tibial. 
 
24.25 Sóleo 
 
É uma débil faixa muscular que se origina na cabeça da fíbula e se dirige 
caudodistalmente para fundir-se à cabeça lateral do músculo gastrocnêmio. O conjunto 
formado pelas duas cabeças do gastrocnêmio e o sóleo recebe o nome de músculo 
tríceps da sura. É irrigado pela artéria tibial caudal. 
Ação: Auxilia o músculo gastrocnêmio na extensão da articulação do tarso. É 
inervado pelo nervo tibial. 
 
24.26 Flexor profundo dos dedos 
 
Nos ruminantes, o músculo flexor profundo dos dedos apresenta-se constituído por três 
partes, que se denominam isoladamente músculos flexor medial dos dedos, flexor 
lateral dos dedos e tibial caudal. O músculo flexor medial dos dedos é a parte mais 
cranial; o músculo tibial caudal é a parte mais caudal, apresentando um ventre bastante 
reduzido; o músculo flexor lateral dos dedos é a parte de ventre mais volumoso, situada 
entre as duas primeiras. Todas as três partes originam-se no côndilo lateral da tíbia e 
na cabeça da fíbula. Os tendões de inserção do tibial caudal e do flexor lateral dos 
dedos fundem-se na altura do tarso e correm distalmente no sulco do calcâneo. Já o 
tendão do músculo flexor medial dos dedos passa no sulco maleolar, curva-se plantar e 
distalmente e acaba unindo-se, na face plantar do tarso, com o tendão comum dos dois 
primeiros. O tendão comum do músculo flexor profundo dos dedos comporta-se, na 
face plantar do metatarso e das falanges, da mesma maneira que o tendão do flexor 
profundo dos dedos do membro torácico.As três partes do flexor profundo dos dedos 
são irrigadas pela artéria tibial caudal. 
Ação: Flexiona a articulação metatarsofalângica e as articulações interfalângicas 
dos dedos principais; estende a articulação do tarso. É inervado pelo nervo tibial. 
 
24.27 Poplíteo 
 98
 
É um músculo de ventre triangular que ocupa a face caudal da tíbia. Origina-se na 
fossa poplítea do fêmur e insere-se na metade proximal da face caudal do corpo da 
tíbia, dispondo-se suas fibras obliquamente no sentido lateromedial. É irrigado por pelas 
artérias tibial cranial e tibial caudal. 
Ação: Flexiona a articulação do joelho. É inervado pelo nervo tibial. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
25. NERVOS DO MEMBRO PELVINO 
 
Os nervos que vão para o membro pelvino são originados do plexo lombossacral. Este 
plexo é constituído pelos ramos ventrais dos nervos espinhais lombares L1 a L6 e dos 
nervos espinhais sacrais S1 a S4. 
 
25.1 Nervo cutâneo lateral da coxa 
 
É formado pelo ramo ventral do nervo L4, podendo também receber fibras dos ramos 
ventrais dos nervos L3 e L5. O nervo cutâneo lateral da coxa corre inicialmente junto ao 
 99
músculo iliopsoas e depois atinge a face medial do músculo tensor da fáscia lata, onde 
corre distalmente para se distribuir no aspecto craniolateral da coxa, até a região do 
joelho. 
 
25.2 Nervo femoral 
 
É formado pelo ramo ventral do nervo L5, com contribuições dos ramos ventrais dos 
nervos L4 e L6. Logo após sua origem, o nervo femoral corre sob o músculo psoas 
maior e acompanha distalmente a artéria e veia femorais. Atingindo a raiz do membro 
pelvino, na face medial da coxa, o nervo femoral logo penetra no quadríceps femoral, 
inervando os quatro componentes deste grupo muscular. Antes de penetrar no 
quadríceps femoral, o nervo femoral emite o nervo safeno. Este último acompanha 
distalmente a artéria e veia femorais, coberto pelo músculo sartório. Envia ramos aos 
músculos sartório e pectíneo e prossegue distalmente, agora acompanhando a artéria 
safena, para se distribuir na pele da face medial da perna. 
 
25.3 Nervo obturatório 
 
É formado por fibras provenientes dos ramos ventrais dos nervos L5 e L6. Corre 
inicialmente na face medial do corpo do ílio, em direção à borda cranial do forame 
obturado. Após atravessar este forame, envia ramos para os músculos obturador 
externo, adutor, pectíneo e grácil. 
 
25.4 Nervo glúteo cranial 
 
É um pequeno nervo constituído principalmente por fibras provenientes dos ramos 
ventrais dos nervos L6 e S1. Emerge do forame isquiádico maior juntamente com o 
nervo isquiádico e divide-se em vários ramos que se distribuem nos músculos glúteo 
médio, glúteo profundo e tensor da fáscia lata. 
 
25.5 Nervo isquiádico 
 
É o maior dos nervos derivados do plexo lombossacral e de todo o corpo, sendo 
formado pelos ramos ventrais dos nervos L6, S1 e S2. Emerge da cavidade pelvina 
através do forame isquiádico maior e corre profundamente na face lateral da pelve 
(região glútea), passando inicialmente sobre o ligamento sacrotuberal e depois sobre os 
músculos glúteo profundo e gêmeo. Neste ponto, o nervo isquiádico apresenta-se 
bastante largo, achatado e está coberto pelos músculos glúteo acessório, glúteo médio 
e bíceps femoral (gluteobíceps). Após passar sobre o músculo gêmeo, ele corre 
distalmente na coxa, relacionando-se superficialmente com o músculo bíceps femoral e 
profundamente com os músculos quadrado femoral, adutor, semitendíneo e 
semimembranáceo. Na região glútea, o nervo isquiádico fornece pequenos ramos para 
os músculos gêmeo e quadrado femoral e, na altura da articulação do quadril, ele emite 
um grande ramo muscular para os músculos bíceps femoral, semitendíneo e 
semimembranáceo. No terço distal da coxa, ele emite o nervo cutâneo lateral da sura, 
que corre distalmente junto com a veia safena lateral e distribui-se na pele do aspecto 
laterocaudal da perna e do tarso. Um pouco distalmente à origem do nervo cutâneo 
lateral da sura, o nervo isquiádico termina dividindo-se em nervo fibular comum e nervo 
tibial. 
 
 100
25.6 Nervo glúteo caudal 
 
Origina-se dos ramos ventrais dos nervos S1 e S2. Emerge do forame isquiádico maior 
juntamente com o nervo isquiádico e divide-se em vários ramos que inervam os 
músculos glúteo superficial (gluteobíceps) e glúteo médio. 
 
25.7 Nervo cutâneo caudal da coxa 
 
É um pequeno nervo que se origina da borda dorsal do nervo isquiádico e corre 
caudalmente na face lateral do ligamento sacrotuberal. Na altura do forame isquiádico 
menor, ele divide-se em dois ramos, um medial e outro lateral. O ramo medial atravessa 
o forame isquiádico menor e une-se ao nervo pudendo. O ramo lateral pode unir-se ao 
ramo cutâneo proximal do nervo pudendo ou pode atravessar o músculo bíceps femoral 
e inervar a pele próximo à área de inervação do ramo cutâneo proximal do nervo 
pudendo. 
 
25.8 Nervo pudendo 
 
É formado pelo ramo ventral do nervo S3, com contribuições dos ramos ventrais dos 
nervos S2 e S4. Seu trajeto e área de distribuição serão descritos no item referente a 
nervos da cavidade pelvina. 
 
25.9 Nervo fibular comum 
 
O nervo fibular comum, logo após originar-se do nervo isquiádico, corre distalmente sob 
a porção distal do músculo bíceps femoral, relacionando-se profundamente com a 
cabeça lateral do músculo gastrocnêmio. Próximo ao côndilo lateral do fêmur, fornece 
um longo e delgado ramo para o músculo fibular longo. O nervo fibular comum então 
penetra no espaço entre os músculos fibular longo e extensor longo dos dedos, 
emitindo nesse ponto os nervos fibular superficial e fibular profundo, bem como vários 
ramos para os músculos fibular longo, tibial cranial, fibular terceiro, extensor longo dos 
dedos e extensor lateral do dedo. 
 
25.10 Nervo fibular superficial 
 
É a maior das duas divisões principais do nervo fibular comum. Ele corre distalmente e, 
cerca do meio da perna, cruza gradualmente a face profunda do músculo fibular longo e 
aparece superficialmente no sulco formado entre o músculo fibular terceiro 
cranialmente e os músculos fibular longo e extensor longo dos dedos caudalmente. Na 
altura do tarso, ele corre medialmente à veia safena lateral. Atingindo o metatarso, o 
nervo fibular superficial emite o nervo digital dorsal comum IV. Este último, na altura da 
articulação metatarsofalângica, emite o nervo digital dorsal próprio V para o dedo V e 
continua-se na face dorsal do dedo IV como nervo digital dorsal próprio IV abaxial. O 
nervo fibular superficial prossegue distalmente no metatarso, correndo junto aos 
tendões dos músculos extensores e emitindo vários filetes para a fáscia e a pele da 
face dorsal do metatarso. No terço médio do metatarso ele emite o nervo digital dorsal 
comum II e continua-se como nervo digital dorsal comum III. O nervo digital dorsal 
comum II, cerca da articulação metatarsofalângica, emite o nervo digital dorsal próprio II 
para o dedo II e continua-se na face dorsal do dedo III como nervo digital dorsal próprio 
III abaxial. O nervo digital dorsal comum III, por sua vez, recebe o nervo metatársico 
 101
dorsal III proveniente do nervo fibular profundo e logo em seguida divide-se em nervos 
digitais dorsais próprios III e IV axiais, cada um para o dedo principal respectivo. 
 
25.11 Nervo fibular profundo 
 
Corre profundamente no sulco formado entre os músculos fibular longo e extensor 
lateral do dedo. Depois, prossegue distalmente ao longo do músculo extensor longo dos 
dedos e passa sob o retináculo proximal dos extensores. Na face dorsal do tarso, o 
nervo fibular profundo emite um minúsculo ramo para o músculo extensor curto dos 
dedos e, atingindo o metatarso, passa a denominar-se nervo metatársico dorsal III. 
Próximo à articulação metatarsofalângica, este último emerge entre os tendões do 
músculo extensor longo dos dedos e une-se ao nervo digital dorsal comum III. 
 
25.12 Nervo tibial 
 
Após sua origem do nervo isquiádico, o nervo tibial emite ramos para os músculosgastrocnêmio e flexor superficial dos dedos. Ele então penetra entre as cabeças medial 
e lateral do gastrocnêmio e envia ramos para os músculos poplíteo, sóleo e flexor 
profundo dos dedos. O nervo tibial prossegue no terço distal da perna, situando-se 
cranialmente ao tendão calcanear comum. Na altura do túber do calcâneo, ele 
finalmente divide-se em nervo plantar medial e nervo plantar lateral. 
 
25.13 Nervo plantar medial 
 
Corre distalmente ao longo do aspecto plantomedial do tarso, sendo parcialmente 
coberto pela borda medial do ligamento plantar longo da articulação do tarso. Próximo à 
articulação metatarsofalângica, emite o nervo digital plantar comum II e continua-se 
como nervo digital plantar comum III. O nervo digital plantar comum II emite o pequeno 
nervo digital plantar próprio II para o dedo II e continua-se como nervo digital plantar 
próprio III abaxial. O nervo digital plantar comum III passa entre os dedos II e V 
(paradígitos) e, atingindo o espaço interdigital, divide-se em nervos digitais plantares 
próprios III e IV axiais, um para cada dedo principal. Estes últimos recebem ramos 
comunicantes do nervo metatársico dorsal III. 
 
 
 
 
25.14 Nervo plantar lateral 
 
Após originar-se do nervo tibial, corre em direção à borda lateral do pé, passando 
profundamente ao ligamento plantar longo da articulação do tarso. O nervo plantar 
lateral corre inicialmente ao longo da borda lateral do ligamento plantar longo e depois 
no sulco formado entre os tendões dos músculos flexores superficial e profundo dos 
dedos e o músculo interósseo. Na extremidade proximal do metatarso, ele emite o ramo 
profundo para o músculo interósseo e continua-se como nervo digital plantar comum IV. 
Este último, atingindo a extremidade distal do metatarso, emite o pequeno nervo digital 
plantar próprio V e continua-se como nervo digital plantar próprio IV abaxial. 
 
 
 
 102
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
26. VASOS DO MEMBRO PELVINO 
 
26.1 Artérias 
 
26.1.1 Artéria ilíaca externa 
 
A artéria ilíaca externa origina-se da artéria aorta abdominal, ventralmente ao corpo da 
quinta ou sexta vértebra lombar. Ela corre ventrocaudalmente na face interna da parede 
do abdome, imediatamente cranial ao corpo do ílio, emitindo neste trajeto a artéria 
circunflexa profunda do ílio. Atingindo a raiz do membro pelvino, ela emite, junto à 
borda cranial do pube, a artéria femoral profunda e continua-se na face medial da coxa 
como artéria femoral. 
 
 103
26.1.2 Artéria circunflexa profunda do ílio 
 
Origina-se da artéria ilíaca externa próximo ao corpo do ílio e logo se divide em dois 
ramos, um cranial e outro caudal. O ramo cranial passa cranialmente ao corpo do ílio e 
emite vários ramos que irrigam os músculos sublombares, longíssimo lombar, glúteo 
médio, tensor da fáscia lata e a pele adjacente. Prossegue cranialmente no ângulo 
caudodorsal da parede do abdome, correndo entre os músculos oblíquo interno do 
abdome e transverso do abdome, irrigando-os e também ao músculo oblíquo externo 
do abdome. O ramo caudal dirige-se ventralmente, emitindo ramos para os músculos 
oblíquo externo, oblíquo interno e transverso do abdome. Atravessa a parede 
abdominal e passa a correr na face medial do músculo tensor da fáscia lata, 
acompanhando distalmente o nervo cutâneo lateral da coxa. Ele irriga os músculos 
tensor da fáscia lata e cutâneo do tronco, bem como a pele do aspecto craniomedial da 
coxa. 
 
26.1.3 Artéria femoral profunda 
 
Origina-se da artéria ilíaca externa junto à borda cranial do pube, na raiz do membro 
pelvino. Dirige-se caudalmente na raiz do membro, correndo ventralmente ao pube. A 
artéria femoral profunda logo emite o tronco pudendo-epigástrico e continua-se como 
artéria circunflexa medial do fêmur 
 
26.1.4 Tronco pudendo-epigástrico 
 
Este tronco, após um curto trajeto, dá origem às artérias epigástrica caudal e pudenda 
externa. Nos bovinos e ovinos, ele também origina a pequena artéria abdominal caudal, 
que se distribui na parede caudal do abdome. Nos bovinos e caprinos, um outro 
pequeno ramo, a artéria cremastérica, destinada ao músculo cremáster, é igualmente 
emitido pelo tronco pudendo-epigástrico. A artéria epigástrica caudal dirige-se 
cranialmente na parede ventral do abdome, emitindo ramos para os músculos oblíquo 
interno, reto e transverso do abdome. Quanto à artéria pudenda externa, ela deixa a 
cavidade abdominal passando através do canal inguinal. Emergindo deste canal, 
fornece um ramo para os linfonodos inguinais superficiais, ramos para as mamas 
caudais na fêmea ou para o escroto no macho - e continua-se na parede do abdome 
como artéria epigástrica caudal superficial. Esta última fornece ramos para as mamas 
craniais na fêmea ou para o escroto e prepúcio no macho e termina ramificando-se na 
parte caudal da parede do abdome. 
 
26.1.5 Artéria circunflexa medial do fêmur 
 
É a continuação da artéria femoral profunda após esta emitir o tronco pudendo-
epigástrico, na raiz do membro pelvino. A artéria circunflexa medial do fêmur penetra 
sob o músculo pectíneo, vascularizando este músculo e atinge a porção caudolateral da 
coxa, onde emite ramos para os músculos adutor, semitendíneo e bíceps femoral. Alem 
disto, fornece vários ramúsculos para o linfonodo poplíteo. Dela também origina-se o 
ramo obturatório, que irriga o músculo obturador externo e finalmente anastomosa-se 
com a artéria obturatória, esta última um ramo da artéria pudenda interna. 
 
26.1.6 Artéria femoral 
 
 104
É a principal artéria responsável pela irrigação do membro pelvino. Corre distalmente na 
face medial da coxa, como continuação da artéria ilíaca externa após esta emitir a 
artéria femoral profunda. Ao atingir a inserção do músculo pectíneo, ela gradualmente 
se dirige para a face caudal do fêmur e, caudalmente ao joelho, penetra entre as 
cabeças medial e lateral do músculo gastrocnêmio, continuando-se partir desse ponto 
como artéria poplítea. Em seu trajeto, a artéria femoral emite os seguintes ramos 
principais: 
a) Artéria circunflexa lateral do fêmur: Origina-se do trecho inicial da artéria 
femoral e dirige-se craniodistalmente para logo penetrar na musculatura do grupo 
quadríceps femoral, acompanhando o nervo femoral. 
b) Artéria safena: Origina-se da artéria femoral no terço médio da coxa e corre 
distalmente na fáscia superficial, acompanhando o nervo safeno. Na perna, a artéria 
safena gradualmente dirige-se para seu aspecto caudal e, no tarso, um pouco 
distalmente ao túber do calcâneo, ela divide-se em artérias plantar lateral e plantar 
medial. A artéria plantar lateral desce no aspecto plantolateral do metatarso e, próximo 
à articulação metatarsofalângica, converte-se na artéria digital plantar comum IV. Esta 
última emite a artéria digital plantar própria V para o dedo V e continua-se na face 
plantar do dedo IV como artéria digital plantar própria IV abaxial. A artéria plantar 
medial desce no aspecto plantomedial do metatarso e, próximo da articulação 
metatarsofalângica, divide-se nas artérias digital plantar comum II e digital plantar 
comum III. A artéria digital plantar comum II emite a pequena artéria digital plantar 
própria II para o dedo II e continua-se na face plantar do dedo III como artéria digital 
plantar própria III abaxial A artéria digital plantar comum III passa entre os paradígitos 
(dedos II e V), atinge o espaço interdigital, anastomosa-se com a artéria digital dorsal 
comum III e termina bifurcando-se nas artérias digitais plantares próprias III e IV axiais. 
c) Artéria descendente do joelho: Origina-se da artéria femoral no terço distal da 
coxa, emite pequenos ramos para os músculos sartório, vasto medial, 
semimembranáceo e vasto intermédio e termina ramificando-se na face medial da 
articulação do joelho. 
d)Artéria nutrícia do fêmur: Origina-se da artéria femoral, um pouco 
proximalmente ao epicôndilo medial do fêmur e penetra no forame nutrício desse osso. 
e) Artéria caudal dofêmur: Nos ruminantes, compreende vários ramos que 
partem da borda caudal da artéria femoral, na extremidade distal da coxa, caudalmente 
à articulação do joelho. Distribui-se nos músculos da face caudal da coxa e da perna. 
Constituem os ultimos ramos da artéria femoral, que após sua emissão passa a 
denominar-se artéria poplítea. 
 
26.1.7 Artéria poplítea 
 
É a continuação da artéria femoral, após a emissão da artéria caudal do fêmur. A 
artéria poplítea constitui um curto tronco que corre na face caudal da articulação do 
joelho e logo se divide em dois ramos de calibre desigual, as artérias tibial cranial e 
tibial caudal. 
 
26.1.8 Artéria tibial caudal 
 
É o menor dos dois ramos terminais da artéria poplítea. Corre distalmente entre os 
côndilos do fêmur e atinge o aspecto caudal do músculo poplíteo. Irriga este último, o 
músculo flexor superficial dos dedos e as partes do músculo flexor profundo dos dedos. 
 
 105
26.1.9 Artérias tibial cranial e dorsal do pé 
 
A artéria tibial cranial é a continuação direta, na perna, da artéria poplítea. Passa 
profundamente ao músculo poplíteo, fornecendo ramos para este músculo, como 
também para o músculo flexor profundo dos dedos. Gradualmente a artéria tibial cranial 
atinge a borda caudolateral da tíbia, perfura a membrana interóssea da perna e 
continua-se na face cranial da tíbia. 
A artéria tibial cranial prossegue distalmente na face dorsal do tarso, passando 
sob o retináculo proximal dos extensores. A partir desse ponto, passa a denominar-se 
artéria dorsal do pé. Esta última fornece ramos para a rede társica dorsal, bem como 
para a cápsula da articulação do tarso. Na altura da articulação intertársica, a artéria 
dorsal do pé emite o ramo perfurante proximal, o qual atravessa a articulação 
tarsometatársica para se unir ao arco plantar profundo proximal. Após emitir o ramo 
perfurante proximal, a artéria dorsal do pé continua-se, já na face dorsal do metatarso, 
como artéria metatársica dorsal III. No metatarso, esta última fornece alguns 
ramúsculos para o músculo extensor curto dos dedos. Um pouco proximalmente à 
articulação metatarsofalângica, a artéria metatársica dorsal III recebe o ramo perfurante 
distal, proveniente do arco plantar profundo distal e continua-se como artéria digital 
dorsal comum III. Esta última, atingindo o espaço interdigital, anastomosa-se com a 
artéria digital plantar comum III, que finalmente se divide em artérias digitais plantares 
próprias III e IV axiais, conforme já descrito. 
 
26.2 Veias 
 
Como no membro torácico, a drenagem venosa do membro pelvino é feita por veias 
superficiais e veias profundas, interligadas por ramos anastomóticos. 
 
26.2.1 Veia safena lateral 
 
É o mais calibroso dos troncos venosos superficiais do membro pelvino e sua posição 
subcutânea faz com que seja um dos sítios de eleição para punções e injeções 
endovenosas, especialmente nos pequenos ruminantes. Ela é formada pela união de 
dois ramos - ramo cranial e ramo caudal - no terço distal da face lateral da perna, no 
espaço entre o músculo flexor profundo dos dedos e o tendão calcanear comum. Segue 
proximalmente ao longo da borda caudal do músculo gastrocnêmio e penetra entre os 
músculos bíceps femoral e semitendíneo. Passa a correr, então, profundamente na 
face lateral da coxa, relacionando-se com o linfonodo poplíteo, os nervos tibial, fibular 
comum e cutâneo lateral da sura e os musculos bíceps femoral, semitendíneo e adutor, 
dos quais recebe vários e calibrosos ramos. Após receber esses ramos, a veia safena 
lateral passa a denominar-se veia circunflexa medial do fêmur, a qual mergulha entre os 
musculos adutor e semimembranáceo, acompanhando os ramos terminais da artéria 
circunflexa medial do fêmur. 
O ramo cranial da veia safena lateral é formado, no terço distal do metatarso, 
pela união das veias digitais dorsais comuns III e IV. Corre proximalmente em direção 
ao tarso, acompanhando o nervo fibular superficial, lateralmente aos tendões dos 
músculos extensores dos dedos. Na face dorsal do tarso, ele recebe um calibroso ramo 
anastomótico da veia dorsal do pé, além de ramos da rede társica dorsal. Um pouco 
mais proximalmente, anastomosa-se ainda com o ramo superficial da veia tibial cranial, 
bem desenvolvido nos bovinos e inconstante nos pequenos ruminantes. Ultrapassando 
 106
proximalmente o tarso, o ramo cranial dirige-se obliquamente em sentido caudal, para 
unir-se ao ramo caudal e formar a veia safena lateral. 
A veia digital dorsal comum III forma-se, no espaço interdigital, pela união das 
veias digitais dorsais próprias III e IV axiais. Corre proximalmente no espaço interdigital, 
onde se anastomosa com a veia interdigital (proveniente da veia digital plantar comum 
III) e, um pouco mais proximalmente, com a veia metatársica dorsal III. Atingindo o 
terço distal do metatarso, ela une-se à veia digital dorsal comum IV. As veias digitais 
dorsais próprias III e IV axiais representam a continuação proximal das veias coronais 
dos dedos III e IV. 
A veia digital dorsal comum IV origina-se do arco plantar profundo distal, situado 
profundamente ao músculo interósseo, na face caudal do extremo distal do metatarso. 
Comumente, apresenta-se como uma continuação direta da veia digital plantar comum 
IV, oriunda do mesmo arco. Após um curto trajeto em direção à face dorsal do 
metatarso, une-se com a veia digital dorsal comum III para formar o ramo cranial da 
veia safena lateral. 
O ramo caudal da veia safena lateral origina-se no aspecto plantolateral da 
extremidade proximal do metatarso, a partir do arco plantar profundo, situado 
profundamente ao músculo interósseo. Aparece, porém, tanto nos bovinos como nos 
pequenos ruminantes, como uma continuação da veia metatársica plantar IV, tributária 
do referido arco. Corre inicialmente na face lateral do calcâneo e, em seguida, junto à 
face caudal da extremidade distal da tíbia e ao tendão do flexor profundo dos dedos. 
Nesta altura, emite o ramo anastomótico com a veia safena medial, bem desenvolvido 
nos bovinos mas pouco evidente nos pequenos ruminantes. Um pouco mais 
proximalmente, termina unindo-se ao ramo cranial para formar a veia safena lateral. 
 
26.2.2 Veia safena medial 
 
Dispõe-se subcutaneamente na face medial da perna e da coxa, correndo juntamente 
com a artéria e o nervo safenos. É formada pela união das veias plantar lateral e plantar 
medial, na depressão existente entre a túber do calcâneo e o tendão do músculo flexor 
profundo dos dedos. Segue proximalmente na face medial da perna, entre o tendão 
calcanear comum e a borda caudal do músculo flexor profundo dos dedos e, atingindo 
a face medial da coxa, passa a correr sobre a aponeurose do músculo grácil. No terço 
médio da coxa, aprofunda-se entre o músculo grácil e o músculo sartório, indo 
desembocar na veia femoral. 
A veia plantar medial corre na face plantomedial ao tarso, sobre o sustentáculo 
do tálus, juntamente com o nervo plantar medial, sendo formada pela união de dois 
ramos, profundo e superficial. O ramo profundo provém do arco plantar profundo, 
emergindo dorsalmente ao extremo proximal do músculo interósseo. O ramo superficial 
origina-se do arco plantar profundo distal e corre proximalmente, junto com o nervo 
plantar medial, entre o músculo interósseo e os tendões dos músculos flexores dos 
dedos. A veia plantar lateral origina-se do arco plantar profundo, juntamente com o 
ramo caudal da veia safena lateral. Corre na face caudal do tarso, associada ao nervo 
plantar lateral. 
 
26.2.3 Veias circunflexa medial do fêmur e femoral profund a 
 
A veia circunflexa medial do fêmur é a continuação direta da veia safena lateral nos 
planos profundos da coxa. Ela mergulha entre os músculos adutor e semitendíneo, 
juntamente com ramos da artéria homônima, passando em seguida entre os músculos 
 107
pectíneo e iliopsoas. Após receber a veia pudendo-epigástrica, continua-se como veia 
femoral profunda, a qual corre em direção cranial, ventralmenteao pube, até juntar-se 
com a veia femoral para formar a veia ilíaca externa. 
 
26.2.4 Veia femoral 
 
Corre na face medial da coxa, ao lado da artéria homônima. Origina-se, como 
continuação direta da veia poplítea, na face caudal da extremidade distal do fêmur. 
Corre proximalmente, passando no sulco formado entre os músculos vasto medial, 
adutor e pectíneo e coberta pelo músculo sartório. Após um curto trajeto sobre a face 
medial do músculo iliopsoas, junta-se à veia femoral profunda para formar a veia ilíaca 
externa, na raiz do membro pelvino. São suas tributárias as seguintes veias, todas elas 
satélites dos ramos da artéria femoral: veias circunflexa lateral do fêmur, safena medial, 
descendente do joelho e caudais do fêmur. 
 
26.2.5 Veia poplítea 
 
Localiza-se caudalmente à articulação do joelho, sendo formada pela união das veias 
tibial cranial e tibial caudal. Como a artéria homônima, seu trajeto é curto. Recebe veias 
provenientes da articulação do joelho e logo se junta às veias caudais do fêmur para se 
continuar proximalmente como veia femoral. 
 
26.2.6 Veias tibiais cranial e caudal 
 
A veia tibial caudal, como a artéria homônima, é pouco desenvolvida e corre na face 
caudal do músculo poplíteo. A veia tibial cranial, geralmente dupla, acompanha a artéria 
tibial cranial e o nervo fibular profundo, ao longo do aspecto craniolateral da tíbia, 
profundamente aos músculos extensores dos dedos. Nos bovinos, ela emite, no terço 
distal da perna, um ramo anastomótico que vai se juntar ao ramo cranial da veia safena 
lateral. Atingindo a extremidade proximal da perna, desvia-se para a face caudal da 
tíbia, onde passa a correr profundamente ao músculo poplíteo. Emergindo deste último, 
une-se à veia tibial caudal para formar a veia poplítea. 
 
26.2.7 Veia dorsal do pé 
 
É um curto tronco venoso, restrito à face dorsal do tarso, onde corre profundamente 
aos tendões dos músculos extensores dos dedos. Continua-se proximalmente como 
veia tibial cranial e distalmente como veia metatársica dorsal III. Emite um ramo 
anastomótico bem desenvolvido para o ramo cranial da veia safena lateral e comunica-
se com o arco plantar profundo por meio da veia társica perfurante. 
 
26.2.8 Veia metatársica dorsal III 
 
Representa a continuação distal da veia dorsal do pé, após a emissão da veia társica 
perfurante. Usualmente dupla, corre na face dorsal do osso metatársico III + IV, 
profundamente aos tendões dos músculos extensores dos dedos. Emite o ramo 
perfurante distal, que atravessa o canal distal do metatarso e termina no arco plantar 
profundo distal. No espaço interdigital, a veia metatársica dorsal III anastomosa-se com 
a veia digital dorsal comum III. 
 
 108
26.2.9 Arco plantar profundo 
 
É formado, nos ruminantes domésticos, pela anastomose entre a veia plantar lateral e o 
ramo profundo da veia plantar medial. Dispõe-se transversalmente na extremidade 
proximal da face plantar do osso metatársico III + IV, profundamente ao músculo 
interósseo. Para o arco plantar profundo confluem as veias metatársicas plantares II, III 
e IV e a veia társica perfurante, esta proveniente da veia dorsal do pé. 
 As veias metatársicas plantares II, III e IV originam-se do arco plantar profundo 
distal e seguem paralelamente na face plantar do osso metatársico III + IV, 
profundamente ao músculo interósseo, até desembocarem no arco plantar profundo. 
Das três veias metatársicas plantares, a medial (II) e a lateral (IV) são bem 
desenvolvidas, enquanto a intermédia (III) apresenta-se bastante reduzida. 
 
26.2.10 Arco plantar profundo distal 
 
Está situado na extremidade distal da face plantar do osso metatársico III + IV, 
profundamente ao músculo interósseo. Dá origem às veias metatársicas plantares II, III 
e IV e ao ramo superficial da veia plantar medial, que seguem proximalmente no 
metatarso. Recebe, por outro lado, as veias digitais plantares comuns II, III e IV, 
provenientes dos dedos e o ramo perfurante distal, oriundo da veia metatársica dorsal 
III. 
 
26.2.11 Veias digitais plantares 
 
A veia digital plantar comum II corre na face abaxial do dedo III, sendo formada pela 
união das veias digital plantar própria III abaxial e digital dorsal própria III abaxial. 
Recebe ainda, antes de desembocar no arco plantar profundo distal, as veias digital 
plantar própria II e digital dorsal própria II. 
A veia digital plantar comum III corre no espaço interdigital, sendo formada pela 
união das veias digitais plantares próprias III e IV axiais. Antes de desembocar no arco 
plantar profundo distal, comunica-se com a veia digital dorsal comum III por meio da 
veia interdigital. 
A veia digital plantar comum IV é formada pela união das veias digital plantar 
própria IV abaxial e digital dorsal própria IV abaxial. Corre na face abaxial do dedo IV, 
desembocando no arco plantar profundo distal. Antes de sua desembocadura, recebe 
ainda as veias digital dorsal própria V e digital plantar própria V. As veias digitais 
plantares comunicam-se com as veias digitais dorsais por vários ramos anastomóticos, 
que correm transversalmente na face plantar das falanges proximal e média. 
 
26.3 Linfáticos 
 
A linfa da pelve e do membro pelvino é drenada para linfonodos que podem ser 
agrupados nos seguintes linfocentros: iliossacral, iliofemoral, inguinofemoral, isquiádico 
e poplíteo. 
 
26.3.1 Linfocentro iliossacral 
 
Compreende os linfonodos agrupados em torno da terminação da aorta abdominal e da 
origem da veia cava caudal, como também aqueles situados ao longo dos ramos 
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principais desses vasos: ilíaca externa, ilíaca interna, sacral mediana e circunflexa 
profunda do ílio. 
 
26.3.2 Linfonodos ilíacos mediais 
 
Localizam-se junto à porção terminal da aorta abdominal e porção inicial da veia cava 
caudal, em relação com a origem das artérias ilíacas externa e interna. Ocorrem em 
numero variável (três a cinco nos pequenos ruminantes e seis a oito nos bovinos) e 
apresentam-se geralmente alongados, podendo seu comprimento atingir até 5,0 cm nos 
bovinos e 3,0 cm nos pequenos ruminantes. Seus vasos aferentes provêm da região 
sublombar, dos rins, da glândula adrenal, da parede da cavidade pelvina e das vísceras 
da cavidade pelvina. Para eles confluem também os linfáticos do testículo e do 
epidídimo (por meio do funículo espermático) e, principalmente, os vasos eferentes dos 
demais linfonodos da pelve e do membro pelvino. Os linfonodos ilíacos mediais 
funcionam, assim, como um centro de convergência direta ou indireta da linfa de quase 
toda a metade caudal do corpo do animal. Seus vasos eferentes confluem para formar 
o tronco lombar, que será descrito no item referente a linfáticos da cavidade abdominal. 
 
26.3.3 Linfonodos ilíacos laterais 
 
Ocorrem, em número de um ou dois, junto à bifurcação da artéria circunflexa profunda 
do ílio, na face ventral do músculo psoas maior e medialmente à origem do músculo 
tensor da fáscia lata. São pouco desenvolvidos nos bovinos, medindo o maior deles 
cerca de 1,5 - 2,5 cm de diâmetro. Nos pequenos ruminantes normalmente não 
existem. Sua área de drenagem abrange a porção caudodorsal da parede do abdome, 
o peritônio, a face medial da coxa e planos profundo da região glútea. Para eles 
confluem também os vasos linfáticos provenientes dos linfonodos subilíaco e coxal. 
Seus vasos eferentes desembocam em parte nos linfonodos ilíacos mediais e em parte 
no tronco lombar. 
 
26.3.4 Linfonodos hipogástricos 
 
Situam-se na parede lateral da cavidade pelvina, ao longo do trajeto da artéria ilíaca 
interna e de seus ramos, na face medial do ligamento sacrotuberal. São pequenos, 
achatados e seu número é muito variável, sendo de um a oito nos bovinos e geralmente 
dois ou três nos pequenos ruminantes. Em alguns casos, podem estar ausentes. 
Recebem linfáticos provenientes da parede da cavidade pelvina, dos órgãos genitais 
internos masculinos e femininos, da bexiga, da vulva, da cauda e ainda dos linfonodos 
isquiádicos e poplíteo. Seus vasos eferentes

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