Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
90 Unidade III Unidade III 5 ANÁLISE COMBINATÓRIA A análise combinatória é a área da estatística que permite que respondamos a perguntas como: “tenho 10 canetas vermelhas e 7 pretas. Pegando 3 canetas aleatoriamente, qual é a probabilidade de pegar uma única caneta preta?” Figura 29 – Caneta vermelha Disponível em: https://cutt.ly/5McVj7m. Acesso em: 14 nov. 2022. Em outras palavras, a análise combinatória permite que criemos grupos com um número finito de elementos e, ainda, sob certas condições. Para compreender a análise combinatória, precisamos estudar antes alguns conceitos matemáticos, como fatorial, binômio de Newton, coeficientes binomiais, somatório e triângulo de Pascal. 5.1 Binômio de Newton Antes de chegarmos ao binômio de Newton, vamos abordar alguns conceitos matemáticos úteis. 5.1.1 Fatorial de um número O fatorial de um número é representado pelo símbolo ! e é calculado apenas para números naturais (números inteiros não negativos). Por sua vez, o cálculo do fatorial de um número consiste em sucessivas multiplicações, diminuindo esse número de uma unidade, até chegar ao elemento neutro da multiplicação: o número 1. 91 ESTATÍSTICA Matematicamente, sendo n um número inteiro e não nulo, temos: n! = n. (n - 1).(n-2).(n-3)...3.2.1 Exemplo de aplicação Neste exemplo, será ilustrado o cálculo do fatorial do número 5; ou seja, vamos calcular 5! 5! 5.4.3.2.1= 5! 20.6.1= 5! 1 20= Logo, 5! 1 20= . Note que, no cálculo, foram multiplicados os números dois a dois apenas para facilitar o processo, mas é possível multiplicar todos os números de uma só vez usando uma calculadora. Por definição: 0! 1= 1! 1= Exemplo de aplicação Mais adiante, será calculada a razão de dois fatoriais. Então, é interessante detalhar o processo desse cálculo. Considere a expressão a seguir: 6! 4! A primeira abordagem que vem à mente é calcular tanto o fatorial “de cima” quanto o fatorial “de baixo”. Mas, agindo dessa forma, o processo será mais trabalhoso. A ideia nesse tipo de cálculo é escrever o maior dos fatoriais como uma série de produtos, mas sem chegar até o final, parando quando chegar ao fatorial menor. Olhando para , temos o seguinte: 6! 6.5.4.3.2.1= 92 Unidade III Mas as últimas parcelas do produto são iguais a 5!, pois 5! = 5.4.3.2.1. Logo: 6! 6.5!= De forma equivalente: 6! 6.5.4!= Voltando à fração, temos: 6! 6.5.4! 4! 4! = Como temos 4! tanto no numerador quanto no denominador da fração, é possível cancelar 4! e chega‑se a: 6! 6.5 30 4! = = Saiba mais Para ver um exemplo de um código de programação para calcular o fatorial de um número, acesse: GASPAR, W. Faça um algoritmo para calcular o fatorial de um número em Portugol. Wagner Gaspar, 24 fev. 2021. Disponível em: https://cutt.ly/GMOh9Ff. Acesso em: 14 nov. 2022. 5.1.2 Coeficientes binomiais Os coeficientes binomiais, ou números binomiais, são o par de valores com n e p sendo números inteiros e p n� � , calculados por: ( ) n n! p p!. n p ! = − Lê‑se p n� � como o binomial de n sobre p, e chama‑se n de numerador do binomial e p de denominador do binomial. 93 ESTATÍSTICA Exemplo de aplicação Como exemplo, pode‑se calcular o binomial de 5 sobre 2. Da definição de coeficiente binomial, com n = 5 e p = 2, temos: ( ) 5 5! 2 2!. 5 2 ! = − 5 5! 2 2!.3! = Calculando o fatorial de 5, obtém‑se: 5! 5.4.3!= Então temos o seguinte: 5 5.4.3! 2 2!.3! = 5 5.4 2 2! = 5 5.4 2 2.1 = 5 20 2 2 = 5 10 2 = Logo, o binomial de 5 sobre 2 é igual a 10. Da definição de coeficiente binomial, com n inteiro, temos as propriedades mostradas a seguir: 94 Unidade III ( ) n n! 1 0 0!. n 0 ! 1.n! = = = − ( ) ( ) ( ) n n. n 1 !n! n 1 1!. n 1 ! 1. n 1 ! − = = = − − ( ) n n! n! 1 1 n n!. n n ! n!.0! 1 = = = = − Lembrete Lembre‑se de que: 0! = 1 1! 1 = 5.1.3 Triângulo de Pascal O triângulo de Pascal, também conhecido como triângulo de Tartaglia, é uma forma de organizar os coeficientes binomiais. Como critério para essa organização, colocam‑se os coeficientes binomiais de mesmo numerador em uma mesma linha e os coeficientes binomiais de mesmo denominador em uma mesma coluna. A seguir, destacam‑se os coeficientes binomiais organizados em um triângulo de Pascal: 0 0 1 1 0 1 2 2 2 0 1 2 3 3 3 3 0 1 2 3 95 ESTATÍSTICA � � � � � n n n n n 0 1 2 3 n … Ao calcular cada coeficiente binomial, o triângulo de Pascal fica: 1 1 1 1 2 1 1 3 3 1 1 4 6 4 1 ⋮ ⋮ ⋮ ⋮ ⋮⋱ Note que o triângulo de Pascal com os resultados dos coeficientes binomiais apresenta algumas características interessantes. Os elementos das pontas de todas as linhas são iguais a 1, e as linhas são simétricas na direção horizontal (o segundo elemento é igual ao penúltimo, o terceiro elemento é igual ao antepenúltimo etc.). Lembrete Vimos que somatório é um operador matemático indicado por Σ e é usado para somas sucessivas. No somatório, indica‑se um índice com seu valor inicial e final, e esse índice é incrementado de uma unidade a cada parcela somada. Matematicamente, tem‑se o seguinte: n i 1 2 3 n 1 n i 0 x x x x x x− = = + + +…+ +∑ Embaixo do símbolo de somatório, é definido o índice que será incrementado e é passado o seu valor inicial. Sobre o símbolo de somatório, coloca‑se o valor final do índice. Neste caso, o valor inicial do índice i é 0 e o valor final é n. Então, somam‑se as parcelas de x desde o índice inicial 0 até o índice final n. É usual adotar as letras i ou j como índices de somatórios. 96 Unidade III 5.1.4 Teorema binomial O teorema binomial, também conhecido como binômio de Newton, permite desenvolver expressões do tipo ( )nx y+ , sendo n um número inteiro. O binômio de Newton é expresso matematicamente por: ( ) n n n i i i 0 n x y .x .y i − = + = ∑ Exemplo de aplicação Use o teorema binomial para calcular a expressão . Do teorema binomial, para n = 2 e y = 1, temos o seguinte: ( ) n n n i i i 0 n x y .x .y i − = + = ∑ ( ) 2 2 2 i i i 0 2 x 1 .x .1 i − = + = ∑ Desenvolvendo o somatório, para i de 0 até 2, temos: ( )2 2 0 0 2 1 1 2 2 2 2 2 2 x 1 .x .1 .x .1 .x .1 0 1 2 − − − + = + + Como todo número elevado à potência zero é igual a 1 e como 1 elevado a qualquer potência resulta em 1, ficamos com: ( )2 2 1 0 2 2 2 x 1 .x .1 .x .1 .x .1 0 1 2 + = + + ( )2 2 1 0 2 2 2 x 1 .x .x .x 0 1 2 + = + + ( )2 2 2 2 2 x 1 .x .x .1 0 1 2 + = + + 97 ESTATÍSTICA Precisamos calcular os coeficientes binomiais, o que faremos separadamente. ( ) n n! p p!. n p ! = − ( ) 2 2! 2! 1 0 0!. 2 0 ! 1.2! = = = − ( ) 2 2! 2! 2.1 2 1 1!. 2 1 ! 1.1! 1 = = = = − ( ) 2 2! 2! 2! 1 2 2!. 2 2 ! 2!.0! 2!.1 = = = = − Voltando ao cálculo anterior e substituindo o resultado dos coeficientes binomiais, temos o seguinte: ( )2 2 2 2 2 x 1 .x .x .1 0 1 2 + = + + ( )2 2x 1 1.x 2.x 1.1+ = + + ( )2 2x 1 x 2.x 1+ = + + Logo, ( )2 2x 1 x 2.x 1+ = + + Observação Outra forma de calcularmos expressões do tipo é usando o produto notável conhecido como “quadrado da soma de dois termos”, em que a expressão é igual ao quadrado do primeiro termo, mais duas vezes o produto do primeiro termo pelo segundo, mais o quadrado do segundo termo. O “primeiro” é o primeiro termo da soma dentro da potência e o “segundo” é o segundo termo da soma. Matematicamente, o quadrado da soma de dois termos é dado por: ( )2 2 2a b a 2.a.b b+ = + + 98 Unidade III 5.1.5 Termo geral do binômio O termo geraldo binômio é a expressão que permite calcular qualquer termo de ordem p + 1 do binômio de (n + y)n, e é dado por: p n p p 1 n T .y .x p − + = Exemplo de aplicação Calcule o termo de ordem 3 do binômio de Newton para n = 6, p = 2 e y = 1. Da expressão do termo geral, para calcular T3, temos: p 1 3+ = p 3 1= − p 2= Então: p n p p 1 n T .y .x p − + = 2 6 2 2 1 6 T .1 .x 2 − + = 4 3 6 T .1.x 2 = 4 3 6 T .x 2 = Calculando o coeficiente binomial, ficamos com: ( ) n n! p p!. n p ! = − 99 ESTATÍSTICA ( ) 6 6! 2 2!. 6 2 ! = − 6 6! 2 2!.4! = 6 6.5.4! 2 2!.4! = 6 6.5 2 2.1 = 6 30 2 2 = 6 15 2 = Assim, chegamos a: Logo, o termo de ordem 3 do binômio de Newton para n = 6, p = 2 e y = 1 é T3 = 15.x4. Saiba mais Para saber mais sobre as principais descobertas de Newton, assista: ISAAC Newton | Ilustrando História. 2016. 1 vídeo (3:00). Publicado por: Ilustrando História. Disponível em: https://cutt.ly/UMOl0Gm. Acesso em: 14 nov. 2022. 5.2. Análise combinatória Agora que já foram apresentados os conceitos matemáticos para o estudo de análise combinatória, vamos partir para alguns conceitos específicos do assunto. 100 Unidade III 5.2.1 Princípio fundamental da contagem (PFC) O princípio fundamental da contagem (PFC) é um método algébrico usado para determinar o número de possibilidades de ocorrência de um acontecimento sem que precisemos listar todas as possibilidades envolvidas. Se dado evento ocorrer em uma série de etapas sucessivas e independentes, o número total de possibilidades de tal evento ocorrer será dado pelo produto das possibilidades de ocorrência em cada uma das etapas. De outra forma, sendo p1 o número de possibilidades de um evento ocorrer na primeira etapa e p2 o número de possibilidades de o evento ocorrer na segunda etapa (etapas essas independentes e sucessivas), o número total de possibilidades de ocorrência do evento é dado por: total 1 2p p .p= Exemplo de aplicação As placas de moto em dado país são compostas apenas por algarismos, de 0 a 9, e pode haver a repetição desses algarismos. Qual é o número total de placas disponíveis para motos, considerando que há 3 dígitos na placa? Figura 30 – Moto Disponível em: https://cutt.ly/QMcBQZM. Acesso em: 14 nov. 2022. 101 ESTATÍSTICA São 3 dígitos na placa, que podem ser ocupados por algarismos de 0 a 9, ou seja, totalizam 10 possibilidades diferentes de algarismos para cada posição. Como pode haver repetição (placa 003, por exemplo, ou, ainda, 141), as possibilidades são iguais em cada uma das posições. Multiplicando a possibilidade em cada uma das posições, tem‑se: total posição1 posição2 posição3p p .p .p= totalp = 10.10.10 totalp 1 000= Logo, o método de emplacamento de motos adotado no país em análise permite o emplacamento de até 1000 motos. Exemplo de aplicação Os números de celulares iniciam com o algarismo 9 e são compostos por 9 dígitos, e o segundo dígito não pode ser igual a zero. Quantos números de celular diferentes são possíveis, usando esse método? Figura 31 – Celular Disponível em: https://cutt.ly/UMcBGdI. Acesso em: 27 nov. 2022. 102 Unidade III O primeiro dígito é sempre igual a 9. Logo, para essa posição, há apenas uma possibilidade. O segundo dígito pode assumir valores de 1 a 9, portanto, são 9 possibilidades diferentes. Os demais dígitos podem assumir valores de 0 a 9 sem restrição, portanto, 10 possibilidades. O número total de telefones celulares é dado pelo produto das diferentes possibilidades para cada um dos 9 dígitos: total 1 2 3 4 5 6 7 8 9N p .p .p .p .p .p .p .p .p= totalN 1.9.10.10.10.10.10.10.10= totalN 90.000.000= Logo, esse método de geração de números de telefone celular permite a existência de 90.000.000 de números de celular. 5.2.2 Arranjos simples Definimos arranjo como o tipo de agrupamento em que um grupo é diferente dos demais pela ordem ou pela natureza dos seus elementos. Como exemplo de arranjo, vamos analisar quantos números de 2 dígitos podemos formar com os algarismos 1, 2 e 3, sem repetição dos algarismos. Tabela 43 – Quantidade de números de 2 algarismos podemos formar com os algarismos 1, 2 e 3, sem repetição dos algarismos Primeiro algarismo Segundo algarismo Número gerado 1 2 12 3 13 2 1 21 3 23 3 1 31 2 32 Vê‑se na tabela 43 que existem três possibilidades para o primeiro dígito e, para cada uma dessas possibilidades, duas possibilidades para o segundo dígito, com o total de seis possibilidades de números formados por esses algarismos. 103 ESTATÍSTICA Repare que os números gerados dessa forma distinguem‑se quanto à ordem (13 é diferente de 31) e quanto à natureza (13 é diferente de 21). O que foi feito na tabela foi contar o número de arranjos de 3 elementos (os 3 algarismos, 1, 2 e 3), tomados 2 a 2 (números compostos por 2 dígitos). Esse arranjo é indicado por A3,2. O arranjo simples de n elementos, tomados k a k, é dado pela seguinte expressão: ( )n,k n! A n k ! = − Na equação, n e k são números naturais. Exemplo de aplicação Usando a expressão matemática para arranjos simples, podemos conferir se nenhuma possibilidade foi esquecida quando tratamos de arranjo de 3 elementos tomados 2 a 2 na tabela 43. Da expressão do arranjo simples, para n = 3 e k = 2, temos: ( )n,k n! A n k ! = − ( )3,2 3! A 3 2 ! = − 3,2 3! A 1! = 3,2 3.2.1 A 1 = 3,2A 6= Logo, temos 6 possibilidades para o arranjo de 3 elementos tomados 2 a 2 – exatamente o número de números gerados pela combinação dos algarismos 1, 2 e 3, tomados 2 a 2, listados na tabela 43. 104 Unidade III 5.2.3 Permutações As permutações são agrupamentos ordenados considerando todos os elementos disponíveis. A permutação de n elementos é indicada por Pn. A permutação é um caso particular do arranjo simples, em que todos os elementos são considerados, ou seja, n n,nP A= . O número de permutações possíveis para n elementos é dada por: nP n! Exemplo de aplicação Quantos números de 3 dígitos podem ser formados com os algarismos 1, 2 e 3? Temos 3 algarismos disponíveis para formar um número de 3 dígitos. Logo, trata‑se de um problema de permutação. Calculando a permutação simples dos 3 números, temos: 3P 3!= 3P 3.2.1= 3P 6= Logo, pode‑se gerar 6 números de 3 dígitos usando os algarismos 1, 2 e 3. 5.2.4 Combinações As combinações simples são agrupamentos em que certo grupo é diferente dos demais apenas pela natureza dos elementos, mas não pela ordem – por exemplo, quais seriam as distintas combinações dos algarismos 1, 2 e 3 para formar números com 2 dígitos. Vale notar que os números 12 e 21 são combinações equivalentes e contam como uma única combinação. O número de combinações de n elementos em grupos de p elementos é dado pela seguinte expressão: ( )n,p n! C p!. n p ! = − Na equação, n e p são números inteiros. Lê‑se Cn,p como a combinação de n elementos tomados p a p. 105 ESTATÍSTICA Lembrete O coeficiente binomial de numerador n e denominador p é dado por: ( ) n n! p p!. n p ! = − Outra forma de representar a combinação de n elementos em grupo de p elementos é usando a notação de coeficiente binomial: ( )n,p n n! C p p!. n p ! = = − Exemplo de aplicação Um time de futebol de salão é composto por 5 pessoas, uma delas o goleiro. Em um grupo de 12 pessoas, quantos times de futebol de salão distintos podem ser formados? Como a ordem que as pessoas são escolhidas para o time (alguém pode ser o primeiro jogador a ser chamado ou o último) é indiferente para a composição do time, trata‑se de um problema de combinação. Calculando a combinação simples de 12 pessoas tomadas 5 a 5, temos o seguinte: ( )n,p n! C p!. n p ! = − ( )12,5 12! C 5!. 12 5 ! = − 12,5 12! C 5!.7! = Expandindo 12! até chegar a 7!, temos: 12,5 12.11.10.9.8.7! C 5!.7! = 106 Unidade III 12,512.11.10.9.8 C 5! = 12,5 12.11.10.9.8 C 5.4.3.2.1 = 12,5 95040 C 120 = 12,5C 792= Logo, com um grupo de 12 pessoas, é possível formar 792 times de futebol de salão distintos. 6 PROBABILIDADES Segundo o dicionário Michaelis on‑line, probabilidade é um substantivo feminino definido como segue: 1. Qualidade do que é provável. 2. Perspectiva positiva de que alguma coisa aconteça ou seja factível; chance, possibilidade: “[…] era escusado lembrar ao leitor que eu só afirmo certas leis quando as possuo deveras; em relação a outras restrinjo‑me à admissão da probabilidade” (MA3). 3. Possibilidade extremamente favorável da realização de um acontecimento, entre inúmeros possíveis, baseada na frequência relativa dos acontecimentos do mesmo tipo numa sequência de tentativas: Com base nos tempos que ele tem feito nos treinos, creio que há grande probabilidade de vencer a corrida. 4. Número positivo entre zero e a unidade, relacionado a um evento aleatório e que é medido pela frequência relativa da sua ocorrência, numa longa sucessão de eventos. 5. Número, coeficiente ou resultado provável correspondente a alguma coisa, calculado estatisticamente (PROBABILIDADE…, 2022). A seguir, discutiremos alguns conceitos básicos para o estudo de probabilidades. 107 ESTATÍSTICA 6.1 Conceitos básicos Para o estudo de probabilidade, é necessário primeiro compreender alguns conceitos, como: experimento aleatório, espaço amostral e evento. 6.1.1 Experimento aleatório Podemos classificar os experimentos em duas categorias: • experimentos determinísticos; • experimentos aleatórios. Os experimentos determinísticos são aqueles cujos resultados são previstos antes mesmo de sua realização. Molhar‑se após derramar um copo de água sobre si é um exemplo de experimento determinístico. Já os experimentos aleatórios são aqueles cujos resultados exatos não podem ser previstos antes de sua realização. Jogar na loteria é um exemplo de experimento aleatório, já que se pode ganhar o prêmio ou, mais provavelmente, não ganhar o prêmio. 6.1.2 Espaço amostral Define‑se espaço amostral como o conjunto de todos os resultados possíveis de um experimento aleatório. O espaço amostral é denotado pela letra U. Por exemplo, considere uma moeda: ela tem duas faces, cara e coroa (figura 32). Ao lançarmos uma moeda para o alto, ela cairá com uma das faces para cima. O espaço amostral desse experimento é: U = {cara, coroa} Figura 32 – Moeda com a face conhecida como coroa ou reverso, em que é indicado o valor da moeda. A face conhecida como cara ou anverso é a face oposta à face do valor, que geralmente apresenta um escudo, um rosto ou um emblema Disponível em: https://cutt.ly/kMcNMU3. Acesso em: 14 nov. 2022. 108 Unidade III Exemplo de aplicação Considere como experimento aleatório o lançamento de um dado de 6 faces, contendo os números de 1 a 6 em cada face. O espaço amostral desse experimento é o conjunto de todos os resultados possíveis: U = {1, 2, 3, 4, 5, 6} Exemplo de aplicação Considere como experimento aleatório o lançamento de um dado de 6 faces, contendo os números de 1 a 6 em cada face, e o lançamento de uma moeda. O espaço amostral desse experimento é o conjunto de todos os resultados possíveis para o dado e para a moeda: U = {1 e cara, 2 e cara, 3 e cara, 4 e cara, 5 e cara, 6 e cara, 1 e coroa, 2 e coroa, 3 e coroa, 4 e coroa, 5 e coroa, 6 e coroa} 6.1.3 Evento Chamamos de evento qualquer subconjunto do espaço amostral. Logo, obter coroa como resultado do lançamento de uma moeda é um evento. 6.2 Regras do cálculo de probabilidades Considere dado experimento aleatório, em que o espaço amostral tem n(U) elementos, e dado evento A, que tem n(A) elementos. A probabilidade de ocorrência do evento P(A) é dada por: ( ) ( )( ) n A P A n U = É importante notar que esse método para o cálculo de probabilidades é válido apenas no caso em que o espaço amostral U é equiprobabilístico – ou seja, todos os eventos do espaço amostral precisam ter a mesma probabilidade. Da expressão para o cálculo da probabilidade de um evento A, P(A), essa probabilidade é um número entre 0 e 1, ou, de forma equivalente, entre 0 e 100%. É possível representar probabilidades tanto na forma unitária quanto na forma percentual. 109 ESTATÍSTICA Observação Para converter um valor unitário em porcentagem, basta multiplicá‑lo por 100%. Se dado evento tem probabilidade igual a 0,4 de ocorrência, essa probabilidade é equivalente a: 0,4 .1 00% 40%= Exemplo de aplicação Considere que o metrô de uma grande cidade apresentou falha no funcionamento no início da manhã em 3 dias de uma semana. Qual é a probabilidade de falha no início da manhã no dia seguinte? Figura 33 – Metrô Disponível em: https://cutt.ly/7McMjyo. Acesso em: 14 nov. 2022. Calcula‑se a probabilidade como o número de ocorrência do evento dividido pelo número de ocorrências do espaço amostral. Neste caso, trabalha‑se com uma semana de dados, então o espaço amostral é igual a 7 dias. Então: ( )n U 7= 110 Unidade III O evento de ocorrência de falha pela manhã ocorreu em 3 dias da semana. Logo, esse é o número de ocorrências do evento falha no metrô. ( )n falha no metrô 3= Dividindo‑se o número de ocorrências do evento pelo número de elementos do espaço amostral, calcula‑se a probabilidade de ocorrência desse evento: ( ) ( )( ) n falha no metrô P falha no metrô n U = ( ) 3P falha no metrô 7 = ( )P falha no metrô 0,43= É possível representar essa probabilidade na forma de porcentagem, bastando, para isso, multiplicar a probabilidade por 100%: ( )P falha no metrô 0,43 .1 00%= ( )P falha no metrô 43%= Logo, a probabilidade de falha no metrô no dia seguinte é de 43%. Exemplo de aplicação Considere um dado de 6 faces, com faces numeradas de 1 a 6. Qual é a probabilidade de se obter um número par em um lançamento desse dado? 111 ESTATÍSTICA Figura 34 – Dados Disponível em: https://cutt.ly/hMcMTtQ. Acesso em: 14 nov. 2022. Em um dado de 6 faces, são 6 possibilidades distintas de face possíveis de se obter. Logo, o número de elementos do espaço amostral é igual a 6. ( )n U 6= Dos resultados possíveis do lançamento desse dado, obtém‑se o espaço amostral, composto pelos números de 1 a 6. { }U 1,2,3,4,5,6= Note que, no espaço amostral, tem‑se como resultados pares 2, 4 e 6. Logo, o número de ocorrências do evento “face par” é igual a 3. ( )n face par 3= Calcula‑se a probabilidade de ocorrência do evento “face par” dividindo o número de elementos pares do espaço amostral pelo número total de elementos do espaço amostral: ( ) ( )( ) n face par P face par n U = ( ) 3P face par 6 = 112 Unidade III ( )P face par 0,5= Representando essa probabilidade na forma de porcentagem, temos: ( )P face par 0,5 .1 00%= ( )P face par 50%= Logo, a probabilidade de obtermos um número par em um lançamento de um dado de 6 faces, numeradas de 1 a 6, é de 50%. Tratamos do cálculo da probabilidade de um evento, mas e se for preciso calcular a probabilidade de ocorrência de dois eventos? É possível haver dois eventos cuja ocorrência é aditiva, ou seja, são conectados pela conjunção E. Nesse caso, as probabilidades individuais são multiplicadas para obtermos a probabilidade total. Como exemplo desse caso, pode‑se pensar na probabilidade de chover E de ser um dia de semana (segunda a sexta). Dessa forma, para dois eventos A e B, ( ) ( ) ( )P A eB P A . P B= É possível ter ainda dois eventos cuja ocorrência é disjuntiva, ou seja, conectados pela conjunção OU. Nesse caso, as probabilidades individuais são somadas para se obter a probabilidade total. Como exemplo desse caso, pode‑se pensar na probabilidade de chover OU de ser um dia de semana (segunda a sexta). Dessa forma, para dois eventos A e B, ( ) ( ) ( )P A ouB P A P B= + Exemplo de aplicação Em dada cidade, 4 em cada 10 habitantes são mulheres. Nessa mesma cidade, 1 em cada 10 habitantesconcluiu o nível superior. Qual é probabilidade de, escolhendo um habitante aleatório da cidade, ele ser uma mulher com nível superior? Considere que a escolaridade é a mesma para homens e mulheres. 113 ESTATÍSTICA Se temos 4 mulheres para cada 10 habitantes, o número de ocorrência do evento “mulher” é igual a 4 em um espaço amostral com 10 elementos. A partir disso, calculamos a probabilidade de se escolher uma mulher. ( ) ( )( ) n mulher P mulher n U = ( ) 4P mulher 10 = ( )P mulher 0,4= Se 1 em cada 10 habitantes tem nível superior, podemos calcular a probabilidade de se escolher uma pessoa com nível superior. Temos então 1 ocorrência do evento “nível superior” em um espaço amostral de 10 elementos, logo: ( ) 1P nível superior 10 = ( )P nível superior 0,1= Calcula‑se a probabilidade de ocorrência dos dois eventos simultâneos, de se escolher uma mulher E que tenha nível superior, bastando, para tanto, multiplicar as probabilidades. ( ) ( ) ( )P mulher e nível superior P mulher . P nível superior= ( )P mulher e nível superior 0,4 . 0,1= ( )P mulher e nível superior 0,04= Representando esse resultado em forma de porcentagem, temos: ( )P mulher e nível superior 0,04.1 00%= ( )P mulher e nível superior 4%= Logo, a probabilidade de se escolher uma mulher com nível superior nessa cidade é de 4%. 114 Unidade III Exemplo de aplicação Na linha de produção de uma indústria alimentícia, são produzidas 20.000 unidades por dia. Em um processo de análise de falhas na produção, verificou‑se que ocorreu falha na vedação da embalagem de 52 produtos e falha na rotulagem de 26 produtos. Qual é a probabilidade de ocorrência de falha por dia nessa linha de produção por vedação da embalagem ou por rotulagem? Calcula‑se primeiro a probabilidade de ocorrência de cada tipo de falha. Para a falha de vedação, houve a ocorrência em 52 produtos das 20.000 unidades produzidas por dia. Logo, o número de eventos de falha de vedação por dia é: ( )n falha de vedação 52= O espaço amostral é igual ao número de unidades produzidas por dia: ( )N U 20.000= Calculando a probabilidade de ocorrência de falha de vedação, temos o seguinte: ( ) ( )( ) n falha de edação P falha de vedação n U = ( ) 52P falha de vedação 20.000 = ( )P falha de vedação 0,0026= Para a falha de rotulagem, houve a ocorrência em 26 produtos das 20.000 unidades produzidas por dia. Logo, o número de eventos de falha de rotulagem por dia é: ( )n falha de rotulagem 26= O espaço amostral é igual ao número de unidades produzidas por dia: ( )N U 20.000= 115 ESTATÍSTICA Calculando a probabilidade de ocorrência de falha de rotulagem, tem‑se o seguinte: ( ) ( )( ) n falha de rotulagem P falha de rotulagem n U = ( ) 26P falha de rotulagem 20.000 = ( )P falha de rotulagem 0,0013 = Para calcular a probabilidade de falha de vedação ou falha de rotulagem, soma‑se as probabilidades individuais: ( ) ( ) ( )P falha de vedação ou rotulagem P f. de vedação P f. de rotulagem = + ( )P falha de vedação ou rotulagem 0,0026 0,0013 = + ( )P falha de vedação ou rotulagem 0,0039 = Essa probabilidade pode ser representada em porcentagem, bastando multiplicá‑la por 100%: ( )P falha de vedação ou rotulagem 0,0039 .1 00% = ( )P falha de vedação ou rotulagem 0,39% = Logo, nas condições dadas, a probabilidade de falha por vedação ou por rotulagem é de 0,39%. 116 Unidade III Resumo Vimos que o fatorial de um número é representado pelo símbolo ! e é calculado apenas para números naturais. O cálculo do fatorial é feito da seguinte forma: ( ) ( ) ( )n! n. n 1 . n 2 . n 3 ...3.2.1= − − − Por definição, temos: 0! 1= 1! 1= Os coeficientes binomiais (ou números binomiais) são o par de valores n p , com n e p números inteiros e p≤n, calculados por: ( ) n n! p p!. n p ! = − Lemos n p como binomial de n sobre p, e chamamos n de numerador do binomial e p de denominador do binomial. O triângulo de Pascal, também conhecido como triângulo de Tartaglia, é uma forma de organizar os coeficientes binomiais. Como critério para essa organização, colocamos os coeficientes binomiais de mesmo numerador em uma mesma linha e os coeficientes binomiais de mesmo denominador em uma mesma coluna. O somatório é um operador matemático indicado por Σ e é usado para somas sucessivas. No somatório, indicamos um índice, com seu valor inicial e final, e esse índice é incrementado de uma unidade a cada parcela somada. Matematicamente, temos: n i 0 1 2 n 1 n i 0 x x x x x x− = = + + +…+ +∑ 117 ESTATÍSTICA Um dos usos do somatório é expressar o binômio de Newton. O binômio de Newton é expresso matematicamente por: ( ) n n n i i i 0 n x y .x .y i − = + = ∑ O termo geral do binômio é a expressão que permite que calculemos qualquer termo de ordem p+1 do binômio de e é dado por: p n p p 1 n T .y .x p − + = Iniciamos o estudo de análise combinatória apresentando alguns conceitos importantes, resumidos a seguir. O princípio fundamental da contagem (PFC) é um método algébrico usado para determinar o número de possibilidades de ocorrência de um acontecimento, sem que precisemos listar todas as possibilidades envolvidas. Sendo p1 o número de possibilidades de um evento ocorrer na primeira etapa e p2 o número de possibilidades de o evento ocorrer na segunda etapa, etapas essas independentes e sucessivas, a possibilidade total de ocorrência do evento é dada por: total 1 2p p .p= Definimos arranjo como o tipo de agrupamento em que um grupo é diferente dos demais pela ordem ou pela natureza de seus elementos. O arranjo simples de n elementos, tomados k a k, é dado pela seguinte expressão: ( )n,k n! A n k ! = − Na equação, n e k são números inteiros. As permutações são agrupamentos ordenados que consideram todos os elementos disponíveis. A permutação de n elementos é indicada por Pn. A permutação é um caso particular do arranjo simples, em que todos os elementos são considerados, ou seja, n n,nP A= . O número de permutações possíveis para n elementos é dada por: nP n!= 118 Unidade III As combinações simples são o agrupamento em que dado grupo é diferente dos demais apenas pela natureza dos elementos, mas não pela ordem. O número de combinações de n elementos em grupos de p elementos é dada pela seguinte expressão: ( )n,p n! C p!. n p ! = − Na equação, n e p são números inteiros. Lemos Cn,p como a combinação de n elementos tomados p a p. Na sequência, partimos para o estudo de probabilidades. A probabilidade é definida como a chance de ocorrência de dado evento. Iniciamos o estudo de probabilidade apresentando alguns conceitos: • Experimentos determinísticos são aqueles cujo resultado é previsto antes mesmo de sua realização. • Experimentos aleatórios são aqueles cujo resultado exato não pode ser previsto antes de sua realização. • Espaço amostral U é o conjunto de todos os resultados possíveis de um experimento aleatório • Evento é qualquer subconjunto do espaço amostral. Considere dado experimento aleatório, em que o espaço amostral tem n(U) elementos, e dado evento A, em que o espaço amostral tem n(A) elementos. Então, a probabilidade de ocorrência do evento P(A) é dada por: ( ) ( )( ) n A P A n U = É importante notar que esse método para o cálculo de probabilidades é válido apenas no caso em que o espaço amostral U é equiprobabilístico. A probabilidade é um número entre 0 e 1, ou, de forma equivalente, entre 0 e 100%. 119 ESTATÍSTICA Para dois eventos A e B, temos: ( ) ( ) ( )P A eB P A . P B= Para dois eventos A e B, temos: ( ) ( ) ( )P A ouB P A P B= + 120 Unidade III Exercícios Questão 1. Imagine que você tenha de fazer uma avaliação sobre a disciplina Estatística. Essa avaliação é composta por 6 testes, sendo cada teste formado por 5 alternativas (alternativas A, B,C, D e E), conforme mostrado a seguir: Tabela 44 A B C D E Teste 1 Teste 2 Teste 3 Teste 4 Teste 5 Teste 6 Assinale a alternativa que mostra corretamente a quantidade de possibilidades distintas de gabaritos para a avaliação da disciplina Estatística: A) 5 B) 30 C) 15.625 D) 32.768 E) 390.625 Resposta correta: alternativa C. Análise da questão Aqui temos um experimento dado pela contagem dos gabaritos possíveis para uma avaliação de Estatística composta por 6 testes, sendo cada teste formado por 5 alternativas. Cada etapa desse experimento, que é a resposta dada ao teste, tem 5 possibilidades de ocorrência (alternativas A, B, C, D ou E). Assim, a quantidade Q de modos diferentes com que o experimento pode ser feito é dada pela multiplicação dos modos diferentes com que cada etapa pode ocorrer. Logo: Q = 5 × 5 × 5 × 5 × 5 × 5 = 15.625 121 ESTATÍSTICA Concluímos que há 15.625 gabaritos possíveis para uma prova de Estatística composta por 6 testes, sendo cada teste formado por 5 alternativas. Questão 2. (Enade 2017, adaptada) Seis estudantes se inscreveram para um campeonato escolar de xadrez: três meninas, das quais duas são irmãs gêmeas, e três meninos. Na primeira rodada, serão formadas as três duplas de adversários por sorteio da seguinte forma: • o primeiro jogador é sorteado entre os seis participantes; • o segundo jogador é sorteado entre os cinco restantes; • o terceiro jogador é sorteado entre os quatro restantes; • o quarto jogador é sorteado entre os três restantes; • a primeira dupla é formada pelo primeiro e pelo segundo sorteados; • a segunda dupla é formada pelo terceiro e pelo quarto sorteados; • a terceira dupla é formada pelos dois últimos que não foram sorteados. Considerando essas condições a respeito da formação das duplas de adversários na primeira rodada do campeonato, avalie as afirmativas. I – A probabilidade de as gêmeas se enfrentarem é de 1/15. II – A probabilidade de a primeira dupla sorteada ser de meninos é de 1/5. III – A probabilidade de a primeira dupla sorteada ser composta por uma menina e um menino é de 3/5. É correto o que se afirma em: A) I, apenas. B) II, apenas. C) I e III, apenas. D) II e III, apenas. E) I, II e III. Reposta correta: alternativa D. 122 Unidade III Análise das afirmativas Temos 6 crianças, sendo 3 meninos e 3 meninas e, entre essas 3 meninas, 2 meninas são gêmeas. I – Afirmativa incorreta. Justificativa: calculamos primeiramente a probabilidade de serem sorteadas as gêmeas na primeira dupla. No primeiro sorteio, temos 2 sucessos (sorteio de uma das gêmeas) entre 6 tentativas (número total de crianças), ou seja: ° = =1 gêmea 2 1 P 6 3 A probabilidade de ser sorteada a outra gêmea no segundo sorteio, no qual temos apenas 1 sucesso restante em 5 tentativas, é: ° =2 gêmea 1 P 5 Como precisamos que esses dois casos ocorram, devemos multiplicar as probabilidades. Logo, a probabilidade de serem sorteadas as 2 gêmeas nos 2 primeiros sorteios é: ° ° = =1 gêmea e 2 gêmea 1 1 1 P . 3 5 15 As gêmeas também se enfrentariam se fossem sorteadas nos 3o e 4o sorteios. A probabilidade de não ser sorteada uma das gêmeas no primeiro sorteio é o complementar da probabilidade de uma delas ser sorteada, ou seja: ° = − = − = = 1 não gêmea 2 6 2 4 2 P 1 6 6 6 6 3 Calculamos, da mesma forma, a probabilidade de não ser sorteada uma gêmea no segundo sorteio, dado que nenhuma gêmea tenha sido sorteada no primeiro sorteio. Nesse caso, temos 2 sucessos em 5 possibilidades. Logo: ° = − = − = 2 não gêmea 2 5 2 3 P 1 5 5 5 5 123 ESTATÍSTICA Calculamos a probabilidade de ser sorteada uma das gêmeas no terceiro sorteio, dado que nenhuma gêmea tenha sido sorteada no primeiro sorteio. Nesse caso, temos 2 sucessos em 4 possibilidades. Logo: ° = =3 gêmea 2 1 P 4 2 Calculamos a probabilidade de ser sorteada a outra gêmea no quarto sorteio, dado que uma delas tenha sido sorteada anteriormente. Nesse caso, temos 1 sucesso em 3 possibilidades. Logo: ° =4 gêmea 1 P 3 Todas essas condições devem ocorrer para termos as gêmeas no 3º e 4º sorteios. Logo, devemos multiplicar as probabilidades, e ficamos com: ° ° = = =3 gêmea e 4 gêmea 2 3 2 1 12 1 P . . . 3 5 4 3 15.12 15 Chegamos à mesma probabilidade de serem sorteadas as gêmeas na primeira e na segunda tentativas. Resta calcularmos a probabilidade de serem sorteadas as gêmeas nos dois últimos sorteios. A probabilidade de não ser sorteada uma das gêmeas na primeira tentativa é igual à probabilidade do caso anterior. Logo: ° = − = − = = 1 não gêmea 2 6 2 4 2 P 1 6 6 6 6 3 A probabilidade de não ser sorteada uma das gêmeas na segunda tentativa é: ° = − = − = 2 não gêmea 2 5 2 3 P 1 5 5 5 5 A probabilidade de não ser sorteada uma das gêmeas na terceira tentativa é: ° = − = − = = 3 não gêmea 2 4 2 2 1 P 1 4 4 4 4 2 124 Unidade III A probabilidade de não ser sorteada uma das gêmeas na quarta tentativa é: ° = − = − = 4 não gêmea 2 3 2 1 P 1 3 3 3 3 Dessa forma, temos as gêmeas sorteadas nas duas últimas tentativas. Como todas as condições devem ser satisfeitas, devemos multiplicar as probabilidades. Logo: ° ° = = =5 gêmea e 6 gêmea 2 3 1 1 6 1 P . . . 3 5 2 3 15.6 15 Como o que é pedido é satisfeito sorteando‑se as gêmeas ou nas duas primeiras posições, ou na terceira e na quarta posições, ou nas duas últimas posições, devemos somar as probabilidades desses eventos. Logo, a probabilidade de as gêmeas se enfrentarem é: = + + = =confronto de gêmeas 1 1 1 3 1 P 15 15 15 15 5 II – Afirmativa correta. Justificativa: a probabilidade de ser sorteado um menino na primeira tentativa é dada pela razão do número de sucessos pelo número de possibilidades. Logo: ° =1 menino 3 P 6 A probabilidade de ser sorteado um menino na segunda tentativa é calculada da mesma forma, mas temos apenas 2 meninos para serem sorteados em 5 crianças restantes. Logo: ° =2 menino 2 P 5 Como queremos que o primeiro sorteado seja um menino e que o segundo sorteado também seja um menino, devemos multiplicar as probabilidades. Logo: ° ° = = =1 menino e 2 menino 3 2 6 1 P . 6 5 30 5 125 ESTATÍSTICA III – Afirmativa correta. Justificativa: a probabilidade de ser sorteada uma menina na primeira tentativa é dada pela razão do número de sucessos pelo número de possibilidades, ou seja: ° =1 menina 3 P 6 A probabilidade de ser sorteado um menino na segunda tentativa é calculada da mesma forma, mas temos 3 meninos para serem sorteados em 5 crianças restantes. Logo: ° =2 menino 3 P 5 Como queremos que a primeira criança sorteada seja uma menina e que o segundo sorteado seja um menino, devemos multiplicar as probabilidades. Logo: ° ° = = =1 menina e 2 menino 3 3 9 3 P . 6 5 30 10 Precisamos calcular a probabilidade de a dupla ser sorteada de forma invertida, ou seja, antes o menino e depois a menina. A probabilidade de ser sorteado um menino na primeira tentativa, com 3 meninos entre 6 crianças, é: ° =1 menino 3 P 6 A probabilidade de a segunda criança sorteada ser uma menina, com 3 meninas entre as 5 crianças restantes, é: ° =2 menina 3 P 5 A probabilidade de ser sorteado um menino e, em seguida, de ser sorteada uma menina é dada pelo produto dessas duas probabilidades. Logo: ° ° = = =1 menino e 2 menina 3 3 9 3 P . 6 5 30 10 126 Unidade III Vemos que as probabilidades são as mesmas, independentemente da ordem obtida. Como o primeiro caso ou o segundo caso atende ao solicitado, precisamos somar as duas probabilidades. Logo: ° = + = =menino e menina na 1 dupla 3 3 6 3 P 10 10 10 5
Compartilhar