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período barroco

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ARTES VISUAIS, HISTÓRIA E 
SOCIEDADE 
AULA 3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof.ª Danielly Dias Sandy 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Este texto que lhe é apresentado aborda cinco tópicos da história da arte, 
mas com algumas subdivisões, evidenciando os artistas escolhidos. O objetivo 
é tratar do período Barroco, seguido da Arte Rococó, do Neoclassicismo, do 
Romantismo, para, por fim, tratar do Realismo. Esta seleção busca 
instrumentalizar, de forma geral, o leitor a respeito da análise de artistas e obras 
da história da arte, pois permitirá que o olhar se desenvolva a partir das 
discussões aqui propostas para que possa, ainda, se voltar para outras obras e 
artistas, a depender dos interesses de pesquisa do leitor. Desta forma, 
especificamos a sequência dos assuntos tratados abaixo: 
• O período barroco 
• A arte rococó 
• O neoclassicismo 
• O romantismo na arte 
• O realismo 
DO BARROCO AO REALISMO 
Do período Barroco ao período Realista na arte temos vários movimentos 
artísticos e tendências estéticas. No entanto, o foco é tratarmos sobre o Barroco, 
Rococó, Neoclassicismo, Romantismo e do Realismo na arte. Assim, é 
importante nos atermos às principais características de cada um dos movimentos 
supracitados com o objetivo de as compreendermos e sermos capazes de as 
identificá-las nas obras dos diferentes artistas. 
Esse exercício contribui, e muito, com o aperfeiçoamento de nosso olhar 
para que possamos nos desenvolver na crítica e história da arte. Além disso, 
vale destacar que identificar essas mesmas características nas sociedades as 
relacionando ao pensamento filosófico e científico da época, contribuirá com a 
nossa compreensão do todo e da contemporaneidade em diferentes aspectos. 
Assim, ao estudarmos do Barroco ao Realismo podemos identificar várias 
transformações nas artes e sociedades, na história e modo de viver e assimilar 
o mundo. Não obstante a isso, vamos manter viva a nossa chama da curiosidade 
 
 
3 
para que, mesmo após a leitura desse texto, possamos dar continuidade às 
nossas leituras e pesquisas. 
TEMA 1 – O PERÍODO BARROCO 
Podemos considerar o período barroco como ocorrido entre os anos de 
1600 e 1750. E, “embora o termo ‘barroco’ seja às vezes usado no sentido 
negativo de superelaboração e ostentação, o século XVII não só produziu gênios 
artísticos excepcionais, como Rembrandt e Velázquez, mas também expandiu o 
papel da arte para a vida cotidiana.” (Strickland, 1999, p. 46). Com isso, 
observamos também que: 
A era barroca começou em Roma por volta de 1600, quando os papas 
se dispuseram a financiar magníficas catedrais e grandes trabalhos, 
para manifestar o triunfo da fé católica depois da Contrarreforma, e 
para atrais novos fiéis com a dramaticidade das “imperdíveis” obras de 
arquitetura. O movimento de expandiu para a França, onde os 
monarcas absolutistas reinavam por direito divino e gastavam somas 
faraônicas para se glorificar. (Strickland, 1999, p. 46) 
Isso nos explica muitas coisas, inclusive sobre os temas mais usados 
pelos artistas no barroco - sendo a temática religiosa mais usada nos países 
católicos e outros temas, incluindo cenas de gênero, naturezas mortas e retratos, 
em países protestantes, mas sobretudo onde a burguesia começava a se formar 
e demonstrava a intenção de decorar as suas casas. 
Vale destacar que o período Barroco veio após o Renascimento, no 
entanto, houve ainda um movimento artístico entre ambos, conhecido como 
Maneirismo, o que significava “pintar à maneira de”. Esse termo era utilizado 
porque acreditavam que os artistas ainda não haviam conseguido se distanciar 
das produções dos grandes gênios renascentistas, passando a seguir a sua 
maneira de pintar. De todo modo, esse movimento pode ser considerado como 
um exemplo de ruptura com os ideais racionais, humanistas e antropocêntricos 
da Renascença antes de se adentrar ao barroco, com toda a sua dramaticidade 
e tendência para temas religiosos. 
O Barroco teve origem na Itália, mas foi difundido para outros países 
católicos europeus e da América. Embora para cada região ele tivesse adotado 
características específicas, seu caráter dramático permaneceu o mesmo e é fácil 
identificá-lo nas diferentes obras. A palavra “barroco” significava “pérola 
irregular” e foi usada para definir esse período da história da arte, devido ao 
 
 
4 
distanciamento que as produções dos artistas tomavam dos ideais de harmonia 
e equilíbrio do Renascimento. 
No Renascimento, além das características específicas das composições, 
percebemos as linhas que separam as figuras do fundo, enquanto no Barroco as 
pinturas se tornam mais pictóricas, deixando a atmosfera muitas vezes com 
aspecto de “brumas esfumaçadas", devido aos jogos de luz e sombra para se 
obter maior dramaticidade (Wölfflin, 2000). Ainda, de acordo com Wölfflin: 
Uma figura clássica pode ser recortada: ela terá, sem dúvida, uma 
aparência menos favorável do que em seu meio anterior, mas nunca 
perderá a identidade. A figura barroca, ao contrário, tem a sua 
existência totalmente associada aos demais motivos do quadro; já uma 
simples cabeça mescla-se indissoluvelmente ao movimento do fundo, 
mesmo que seja apenas através do jogo de tons claros e escuros. 
(Wölfflin, 2000, p. 232) 
Como características da arte barroca podemos salientar o exagero nas 
formas, os temas dramáticos, riqueza de detalhes e figuras mais “pictóricas”, 
antagonismos nas composições, dualismo e fortes contrastes de luz e sombra, 
domínio da emoção sobre a razão, a fé como elemento de destaque e mais. 
Dentre os diversos artistas barrocos, destacamos primeiramente Annibale 
Carracci (1560 - 1609) o qual fez escola e acabou influenciando muitos artistas 
desse período e, de acordo com Janson e Janson (1996, p. 253), “[...] ele sentia 
que a arte deveria voltar à natureza, mas a sua abordagem era menos decidida, 
alternando estudos da vida com uma retomada dos clássicos.” (Janson e Janson, 
1996, p. 253). 
 
 
 
5 
Figura 1: “A Assunção da Virgem Maria”, 1590, 1,3 m x 97 cm, Annibale 
Carracci, Museu do Prado 
 
Créditos: Renata Sedmakova/Shutterstock 
Da Itália também temos Michelangelo Merisi da Caravaggio (1571-1610) 
o qual, conforme aponta Gombrich (1999, p. 433), “[...] consegue a completa e 
laboriosa precisão na reprodução de texturas, cores e formas, sem que o quadro 
tenha jamais o aspecto de elaborado ou rude.” 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
Figura 2: “A Vocação de São Mateus”, concluída em 1599-1600 para a Capela 
Contarelli, em Roma, Caravaggio 
 
Créditos: Photofires/Shutterstock 
Além desses, devemos evidenciar a artista barroca Artemisia Gentileschi 
(1593-1653) que teve reconhecimento ainda em vida e foi filha do pintor Orazio 
Gentileschi. Essa artista foi a primeira mulher a integrar a Academia de Belas 
Artes de Florença. A obra de Artemisia nos chama a atenção para o domínio 
técnico e ao mesmo tempo o aspecto dramático presente em suas pinturas que 
evidenciam algumas de suas experiências mais dolorosas. De acordo com 
Janson e Janson (1996), passamos a ter mais referências de mulheres na arte 
a partir de 1550, sobretudo na Itália, porém, se destaca que essas mulheres 
geralmente tinham familiares artistas e isso facilitava o envolvimento delas com 
a arte. 
Um dos escultores mais conhecidos do barroco foi o italiano Gian Lorenzo 
Bernini (1598-1680) que produziu diversas obras de grande impacto e 
 
 
7 
considerável dramaticidade. “Essas exibições, que têm por objetivo dominar 
emocionalmente o espectador, bem podem ser chamadas de “teatrais”, tanto por 
seu espírito quanto pelos artifícios empregados.” (Janson e Janson, 1996, p. 
257) 
Figura 3: “O Êxtase de Santa Teresa”, Capela do Cornaro, Santa Maria della 
Vittoria, Roma, Itália. Foi completado por Gian Lorenzo Bernini em 1652. 
 
Créditos: Filipe.Lopes/Shutterstock 
Outro artista bastante importante e que traz as suas peculiaridadesem 
suas criações pictóricas foi o grego Doménikos Theotokópoulos – conhecido na 
Espanha como El Greco (1541-1614). “Pois também ele, ao que parece, era um 
homem apaixonado e devoto que sentia imperiosa necessidade de contar 
histórias sagradas de um modo novo e mais emocionante.” (Gombrich, 1999, p. 
371) 
 
 
 
8 
Figura 4: “São Martin e o mendigo”, 1597-1599 
 
Créditos: Everett Colection/Shutterstock 
Ainda na Espanha, temos o pintor Diego Velázquez (1599-1660) que 
pintava especialmente para a corte do Rei. “Para o ideal de beleza do estilo 
clássico é essencial que todas as partes se apresentem igualmente claras; o 
Barroco pode dispensar esse preceito, conforme demonstra o exemplo de 
Velázquez.” (Wölfflin, 2000, p. 232) 
 
 
 
9 
Figura 5: Retrato do Papa Inocêncio X, 1640-1650 
 
Créditos: Everett Collection/Shutterstock 
Figura 6: A rendição de Breda” ou “As lanças”, 1634-1635, Museu do Prado 
 
Créditos: Oleg Golovnev/Shutterstock 
 
 
10 
Sobre o artista holandês Rembrandt Van Rijn (1606-1669), esse 
“dificilmente precisa de gestos ou movimentos para expressar o significado 
íntimo de uma cena.” (Gombrich, 1999, p. 424) 
Figura 7: “A ronda noturna”, 1642, 3,63 m x 4,37 m 
 
Créditos: Everett Collection/Shutterstock 
Enquanto Johannes Vermeer (1632-1675) “[...] consegue a completa e 
laboriosa precisão na reprodução de texturas, cores e formas, sem que o quadro 
tenha jamais o aspecto de elaborado ou rude.” (Gombrich, 1999, p. 433) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
Figura 8: A leiteira”, 1660, pintura holandesa, óleo sobre tela 
 
Créditos: Everett Collection/Shutterstock 
Na América Latina também temos a presença do estilo barroco, presente 
tanto na arquitetura como também nas esculturas, pinturas, objetos e mobiliários. 
Da mesma forma como na Europa, a arte barroca na América Latina é 
contemplada pelo uso dos artifícios das cores no alcance do chiaroscuro no 
intuito de aumentar o caráter dramático da representação. Vale destacar o 
caráter sócio-político e econômico por trás das produções desse estilo que 
contava com o financiamento da Igreja Católica e nobres da época. 
No Brasil, o estilo barroco é reconhecido como colonial e está presente 
em diversas regiões e cidades como Ouro preto, Tiradentes, Diamantina, 
Salvador, Rio de Janeiro e mais. No entanto, evidenciamos o “colorismo” do 
barroco brasileiro, que ainda apresenta temas mais festivos e menos dramáticos 
do que geralmente nos oferece o barroco europeu. Há muitos artistas do barroco 
brasileiro de grande representatividade, como Mestre Valentim (1745-1713), 
Mestre Ataíde (1762-1830), Antônio Francisco Lisboa, também conhecido como 
Aleijadinho (1738-1814) e outros. 
 
 
12 
TEMA 2 – A ARTE ROCOCÓ E SUAS CARACTERÍSTICAS 
A palavra rococó tem origem a partir da palavra francesa rocaille cujo 
sentido tem relação com as conchas, seixos e outros ornamentos que 
decoravam as fontes e outros elementos e objetos da época. Ou seja, esse estilo 
surgiu em Paris sobretudo para a decoração mais elevada de interiores não 
apenas dos palácios, mas também das casas ou hôtels da nova burguesia. “O 
rococó nasceu em Paris, coincidindo com o reinado de Luís XV (1723-24). Por 
volta de 1760 já era considerado ultrapassado na França, mas continuou em 
moda em outros países.” (Strickland, 1999, p. 64). Isso aconteceu porque a arte 
acabou se tornando uma forma bastante comum de se pensar a decoração de 
uma maneira mais leve e agradável. Trata-se, primeiramente, de uma arte que 
foi produzida para a ornamentação e poderia ser considerada “tão decorativa e 
não-funcional quanto a aristocracia que a adotou.” (Strickland, 1999, p. 64). 
Tal crítica evidencia o quanto a arte rococó foi utilizada pelas classes 
sociais mais abastadas, como a aristocracia (e agora, a alta burguesia), para 
satisfazerem seus luxos e expressarem seus desejos e frivolidades sem grandes 
preocupações, ou profundidade. Com isso, já percebemos que temas dramáticos 
e de profunda reflexão não integram o bojo de possibilidades de criação dos 
artistas do rococó. Conforme aponta Hauser (1998, p. 526), “o rococó não era 
uma arte régia, como era o barroco, mas a arte de uma aristocracia e de uma 
alta burguesia.” 
Assim, esse período, embora dissonante do período anterior e 
subsequente – barroco e neoclássico –, se parece como uma passagem que 
regala a oposição entre ambos. O romantismo também se difere bastante do 
rococó, sendo muito mais dramático e imaginativo. Sendo assim, a arte rococó 
possui características que se opõem ao estilo barroco, de certa forma abrindo 
espaço para a posterior chegada do Neoclassicismo e romantismo com seus 
ideais estéticos. A partir de Hauser, podemos compreender que “o rococó situa-
se, com seu sensualismo e esteticismo, entre o estilo cerimonial do barroco e o 
emocionalismo do movimento pré-romântico. (Hauser, 1998, p. 528). Ainda, de 
acordo com Hauser: 
o rococó ganha em preciosismo e brilho, charme travesso e 
caprichoso, mas também em ternura e espiritualidade; por um lado, 
converte-se na arte da sociedade por excelência, mas, por outro, 
aproxima-se do gosto burguês pelas formas diminutivas. É uma arte 
decorativa altamente especializada, provocante, delicada, nervosa, 
 
 
13 
que veio substituir o maciço, estatuesco e realisticamente espaçoso 
barroco [...]. (Hauser, 1998, p. 526-27) 
Os temas mais trabalhados são os temas bucólicos e festejos da corte, 
além de outras cenas de caráter intimista, que permeavam a vida das famílias 
mais abastadas. Não obstante, podemos observar a representação de temas 
mundanos das altas sociedades destacando as superficialidades e frivolidades 
com linhas curvas e delicadas, além da aplicação de cores pastéis com suaves 
passagens tonais. Há vários artistas do rococó, sendo alguns com suas 
características próprias, dos quais destacamos Jean Chardin (1699-1779), Jean-
Honor Fragonard (1732-1806), Élisabeth-Louise Vigée-Le Brun (1755-1842), 
Jean-Antoine Watteau (1684-1721). 
Para o historiador da arte Ernst Gombrich, “há um toque de melancolia 
nessas visões de beleza que é difícil descrever ou definir, mas que eleva a arte 
de Watteau acima da esfera da simples habilidade e graça.” (1999, p. 455). 
Tomamos isso como exemplo para compreendermos que, mesmo que os 
artistas do rococó tenham as características de seu tempo fortemente atreladas 
à sua arte, há produções que nos revelam algo de muito especial, que extrapola 
o caráter frívolo proposto pelo rococó. 
Em termos de arquitetura, destaca-se o suntuoso Palácio de Versailles, 
na cidade de Paris, na França. Esse Palácio teve o início de sua construção no 
ano de 1661 e foi inaugurado em 1789. 
 
 
 
14 
Figura 9 – Palácio de Versalhes 
 
Créditos: Vivvi Smak/Shutterstock 
TEMA 3 – A ARTE NEOCLÁSSICA 
O Neoclassicismo surgiu no século XVIII, após a Revolução Francesa em 
1789, e permaneceu até meados do século XIX. O nome “neoclássico” é dado 
devido ao retorno dos padrões estéticos greco romanos, ou seja, do classicismo, 
como sua maior característica. Considera-se que foi uma arte direcionada ao 
caminho da razão, harmonia, equilíbrio e beleza tendo como maior expressão os 
temas históricos e patrióticos. Conforme aponta Argan (1992, p. 23): 
O Neoclassicismo não é uma estilística, mas uma poética; prescreve 
uma determinada postura, também moral, em relação à arte e, mesmo 
estabelecendo certas categorias ou tipologias, permite aos artistas 
certa liberdade de interpretação e caracterização. 
Durante esse momento, o pensamento filosófico foi influenciado pelos 
ideais Iluministas e, logo, por pensadores como Voltaire, David Hume, Rousseau 
e outros “que proclamavam que todas as atividades humanas deveriam ser 
dirigidas pela razão e pelo bem comum, mais que pela tradição e pela autoridade 
estabelecida.” (Janson e Janson, 1996, p. 302) 
O Neoclassicismo nos oferece um retornoà cultura da antiguidade 
clássica, permeado às ideias da Idade da Razão, tal como ficou conhecido o 
Iluminismo. Assim, a arte neoclássica buscou se opor aos exageros do barroco 
e trivialidades do rococó, demonstrando simplicidade e pragmatismo nas 
 
 
15 
representações, desde suas linhas até a composição das obras. Não obstante, 
o mesmo ocorreu em relação a outras áreas e até mesmo ciências da época que 
passaram a buscar maior objetividade e racionalismo. Tudo isso pode ser 
identificado na arte, economia, cultura e sociedade da época. 
Na pintura, temos como o maior expoente – o artista Jacques-Louis David 
(1748-1825) que, com “o sentimento sublime e patriótico alcançara uma 
concentração formal que satisfazia às exigências da teoria do classicismo.” 
(Friedlaender, 2001, p. 34). David tem no leque de sua produção obras históricas 
como “O Juramento dos Horácios”, produzida a partir da técnica de óleo sobre 
tela, em 1784, na qual “se inspira na moral da Roma republicana sem se remeter, 
a não ser pela imaginação, à arte romana daquele período.” (Argan, 1992, p. 22). 
Isso nos permite observar que a imaginação para a arte neoclássica se 
torna item indispensável aos artistas no que se refere à reprodução de temas 
históricos a partir de relações temporais; todavia, para os artistas do 
Neoclassicismo, a imaginação ainda deveria ser conduzida de maneira racional 
e pragmática. 
Figura 10: “A morte de Sócrates”, 1787, Jacques-Louis David 
 
Créditos: Everett Collection/Shutterstock 
David pintava em favor da República, foi um artista partidário da 
Revolução, se tornou amigo de Robespierre e se manifestou a favor da guilhotina 
 
 
16 
para o então rei Luís XVI. Em suas obras podemos sentir um forte patriotismo 
em meio a atmosfera política, econômica e social desse período. (Strickland, 
1999). 
Outro importante artista neoclássico é Jean Auguste Dominique Ingres 
(1780-1867), discípulo de David, tendo frequentado o seu ateliê desde os onze 
anos de idade. Assim, destacamos que a arte neoclássica influenciou as 
academias de artes, repercutindo seus padrões e cânones estéticos, também 
para além da Europa. As academias de Belas Artes tomaram uma proporção 
ainda mais fortificada após o período neoclássico. 
Na escultura, podemos evidenciar Antônio Canova (1757-1822), um dos 
favoritos de Napoleão Bonaparte, sendo que “sua escultura é tensa busca do 
belo ideal a partir do antigo, que, no entanto, não é um frio modelo acadêmico, 
mas uma realidade bela e perdida que se quer reanimar com seu calor.” (Argan, 
1992, p. 25). 
Figura 11: Escultura de Pauline Bonaparte como Venus Victrix, 1808, Antonio 
Canova 
 
Créditos: Vasilii L/Shutterstock 
O Brasil também contou com a presença do estilo da arte neoclássica na 
produção dos artistas da primeira geração da Academia Imperial de Belas Artes 
do Rio de Janeiro, fundada pelos artistas neoclássicos franceses que chegaram 
 
 
17 
ao país em 1816. O convite aos artistas da Missão Artística Francesa foi 
realizado por Dom João VI, que reconhecia na época a necessidade de trazer 
artistas europeus ao Brasil, com o intuito de criarem a primeira Academia de 
Belas Artes, para formar as posteriores gerações de artistas. 
TEMA 4 – O ROMANTISMO NA ARTE 
 Em meio à Revolução Industrial, o romantismo na arte tem seu início em 
meados do século XIX, sendo essa uma época de forte ebulição, com muitos 
fatos históricos e sociais, que resultaram em transformações na política e nas 
sociedades. Concomitantemente, a França sofria em meio à uma forte crise, que 
influenciaria as pessoas a se rebelarem contra o absolutismo do sistema liderado 
pelas classes dominantes. Como apontam Janson e Janson (1996, p. 309): 
O Iluminismo, paradoxalmente, libertou não só a razão, mas também o 
seu oposto: ajudou a criar uma nova onda de sentimentalismo que iria 
durar quase um século e que se chamaria Romantismo. Aqueles que, 
na metade do século XVIII, partilharam a reação contra a ordem social 
estabelecida e a religião – contra os valores estabelecidos de toda 
espécie – poderiam também tentar encontrar uma nova ordem 
baseada em sua fé no poder da razão, ou poderiam procurar liberação 
em uma ânsia de experiência emocional. 
O contexto era propício ao drama e essa influência se expandiu para além 
da Europa, e, embora tenha surgido no século anterior, esteve fortemente 
presente entre 1820 e 1850. Essa corrente romântica influenciou não apenas as 
artes visuais, mas também o universo de outras linguagens como a música, a 
poesia, a literatura e mais (Hauser, 2003). 
Basicamente, os artistas românticos queriam se opor ao rigor e 
paradigmas da arte neoclássica, que havia sido a arte oficial da Revolução 
Francesa e tinha como meta a liberdade de expressão e criação. Aqui, a 
imaginação com sua força e seus rompantes pictóricos se torna item valoroso e 
aclamado, em detrimento da razão, com suas linhas representativas da cultura 
greco romana (Wölfflin, 2000). 
4.1 As características do romantismo na arte 
Ao tratarmos sobre as características do romantismo na arte, 
imediatamente devemos destacar sua dramaticidade, além de tantas outras, 
oponentes às características racionalistas da arte neoclássica. Dessa forma, a 
razão é deixada de lado para que a emoção, com elevada carga de imaginação 
 
 
18 
e intuição, seja evidenciada nos temas, nas composições, nas cores, nas formas. 
Um dos resultados é a valoração dos sentimentos e sentimentalismo gerados 
pela fantasia e, na maioria das vezes, pelo exagero. 
Ou seja, o Romantismo volta-se a um mundo ideal permeado por 
elementos de nossas paixões, imaginação, emoções, sonhos e fantasias. “O 
romântico acreditava que se o homem se comportasse apenas de “modo 
natural”, dando livre vazão aos seus impulsos, o mal desapareceria.” (Janson e 
Janson, 1996, p. 309) 
Ao mesmo tempo, há um retorno dos temas religiosos e personificações 
de ideais e estados de espírito que muitas vezes se transformam em belas 
mulheres, sendo, inclusive, a idealização da beleza feminina uma outra 
característica muito forte desse movimento estético. A exaltação da natureza e 
defesa vigorosa de ideais nacionalistas são outros elementos presentes, 
juntamente com simbolismos e subjetividade temática. 
Ainda, de acordo com Janson e Janson, “foi a paisagem, mais que na 
pintura narrativa, que o Romantismo atingiu sua expressão mais completa, 
sobretudo na Inglaterra.” (1996, p. 322). Dentre todos, podemos destacar os 
ingleses William Turner (1775-1851) e John Constable (1776-1837) como 
grandes expoentes dessa temática. Para Gombrich (1999, p. 492), “Turner 
também teve visões de um mundo fantástico, banhado de luz e resplendente 
beleza: mas, em vez de calmo, o seu era um mundo cheio de movimento, em 
vez de harmonias singelas, exibia aparatoso deslumbramento.” Janson e Janson 
(1996, p. 323), afirmam que podemos considerar que “o céu para Constable, era 
a “tônica, a escala padrão e o principal órgão do sentimento” [...].” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 
Figura 12: “O Lago de Zug”, 1843, Turner. 
 
Créditos: Everett Collection/Shutterstock 
Figura 13: Catedral de Salisbury em Lower Marsh, 1820, Constable. 
 
Créditos: Everett Collection/Shutterstock 
 
 
20 
Há vários artistas no bojo do romantismo como Eugene Delacroix (1798-
1863), Francisco Goya (1746-1828), Théodoro Géricault (1791-1824) e Honoré 
Daumier (1808-1879) entre outros. A pintura “A Liberdade guiando o povo”, de 
Delacroix, é um dos maiores ícones do romantismo. Sobre ela, Friedlaender 
analisa: 
“O efeito da pintura está em seu extraordinário brilho de cor e 
chiaroscuro, com a cidade incendiada e as torres da Notre Dame ao 
fundo, e a radiosa mulher sob os tons da bandeira tricolor francesa. 
Nenhuma outra pintura revolucionária combina um élan tão impetuoso 
e irresistível com tão grande contenção trágica.” (Friedlaender, 2001, 
p. 173)Figura 14: Impressão em selo da NICARAGUA, 1989, da pintura “Liberdade 
guiando o povo” de Eugene Delacroix 
 
 
Créditos: Charlesimage/Shutterstock 
TEMA 5 – O REALISMO 
Após o forte embate entre razão e emoção, na primeira metade do século 
XIX, fomentado pelo Neoclassicismo e o Romantismo, surgiu o Realismo, na 
segunda metade do século, como uma nova proposta estética. Frente aos 
acontecimentos sociais e econômicos decorrentes da Revolução Industrial, os 
 
 
21 
artistas passavam a se preocupar mais com a realidade das coisas, das cenas, 
das figuras e tudo o mais. 
A Revolução Industrial ocorreu entre 1760 e 1840, insuflando mudanças 
consideráveis nas sociedades da época com fortes efeitos nas ciências, política, 
economia, cultura e na arte. Além disso, havia outros fatores e acontecimentos 
que fomentavam mudanças, deixando a Europa em um clima de forte ebulição, 
sem contar outras consequências e desdobramentos. 
Vale destacar que a arte ocidental sempre esteve, em momentos distintos, 
envolta em aspectos do “realismo” em determinados temas; todavia, foi nesse 
momento histórico e científico do século XIX que os ideais realistas se tornaram 
um estilo mais fortificado. Isso foi praticamente como uma forma engajada dos 
artistas manifestarem suas críticas e opiniões políticas, confrontando todo o 
idealismo sensacional dos movimentos estéticos anteriores. 
A partir disso, percebemos uma sobriedade e até mesmo uma austeridade 
em muitas obras, que não buscavam mais elementos formais na imaginação do 
artista e sim na própria realidade vivenciada por ele. 
5.1 As características da arte realista 
Na arte realista, não apenas o tema, mas também as cores e as formas 
buscavam representar a realidade visual das cenas e todas as coisas. Assim, o 
realismo apresenta características oponentes às características racionalistas da 
arte neoclássica e idealista do romantismo. Para Argan (2006, p. 75): 
Para além da ruptura com as poéticas opostas e complementares do 
“clássico” e do “romântico”, o problema eu se colocava era o de 
enfrentar a realidade sem o suporte de ambos, libertar a sensação 
visual de qualquer experiência ou noção adquirida e de qualquer 
postura previamente ordenada que pudesse prejudicar sua 
imediaticidade, e a operação pictórica de qualquer regra ou costume 
técnico que pudesse comprometer sua representação através das 
cores. 
Contudo, é compreendido que a busca por um naturalismo também está 
presente, sendo a arte realista uma expressão que se opõe a um mundo ideal 
permeado por elementos de nossas paixões, imaginação, emoções, sonhos e 
fantasias. Isso era proposto porque a intenção era dar luz às cenas cotidianas, 
buscando, ainda, exaltar a natureza e defender vigorosamente certos ideais 
nacionalistas que representavam, além do mais, uma forma de luta de classes. 
Logo, características como a simplicidade, objetividade, lealdade na 
 
 
22 
representação, rejeição a temas religiosos, mitológicos e metafísicos, se 
tornaram comuns à arte realista. 
Além da representação de cenas, vale destacar a influência do realismo 
também na representação de paisagens tendo a Escola de Barbizon, na França, 
como a mais conhecida. Os artistas desse grupo se reuniam próximo à aldeia de 
Barbizon para pintar o que entendiam como a personalidade das árvores, sendo 
influenciados pela pintura de John Constable. Dentre os envolvidos podemos 
citar Baptiste-Camille Corot (1796-1875) e Jean-François Millet (1814-1875). 
5.2 O pai do realismo – Gustave Courbet (1819-1877) 
O artista francês Gustave Courbet é considerado o pai do realismo com 
sua proposta pictórica, que chamou a atenção de muitos críticos de sua época. 
Assim, ele desafiou as academias propondo uma arte que fosse essencialmente 
concreta e voltada à simples existência das coisas. De acordo com Argan (2006, 
p. 75): 
Courbet anunciara seu programa desde 1847: realismo integral, 
abordagem direta da realidade, independentemente de qualquer 
poética previamente construída. Era a superação simultânea do 
“clássico” e do “romântico” enquanto poéticas destinadas a mediar, 
condicionar e orientar a relação do artista com a realidade. 
Conforme aponta Gombrich (1999), Courbet queria ser discípulo da 
natureza e suas obras podem ser consideradas “sinceras” pois renunciavam à 
teatralidade, buscando uma representação que pudesse melhor seguir a sua 
consciência artística. Ainda, Carol Strickland (1999) evidencia o quão forte foi a 
sua intenção política de defender as classes trabalhadoras em suas temáticas. 
Courbet também questionou a estrutura dos museus, além das academias 
e seus padrões considerados “monótonos” por ele. Em 1855, Courbet teve sua 
obra recusada pelos críticos no Salão Universal de Paris, mas não se deu por 
satisfeito e abriu sua própria exposição, para mostrar ao todo quarenta pinturas. 
O local escolhido para a exposição, conforme Gombrich (1999), foi um barraco, 
sendo a mostra intitulada “O Realismo”. 
 
 
 
 
 
23 
Figura 15: “Jovens senhoras da aldeia”, óleo sobre tela, por Gustave Courbet, 
1851-52. 
 
Créditos: Everett Collection/Shutterstock 
NA PRÁTICA 
A partir do que foi abordado nesta aula: 
• Escolha o estilo da história da arte que mais te chamou a atenção e 
procure, a partir das características destacadas, produzir um desenho, 
pintura ou escultura; 
• Lembre-se de voltar a sua atenção à técnica e detalhes que poderão ser 
trabalhados; 
• Depois disso, elabore um texto tratando da obra criada por você a partir 
do estilo escolhido. 
FINALIZANDO 
Nesta aula, falamos sobre vários períodos e estilos da história da arte, 
iniciando pelo período barroco, com suas principais características, destacando 
 
 
24 
seu sentido original: “irregular, contorcido, grotesco”. Para tanto, apresentamos 
artistas do barroco italiano, espanhol e dos Países Baixos. Depois, tratamos da 
arte rococó, com sua leveza e trivialidade, para, então, avançarmos rumo ao 
neoclassicismo com seu resgate à cultura e valores greco-romanos. 
Em oposição à arte neoclássica, mostramos a arte romântica, com 
características resgatadas do período barroco, como a dramaticidade e 
composições antagônicas. Por fim, tratamos da a arte realista que busca 
representar cenas da realidade imediata evitando, dessa forma, figuras 
exageradas, distorcidas, dramáticas ou outras, oriundas da imaginação dos 
artistas. 
 
 
 
 
25 
REFERÊNCIAS 
ARGAN, G. C. Arte moderna. São Paulo: Companhia das Letras, 2006. 
FRIEDLAENDER, W. De David a Delacroix. São Paulo: Cosac Naify, 2001. 
GOMBRICH, E. H. A história da arte. Rio de Janeiro: LTC Editora, 1999. 
HAUSER, A. História social da arte e literatura. São Paulo: Martins Fontes, 
2003. 
JANSON, H. W; JANSON, A. F. Iniciação à história da arte. São Paulo, Martins 
Fontes, 1996. 
WÖLFFLIN, H. Conceitos fundamentais da história da arte. São Paulo: 
Martins Fontes, 2000.

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