Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ANATOMIA HUMANA AULA 1 Prof. Willian Barbosa Sales 2 INTRODUÇÃO À ANATOMIA HUMANA CONVERSA INICIAL O corpo humano permeia um alto nível de complexidade, tendo em sua arquitetura componentes simples a nível molecular ou microscópico e estruturas grandes e complexas que, organizadas de forma única, permitem a construção dos nossos órgãos e sistemas dando origem ao nosso corpo. O organismo humano possui um alto nível organizacional, abrangendo desde componentes químicos que irão formar macromoléculas (carboidratos, lipídios, proteínas) até células, tecidos, órgãos, sistemas, aparelhos e o corpo humano como um todo, no nível mais complexo da organização, resultado do trabalho em conjunto de todas as estruturas, conforme vemos na Figura 1. Figura 1 – Constituição do corpo humano Crédito: Vectorpot/Shutterstock. É nesse contexto macroscópico que apresentamos os conceitos iniciais que embasam o estudo da anatomia humana. Vamos entender sobre a anatomia humana como ciência e os principais aspectos introdutórios na divisão do corpo humano, posição anatômica, variações anatômicas, regiões anatômicas, planos corporais e termos de direção. Com base nisso, então, poderemos avançar na compreensão da construção do corpo humano e na importância do estudo da anatomia humana. 3 TEMA 1 – VISÃO GERAL Quando começamos a estudar o corpo humano, devemos ter em mente que o fazemos por partes. A própria palavra grega anatemnein significa dissecar, ou seja, o estudo é feito separando o corpo em partes, sendo o método mais antigo adotado desde os primórdios para o estudo da anatomia. A anatomia humana é a ciência que estuda as partes do corpo humano por dissecação, para evidenciar a relação existente entre cada estrutura. Uma das coleções mais antigas sobre anatomia humana é a Coleção Hipocrática (ca. 600 a.C.) O grande filósofo grego Aristóteles (384-322 a.C.) deixou importantes contribuições para a anatomia humana em seus desenhos e descrições anatômicas, porém uma das escolas mais famosas e de peso na Antiguidade para o estudo da anatomia foi a Escola de Alexandria, no Egito, onde Galeno de Pérgamo (129-199 d. C.) foi um dos primeiros a fazer a relação entre anatomia animal e anatomia humana. Com o avanço da história, a anatomia brilha novamente no século XV, com o famoso Leonardo da Vinci, em seus desenhos que apresentam uma incrível riqueza de detalhes o corpo humano, sendo considerado um dos maiores anatomistas de todos os tempos, conforme Figura 2. Figura 2 – Corpo humano, de Leonardo da Vinci Crédito: Janaka Dharmasena /Shutterstock. Entretanto, com o avançar da tecnologia a largos passos, podemos estudar a anatomia analisando desde desenhos para serem coloridos presentes em livros, laboratórios de anatomia em universidades, até softwares para computador e aplicativos de celular. Na esfera clínica e de diagnóstico, as técnicas de imagem, como a cintigrafia (uma forma de irradiação eletromagnética, utilizando raios gama para 4 obtenção das imagens), ultrassonografia (onda sonora de frequência muito alta, sem radiação eletromagnética, em que as ondas são refletidas pelos órgãos internos, codificadas e avaliadas no computador), tomografia computadorizada (produz uma série de imagens em camadas), angiotomografia computadorizada 3D (aparelhos mais modernos, conseguem produzir uma imagem em 3D como auxílio do computador), e a ressonância magnética (com a exposição a um campo magnético forte. Nesse caso, o computador cria uma imagem para ser analisada), auxiliam na visualização do corpo em partes, sem a necessidade em primeira instância de abrir o corpo humano para análise. Contudo a técnica de dissecação em cadáver ainda é usada para estudos específicos. Vale lembrar que a anatomia é o estudo das estruturas que compõem o corpo humano saudável. Sem o devido conhecimento anatômico, nenhuma estrutura corporal poderá ser identificada e seu funcionamento conhecido para a futura compreensão de processos patológicos. TEMA 2 – POSIÇÃO ANATÔMICA E FATORES GERAIS DE VARIAÇÃO ANATÔMICA Para compreender melhor a localização das estruturas anatômicas no corpo humano, é necessário entender a principal posição de descrição de órgãos e estruturas no corpo, também conhecida como posição anatômica, cujo entendimento torna mais fácil a compreensão da organização corporal e de sua divisão em diversas regiões, bem como as descrições e correlações das diferentes estruturas presentes no corpo humano. Um indivíduo em posição anatômica deve estar em posição ereta, ou seja, em pé, com a face voltada para frente, com o olhar direcionado para a linha do horizonte. Os membros superiores (braços) devem estar estendidos junto ao tronco com a palma das mãos voltas para frente, os membros inferiores (pernas) devem estar juntos, com as pontas dos pés direcionadas para frente, conforme Figura 3. 5 Figura 3 – Posição anatômica Crédito: Cliparea L. Custom Media/Shutterstock. Ao realizar o estudo da anatomia humana, devemos sempre ter em mente a percepção da individualidade corporal de cada ser humano. Embora tenhamos a mesma constituição corporal em órgãos, sistemas e aparelhos, precisamos compreender que existem diferenças morfológicas entre cada um, conhecida como variações anatômicas, as quais podem ocorrer interna ou externamente sem que isso traga prejuízo da função. Existem diversos fatores que podem influenciar as possíveis variações anatômicas, como os decorrentes da idade, do sexo, do grupo étnico, da constituição corporal e da evolução. A idade é o exemplo mais fácil para se compreender, pois se trata do tempo transcorrido através do qual ocorre a duração da vida. Durante esse tempo, diversas variações anatômicas são notadas desde o nascimento até o momento em que a pessoa fica idosa, conforme Figura 4. Figura 4 – Fator de variação anatômica: idade Crédito: Lyudmyla Kharlamova/Shutterstock. 6 TEMA 3 – REGIÕES ANATÔMICAS Quando estudamos as regiões anatômicas, conhecemos parcialmente cada uma delas de forma empírica. Sabemos que o corpo humano é dividido em cabeça, pescoço, tronco, membros superiores e membros inferiores. Contudo essa divisão é um tanto quanto superficial e conhecer de forma detalhada cada uma das regiões anatômicas é fundamental para todos os profissionais da saúde, conforme a Tabela 1 e a Figura 5. Tabela 1 – Regiões anatômicas Regiões do corpo humano Parte anterior Regiões do corpo humano Parte posterior Cabeça Frontal (testa) Cabeça Parietal (topo) Temporal (têmpora) Occipital (posterior) Orbital (olho) Pescoço Cervical posterior (parte posterior) Nasal (nariz) Dorso Escapular (escápula) Bucal (bochecha) Vertebral (coluna vertebral) Oral (boca) Paraespinhal (lateral a coluna vertebral) Mandibular (mandíbula) Torácica (parte posterior do tórax) Pescoço Cervical anterior (frente) Lombar (parte inferior do dorso) Cervical lateral (lado) Sacroilíaca (articulação vertebro pélvica) Supraclavicular (em cima do osso clavícula) Sacral (parte posterior da pelve) Tórax Peitoral (parte anterior) Coccígea (cóccix) Abdominopélvica Abdominal (abdome) Membro superior Acromial (topo do ombro) Inguinal (virilha) Deltóidea (ombro) Pélvica (pelve) Braquial (braço) Púbica (genital) Cubital (cotovelo) Genital (órgãos reprodutores) Antebraquial (antebraço) Pudenda (genitais femininos) Carpal (punho) Perineal (púbis e o cóccix) Dorsal (dorso da mão) Membro superior Deltóidea (ombro) Digital (dedos) Axilar (axila) Membro inferior Glútea (nádega) Braquial (braço) Femoral (coxa) Antecubital (frente do cotovelo) Poplítea (parte posterior do joelho) Antebraquial (antebraço) Crural (panturrilha) Carpal (punho) Tarsal (tornozelo)Palmar (palma da mão) Plantar (planta dos pés) Digital (dedos) Digital (dedos) Membro inferior Coxal (pelve) Femoral (coxa) Patelar (parte anterior do joelho) Crural (perna) Fibular (parte lateral da perna) Tarsal (tornozelo) Dorsal (dorso do pé) Digital (dedos) 7 Figura 5 – Regiões anatômicas Crédito: Stihii/Shutterstock. TEMA 4 – PLANOS E SECÇÕES Para estudar o corpo humano, precisamos conhecer a parte externa e a parte interna e identificar a relação que existe entre ambas. Vimos no início que o estudo do corpo humano ocorre por meio da dissecação, ou seja, a visualização de suas estruturas em partes, contudo esse estudo só é possível ocorrer de forma orientada através dos planos, que são linhas de referência traçadas ao logo do corpo humano em posição anatômica, e a sua separação por meio de secções ou cortes. No diagnóstico por imagem, o equipamento de ressonância magnética segue os planos para construção da imagem ao longo do exame. Atualmente existem quatro planos: mediano, sagital, coronal e o transversal. O plano mediano é traçado através de uma linha longitudinal passando pela cabeça e tronco, dividindo ambos em duas partes iguais, direita e esquerda. O plano sagital também é traçado através de uma linha longitudinal passando pela cabeça e tronco, contudo as partes divididas nesse plano não são 8 partes iguais. O plano coronal também conhecido como frontal e irá dividir o corpo humano em duas partes, uma anterior e outra posterior, ou seja, uma linha longitudinal é traçada dividindo a cabeça, tronco e membros, em duas partes, anterior e posterior. O plano transversal segue uma linha traçada na horizontal e pode dividir o corpo em partes, tanto superior quando for traçado mais próximo à cabeça, ou inferior, mais próximo dos pés, conforme Figura 6. Figura 6 – Planos anatômicos Crédito: Arisa J./Shutterstock. TEMA 5 – TERMOS DIRECIONAIS Para o estudo da anatomia humana, é importante que o acadêmico compreenda a diferença entre os termos posição e direção. Essa percepção é necessária para a descrição de órgãos e estruturas anatômicas tendo como fundamento a posição anatômica e os planos corporais, conforme Tabela 2. Tabela 2 – Termos de direção e posição Direção e Posição Descrição Superior Estrutura presente no corpo que está mais próximo da cabeça. Termo não usado para membros. Inferior Estrutura presente no corpo que está mais próximo dos pés. Termo não usado para membros. Anterior Usado para localizar uma estrutura anatômica que está mais a frente que outro no corpo humano. Posterior Usado para localizar uma estrutura anatômica que está mais a traz que outro no corpo humano. Medial Usado para localizar uma estrutura anatômica que se encontra próximo ao plano mediano. Lateral Usado para localizar uma estrutura anatômica que se encontra longe do plano mediano. (continua) 9 (continuação da Tabela 2) Proximal Esse termo é utilizado para descrição dos membros. Usado para localizar uma estrutura anatômica que está mais próxima da conexão do membro com o tronco. Distal Esse termo é utilizado para descrição dos membros. Usado para localizar uma estrutura anatômica que está mais distante da conexão do membro com o tronco. Superficial (externo) Usado para localizar uma estrutura anatômica que está mais próxima da pele. Profundo (interno) Usado para localizar uma estrutura anatômica que está mais interna no corpo. NA PRÁTICA Uma paciente de 85 anos de idade é admitida no serviço de emergência com traumatismo grave no membro superior esquerdo, resultante de um atropelamento de bicicleta. Ela relata dor e tumefação (inchaço), com deformidade óbvia do braço. Os seguintes achados foram observados no exame físico: tumefação e dor no braço esquerdo e no antebraço e incapacidade de estender a mão. Com base na história clínica da paciente e no estudo da imagem a seguir, descreva usando os termos de direção o local da fratura dessa paciente. (O gabarito para essa questão encontra-se ao final deste documento). Figura 7 – Radiografia de uma paciente com fratura Crédito Viistock/Shutterstock. FINALIZANDO Trabalhamos ao longo desta aula sobre alguns pontos-chave, como o contexto histórico do estudo da anatomia humana e evolução ao longo dos séculos até os nossos dias com ao desenvolvimento de softwares e aplicativos de celular. Uma das conclusões a que chegamos é a da necessidade da compreensão da posição anatômica para localização de órgãos e estruturas através dos planos e secções, termos direcionais e regiões anatômicas. É importante que o acadêmico tenha em mente que, embora estejamos trabalhando com o corpo humano, existem variações anatômicas que nos 10 tornam seres únicos, e que, para comparação entre as estruturas corporais, é preciso ter a compreensão da existência dos fatores gerais de variação anatômica, como idade, etnia, sexo, tipo constitucional e a sua evolução. 11 REFERÊNCIAS DUGANI, S. et al. Anatomia clínica integrada com exame físico e técnicas de imagem. Revisão técnica de Marco Aurélio R. Fonseca Passos. Tradução de Maria de Fatima Azevedo. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. LAROSA, P. R. R. Anatomia humana: texto e atlas. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018. MOORE, K. L.; DALLEY, A. F.; AGUR, A. M. R. Anatomia orientada para a clínica. Tradução de Claudia Lucia Caetano de Araujo. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018. PEZZI, L. A. P. et al. Anatomia clínica baseada em problemas. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. TORTORA, G. J.; NIELSEN, M. T. Princípios de anatomia humana. Revisão técnica de Marco Aurélio Rodrigues da Fonseca Passos. Tradução de Alexandre Werneck e Cláudia Lúcia Caetano de Araújo. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. 12 RESPOSTA Gabarito Conforme o tema 5, os termos de direção são necessários para a descrição da localização adequada de forma técnica dos órgãos ou estruturas anatômicas. Nesse caso clínico especificamente, uma paciente idosa teve uma fratura da parte distal do rádio. Veja que, na Tabela 2, para descrever a localização de membros, podemos usar dois termos de direção: proximal ou distal. Como a fratura ocorreu distante da conexão do ombro com o tronco, ela é referida como distal. ANATOMIA HUMANA AULA 2 Prof. Willian Barbosa Sales 2 CONVERSA INICIAL Como já sabemos, o corpo humano é formado por células, tecidos, órgãos, sistemas e aparelhos. Os aparelhos são formados por um conjunto de sistemas trabalhando de forma coordenada e em homeostasia (equilíbrio) para a execução de uma determinação função. O aparelho locomotor é responsável por realizar os movimentos corporais, ou seja, a locomoção. O aparelho locomotor é composto pelo sistema esquelético, que é um conjunto de ossos ou peças rígidas funcionando como ponto de ancoragem ou sustentação, também conhecidas como elementos passivo do aparelho. O sistema articular é uma peça fundamental na composição do aparelho locomotor, pois sua função é a de conectar os ossos, formando articulações bastante precisas a fim de permitir o movimento. Por fim, o sistema muscular é constituído por diferentes tipos de fibras, cuja contração promove o deslocamento da peça óssea, possibilitando o movimento, conforme a Figura 1. Figura 1 – Aparelho locomotor Crédito: Adike/Shutterstock. 3 TEMA 1 – SISTEMA ESQUELÉTICO (I) O sistema esquelético é formado por um conjunto de peças rígidas, conhecidas como ossos, os quais, por sua vez, estão interligados de tal forma dando origem ao arcabouço de proteção do corpo humano. Um indivíduo adulto possuí um total de 206 ossos, contudo esse número pode ser alterado por fatores etários, individuais e critériosde contagem. Os ossos do corpo humano são formados por dois tipos de substância óssea. A substância óssea compacta à qual o tecido ósseo está fortemente unido não tem espaço livre, deixando o osso rígido, e a substância óssea esponjosa forma espaço entre o tecido ósseo, tornando-o poroso. A substância óssea esponja é encontrada na extremidade dos ossos longos, também conhecida como epífise. Por sua vez, a substância óssea compacta está presente no corpo do osso, na diáfise, onde o osso é compacto. Dentro do osso existe um canal que armazena a medula óssea, local de produção de células sanguíneas, conforme a Figura 2. Figura 2 – Estrutura óssea Crédito: Alexander P/Shutterstock. 4 O sistema esquelético exerce diversas funções como proteção de órgãos importantes para vida como coração e pulmões, protegidos pela caixa torácica, e sistema nervoso central, protegido pelo crânio e coluna vertebral. Esse sistema serve como sustentação e formação do corpo, local de armazenamento de cálcio e fósforo e ainda forma um sistema de alavanca para promover o movimento. Quando estudamos o sistema esquelético, devemos ter em mente que ele pode ser apresentado sob duas formas: esqueleto montado, também chamado de esqueleto articulado, e peças ósseas separadas individualmente, conhecido como esqueleto desarticulado, o que permite um estudo mais amplo em particular de cada osso. No corpo humano, o esqueleto pode ser dividido em esqueleto axial, formado pelos ossos da cabeça, pescoço e tronco, e pelo esqueleto apendicular, formado pelos membros superiores e membros inferiores, conforme Figura 3. A união funcional entre essas duas porções ocorre pela cintura escapular e pela cintura pélvica. Figura 3 – Esqueleto axial e apendicular Crédito: Magic Mine/Shutterstock. 5 TEMA 2 – SISTEMA ESQUELÉTICO (II) Quando estudamos o sistema esquelético, também o fazemos por partes: começamos pelos ossos da cabeça, ou seja, o crânio, o qual, por sua vez, pode ser dividido em duas porções, o neurocrânio e os ossos da face, conforme a Figura 4 e seus respectivos nomes, conforme a Tabela 1. Figura 4 – Ossos do crânio Crédito: Stihii/Shutterstock. Tabela 1 – Ossos do crânio Neurocrânio Ossos da face Osso frontal Osso occipital Osso esfenoide Osso etmoide Osso temporal Osso parietal Osso zigomático Osso maxila Osso palatino Osso nasal Osso lacrimal Concha nasal inferior Vômer Mandíbula O tórax humano é composto por uma série de ossos, cuja principal função é formar uma caixa protetora para os pulmões, coração e parte dos órgãos abdominais. O tórax é composto pelas doze vértebras torácicas, localizadas na região dorsal ou posterior. A região anterior é formada pelo osso esterno e as 6 cartilagens costais, e a região lateral da caixa é formada pelas doze costelas, conforme Figura 5. Figura 5 – Tórax Crédito: Corbac40/Shutterstock. A coluna vertebral no corpo humano é composta por 33 vértebras, divididas em 7 vértebras cervicais, 12 vértebras torácicas, 5 vértebras lombares, 5 vértebras sacrais que estão fundidas, 4 vértebras coccígeas (Figura 6). A coluna vertebral possui a função de proteger a medula espinal e suportar o peso corporal, bem como exerce papel importante na postura e locomoção. Figura 6 – Coluna vertebral Crédito: Udaix/Shuttterstock. 7 Os ossos presentes no corpo humano que compõem os membros superiores podem ser divididos em quatros segmentos, sendo que o cíngulo do membro superior é o ponto de inserção do membro na parede torácica. O primeiro é chamado de cintura escapular e é composto pela clavícula e escápula; o segundo é o braço, composto pelo osso úmero; o terceiro é o antebraço, formado por dois ossos, o rádio e a ulna; e o quarto segmento é formado pelos ossos da mão, que são subdivididos em ossos do carpo, metacarpo e falanges (dedos), conforme Figura 7. Figura 7 – Ossos membro superior Crédito: Magic Mine/Shutterstock. Os membros inferiores são inseridos ao tronco, por meio do cíngulo do membro inferior, formado pela pelve óssea, a qual é composta por três ossos: osso do quadril, formado pelo ílio, ísquio e púbis, pelo sacro e cóccix. O membro inferior possui a função de sustentação do peso corporal, locomoção e equilíbrio. Também são divididos em quatro segmentos: o primeiro formado pela cintura pélvica, o osso ilíaco; o segundo, a coxa, formada pelo fêmur e patela; o terceiro, a perna, formada pela tíbia e fíbula; e o quarto e último seguimento o pé, formado pelo tarso, metatarso e as falanges (dedos), conforme Figura 8. 8 Figura 8 – Ossos do membro inferior Crédito: Magic Mine/Shutterstock. TEMA 3 – SISTEMA ARTICULAR O sistema articular é o segundo componente do aparelho locomotor, pois as articulações presentes em nosso corpo são uniões funcionais entre os nossos mais diferentes ossos, para proporcionar a execução de movimentos. Nossas articulações são dividas em três grandes grupos: articulações fibrosas, cartilaginosas e sinoviais. As articulações fibrosas são classificadas como imóveis, pois sua única função é realizar a união forte e precisa entre os ossos, sendo que estes estão quase em contato direto, como entre os ossos do crânio, formando as conhecidas suturas. As articulações cartilaginosas, por sua vez, possuem movimento limitado e cartilagem unindo os ossos. De todos os grupos articulares o mais importante são as articulações sinoviais, pois incluem a maior parte das articulações presentes no corpo humano, possibilitando amplo movimento. Os principais componentes das 9 articulações sinoviais são: cartilagem, ligamentos, disco ou menisco, cápsula articular e líquido sinovial, conforme Figura 9. Sua classificação se dá a partir do grau de liberdade de movimentos proporcionados indo de monoaxial, biaxial e triaxial. Figura 9 – Articulação sinovial Crédito: Blamb/Shutterstock. TEMA 4 – SISTEMA MUSCULAR (I) O último sistema a formar o aparelho locomotor é o sistema muscular, composto por células musculares, ou seja, as fibras musculares são especializadas em realizar os mecanismos de contração e relaxamento. As fibras se agrupam e formam estruturas macroscópicas, os músculos, os quais, por sua vez, estão fixados pelas suas extremidades em estruturas ósseas. Assim, quando ocorre a contração do músculo, consequentemente ocorre o deslocamento da estrutura óssea, promovendo o movimento. 10 O corpo humano é constituído aproximadamente por 650 músculos, cuja principal função é a produção de movimentos corporais, regulação do volume dos órgãos internos, estabilização das posições corporais, produção de calor e o movimento de substâncias dentro do corpo. O sistema muscular está sob o controle direto do sistema nervoso por meio da união entre um nervo motor e suas ramificações até a fibra muscular. Esse encontro é chamado de placa motora. O sistema muscular é dividido em três tipos de tecido: o músculo estriado esquelético, com ação voluntária (por exemplo, os músculos que cobrem o esqueleto de nosso corpo, como o músculo deltoide do ombro); o músculo liso de ação involuntária forma nossos órgãos internos como o estômago; e o músculo estriado cardíaco, também de ação involuntária, forma o nosso coração, conforme Figura 10. Figura 10 – Tipos de tecido muscular Crédito: Udaix/Shutterstock. 11 TEMA 5 – SISTEMA MUSCULAR (II) Dos aproximados 650 músculos presentes no corpo humano, é necessário que o acadêmico consiga reconhecer boa parte deles, conforme Figura 11. Figura 11 – Músculos do corpo humano Crédito: Adike/Shutterstock. Para melhor compreensão do sistema muscular, apresentamos uma tabela com um resumo dos principais músculos e sua localização no corpo humano, conforme Tabela 2.12 Tabela 2 – Principais músculos do corpo humano Músculos da expressão facial - M. Orbicular do olho - M. Orbicular da boca - M. Frontal Músculos da mastigação - M. Temporal - M. Masseter Músculo do pescoço - M. Esternocleidomastóideo Músculos superficiais e médios do dorso - M. Trapézio - M. Grande dorsal Músculos da parede torácica - M. intercostais externos - M. intercostais médios Músculos da parede abdominal anterior - M. Reto do abdome - M. Transverso do abdome Músculos anteriores do ombro - M. Deltoide - M. Peitoral maior Músculos do braço - M. Bíceps braquial - M. tríceps Músculos glúteos - M. Glúteo médio - M. Glúteo máximo Músculos anteriores da coxa - M. reto femoral - M. vasto lateral - M. vasto medial Músculo posterior da perna - M. gastrocnêmio NA PRÁTICA Uma senhora de 65 anos de idade se apresenta no serviço de emergência com tumefação e dor intensa no tarso. Ela chega com o pé enrolado em gelo, carregada pelo seu filho, A paciente relata que, durante sua caminhada matinal pelo bairro, não observou o desnível da calçada e torceu o tornozelo. Nas três primeiras horas desde a lesão, o tarso inchou e ficou preto. Foram observados os seguintes pontos no exame físico: edema considerável de toda a região tarsal, hematoma grande na face lateral do tarso e dor intensa impossibilitando o movimento. Ao avaliar o diagnóstico por imagem, observou-se uma fratura da articulação talocrural. Com base no que foi abordado ao longo desta aula, classifique esse tipo de articulação. O gabarito encontra-se ao final deste documento. FINALIZANDO Trabalhamos ao longo desta com alguns pontos chave, como a constituição do aparelho locomotor, formado pelo sistema esquelético, articular e muscular. O sistema esquelético é considerado um elemento passivo dentro do aparelho, contudo possui diversas funções importantes, como a sustentação do corpo através dos seus 206 ossos. Por sua vez, o sistema articular age no processo de união das estruturas ósseas formando os mais diversos tipos de articulação. E, por fim, o sistema muscular, como elemento ativo do aparelho, responde aos estímulos emanados do sistema nervoso, promovendo a contração dos músculos e realizando o movimento. 13 REFERÊNCIAS DIMON, T. Anatomia do corpo em movimento: ossos, músculos e articulações. 2. ed. Barueri: Manole, 2010. DUGANI, S. et al. Anatomia clínica integrada com exame físico e técnicas de imagem. Revisão técnica de Marco Aurélio R. Fonseca Passos. Tradução de Maria de Fatima Azevedo. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. LAROSA, P. R. R. Anatomia humana: texto e atlas. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018. MOORE, K. L.; DALLEY, A. F.; AGUR, A. M. R. Anatomia orientada para a clínica. Tradução de Claudia Lucia Caetano de Araújo. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018. PEZZI, L. A. P. et al. Anatomia clínica baseada em problemas. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. TORTORA, G. J.; NIELSEN, M. T. Princípios de anatomia humana. Revisão técnica de Marco Aurélio Rodrigues da Fonseca Passos. Tradução de Alexandre Werneck e Cláudia Lúcia Caetano de Araújo. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. 14 RESPOSTAS Gabarito Conforme abordado no tema 3 desta aula, o sistema articular é dividido em três grupos: articulações fibrosas (que são imóveis), articulações cartilaginosas (com movimento limitado) e articulações sinoviais. Como a fratura da senhora ocorreu na articulação talocrural, formada pela união da tíbia, fíbula e o tarso, sendo uma articulação que nesse caso possibilita o movimento de caminhar, essa é uma articulação classificada como sinovial, ou seja, de amplo movimento. ANATOMIA HUMANA AULA 3 Prof. Willian Barbosa Sales 2 CONVERSA INICIAL Abordaremos, nesta aula, a composição anatômica do sistema circulatório, sistema linfático e sistema respiratório. Cada um desses sistemas possui sua peculiaridade, com órgãos envolvidos e interligados para garantia do funcionamento e equilíbrio corporal. Quando falamos de sistema circulatório, devemos ter em mente um dos seus principais órgãos, o coração, que funciona para transportar o sangue, rico em oxigênio e nutrientes, a todas as células do corpo, bem como para promover a retirada de componentes tóxicos do organismo, através da circulação. Por sua vez, o sistema linfático trabalha em homeostasia com o sistema circulatório, pois o que não é carreado através da corrente sanguínea é levado via ductos linfáticos, sendo filtrado e redirecionado à circulação. O sistema respiratório está totalmente atrelado ao sistema circulatório, um depende do outro para que ocorra a hematose, ou seja, a troca gasosa. O sistema respiratório fornece oxigênio e o sistema circulatório transporta esse oxigênio a todas as células do corpo e conduz o dióxido de carbono até os alvéolos, para sua eliminação através dos pulmões. O sistema circulatório, juntamente com o sistema respiratório, dá origem ao aparelho cardiorrespiratório, fundamental para a manutenção da vida, conforme nos mostra a Figura 1. Figura 1 – Aparelho cardiorrespiratório Crédito: Nerthuz/Shutterstock. 3 TEMA 1 – SISTEMA CIRCULATÓRIO (PARTE I) Quando estudamos o sistema circulatório, é de fundamental importância a compreensão de sua função básica, que é a de levar material nutritivo e oxigênio a todas as células do nosso corpo, através do sangue. Esse sistema é formado pelas veias e artérias que fazem a condução do sangue e pelo coração, que é considerado como uma bomba contrátil propulsora, promovendo a circulação do sangue por todo o sistema. O coração é o principal órgão do sistema e possui três camadas de tecido importantes: o endocárdio, que forra suas câmaras internas; o miocárdio, camada média e com maior força de contração; e, externamente, uma camada serosa, o epicárdio. Revestindo todo o coração externamente ainda existe um saco fibroso-seroso, conhecido como pericárdio. Entre ele e o coração há um líquido de espessura capilar que permite o deslizamento do coração, durante as contrações. O coração humano possui a forma de um cone truncado e apresenta uma base, um ápice e faces: esternocostal, diafragmática e pulmonar. O coração está localizado na cavidade torácica, em um espaço denominado mediastino. Internamente, o coração é dividido em quatro câmaras, dois átrios e dois ventrículos. A passagem do sangue ocorre de forma unidirecional, dos átrios para os ventrículos. Do lado direito do coração existe a valva tricúspide, entre o átrio e o ventrículo, para evitar o refluxo do sangue durante a contração do ventrículo para o átrio. Já no seu lado esquerdo acha-se a valva mitral ou bicúspide, entre o átrio e o ventrículo. Na base do coração encontram-se os chamados grandes vasos da base, através dos quais o sangue entra e sai do coração. E são esses grandes vasos que permitem a interligação entre coração e pulmão. São eles, no átrio direito: veia cava superior, veia cava inferior; no ventrículo direito: artéria troncopulmonar; no átrio esquerdo: veias pulmonares; e, no ventrículo esquerdo: artéria aorta. Na saída dos ventrículos existem valvas em formato de bolso para garantir que o fluxo sanguíneo seja unidirecional e não retorne sangue para dentro do ventrículo: a valva troncopulmonar, no ventrículo direito, e a valva aórtica no ventrículo esquerdo (Figura 2). 4 Figura 2 – Morfologia interna do coração Crédito: Blamb/Shutterstock. O sistema circulatório possui dois tipos principais de circulação do sangue. A circulação pulmonar, também conhecida como pequena circulação, tem início no ventrículo direito, onde o sangue é carregado para os pulmões, sofre a hematose – ou seja,a troca gasosa – e retorna ao átrio esquerdo. Já a circulação sistêmica ou grande circulação começa no ventrículo esquerdo, de onde o sangue é carregado, rico em oxigênio, para todas as partes do corpo e depois retorna ao átrio direito do coração. O coração só consegue carrear o sangue por todo o corpo graças à sístole, que é a contração, e a diástole, que é o relaxamento de sua musculatura, mediante ação de um sistema de condução cuja informação é emanada do nosso sistema nervoso central e chega ao coração através de nervos específicos, se comunicando com o nó sinoatrial no átrio direito, que por sua vez encaminha o impulso elétrico para o nó atrioventricular. Na sequência, ocorre a 5 sua propagação através dos feixes, pelos ventrículos, promovendo a contração de átrios e ventrículos de forma ordenada (Figura 3). Figura 3 – Sistema de condução do coração Crédito: Ghost design/Shutterstock. TEMA 2 – SISTEMA CIRCULATÓRIO (PARTE II) As artérias presentes no corpo humano transportam sangue rico em oxigênio e sob alta pressão e podem ser classificadas em quatro diferentes tipos, tomando como base seu tamanho e espessura. Nos livros, elas sempre estão representadas na cor vermelha, em uma alusão à cor do sangue que carregam. O sistema circulatório possui artérias de grandes calibres ou elásticas, como a artéria aorta, artérias de médio calibre, artérias de pequeno calibre e ramificações menores que são as arteríolas. As arteríolas se conectam com os capilares sanguíneos, que consistem em um endotélio onde ocorre a troca gasosa e de metabólitos entre o sangue e o tecido. Sua espessura é tão fina que permite a passagem de uma hemácia de cada vez. À medida que as artérias se distanciam do coração em direção às extremidades do corpo, seu calibre diminui. As veias presentes em nosso corpo fazem sequência aos capilares sanguíneos, após a troca gasosa e de metabólitos, e carreiam o sangue para o coração. Esse sangue é rico em dióxido de carbono e, dessa forma, as veias, nos livros, são representadas na cor azul. À medida que as veias vão se aproximando do coração, seu calibre vai aumentando. As veias também são 6 classificadas: em vênulas ou veias pequenas, veias médias e veias grandes, como a veia cava. As veias presentes nos membros inferiores possuem dentro do seu vaso as válvulas, que são formadas por pregas membranosas da camada interna da veia, em formato de bolso, cuja principal função é garantir que o fluxo sanguíneo seja contínuo em direção ao coração. Como o retorno venoso ocorre sob baixa pressão, em membros inferiores, para dar conta da gravidade utilizam- válvulas como auxílio (Figura 4). Figura 4 – Veias e artérias Crédito: Studio BKK/Shutterstock. TEMA 3 – SISTEMA LINFÁTICO O sistema linfático é composto por vasos, nos quais circulam a linfa, ou seja, o líquido que fica por entre as células, responsável por carrear partículas grandes que não conseguiram ser transportadas pelos capilares sanguíneos. Na grande maioria dos livros de anatomia, o sistema linfático é representado pela coloração verde. Ele é composto pelos vasos linfáticos, linfonodos, linfa e órgãos linfáticos, conforme a Figura 5. 7 Figura 5 – Sistema linfático Crédito: VectorMine/Shutterstock. Ao contrário do sistema circulatório, o sistema linfático não possui uma bomba propulsora como o coração, para carreamento da linfa. Para que a linfa seja transportada até os grandes troncos venosos, ela é deslocada pela contração dos músculos durante a movimentação, pulsação das artérias e através das válvulas. A linfa é um líquido levemente amarelado, muito semelhante ao plasma, e contém células de defesa, os linfócitos. A linfa transportada passa pelos linfonodos, que possuem a função de filtrar a linfa, 8 retirando-lhe partículas tóxicas, bactérias, antes de ela desembocar no sistema venoso. O sistema linfático age diretamente no sistema imunológico, protegendo o corpo contra infecções por meio da ativação de mecanismos bastante precisos de defesa, os glóbulos brancos. Os principais órgãos do sistema linfático são as tonsilas (um tecido linfático da cavidade oral), o timo, o baço e a medula óssea. TEMA 4 – SISTEMA RESPIRATÓRIO (PARTE I) Ao pensar no sistema respiratório, devemos ter em mente que ele é responsável por uma das principais funções para a manutenção da vida, a respiração. Seus órgãos são adaptados para captação do oxigênio e eliminação do dióxido de carbono. O sistema respiratório é composto pela porção de condução, ou seja, com órgãos adaptados para realizarem a condução do ar, nariz, faringe e laringe; e pela porção de respiração, com órgãos responsáveis pela troca gasosa, os pulmões e a árvore brônquica como um todo, conforme a Figura 6. Figura 6 – Sistema respiratório Crédito: Alila Medical Media/Shutterstock. Na porção de condução, dentro do nariz existem as conchas nasais, revestidas por tecido mucoso, cuja principal função, além da condução do ar, é aquecer, umidificar e purificar o ar inspirado. A faringe é associada aos sistemas respiratório e digestório, pois, quando inspiramos o ar, ela o direciona para a 9 traqueia; quando nos alimentamos, durante o processo da deglutição, ela obstrui a entrada da traqueia, conduzindo o alimento para o esôfago. A laringe, além de promover o direcionamento do ar, é o nosso órgão da fala, ou seja, o órgão da fonação. TEMA 5 – SISTEMA RESPIRATÓRIO (PARTE II) Composta por diversos anéis cartilaginosos incompletos, em forma da letra C, e diversos ligamentos anulares interpostos aos anéis, temos a traqueia. Esses anéis impedem que ela colabe, ou seja, se feche e com isso impeça a chegada de ar até os pulmões. A traqueia se divide em dois brônquios principais (direito e esquerdo). Na sequência, cada brônquio se divide em brônquios lobares, indo para os lobos dos pulmões. Dentro de cada lobo, os brônquios se dividem em brônquios segmentares, bronquíolos e, por fim, terminam nos alvéolos, unidades funcionais dos pulmões onde a hematose (troca gasosa) ocorre. A sequência de divisões dos brônquios dá origem ao que conhecemos como árvore brônquica, conforme a Figura 7. Figura 7 – Árvore brônquica e pulmões Crédito: VectorMine/Shutterstock. Envolvendo toda a estrutura da árvore brônquica, existem os pulmões, órgãos principais do processo de respiração. Cada pulmão está revestido por um 10 saco seroso fechado, que protege a pleura. Anatomicamente, os pulmões possuem uma forma cônica, apresentando ápice, base e faces. A base descansa sobre o principal músculo relacionado à respiração, o músculo diafragma. Este músculo separa o tórax do abdome. O pulmão direito é dividido em lobos: superior, médio e inferior. Já o pulmão esquerdo é também dividido em lobos: superior e inferior. Essa diferença ocorre pela posição anatômica do coração, cujo ápice está inclinado para o lado esquerdo. Na face medial de cada pulmão, existe uma região chamada de hilo pulmonar, através do qual os brônquios, vasos e nervos entram e saem dos pulmões. NA PRÁTICA Um homem de 75 anos, hipertenso sem tratamento contínuo, é encaminhado ao ambulatório de cardiologia de uma unidade básica de saúde, onde relata história progressiva de dispneia (falta de ar), mesmo ao realizar pouco esforço. Ele conta que acorda várias vezes com falta de ar, durante a noite. A radiografia de seu tórax apresenta importante cardiomegalia (crescimento do coração em proporções anormais) e congestão pulmonar (acúmulo de líquido nos pulmões, diminuindo a eficácia da troca gasosa). Com base na história clínica do paciente e no abordado ao longo da aula, qual a relação entre sistema circulatório e sistema respiratório, nesse caso? (A sugestão de resposta encontra-se ao final deste documento). FINALIZANDO Nesta aula,foi abordado o conteúdo de três grandes sistemas. O sistema circulatório, composto por veias, artérias, capilares e cujo principal órgão, o coração, funciona como uma bomba contrátil propulsora que, durante sua contração e relaxamento, ou seja, sístole e diástole, impulsiona o sangue, rico em nutrientes, para todo o corpo. O sistema linfático transporta a linfa, ou seja, o líquido intercelular ou intersticial, rico em substâncias que não passaram pelos capilares sanguíneos, mas que podem conter microrganismos, toxinas e substâncias estranhas que serão filtradas pelos linfonodos, antes de serem devolvidas à corrente sanguínea. Ou seja, o sistema linfático possui uma relação muito importante com 11 o sistema imunológico, via órgãos linfáticos como timo, tonsilas, baço e medula óssea. E, por fim, o sistema respiratório promove a hematose, ou seja, a troca gasosa, através do mecanismo de respiração, pelo qual inspiramos oxigênio e expiramos dióxido de carbono. Essa troca só é possível através das conexões bastante precisas existentes entre o sistema circulatório e o sistema respiratório. 12 REFERÊNCIAS DIMON, T. Anatomia do corpo em movimento: ossos, músculos e articulações. 2. ed. Barueri: Manole, 2010. DUGANI, S. et al. Anatomia clínica: integrada com exame físico e técnicas de imagem. Tradução: Maria de Fátima Azevedo. 1. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. LAROSA, P. R. R. Anatomia humana: texto e atlas. 1. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018. MOORE, K. L.; DALLEY, A. F.; AGUR, A. M. R. Anatomia orientada para a clínica. Tradução: Cláudia Lúcia Caetano de Araújo. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018. PEZZI, L. A. P. et al. Anatomia clínica baseada em problemas. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. TORTORA, G. J.; NIELSEN, M. T. Princípios de anatomia humana. Tradução: Alexandre Werneck e Cláudia Lúcia Caetano de Araújo. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. 13 RESPOSTAS Gabarito “Na Prática” Ambos os sistemas estão interligados. O sistema circulatório está conectado ao sistema respiratório, através dos grandes vasos da base (artérias pulmonares e veias pulmonares), para realizar a hematose a nível pulmonar. O sistema respiratório fornece oxigênio e o sistema circulatório transporta esse oxigênio a todas as células do corpo e conduz o dióxido de carbono até os alvéolos, para sua eliminação através dos pulmões. Se o coração crescer de forma anormal, irá perder força de contração; consequentemente, isso irá influenciar na circulação, o que acarretará sobrecarga nos pulmões, dificultando a hematose e promovendo todos os sinais apresentados pelo paciente. ANATOMIA HUMANA AULA 4 Prof. Willian Barbosa Sales 2 CONVERSA INICIAL Sistema gastrintestinal Abordaremos nesta aula a composição anatômica do sistema gastrintestinal, também conhecido como sistema digestório. Esse sistema é composto por um tubo revestido de epitélio mucoso que começa na cavidade oral e termina no canal anal, sendo classificado como uma cavidade corporal aberta, pois possui um aporte de entrada e outro de saída. A principal função do sistema gastrintestinal é a oferta de nutrientes para todo organismo. Para que isso aconteça, à medida que o alimento percorre cada órgão do sistema, ele sofre modificações físicas, químicas e físico-químicas, para ser digerido, absorvido e assimilado. O sistema gastrintestinal mede aproximadamente 8 metros da boca até o canal anal, sendo composto pelos seguintes órgãos: cavidade oral, faringe, esôfago, estômago, intestino delgado, intestino grosso e órgãos em anexo (fígado e pâncreas), conforme Figura 1. Figura 1 – Sistema gastrintestinal Créditos: La Gorda/Shutterstock. 3 TEMA 1 – CAVIDADE ORAL, FARINGE E ESÔFAGO A cavidade oral é composta pela boca, bochechas, língua, dentes, gengivas e glândulas salivares e forma o primeiro compartimento do sistema gastrintestinal. Nesse compartimento, a principal função é a formação do bolo alimentar por meio da mastigação e da ação da saliva. Na boca existem três glândulas salivares: parótida, submandibular e sublingual. A produção de saliva por essas glândulas dá início à digestão de carboidratos e auxilia na formação do bolo alimentar. A faringe marca o segundo compartimento, também conhecido como faríngeo – esofágico – deglutitório. Ela faz a conexão entre cavidade oral e o esôfago. O bolo alimentar passa por ela por meio da deglutição, por movimentos peristálticos. Durante a deglutição, a faringe obstrui a entrada da traqueia e direciona o bolo alimentar para o esôfago. A função do esôfago, que é delimitado pela esfíncter esofágico superior e esfíncter esofágico inferior, é direcionar o alimento até o estômago por meio de fortes movimentos peristálticos (Figura 2). Figura 2 – Cavidade oral, faringe e esôfago Créditos: Teguh Mujiono/Shutterstock. 4 TEMA 2 – ESTÔMAGO O terceiro compartimento gastrintestinal é o estômago, que forma um saco muscular com diversas camadas musculares lisas. Nele o bolo alimentar sofre a ação da secreção gástrica do ácido clorídrico, que o transforma em quimo. O estômago realiza fortes movimentos peristálticos para misturar o bolo alimentar ao ácido clorídrico para realizar a digestão do alimento. A mucosa interna do estômago é irregular, formando pregas, nas quais existem glândulas produtoras de muco que fazem a proteção do estômago contra seu próprio ácido clorídrico e células parietais que produzem o ácido clorídrico. O estômago possui quatro partes anatômicas importantes: fundo gástrico, corpo gástrico, antro pilórico e canal pilórico, onde existe o músculo esfíncter pilórico que realiza o controle do esvaziamento do estômago frente à ação hormonal, conforme Figura 3. Figura 3 – Estômago Créditos: Ilusmedical/Shutterstock. TEMA 3 – INTESTINO DELGADO O quarto compartimento é formado pela parte mais longa do tubo digestivo, intestino delgado, no qual ocorrerá a degradação integral e completa do substrato alimentar por meio das enzimas pancreáticas e pela bile e a absorção dos nutrientes. Ao longo da digestão o intestino delgado realiza 5 movimentos peristálticos a fim de aumentar o contato do substrato alimentar com a mucosa para favorecer a absorção e o deslocamento ao logo do intestino delgado. O intestino delgado é dividido em três partes: duodeno, jejuno e íleo. Em uma pessoa viva ele possui aproximadamente 5 metros, mas em um cadáver, devido ao relaxamento muscular, pode chegar até a 7 metros. O duodeno, que faz sequência ao estômago logo após o esfíncter pilórico, é uma das partes mais importantes do intestino delgado e possui a forma da letra “C”. Nele o quimo ácido oriundo do estômago é convertido em quilo, pela ação das enzimas pancreáticas e pela bile armazenada na vesícula biliar, finalizando o processo digestivo e dando início à absorção dos nutrientes. O jejuno corresponde a 40% e o ílio a 60% de todo o tamanho do intestino delgado. A mucosa interna do intestino delgado é composta por células chamadas de enterócitos, os quais, por sua vez, possuem microvilosidades em suas bordas que aumentam a superfície de absorção dos nutrientes. Todos os nutrientes absorvidos no intestino delgado são carreados para o fígado para serem metabolizados via veia porta, e o que não foi absorvido é direcionado ao intestino grosso, conforme Figura 4. Figura 4 – Intestino delgado Créditos: Magic Mine/Shutterstock. 6 TEMA 4 – INTESTINO GROSSO O intestino grosso é anatomicamente dividido em duas grandes porções: o intestino grosso proximal e o distal. Na porção proximal, o conteúdo intestinal é transformado em fezes, ocorrendo absorção de água e eletrólitos. Na parte distal,ocorre o armazenamento das fezes para sua eliminação em momento oportuno, por meio da defecação. As células presentes no intestino grosso não apresentam microvilosidades, porém possuem células especializadas na produção de muco, que lubrificam as fezes, facilitando sua eliminação. A movimentação ao longo do intestino grosso ocorre por fortes ondas peristálticas, também conhecidas como ondas de massa. O intestino grosso é subdivido em ceco, porção inicial que faz comunicação com a última porção do intestino delgado, e o ílio, ambos delimitados pelo esfíncter ileocecal, que impede retorno de material fecal para o intestino delgado. No ceco, existe a presença do apêndice vermiforme, uma pequena extensão tubular de fundo cego. O cólon é a região intermediária do intestino grosso e se divide em cólon ascendente, cólon transverso, cólon descendente, cólon sigmoide, o reto porção final do tubo digestivo e o canal anal, que se encontra fechado devido à contração tônica dos músculos esfíncteres anais interno (involuntário) e externo (voluntário), conforme Figura 5. Figura 5 – Intestino grosso Créditos: Designua/Shutterstock. 7 TEMA 5 – FÍGADO E PÂNCREAS O fígado é considerado o laboratório do corpo humano, pois todos os nutrientes oriundos da absorção via intestino delgado são direcionados para o fígado via veia porta, onde são processados e metabolizados. A célula unidade funcional do fígado é o hepatócito, local de produção da bile, porém o seu armazenamento ocorre na vesícula biliar, e sua principal função durante a digestão é a emulsificação de gorduras. O fígado é divido anatomicamente em quatro lobos: lobo direito, lobo esquerdo, lobo quadrado e lobo caudado, conforme Figura 6. Figura 6 – Fígado Créditos: Veronika Zakharova/Shutterstock. O pâncreas possui duas funções: exócrina e endócrina. Para o sistema gastrintestinal, a mais importante é a funções exócrina, pois está relacionada à produção das enzimas digestivas, vertidas no duodeno, que finalizam o processo digestivo. Anatomicamente, o pâncreas está localizado posteriormente ao estômago, e é divido em cabeça, corpo e cauda. Possui um ducto pancreático que percorre toda sua estrutura, por onde as secreções exócrinas são carreadas até a ampola hepatopancreática, no nível do duodeno, conforme Figura 7. 8 Figura 7 – Pâncreas Créditos: No Pain No Gain/Shutterstock. NA PRÁTICA Uma senhora saudável de 63 anos de idade fez uma refeição ingerindo grande quantidade de comida e, em seguida, fez uma viagem de 4 horas em um trem sem banheiro. Aproximadamente 1 hora após a refeição, ela sente vontade de defecar, contudo ela consegue se controlar até um momento oportuno. Com base no abordado ao longo da aula, como essa senhora conseguiu realizar o controle da vontade de defecar? GABARITO O sistema gastrintestinal é um sistema aberto, com aporte de entrada e aporte de saída. À medida que o alimento é acomodado no estômago logo após a refeição, estímulos hormonais acionam movimentos peristálticos que direcionam o material não digerido do intestino delgado, especificamente do ílio para a ceco, primeira porção do intestino grosso. Na sequência, as fezes já formadas armazenadas na parte distal do intestino grosso irão acionar o mecanismo da defecação, contudo o esfíncter externo do canal anal é voluntário, tornado assim possível o controle da defecação até um momento oportuno. 9 FINALIZANDO Nesta aula foram abordadas as principais estruturas anatômicas e funções básicas de cada órgão que compõem o sistema gastrintestinal. Esse sistema é dividido em 6 câmaras em série, cada uma com uma função na modificação do conteúdo digestório. O mecanismo da digestão começa pela boca, na formação do bolo alimentar por meio da mastigação e produção de saliva. O esôfago realiza o transporte do bolo alimentar até o estômago, onde ocorre a formação do quimo, pela ação do ácido clorídrico. No intestino delgado ocorre o final da digestão pela ação da secreção biliar e secreção pancreática e dá início à absorção dos nutrientes. No intestino grosso proximal, ocorre a absorção de água e eletrólitos e formação das fezes; já no intestino grosso distal ocorre o armazenamento das fezes para sua eliminação por meio da defecação. O fígado está presente como o principal órgão que irá metabolizar todos os nutrientes, e na formação da bile e seu armazenamento na vesícula biliar e o pâncreas exócrino pela produção das enzimas pancreáticas fundamentais para a digestão no duodeno. 10 REFERÊNCIAS DUGANI, S. et al. Anatomia clínica integrada com exame físico e técnicas de imagem. Revisão técnica de Marco Aurélio R. Fonseca Passos. Tradução de Maria de Fatima Azevedo. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. LAROSA, P. R. R. Anatomia humana: texto e atlas. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018. MOORE, K. L.; DALLEY, A. F.; AGUR, A. M. R. Anatomia orientada para a clínica. Tradução de Cláudia Lúcia Caetano de Araújo. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018. PEZZI, L. A. P. et al. Anatomia clínica baseada em problemas. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. TORTORA, G. J.; NIELSEN, M. T. Princípios de anatomia humana. Revisão técnica de Marco Aurélio Rodrigues da Fonseca Passos. Tradução de Alexandre Werneck e Cláudia Lúcia Caetano de Araújo. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. Anatomia Humana AULA 5 Prof. Willian Barbosa Sales CONVERSA INICIAL Abordaremos nesta aula a composição anatômica do sistema urinário e do sistema reprodutor, também conhecidos como aparelho genitourinário. O sistema urinário é um dos sistemas responsáveis pela remoção de compostos tóxicos da corrente sanguínea, ou seja, a filtragem do sangue, sendo um dos principais sistemas responsáveis pelo controle da homeostase corporal, mantendo os níveis constantes de substâncias importantes para o corpo humano, como sódio, potássio, cálcio, hidrogênio e água. Os principais órgãos que formam esse sistema são: rins, ureteres, bexiga urinária e a uretra, conforme Figura 1. Figura 1 – Sistema urinário Fonte: Udaix/Shutterstock. Os sistemas reprodutores feminino e masculino possuem suas peculiaridades anatômicas individuais, porém ambos possuem como função primordial a reprodução. No sexo masculino, o testículo é responsável pela produção dos espermatozoides e da testosterona, hormônio que permite o desenvolvimento das características sexuais secundárias no homem. No sexo feminino, os ovários são responsáveis pela liberação do óvulo e pela produção do estrogênio e progesterona, além da presença do útero que irá garantir o desenvolvimento de um novo ser vivo, conforme Figura 2. 3 Figura 2 – Sistema reprodutor masculino e feminino Fonte: Vector Mine/Shutterstock. TEMA 1 – RINS Os rins são órgãos pares, e cada um possui em seu polo superior uma glândula suprarrenal. Sua coloração é marrom-avermelhada e estão localizados na parede posterior da cavidade abdominal, ocupando uma posição retroperitoneal, a direita e a esquerda da coluna vertebral nas vertebras torácicas (T11/T12) à vertebra lombar (L3), com aproximadamente 150 gramas. O rim direito se localiza no lado inferior esquerdo pela presença do fígado. Externamente, os rins possuem uma camada de revestimento (cápsula fibrosa, cápsula adiposa e fáscia renal). O hilo renal é a região delimitada dos rins que permite a entrada e a saída dos grandes vasos, como veia renal, artéria renal, pelve renal, nervos e vasos linfáticos. Internamente, os rins possuem córtex renal, pirâmides renais, colunas renais, papilas renais, cálices renais menores, cálices renais, pelve renal, conforme Figura 3. Cada uma dessas 4 estruturas está adaptada para direcionar a urina formada para fora dos rins em direção aos ureteres. Figura 3– Estrutura interna dos rins Fonte: Alexander P./Shutterstock. A principal função dos rins é a formação da urina, ou seja, filtrar o sangue, retirando dele compostos tóxicos e os eliminando na forma de urina. Cada rim possui aproximadamente 1 milhão de néfrons. O néfron é a unidade funcional dos rins, a célula responsável em filtrar o sangue e formar a urina, por meio da filtração, reabsorção, secreção e garantir sua eliminação através da excreção, conforme Figura 4. 5 Figura 4 – Néfron Fonte: Vector Mine/Shutterstock. TEMA 2 – URETER, BEXIGA URINÁRIA Os ureteres são definidos como um tubo muscular que une os rins à bexiga urinária, ou seja, sua principal função é fazer o direcionamento/transporte da urina formada nos rins até a bexiga urinária para seu armazenamento. Possui trajeto descendente, realiza movimentos peristálticos, possui aproximadamente 24 a 34 cm de comprimento, sendo formado por camadas mucosa, muscular e fibrosa. Seu trajeto final forma os óstios dos ureteres dentro da bexiga urinária, conforme Figura 5. Figura 5 – Ureteres Fonte: Medical Art Inc/Shutterstock. 6 A bexiga urinária é responsável pelo armazenamento da urina formada, garantindo sua emissão periódica através da micção. Nos homens está localizada na parte anterior ao reto e nas mulheres é anterior ao útero e porção superior da vagina. Formada por uma bolsa elástica de musculatura lisa, quando vazia apresenta sua membrana mucosa pregueada e possui o músculo detrusor responsável pela sua contração. A bexiga urinária tem uma região lisa e triangular denominada trigono da bexiga, formada pelos óstios dos ureteres e pelo óstio da uretra, localizadas na parte inferior da bexiga urinária. Sua capacidade pode chegar a aproximadamente 800 ml, deflagrando o mecanismo da micção, conforme Figura 6. Figura 6 – Bexiga urinária Fonte: Lightspring/Shutterstock. 7 TEMA 3 – URETRA A uretra é responsável em fazer a eliminação da urina, ou seja, ela faz a conexão entre a bexiga urinária e o meio externo. No sexo masculino, ela tem duas funções, tanto de ejaculação quanto de micção, e possui aproximadamente 20 cm de comprimento, indo desde o óstio interno da uretra dentro da bexiga urinária até o óstio externo da uretra na glande do pênis. O sexo masculino possui três porções bem delimitadas: parte prostática, parte membranosa e parte esponjosa da uretra. A uretra masculina apresenta o esfíncter interno da uretra (involuntário) e o esfíncter externo da uretra (voluntário), localizado no diafragma urogenital. No sexo feminino, a uretra possui aproximadamente cerca de 4 cm de comprimento. Isso anatomicamente favorece a infecção urinária nas mulheres, que possuem somente o esfíncter externo da uretra (voluntário) localizado no diafragma urogenital. No sexo feminino, o óstio externo da uretra feminina encontra-se localizado entre o clítoris e o óstio externo da vagina, conforme Figura 7. Figura 7 – Uretra masculina e feminina Fonte: Blue Ring Media/Shutterstock. TEMA 4 – SISTEMA REPRODUTOR FEMININO O sistema reprodutor feminino forma um conjunto de órgãos responsáveis pelo mecanismo da reprodução, sendo considerado mais complexo do que o 8 masculino em virtude de exercer uma função a mais desenvolvida pelo útero, que é a de abrigar e prover o desenvolvimento de um novo ser vivo. O sistema reprodutor feminino é formado pelos seguintes elementos: ovário, tubas uterinas, útero, vagina, conforme Figura 8. Figura 8 – Sistema reprodutor feminino Fonte: Logika600/Shutterstock. Os ovários produzem os óvulos (ovócitos), produzem os principais hormônios femininos estrogênio e progesterona. As tubas uterinas conduzem o óvulo em direção ao útero através de movimentos peristálticos. A fecundação ocorre nas tubas uterinas, as quais, por sua vez, são divididas em fímbrinas, infundíbulo, ampola e istmo. O útero irá abrigar o novo ser vivo em desenvolvimento, oferecendo proteção e nutrição. É um órgão oco em forma de pera, formado por musculatura lisa, e possui três camadas: endométrio (interna), miométrio (média) e perimétrio (externa). O endométrio se descama e se renova a cada ciclo menstrual através da menstruação. O útero possui três partes importantes: fundo, corpo e colo do útero. A vagina é o órgão responsável em acoplar o pênis durante o intercurso sexual. Formada por músculo elástico, estende-se do colo do útero até a sua abertura no vestíbulo da vagina. As estruturas eréteis responsáveis pela excitabilidade sexual feminina é o clítoris e o bulbo do vestíbulo. A lubrificação do canal vaginal ocorre pelas glândulas de Bartholin, também conhecidas como 9 glândulas vestibulares. Nos órgãos genitais externos estão localizados os pequenos lábios, grandes lábios e monte púbico, conforme Figura 9. Figura 9 – Órgãos genitais externos Fonte: Blue Ring Media/Shutterstock. A mama feminina é responsável pela produção do leite materno para o aleitamento e é composta anatomicamente pelas seguintes estruturas: aréola região pigmentada, papila mamária (bico do peito), ductos lactíferos, seios lactíferos, tecido adiposo subcutâneo e lobos da glândula mamária, conforme Figura 10. Figura 10 – Mama feminina Fonte: Matoom Mi/Shutterstock. 10 TEMA 5 – SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO O sistema reprodutor masculino é formado pelo escroto, testículos, vias condutoras de gametas, órgão de cópula, glândulas anexas e estruturas eréteis. Os testículos são órgãos ovais pares, localizados dentro do escroto, fora da cavidade da pelve. O escroto possui pelos esparsos e um septo mediano que o divide em dois compartimentos (esquerdo e direito). A posição do escroto favorece o desenvolvimento do espermatozoide no testículo, que necessita estar aproximadamente 3 ºC abaixo da temperatura corporal. Os espermatozoides não estão ativos quando saem dos testículos, por isso são direcionados ao epidídimo para amadurecerem. Este fica localizado na face posterior lateral de cada testículo, sendo dividido anatomicamente em: cabeça, corpo, cauda. O ducto deferente tem início após a cauda do epidídimo, e sua principal função é transportar e armazenar os espermatozoides durante a ejaculação. Possui aproximadamente 45 cm de comprimento, passa pelo canal inguinal, parede do abdome, cavidade pélvica, desce ao longo da parede posterior da bexiga urinária, encontrando-se com a vesícula seminal. A extremidade distal do ducto deferente forma a ampola do ducto deferente que irá se juntar com o ducto da glândula seminal formando o ducto ejaculatório dentro da próstata. A uretra masculina forma um canal tanto para micção quanto para ejaculação, contudo são ações distintas, ou seja, ou ejacula ou realiza a micção. A uretra possui aproximadamente 20 cm, estendendo-se desde o óstio interno da uretra até o óstio externo da uretra na glande do pênis. Nela se encontra a parte prostática quando essa atravessa a próstata; parte membranosa, quando atravessa o assoalho da pelve; e a parte esponjosa, localizada ao longo de todo o corpo esponjoso do pênis, conforme Figura 11. Figura 11 – Vias condutoras de gameta Fonte: Blue Ring Media/Shutterstock. 11 O sistema reprodutor masculino possui três glândulas anexas ou acessórias: glândulas seminais ou vesículas seminais, próstata e as glândulas bulbouretrais. As glândulas seminais estão localizadas na superfície posterior da bexiga urinária e são responsáveis pela produção de 60% do volume do sêmen e produção de fluído viscoso rico em frutose, que ativam o batimento do flagelo presente nos espermatozoides. A próstata é do tamanho de uma castanha e está localizada em posição inferior à bexiga urinária, é composta por diversas glândulas, sendo responsável por 1/3 do sêmen. Possui fluido de coloração leitosa que melhora amotilidade do espermatozoide e produz o antígeno prostático (PSA), utilizado para triagem em exames de câncer de próstata. As glândulas bulbouretrais possuem o tamanho de uma ervilha, estão localizadas dentro do diafragma urogenital, sendo ativadas na excitação sexual. Seu fluido limpa a uretra, neutralizando o pH ácido da urina, lubrificando para passagem do sêmen, conforme Figura 12. Figura 12 – Glândulas do aparelho reprodutor masculino Fonte: Medical Art Inc/Shutterstock. O pênis é o órgão sexual masculino responsável pelo intercurso sexual, sendo acoplado pela vagina durante o ato sexual. Possui três estruturas importantes: raiz, corpo e a glande do pênis. Ele é revestido por uma pele frouxa que cobre todo seu corpo. A pele que recobre a glande é chamada de prepúcio. O pênis possui 3 corpos cilíndricos de tecido erétil, um corpo esponjoso e dois corpos cavernosos que compõem a maior parte de massa erétil, conforme Figura 13. 12 Figura 13 – Anatomia do pênis Fonte: Elen Bushe/Shutterstock. NA PRÁTICA Um homem de 60 anos de idade vai ao pronto atendimento relatando não conseguir urinar há 24 horas. O paciente relata que já havia procurado a medicina familiar, queixando-se de dificuldade progressiva para urinar. Fez tratamento, porém sem sucesso. O urologista de plantão foi chamado e, durante o exame físico de toque retal, revelou a próstata aumentada. Com base no abordado ao longo da aula, qual é a relação da próstata aumentada e a dificuldade de urinar? GABARITO A uretra masculina começa no óstio interno da uretra dentro da bexiga urinária e se estende até o óstio externo da uretra na glânde do pênis. Embora seja relativamente grande, aproximadamente 20 cm de comprimento, ela é dividida em 3 partes: parte prostática, parte membranosa e parte esponjosa. Como a parte prostática passa por dentro da próstata, seu aumento pode 13 provocar a obstrução parcial ou total dessa parte da uretra, impossibilitando a saída da urina. FINALIZANDO Nesta aula foram abordadas as principais estruturas anatômicas e funções básicas do sistema urinário e sistema reprodutor feminino e masculino. Com relação ao sistema urinário, vale ressaltar a importância de cada órgão como os rins na formação da urina, os ureteres no direcionamento da urina para bexiga urinária, a bexiga urinária realizando o armazenamento e a uretra promovendo a eliminação da urina. Para o sistema reprodutor feminino, faz-se necessário lembrar de todos os órgãos que compõem o sistema: ovários, tubas uterinas, útero, vagina, órgãos sexuais externos e a mama feminina. O sistema reprodutor masculino possui escroto, testículos, epidídimo, ducto deferente, glândulas seminais, próstata, glândulas bulbouretrais, uretra e o pênis. Ambos os sistemas reprodutores estão interligados através do ato sexual, para promover a reprodução humana. 14 REFERÊNCIAS DUGANI, S. et al. Anatomia clínica integrada com exame físico e técnicas de imagem. Revisão técnica de Marco Aurélio R. Fonseca Passos. Tradução de Maria de Fatima Azevedo. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. LAROSA, P. R. R. Anatomia humana: texto e atlas. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018. MOORE, K. L.; DALLEY, A. F.; AGUR, A. M. R. Anatomia orientada para a clínica. Tradução de Claudia Lucia Caetano de Araújo. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018. PEZZI, L. A. P. et al. Anatomia clínica baseada em problemas. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. TORTORA, G. J.; NIELSEN, M. T. Princípios de anatomia humana. Revisão técnica de Marco Aurélio Rodrigues da Fonseca Passos. Tradução de Alexandre Werneck e Cláudia Lúcia Caetano de Araújo. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. Anatomia Humana AULA 6 Prof. Willian Barbosa Sales CONVERSA INICIAL Abordaremos nesta aula a composição anatômica do sistema endócrino e do sistema nervoso. O sistema endócrino (Figura 1) é formado por um conjunto de glândulas cuja principal função é a produção de hormônios essenciais para integração e regulação de diversos mecanismos corporais. As glândulas presentes no sistema endócrino são responsáveis por auxiliarem no controle da homeostase. A glândula hipófise é considerada a glândula mestre, seguida pela glândula pineal e seu controle nos ritmos circadianos. A glândula tireoide influencia o controle do metabolismo corporal, e a paratireoide tem o controle de cálcio. O pâncreas endócrino produz hormônios importantes no controle da taxa glicêmica, e a glândula suprarrenal produz hormônios relacionados ao estresse e a luta. Ovários e testículos foram abordados no sistema reprodutor. Figura 1 – Sistema endócrino Fonte: Designua/Shutterstock. O sistema nervoso é responsável pela captação de estímulos oriundos do ambiente à nossa volta, interpretação desses estímulos e desencadeamento de 3 respostas bastante precisas. É o órgão central do corpo humano responsável pelo controle, funcionamento e homeostase de todas as estruturas corporais, integrando todos os sistemas, controlando-os de forma harmônica, conforme Figura 2. Figura 2 – Sistema nervoso Fonte: Marina UA/Shutterstock. TEMA 1 – SISTEMA ENDÓCRINO (I) O sistema endócrino funciona frente aos estímulos enviados pelo sistema nervoso central, especificamente via hipotálamo, principal centro integrador do controle visceral e homeostase corporal. A conexão entre hipotálamo localizado dentro do (SNC) e a principal glândula do sistema endócrino a hipófise é conhecida como eixo hipotálamo/hipófise. O hipotálamo manda as informações necessárias para a hipófise para que esta realize a produção dos hormônios específicos e ativação do funcionamento de todas as glândulas. A hipófise é a principal glândula do sistema endócrino e possui tamanho muito pequeno, quando comparado à sua importância no controle do equilíbrio corporal. A hipófise rege com tamanha maestria o controle de todas as outras glândulas corporais, através de seus dois lobos, adeno-hipófise e neuro-hipófise. Está localizada na base do encéfalo em uma cavidade do osso esfenoide chamada de sela turca, conforme Figura 3. 4 Figura 3 – Hipotálamo e hipófise Fonte: Vector Mine/Shutterstock. A glândula pineal é responsável pelo controle do ritmo circadiano e pela influência direta nos ciclos do sono a glândula pineal, produz o hormônio melatonina. Possui integração direta com hipotálamo e hipófise, o que justifica sua localização dentro do sistema nervoso central, conforme Figura 4. 5 Figura 4 – Glândula pineal Fonte: Vector Mine/Shutterstock. A glândula tireoide é a principal glândula responsável pelo controle da taxa metabólica, aumento do consumo de oxigênio, frequência cardíaca, ventilação e função renal do corpo humano, por meio da produção dos seus importantes hormônios tiroxina (T4) e a triiodotironina (T3). Está localizada anteriormente a traqueia e possui dois lobos, direito e esquerdo. Posteriormente à glândula tireoide, existem as glândulas paratireoides, em número de quatro, duas superiores e duas inferiores. Seu principal hormônio produzido é o paratormônio responsável no controle do metabolismo de cálcio, conforme Figura 5. Figura 5 – Glândula tireoide e paratireoide Fonte: Art4stock/Shutterstock. 6 TEMA 2 – SISTEMA ENDÓCRINO (II) O pâncreas possui duas funções bastante importantes, sendo classificado como exócrino pela produção das enzimas digestivas no trato gastrintestinal, como já abordado anteriormente. O pâncreas endócrino é responsável pela produção de hormônios extremamente importantes como insulina, agindo diretamente na diminuição da taxa de glicose da corrente sanguínea, o glucagon. Proporciona um aumento na concentração de glicose na corrente sanguínea e somatostatina que influencia no controlede ambos (insulina e glucagon). A produção desses hormônios depende diretamente das ilhotas de Langerhans, conforme Figura 6. Figura 6 – Pâncreas endócrino Fonte: Alila Medical Media/Shutterstock. Localizadas no polo superior de cada rim, encontram-se as glândulas suprarrenais, divididas em duas porções bem distintas, o córtex e a medula da glândula. Cada parte é responsável pela produção de hormônios específicos. A primeira porção, o córtex da glândula suprarrenal, produz uma série de 7 hormônios esteroides, como a aldosterona, responsável por realizar a reabsorção de sódio a nível renal. O cortisol também é conhecido como hormônio do estresse e os hormônios andrógenos, que participam da puberdade. Já a medula da glândula suprarrenal produz os principais hormônios relacionados aos mecanismos de luta e fuga, a adrenalina e a noradrenalina. Figura 7. Figura 7 – Glândula suprarrenal Fonte: Designua/Shutterstock. TEMA 3 – SISTEMA NERVOSO CENTRAL O sistema nervoso central (SNC) é formado por células específicas, os neurônios, classificados como células excitáveis capazes de se comunicar entre si através de sinapses. Os neurônios, juntamente com as células da glia, ou seja, células de suporte que formam o SNC. Os neurônios através das sinapses recebem estímulos e os processam em regiões específicas do SNC transformando esse estímulo em resposta. O SNC é formado pelo encéfalo, que está protegido pelos ossos do neurocrânio e pela medula espinal, protegida pela coluna vertebral (Figura 8). 8 Figura 8 – Neurônio Fonte: Gritsalak Karalak/Shutterstock. O sistema nervoso central divide-se em encéfalo e medula. O encéfalo se subdivide em telencéfalo, diencéfalo, mesencéfalo, ponte, bulbo e cerebelo. O telencéfalo ou cérebro possui os dois hemisférios cerebrais (direito e esquerdo), sendo caracterizado pela sua parte externa, o córtex cerebral, dividido em lobo frontal, lobo parietal, lobo occipital, lobo temporal e lobo insular. O córtex cerebral é formado por substância cinzenta, ou seja, os neurônios corticais. A parte mais interna do encéfalo é formada por substância branca, que são as conexões das fibras. Essas vias de fibras são denominadas de substância branca em virtude da presença da bainha de mielina que as reveste (Figura 9). 9 Figura 9 – Divisão do telencéfalo Fonte: Udaix/Shutterstock. TEMA 4 – SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO Da base do encéfalo saem 12 pares de nervos cranianos. Destes, 10 fazem conexão com o tronco encefálico. Da medula espinal saem 31 pares de nervos espinais ou raquidianos. Esses nervos em conjunto dão origem ao sistema nervoso periférico (SNP). Os nervos cranianos são divididos em sensoriais, motores e viscerais, já os nervos raquidianos são todos mistos. A principal função do sistema nervoso periférico é conduzir a informação do ambiente ao encéfalo via aferente através dos nervos sensitivos, e trazer a informação do encéfalo aos órgãos, músculos e glândulas via eferente ou nervos motore (Figura 10). 10 Figura 10 – Sistema nervoso periférico Fonte: Vector Mine/Shutterstock. TEMA 5 – SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO O sistema nervoso autônomo possui como principal função a regulação do ambiente interno do corpo humano, por exemplo, atividades oriundas do sistema digestório, sistema circulatório, sistema endócrino, ou seja, atividades cujo funcionamento independe da nossa vontade. Ele é composto por dois ramos nervosos paralelos à coluna vertebral, formando os 23 pares de gânglios, nervos que fazem a ligação dos gânglios aos diversos órgãos, e nervos que ligam os gânglios aos nervos raquidianos. O sistema nervoso autônomo pode estimular ou inibir a produção de um hormônio ou ações dos órgãos internos, através dos mecanismos do sistema nervoso simpático e parassimpático (Figura 11). 11 Figura 11 – Sistema nervoso autônomo Fonte: Vector Mine/Shutterstock. NA PRÁTICA Uma mulher de 60 anos é conduzida por familiares ao ambulatório de psiquiatria para avaliar suas alterações de humor frequente e intensas. Os familiares relatam que essas alterações ocorreram ao longo de toda vida, porém em intensidades e períodos menores. Essa paciente apresenta diversas comorbidades de origem metabólica, como obesidade mórbida, hipertensão e diabetes. Após o exame físico, anamnese e exames laboratoriais, foi solicitada uma ressonância magnética (RM). O resultado da ressonância apresentou a sela turca vazia. Baseado no que foi abordado em aula, descreva qual glândula é abrigada pela sela turca e suas principais funções no corpo humano. GABARITO A hipófise é a glândula protegida pela sela turca na base do encéfalo. É a principal glândula do sistema endócrino, ponto de conexão entre o sistema 12 nervoso central via hipotálamo, formando o eixo hipotálamo/hipófise. Ela envia mensagens hormonais de ativação para todas as outras glândulas presentes no corpo humano para produzirem seus respectivos hormônios, frente às informações oriundas do hipotálamo. Ela é dividida anatomicamente em duas porções (adenohipófise e neuro-hipófise), cada uma delas responsável pela produção de hormônios específicos que agem no controle da homeostase corporal. FINALIZANDO Nesta aula foram abordadas as principais estruturas anatômicas e funções básicas do sistema endócrino e sistema nervoso. Com relação ao sistema endócrino, vale ressaltar a importância de cada glândula. A hipófise é a principal glândula responsável pelo controle da homeostase corporal junto com o hipotálamo. A glândula pineal é responsável pela produção de melatonina, também conhecida como hormônio do sono. A glândula tireoide produz T3 e T4, e a glândula paratireoide produz paratormônio. O pâncreas endócrino age na produção de insulina, glucagon e somatostatina e, por fim, as glândulas suprarrenais, o córtex, produzem aldosterona, cortisol e os hormônios andrógenos. A medula da glândula produz adrenalina e noradrenalina. Agindo no controle de todo o corpo humano, temos o sistema nervoso central, recebendo estímulos oriundos do ambiente à nossa volta, via órgãos dos sentidos, processando informações para respostas precisas. O sistema nervoso periférico trabalha como uma via condutora de informação, enquanto o sistema nervoso autônomo age no controle de nossas respostas internas, ou seja, involuntárias. 13 REFERÊNCIAS DUGANI, S. et al. Anatomia clínica integrada com exame físico e técnicas de imagem. Revisão técnica de Marco Aurélio R. Fonseca Passos. Tradução de Maria de Fatima Azevedo. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. LAROSA, P. R. R. Anatomia humana: texto e atlas. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018. MOORE, K. L.; DALLEY, A. F.; AGUR, A. M. R. Anatomia orientada para a clínica. Tradução de Claudia Lucia Caetano de Araújo. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018. PEZZI, L. A. P. et al. Anatomia clínica baseada em problemas. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. TORTORA, G. J.; NIELSEN, M. T. Princípios de anatomia humana. Revisão técnica de Marco Aurélio Rodrigues da Fonseca Passos. Tradução de Alexandre Werneck e Cláudia Lúcia Caetano de Araújo. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. INTRODUÇÃO À ANATOMIA HUMANA Conversa inicial (continua) Na prática FINALIZANDO REFERÊNCIAS RESPOSTA Gabarito Conversa inicial Crédito: Corbac40/Shutterstock. Crédito: Magic Mine/Shutterstock. Na prática FINALIZANDO REFERÊNCIAS RESPOSTAS Gabarito Conversa inicial Crédito: Nerthuz/Shutterstock. Crédito: Blamb/Shutterstock. O sistema circulatório possui dois tipos principais de circulação do sangue. A circulação pulmonar, também conhecida como pequena circulação, tem início no ventrículo direito, onde o sangue é carregado para os pulmões, sofre a hematose – ou seja, a tr...
Compartilhar