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Apostila Anatomia

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ANATOMIA HUMANA 
AULA 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Willian Barbosa Sales 
 
 
 
2 
INTRODUÇÃO À ANATOMIA HUMANA 
CONVERSA INICIAL 
 O corpo humano permeia um alto nível de complexidade, tendo em sua 
arquitetura componentes simples a nível molecular ou microscópico e estruturas 
grandes e complexas que, organizadas de forma única, permitem a construção 
dos nossos órgãos e sistemas dando origem ao nosso corpo. O organismo 
humano possui um alto nível organizacional, abrangendo desde componentes 
químicos que irão formar macromoléculas (carboidratos, lipídios, proteínas) até 
células, tecidos, órgãos, sistemas, aparelhos e o corpo humano como um todo, 
no nível mais complexo da organização, resultado do trabalho em conjunto de 
todas as estruturas, conforme vemos na Figura 1. 
Figura 1 – Constituição do corpo humano 
 
Crédito: Vectorpot/Shutterstock. 
É nesse contexto macroscópico que apresentamos os conceitos iniciais 
que embasam o estudo da anatomia humana. Vamos entender sobre a anatomia 
humana como ciência e os principais aspectos introdutórios na divisão do corpo 
humano, posição anatômica, variações anatômicas, regiões anatômicas, planos 
corporais e termos de direção. Com base nisso, então, poderemos avançar na 
compreensão da construção do corpo humano e na importância do estudo da 
anatomia humana. 
 
 
3 
TEMA 1 – VISÃO GERAL 
 Quando começamos a estudar o corpo humano, devemos ter em mente 
que o fazemos por partes. A própria palavra grega anatemnein significa dissecar, 
ou seja, o estudo é feito separando o corpo em partes, sendo o método mais 
antigo adotado desde os primórdios para o estudo da anatomia. A anatomia 
humana é a ciência que estuda as partes do corpo humano por dissecação, para 
evidenciar a relação existente entre cada estrutura. Uma das coleções mais 
antigas sobre anatomia humana é a Coleção Hipocrática (ca. 600 a.C.) O grande 
filósofo grego Aristóteles (384-322 a.C.) deixou importantes contribuições para a 
anatomia humana em seus desenhos e descrições anatômicas, porém uma das 
escolas mais famosas e de peso na Antiguidade para o estudo da anatomia foi 
a Escola de Alexandria, no Egito, onde Galeno de Pérgamo (129-199 d. C.) foi 
um dos primeiros a fazer a relação entre anatomia animal e anatomia humana. 
 Com o avanço da história, a anatomia brilha novamente no século XV, 
com o famoso Leonardo da Vinci, em seus desenhos que apresentam uma 
incrível riqueza de detalhes o corpo humano, sendo considerado um dos maiores 
anatomistas de todos os tempos, conforme Figura 2. 
Figura 2 – Corpo humano, de Leonardo da Vinci 
 
 
 
 
 
 
 
Crédito: Janaka Dharmasena /Shutterstock. 
Entretanto, com o avançar da tecnologia a largos passos, podemos 
estudar a anatomia analisando desde desenhos para serem coloridos presentes 
em livros, laboratórios de anatomia em universidades, até softwares para 
computador e aplicativos de celular. 
Na esfera clínica e de diagnóstico, as técnicas de imagem, como a 
cintigrafia (uma forma de irradiação eletromagnética, utilizando raios gama para 
 
 
4 
obtenção das imagens), ultrassonografia (onda sonora de frequência muito alta, 
sem radiação eletromagnética, em que as ondas são refletidas pelos órgãos 
internos, codificadas e avaliadas no computador), tomografia computadorizada 
(produz uma série de imagens em camadas), angiotomografia computadorizada 
3D (aparelhos mais modernos, conseguem produzir uma imagem em 3D como 
auxílio do computador), e a ressonância magnética (com a exposição a um 
campo magnético forte. Nesse caso, o computador cria uma imagem para ser 
analisada), auxiliam na visualização do corpo em partes, sem a necessidade em 
primeira instância de abrir o corpo humano para análise. 
 Contudo a técnica de dissecação em cadáver ainda é usada para estudos 
específicos. Vale lembrar que a anatomia é o estudo das estruturas que 
compõem o corpo humano saudável. Sem o devido conhecimento anatômico, 
nenhuma estrutura corporal poderá ser identificada e seu funcionamento 
conhecido para a futura compreensão de processos patológicos. 
TEMA 2 – POSIÇÃO ANATÔMICA E FATORES GERAIS DE VARIAÇÃO 
ANATÔMICA 
Para compreender melhor a localização das estruturas anatômicas no 
corpo humano, é necessário entender a principal posição de descrição de órgãos 
e estruturas no corpo, também conhecida como posição anatômica, cujo 
entendimento torna mais fácil a compreensão da organização corporal e de sua 
divisão em diversas regiões, bem como as descrições e correlações das 
diferentes estruturas presentes no corpo humano. 
Um indivíduo em posição anatômica deve estar em posição ereta, ou seja, 
em pé, com a face voltada para frente, com o olhar direcionado para a linha do 
horizonte. Os membros superiores (braços) devem estar estendidos junto ao 
tronco com a palma das mãos voltas para frente, os membros inferiores (pernas) 
devem estar juntos, com as pontas dos pés direcionadas para frente, conforme 
Figura 3. 
 
 
 
 
 
5 
Figura 3 – Posição anatômica 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Crédito: Cliparea L. Custom Media/Shutterstock. 
Ao realizar o estudo da anatomia humana, devemos sempre ter em mente 
a percepção da individualidade corporal de cada ser humano. Embora tenhamos 
a mesma constituição corporal em órgãos, sistemas e aparelhos, precisamos 
compreender que existem diferenças morfológicas entre cada um, conhecida 
como variações anatômicas, as quais podem ocorrer interna ou externamente 
sem que isso traga prejuízo da função. 
Existem diversos fatores que podem influenciar as possíveis variações 
anatômicas, como os decorrentes da idade, do sexo, do grupo étnico, da 
constituição corporal e da evolução. A idade é o exemplo mais fácil para se 
compreender, pois se trata do tempo transcorrido através do qual ocorre a 
duração da vida. Durante esse tempo, diversas variações anatômicas são 
notadas desde o nascimento até o momento em que a pessoa fica idosa, 
conforme Figura 4. 
Figura 4 – Fator de variação anatômica: idade 
 
 
 
 
 
 
Crédito: Lyudmyla Kharlamova/Shutterstock. 
 
 
6 
TEMA 3 – REGIÕES ANATÔMICAS 
Quando estudamos as regiões anatômicas, conhecemos parcialmente 
cada uma delas de forma empírica. Sabemos que o corpo humano é dividido em 
cabeça, pescoço, tronco, membros superiores e membros inferiores. Contudo 
essa divisão é um tanto quanto superficial e conhecer de forma detalhada cada 
uma das regiões anatômicas é fundamental para todos os profissionais da 
saúde, conforme a Tabela 1 e a Figura 5. 
Tabela 1 – Regiões anatômicas 
Regiões do corpo humano 
Parte anterior 
Regiões do corpo humano 
Parte posterior 
Cabeça 
Frontal (testa) Cabeça Parietal (topo) Temporal (têmpora) Occipital (posterior) 
Orbital (olho) Pescoço Cervical posterior (parte posterior) 
Nasal (nariz) 
Dorso 
Escapular (escápula) 
Bucal (bochecha) Vertebral (coluna vertebral) 
Oral (boca) Paraespinhal (lateral a 
coluna vertebral) 
Mandibular (mandíbula) Torácica (parte posterior do 
tórax) 
Pescoço 
Cervical anterior (frente) Lombar (parte inferior do 
dorso) 
Cervical lateral (lado) Sacroilíaca (articulação 
vertebro pélvica) 
Supraclavicular (em cima do 
osso clavícula) 
Sacral (parte posterior da 
pelve) 
Tórax Peitoral (parte anterior) Coccígea (cóccix) 
Abdominopélvica 
Abdominal (abdome) 
Membro 
superior 
Acromial (topo do ombro) 
Inguinal (virilha) Deltóidea (ombro) 
Pélvica (pelve) Braquial (braço) 
Púbica (genital) Cubital (cotovelo) 
Genital (órgãos reprodutores) Antebraquial (antebraço) 
Pudenda (genitais femininos) Carpal (punho) 
Perineal (púbis e o cóccix) Dorsal (dorso da mão) 
Membro superior 
Deltóidea (ombro) Digital (dedos) 
Axilar (axila) 
Membro 
inferior 
Glútea (nádega) 
Braquial (braço) Femoral (coxa) 
Antecubital (frente do cotovelo) Poplítea (parte posterior do 
joelho) 
Antebraquial (antebraço) Crural (panturrilha) 
Carpal (punho) Tarsal (tornozelo)Palmar (palma da mão) Plantar (planta dos pés) 
Digital (dedos) Digital (dedos) 
Membro inferior 
Coxal (pelve) 
Femoral (coxa) 
Patelar (parte anterior do 
joelho) 
Crural (perna) 
Fibular (parte lateral da perna) 
Tarsal (tornozelo) 
Dorsal (dorso do pé) 
Digital (dedos) 
 
 
7 
Figura 5 – Regiões anatômicas 
 
Crédito: Stihii/Shutterstock. 
TEMA 4 – PLANOS E SECÇÕES 
 Para estudar o corpo humano, precisamos conhecer a parte externa e a 
parte interna e identificar a relação que existe entre ambas. Vimos no início que 
o estudo do corpo humano ocorre por meio da dissecação, ou seja, a 
visualização de suas estruturas em partes, contudo esse estudo só é possível 
ocorrer de forma orientada através dos planos, que são linhas de referência 
traçadas ao logo do corpo humano em posição anatômica, e a sua separação 
por meio de secções ou cortes. No diagnóstico por imagem, o equipamento de 
ressonância magnética segue os planos para construção da imagem ao longo 
do exame. 
 Atualmente existem quatro planos: mediano, sagital, coronal e o 
transversal. O plano mediano é traçado através de uma linha longitudinal 
passando pela cabeça e tronco, dividindo ambos em duas partes iguais, direita 
e esquerda. O plano sagital também é traçado através de uma linha longitudinal 
passando pela cabeça e tronco, contudo as partes divididas nesse plano não são 
 
 
8 
partes iguais. O plano coronal também conhecido como frontal e irá dividir o 
corpo humano em duas partes, uma anterior e outra posterior, ou seja, uma linha 
longitudinal é traçada dividindo a cabeça, tronco e membros, em duas partes, 
anterior e posterior. O plano transversal segue uma linha traçada na horizontal e 
pode dividir o corpo em partes, tanto superior quando for traçado mais próximo 
à cabeça, ou inferior, mais próximo dos pés, conforme Figura 6. 
Figura 6 – Planos anatômicos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Crédito: Arisa J./Shutterstock. 
TEMA 5 – TERMOS DIRECIONAIS 
 Para o estudo da anatomia humana, é importante que o acadêmico 
compreenda a diferença entre os termos posição e direção. Essa percepção é 
necessária para a descrição de órgãos e estruturas anatômicas tendo como 
fundamento a posição anatômica e os planos corporais, conforme Tabela 2. 
Tabela 2 – Termos de direção e posição 
Direção e Posição Descrição 
Superior Estrutura presente no corpo que está mais próximo da cabeça. Termo não usado para membros. 
Inferior Estrutura presente no corpo que está mais próximo dos pés. Termo não usado para membros. 
Anterior Usado para localizar uma estrutura anatômica que está mais a frente que outro no corpo humano. 
Posterior Usado para localizar uma estrutura anatômica que está mais a traz que outro no corpo humano. 
Medial Usado para localizar uma estrutura anatômica que se encontra próximo ao plano mediano. 
Lateral Usado para localizar uma estrutura anatômica que se encontra longe do plano mediano. 
(continua) 
 
 
 
9 
(continuação da Tabela 2) 
Proximal 
Esse termo é utilizado para descrição dos membros. Usado para 
localizar uma estrutura anatômica que está mais próxima da conexão 
do membro com o tronco. 
Distal 
Esse termo é utilizado para descrição dos membros. Usado para 
localizar uma estrutura anatômica que está mais distante da conexão 
do membro com o tronco. 
Superficial 
(externo) 
Usado para localizar uma estrutura anatômica que está mais próxima 
da pele. 
Profundo (interno) Usado para localizar uma estrutura anatômica que está mais interna no corpo. 
NA PRÁTICA 
Uma paciente de 85 anos de idade é admitida no serviço de emergência 
com traumatismo grave no membro superior esquerdo, resultante de um 
atropelamento de bicicleta. Ela relata dor e tumefação (inchaço), com 
deformidade óbvia do braço. Os seguintes achados foram observados no exame 
físico: tumefação e dor no braço esquerdo e no antebraço e incapacidade de 
estender a mão. Com base na história clínica da paciente e no estudo da imagem 
a seguir, descreva usando os termos de direção o local da fratura dessa 
paciente. (O gabarito para essa questão encontra-se ao final deste documento). 
Figura 7 – Radiografia de uma paciente com fratura 
 
Crédito Viistock/Shutterstock. 
FINALIZANDO 
 Trabalhamos ao longo desta aula sobre alguns pontos-chave, como o 
contexto histórico do estudo da anatomia humana e evolução ao longo dos 
séculos até os nossos dias com ao desenvolvimento de softwares e aplicativos 
de celular. Uma das conclusões a que chegamos é a da necessidade da 
compreensão da posição anatômica para localização de órgãos e estruturas 
através dos planos e secções, termos direcionais e regiões anatômicas. 
 É importante que o acadêmico tenha em mente que, embora estejamos 
trabalhando com o corpo humano, existem variações anatômicas que nos 
 
 
10 
tornam seres únicos, e que, para comparação entre as estruturas corporais, é 
preciso ter a compreensão da existência dos fatores gerais de variação 
anatômica, como idade, etnia, sexo, tipo constitucional e a sua evolução. 
 
 
 
 
11 
REFERÊNCIAS 
DUGANI, S. et al. Anatomia clínica integrada com exame físico e técnicas 
de imagem. Revisão técnica de Marco Aurélio R. Fonseca Passos. Tradução de 
Maria de Fatima Azevedo. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. 
LAROSA, P. R. R. Anatomia humana: texto e atlas. Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan, 2018. 
MOORE, K. L.; DALLEY, A. F.; AGUR, A. M. R. Anatomia orientada para a 
clínica. Tradução de Claudia Lucia Caetano de Araujo. 7. ed. Rio de Janeiro: 
Guanabara Koogan, 2018. 
PEZZI, L. A. P. et al. Anatomia clínica baseada em problemas. 2. ed. Rio de 
Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. 
TORTORA, G. J.; NIELSEN, M. T. Princípios de anatomia humana. Revisão 
técnica de Marco Aurélio Rodrigues da Fonseca Passos. Tradução de Alexandre 
Werneck e Cláudia Lúcia Caetano de Araújo. Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan, 2017. 
 
 
 
 
12 
RESPOSTA 
Gabarito 
Conforme o tema 5, os termos de direção são necessários para a 
descrição da localização adequada de forma técnica dos órgãos ou estruturas 
anatômicas. Nesse caso clínico especificamente, uma paciente idosa teve uma 
fratura da parte distal do rádio. Veja que, na Tabela 2, para descrever a 
localização de membros, podemos usar dois termos de direção: proximal ou 
distal. Como a fratura ocorreu distante da conexão do ombro com o tronco, ela 
é referida como distal. 
 
 
 
 
ANATOMIA HUMANA 
AULA 2 
Prof. Willian Barbosa Sales 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
 Como já sabemos, o corpo humano é formado por células, tecidos, 
órgãos, sistemas e aparelhos. Os aparelhos são formados por um conjunto de 
sistemas trabalhando de forma coordenada e em homeostasia (equilíbrio) para 
a execução de uma determinação função. O aparelho locomotor é responsável 
por realizar os movimentos corporais, ou seja, a locomoção. 
 O aparelho locomotor é composto pelo sistema esquelético, que é um 
conjunto de ossos ou peças rígidas funcionando como ponto de ancoragem ou 
sustentação, também conhecidas como elementos passivo do aparelho. O 
sistema articular é uma peça fundamental na composição do aparelho locomotor, 
pois sua função é a de conectar os ossos, formando articulações bastante 
precisas a fim de permitir o movimento. Por fim, o sistema muscular é constituído 
por diferentes tipos de fibras, cuja contração promove o deslocamento da peça 
óssea, possibilitando o movimento, conforme a Figura 1. 
Figura 1 – Aparelho locomotor 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Crédito: Adike/Shutterstock. 
 
 
 
3 
TEMA 1 – SISTEMA ESQUELÉTICO (I) 
 O sistema esquelético é formado por um conjunto de peças rígidas, 
conhecidas como ossos, os quais, por sua vez, estão interligados de tal forma 
dando origem ao arcabouço de proteção do corpo humano. Um indivíduo adulto 
possuí um total de 206 ossos, contudo esse número pode ser alterado por fatores 
etários, individuais e critériosde contagem. 
Os ossos do corpo humano são formados por dois tipos de substância 
óssea. A substância óssea compacta à qual o tecido ósseo está fortemente unido 
não tem espaço livre, deixando o osso rígido, e a substância óssea esponjosa 
forma espaço entre o tecido ósseo, tornando-o poroso. A substância óssea 
esponja é encontrada na extremidade dos ossos longos, também conhecida 
como epífise. Por sua vez, a substância óssea compacta está presente no corpo 
do osso, na diáfise, onde o osso é compacto. Dentro do osso existe um canal 
que armazena a medula óssea, local de produção de células sanguíneas, 
conforme a Figura 2. 
Figura 2 – Estrutura óssea 
 
Crédito: Alexander P/Shutterstock. 
 
 
4 
O sistema esquelético exerce diversas funções como proteção de órgãos 
importantes para vida como coração e pulmões, protegidos pela caixa torácica, 
e sistema nervoso central, protegido pelo crânio e coluna vertebral. Esse sistema 
serve como sustentação e formação do corpo, local de armazenamento de cálcio 
e fósforo e ainda forma um sistema de alavanca para promover o movimento. 
 Quando estudamos o sistema esquelético, devemos ter em mente que ele 
pode ser apresentado sob duas formas: esqueleto montado, também chamado 
de esqueleto articulado, e peças ósseas separadas individualmente, conhecido 
como esqueleto desarticulado, o que permite um estudo mais amplo em 
particular de cada osso. No corpo humano, o esqueleto pode ser dividido em 
esqueleto axial, formado pelos ossos da cabeça, pescoço e tronco, e pelo 
esqueleto apendicular, formado pelos membros superiores e membros 
inferiores, conforme Figura 3. A união funcional entre essas duas porções ocorre 
pela cintura escapular e pela cintura pélvica. 
Figura 3 – Esqueleto axial e apendicular 
 
Crédito: Magic Mine/Shutterstock. 
 
 
 
5 
TEMA 2 – SISTEMA ESQUELÉTICO (II) 
 Quando estudamos o sistema esquelético, também o fazemos por partes: 
começamos pelos ossos da cabeça, ou seja, o crânio, o qual, por sua vez, pode 
ser dividido em duas porções, o neurocrânio e os ossos da face, conforme a 
Figura 4 e seus respectivos nomes, conforme a Tabela 1. 
Figura 4 – Ossos do crânio 
 
 
Crédito: Stihii/Shutterstock. 
Tabela 1 – Ossos do crânio 
Neurocrânio Ossos da face 
Osso frontal 
Osso occipital 
Osso esfenoide 
Osso etmoide 
Osso temporal 
Osso parietal 
Osso zigomático 
Osso maxila 
Osso palatino 
Osso nasal 
Osso lacrimal 
Concha nasal inferior 
Vômer 
Mandíbula 
 O tórax humano é composto por uma série de ossos, cuja principal função 
é formar uma caixa protetora para os pulmões, coração e parte dos órgãos 
abdominais. O tórax é composto pelas doze vértebras torácicas, localizadas na 
região dorsal ou posterior. A região anterior é formada pelo osso esterno e as 
 
 
6 
cartilagens costais, e a região lateral da caixa é formada pelas doze costelas, 
conforme Figura 5. 
Figura 5 – Tórax 
 
 
 
 
 
 
 
Crédito: Corbac40/Shutterstock. 
 A coluna vertebral no corpo humano é composta por 33 vértebras, 
divididas em 7 vértebras cervicais, 12 vértebras torácicas, 5 vértebras lombares, 
5 vértebras sacrais que estão fundidas, 4 vértebras coccígeas (Figura 6). A 
coluna vertebral possui a função de proteger a medula espinal e suportar o peso 
corporal, bem como exerce papel importante na postura e locomoção. 
Figura 6 – Coluna vertebral 
 
Crédito: Udaix/Shuttterstock. 
 
 
7 
Os ossos presentes no corpo humano que compõem os membros 
superiores podem ser divididos em quatros segmentos, sendo que o cíngulo do 
membro superior é o ponto de inserção do membro na parede torácica. O 
primeiro é chamado de cintura escapular e é composto pela clavícula e escápula; 
o segundo é o braço, composto pelo osso úmero; o terceiro é o antebraço, 
formado por dois ossos, o rádio e a ulna; e o quarto segmento é formado pelos 
ossos da mão, que são subdivididos em ossos do carpo, metacarpo e falanges 
(dedos), conforme Figura 7. 
Figura 7 – Ossos membro superior 
 
Crédito: Magic Mine/Shutterstock. 
 Os membros inferiores são inseridos ao tronco, por meio do cíngulo do 
membro inferior, formado pela pelve óssea, a qual é composta por três ossos: 
osso do quadril, formado pelo ílio, ísquio e púbis, pelo sacro e cóccix. O membro 
inferior possui a função de sustentação do peso corporal, locomoção e equilíbrio. 
Também são divididos em quatro segmentos: o primeiro formado pela cintura 
pélvica, o osso ilíaco; o segundo, a coxa, formada pelo fêmur e patela; o terceiro, 
a perna, formada pela tíbia e fíbula; e o quarto e último seguimento o pé, formado 
pelo tarso, metatarso e as falanges (dedos), conforme Figura 8. 
 
 
 
8 
Figura 8 – Ossos do membro inferior 
 
Crédito: Magic Mine/Shutterstock. 
TEMA 3 – SISTEMA ARTICULAR 
 O sistema articular é o segundo componente do aparelho locomotor, pois 
as articulações presentes em nosso corpo são uniões funcionais entre os nossos 
mais diferentes ossos, para proporcionar a execução de movimentos. Nossas 
articulações são dividas em três grandes grupos: articulações fibrosas, 
cartilaginosas e sinoviais. 
 As articulações fibrosas são classificadas como imóveis, pois sua única 
função é realizar a união forte e precisa entre os ossos, sendo que estes estão 
quase em contato direto, como entre os ossos do crânio, formando as 
conhecidas suturas. As articulações cartilaginosas, por sua vez, possuem 
movimento limitado e cartilagem unindo os ossos. 
 De todos os grupos articulares o mais importante são as articulações 
sinoviais, pois incluem a maior parte das articulações presentes no corpo 
humano, possibilitando amplo movimento. Os principais componentes das 
 
 
9 
articulações sinoviais são: cartilagem, ligamentos, disco ou menisco, cápsula 
articular e líquido sinovial, conforme Figura 9. Sua classificação se dá a partir do 
grau de liberdade de movimentos proporcionados indo de monoaxial, biaxial e 
triaxial. 
Figura 9 – Articulação sinovial 
 
Crédito: Blamb/Shutterstock. 
TEMA 4 – SISTEMA MUSCULAR (I) 
 O último sistema a formar o aparelho locomotor é o sistema muscular, 
composto por células musculares, ou seja, as fibras musculares são 
especializadas em realizar os mecanismos de contração e relaxamento. As 
fibras se agrupam e formam estruturas macroscópicas, os músculos, os quais, 
por sua vez, estão fixados pelas suas extremidades em estruturas ósseas. 
Assim, quando ocorre a contração do músculo, consequentemente ocorre o 
deslocamento da estrutura óssea, promovendo o movimento. 
 
 
10 
O corpo humano é constituído aproximadamente por 650 músculos, cuja 
principal função é a produção de movimentos corporais, regulação do volume 
dos órgãos internos, estabilização das posições corporais, produção de calor e 
o movimento de substâncias dentro do corpo. O sistema muscular está sob o 
controle direto do sistema nervoso por meio da união entre um nervo motor e 
suas ramificações até a fibra muscular. Esse encontro é chamado de placa 
motora. 
O sistema muscular é dividido em três tipos de tecido: o músculo estriado 
esquelético, com ação voluntária (por exemplo, os músculos que cobrem o 
esqueleto de nosso corpo, como o músculo deltoide do ombro); o músculo liso 
de ação involuntária forma nossos órgãos internos como o estômago; e o 
músculo estriado cardíaco, também de ação involuntária, forma o nosso coração, 
conforme Figura 10. 
Figura 10 – Tipos de tecido muscular 
 
 
Crédito: Udaix/Shutterstock. 
 
 
 
11 
TEMA 5 – SISTEMA MUSCULAR (II) 
 Dos aproximados 650 músculos presentes no corpo humano, é 
necessário que o acadêmico consiga reconhecer boa parte deles, conforme 
Figura 11. 
Figura 11 – Músculos do corpo humano 
 
Crédito: Adike/Shutterstock. 
 
Para melhor compreensão do sistema muscular, apresentamos uma 
tabela com um resumo dos principais músculos e sua localização no corpo 
humano, conforme Tabela 2.12 
Tabela 2 – Principais músculos do corpo humano 
Músculos da expressão facial 
- M. Orbicular do olho 
- M. Orbicular da boca 
- M. Frontal 
 
Músculos da mastigação 
- M. Temporal 
- M. Masseter 
 
Músculo do pescoço 
- M. Esternocleidomastóideo 
 
Músculos superficiais e 
médios do dorso 
- M. Trapézio 
- M. Grande dorsal 
Músculos da parede torácica 
- M. intercostais externos 
- M. intercostais médios 
 
Músculos da parede 
abdominal anterior 
- M. Reto do abdome 
- M. Transverso do abdome 
 
Músculos anteriores do 
ombro 
- M. Deltoide 
- M. Peitoral maior 
 
 
Músculos do braço 
- M. Bíceps braquial 
- M. tríceps 
Músculos glúteos 
- M. Glúteo médio 
- M. Glúteo máximo 
Músculos anteriores 
da coxa 
- M. reto femoral 
- M. vasto lateral 
- M. vasto medial 
Músculo posterior da 
perna 
- M. gastrocnêmio 
NA PRÁTICA 
Uma senhora de 65 anos de idade se apresenta no serviço de emergência 
com tumefação e dor intensa no tarso. Ela chega com o pé enrolado em gelo, 
carregada pelo seu filho, A paciente relata que, durante sua caminhada matinal 
pelo bairro, não observou o desnível da calçada e torceu o tornozelo. Nas três 
primeiras horas desde a lesão, o tarso inchou e ficou preto. Foram observados 
os seguintes pontos no exame físico: edema considerável de toda a região tarsal, 
hematoma grande na face lateral do tarso e dor intensa impossibilitando o 
movimento. Ao avaliar o diagnóstico por imagem, observou-se uma fratura da 
articulação talocrural. Com base no que foi abordado ao longo desta aula, 
classifique esse tipo de articulação. 
O gabarito encontra-se ao final deste documento. 
FINALIZANDO 
Trabalhamos ao longo desta com alguns pontos chave, como a 
constituição do aparelho locomotor, formado pelo sistema esquelético, articular 
e muscular. O sistema esquelético é considerado um elemento passivo dentro 
do aparelho, contudo possui diversas funções importantes, como a sustentação 
do corpo através dos seus 206 ossos. Por sua vez, o sistema articular age no 
processo de união das estruturas ósseas formando os mais diversos tipos de 
articulação. E, por fim, o sistema muscular, como elemento ativo do aparelho, 
responde aos estímulos emanados do sistema nervoso, promovendo a 
contração dos músculos e realizando o movimento. 
 
 
13 
REFERÊNCIAS 
DIMON, T. Anatomia do corpo em movimento: ossos, músculos e 
articulações. 2. ed. Barueri: Manole, 2010. 
DUGANI, S. et al. Anatomia clínica integrada com exame físico e técnicas 
de imagem. Revisão técnica de Marco Aurélio R. Fonseca Passos. Tradução de 
Maria de Fatima Azevedo. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. 
LAROSA, P. R. R. Anatomia humana: texto e atlas. Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan, 2018. 
MOORE, K. L.; DALLEY, A. F.; AGUR, A. M. R. Anatomia orientada para a 
clínica. Tradução de Claudia Lucia Caetano de Araújo. 7. ed. Rio de Janeiro: 
Guanabara Koogan, 2018. 
PEZZI, L. A. P. et al. Anatomia clínica baseada em problemas. 2. ed. Rio de 
Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. 
TORTORA, G. J.; NIELSEN, M. T. Princípios de anatomia humana. Revisão 
técnica de Marco Aurélio Rodrigues da Fonseca Passos. Tradução de Alexandre 
Werneck e Cláudia Lúcia Caetano de Araújo. Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan, 2017. 
 
 
 
14 
RESPOSTAS 
Gabarito 
Conforme abordado no tema 3 desta aula, o sistema articular é dividido 
em três grupos: articulações fibrosas (que são imóveis), articulações 
cartilaginosas (com movimento limitado) e articulações sinoviais. Como a fratura 
da senhora ocorreu na articulação talocrural, formada pela união da tíbia, fíbula 
e o tarso, sendo uma articulação que nesse caso possibilita o movimento de 
caminhar, essa é uma articulação classificada como sinovial, ou seja, de amplo 
movimento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANATOMIA HUMANA 
AULA 3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Willian Barbosa Sales 
 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Abordaremos, nesta aula, a composição anatômica do sistema 
circulatório, sistema linfático e sistema respiratório. Cada um desses sistemas 
possui sua peculiaridade, com órgãos envolvidos e interligados para garantia do 
funcionamento e equilíbrio corporal. 
Quando falamos de sistema circulatório, devemos ter em mente um dos 
seus principais órgãos, o coração, que funciona para transportar o sangue, rico 
em oxigênio e nutrientes, a todas as células do corpo, bem como para promover 
a retirada de componentes tóxicos do organismo, através da circulação. Por sua 
vez, o sistema linfático trabalha em homeostasia com o sistema circulatório, pois 
o que não é carreado através da corrente sanguínea é levado via ductos 
linfáticos, sendo filtrado e redirecionado à circulação. O sistema respiratório está 
totalmente atrelado ao sistema circulatório, um depende do outro para que ocorra 
a hematose, ou seja, a troca gasosa. O sistema respiratório fornece oxigênio e 
o sistema circulatório transporta esse oxigênio a todas as células do corpo e 
conduz o dióxido de carbono até os alvéolos, para sua eliminação através dos 
pulmões. O sistema circulatório, juntamente com o sistema respiratório, dá 
origem ao aparelho cardiorrespiratório, fundamental para a manutenção da vida, 
conforme nos mostra a Figura 1. 
Figura 1 – Aparelho cardiorrespiratório 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Crédito: Nerthuz/Shutterstock. 
 
 
 
3 
TEMA 1 – SISTEMA CIRCULATÓRIO (PARTE I) 
Quando estudamos o sistema circulatório, é de fundamental importância 
a compreensão de sua função básica, que é a de levar material nutritivo e 
oxigênio a todas as células do nosso corpo, através do sangue. Esse sistema é 
formado pelas veias e artérias que fazem a condução do sangue e pelo coração, 
que é considerado como uma bomba contrátil propulsora, promovendo a 
circulação do sangue por todo o sistema. 
O coração é o principal órgão do sistema e possui três camadas de tecido 
importantes: o endocárdio, que forra suas câmaras internas; o miocárdio, 
camada média e com maior força de contração; e, externamente, uma camada 
serosa, o epicárdio. Revestindo todo o coração externamente ainda existe um 
saco fibroso-seroso, conhecido como pericárdio. Entre ele e o coração há um 
líquido de espessura capilar que permite o deslizamento do coração, durante as 
contrações. 
O coração humano possui a forma de um cone truncado e apresenta uma 
base, um ápice e faces: esternocostal, diafragmática e pulmonar. O coração está 
localizado na cavidade torácica, em um espaço denominado mediastino. 
Internamente, o coração é dividido em quatro câmaras, dois átrios e dois 
ventrículos. A passagem do sangue ocorre de forma unidirecional, dos átrios 
para os ventrículos. Do lado direito do coração existe a valva tricúspide, entre o 
átrio e o ventrículo, para evitar o refluxo do sangue durante a contração do 
ventrículo para o átrio. Já no seu lado esquerdo acha-se a valva mitral ou 
bicúspide, entre o átrio e o ventrículo. 
Na base do coração encontram-se os chamados grandes vasos da base, 
através dos quais o sangue entra e sai do coração. E são esses grandes vasos 
que permitem a interligação entre coração e pulmão. São eles, no átrio direito: 
veia cava superior, veia cava inferior; no ventrículo direito: artéria 
troncopulmonar; no átrio esquerdo: veias pulmonares; e, no ventrículo esquerdo: 
artéria aorta. Na saída dos ventrículos existem valvas em formato de bolso para 
garantir que o fluxo sanguíneo seja unidirecional e não retorne sangue para 
dentro do ventrículo: a valva troncopulmonar, no ventrículo direito, e a valva 
aórtica no ventrículo esquerdo (Figura 2). 
 
 
 
4 
Figura 2 – Morfologia interna do coração 
 
Crédito: Blamb/Shutterstock. 
O sistema circulatório possui dois tipos principais de circulação do 
sangue. A circulação pulmonar, também conhecida como pequena circulação, 
tem início no ventrículo direito, onde o sangue é carregado para os pulmões, 
sofre a hematose – ou seja,a troca gasosa – e retorna ao átrio esquerdo. Já a 
circulação sistêmica ou grande circulação começa no ventrículo esquerdo, de 
onde o sangue é carregado, rico em oxigênio, para todas as partes do corpo e 
depois retorna ao átrio direito do coração. 
O coração só consegue carrear o sangue por todo o corpo graças à 
sístole, que é a contração, e a diástole, que é o relaxamento de sua musculatura, 
mediante ação de um sistema de condução cuja informação é emanada do 
nosso sistema nervoso central e chega ao coração através de nervos 
específicos, se comunicando com o nó sinoatrial no átrio direito, que por sua vez 
encaminha o impulso elétrico para o nó atrioventricular. Na sequência, ocorre a 
 
 
5 
sua propagação através dos feixes, pelos ventrículos, promovendo a contração 
de átrios e ventrículos de forma ordenada (Figura 3). 
 
Figura 3 – Sistema de condução do coração 
 
Crédito: Ghost design/Shutterstock. 
TEMA 2 – SISTEMA CIRCULATÓRIO (PARTE II) 
As artérias presentes no corpo humano transportam sangue rico em 
oxigênio e sob alta pressão e podem ser classificadas em quatro diferentes tipos, 
tomando como base seu tamanho e espessura. Nos livros, elas sempre estão 
representadas na cor vermelha, em uma alusão à cor do sangue que carregam. 
O sistema circulatório possui artérias de grandes calibres ou elásticas, como a 
artéria aorta, artérias de médio calibre, artérias de pequeno calibre e 
ramificações menores que são as arteríolas. As arteríolas se conectam com os 
capilares sanguíneos, que consistem em um endotélio onde ocorre a troca 
gasosa e de metabólitos entre o sangue e o tecido. Sua espessura é tão fina que 
permite a passagem de uma hemácia de cada vez. À medida que as artérias se 
distanciam do coração em direção às extremidades do corpo, seu calibre diminui. 
As veias presentes em nosso corpo fazem sequência aos capilares 
sanguíneos, após a troca gasosa e de metabólitos, e carreiam o sangue para o 
coração. Esse sangue é rico em dióxido de carbono e, dessa forma, as veias, 
nos livros, são representadas na cor azul. À medida que as veias vão se 
aproximando do coração, seu calibre vai aumentando. As veias também são 
 
 
6 
classificadas: em vênulas ou veias pequenas, veias médias e veias grandes, 
como a veia cava. As veias presentes nos membros inferiores possuem dentro 
do seu vaso as válvulas, que são formadas por pregas membranosas da camada 
interna da veia, em formato de bolso, cuja principal função é garantir que o fluxo 
sanguíneo seja contínuo em direção ao coração. Como o retorno venoso ocorre 
sob baixa pressão, em membros inferiores, para dar conta da gravidade utilizam- 
válvulas como auxílio (Figura 4). 
Figura 4 – Veias e artérias 
 
Crédito: Studio BKK/Shutterstock. 
TEMA 3 – SISTEMA LINFÁTICO 
O sistema linfático é composto por vasos, nos quais circulam a linfa, ou 
seja, o líquido que fica por entre as células, responsável por carrear partículas 
grandes que não conseguiram ser transportadas pelos capilares sanguíneos. Na 
grande maioria dos livros de anatomia, o sistema linfático é representado pela 
coloração verde. Ele é composto pelos vasos linfáticos, linfonodos, linfa e órgãos 
linfáticos, conforme a Figura 5. 
 
 
7 
Figura 5 – Sistema linfático 
 
Crédito: VectorMine/Shutterstock. 
 
Ao contrário do sistema circulatório, o sistema linfático não possui uma 
bomba propulsora como o coração, para carreamento da linfa. Para que a linfa 
seja transportada até os grandes troncos venosos, ela é deslocada pela 
contração dos músculos durante a movimentação, pulsação das artérias e 
através das válvulas. A linfa é um líquido levemente amarelado, muito 
semelhante ao plasma, e contém células de defesa, os linfócitos. A linfa 
transportada passa pelos linfonodos, que possuem a função de filtrar a linfa, 
 
 
8 
retirando-lhe partículas tóxicas, bactérias, antes de ela desembocar no sistema 
venoso. 
O sistema linfático age diretamente no sistema imunológico, protegendo 
o corpo contra infecções por meio da ativação de mecanismos bastante precisos 
de defesa, os glóbulos brancos. Os principais órgãos do sistema linfático são as 
tonsilas (um tecido linfático da cavidade oral), o timo, o baço e a medula óssea. 
TEMA 4 – SISTEMA RESPIRATÓRIO (PARTE I) 
Ao pensar no sistema respiratório, devemos ter em mente que ele é 
responsável por uma das principais funções para a manutenção da vida, a 
respiração. Seus órgãos são adaptados para captação do oxigênio e eliminação 
do dióxido de carbono. O sistema respiratório é composto pela porção de 
condução, ou seja, com órgãos adaptados para realizarem a condução do ar, 
nariz, faringe e laringe; e pela porção de respiração, com órgãos responsáveis 
pela troca gasosa, os pulmões e a árvore brônquica como um todo, conforme a 
Figura 6. 
Figura 6 – Sistema respiratório 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Crédito: Alila Medical Media/Shutterstock. 
Na porção de condução, dentro do nariz existem as conchas nasais, 
revestidas por tecido mucoso, cuja principal função, além da condução do ar, é 
aquecer, umidificar e purificar o ar inspirado. A faringe é associada aos sistemas 
respiratório e digestório, pois, quando inspiramos o ar, ela o direciona para a 
 
 
9 
traqueia; quando nos alimentamos, durante o processo da deglutição, ela obstrui 
a entrada da traqueia, conduzindo o alimento para o esôfago. A laringe, além de 
promover o direcionamento do ar, é o nosso órgão da fala, ou seja, o órgão da 
fonação. 
TEMA 5 – SISTEMA RESPIRATÓRIO (PARTE II) 
Composta por diversos anéis cartilaginosos incompletos, em forma da 
letra C, e diversos ligamentos anulares interpostos aos anéis, temos a traqueia. 
Esses anéis impedem que ela colabe, ou seja, se feche e com isso impeça a 
chegada de ar até os pulmões. A traqueia se divide em dois brônquios principais 
(direito e esquerdo). Na sequência, cada brônquio se divide em brônquios 
lobares, indo para os lobos dos pulmões. Dentro de cada lobo, os brônquios se 
dividem em brônquios segmentares, bronquíolos e, por fim, terminam nos 
alvéolos, unidades funcionais dos pulmões onde a hematose (troca gasosa) 
ocorre. A sequência de divisões dos brônquios dá origem ao que conhecemos 
como árvore brônquica, conforme a Figura 7. 
Figura 7 – Árvore brônquica e pulmões 
 
Crédito: VectorMine/Shutterstock. 
Envolvendo toda a estrutura da árvore brônquica, existem os pulmões, 
órgãos principais do processo de respiração. Cada pulmão está revestido por um 
 
 
10 
saco seroso fechado, que protege a pleura. Anatomicamente, os pulmões 
possuem uma forma cônica, apresentando ápice, base e faces. A base descansa 
sobre o principal músculo relacionado à respiração, o músculo diafragma. Este 
músculo separa o tórax do abdome. 
O pulmão direito é dividido em lobos: superior, médio e inferior. Já o 
pulmão esquerdo é também dividido em lobos: superior e inferior. Essa diferença 
ocorre pela posição anatômica do coração, cujo ápice está inclinado para o lado 
esquerdo. Na face medial de cada pulmão, existe uma região chamada de hilo 
pulmonar, através do qual os brônquios, vasos e nervos entram e saem dos 
pulmões. 
NA PRÁTICA 
Um homem de 75 anos, hipertenso sem tratamento contínuo, é 
encaminhado ao ambulatório de cardiologia de uma unidade básica de saúde, 
onde relata história progressiva de dispneia (falta de ar), mesmo ao realizar 
pouco esforço. Ele conta que acorda várias vezes com falta de ar, durante a 
noite. A radiografia de seu tórax apresenta importante cardiomegalia 
(crescimento do coração em proporções anormais) e congestão pulmonar 
(acúmulo de líquido nos pulmões, diminuindo a eficácia da troca gasosa). Com 
base na história clínica do paciente e no abordado ao longo da aula, qual a 
relação entre sistema circulatório e sistema respiratório, nesse caso? 
(A sugestão de resposta encontra-se ao final deste documento). 
FINALIZANDO 
Nesta aula,foi abordado o conteúdo de três grandes sistemas. O sistema 
circulatório, composto por veias, artérias, capilares e cujo principal órgão, o 
coração, funciona como uma bomba contrátil propulsora que, durante sua 
contração e relaxamento, ou seja, sístole e diástole, impulsiona o sangue, rico 
em nutrientes, para todo o corpo. 
O sistema linfático transporta a linfa, ou seja, o líquido intercelular ou 
intersticial, rico em substâncias que não passaram pelos capilares sanguíneos, 
mas que podem conter microrganismos, toxinas e substâncias estranhas que 
serão filtradas pelos linfonodos, antes de serem devolvidas à corrente 
sanguínea. Ou seja, o sistema linfático possui uma relação muito importante com 
 
 
11 
o sistema imunológico, via órgãos linfáticos como timo, tonsilas, baço e medula 
óssea. 
E, por fim, o sistema respiratório promove a hematose, ou seja, a troca 
gasosa, através do mecanismo de respiração, pelo qual inspiramos oxigênio e 
expiramos dióxido de carbono. Essa troca só é possível através das conexões 
bastante precisas existentes entre o sistema circulatório e o sistema respiratório. 
 
 
12 
REFERÊNCIAS 
DIMON, T. Anatomia do corpo em movimento: ossos, músculos e 
articulações. 2. ed. Barueri: Manole, 2010. 
DUGANI, S. et al. Anatomia clínica: integrada com exame físico e técnicas de 
imagem. Tradução: Maria de Fátima Azevedo. 1. ed. Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan, 2017. 
LAROSA, P. R. R. Anatomia humana: texto e atlas. 1. ed. Rio de Janeiro: 
Guanabara Koogan, 2018. 
MOORE, K. L.; DALLEY, A. F.; AGUR, A. M. R. Anatomia orientada para a 
clínica. Tradução: Cláudia Lúcia Caetano de Araújo. 7. ed. Rio de Janeiro: 
Guanabara Koogan, 2018. 
PEZZI, L. A. P. et al. Anatomia clínica baseada em problemas. 2. ed. Rio de 
Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. 
TORTORA, G. J.; NIELSEN, M. T. Princípios de anatomia humana. Tradução: 
Alexandre Werneck e Cláudia Lúcia Caetano de Araújo. Rio de Janeiro: 
Guanabara Koogan, 2017. 
 
 
 
13 
RESPOSTAS 
Gabarito “Na Prática” 
Ambos os sistemas estão interligados. O sistema circulatório está 
conectado ao sistema respiratório, através dos grandes vasos da base (artérias 
pulmonares e veias pulmonares), para realizar a hematose a nível pulmonar. O 
sistema respiratório fornece oxigênio e o sistema circulatório transporta esse 
oxigênio a todas as células do corpo e conduz o dióxido de carbono até os 
alvéolos, para sua eliminação através dos pulmões. Se o coração crescer de 
forma anormal, irá perder força de contração; consequentemente, isso irá 
influenciar na circulação, o que acarretará sobrecarga nos pulmões, dificultando 
a hematose e promovendo todos os sinais apresentados pelo paciente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANATOMIA HUMANA 
AULA 4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Willian Barbosa Sales 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Sistema gastrintestinal 
Abordaremos nesta aula a composição anatômica do sistema 
gastrintestinal, também conhecido como sistema digestório. Esse sistema é 
composto por um tubo revestido de epitélio mucoso que começa na cavidade 
oral e termina no canal anal, sendo classificado como uma cavidade corporal 
aberta, pois possui um aporte de entrada e outro de saída. A principal função do 
sistema gastrintestinal é a oferta de nutrientes para todo organismo. Para que 
isso aconteça, à medida que o alimento percorre cada órgão do sistema, ele 
sofre modificações físicas, químicas e físico-químicas, para ser digerido, 
absorvido e assimilado. 
 O sistema gastrintestinal mede aproximadamente 8 metros da boca até o 
canal anal, sendo composto pelos seguintes órgãos: cavidade oral, faringe, 
esôfago, estômago, intestino delgado, intestino grosso e órgãos em anexo 
(fígado e pâncreas), conforme Figura 1. 
Figura 1 – Sistema gastrintestinal 
 
Créditos: La Gorda/Shutterstock. 
 
 
3 
 
TEMA 1 – CAVIDADE ORAL, FARINGE E ESÔFAGO 
 A cavidade oral é composta pela boca, bochechas, língua, dentes, 
gengivas e glândulas salivares e forma o primeiro compartimento do sistema 
gastrintestinal. Nesse compartimento, a principal função é a formação do bolo 
alimentar por meio da mastigação e da ação da saliva. Na boca existem três 
glândulas salivares: parótida, submandibular e sublingual. A produção de saliva 
por essas glândulas dá início à digestão de carboidratos e auxilia na formação 
do bolo alimentar. 
 A faringe marca o segundo compartimento, também conhecido como 
faríngeo – esofágico – deglutitório. Ela faz a conexão entre cavidade oral e o 
esôfago. O bolo alimentar passa por ela por meio da deglutição, por movimentos 
peristálticos. Durante a deglutição, a faringe obstrui a entrada da traqueia e 
direciona o bolo alimentar para o esôfago. A função do esôfago, que é delimitado 
pela esfíncter esofágico superior e esfíncter esofágico inferior, é direcionar o 
alimento até o estômago por meio de fortes movimentos peristálticos (Figura 2). 
Figura 2 – Cavidade oral, faringe e esôfago 
 
Créditos: Teguh Mujiono/Shutterstock. 
 
 
 
4 
TEMA 2 – ESTÔMAGO 
 O terceiro compartimento gastrintestinal é o estômago, que forma um 
saco muscular com diversas camadas musculares lisas. Nele o bolo alimentar 
sofre a ação da secreção gástrica do ácido clorídrico, que o transforma em 
quimo. O estômago realiza fortes movimentos peristálticos para misturar o bolo 
alimentar ao ácido clorídrico para realizar a digestão do alimento. 
A mucosa interna do estômago é irregular, formando pregas, nas quais 
existem glândulas produtoras de muco que fazem a proteção do estômago 
contra seu próprio ácido clorídrico e células parietais que produzem o ácido 
clorídrico. O estômago possui quatro partes anatômicas importantes: fundo 
gástrico, corpo gástrico, antro pilórico e canal pilórico, onde existe o músculo 
esfíncter pilórico que realiza o controle do esvaziamento do estômago frente à 
ação hormonal, conforme Figura 3. 
Figura 3 – Estômago 
 
Créditos: Ilusmedical/Shutterstock. 
TEMA 3 – INTESTINO DELGADO 
O quarto compartimento é formado pela parte mais longa do tubo 
digestivo, intestino delgado, no qual ocorrerá a degradação integral e completa 
do substrato alimentar por meio das enzimas pancreáticas e pela bile e a 
absorção dos nutrientes. Ao longo da digestão o intestino delgado realiza 
 
 
5 
movimentos peristálticos a fim de aumentar o contato do substrato alimentar com 
a mucosa para favorecer a absorção e o deslocamento ao logo do intestino 
delgado. 
O intestino delgado é dividido em três partes: duodeno, jejuno e íleo. Em 
uma pessoa viva ele possui aproximadamente 5 metros, mas em um cadáver, 
devido ao relaxamento muscular, pode chegar até a 7 metros. O duodeno, que 
faz sequência ao estômago logo após o esfíncter pilórico, é uma das partes mais 
importantes do intestino delgado e possui a forma da letra “C”. Nele o quimo 
ácido oriundo do estômago é convertido em quilo, pela ação das enzimas 
pancreáticas e pela bile armazenada na vesícula biliar, finalizando o processo 
digestivo e dando início à absorção dos nutrientes. 
O jejuno corresponde a 40% e o ílio a 60% de todo o tamanho do intestino 
delgado. A mucosa interna do intestino delgado é composta por células 
chamadas de enterócitos, os quais, por sua vez, possuem microvilosidades em 
suas bordas que aumentam a superfície de absorção dos nutrientes. Todos os 
nutrientes absorvidos no intestino delgado são carreados para o fígado para 
serem metabolizados via veia porta, e o que não foi absorvido é direcionado ao 
intestino grosso, conforme Figura 4. 
Figura 4 – Intestino delgado 
 
Créditos: Magic Mine/Shutterstock. 
 
 
 
6 
TEMA 4 – INTESTINO GROSSO 
O intestino grosso é anatomicamente dividido em duas grandes porções: 
o intestino grosso proximal e o distal. Na porção proximal, o conteúdo intestinal 
é transformado em fezes, ocorrendo absorção de água e eletrólitos. Na parte 
distal,ocorre o armazenamento das fezes para sua eliminação em momento 
oportuno, por meio da defecação. As células presentes no intestino grosso não 
apresentam microvilosidades, porém possuem células especializadas na 
produção de muco, que lubrificam as fezes, facilitando sua eliminação. A 
movimentação ao longo do intestino grosso ocorre por fortes ondas peristálticas, 
também conhecidas como ondas de massa. 
O intestino grosso é subdivido em ceco, porção inicial que faz 
comunicação com a última porção do intestino delgado, e o ílio, ambos 
delimitados pelo esfíncter ileocecal, que impede retorno de material fecal para o 
intestino delgado. No ceco, existe a presença do apêndice vermiforme, uma 
pequena extensão tubular de fundo cego. O cólon é a região intermediária do 
intestino grosso e se divide em cólon ascendente, cólon transverso, cólon 
descendente, cólon sigmoide, o reto porção final do tubo digestivo e o canal anal, 
que se encontra fechado devido à contração tônica dos músculos esfíncteres 
anais interno (involuntário) e externo (voluntário), conforme Figura 5. 
Figura 5 – Intestino grosso 
 
Créditos: Designua/Shutterstock. 
 
 
7 
TEMA 5 – FÍGADO E PÂNCREAS 
O fígado é considerado o laboratório do corpo humano, pois todos os 
nutrientes oriundos da absorção via intestino delgado são direcionados para o 
fígado via veia porta, onde são processados e metabolizados. A célula unidade 
funcional do fígado é o hepatócito, local de produção da bile, porém o seu 
armazenamento ocorre na vesícula biliar, e sua principal função durante a 
digestão é a emulsificação de gorduras. O fígado é divido anatomicamente em 
quatro lobos: lobo direito, lobo esquerdo, lobo quadrado e lobo caudado, 
conforme Figura 6. 
Figura 6 – Fígado 
 
Créditos: Veronika Zakharova/Shutterstock. 
 O pâncreas possui duas funções: exócrina e endócrina. Para o sistema 
gastrintestinal, a mais importante é a funções exócrina, pois está relacionada à 
produção das enzimas digestivas, vertidas no duodeno, que finalizam o processo 
digestivo. Anatomicamente, o pâncreas está localizado posteriormente ao 
estômago, e é divido em cabeça, corpo e cauda. Possui um ducto pancreático 
que percorre toda sua estrutura, por onde as secreções exócrinas são carreadas 
até a ampola hepatopancreática, no nível do duodeno, conforme Figura 7. 
 
 
 
8 
Figura 7 – Pâncreas 
 
 
Créditos: No Pain No Gain/Shutterstock. 
NA PRÁTICA 
 Uma senhora saudável de 63 anos de idade fez uma refeição ingerindo 
grande quantidade de comida e, em seguida, fez uma viagem de 4 horas em um 
trem sem banheiro. Aproximadamente 1 hora após a refeição, ela sente vontade 
de defecar, contudo ela consegue se controlar até um momento oportuno. Com 
base no abordado ao longo da aula, como essa senhora conseguiu realizar o 
controle da vontade de defecar? 
GABARITO 
O sistema gastrintestinal é um sistema aberto, com aporte de entrada e 
aporte de saída. À medida que o alimento é acomodado no estômago logo após 
a refeição, estímulos hormonais acionam movimentos peristálticos que 
direcionam o material não digerido do intestino delgado, especificamente do ílio 
para a ceco, primeira porção do intestino grosso. Na sequência, as fezes já 
formadas armazenadas na parte distal do intestino grosso irão acionar o 
mecanismo da defecação, contudo o esfíncter externo do canal anal é voluntário, 
tornado assim possível o controle da defecação até um momento oportuno. 
 
 
9 
FINALIZANDO 
Nesta aula foram abordadas as principais estruturas anatômicas e 
funções básicas de cada órgão que compõem o sistema gastrintestinal. Esse 
sistema é dividido em 6 câmaras em série, cada uma com uma função na 
modificação do conteúdo digestório. O mecanismo da digestão começa pela 
boca, na formação do bolo alimentar por meio da mastigação e produção de 
saliva. O esôfago realiza o transporte do bolo alimentar até o estômago, onde 
ocorre a formação do quimo, pela ação do ácido clorídrico. No intestino delgado 
ocorre o final da digestão pela ação da secreção biliar e secreção pancreática e 
dá início à absorção dos nutrientes. No intestino grosso proximal, ocorre a 
absorção de água e eletrólitos e formação das fezes; já no intestino grosso distal 
ocorre o armazenamento das fezes para sua eliminação por meio da defecação. 
O fígado está presente como o principal órgão que irá metabolizar todos os 
nutrientes, e na formação da bile e seu armazenamento na vesícula biliar e o 
pâncreas exócrino pela produção das enzimas pancreáticas fundamentais para 
a digestão no duodeno. 
 
 
 
 
10 
REFERÊNCIAS 
DUGANI, S. et al. Anatomia clínica integrada com exame físico e técnicas 
de imagem. Revisão técnica de Marco Aurélio R. Fonseca Passos. Tradução de 
Maria de Fatima Azevedo. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. 
LAROSA, P. R. R. Anatomia humana: texto e atlas. Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan, 2018. 
MOORE, K. L.; DALLEY, A. F.; AGUR, A. M. R. Anatomia orientada para a 
clínica. Tradução de Cláudia Lúcia Caetano de Araújo. 7. ed. Rio de Janeiro: 
Guanabara Koogan, 2018. 
PEZZI, L. A. P. et al. Anatomia clínica baseada em problemas. 2. ed. Rio de 
Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. 
TORTORA, G. J.; NIELSEN, M. T. Princípios de anatomia humana. Revisão 
técnica de Marco Aurélio Rodrigues da Fonseca Passos. Tradução de Alexandre 
Werneck e Cláudia Lúcia Caetano de Araújo. Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan, 2017. 
 
 
 
 
Anatomia Humana 
AULA 5 
Prof. Willian Barbosa Sales 
 
 
CONVERSA INICIAL 
 Abordaremos nesta aula a composição anatômica do sistema urinário e 
do sistema reprodutor, também conhecidos como aparelho genitourinário. O 
sistema urinário é um dos sistemas responsáveis pela remoção de compostos 
tóxicos da corrente sanguínea, ou seja, a filtragem do sangue, sendo um dos 
principais sistemas responsáveis pelo controle da homeostase corporal, 
mantendo os níveis constantes de substâncias importantes para o corpo 
humano, como sódio, potássio, cálcio, hidrogênio e água. Os principais órgãos 
que formam esse sistema são: rins, ureteres, bexiga urinária e a uretra, conforme 
Figura 1. 
Figura 1 – Sistema urinário 
 
Fonte: Udaix/Shutterstock. 
Os sistemas reprodutores feminino e masculino possuem suas 
peculiaridades anatômicas individuais, porém ambos possuem como função 
primordial a reprodução. No sexo masculino, o testículo é responsável pela 
produção dos espermatozoides e da testosterona, hormônio que permite o 
desenvolvimento das características sexuais secundárias no homem. No sexo 
feminino, os ovários são responsáveis pela liberação do óvulo e pela produção 
do estrogênio e progesterona, além da presença do útero que irá garantir o 
desenvolvimento de um novo ser vivo, conforme Figura 2. 
 
 
 
 
3 
Figura 2 – Sistema reprodutor masculino e feminino 
 
Fonte: Vector Mine/Shutterstock. 
TEMA 1 – RINS 
Os rins são órgãos pares, e cada um possui em seu polo superior uma 
glândula suprarrenal. Sua coloração é marrom-avermelhada e estão localizados 
na parede posterior da cavidade abdominal, ocupando uma posição 
retroperitoneal, a direita e a esquerda da coluna vertebral nas vertebras torácicas 
(T11/T12) à vertebra lombar (L3), com aproximadamente 150 gramas. O rim 
direito se localiza no lado inferior esquerdo pela presença do fígado. 
Externamente, os rins possuem uma camada de revestimento (cápsula 
fibrosa, cápsula adiposa e fáscia renal). O hilo renal é a região delimitada dos 
rins que permite a entrada e a saída dos grandes vasos, como veia renal, artéria 
renal, pelve renal, nervos e vasos linfáticos. Internamente, os rins possuem 
córtex renal, pirâmides renais, colunas renais, papilas renais, cálices renais 
menores, cálices renais, pelve renal, conforme Figura 3. Cada uma dessas 
 
 
4 
estruturas está adaptada para direcionar a urina formada para fora dos rins em 
direção aos ureteres. 
Figura 3– Estrutura interna dos rins 
 
Fonte: Alexander P./Shutterstock. 
A principal função dos rins é a formação da urina, ou seja, filtrar o sangue, 
retirando dele compostos tóxicos e os eliminando na forma de urina. Cada rim 
possui aproximadamente 1 milhão de néfrons. O néfron é a unidade funcional 
dos rins, a célula responsável em filtrar o sangue e formar a urina, por meio da 
filtração, reabsorção, secreção e garantir sua eliminação através da excreção, 
conforme Figura 4. 
 
 
 
5 
Figura 4 – Néfron 
 
Fonte: Vector Mine/Shutterstock. 
TEMA 2 – URETER, BEXIGA URINÁRIA 
Os ureteres são definidos como um tubo muscular que une os rins à 
bexiga urinária, ou seja, sua principal função é fazer o direcionamento/transporte 
da urina formada nos rins até a bexiga urinária para seu armazenamento. Possui 
trajeto descendente, realiza movimentos peristálticos, possui aproximadamente 
24 a 34 cm de comprimento, sendo formado por camadas mucosa, muscular e 
fibrosa. Seu trajeto final forma os óstios dos ureteres dentro da bexiga urinária, 
conforme Figura 5. 
Figura 5 – Ureteres 
 
Fonte: Medical Art Inc/Shutterstock. 
 
 
6 
 A bexiga urinária é responsável pelo armazenamento da urina formada, 
garantindo sua emissão periódica através da micção. Nos homens está 
localizada na parte anterior ao reto e nas mulheres é anterior ao útero e porção 
superior da vagina. Formada por uma bolsa elástica de musculatura lisa, quando 
vazia apresenta sua membrana mucosa pregueada e possui o músculo detrusor 
responsável pela sua contração. A bexiga urinária tem uma região lisa e 
triangular denominada trigono da bexiga, formada pelos óstios dos ureteres e 
pelo óstio da uretra, localizadas na parte inferior da bexiga urinária. Sua 
capacidade pode chegar a aproximadamente 800 ml, deflagrando o mecanismo 
da micção, conforme Figura 6. 
Figura 6 – Bexiga urinária 
 
 
Fonte: Lightspring/Shutterstock. 
 
 
 
7 
TEMA 3 – URETRA 
A uretra é responsável em fazer a eliminação da urina, ou seja, ela faz a 
conexão entre a bexiga urinária e o meio externo. No sexo masculino, ela tem 
duas funções, tanto de ejaculação quanto de micção, e possui aproximadamente 
20 cm de comprimento, indo desde o óstio interno da uretra dentro da bexiga 
urinária até o óstio externo da uretra na glande do pênis. O sexo masculino 
possui três porções bem delimitadas: parte prostática, parte membranosa e parte 
esponjosa da uretra. A uretra masculina apresenta o esfíncter interno da uretra 
(involuntário) e o esfíncter externo da uretra (voluntário), localizado no diafragma 
urogenital. No sexo feminino, a uretra possui aproximadamente cerca de 4 cm 
de comprimento. Isso anatomicamente favorece a infecção urinária nas 
mulheres, que possuem somente o esfíncter externo da uretra (voluntário) 
localizado no diafragma urogenital. No sexo feminino, o óstio externo da uretra 
feminina encontra-se localizado entre o clítoris e o óstio externo da vagina, 
conforme Figura 7. 
 
Figura 7 – Uretra masculina e feminina 
 
Fonte: Blue Ring Media/Shutterstock. 
TEMA 4 – SISTEMA REPRODUTOR FEMININO 
 O sistema reprodutor feminino forma um conjunto de órgãos responsáveis 
pelo mecanismo da reprodução, sendo considerado mais complexo do que o 
 
 
8 
masculino em virtude de exercer uma função a mais desenvolvida pelo útero, 
que é a de abrigar e prover o desenvolvimento de um novo ser vivo. O sistema 
reprodutor feminino é formado pelos seguintes elementos: ovário, tubas uterinas, 
útero, vagina, conforme Figura 8. 
Figura 8 – Sistema reprodutor feminino 
 
Fonte: Logika600/Shutterstock. 
Os ovários produzem os óvulos (ovócitos), produzem os principais 
hormônios femininos estrogênio e progesterona. As tubas uterinas conduzem o 
óvulo em direção ao útero através de movimentos peristálticos. A fecundação 
ocorre nas tubas uterinas, as quais, por sua vez, são divididas em fímbrinas, 
infundíbulo, ampola e istmo. O útero irá abrigar o novo ser vivo em 
desenvolvimento, oferecendo proteção e nutrição. É um órgão oco em forma de 
pera, formado por musculatura lisa, e possui três camadas: endométrio (interna), 
miométrio (média) e perimétrio (externa). O endométrio se descama e se renova 
a cada ciclo menstrual através da menstruação. O útero possui três partes 
importantes: fundo, corpo e colo do útero. 
A vagina é o órgão responsável em acoplar o pênis durante o intercurso 
sexual. Formada por músculo elástico, estende-se do colo do útero até a sua 
abertura no vestíbulo da vagina. As estruturas eréteis responsáveis pela 
excitabilidade sexual feminina é o clítoris e o bulbo do vestíbulo. A lubrificação 
do canal vaginal ocorre pelas glândulas de Bartholin, também conhecidas como 
 
 
9 
glândulas vestibulares. Nos órgãos genitais externos estão localizados os 
pequenos lábios, grandes lábios e monte púbico, conforme Figura 9. 
Figura 9 – Órgãos genitais externos 
 
Fonte: Blue Ring Media/Shutterstock. 
A mama feminina é responsável pela produção do leite materno para o 
aleitamento e é composta anatomicamente pelas seguintes estruturas: aréola 
região pigmentada, papila mamária (bico do peito), ductos lactíferos, seios 
lactíferos, tecido adiposo subcutâneo e lobos da glândula mamária, conforme 
Figura 10. 
Figura 10 – Mama feminina 
 
Fonte: Matoom Mi/Shutterstock. 
 
 
10 
TEMA 5 – SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO 
O sistema reprodutor masculino é formado pelo escroto, testículos, vias 
condutoras de gametas, órgão de cópula, glândulas anexas e estruturas eréteis. 
Os testículos são órgãos ovais pares, localizados dentro do escroto, fora da 
cavidade da pelve. O escroto possui pelos esparsos e um septo mediano que o 
divide em dois compartimentos (esquerdo e direito). A posição do escroto 
favorece o desenvolvimento do espermatozoide no testículo, que necessita estar 
aproximadamente 3 ºC abaixo da temperatura corporal. Os espermatozoides não 
estão ativos quando saem dos testículos, por isso são direcionados ao epidídimo 
para amadurecerem. Este fica localizado na face posterior lateral de cada 
testículo, sendo dividido anatomicamente em: cabeça, corpo, cauda. 
O ducto deferente tem início após a cauda do epidídimo, e sua principal 
função é transportar e armazenar os espermatozoides durante a ejaculação. 
Possui aproximadamente 45 cm de comprimento, passa pelo canal inguinal, 
parede do abdome, cavidade pélvica, desce ao longo da parede posterior da 
bexiga urinária, encontrando-se com a vesícula seminal. A extremidade distal do 
ducto deferente forma a ampola do ducto deferente que irá se juntar com o ducto 
da glândula seminal formando o ducto ejaculatório dentro da próstata. A uretra 
masculina forma um canal tanto para micção quanto para ejaculação, contudo 
são ações distintas, ou seja, ou ejacula ou realiza a micção. A uretra possui 
aproximadamente 20 cm, estendendo-se desde o óstio interno da uretra até o 
óstio externo da uretra na glande do pênis. Nela se encontra a parte prostática 
quando essa atravessa a próstata; parte membranosa, quando atravessa o 
assoalho da pelve; e a parte esponjosa, localizada ao longo de todo o corpo 
esponjoso do pênis, conforme Figura 11. 
Figura 11 – Vias condutoras de gameta 
 
Fonte: Blue Ring Media/Shutterstock. 
 
 
11 
 O sistema reprodutor masculino possui três glândulas anexas ou 
acessórias: glândulas seminais ou vesículas seminais, próstata e as glândulas 
bulbouretrais. As glândulas seminais estão localizadas na superfície posterior da 
bexiga urinária e são responsáveis pela produção de 60% do volume do sêmen 
e produção de fluído viscoso rico em frutose, que ativam o batimento do flagelo 
presente nos espermatozoides. A próstata é do tamanho de uma castanha e está 
localizada em posição inferior à bexiga urinária, é composta por diversas 
glândulas, sendo responsável por 1/3 do sêmen. Possui fluido de coloração 
leitosa que melhora amotilidade do espermatozoide e produz o antígeno 
prostático (PSA), utilizado para triagem em exames de câncer de próstata. As 
glândulas bulbouretrais possuem o tamanho de uma ervilha, estão localizadas 
dentro do diafragma urogenital, sendo ativadas na excitação sexual. Seu fluido 
limpa a uretra, neutralizando o pH ácido da urina, lubrificando para passagem do 
sêmen, conforme Figura 12. 
Figura 12 – Glândulas do aparelho reprodutor masculino 
 
Fonte: Medical Art Inc/Shutterstock. 
O pênis é o órgão sexual masculino responsável pelo intercurso sexual, 
sendo acoplado pela vagina durante o ato sexual. Possui três estruturas 
importantes: raiz, corpo e a glande do pênis. Ele é revestido por uma pele frouxa 
que cobre todo seu corpo. A pele que recobre a glande é chamada de prepúcio. 
O pênis possui 3 corpos cilíndricos de tecido erétil, um corpo esponjoso e dois 
corpos cavernosos que compõem a maior parte de massa erétil, conforme Figura 
13. 
 
 
12 
Figura 13 – Anatomia do pênis 
 
Fonte: Elen Bushe/Shutterstock. 
 
NA PRÁTICA 
 Um homem de 60 anos de idade vai ao pronto atendimento relatando não 
conseguir urinar há 24 horas. O paciente relata que já havia procurado a 
medicina familiar, queixando-se de dificuldade progressiva para urinar. Fez 
tratamento, porém sem sucesso. O urologista de plantão foi chamado e, durante 
o exame físico de toque retal, revelou a próstata aumentada. Com base no 
abordado ao longo da aula, qual é a relação da próstata aumentada e a 
dificuldade de urinar? 
 
GABARITO 
A uretra masculina começa no óstio interno da uretra dentro da bexiga 
urinária e se estende até o óstio externo da uretra na glânde do pênis. Embora 
seja relativamente grande, aproximadamente 20 cm de comprimento, ela é 
dividida em 3 partes: parte prostática, parte membranosa e parte esponjosa. 
Como a parte prostática passa por dentro da próstata, seu aumento pode 
 
 
13 
provocar a obstrução parcial ou total dessa parte da uretra, impossibilitando a 
saída da urina. 
FINALIZANDO 
Nesta aula foram abordadas as principais estruturas anatômicas e 
funções básicas do sistema urinário e sistema reprodutor feminino e masculino. 
Com relação ao sistema urinário, vale ressaltar a importância de cada órgão 
como os rins na formação da urina, os ureteres no direcionamento da urina para 
bexiga urinária, a bexiga urinária realizando o armazenamento e a uretra 
promovendo a eliminação da urina. 
Para o sistema reprodutor feminino, faz-se necessário lembrar de todos 
os órgãos que compõem o sistema: ovários, tubas uterinas, útero, vagina, órgãos 
sexuais externos e a mama feminina. O sistema reprodutor masculino possui 
escroto, testículos, epidídimo, ducto deferente, glândulas seminais, próstata, 
glândulas bulbouretrais, uretra e o pênis. Ambos os sistemas reprodutores estão 
interligados através do ato sexual, para promover a reprodução humana. 
 
 
 
 
 
 
14 
REFERÊNCIAS 
DUGANI, S. et al. Anatomia clínica integrada com exame físico e técnicas 
de imagem. Revisão técnica de Marco Aurélio R. Fonseca Passos. Tradução de 
Maria de Fatima Azevedo. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. 
LAROSA, P. R. R. Anatomia humana: texto e atlas. Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan, 2018. 
MOORE, K. L.; DALLEY, A. F.; AGUR, A. M. R. Anatomia orientada para a 
clínica. Tradução de Claudia Lucia Caetano de Araújo. 7. ed. Rio de Janeiro: 
Guanabara Koogan, 2018. 
PEZZI, L. A. P. et al. Anatomia clínica baseada em problemas. 2. ed. Rio de 
Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. 
TORTORA, G. J.; NIELSEN, M. T. Princípios de anatomia humana. Revisão 
técnica de Marco Aurélio Rodrigues da Fonseca Passos. Tradução de Alexandre 
Werneck e Cláudia Lúcia Caetano de Araújo. Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan, 2017. 
 
 
Anatomia Humana 
AULA 6 
Prof. Willian Barbosa Sales 
 
 
CONVERSA INICIAL 
 Abordaremos nesta aula a composição anatômica do sistema endócrino 
e do sistema nervoso. O sistema endócrino (Figura 1) é formado por um conjunto 
de glândulas cuja principal função é a produção de hormônios essenciais para 
integração e regulação de diversos mecanismos corporais. As glândulas 
presentes no sistema endócrino são responsáveis por auxiliarem no controle da 
homeostase. A glândula hipófise é considerada a glândula mestre, seguida pela 
glândula pineal e seu controle nos ritmos circadianos. A glândula tireoide 
influencia o controle do metabolismo corporal, e a paratireoide tem o controle de 
cálcio. O pâncreas endócrino produz hormônios importantes no controle da taxa 
glicêmica, e a glândula suprarrenal produz hormônios relacionados ao estresse 
e a luta. Ovários e testículos foram abordados no sistema reprodutor. 
Figura 1 – Sistema endócrino 
 
Fonte: Designua/Shutterstock. 
 O sistema nervoso é responsável pela captação de estímulos oriundos do 
ambiente à nossa volta, interpretação desses estímulos e desencadeamento de 
 
 
3 
respostas bastante precisas. É o órgão central do corpo humano responsável 
pelo controle, funcionamento e homeostase de todas as estruturas corporais, 
integrando todos os sistemas, controlando-os de forma harmônica, conforme 
Figura 2. 
Figura 2 – Sistema nervoso 
 
Fonte: Marina UA/Shutterstock. 
TEMA 1 – SISTEMA ENDÓCRINO (I) 
 O sistema endócrino funciona frente aos estímulos enviados pelo sistema 
nervoso central, especificamente via hipotálamo, principal centro integrador do 
controle visceral e homeostase corporal. A conexão entre hipotálamo localizado 
dentro do (SNC) e a principal glândula do sistema endócrino a hipófise é 
conhecida como eixo hipotálamo/hipófise. O hipotálamo manda as informações 
necessárias para a hipófise para que esta realize a produção dos hormônios 
específicos e ativação do funcionamento de todas as glândulas. 
A hipófise é a principal glândula do sistema endócrino e possui tamanho 
muito pequeno, quando comparado à sua importância no controle do equilíbrio 
corporal. A hipófise rege com tamanha maestria o controle de todas as outras 
glândulas corporais, através de seus dois lobos, adeno-hipófise e neuro-hipófise. 
Está localizada na base do encéfalo em uma cavidade do osso esfenoide 
chamada de sela turca, conforme Figura 3. 
 
 
 
4 
 
 
Figura 3 – Hipotálamo e hipófise 
 
Fonte: Vector Mine/Shutterstock. 
 A glândula pineal é responsável pelo controle do ritmo circadiano e pela 
influência direta nos ciclos do sono a glândula pineal, produz o hormônio 
melatonina. Possui integração direta com hipotálamo e hipófise, o que justifica 
sua localização dentro do sistema nervoso central, conforme Figura 4. 
 
 
 
 
 
5 
Figura 4 – Glândula pineal 
 
Fonte: Vector Mine/Shutterstock. 
A glândula tireoide é a principal glândula responsável pelo controle da taxa 
metabólica, aumento do consumo de oxigênio, frequência cardíaca, ventilação e 
função renal do corpo humano, por meio da produção dos seus importantes 
hormônios tiroxina (T4) e a triiodotironina (T3). Está localizada anteriormente a 
traqueia e possui dois lobos, direito e esquerdo. Posteriormente à glândula 
tireoide, existem as glândulas paratireoides, em número de quatro, duas 
superiores e duas inferiores. Seu principal hormônio produzido é o paratormônio 
responsável no controle do metabolismo de cálcio, conforme Figura 5. 
Figura 5 – Glândula tireoide e paratireoide 
 
Fonte: Art4stock/Shutterstock. 
 
 
6 
TEMA 2 – SISTEMA ENDÓCRINO (II) 
O pâncreas possui duas funções bastante importantes, sendo classificado 
como exócrino pela produção das enzimas digestivas no trato gastrintestinal, 
como já abordado anteriormente. O pâncreas endócrino é responsável pela 
produção de hormônios extremamente importantes como insulina, agindo 
diretamente na diminuição da taxa de glicose da corrente sanguínea, o glucagon. 
Proporciona um aumento na concentração de glicose na corrente sanguínea e 
somatostatina que influencia no controlede ambos (insulina e glucagon). A 
produção desses hormônios depende diretamente das ilhotas de Langerhans, 
conforme Figura 6. 
Figura 6 – Pâncreas endócrino 
 
Fonte: Alila Medical Media/Shutterstock. 
Localizadas no polo superior de cada rim, encontram-se as glândulas 
suprarrenais, divididas em duas porções bem distintas, o córtex e a medula da 
glândula. Cada parte é responsável pela produção de hormônios específicos. A 
primeira porção, o córtex da glândula suprarrenal, produz uma série de 
 
 
7 
hormônios esteroides, como a aldosterona, responsável por realizar a 
reabsorção de sódio a nível renal. O cortisol também é conhecido como 
hormônio do estresse e os hormônios andrógenos, que participam da 
puberdade. Já a medula da glândula suprarrenal produz os principais hormônios 
relacionados aos mecanismos de luta e fuga, a adrenalina e a noradrenalina. 
Figura 7. 
 
Figura 7 – Glândula suprarrenal 
 
Fonte: Designua/Shutterstock. 
TEMA 3 – SISTEMA NERVOSO CENTRAL 
 O sistema nervoso central (SNC) é formado por células específicas, os 
neurônios, classificados como células excitáveis capazes de se comunicar entre 
si através de sinapses. Os neurônios, juntamente com as células da glia, ou seja, 
células de suporte que formam o SNC. Os neurônios através das sinapses 
recebem estímulos e os processam em regiões específicas do SNC 
transformando esse estímulo em resposta. O SNC é formado pelo encéfalo, que 
está protegido pelos ossos do neurocrânio e pela medula espinal, protegida pela 
coluna vertebral (Figura 8). 
 
 
8 
Figura 8 – Neurônio 
 
Fonte: Gritsalak Karalak/Shutterstock. 
O sistema nervoso central divide-se em encéfalo e medula. O encéfalo se 
subdivide em telencéfalo, diencéfalo, mesencéfalo, ponte, bulbo e cerebelo. O 
telencéfalo ou cérebro possui os dois hemisférios cerebrais (direito e esquerdo), 
sendo caracterizado pela sua parte externa, o córtex cerebral, dividido em lobo 
frontal, lobo parietal, lobo occipital, lobo temporal e lobo insular. O córtex cerebral 
é formado por substância cinzenta, ou seja, os neurônios corticais. A parte mais 
interna do encéfalo é formada por substância branca, que são as conexões das 
fibras. Essas vias de fibras são denominadas de substância branca em virtude 
da presença da bainha de mielina que as reveste (Figura 9). 
 
 
 
 
 
 
 
9 
Figura 9 – Divisão do telencéfalo 
 
Fonte: Udaix/Shutterstock. 
TEMA 4 – SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO 
Da base do encéfalo saem 12 pares de nervos cranianos. Destes, 10 
fazem conexão com o tronco encefálico. Da medula espinal saem 31 pares de 
nervos espinais ou raquidianos. Esses nervos em conjunto dão origem ao 
sistema nervoso periférico (SNP). Os nervos cranianos são divididos em 
sensoriais, motores e viscerais, já os nervos raquidianos são todos mistos. A 
principal função do sistema nervoso periférico é conduzir a informação do 
ambiente ao encéfalo via aferente através dos nervos sensitivos, e trazer a 
informação do encéfalo aos órgãos, músculos e glândulas via eferente ou nervos 
motore (Figura 10). 
 
 
 
 
 
 
10 
Figura 10 – Sistema nervoso periférico 
 
Fonte: Vector Mine/Shutterstock. 
TEMA 5 – SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO 
O sistema nervoso autônomo possui como principal função a regulação 
do ambiente interno do corpo humano, por exemplo, atividades oriundas do 
sistema digestório, sistema circulatório, sistema endócrino, ou seja, atividades 
cujo funcionamento independe da nossa vontade. Ele é composto por dois ramos 
nervosos paralelos à coluna vertebral, formando os 23 pares de gânglios, nervos 
que fazem a ligação dos gânglios aos diversos órgãos, e nervos que ligam os 
gânglios aos nervos raquidianos. O sistema nervoso autônomo pode estimular 
ou inibir a produção de um hormônio ou ações dos órgãos internos, através dos 
mecanismos do sistema nervoso simpático e parassimpático (Figura 11). 
 
 
 
 
11 
 
Figura 11 – Sistema nervoso autônomo 
 
Fonte: Vector Mine/Shutterstock. 
NA PRÁTICA 
 Uma mulher de 60 anos é conduzida por familiares ao ambulatório de 
psiquiatria para avaliar suas alterações de humor frequente e intensas. Os 
familiares relatam que essas alterações ocorreram ao longo de toda vida, porém 
em intensidades e períodos menores. Essa paciente apresenta diversas 
comorbidades de origem metabólica, como obesidade mórbida, hipertensão e 
diabetes. Após o exame físico, anamnese e exames laboratoriais, foi solicitada 
uma ressonância magnética (RM). O resultado da ressonância apresentou a sela 
turca vazia. Baseado no que foi abordado em aula, descreva qual glândula é 
abrigada pela sela turca e suas principais funções no corpo humano. 
GABARITO 
A hipófise é a glândula protegida pela sela turca na base do encéfalo. É a 
principal glândula do sistema endócrino, ponto de conexão entre o sistema 
 
 
12 
nervoso central via hipotálamo, formando o eixo hipotálamo/hipófise. Ela envia 
mensagens hormonais de ativação para todas as outras glândulas presentes no 
corpo humano para produzirem seus respectivos hormônios, frente às 
informações oriundas do hipotálamo. Ela é dividida anatomicamente em duas 
porções (adenohipófise e neuro-hipófise), cada uma delas responsável pela 
produção de hormônios específicos que agem no controle da homeostase 
corporal. 
FINALIZANDO 
Nesta aula foram abordadas as principais estruturas anatômicas e 
funções básicas do sistema endócrino e sistema nervoso. Com relação ao 
sistema endócrino, vale ressaltar a importância de cada glândula. A hipófise é a 
principal glândula responsável pelo controle da homeostase corporal junto com 
o hipotálamo. A glândula pineal é responsável pela produção de melatonina, 
também conhecida como hormônio do sono. A glândula tireoide produz T3 e T4, 
e a glândula paratireoide produz paratormônio. O pâncreas endócrino age na 
produção de insulina, glucagon e somatostatina e, por fim, as glândulas 
suprarrenais, o córtex, produzem aldosterona, cortisol e os hormônios 
andrógenos. A medula da glândula produz adrenalina e noradrenalina. 
Agindo no controle de todo o corpo humano, temos o sistema nervoso 
central, recebendo estímulos oriundos do ambiente à nossa volta, via órgãos dos 
sentidos, processando informações para respostas precisas. O sistema nervoso 
periférico trabalha como uma via condutora de informação, enquanto o sistema 
nervoso autônomo age no controle de nossas respostas internas, ou seja, 
involuntárias. 
 
 
 
 
13 
REFERÊNCIAS 
DUGANI, S. et al. Anatomia clínica integrada com exame físico e técnicas 
de imagem. Revisão técnica de Marco Aurélio R. Fonseca Passos. Tradução de 
Maria de Fatima Azevedo. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. 
LAROSA, P. R. R. Anatomia humana: texto e atlas. Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan, 2018. 
MOORE, K. L.; DALLEY, A. F.; AGUR, A. M. R. Anatomia orientada para a 
clínica. Tradução de Claudia Lucia Caetano de Araújo. 7. ed. Rio de Janeiro: 
Guanabara Koogan, 2018. 
PEZZI, L. A. P. et al. Anatomia clínica baseada em problemas. 2. ed. Rio de 
Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. 
TORTORA, G. J.; NIELSEN, M. T. Princípios de anatomia humana. Revisão 
técnica de Marco Aurélio Rodrigues da Fonseca Passos. Tradução de Alexandre 
Werneck e Cláudia Lúcia Caetano de Araújo. Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan, 2017. 
 
	INTRODUÇÃO À ANATOMIA HUMANA
	Conversa inicial
	(continua)
	Na prática
	FINALIZANDO
	REFERÊNCIAS
	RESPOSTA
	Gabarito
	Conversa inicial
	Crédito: Corbac40/Shutterstock.
	Crédito: Magic Mine/Shutterstock.
	Na prática
	FINALIZANDO
	REFERÊNCIAS
	RESPOSTAS
	Gabarito
	Conversa inicial
	Crédito: Nerthuz/Shutterstock.
	Crédito: Blamb/Shutterstock.
	O sistema circulatório possui dois tipos principais de circulação do sangue. A circulação pulmonar, também conhecida como pequena circulação, tem início no ventrículo direito, onde o sangue é carregado para os pulmões, sofre a hematose – ou seja, a tr...

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