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UNIVERSIDADE VIRTUAL DO ESTADO DE SÃO PAULO ELIZÂNGELA CARLA DE LIMA SILVA LUANA CRISTIANO SILVA BORDINO MARIA JOSÉ NEGRI PALOTA SIMONE HELENA DE PAULA ARTHUSO CEDANO TAINARA HUBACH DA SILVA Investigação de possibilidades de trabalho e de uso das tecnologias como apoio ao processo de ensino e aprendizagem Apresentação do Projeto Integrador - vídeo: https://youtu.be/cqt8JueBVrE Itajobi - SP 2019 https://youtu.be/cqt8JueBVrE UNIVERSIDADE VIRTUAL DO ESTADO DE SÃO PAULO A falta de relacionamento interpessoal e de trabalho coletivo entre as crianças: uma dificuldade no processo de ensino aprendizagem escolar. Relatório Técnico - Científico apresentado na disciplina de Projeto Integrador I para o curso de Licenciatura em Pedagogia da Fundação Universidade Virtual do Estado de São Paulo (UNIVESP) - Polo Itajobi. Tutora: Lucimara Cristina Nogueira Itajobi - SP 2019 1 Elizângela Carla de Lima, Luana Cristiano Silva Bordino, Maria José Negri Palota, Simone Helena De Paula Arthuso Cedano, Tainara Hubach Da Silva . A falta de relacionamento interpessoal e de trabalho coletivo entre as crianças : uma dificuldade no processo de ensino-aprendizagem escolar. 38f. Relatório Técnico-Científico (Licenciatura em Pedagogia) – Universidade Virtual do Estado de São Paulo. Tutora: Lucimara Cristina Nogueira. Polo Itajobi, 2019. RESUMO O relatório é o resultado da disciplina “Projeto Integrador para Pedagogia I” do segundo semestre do curso de pedagogia da Univesp. Para seu desenvolvimento tivemos que procurar uma escola de Ensino Fundamental I e observar uma sala a fim de identificar um problema de aprendizagem. A Partir da observação do 3 ano da escola “E.M.E.F. JOSÉ CARDOSO DE MATOS”, localizada no distrito de Nova Cardoso - Sp, verificamos que a sala possui uma dificuldade de aprendizagem causada pela falta de entrosamento das crianças que não tem o hábito de trabalharem em grupo nas atividades, de interagirem ajudando um ao outro a aprender e num contexto geral não se relacionam bem; quando solicitado pela professora ficam fechados em grupos separados, sempre fazendo as atividades com as mesmas pessoas, o que não ajuda na troca de saberes, entendimentos e vivências entre diferentes alunos, ficando sempre estáticos nas suas próprias limitações de aprendizagem e dos mesmos colegas. A maioria não se expressa e nem socializa com facilidade, prejudicando também o desenvolvimento da espontaneidade e da construção da identidade pessoal, social e cultural. Definimos o problema: A dificuldade de aprendizagem do aluno como consequência da falta de relacionamento interpessoal e de trabalho coletivo aliados a timidez e o individualismo. Conclui-se que essa é uma realidade de muitas crianças nos dias de hoje que crescem no meio das tecnologias da informação e trocam as brincadeiras infantis pelos aparelhos eletrônicos, porém para uma aprendizagem efetiva no seu desenvolvimento toda criança precisa partilhar a experiência e suas dificuldades e limitações umas com as outras nos primeiros anos da educação básica. O desafio aqui está em encontrar as tecnologias que possam ajudar na solução desse problema. Assim, o projeto utiliza o teatro por meio dos jogos teatrais com a teoria de Viola Spolin como meio de resolução desse problema, a fim de propiciar o relacionamento interpessoal entre os alunos, trabalhar o coletivo, melhorando a timidez e a comunicação dos alunos. PALAVRAS-CHAVE: observação, problema; aprendizagem; coletivo ; relacionamento; mídias assistivas; jogos lúdicos; 2 Elizângela Carla de Lima, Luana Cristiano Silva Bordino, Maria José Negri Palota, Simone Helena De Paula Arthuso Cedano, Tainara Hubach Da Silva . The lack of interpersonal relationships and collective work among children: a difficulty in the teaching-learning process. 00f. Scientific and Technical Report (Bachelor in pedagogy)-Universidade Virtual do Estado de São Paulo. Tutor: Lucimara Cristina Nogueira. Polo Itajobi, 2019. ABSTRACT The report is the result of "Project Integrator for Pedagogy (I)" in the second half of the course in pedagogy of Univesp. For your development we had to find an elementary school I and observe a classroom in order to identify a learning problem. From observation of the 3 year "E.M.E.F. JOSÉ CARDOSO DE MATOS", in the New Cardoso-Sp, the room has a learning disability caused by the lack of integration of children who do not have the habit of working in activities group, interact helping each other to learn and a general context do not relate well; When prompted by the teacher are kept in separate groups, always doing activities with the same people, which doesn't help in the exchange of knowledge, understandings and experiences between different students, getting static always in their own limitations of learning and of the same colleagues. Most expressed and not socialize with ease, harming the development of spontaneity and the construction of personal, social and cultural identity. We define the problem: the difficulty of learning as a result of the lack of interpersonal relationships and collective work coupled with timidity and individualism. It is concluded that this is a reality for many children nowadays grow in the middle of information technology and exchange the childish games by electronic devices, but for an effective learning in your development every child needs share the experience and its difficulties and limitations with each other in the early years of basic education. The challenge here is to find the technologies that can help in solving this problem. This project aims at analyzing the educational development of students, noting the school environment and assistive technologies, as well as the use of theatre games (Entertainment) used for student learning in the affective, social and cognitive sphere. Thus, the project uses the theatre through theatre games with Viola Spolin's theory as a means of solving this problem, in order to provide the interpersonal relationship among students, the collective work, improving coyness and the communication of students. KEYWORDS: observation, problem; learning; collective; relationship; assistive media; ludic games; 3 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO.................................................................................................. 5 1.1 Problema e objetivos....................................................................................... 7 1.2 Justificativa...................................................................................................... 8 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA......................................................................... 10 2.1 Aplicação das disciplinas estudadas no Projeto Integrador …....……...………16 3. FUNDAMENTAÇÃO METODOLÓGICA.............................................................18 4. ANÁLISES E DISCUSSÕES DE RESULTADOS..................................................22 4.1 O Lúdico como facilitador de aprendizagem....................................................22 4.2 Pensamento e ação em sala de aula............................................................... 25 4.3 Feedback: O “andaime” como apoio para o processo…………..…...….……….27 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................................29 REFERÊNCIAS....................................................................................................... 31 ANEXOS................................................................................................................. 35 4 https://docs.google.com/document/d/10z91aYqD1Gp28jsF1_D_xnaeewg-L_Zk2qZ-PpNxWfU/edit#heading=h.gjdgxs https://docs.google.com/document/d/10z91aYqD1Gp28jsF1_D_xnaeewg-L_Zk2qZ-PpNxWfU/edit#heading=h.30j0zll https://docs.google.com/document/d/10z91aYqD1Gp28jsF1_D_xnaeewg-L_Zk2qZ-PpNxWfU/edit#heading=h.1fob9te https://docs.google.com/document/d/10z91aYqD1Gp28jsF1_D_xnaeewg-L_Zk2qZ-PpNxWfU/edit#heading=h.3znysh7 https://docs.google.com/document/d/10z91aYqD1Gp28jsF1_D_xnaeewg-L_Zk2qZ-PpNxWfU/edit#heading=h.2et92p0 https://docs.google.com/document/d/10z91aYqD1Gp28jsF1_D_xnaeewg-L_Zk2qZ-PpNxWfU/edit#heading=h.tyjcwt https://docs.google.com/document/d/10z91aYqD1Gp28jsF1_D_xnaeewg-L_Zk2qZ-PpNxWfU/edit#heading=h.3rdcrjn https://docs.google.com/document/d/10z91aYqD1Gp28jsF1_D_xnaeewg-L_Zk2qZ-PpNxWfU/edit#heading=h.3rdcrjn https://docs.google.com/document/d/10z91aYqD1Gp28jsF1_D_xnaeewg-L_Zk2qZ-PpNxWfU/edit#heading=h.35nkun2 https://docs.google.com/document/d/10z91aYqD1Gp28jsF1_D_xnaeewg-L_Zk2qZ-PpNxWfU/edit#heading=h.35nkun2 https://docs.google.com/document/d/10z91aYqD1Gp28jsF1_D_xnaeewg-L_Zk2qZ-PpNxWfU/edit#heading=h.2xcytpi https://docs.google.com/document/d/10z91aYqD1Gp28jsF1_D_xnaeewg-L_Zk2qZ-PpNxWfU/edit#heading=h.3as4poj https://docs.google.com/document/d/10z91aYqD1Gp28jsF1_D_xnaeewg-L_Zk2qZ-PpNxWfU/edit#heading=h.1pxezwc 1. INTRODUÇÃO O tema do projeto é “Investigação de possibilidades de trabalho e de uso das tecnologias como apoio ao processo de ensino e aprendizagem”. Foi desenvolvido na disciplina “Projeto Integrador para Pedagogia I”. É uma tema de relevância porque no mundo tecnológico atual é de suma importância que os docentes investiguem e trabalhem a resolução de dificuldades de aprendizagens por meio da tecnologia em sua plenitude, pois as Tecnologias da Informação e Comunicação, correspondem a todas as tecnologias que interferem e medeiam os processos informacionais e comunicativos. O educador que não se atualiza, não se insere nesse meio fica estático no tempo, não fala a mesma língua das crianças de hoje e pode causar o desinteresse em sua aula. Contudo, a tecnologia não corresponde só as TICS, tecnologia é todo o instrumento, meio ou objeto que podemos utilizar para realizar uma atividade, para resolver um problema, por isso que o fogo é uma tecnologia primitiva e por isso que um livro também pode ser considerado como uma tecnologia. Assim, diante do tema tínhamos que escolher uma escola de Ensino Fundamental I e fazer uma observação a fim de identificar uma dificuldade de aprendizagem para o desenvolvimento de sua resolução por meio da utilização de algum tipo de tecnologia. A investigação aconteceu na escola EMEIF José Cardoso de Mattos, localizada em Nova Cardoso, na Rua Bandeirantes N°05, município de Itajobi, sendo uma escola municipal. Contendo uma quadra coberta, um parquinho, um refeitório, banheiro masculino e feminino, banheiro separado para professor, possui também uma sala de reuniões, uma secretaria, a sala de direção, e várias salas com turmas desde o maternal até o 9° Ano; possui uma sala de computação porém a mesma se encontra inutilizada pois as máquinas estão em manutenção; conta também com uma sala de multimídia e lousa digital, retro projetor, possui um laboratório de robótica, no qual as aulas são oferecidas no contraturno com os alunos e uma biblioteca . A escola trabalha com material apostilado do FTD; e o projeto político pedagógico é quadrienal, ou seja a cada quatro anos. 5 A observação foi feita no 3° Ano do ensino fundamental da professora Alessandra Volpini, a sala contém 11 alunos, com a idade média de 8 anos. Uma sala ampla com carteiras enfileiradas contendo quadros explicativos na parede, como sílabas, numerais, alfabetos, e também cantinho da leitura. A partir dessa observação direta da sala de aula e dos alunos e conversas com a professora e a direção, definimos o problema: A dificuldade de aprendizagem do aluno como consequência da falta de relacionamento interpessoal e de trabalho coletivo aliados a timidez e o individualismo. Uma vez que identificamos que os alunos não costumavam a trabalhar muito bem em grupo e tinham dificuldade de se relacionar com os diferentes colegas. Alguns alunos tinham mais dificuldades em acompanhar as disciplinas e não havia a interação desses alunos para a aprendizagem, quando solicitado formavam sempre as mesmas duplas, os mesmos trios e assim por diante, divididos entre os mais indisciplinados, os mais estudiosos ou os mais calados. Não ocorre a partilha dos saberes e das experiências, o que dificulta a aprendizagem à medida que não estimula o pensamento e o desenvolvimento da criança. Muito se tem discutido em relação ao universo infantil, o qual faz parte do nosso cotidiano. Diante das situações com as quais nos deparamos neste cotidiano e cientes de que a educação envolve o cuidar e o educar, levando em conta que ambos, são indissociáveis. Assim tendo como objetivo promover a educação integral da criança, em que esse projeto precisa ser feito de forma significativa, preparando-a para a nossa formação como ser humano, e as próximas etapas do processo educacional. Diante disso, decidimos buscar embasamentos teóricos que nos levassem a compreender melhor o desenvolvimento e a aprendizagem das crianças, em seus aspectos físicos, motor, social e intelectual. Para a construção da solução do problema de aprendizagem em questão, buscamos uma perspectiva de aprimorar e ampliar os conhecimentos, identificando o papel do lúdico na aprendizagem infantil, acreditando na importância de trabalhar a ludicidade com essa faixa etária. A pesquisa está embasada nas teorias de Vygotsky e contribuições de Freire, entre outros. De acordo com a teoria dos autores, eles contribuem com a prática pedagógica, quando defende que a criança se desenvolve desde o nascimento, em que começa pelas fases da vida, e assim ocorre a aprendizagem. Viola Spolin desenvolveu os jogos teatrais como um instrumento de 6 treinamento e preparação de atores, porém introduzidos na educação escolar tem um papel de desenvolvimento intrapessoal e interpessoal muito grande, estimulando nas crianças características como o trabalho em equipe e a desenvoltura corporal e vocal.. Analisar quais aspectos dos jogos teatrais, contribui para a aprendizagem na educação, como recurso pedagógico utilizado pelos professores, considerando a criança como um sujeito ativo e reflexivo no processo de aprendizagem; e por fim identificar quais caminhos é percorrido pela criança neste processo. Por isso compreendemos que, o professor deve ser brincante, artistaalém de estar atento às demandas e especificidades das crianças, em um contexto diverso de interações e jogos e ter clareza ao planejar o cotidiano das crianças garantindo as linguagens artísticas e expressivas, produção e circulação das culturas infantis, para que vão além do ambiente escola. Assim, por fim, os jogos teatrais como jogos e brincadeiras que se aproveitam do lúdico infantil provocam o relacionamento interpessoal com o trabalho coletivo que qualquer brincadeira infantil exige de forma organizada e dirigida pela professor, instigando a espontaneidade em contra mão a timidez, fazendo o aluno ser mais participativo para uma aprendizagem realmente significativa. 1.1 Problema e objetivos Problema: A dificuldade de aprendizagem do aluno como consequência da falta de relacionamento interpessoal e de trabalho coletivo aliados a timidez e o individualismo. Objetivo geral: - Identificar um problema ou dificuldade de aprendizagem e sua resolução com a utilização da tecnologia. Objetivo específico: 7 - Identificar um problema ou dificuldade de aprendizagem e sua resolução com a utilização da tecnologia. - Propiciar o relacionamento interpessoal entre os alunos, a melhora da timidez e da comunicação. - Trabalhar o coletivo na escola. - Aplicar jogos teatrais. 1.2 Justificativa A investigação do problema “A dificuldade de aprendizagem do aluno como consequência da falta de relacionamento interpessoal e de trabalho coletivo aliados a timidez e o individualismo” trás uma contribuição muito grande, pois é uma realidade não só na escola observada, mas na maioria das escolas brasileiras. Uma vez que ainda falta a utilização das metodologias ativas no ensino, o incentivo do trabalho coletivo e da interação dos alunos no processo de ensino e aprendizagem com práticas inovadoras. O Professor e pesquisador da educação, Dácio Guimarães de Moura relata em sua pesquisa sobre as Metodologias ativas e os desafios da atualidade que: “..apesar de já terem percorrido um longo caminho na história dos sistemas educacionais, não lograram ainda se impor, em grande escala, como solução para a melhoria dos processos de ensino e aprendizagem. Esse fato revela a grande resistência às mudanças dos nossos sistemas educacionais e o poder das metodologias tradicionais de ensino e aprendizagem, a despeito dos problemas e insucessos que parecem permanentes”(MOURA, 2014). A falta de trabalho coletivo e de relacionamento interpessoal causa um problema de aprendizagem porque faz com que os alunos sejam mais introspectivos com dificuldade de se comunicarem e se expressarem, até mesmo para dizer quando não entenderam a matéria, quando precisam de ajuda do professor ou para dizerem e 8 escreverem o que entenderam. Além do mais, é essencial que os alunos aprendam a trabalhar bem em grupo e se relacionem com os diferentes colegas; pensando no futuro, qualquer profissão necessita que a pessoa saiba trabalhar em equipe e tenha bom relacionamento interpessoal com os colegas e também a troca das diferentes realidades sociais e culturais contribui para a construção da identidade e a formação da cidadania. Segundo Mosquera e Stobäus (2004, p. 92): “Grande parte dos problemas que as pessoas têm provêm de sua própria pessoa ou da relação que estabelece com as outras pessoas”. Sempre alguns alunos vão ter mais dificuldade com uma matéria do que os outros, a interação e as atividades em grupos contribuem para a troca na construção do conhecimento, um ajudando o outro além de facilitar a aprendizagem contribui para o desenvolvimento pessoal, social e cultural da criança. Também entra na questão das inteligências múltiplas que todos nós temos mas depende da estimulação para o desenvolvimento. Segundo a teoria do psicólogo Howard Gardner as múltiplas inteligências são o conjunto de habilidades que compreendem as inteligências, são elas: línguística, lógico-matemática, espacial, corporal, interpessoal, naturalística e musical. Se as pessoas que possuem a inteligência matemática aguçada ficarem sempre juntos e os que possuem a inteligência linguística ficarem sempre entre eles, nada muda. Mas a interação e a partilha pode estimular o desenvolvimento da outra inteligência. Se a teoria das múltiplas inteligências possibilitou que a educação galgasse a passos largos no intuito de: “Encorajar os seus alunos (...) a resolver problemas e efetuar tarefas que estejam relacionadas com a vida na comunidade a que pertençam, e que favoreçam o desenvolvimento de combinações intelectuais individuais a partir da avaliação regular do potencial de cada um” (GAMA,p.4). Para completar o tema do projeto é de suma importância porque a Investigação de possibilidades de trabalho e de uso das tecnologias como apoio ao processo de ensino e aprendizagem, é essencial no contexto da atualidade no qual as 9 crianças crescem com as tecnologias presentes no seu cotidiano fora da escola e, portanto, sua utilização no contexto escolar é familiar para as crianças e só tem a contribuir na aprendizagem, tanto as tecnologias da informação quanto qualquer outro meio tecnológico que seja utilizado como ferramenta auxiliadora no processo. A inclusão das tecnologias na escola estimula o desenvolvimento do pensamento crítico, criativo e a aprendizagem cooperativa, uma vez que torna possível a realização de atividades interativas. O teatro na escola surge como solução para esse problema à medida que é um importante instrumento de trabalho em grupo, de desenvolvimento linguístico, intrapessoal e interpessoal na escola por meio dos jogos teatrais, seguindo a teoria de Viola Spolin. Cada jogo teatral tem como objetivo o desenvolvimento e o trabalho de algumas dessas características no aluno, estimulando o trabalho coletivo, a relação e a cooperação entre os alunos e possibilitando a perda da timidez com a participação de forma lúdica. O fichário de Viola Spolin é uma obra que descreve diferentes jogos teatrais. Através de jogos teatrais e suas propostas, a teoria de Viola cita que o teatro propicia a interação social e a espontaneidade; e é através destas atividades que também se desenvolve o autoconhecimento, o encontro consigo mesmo. Sabemos que o teatro é um poderoso meio de ensino, pois através dele podemos trabalhar emoções, pensamentos, valores, respeito, intervenções artístico-culturais e inclusão. As oficinas de jogos teatrais não são designadas com o passatempo do currículo, mas sim como complementos para aprendizagem escolar, ampliando a consciência de problemas e ideias fundamentais para o desenvolvimento intelectual dos alunos. (SPOLIN, 2007, p 29). 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA De fato, as tecnologias de informação e comunicação (TICs) na sala de aula permitem ao aluno ter acesso a informações de contextos tanto próximos como distantes de sua realidade de tal forma que, numa metodologia educativa, pode servir 10 de aprendizagem,como espaço de socialização, relacionamento interpessoal e de trabalho coletivo, motivando saberes e conhecimentos científicos. Como a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) deixa evidente a necessidade de trazer a tecnologia para dentro das escolas, segundo a BNCC, os estudantes devem desenvolver ao longo da Educação Básica a aptidão para: “Compreender e utilizar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares), para se comunicar por meio das diferentes linguagens e mídias, produzir conhecimentos, resolver problemas e desenvolver projetos autorais e coletivos.” (BNCC). Segundo um relato “Análise das dificuldades de aprendizagem no ensino fundamental I”, da Escola Municipal Damásio Eugênio de Sousa em Jaicós-PI, um dos problemas atuais enfrentados pela escola está relacionado à falta de criatividade e autonomia no processo de ensino e aprendizagem, principalmente, nos primeiros anos do Ensino Fundamental I. Na visão de Carraher e Schliemann (1989), em muitos casos as dificuldade em aprendizagem, não se trata de um problema onde aluno não consiga aprender, ou seja capaz de raciocinar, mas trata-se de problemas metodológicos, nesse casos é necessário uma metodologia de ensino diferenciada, apropriada às reais necessidades do educando, tendo em vista o aprimoramento de suas habilidades e o desenvolvimento de suas potencialidades. Vigotski (2001) nos diz que a emoção é a reação automática de certos estímulos que são intercedidos no meio sociocultural. As emoções influenciam o comportamento, portanto, quando as palavras são ditas com sentimentos agem sobre o indivíduo de forma diferente de quando isto não acontece. As emoções são divididas em dois grupos, sendo um relacionado aos sentimentos positivos (força, satisfação, etc.) e outro relacionado aos sentimentos negativos (depressão, sofrimento , etc .). Cada cor, cheiro e sabor despertam um sentimento de prazer ou desprazer e as emoções despertas relacionadas à vivência têm caráter ativo, servindo como organizador interno das reações, estimulando ou inibindo-as (VIGOTSKY, 2001). 11 Portanto, é nas relações com o outro que os objetos tomam um sentido emocional e determinam a qualidade desse objeto internalizado, supondo que os processos de internalização envolve falta de relacionamento interpessoal e de trabalho coletivo aliados a timidez e o individualismo. De maneira que a linguagem oral, o contato físico e a proximidade são elementos inseparáveis, um leva ao outro e todos aludem nas relações interpessoal um maior significado no processo ensino-aprendizagem (TASSONI, 2010). A escola é uma fase importante para a criança, pois de acordo com Vygotsky (1929 apud SILVA, et al, 2008) é a partir da de suas relações sociais que a criança aprende. Porém, deixa de ser importante quando a escola exclui aqueles que têm dificuldade de aprendizagem, e esquece que o ato de aprender é algo complicado. Partindo deste aspecto, compreende-se que todos os lugares se encontram pessoas com diferenças, na sala de aula e na escola não será diferente. Cada um com suas características e dentre essas uns com mais facilidade para aprender do que outros. Quanto a essas diferenças Souza (2002 apud CAMPOS, 2008, p. 10) diz que: “Observa-se, na escola, ou na própria vida, pessoas que aprendem mais depressa do que outras; que apreciam mais as aulas de línguas do que as de matemática; que precisam mais atenções do professor ou dos pais do que os outros; que revelam qualidade de liderança, ao passo que outros preferem ser liderados; que são mais motivados para as tarefas escolares ou para a luta da vida que outros; enfim, pessoas que diferem, não só em funções e atividades especiais, como nas formas globais de comportamento, nas reações da personalidade.” É necessário compreender outros fatores (influência familiar, econômica, social, entre outros), influentes no aluno, que não podem ser escondidos, nem menos avaliados que os aspectos cognitivos necessários aprendizagens. Sobre as relações interpessoais Rocha nos diz (2009 apud ANTONIASSI JÚNIOR; AZEVEDO 2012) que ocorrem de maneira mais objetiva quando existe um troca mais hábil entre as pessoas, pode ser no ambiente familiar, educacional, institucional ou profissional. As relações interpessoais podem desenvolver-se das formas mais distintas em cada aluno, as relações são essenciais na edificação dos alunos. Conforme Almeida 12 e Sousa (2009) as relações proporcionam a comunicação, socialização e interação. No ambiente escolar as inteligências emocionais são cultivadas com objetivo de requerer a educação dos alunos. No ambiente escolar é eficaz trabalhar as relações interpessoais a fim de auxiliar nos relacionamentos, melhorar a socialização através de ações que requeiram a integração, comunicação e a convivência dos alunos envolvidas no processo de aprendizagem. As relações interpessoais apresentam influência no processo de aprendizagem dos alunos, pois por meio das relações os mesmos têm experiências que jamais seriam possíveis se não na relação com outros alunos que compartilham do mesmo ambiente. Conforme Lima (2000 apud ALENCAR 2009): “Quando se estabelecem relações de confiança na sala de aula, o aluno se sentirá mais à vontade para expressar suas reflexões, dúvidas, descobertas, participações e assim, construir seu processo de aquisição do conhecimento. Por outro lado, a relação problemática pode gerar sentimento de insegurança, dúvida, medo e hostilidade com relação ao professor e aos colegas, se ele não perceber cumplicidade e respeito à sua participação, iniciativa, respostas e erros.” O aluno com dificuldade de aprendizagem, geralmente, é rotulado ou taxado de incapaz. Sendo que esse sentimento acaba sendo passado para o aluno, que desenvolve sentimentos de baixa autoestima e inferioridade, que afetam negativamente o desenvolvimento do indivíduo e seu ajustamento nas etapas do processo de aprender. E é assim que ele se sente, frente à sua dificuldade em corresponder às expectativas de seu professor, seus colegas e seus pais. A determinação de realizar tarefas fáceis aos olhos de alguns, mas difíceis aos seus, pode desenvolver um sentimento de pânico, de incapacidade, de inferioridade. A tecnologia na educação dá ao aluno o motivo de apreciar-se, de ter acesso a um grupo. Momento esse em que ocorre o desenvolvimento de cada um e do grupo, fundamentado nas diferenças. A atividade com o apoio das tecnologias ensina aos alunos a aprenderem com a diversidade, pois assim pode ocorrer a construção do 13 conhecimento do sujeito. O portal da Educação nos diz que, com a finalidade de promover mais integração entre as disciplinas, a tecnologia na educação, procura solucionar a dificuldade de aprendizagem do aluno tendo como consequência além de maior socialização entre os alunos e, principalmente, fazer com que os alunos sejam autônomos na aprendizageme protagonistas de seus conhecimentos, integrando socialmente os alunos, ensinando-os a trabalhar em equipe, mantendo o respeito e o interesse. Nos dias atuais, vive-se uma época de comunicação ostensiva, extensiva e impulsiva e a tecnologia desenvolve nos alunos a expressividade. Contudo precisa-se lutar por uma educação que apresente uma programação de estudos com a atenção voltada para as relações de significados do que para a acumulação de conhecimento, provocando no aluno a produção de sentidos e significados. Para Freire (1996, p. 46), o professor deve propiciar o meio apropriado para que os alunos em suas relações intrapessoais e interpessoais busquem tomar-se como ser social, como ser pensante, comunicante, transformador, criador, realizador de sonhos e capaz de amar. De acordo com Viola Spolin, o teatro na educação surge como ferramenta de resolução desse problema de aprendizagem por meio dos jogos teatrais. Os jogos teatrais desenvolvidos por Viola Spolin, são jogos com estrutura para trabalho de teatro, que na escola tem como objetivo desenvolver alguma característica no aluno para a interpretação dramática, como a criatividade, a expressão corporal e vocal, o trabalho coletivo, a timidez e espontaneidade. O jogo propõe um problema a ser resolvido, cuja solução deve ser encontrada em grupo e não solitariamente. Isso permite e suscita o envolvimento do grupo, a criatividade, o improviso e a intuição que são vitais para a aprendizagem. De tal forma que os Jogos Teatrais desenvolvido por Viola é aberto até hoje a um número extremamente maior através das áreas de conhecimento e ações sociais, sendo utilizados tanto para alunos-atores, quanto na educação de alunos, em escolas e instituições sociais, na área terapêutica e centros de reabilitação. Spolin nos afirma que: A maioria dos jogos é altamente social e propõe um problema que deve ser solucionado – um ponto objetivo com o qual cada indivíduo se envolve e interage na busca de atingi-lo. Muitas habilidades aprendidas por meio do jogo são sociais. (SPOLIN, 2010). 14 Portanto, Viola Spolin faz jus e recapitula o caráter social que os jogos podem ter, não sendo apenas um método para atores, mas um caminho para o social e para o trabalho em grupo. Olga Reverbel (1997, p. 168) nos diz que é preciso lutar para que o teatro tenha seu lugar na Educação, porque se ele existe na sociedade, deve existir na escola. O Teatro é o caminho para as escolas atingirem uma integração entre os alunos de forma criativa, produtiva e participativa, é um recurso pedagógico eficaz para o aluno, ajudando – os a distinguir os problemas da sua vida. No quadro de um ensino inovador, a tecnologia como apoio a aprendizagem será cada vez mais marcada pela preocupação em criar situações de aprendizagem estimulantes, desafiando os alunos a pensar e apoiando-os no seu trabalho, e favorecendo a divergência e a diversificação dos percursos de aprendizagem (PONTE; OLIVEIRA; VARANDAS, 2003, p. 161). Desse modo, os jogos constituem uma estratégia de assessoria no processo de ensinar e de aprender os diversos conteúdo e que possibilita a superação da aparência formalista que tende a imperar nas aulas (MELO; SARDINHA, 2009). Além disso, como é possível perceber em Silva (2005, p. 26): Ensinar por meio de jogos é um caminho para o professor desenvolver aulas mais interessantes, descontraídas e dinâmicas, podendo competir em igualdade de condições com os inúmeros recursos a que o aluno tem acesso fora da escola, despertando ou estimulando sua vontade de frequentar com assiduidade a sala de aula e incentivando seu envolvimento nas atividades, sendo agente no processo de ensino e aprendizagem, já que aprende e se diverte, simultaneamente. A proposta para o ensino do teatro em contextos formais e não formais de educação, por meio de jogos teatrais, foi elaborada por Spolin (1998) ao longo de quase trinta anos de pesquisas com crianças, pré-adolescentes, adolescentes, jovens, adultos e idosos nos Estados Unidos. Spolin (1998) determina o jogo como uma forma natural dos grupos que proporcionam o envolvimento e a liberdade pessoal necessários para a experiência. Segundo a Spolin, todas as pessoas são capazes de atuar no palco, de improvisar. 15 Os jogos teatrais spolinianos refletiram profundamente na educação brasileira, segundo Japiassu (2001), a partir dos anos de 1980, após a sua proposta metodológica ser experimentada pelos pesquisadores em teatro e educação da Escola de Comunicação e Artes - ECA/USP, liderado pela professora doutora Ingrid Koudela, responsável pela tradução brasileira de “Improvisação para o teatro”, de Spolin, publicada no Brasil pela primeira vez em 1979. Reverbel nos fala (2003) que os jogos teatrais de relacionamento favorecem o autoconhecimento e o conhecimento do outro. Vivenciando estes jogos, o aluno aprenderá que pode agir de uma forma e um companheiro de outra, sem que ambos os dois esteja certo ou errado. Apenas são de formas diferentes, tendo como objetivos de jogo teatral que envolve relacionamento: estabelecer relação descontraída com o grupo; desenvolver o relacionamento entre o grupo; possibilitar a criação de movimentos; desenvolver o sentimento de confiança nos colegas, por meio de exercícios corporais, e desenvolver a expressão gestual e verbal. Aprender por meio da arte, no caso aqui observado pelo jogo teatral, é poder contrair conhecimentos, desenvolver o pensamento crítico, expandindo a capacidade de imaginação, reflexão, sensibilidade e criatividade, essenciais na aprendizagem das disciplinas. Em consequência nos referimos ao teatro como recurso de conhecimento e também metodológico, analisando que esse conhecimento veio sendo construído pelo homem por meio do tempo, pois a arte é patrimônio cultural da humanidade, dá ao ser humano livre acesso ao saber e a sua estrutura cognitiva. Assim concluindo com esta pesquisa que o jogo teatral pode ser utilizado por qualquer professor, a fim de propiciar aos alunos uma participação ativa no seu processo de ensino-aprendizagem, incitando o desenvolvimento crítico, reflexivo e libertador. Não somente no campo escolar, mas sim em relação ao mundo, à sociedade e à comunidade, visando suprir suas necessidades para a construção de sua cidadania (PCNs, 1998). 2.1 Aplicação das disciplinas estudadas no Projeto Integrador Quanto à contribuição para esse projeto integrador, a integração entre as disciplinas, Psicologia da Educação que reflete a respeito do saber psicológico que 16 acompanha o processo pedagógico, voltando-se para os aspectos que promovem a aprendizagem, por meio de autores que propiciem embasamento teórico necessário para a abordagem da ludicidade, como é o caso de Vigotski nos dizendo que sentimentos negativos e positivos influenciam nosso comportamento; Freire nos diz que o professor deve propiciar o meio apropriado para que os alunos em suas relações intrapessoais e interpessoais busquem tomar-se comoser social, como ser pensante, comunicante, transformador, criador, realizador de sonhos, capaz de amar, e , nesse sentido, o Teatro é um recurso precioso; Educação Mediada por Tecnologias que vem causando transformações não só nos processos de ensino, mas nos de aprendizagem, atualmente quando pensamos na utilização de recursos tecnológicos em sala de aula somos ligeiramente remetidos aos computadores, aos softwares específicos ou a internet. Ao que ficou conhecido como Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC). No entanto, é preciso ter em mente que outros recursos, nem tão recentes, como livros, jogos lúdicos, teatro, também podem se constituir em excelentes ferramentas pedagógicas que auxiliam o professor e o aluno no processo de construção da aprendizagem, aqui contamos com os saberes de Olga Reverbel que nos diz que é preciso lutar para que o Teatro tenha seu lugar na Educação, porque se ele existe na sociedade, deve existir na escola; as Leis de Diretrizes e Bases da Educação Nacional ; sociedade e educação; globalização, tecnologia, inclusão, que resultou na elaboração desse objeto de estudo onde os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) consideram que os jogos teatrais podem ser uma forma particularmente interessante para proposição de problemas. Permitem que estes sejam expostos de modo mais atrativo. Alcançamos com esta pesquisa o objetivo inicial de discutir o jogo teatral como metodologia de ensino. Por meio de pesquisas teóricas e do estudo exploratório abordamos o grande potencial do teatro na educação. Recomendamos a utilização do jogo teatral como uma metodologia emancipadora de ensino, que propõe um ambiente educacional enriquecedor, proporcionando a construção de conhecimento por meio de uma situação ativa, crítica, criativa e não simplesmente receptora passiva de aprendizagem. O jogo teatral proporciona condições necessárias para que ocorra a aprendizagem significativa, podendo considerar o que o aluno já sabe, o que é capaz de fazer por conta própria, e o que pode fazer com a ajuda de outras pessoas, 17 observando-as, imitando-as, provocando descoberta e socialização. Enfim, a prática educativa do jogo teatral pode romper a barreira do palco e saltar dele para a vida. 3. FUNDAMENTAÇÃO METODOLÓGICA Considerando-se relevante o tema abordado buscamos encontrar aspectos que ampliem os conhecimentos e concepções do professor de Ensino Fundamental, por meio de autores que propiciem fundamento metodológico necessário para a abordagem do lúdico. O projeto de pesquisa será constituído com base em livros, entrevista com os educadores que trabalham na escola, sobre o tema abordado, com aplicação na prática cotidiana. No contexto, a Investigação baseou-se nos princípios da pesquisa empírica com recurso complementar à pesquisa qualitativa, com a finalidade de levantar e mapear dados para a compreensão do processo de aprendizagem do aluno e oferecer subsídios para os profissionais da escola sobre a prática pedagógica. Como procedimento metodológico adotado, em função dos objetivos, será idealizado também uma pesquisa exploratória. Sobre pesquisas exploratórias, Gil (1995) nos diz que são desenvolvidas com objetivo de proporcionar visão geral, de tipo aproximativo, aborda determinado fato. De acordo com GIL (1999, p. 43), a Pesquisa é de Caráter “Exploratório” quando: “Um trabalho é de natureza exploratória quando envolver levantamento bibliográfico entrevista com pessoas que tiveram (ou têm) experiências práticas com o problema pesquisado e análise de exemplos que estimulem a compreensão. Possui ainda a finalidade básica de desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e ideias para a formulação de abordagens posteriores.” Para o desenvolvimento desta pesquisa, iremos extrair informações das publicações já existentes, as quais contribuirão com o término desta. De modo que 18 possamos aprimorar os conhecimentos e descobrir significados da aprendizagem “lúdica” no processo de desenvolvimento dos alunos. Foi realizada uma observação na sala do 3°ano do ensino fundamental da escola “E.M.E.F. JOSÉ CARDOSO DE MATTOS”, localizada em Nova Cardoso, município de Itajobi - Sp. Acompanhamos algumas aulas na sala, apenas observando, conhecemos a estrutura da escola e conversamos com a professora, a diretora e funcionários. Assim, foi constatado um problema de relacionamento interpessoal e de trabalho coletivo, propiciando a timidez e o individualismo nas crianças que dificulta a aprendizagem dos alunos. Como instrumento de coleta de dados foi utilizado: observação dos alunos, um questionário aplicado como entrevista ao professor e diretor. Na educação, surge a necessidade de um projeto pedagógico capaz de atender a novas demandas da sociedade que exigem a mudança de postura e práticas pedagógicas. Essas mudanças têm requeridos dos professores uma nova postura; a escola precisa estar se modificando constantemente, analisando criticamente seu papel, sua importância e se adequando com o envolvimento de todos os setores com ênfase na dificuldade de aprendizagem do aluno como consequência da falta de relacionamento interpessoal e de trabalho coletivo aliado a timidez e o individualismo. Em seguida, o grupo procedeu a uma discussão e pesquisa sobre o planejamento ligado à utilização de novas metodologias (filmes, poesias, músicas, computadores, aulas práticas, atividades dinâmicas, etc.) contribuindo para a aplicação do projeto em que os alunos e professores se sintam estimulados, tornando o conteúdo mais agradável para facilitar a compreensão. Buscando utilizar de metodologias diversificadas, inovadoras e que auxiliem no processo de ensino – aprendizagem através do projeto. A implementação de tecnologias visando a melhoria do ensino e da aprendizagem será feita através da elaboração e apresentação do projeto junto à equipe multidisciplinar e posteriormente aos alunos, buscando conscientizar com discussões em grupo e demonstração de casos de sucesso. Através das informações coletadas estabelecemos relações com o contexto podendo identificar o problema, falta de relacionamento interpessoal e de trabalho coletivo aliado a timidez e o individualismo do aluno. A partir do diagnóstico, procedemos a uma discussão e pesquisa sobre o planejamento ligado à utilização de 19 novas metodologias contribuindo para a aplicação do projeto, obtendo assim relação entre o contexto e as discussões realizadas e os resultados encontrados. Sendo assim, buscamos desenvolver neste trabalho acadêmico, uma solução para o problema encontrado, baseado em fundamentos teóricos, decidimos inserir aulas de teatro na escola, buscando primeiramente o desenvolvimento intelectual dos alunos, para uma melhor aprendizagem e a importância dos jogos teatrais para o desenvolvimento psicológico dos mesmos, fortalecendo a relação entre ensinar e aprender, fornecendo a possibilidade de ser um sujeito ativo, construindo seu próprio conhecimento, enfrentando seus medos, enriquecendo seuautoestima. Portanto um dos principais intuitos deste trabalho é a reflexão e a discussão da importância do lúdico na escola, tendo como principal objetivo chamar a atenção para a discussão da importância dos jogos teatrais, no processo de ensino e desenvolvimento do aluno, e o quanto é importante a relação interpessoal nos primeiros anos do ensino fundamental, onde podemos visar o lúdico como um caminho para uma aprendizagem eficaz, nesse trabalho pudemos comprovar que a utilização de procedimentos metodológicos que envolvem jogos teatrais, contribuem significantemente para o processo de ensino, facilitando melhor aprendizagem das crianças, contribuindo também na formação de atitudes sociais como cooperação, socialização, respeito mútuo, interação lideranças e personalidade, que favorecem a construção do conhecimento do educando. Segundo os PCNs (1998) o teatro é, por excelência, a arte que exige do aluno sua presença de forma completa: seu corpo, sua fala, seu gesto, manifestando a necessidade de expressão e comunicação. O ato de encenar está contido em cada um, como uma necessidade de compreender e representar uma realidade. Diante da escolha do tema buscamos informações feitas por levantamentos bibliográficos de autores como Vigotsky, Piaget, Viola Spolin e Olga Reverbel entre outros, tendo em vista o desenvolvimento interpessoal, intrapessoal e afetivo entre as crianças para uma melhor aprendizagem. A proposta procura trazer mudanças significativas, priorizando o desenvolvimento coletivo, em busca de um meio tecnológico que possa auxiliar na resolução desse problema. É fundamental propiciar nas crianças o desenvolvimento emocional, a interação social, que além da dimensão cognitiva do indivíduo, está a afetividade 20 motivando-os, fazendo que desenvolvam sua imaginação e seu próprio conhecimento, tendo acesso aos modos de pensar, agir e interagir, manifestando seu desenvolvimento psicológico, da fala, do intelectuo criando assim (ZDP), Zona de desenvolvimento proximal, uma linguagem impondo, estimulando a aprender, respeitar e interagir possibilitando a empatia e a motivação de uma maneira mais atraente e crítica, possibilitando que haja interação e uma melhora na dificuldade de aprendizagem .(VIGOTSKY ,1999). Segundo Piaget, na sua contribuição estabeleceu que a aprendizagem afetiva e principalmente o trabalho coletivo, está diretamente ligado ao desenvolvimento da criança com o mundo, especialmente no âmbito pedagógico, onde trata a relação de socialização da criança e é um fator fundamental que trás muitos benefícios para vida, mexendo com suas estruturas e seus sentimentos. O educador precisa estar atento sobre como lidar com esse equilíbrio, trazendo uma estabilidade na vida social, afetiva, moral e o intelectual da criança, permitindo que ela viva situações que a desenvolva.(PIAGET ,1968) Olga Reverbel em suas obras fala da importância da personalidade e cultura na formação de crianças e adolescentes sendo que seu principal objetivo é a atuação da criança na sociedade e aprender sobre a si própria, para favorecer a aprendizagem no seu desenvolvimento psicológico e coletivo, buscando o uso de uma tecnologia inovadora, para assim solucionar o problema, fazendo que a falta de relacionamento interpessoal e o individualismo, chegue ao fim,(OLGA REVERBEL, 1997). Com o objetivo de desenvolver a compreensão do jogo teatral como aspecto fundamental da aprendizagem e do desenvolvimento do aluno, visando suas influências mútuas com as várias partes do desenvolvimento e estabelecer seus entendimentos educacionais. Incentivar o estudo e o reflexo crítico em torno dos jogos teatrais, como tema presente direto e indireto nas pesquisas recentes em educação. Sendo assim, buscamos desenvolver neste trabalho acadêmico, uma solução para o problema encontrado, baseado nesses fundamentos teóricos, decidimos inserir aulas de teatro na escola, com a introdução dos jogos teatrais. A aula foi elaborada a partir do fichário de jogos de Viola Spolin, traduzido para o português por Ingrid 21 Koudela. Aplicamos duas aulas de 50 minutos cada, autorizadas pela diretora e a professora dos alunos, só com jogos teatrais de improviso e de aquecimento. Segundo Richard Courtney(1980), o homem começa sua dramatização na infância, e sua imaginação criativa é essencial na natureza, e se faz necessário atuar, para podermos conviver com nosso meio, compreender e trocarmos experiências, cultura, informações, conhecimento e principalmente sentimentos. Quanto aos jogos teatrais de Viola Spolin, tem desenvolvido nas crianças sua linguagem artística, não só para formar atores, mas na educação voltados para crianças e adolescentes, promovendo assim um indivíduo mais crítico-reflexivo, que seja capaz de exteriorizar suas expressões, e sua realidade na vida social e afetiva, com o intuito de promover a saúde mental, facilitando o desenvolvimento em grupo e melhorando assim sua aprendizagem. Propiciar momentos de vivência artística, experimentar, praticar e avaliar as possibilidades do jogo teatral como chave para o desenvolvimento do aluno e como recurso pedagógico só tem a acrescentar na formação da Educação Básica. De modo que as metodologias tradicionais utilizadas por grande parte dos professores poderiam justificar um quadro de desinteresse e dificuldade de aprendizado. Apresentamos, então, o jogo teatral na educação, com o alvo de discutir a possibilidade de uma metodologia de ensino alternativa que possibilitaria o envolvimento dos alunos no processo de ensino-aprendizagem. 4. ANÁLISES E DISCUSSÕES DE RESULTADOS 4.1 O Lúdico como facilitador de aprendizagem Partimos da hipótese de que os alunos aprendem com as relações e interações sociais, sendo capaz de assimilar qualquer assunto em qualquer idade de sua vida. Contribuindo para o seu desenvolvimento, físico, social, motor e cognitivo. Nessa perspectiva essa pesquisa identifica aspectos dos jogos teatrais que contribuem no processo de desenvolvimento e aprendizagem das crianças, de forma lúdica. Assim a perspectiva nesse sentido trata o lúdico na forma de jogos teatrais 22 https://docs.google.com/document/d/10z91aYqD1Gp28jsF1_D_xnaeewg-L_Zk2qZ-PpNxWfU/edit#heading=h.tyjcwt como uma possibilidade pedagógica em aceitação com os referencias e orientação metodológica do trabalho do educador na Ensino Fundamental. As aulas de teatro são ideais para ajudar as crianças a desenvolverem a expressão verbal e corporal, também exercita a memória e agilidade mental. Beneficiando as crianças em diversos aspectos como: Contribui para o desenvolvimento do caráter; Melhora a dicção; estimula a memória; combate a timidez e vergonha; ensina a relacionar com outras crianças; ensina a trabalhar em grupo; desperta consciência corporal e coordenação motora; ensina a controlar emoções. O professor deve adaptar as atividades e ordem de aplicação de cada conjunto às condições de espaço, de material colocado à disposição das crianças e, principalmente,partir da sua própria percepção dos tipos de personalidade das crianças com quem trabalha. O educador deverá adaptar o ensino a cada momento, a cada criança e a cada grupo. (REVERBEL, 1996, p.: 25) Afinal o benefício das aulas teatrais é tão notável que já existem escolas no Brasil que já incluíram teatro em suas disciplinas. Logo, foi possível verificar que o uso de jogos teatrais no âmbito da educação configura-se, ao mesmo tempo, como uma prática pedagógica e uma prática subjetiva (terapêutica) do fracasso escolar. De tal forma que na ficha Psicanálise e Teatro, em Kaufmann, encontramos: “O pivô do jogo teatral não é uma ilustração do texto, nem uma dramatização, nem uma mimese (essa perversão do jogo); é uma analogia do si mesmo oculto da arte” (KAUFMANN, 1996, p. 741). Assim considerando, torna-se possível pensar que os jogos teatrais possam ser utilizados na educação com objetivos que superem as questões pedagógicas, e possam atingir instâncias terapêuticas num sentido que favoreça a aprendizagem, ou até mesmo possam atuar sobre questões subjetivas que se mostrem relacionadas a alguns sintomas de fracasso escolar, diagnosticados nas escolas. Tais problemas, muitas vezes, localizam-se em questões emocionais das crianças e nem sempre são percebidos dessa forma. Por exemplo, Olga Reverbel (1997) propõe atividades para desenvolver a auto expressão do aluno, isto é, oferecer-lhe oportunidades para atuar efetivamente no mundo: opinar, criticar e sugerir, através de atividades passíveis de serem utilizadas 23 em sala de aula, tendo em vista explorar as capacidades de relacionamento, espontaneidade, imaginação, observação e percepção. E assim, ao desenvolver suas capacidades de expressão, a criança sentir-se-á preparada para todo tipo de aprendizagem. Inicialmente buscou-se autores como Vigotski, Freire, verificando como a teoria surge na prática de encenação teatral com crianças. Foi considerado também o fato de o Teatro desenvolve tanto a linguagem corporal como o imaginário da criança. A partir da segunda metade do século 20, o foco do teatro na educação passou a favorecer o conteúdo estético ou essencialista do teatro, compreendendo-o como “sistema de representação semiótico, como forma de expressão artística e linguagem acessível a todo ser humano” (Japiassu, 2001, p. 22, grifo nosso). Nesse contexto, a prática teatral praticada na escola “E.M.E.F. JOSÉ CARDOSO DE MATOS”, localizada no distrito de Nova Cardoso - Sp, insere-se nessa abordagem essencialista que defende o uso do teatro na educação como importante meio de formação cultural, estética e social do ser humano. Identifica situações lúdicas, provocando-as de modo a fazer o aluno progredir do ponto em que está na sua aprendizagem e no seu desenvolvimento. É como se o adulto oferecesse a criança um “andaime” para apoiá-la nesse processo (Moyle ET AL., 2006). A saber, a metodologia dos jogos teatrais sistematizada por Viola Spolin, uma das principais no ensino do teatro, que também norteou nossa pesquisa e solução do problema observado, está pautada no aprendizado pela experiência. O jogo teatral é ação no aqui e agora, e cabe aos alunos se entregarem à experiência de jogar e aprender jogando, vivenciando. A partir desta relação, sensações são causadas e vivenciadas, e algumas dessas sensações se transformam em percepções, são os alunos se percebendo em jogo, a partir do foco proposto porque este estimula a percepção. Com efeito, o aprendizado, deste modo, se torna um processo contínuo de relações entre experiências (passado, presente e futuro). Spolin, opta por não utilizar termos técnicos teatrais durante a realização dos jogos, mas sim utilizar expressões mais próximas da vida cotidiana dos jogadores, instiga o aluno a compreender o que é necessário realizar para melhorar seu desempenho no jogo, de forma mais clara., levando os alunos à experiência teatral, ou seja, os alunos aprendem teatro jogando, 24 na experiência real do aqui e agora. O jogo teatral é a experiência completa de jogar, enquanto arte e enquanto vivência. Já que uma proposta de ensino/aprendizagem na qual teoria e prática são indissociáveis faz com que o aluno cogite sobre a experiência, já que este tem a percepção estimulada a todo tempo, e é esta percepção da experiência que o auxiliará em seu aprendizado, o qual se torna parte da vida deste aluno, além de se tornar um aprendizado divertido. Existem regras nos jogos teatrais que “contêm a estrutura: onde; quem e o quê” (SPOLIN, 2011, p.43). O “onde “seria o ambiente, o “quem “seria dentro do ambiente, personagem ou relacionamento, e “o que” seria a realização do jogo, ação de cena. Há “essências do jogo teatral”: foco; instrução e avaliação. “O Foco coloca o jogo em movimento” (SPOLIN, 2012, p.32). Assim, utilizaremos dessa teoria para o jogo de improviso de cena curta. No que se refere às instruções, são palavras que guia o aluno ao foco, provocando influência mútua, movimento e transformação, aproximando o aluno do foco sem deixar ele se manter a distância. Posto que a avaliação vem do foco e está unida a um problema para solucionar. Tendo como objetivo estimular o aprendizado do aluno. Afinal Viola Spolin nos diz “lembre-se que o jogo só pode obter sucesso quando ele ou ela acreditar no jogo, no grupo, na instrução.” (SPOLIN, 2021. p.34). Afinal nesse aspecto, é importante o aluno aprimorar a intuição, a emoção, a sensação, a percepção e a razão, proporcionando um melhor relacionamento interpessoal. Vamos jogar um jogo teatral, e com ele aprender! 4.2 Pensamento e ação em sala de aula A partir da viabilidade de tempo e conforme a disponibilidade da escola, organizamos o planejamento para a aplicação da solução em três aulas, de cinquenta minutos cada, após o intervalo dos alunos. Desenvolvemos o conteúdo teatral de jogos conforme o fichário de Viola Spolin, selecionando jogos que tivessem como foco 25 as características do problema como o trabalho coletivo, a espontaneidade, o improviso e a expressão corporal e vocal, assim segue o plano: - Alongamento e Auto-apresentação. Solicitar aos alunos que se sentem no chão formando um círculo, e pedir que cada um se apresente dizendo nome, idade e as coisas que mais gosta de fazer; professores começam. Depois, que eles se levantem e, um por vez, repita seu nome, fazendo um gesto que todos tem que repetir. - Divide-se o grupo em equipes. Define-se a ordem de apresentação das equipes na área de jogo. Sorteia-se o participante da equipe que assumirá inicialmente o papel de ‘gato’. Todos os demais membros da equipe são os ‘ratos’. O ‘gato’ precisa pegar todos os ‘Ratos'. Os ‘ratos’ precisam escapar do ‘gato'. A um sinal determinado pela professora, tem início o jogo. Os ‘ratos’ que forem alcançados pelo ‘gato’ ficam imóveis, como se estivessem congelados, na posição em que foram tocados pelo ‘gato’. Mas os ‘ratos’ paralisados poderão ganhar movimento e se libertaremda ‘paralisia’ se outros companheiros ‘ratos’ passarem entre suas pernas. Questionar e orientar como um ‘gato’ se move? Procure agir e se mover como ‘gato’! Como um ‘rato’ se movimenta? Tente agir e se mover como ‘rato’! Procure permanecer imóvel na posição em que se encontrava quando foi ‘tocado’ pelo ‘gato’! - Jogo da Transformação: Trabalhar expressão corporal e criatividade. Material: Copo, corda, lenço, cabo de vassoura (escolher um só). Os alunos tem que “transformá-lo” em outro objeto ou utilitário que não seja o objeto e suas funções. Dar um exemplo e passar para o aluno do lado, todos na roda “transformam” até chegar ao professor. Passa a ser em dupla, depois em trio, depois em 2 grupos e por fim todos juntos. O objeto tem que ser útil a todos. Dentro de cada transformação o aluno deve usar o corpo, sons e interpretar a ação. - Jogo do dragão: Os alunos formam uma fila indiana, os braços apoiados no ombro do colega. O primeiro é a cabeça do dragão e o último o rabo do dragão, o jogo consiste em que a cabeça pegue o rabo, e isso feito, a cabeça ocupa o lugar do rabo até que todos iniciem o jogo uma vez. - Cena de improviso: dividir os alunos em grupos de 4 e orientar que eles criem uma cena com um tema cotidiano sugerido por eles mesmos. Todos tem que participar; questionar que a cena tem que dizer o que, quem, por que e onde. O que acontece? Quem é o personagem? Por que está acontecendo e em que lugar? 26 - Jogo do abraço: todos andando pela sala, o professor fala um número e todos tem que abraçar a quantidade de pessoas correspondente ao número, sempre abraçando os mais proximo na hora. - Para encerrar, formar uma roda, em pé de mãos dadas, todos contam até 10, no 10 cada um fala a primeira palavra que vier na cabeça sobre a aula. 4.3 Feedback: O “andaime” como apoio para o processo O planejamento saiu conforme o esperado, os alunos estavam agitados em sua maioria e empolgados por ser uma atividade diferente, fugindo da rotina da sala de aula. A aplicação foi na sala de auditório da escola, as carteiras e cadeiras foram removidas do meio da sala e empilhadas nas laterais, sobrando um espaço considerável, mas ainda um pouco apertado para a realização das atividades. Na primeira atividade de auto-apresentação, entre as coisas que mais gostavam a maioria dos alunos falou mexer no celular e falando o nome com um movimento, grande parte parava na sua vez e dizia que não sabia o que fazer, estavam ainda fechadas com receio, explicamos que um movimento pode ser qualquer coisa, mexer um pé, uma mão, bater palmas, dar um pulo, mexer a cabeça dizendo que não sabia já era um movimento e assim repetimos qualquer coisa que o aluno fizesse; no decorrer do exercício todos foram se empolgando, a cada novo nome com movimento, voltávamos do começo e iamos repetindo tudo, assim os alunos iam memorizando o movimento e cada nome correspondente e exercitando a memória. No jogo gato-rato, explicamos que era como um pega-pega, quem era pego congelava e só era salvo se alguém passasse por debaixo das suas pernas abertas, só que o pegador era um gato e os outros eram os ratos; alguns alunos ficaram meio abaixados ou ajoelhados de quatro, perguntavam que som o rato fazia e todos queriam ser o gato, foram desinibindo-se. No caso do jogo da transformação do objeto, a vassoura virou frigideira, raquete de tênis, violão e microfone; o apagador virou lanche, escova de dente, pente e perfume etc. Os alunos demoravam um pouco pra falar, ficavam pensando, mas a criatividade aflorou e quando faziam com o objeto a função que escolhiam, os outros riam de forma divertida e não de reprovação ou gozação. Mostramos que teatro é faz 27 de conta, então qualquer coisa pode ser qualquer outra coisa, só temos que acreditar, mostrar pra quem tiver assistindo. No jogo do dragão, trabalhando o coletivo, os alunos se divertiram, participaram e todos queriam ser o rabo ou a cabeça do dragão, por isso só paramos o jogo quando todos tinham ido e eles ficaram pedindo para brincar mais. No improviso de cena curtas formamos 4 grupos de 5 cada, eles queriam escolher os colegas de grupo, mas selecionamos por sorteio para que alunos com menos afinidade pudessem trabalhar juntos. O jogo fluiu, cada grupo escolheu seu tema, um grupo escolheu um assalto na padaria, o outro escolheu um passeio no praia, o outro escolheu um cemitério e o último um casamento. Todos participaram da cena de alguma forma, os que não falavam participaram se movimentando. No assalto tinha o dono de uma padaria e suas duas funcionárias estavam vendendo pão para um cliente, quando dois assaltantes entraram, levando todo o dinheiro, a polícia chega a tempo e consegue prender o assaltante depois de uma luta. No praia eles brincaram, mostravam um jogo de vôlei; no cemitério ocorria a volta dos zumbis e no casamento o noivo deixava a noiva no altar e rolava a maior confusão. Assim, pudemos ver a criatividade dos alunos, tiveram dez minutos para montar a cena. No final, demos o feedback para cada grupo, falando o que tinha achado, elogiando a participação e criatividade. Para terminar, no jogo do abraço, no começo alguns não queriam abraçar outros, as meninas com os meninos, fomos orientando que todos eram amigos e estavam ali pra brincar juntos e que teatro é trabalho de grupo e no final demos um abraço coletivo. Por fim, na roda, contamos até 10 e cada um gritou a sua palavra sobre a aula, as palavras que mais sairam foram: teatro, abraço, cena e amizade. Assim, portanto, com o fim da aula os alunos ficaram mais ativos, desinibidos e entrosados, nesse curto espaço de tempo houve uma melhora significativa na relação entre eles e com a própria escola, concluindo que a escola também é espaço de interação, de aprender brincando e se divertindo. Foi possível observar alunos criativos e talentosos, tanto comunicativos quanto introspectivos e ambos precisam de incentivo e de estímulo. A falta relacionamento interpessoal do grupo presente no dia-a-dia da sala de aula, pouco se mostrou ali, pois em meio aos jogos e brincadeiras a união em prol do objetivo em comum do jogo, todos interagiram entre 28 si, tanto verbalmente quanto pela expressão corporal, os alunos mais tímidos conseguiram se sentir a vontade no decorrer da aula. Contudo, a professora da sala se mostrou satisfeita com o trabalho e o método e disse que pretende incrementar em suas aulas, pelo menos uma vez por semana uma atividade teatral e que vai levar até a direção a possibilidade na grade curricular da escola, como tempo de atividades extra-curriculares. Houve uma melhora considerável da aprendizagem dos alunos em sala de aula, com maior interatividade, comunicação e participação. Os alunos relataram que gostaram muito e que querem continuar tendo aulas de teatro, que gostariam de ter toda a semana. Por fim, alguns pais disseram a professoraque os alunos explicaram sobre a aula diferente que tiveram em casa, empolgados e dizendo que queriam continuar fazendo e alguns que queriam ser atores ou atrizes quando crescerem. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS A partir desse trabalho identificamos uma dificuldade de aprendizagem ocasionada pela falta de relacionamento interpessoal e de trabalho coletivo entre os alunos nas atividades da sala de aula. Investigamos várias possibilidades de trabalho e de uso das tecnologias que apoiam o processo de ensino e aprendizagem, porém optamos por aulas de teatro com jogos teatrais, como instrumento para a resolução do problema. O teatro na escola entra como um meio de aprendizagem para grandes teóricos consultados no decorrer da pesquisa e apresentados ao longo deste relatório, como Spolin, Olga Reverbel, Vigotski, Freire, entre outros..Este tipo de técnica difere do teatro visto em outros espaços, pois não tem, obrigatoriamente, objetivo de promover espetáculo, nem tão pouco formar artista. Apresentamos a seguir algumas conclusões acerca da pesquisa desenvolvida, referente a investigação de possibilidades de trabalho e de uso das tecnologias como apoio ao ensino e aprendizagem. A priori, um dos objetivos desta pesquisa é diminuir a dificuldade de aprendizagem do aluno como consequência da falta de relacionamento interpessoal e de trabalho coletivo aliadas a timidez e o individualismo. Consideramos que esta aceitação das tecnologias no ambiente escolar, e a consideração de suas 29 potencialidades como demonstrado nesta pesquisa, possibilitam a integração de novos métodos que favorecem o desenvolvimento de projetos atrelados às tecnologia como recurso pedagógico. O uso de uma aula diferente como a de teatro tornou mais interessante e atrativo o relacionamento interpessoal e o trabalho coletivo entre as crianças, por meio dos jogos teatrais, automaticamente houve a interação, o contato verbal e corporal e, assim, a aproximação dos alunos, levando ao entendimento por parte deles mesmos de que o trabalho em grupo, a cooperação ajuda na aprendizagem e a torna mais divertida Durante a aplicação da solução verificamos todo o desenvolvimento do nosso projeto, o interesse, a motivação e a resolução de conflitos já estabelecidas na concepção dos alunos envolvidos na pesquisa, o que possibilitou uma mudança de atitudes também em sala de aula. Segundo a professora da classe envolvida no projeto, a utilização dos jogos teatrais foi o principal fator que possibilitou elevar a motivação das crianças, melhorar o relacionamento interpessoal, o desenvolvimento de trabalho coletivo, e finalmente o desenvolvimento de uma aprendizagem significativa e desafiadora que respeitou em todos os momentos a realidade do aluno e seu conhecimento prévio, o que possibilitou também melhora na sua autoestima. Conclui-se, portanto, que o professor mais do que nunca deve estar preparado para a concepção de ensino na era da tecnologia e dos meios de comunicação e informação, para as novas possibilidades de interação e participação dos alunos, por meio de tecnologias que fujam da rotina da sala de aula tradicional. É necessário reconhecer a importância da estruturação e a organização das atividades que devem ser propostas por meio de projetos que integrem tecnologias. Não basta usar de forma descontextualizada, é necessário vincular ao conteúdo curricular e ao projeto político pedagógico(PPP) da escola, caso contrário, as tecnologias perdem seu real potencial e o aluno pode relacionar as aulas com um mero passatempo no computador. Precisa-se buscar a inovação na sala de aula, com métodos de ensino que se aproximem da cotidiano e do próprio repertório cultural do aluno, como observamos na escolha dos alunos de temas para o improviso de cenas curtas. O professor precisa ser o facilitador no processo de ensino-aprendizagem de aluno ativos dentro da sala de aula, que interajam, estabeleçam vínculos sociais, questionem, respondam e relacionem a aprendizagem com a coisas do mundo. 30 REFERÊNCIAS ALBRECHT, T .D. Atividades lúdicas no Ensino Fundamental: uma intervenção pedagógica. Práticas pedagógicas; Atividades lúdicas; Ensino Fundamental. Campo Grande, 2009. 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