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Módulo 1 - Histórico dos Conselhos da Comunidade

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MÓDULO 1
Histórico dos Conselhos 
da Comunidade
CONSELHO DA COMUNIDADE 
E CONTROLE SOCIAL: 
Formação de Conselheiros
 
 
 
 
GOVERNO FEDERAL 
Presidente da República 
Luiz Inácio Lula da Silva 
Vice-Presidente da República 
Geraldo José Rodrigues Alckmin Filho 
Ministro da Justiça e Segurança Pública 
Enrique Ricardo Lewandowski 
Secretário da Secretaria Nacional de Políticas Penais– SENAPPEN 
André de Albuquerque Garcia 
Diretora da Escola Nacional de Serviços Penais – ESPEN 
Stephane Silva de Araújo 
Equipe ESPEN 
Haynara Jocely Lima de Almeida 
 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA 
Coordenação Geral 
Luciano Patrício Souza de Castro 
Financeiro 
Fernando Machado Wolf 
Consultoria Técnica EaD 
Giovana Schuelter 
Coordenação de Produção 
Caroline Daufemback Henrique 
Francielli Schuelter 
Coordenação de AVEA 
Andreia Mara Fiala 
Revisão Textual 
Supervisão: Evillyn Kjellin 
Victor Rocha Freire Silva 
Vivianne Oliveira Rodrigues 
Design Instrucional 
Supervisão: Milene Silva de Castro 
Flora Bazzo Schmidt 
Gabriel de Melo Cardoso 
Joyce Regina Borges 
Design Gráfico 
Supervisão: Mary Vonni Meürer de Lima 
Airton Jordani Jardim Filho 
Cleber da Luz Monteiro 
Giovana Aparecida dos Santos 
Guilherme Comerão Stecca Almeida 
Julia Morato Leite Lucas 
Renata Cristina Gonçalves 
Sonia Trois 
Tiago Augusto Paiva 
Programação 
Supervisão: Alexandre Dal Fabbro 
João Pedro Mendonça de Araujo 
Luan Rodrigo Silva Costa 
Luiz Eduardo Pizzinatto 
Audiovisual 
Supervisão: Rafael Poletto Dutra 
Angie Luiza Moreira de Oliveira 
Dilney Carvalho da Silva 
Eduardo Corrêa Machado 
Jacob de Souza Faria Neto 
Kimberly Araujo Lazzarin 
Marcelo Vinícius Netto Spillere 
Marília Gabriela Salomao Dauer 
Maycon Douglas da Silva 
Apresentação 
Áureo Mafra de Moraes 
Conteúdo 
Tatiana Whately de Moura 
 
 
 
 
 
 
BY NC ND 
Todo o conteúdo do curso Conselho da Comunidade e Controle Social: Formação de Conselheiros, 
da Secretaria Nacional de Políticas Penais do Ministério da Justiça e Segurança Pública do governo federal – 
2022, está licenciado sob a Licença Pública Creative Commons Atribuição - Não Comercial - Sem Derivações 
4.0 Internacional. Para visualizar uma cópia desta licença, acesse: https://creativecommons.org/licenses/by- 
nc-nd/4.0/deed.pt_BR. 
 
 
 
 
EXPEDIENTE 
https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/deed.pt_BR
https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/deed.pt_BR
A partir de 1º de janeiro de 2023, o Departamento Penitenciário Nacional 
(DEPEN) passou a ser denominado Secretaria Nacional de Políticas Penais 
(SENAPPEN), instituída pelo Art. 59 da Medida Provisória nº 1.154; porém, 
devido ao fato de o material deste curso ter sido produzido antes da vigência 
da referida medida provisória, há conteúdos em que a atual SENAPPEN 
é mencionada como DEPEN. É possível, ainda, que outros órgãos gover-
namentais federais citados nos materiais, como ministérios, secretarias 
e departamentos, disponham de uma nova estrutura regimental e uma 
nova nomenclatura e sejam mencionados de maneira diferente da atual.
ESCLARECIMENTO
SUMÁRIO
Apresentação 5
Objetivos do módulo 5
Unidade 1: A entrada da sociedade nas prisões através das 
igrejas 7
 1.1 Histórico 7
Unidade 2: Lei de Execução Penal 11
2.1 Os órgãos da execução penal 11
2.2 Os Conselhos da Comunidade 16
Síntese do Módulo 23
Referências 24
CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL: 
FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS
MÓDULO 1 | Histórico dos Conselhos da Comunidade 5
APRESENTAÇÃO
Olá, cursista!
Sejam bem-vindos(as) ao nosso primeiro módulo de estudos. 
Neste módulo será apresentado um breve histórico da entrada da so-
ciedade nas prisões através das igrejas e de comissões de cidadãos que 
exerciam funções de fiscalização nas prisões. Esse histórico contribui 
para o entendimento do que foi previsto legalmente como função dos 
Conselhos da Comunidade. Na segunda unidade deste módulo, serão 
apresentados os órgãos de execução penal, instituídos pela Lei de Execução 
Penal, delineando funções específicas de execução, fiscalização e/ou de 
orientação. Este módulo apresentará as bases históricas e legais para a 
atuação dos Conselhos da Comunidade, que passaram por transforma-
ções em suas práticas, as quais serão abordadas nos módulos seguintes.
Objetivos do módulo
• Identificar a história da entrada da sociedade nas prisões.
• Identificar os órgãos da execução penal e suas funções.
• Caracterizar as funções e características dos Conselhos da Comunidade.
UNIDADE 1
A entrada da sociedade nas 
prisões através das igrejas
CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL: 
FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS
MÓDULO 1 | Histórico dos Conselhos da Comunidade 7
1. A ENTRADA DA SOCIEDADE NAS PRISÕES ATRAVÉS DAS IGREJAS 
A atuação dos Conselhos da Comunidade foi se transformando ao longo 
dos anos, mas é importante fazer um resgate histórico para entender 
seu surgimento e as bases nas quais se anteparam as funções previstas 
em lei para esses conselhos. Avance para os tópicos a seguir e conheça 
mais sobre a história dos Conselhos da Comunidade.
 1.1 Histórico 
QR CODE
Aponte a câmera do seu dispositivo móvel (smartphone ou tablet) 
no QR Code ao lado para assistir ao vídeo de animação sobre 
os antecedentes históricos dos Conselhos da Comunidade, ou 
acesse o link: https://youtu.be/zMsA_HNAey4.
Os antecedentes históricos que costumam ser relacionados aos Conselhos 
da Comunidade remetem a origens religiosas, com a prática de visitar 
os reclusos para fornecer alimentos, vestimentas e dar apoio espiritual.
Foto: © [Thoom] / Shutterstock.
https://youtu.be/zMsA_HNAey4
CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL: 
FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS
MÓDULO 1 | Histórico dos Conselhos da Comunidade 8
Eugenio Cuello Calón aponta que a prática foi criada no Congresso de 
Niceia no ano de 235, em que foram criados os procuratores pauperum 
(1958 apud FERREIRA, 2014). As fraternidades religiosas surgiram no 
século XIII na Itália e no século XIV na França, com os mesmos objetivos. 
Outro marco importante remonta ao ano de 1480, em que os reis católicos 
atribuíram a juízes e promotores a função de inspecionar prisões (LEAL, 2012).
“A igreja católica tem longa tradição na atividade de visitação dos 
cárceres, embora várias igrejas evangélicas nos dias atuais realizem 
esta atividade, e com intensidade, deflagrando uma relação muito 
estreita entre a visitação no cárcere e a religião cristã. Foi a partir dos 
jesuítas que uma história no cárcere passou a ser escrita, e, atualmente, 
tem continuidade a partir das experiências da Pastoral Carcerária, 
mundo afora e especialmente no Brasil, por seus serviços religiosos 
prestados aos encarcerados e para a melhoria das condições car-
cerárias.” (LEAL, 2012, p. 62-63).
No Brasil, a Lei de 1º de outubro de 1828, que estabelece as atribuições 
das Câmaras Municipais, instituiu a base para o que depois vieram a se 
tornar os Conselhos da Comunidade, estipulando a criação de comissão 
de cidadãos para realização de inspeções a unidades prisionais.
Art. 56. Em cada reunião, nomearão uma commissão de cidadãos 
probos, de cinco pelo menos, a quem encarregarão a visita das 
prisões civis, militares, e ecclesiasticas, dos carceres dos conventos 
dos regulares, e de todos os estabelecimentos publicos de ca-
ridade para informarem do seu estado, e dos melhoramentos, 
que precisam.
Art. 57. Tomarão por um dos primeiros trabalhos, fazer construir 
ou concertar as prisões publicas, de maneira, que haja nellas 
a segurança, e commodidade, que promette a Constituição. 
(BRASIL, 1828).
Os Conselhos da Comunidade surgem como versões laicizadas da tra-
dição de entrada da sociedade nos cárceres, mas mantendo uma lógica 
assistencialista em sua atuação, especialmente em relação à assistência 
Procuratores Pauperum 
Sacerdotes e leigos que 
costumavam visitar as 
pessoas privadas de 
liberdade para prover 
alimentos, vestimentas 
e apoio religioso.
CONSELHODA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL: 
FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS
MÓDULO 1 | Histórico dos Conselhos da Comunidade 9
material, buscando a disponibilização de materiais básicos de higiene, 
colchões, vestimentas, etc.
A característica laica nem sempre é verificada na prática, uma vez que 
a influência de entidades religiosas, em geral católica ou evangélica, 
ainda é forte em muitos desses conselhos. A própria constituição de 
alguns Conselhos da Comunidade é apontada como resultado de uma 
Campanha da Fraternidade de 1997 da Igreja Católica, que tratou do 
tema das prisões e despertou o interesse da comunidade católica para 
a temática (DAUFEMBACK, 2010).
SAIBA MAIS
Veja informações sobre a Campanha da Fraternidade de 1997, 
disponível em: https://campanhas.cnbb.org.br/campanha/
fraternidade1997.
https://campanhas.cnbb.org.br/campanha/fraternidade1997
https://campanhas.cnbb.org.br/campanha/fraternidade1997
UNIDADE 2
Lei de Execução Penal
CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL: 
FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS
MÓDULO 1 | Histórico dos Conselhos da Comunidade 11
2. LEI DE EXECUÇÃO PENAL 
 
Nesta unidade, serão apresentados os órgãos da execução penal, institu-
ídos pela Lei de Execução Penal em 1984. Também veremos as funções 
dos Conselhos da Comunidade e como estes se relacionam com os 
demais órgãos e suas funções orientadoras, fiscalizadoras e executivas.
2.1 Os órgãos da execução penal
Conheça a seguir os órgãos da execução penal instituídos pela Lei de 
Execução Penal – LEP (Lei n° 7.210, de 1984):
O Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNPCP) é um 
órgão subordinado ao Ministério da Justiça, com 13 membros designados 
pelo Ministro da Justiça, entre professores e profissionais da área do Direito 
Penal, Processual Penal, Penitenciário e ciências correlatas, bem como 
representantes da comunidade e dos Ministérios da área social.
Os membros do CNPCP são renovados um terço em cada ano e seu man-
dato tem duração de dois anos. Cabe a este órgão os itens listados a seguir.
CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL: 
FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS
MÓDULO 1 | Histórico dos Conselhos da Comunidade 12
Responsabilidades do CNPCP
8
7
6
5
4
3
2
1
9
Representar ao juiz da execução ou à autoridade 
administrativa para instauração de sindicância ou 
procedimento administrativo, em caso de violação 
das normas referentes à execução penal.
Propor diretrizes da política criminal.
Estimular e promover a pesquisa criminológica.
Promover a avaliação periódica 
do sistema criminal.
Contribuir na elaboração de planos nacionais.
Inspecionar e fiscalizar os estabelecimentos 
penais, propondo às autoridades dela incumbida 
as medidas necessárias ao seu aprimoramento.
Estabelecer critérios para a 
elaboração de estatística criminal.
Estabelecer regras sobre a arquitetura e 
construção de estabelecimentos penais.
Elaborar programa nacional 
penitenciário de formação do servidor.
CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL: 
FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS
MÓDULO 1 | Histórico dos Conselhos da Comunidade 13
Além disso, também é sua responsabilidade representar à autoridade 
competente para a interdição de estabelecimento penal (Capítulo II).
Vejamos as responsabilidades dos demais órgãos, a seguir.
• Juízo da Execução
O Juízo da Execução Penal compete ao juiz indicado na lei local de orga-
nização judiciária e, na sua ausência, ao juiz responsável pela sentença. 
O juiz responsável pela execução penal tem, entre outras, as seguintes 
competências: a) decidir administrativamente sobre a execução da pena 
concedida; b) zelar pelo correto cumprimento da pena e da medida de 
segurança; c) inspecionar, mensalmente, os estabelecimentos penais, 
tomando providências para o adequado funcionamento e d) compor e 
instalar o Conselho da Comunidade (Capítulo III).
• Ministério Público
O Ministério Público é responsável pela fiscalização da execução da 
pena e da medida de segurança, oficiando no processo executivo e nos 
incidentes da execução. Cabe também ao Ministério Público realizar 
visitas mensais aos estabelecimentos penais (Capítulo IV).
• Conselho Penitenciário
O Conselho Penitenciário é instituído como órgão consultivo e fis-
calizador da execução da pena. Seus membros são nomeados pelo 
governador do estado, do Distrito Federal e dos territórios. É integrado, 
assim como no CNPCP, por professores e profissionais da área do Direito 
Penal, Processual Penal, Penitenciário e ciências correlatas. Incumbe ao 
Conselho Penitenciário: a) emitir parecer sobre indulto e comutação da 
pena; b) inspecionar os estabelecimentos e serviços penais; c) apresentar 
ao CNPCP relatórios anuais dos trabalhos realizados e d) supervisionar 
os patronatos e a assistência aos egressos (Capítulo V).
• Departamentos Penitenciários
Entre os Departamentos Penitenciários, são instituídos, no capítulo VI, 
o Departamento Penitenciário Nacional (DEPEN) e os Departamentos 
Penitenciários locais (estaduais). O DEPEN, subordinado ao Ministério 
da Justiça, é órgão executivo da Política Penitenciária Nacional e de 
apoio administrativo e financeiro do CNPCP e tem entre suas atri-
buições: a) acompanhar a aplicação das normas da execução penal 
no país; b) inspecionar e fiscalizar periodicamente os estabelecimentos 
e serviços penais; c) assistir tecnicamente as unidades federativas na 
CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL: 
FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS
MÓDULO 1 | Histórico dos Conselhos da Comunidade 14
implantação dos princípios e regras estabelecidos na LEP; d) colaborar 
com as unidades federativas mediante convênios, na implantação de 
estabelecimentos e serviços penais; e) colaborar com a unidades federa-
tivas para a realização de cursos de formação de pessoal penitenciário e 
de ensino profissionalizante do condenado e do internado e f) coordenar 
e supervisionar os estabelecimentos penais federais; etc.
• Patronato
O Patronato, público ou particular, destina-se a prestar assistência aos 
albergados e aos egressos (entendidos como os liberados definitivos, 
pelo prazo de um ano a contar da saída do estabelecimento, e os liberados 
condicionais, durante o período de prova). Tem por atribuição: a) orientar 
os condenados à pena restritiva de direitos; b) fiscalizar o cumprimento 
das penas de prestação de serviços à comunidade e de limitação de fim 
de semana e c) colaborar na fiscalização do cumprimento das condições 
da suspensão e do livramento condicional (Capítulo VII).
• Conselhos da Comunidade
Os Conselhos da Comunidade, instituídos pelos juízes da execução, 
são constituídos no âmbito das comarcas no Brasil. Atualmente, há 2.702 
comarcas que congregam os 5.570 municípios brasileiros (CONSELHO 
NACIONAL DE JUSTIÇA, 2019). De acordo com o texto legal, o conselho 
deve ser composto, no mínimo, por um representante da associação 
comercial ou industrial, um advogado indicado pela Seção da Ordem 
dos Advogados do Brasil, um defensor público indicado pelo Defensor 
Público Geral (incluído pela Lei n. 12.313/2010) e um assistente social 
escolhido pela Delegacia Seccional do Conselho Nacional de Assistentes 
Sociais (art. 80). Na falta da representação prevista, fica a critério do juiz 
da execução a escolha dos integrantes. A instalação do conselho é uma 
atribuição do juiz de execução penal (artigo 66, inciso IX). Tais conselhos 
são responsáveis por: a) visitar estabelecimentos penais; b) entrevistar 
presos; c) apresentar relatórios mensais ao juiz e ao Conselho Penitenciário 
e d) diligenciar a obtenção de recursos materiais e humanos para melhor 
assistência ao preso (capítulo VIII).
• Defensoria Pública
Por fim, a Defensoria Pública, introduzida na LEP como órgão da exe-
cução penal pela Lei n° 12.313, de 2010. Cabe à Defensoria Pública velar 
pela regular execução da pena e da medida de segurança, oficiando no 
processo executivo e nos incidentes da execução. Entre suas atribuições, 
consta: a) visitar os estabelecimentos penais, tomando providências para 
CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLESOCIAL: 
FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS
MÓDULO 1 | Histórico dos Conselhos da Comunidade 15
o adequado funcionamento e b) requerer, quando for o caso, a apuração 
de responsabilidade (capítulo IX).
Veja a seguir os órgãos da execução penal por tipo de função.
Há uma complexidade interinstitucional a ser considerada nas funções 
dos órgãos de execução penal que envolve a diferença entre os Poderes 
Executivo e Judiciário e entre os níveis federativos. 
A rigor, os estados e o Distrito Federal são os responsáveis pela formulação 
e implementação da política penal e são submetidos a medidas orien-
tadoras e consultivas de outros órgãos, como o Conselho Penitenciário 
– no mesmo nível federativo –, o CNPCP e o DEPEN, em suas orientações 
e recomendações realizadas no âmbito federal. E são, ainda, passíveis 
de fiscalização por todos os órgãos da execução penal.
Orgãos da execução penal, por tipo de função
Consultiva/
orientadora
Fiscalizadora Executiva
Conselho 
Penitenciário
Ministério Público
Departamentos 
penitenciários locais
Defensoria Pública
CNPCP
DEPEN
Patronato
Juiz
Conselho da 
Comunidade
CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL: 
FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS
MÓDULO 1 | Histórico dos Conselhos da Comunidade 16
Entretanto, é possível identificar a natureza executiva em outros órgãos 
da execução penal. 
O Departamento Penitenciário Nacional também possui uma 
função executiva na política penal, ao gerenciar as cinco peniten-
ciárias federais existentes no Brasil; os patronatos, além de sua 
função de fiscalização da pena, possuem função de assistência 
direta aos albergados e egressos do sistema prisional; e os juízes 
da execução são responsáveis por decidir administrativamente 
sobre o cumprimento da pena. 
E, por fim, os Conselhos da Comunidade têm a possibilidade de executar 
diretamente medidas de assistência às pessoas privadas de liberdade, 
além de fiscalizar as condições dos estabelecimentos penais.
2.2 Os Conselhos da Comunidade 
Os Conselhos da Comunidade incorporam cidadãos e representantes 
de entidades de classe na lógica de inspeção e fiscalização do sistema 
prisional, mas há uma lacuna normativa em relação a potenciais pon-
tos de interlocução e encaminhamento de demandas diretamente ao 
Poder Executivo.
Foto: © [rafapress] / Shutterstock.
CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL: 
FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS
MÓDULO 1 | Histórico dos Conselhos da Comunidade 17
Ou seja, interpretando a letra da lei, uma vez identificadas demandas 
nas inspeções, os conselheiros podem realizar diligências para obtenção 
de recursos materiais e humanos (art. 81, inciso IV, da Lei de Execução 
Penal) ou incluir eventuais outras questões no relatório mensal que 
deve ser apresentado ao juiz (art. 81, inciso III, da Lei de Execução Penal), 
que, supõe-se, daria o devido encaminhamento judicial. 
Não há, assim, um mecanismo instituído em lei de participação 
dos Conselhos da Comunidade no processo de tomada de decisão 
da política penal, em geral, ou da política prisional, especificamente.
Conheça as funções dos Conselhos da Comunidade segundo a LEP.
Funções dos Conselhos da Comunidade
Apresentar relatórios mensais 
ao juiz da execução e ao 
Conselho Penitenciário.
Diligenciar a obtenção de 
recursos materiais e humanos.
• Visitar estabelecimentos penais.
• Entrevistar pessoas presas.
CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL: 
FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS
MÓDULO 1 | Histórico dos Conselhos da Comunidade 18
Veja, a seguir, como a Lei de Execução Penal (LEP) influencia na criação 
e atuação dos Conselhos da Comunidade.
PODCAST
Após a edição da Lei de Execução Penal (LEP), os Conselhos da 
Comunidade passaram a ser criados em diversas localidades 
no Brasil, de acordo com o “senso de solidariedade de cada um, 
na percepção, tato ou aceitação de cada juiz, mas em número 
insuficiente comparado com a quantidade de prisões e comarcas 
desse país continental” (VALOIS, 2011, p. 8).
Apesar da LEP prever as atribuições do Conselho da Comunidade, 
não há definição de seus objetivos ou da forma de efetivação 
das diligências. Além disso, não há previsão de recursos e não 
é definida a natureza jurídica desses conselhos. Assim, os Con-
selhos da Comunidade têm sido instituídos de formas variadas. 
Há uma dependência dos Conselhos da Comunidade em relação 
ao Judiciário – seja para a própria instituição dos conselhos, 
que dependem do juiz de execução penal, seja para obtenção de 
recursos para desenvolvimento de suas atividades, através de 
repasse da pena pecuniária.
CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL: 
FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS
MÓDULO 1 | Histórico dos Conselhos da Comunidade 19
Veja a seguir o que foi identificado em uma pesquisa realizada junto a 
conselheiros do Paraná por Rocha (2017).
Para Rocha, o protagonismo dos juízes em relação à integração dos con-
selheiros reforça seu protagonismo em relação ao conselho. As entrevistas 
realizadas por Rocha também identificaram que os conselheiros(as) tinham 
aproximação prévia com o universo dos Conselhos da Comunidade por 
conta de sua atuação profissional ou por relações profissionais.
 
Formas de ingresso nos conselhos
Formas de 
ingresso nos 
conselhos
37% dos 
respondentes iniciaram 
o trabalho como
 conselheiro por 
indicação/convite do juiz
0,2% foi indicado por 
promotor de justiça
23,5% foram indicados 
como consequência da sua 
atividade profissional (por 
exemplo, representantes 
da OAB, de associação 
comercial, etc.)
23,5% foram 
indicados por 
outro conselheiro
3,9% se 
voluntariaram
21,6% foram 
indicados pela 
liderança da entidade 
à qual pertence
CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL: 
FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS
MÓDULO 1 | Histórico dos Conselhos da Comunidade 20
No que se refere à natureza jurídica:
“Vê-se que há Conselhos que possuem a feição de ‘pessoas jurídicas de 
direito público’, sem estatutos ou mecanismos internos de regramento 
e que atuam, simplesmente, após a constituição pela autoridade 
judiciária, como se fossem auxiliares do juízo, prestando-lhe contas. 
Outros há que, mesmo como ‘pessoas jurídicas de direito público’ 
adquirem e buscam maior autonomia em relação à figura do juiz, 
seja para que o trabalho a ser desenvolvido não seja pessoalizado, 
centrado na figura do juiz ‘x’ ou ‘y’ [...]. Há, ainda, outros membros de 
Conselhos que, após serem convocados pelo magistrado a assumirem 
seus cargos, tratam de organizar e constituir uma pessoa jurídica 
de direito privado, com personalidade jurídica e estatutos próprios, 
com diretoria periodicamente eleita, não só para ter independência 
em relação ao juízo, como, também, para mais facilmente conseguir 
obter recursos públicos e privados, apresentando projetos a entidades 
públicas e privadas dispostas a financiar iniciativas na seara penal.” 
(LOSEKANN, 2010, p. 46). 
Diante da pluralidade de formas e da ausência de estruturas institucionais 
prefixadas, inclusive quanto ao modo de implantação e financiamento 
das atividades, os conselhos da comunidade têm buscado diferentes 
estratégias de formalização institucional para possibilitar a operação 
de recursos. A maioria dos conselhos possuem recursos próprios, pro-
venientes da Pena Pecuniária repassada pelo Poder Judiciário ou de 
convênios com secretarias municipais e estaduais (DAUFEMBACK, 2010).
O Código Penal estabelece, em seu art. 43, inciso I, a prestação pecu-
niária como uma das penas restritivas de direitos, ou seja, trata-se de 
uma pena que pode ser aplicada pelo juiz, atribuindo ao réu a obrigação 
de pagamento em espécie.
CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL: 
FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS
MÓDULO 1 | Histórico dos Conselhos da Comunidade 21
A Resolução CNJ nº 154, de 2012, alterada pelas Resoluções nº 206/2015 
e 225/2016, define a política institucional do Poder Judiciário na utilização 
dos recursos oriundos da aplicação da pena de prestação pecuniária e es-
tabelece, em seu art. 2º, que os valores, quando não destinados à vítima 
ou aosseus dependentes, serão, preferencialmente, destinados à entidade 
pública ou privada com finalidade social, previamente conveniada, ou para 
atividades de caráter essencial à segurança pública, educação e saúde. 
Essa resolução apresenta os Conselhos da Comunidade como um dos 
possíveis projetos a serem financiados com o recurso proveniente da 
prestação pecuniária. Em 2007 foi realizado um levantamento, durante 
o II Encontro de Conselhos da Comunidade da Região Sul, junto a 65 
conselheiros. Veja a seguir os dados levantados no encontro.
Levantamento realizado em 2007 durante o 
II Encontro de Conselhos da Comunidade da Região Sul
57 Conselhos 
de Comunidade
• 38% se constituíram 
como Associação.
• 35% outros tipos.
• 10% não possuíam 
personalidade jurídica.
• 17% não responderam.
73% dispõem 
de recursos próprios
• Desses, 69%
dos recursos eram 
provenientes de 
penas pecuniárias.
CONSELHO DA COMUNIDADE E CONTROLE SOCIAL: 
FORMAÇÃO DE CONSELHEIROS
MÓDULO 1 | Histórico dos Conselhos da Comunidade 22
Estudo posterior realizado no Paraná (ROCHA, 2017) identificou que, 
em 2016, todas as 161 comarcas do estado possuíam Conselhos da 
Comunidade criados e 116 estavam regularizados e aptos a receber recursos.
Um levantamento realizado pelo Ministério da Justiça em 2008 identificou 
a existência de 639 Conselhos da Comunidade no Brasil e levantamento 
posterior, realizado pelo Conselho Nacional de Justiça, identificou que, 
em 2012, já havia 1.046 Conselhos da Comunidade.
Há uma concentração das atividades dos Conselhos da Comu-
nidade nas unidades prisionais, cerca de um terço das comarcas 
possuem unidades prisionais. Mas Daufemback (2010) aponta 
que a instalação dos Conselhos da Comunidade em locais que 
não têm unidade prisional favorece o envolvimento destes em 
programas de alternativas penais, que demandam um envolvi-
mento maior da sociedade. 
Veja a seguir uma retomada dos principais pontos deste módulo.
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SÍNTESE DO MÓDULO
Neste módulo foram apresentados os antecedentes históricos de entrada 
da sociedade nas prisões, que acabou sendo reproduzido em moldes 
similares pela Lei de Execução Penal. A LEP previu aos Conselhos da 
Comunidade apenas atividades de fiscalização e de diligências voltadas a 
recursos materiais e humanos para melhorar assistência ao(à) preso(a) e 
internado(a) – atividades relacionadas ao que já era exercido pela comissão 
de cidadãos probos, criada pela Lei das Câmaras Municipais em 1828.
A LEP estabeleceu os órgãos da execução criminal, indicando suas res-
ponsabilidades e respectivas funções consultiva/orientadora; fiscalizadora 
e executiva. Apesar da lei prever poucos membros para integrarem os 
Conselhos da Comunidade, uma atuação restrita e não prever recur-
sos financeiros para a realização de suas atividades, os Conselhos da 
Comunidade passaram a buscar diferentes estratégias de formalização 
institucional e de atuação.
Você finalizou o Módulo 1! 
No próximo módulo você verá um panorama da atuação dos Conselhos 
da Comunidade.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei de 1º de outubro de 1828. Dá nova fórma ás Camaras 
Municipaes, marca suas atribuições, e o processo para a sua eleição, e dos 
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gov.br/ccivil_03/leis/lim/lim-1-10-1828.htm. Acesso em: 25 fev. 2022. 
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Penal. Brasília, DF: Presidência da República, 1984. Disponível em: http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7210.htm. Acesso em: 25 fev. 2022. 
CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. Justiça em Números 2019. Brasília: 
CNJ, 2019. Disponível em: https://www.cnj.jus.br/wp-content/uploads/
conteudo/arquivo/2019/08/justica_em_numeros20190919.pdf. Acesso 
em: 25 fev. 2022.
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Comunidade: a experiência da Região Sul. In: BRASIL. Ministério da Justiça. 
Departamento Penitenciário Nacional. Ouvidoria do Sistema Penitenciário. 
Fundamentos e análises sobre os Conselhos da Comunidade. Brasília: 
Ministério da Justiça, 2010. p. 67-86. 
FERREIRA, J. C. Os Conselhos da Comunidade e a reintegração social. 
Dissertação (Mestrado em Direito Penal, Medicina Forense e Criminologia) 
– Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, 2014.
LEAL, C. B. Execução Penal na América Latina à luz dos direitos humanos: 
uma viagem pelo caminho da dor. Curitiba: Juruá, 2012.
LOSEKANN, L. O juiz, o poder judiciário e os conselhos da comunidade: 
algumas reflexões sobre a participação social na execução penal. In: 
BRASIL. Ministério da Justiça. Departamento Penitenciário Nacional. 
Ouvidoria do Sistema Penitenciário. Fundamentos e análises sobre os 
Conselhos da Comunidade. Brasília: Ministério da Justiça, 2010. p. 41-63.
MOURA, T. W. Conselhos da Comunidade – do assistencialismo à 
política? Projeto de Qualificação de Doutorado apresentado ao Programa 
de Pós-Graduação em Ciência Política da Universidade de Brasília, 2020.
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REFERÊNCIAS
ROCHA, M. A. A atuação dos Conselhos da Comunidade do estado do 
Paraná no processo de execução penal: possibilidades, limites e desafios. 
Universidade de Londrina, 2017.
VALOIS, L. C. Prisão, participação social e a Região Norte. In: Fundamentos 
e Análises sobre os Conselhos da Comunidade. Brasília: Ministério da 
Justiça, 2011.
	Apresentação
	Objetivos do módulo
	 1.1 Histórico 
	2.1 Os órgãos da execução penal
	2.2 Os Conselhos da Comunidade 
	Síntese do Módulo
	Referências

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