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PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO DAS POLÍTICAS SOCIAIS A INTERVENÇÃO PROFISSIONAL NA GESTÃO DAS POLITICAS SOCIAIS Profª Ms Selma Leite UNIDADE I Não há democracia sem direitos humanos e não há direitos humanos sem democracia (Flavia Piovesan, 2003 É sempre bom lembrar... Mundialmente, a história demonstra um processo de construção no sentido de preservação dos direitos humanos. Estes se intensificaram com a Revolução Francesa e frente a episódios como a 1ª e 2ª Guerra Mundial, momentos em que surgem organismos internacionais para a defesa dos direitos humanos. Porém, apesar de todos os esforços internacionais, ainda milhares de crianças morrem de fome no mundo1; mulheres sofrem discriminação, violência física e psicológica; homossexuais são perseguidos; estrangeiros são duramente culpabilizados pelas tragédias nacionais; nos conflitos de terra indígenas e homens do campo são exterminados em ordem crescente entre outras violações. Ainda, de forma predatória o meio ambiente é atacado severamente e os recursos naturais se esvaem sob a ambição do homem, expondo a mazela contemporânea do paradoxal desenvolvimento tecnológico e a sedimentada desigualdade social que constituem o grande desafio do século, como nos alerta Nelson Mandela: ―a pobreza maciça e a desigualdade obscena são flagelos tão grandes dos nossos tempos – tempos em que o mundo se gaba de progressos extraordinários na ciência, tecnologia, indústria e na acumulação de riqueza – que têm de ser colocados ao lado da escravatura e do Apartheid como males sociais‖. É neste sentido, aliado à adesão aos tratados do sistema internacional de proteção e promoção dos direitos humanos que, em busca da reversão 1 Em 1993, a Comissão de Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas) realizou uma reunião com 52 países e, apesar do voto contrário dos Estados Unidos, reconheceu o direito à alimentação como direito humano. deste quadro, o processo de redemocratização no Brasil no final do século XX é fortemente impulsionado por movimentos sociais de diversos segmentos da sociedade civil organizada após anos de ditadura militar que descaracterizaram o cenário político, econômico e social de país democrático. Segundo aduz Maria da Glória Gohn (2007), nos anos 1980 o cenário se altera formado por movimentos pluriclassistas como o de mulheres, de negros, de ecológicos etc.; por lideranças das novas centrais sindicais; por parlamentares e partidos políticos oposicionistas; por entidades profissionais comprometidas com a democracia; e por Organizações Não Governamentais ONGs então emergentes na cena política nacional, que lutam pelo fim da ditadura. É neste contexto que vai se caracterizar o pano de fundo em que é revestida a formatação de uma nova Carta Constitucional, pautada na descentralização do poder onde a participação popular é consagrada e garantida através do controle social e os direitos sociais adquirem novo status através da reconfiguração da Seguridade Social, da garantia de proteção integral à criança e ao adolescente, enfim, conquistas há muito reinvinicadas, são agora contempladas contitucionalmente, inaugurando novos tempos ao menos no que tange ao âmbito legislativo. A proposta de controle social2 como direito conquistado através da promulgação da Constituição Federal de 1988 encontra-se na efetivação de uma estrutura político-administrativa descentralizada e participativa, entendida aqui como forma de organização estatal, onde Estados e municípios gozam da autonomia política e administrativa. Após vinte anos de ditadura militar e uma crise econômica conjuntural, é nesta Carta que os direitos à educação, a saúde, ao trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência social foram expandidos e reconhecidos como direitos fundamentais, tornando-a conhecida como ―Constituição Cidadã‖. Nesta Constituição, em seu art. 6º e Título VIII é promovida, como cita Carlos Simões (2009, p.86): ―uma nova concepção dos direitos sociais, desvinculada da lógica das relações econômicas; mas, ao contrário, agora decorrentes de situações de risco e vulnerabilidade social de parcelas da população, das quais emergem direitos centrados na pessoa e sua dignidade, matricialidade familiar e trabalho, o que pressupõe os princípios da universalidade e seletividade (parte II, inciso II, itens 1 e 3). A concepção de Estado nação é superada nesta Constituição em seu Artigo 1º e repercute na descentralização do poder onde a participação popular tem seu protagonismo institucionalmente reconhecido: ―A República Federativa 2 Historicamente a categoria controle social foi entendida apenas como controle do Estado ou do empresariado sobre as massas...o sentido inscrito na Constituição é o da participação da população na elaboração, implementação e fiscalização das políticas sociais...que tem como marco o processo de redemocratização da sociedade brasileira com o aprofundamento do debate referente à democracia (CFESS, 2009 p.395) do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito3 e tem como fundamentos: a soberania a cidadania a dignidade da pessoa humana os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa e o pluralismo político Ainda, em seu parágrafo único destaca que: “Todo poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição”. A novidade, que lhe é peculiar, de descentralização das políticas públicas e a participação no controle e gestão destas pela população através da sociedade civil organizada, não acontece sem embates e dificuldades iniciais, pois ao tratar de gestão democrática redefine e desloca dimensões importantes, como aduz Marco Aurélio Nogueira: ―trata-se de um tema composto de muitos temas: a participação, a liberdade, o controle social, a composição dos interesses, o poder compartilhado, os sujeitos autônomos, a eficiência. A gestão democrática é um arranjo sofisticado: combina institucionalidade, compromisso e pacto com a criatividade, iniciativa e empreendedorismo. Trata-se de um outro modo de organizar e de agir: um outro modo de fazer política nas e com as organizações ...o tema da eficiência surge de modo bem preciso: desliga-se o custo e concentra-se nas finalidades, preocupando-se em responder não ao impacto financeiro, mas ao impacto “social” – isto é, sobre os que usam determinado serviço. A gestão democrática, quando pensa em eficiência, desloca a dimensão administrativa ( controle, o gasto, a organização, os processos) e a substitui pela dimensão política. Troca a norma burocrática por uma outra: não pela ―norma gerencial‖, mas pelas ―normas‖ definidas por sujeitos capazes de assumir compromissos, organizar espaços coletivos e criar soluções, produzindo serviços que seja de ―qualidade social‖. A gestão democrática não ignora nem teme o tema poder. Mas pretende dedicar-se a domesticar e a humanizar o poder: transformá-lo em algo menos ameaçador, mais compartilhado, mais negociado. É por isso que não pode haver gestão democrática sem ―reforma intelectual e moral‖, como dizia Gramsci: sem novas subjetividades e sem uma nova cultura. (2005, p.18-19 grifos nossos) 3 Nessa acepção, a instituição do Estado de direito significa a garantia dos direitos fundamentais das pessoas, tratadas humanamente (daí a redundância de pessoas humanas) na base de um regime legal de garantias constitucionais, contra o arbítrio público ou privado, configuradoras de um novo status jurídico das pessoas, assim instituídas como cidadãs, de modo que nem o Poder Público nem, muitomenos, os poderes privados possam invadir a esfera individual (SIMÕES, 2009 p.85). O mesmo autor ainda trata da complexidade da ―descentralização participativa‖ como diretriz que inova e promete democracia quando propõe mudanças institucionais e amplia efetivamente a participação social através dos Conselhos4 (NOGUEIRA, 2005). Encontramos, ainda nesta mesma linha, declarado na Constituição de 1988, Título VIII : Da Ordem Social, na definição do conceito seguridade social explicitamente o papel a ser desempenhado pela sociedade: Art. 194 - A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social. Como indica Carlos Simões (2009): ―essa iniciativa da sociedade, na administração pública...ampliou- se para o setor privado, em que o interesse público está presente, como a educação, o meio ambiente, o abrigo de idosos e outros, por meio de duas formas de participação: de um lado, das entidades e organizações sociais...voltadas para fins sociais específicos e de outro, dos conselhos, por meio de representantes eleitos pela população entre trabalhadores, empresários, aposentados e representantes do governo‖. Observa-se nesta Constituição Federal que, entre os sete objetivos de competência do Poder Público quanto à organização da seguridade social, o objetivo exposto no Inciso VII irá demonstrar o forte conteúdo político que assegura a participação da comunidade nos colegiados dos órgãos públicos: ―caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados‖. Certamente de forte cunho político, o Brasil inova ao distribuir competências entre a União, Estados, municípios e o Distrito Federal, ampliando o controle social através da participação popular e a co- responsabilidade entre sociedade e Estado através da descentralização político-administrativa garantida nos artigos 204 e 198 em relação às políticas sociais, como segue: Art. 198 - As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes: I - descentralização, com direção única em cada esfera de governo; 4 A palavra Conselho tem origem greco-latina e, entre os seus muitos significados destacam-se o de exortação para o grego e o de ajuntamento de convocados para o latim, ambos supondo participação, cogitação, reflexão e deliberação precedidas de análises e de debates ( Carlos Betlinski, Conselhos Municipais de Educação:participação e cultura política – tese de doutorado – Programa de Educação – PUC/SP – 2006 p. 96) II - atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais; III - participação da comunidade. Art. 204 - As ações governamentais na área da assistência social serão realizadas com recursos do orçamento da seguridade social, previstos no Art. 195, além de outras fontes, e organizadas com base nas seguintes diretrizes: I - descentralização político-administrativa, cabendo a coordenação e as normas gerais à esfera federal e a coordenação e a execução dos respectivos programas às esferas estadual e municipal, bem como a entidades beneficentes e de assistência social; II - participação da população, por meio de organizações representativas, na formulação das políticas e no controle das ações em todos os níveis. Dentre os mecanismos ou espaços de ação para o controle social encontram-se o Ministério Público, incumbido na defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis. Ele se configuraria num ―advogado da sociedade‖. Também estão elencados os órgãos de defesa do consumidor, como o PROCON, que não só se dedica ao consumidor de bens e objetos, mas também prevê a proteção ao consumidor de serviços: as condições precárias de funcionamento das diversas instituições podem e devem ser notificadas ao PROCON (BARROS, 1994); os meios de comunicação oficiais, apesar da dificuldade de acesso e os alternativos; os Conselhos de profissionais, em que é possível que qualquer pessoa denuncie um mau atendimento no conselho respectivo (BRAVO, 2009 p.397) Dentre as instâncias de participação popular nas políticas sociais previstas nas respectivas Leis Orgânicas, destacam-se: as conferências e os Conselhos. As conferências são eventos que devem ser realizados periodicamente para discutir as políticas sociais de cada esfera e propor diretrizes de ação. As deliberações das conferências devem ser entendidas enquanto norteadoras da implantação das políticas e, portanto, influenciar as discussões travadas nos diversos conselhos (BRAVO,2009). Atendendo às diretrizes desta de descentralização das políticas públicas preconizadas pela Constituição Federal e expostas no artigo 10; Artigo 194, Inciso VII; artigo 198, inciso III; artigo 204 inciso II; artigo 206 inciso II e VI, o controle social a ser exercido pela população é assegurado nas legislações ordinárias que prevêem conselhos colegiados, em geral paritários e agora deliberativos, compostos por representantes da sociedade civil e do governo, com competência de apreciar, controlar e fiscalizar políticas públicas. Os Conselhos são considerados condutos formais de participação social, institucionalmente reconhecidos, com competências definidas em estatuto legal, com o objetivo de realizar o controle social de políticas públicas setoriais ou de defesa de direitos de segmentos específicos. Sua função é garantir, portanto, os princípios da participação da sociedade nos processos de decisão, definição e operacionalização das políticas públicas, emanados da Constituição. Ou seja: são instrumentos criados para atender e cumprir o dispositivo constitucional no que tange ao controle social dos atos e decisões governamentais (CFESS, 2009 p.166). Os Conselhos não são novidade, segundo Gohn (2007), pois constam experiências em Portugal ainda no século XIII. Na França, a Comuna de Paris é considerada como a primeira experiência em autogestão operária por meio de conselhos populares; ainda neste modelo consideram-se os sovietes russos que surgem em 1905 na cidade de São Petesburgo seguidos por Conselhos operários na Alemanha; Itália, Espanha e no pós-guerra por países como Hungria, Polônia e Iugoslávia cuja experiência tornou-se famosa. A sua novidade é a idéia do controle exercido pela sociedade através da presença e da ação organizada de diversos segmentos. Os conselhos devem ser visualizados como lócus do fazer político, como espaços contraditórios, orientados pela democracia participativa, tendo no horizonte a construção da democracia de massas. Segundo Carvalho (1995) os conselhos são espaços paritários em que a sociedade civil (50%) e os prestadores de serviços públicos, privados e filantrópicos discutem, elaboram e fiscalizam as políticas sociais das diversas áreas: saúde, educação, assistência social, criança e adolescência, idoso, entre outras. São baseados na concepção de participação social, que tem sua base na universalização dos direitos, pautada por uma nova compreensão do caráter e papel do Estado (apud Bravo, 2009 p. 396). Esta autora, tratando dos desafios postos, ressalta ainda que os conselhos não podem ser nem supervalorizados, nem subvalorizados, apontando como dificuldades: o desrespeito do poder público pelas deliberações dos conselhos e conferências; o não cumprimento das leis que regulamentam o seu funcionamento; a burocratização das ações e dinâmica dos conselhos que não viabilizam a participação dos representantes; a não divulgação préviada pauta de reuniões; a infra-estrutura precária; a ausência de definição orçamentária; a falta de conhecimento da sociedade civil organizada sobre os conselhos; a ausência de articulação mais efetiva dos conselheiros com suas bases; a dificuldade dos conselheiros interferirem na dinâmica dos conselhos; a chantagem institucional do Poder Executivo, alegando que, caso as propostas apresentadas sejam questionadas pelos conselheiros, irá trazer prejuízos para a população; a ausência de soluções jurídicas mais ágeis quanto à necessidade de se defrontar com o executivo; a contribuição ainda incipiente dos conselhos para a democratização da esfera pública (BRAVO,2009 p.399) No Brasil, Maria da Gloria Gohn (2007) diferencia os conselhos como: criados pelo Poder Executivo, para mediar suas relações com os movimentos e com as organizações populares; os populares, construídos pelos movimentos populares ou setores organizados da sociedade civil em suas relações de negociações com o poder público; e os institucionalizados, com possibilidades de participar da gestão dos negócios públicos criados por leis originárias do poder Legislativo. Os conselhos populares foram propostas dos setores da esquerda ou de oposição ao regime militar, e surgiram com papéis diversos tais como: organismos do movimento popular atuando com parcelas e poder junto ao executivo (tendo a possibilidade de decidir sobre determinadas questões de governo); organismos superiores de luta e de organização popular, gerando situações de duplo poder; organismos de administração municipal criados pelo governo para incorporar o movimento popular ao governo, no sentido de assumirem tarefas de aconselhamento, deliberação e/ou execução. Pode-se afirmar que a criação de um conselho municipal de direitos é uma medida voltada para garantir uma esfera pública com representantes da comunidade local e dos órgãos governamentais, para monitorar o impacto das políticas públicas na proteção e efetivação dos direitos da pessoa humana, e, também, para investigar as violações de direitos no território municipal. O conselho deve ser criado por lei municipal e, para o exercício de suas atribuições, não pode ficar sujeito a qualquer subordinação hierárquica. Deliberam sobre questões no âmbito da política municipal e suas decisões devem ser parâmetros para os órgãos municipais e para a execução das ações públicas governamentais e não-governamentais. Quanto aos conselhos estaduais de direitos existentes no País, a maioria foi criada nos anos noventa, tendo como característica principal a participação expressiva da sociedade civil e a independência perante o Poder Executivo de seus respectivos estados. Criados por lei estadual, estão vinculados administrativamente às Secretarias de Estado das respectivas áreas temáticas ou de direitos e não devem estar sujeitos a nenhuma subordinação hierárquica. Deliberam sobre questões no âmbito na política estadual e suas decisões devem ser parâmetros tanto para os órgãos estaduais, quanto para os municípios. Os conselhos nacionais devem estar vinculados administrativamente aos Ministérios respectivos ao seu interesse temático e de direitos. Deliberam sobre questões no âmbito da política nacional e suas decisões devem ser parâmetros tanto para os órgãos nacionais, quanto para estados e municípios. Destacam- se neste nível: Conselho Nacional dos Direitos do Idoso - CNDI Conselho Nacional dos Direitos da Mulher - CNDM Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Portadora de Deficiência – CONADE Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial - CNPIR Conselho Nacional de Combate à Discriminação – CNCD Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente – CONANDA Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana – CDDPH Na contemporaneidade encontram-se entre os conselhos gestores institucionalizados setoriais os Conselhos da Saúde, da Assistência Social, da Criança e Adolescente e os Conselhos de Assistência Social, entre outros, como explicitados a seguir. A partir de 1990 a regulamentação deste princípio institucional inicia-se na área da saúde através da Lei Orgânica da Saúde LOS Lei nº 8.080 de 19 de setembro que regulamenta o SUS, cria o Conselho Nacional da Saúde CNS e prevê a formação dos conselhos estaduais e municipais, com a função de elaborar a Política, o Plano e o Fundo Nacional de Saúde como pode-se observar: DAS DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 2º A saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício. § 2º O dever do Estado não exclui o das pessoas, da família, das empresas e da sociedade. CAPÍTULO II Dos Princípios e Diretrizes Art. 7º As ações e serviços públicos de saúde e os serviços privados contratados ou conveniados que integram o Sistema Único de Saúde (SUS), são desenvolvidos de acordo com as diretrizes previstas no art. 198 da Constituição Federal obedecendo ainda aos seguintes princípios: VIII - participação da comunidade; IX - descentralização político-administrativa, com direção única em cada esfera de governo: a) ênfase na descentralização dos serviços para os municípios; CAPÍTULO IV Da Competência e das Atribuições Seção I Das Atribuições Comuns Art. 15. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios exercerão, em seu âmbito administrativo, as seguintes atribuições: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constitui%C3%A7ao.htm#cfart198 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constitui%C3%A7ao.htm#cfart198 I - definição das instâncias e mecanismos de controle, avaliação e de fiscalização das ações e serviços de saúde; II - administração dos recursos orçamentários e financeiros destinados, em cada ano, à saúde; Ainda na década de 1990, o Conselho Nacional de Assistência Social CNAS, é instituído pela Lei Orgânica da Assistência Social LOAS em 07 de dezembro de 1993, Lei nº 8742, como órgão superior de deliberação colegiada, vinculado à estrutura da Administração Pública /federal responsável pela elaboração e coordenação da Política Nacional de Assistência Social, atualmente Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Seus membros têm dois anos de mandato, permitida uma única recondução, nomeados pelo Presidente da República. Como ferramenta da Política Nacional da Assistência Social, o Sistema Único da Assistência Social é definido como ―um sistema público não contributivo, descentralizado e participativo que tem por função a gestão5 do conteúdo específico da assistência social no campo da proteção social brasileira (...) pauta-se na unidade de concepção e de aça para a promoção de ações integradas e reafirma o compromisso com o desenvolvimento e humano e social (NOB, 2005). Carlos Simões (2009) destaca que esta descentralização é hierarquizada, segundo as competências e atribuições privativas dos entes federativos, pois: ―aos Estados, municípios e Distrito Federal, compete uma relativa autonomia, traçando as respectivas políticas, entretanto subordinadas à normatização federal”. Ainda neste sentido prossegue-se no caminho da co-responsabilização entre os entes federativos e a sociedade com a regulamentação direcionada à criança e ao adolescente através da Lei n. 8.069 que institui o Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA e igualmente prevê a criação do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente – CONANDA e dos conselhos estaduais e municipais de composição paritária, bem como prevê a implantação dos conselhos tutelares: Título I Das Disposições Preliminares Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito,à liberdade e à convivência familiar e comunitária. 5 Os gestores do SUAS são os representantes de cada esfera de governo: no âmbito nacional, o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome; no âmbito estadual, o Secretário de Estado da Assistência Social e no município, o Secretário de Assistência Social. Art. 18. É dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor. Dentre suas atribuições, o CONANDA vai estabelecer as Diretrizes Nacionais que irão embasar os procedimentos nas áreas de políticas sociais voltadas para as crianças e adolescentes, a partir de um conjunto de temas focais que irão orientar: a organização, a articulação, o desenvolvimento e a avaliação de programas executados pelos órgãos governamentais e pela sociedade civil. O Conanda, segundo o que estabelece a Lei no 8242 de 12 de outubro de 1991 em seu artigo terceiro, será integrado por representantes do Poder Executivo, assegurada a participação dos órgãos executores das políticas sociais básicas na área de ação social, justiça, educação, saúde, economia, trabalho e previdência social e, em igual número, por representantes de entidades não-governamentais de âmbito nacional de atendimento dos direitos da criança e do adolescente. No Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, artigo 88, os conselhos municipais, estaduais e nacional dos direitos da criança e do adolescente devem ser deliberativos e controladores das ações em todos os níveis, devendo ser assegurada a participação popular paritária por meio de organizações representativas, segundo leis municipal, estadual e federal. A mesma lei municipal que dispõe sobre o Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente CMDCA deve também dispor sobre o Conselho Tutelar e o Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente. Os conselhos de direitos e tutelares são órgãos de função pública criados pelo ECA. O primeiro se ocupa com a definição das políticas de atendimento; o outro na fiscalização e controle do cumprimento dos direitos previstos em lei. Cada Município deverá criar no mínimo um Conselho Tutelar6 composto de cinco membros, escolhidos pela comunidade local para mandato de três anos, permitida uma recondução. Lei Municipal disporá sobre local, dia e horário de funcionamento do Conselho Tutelar, inclusive quanto a eventual remuneração de seus membros, da elaboração de seu regimento interno bem 6 Para a implementação de uma política de atendimento eficiente para o município, o CONANDA recomenda a criação de um CT a cada 200 mil habitantes, ou em densidade populacional menor quando o município for organizado por Regiões Administrativas, ou tenha extensão territorial que justifique a criação de mais de um CT por região (CONANDA: Resolução nº75 como disciplinará o processo de escolha dos conselheiros pela comunidade, através de votação, definindo etapas e procedimentos deste processo. O processo de escolha dos membros do Conselho Tutelar será estabelecido em lei municipal e realizada sob a responsabilidade do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, e a fiscalização do Ministério Público (ECA: artigo 139) O Executivo deverá garantir a previsão da lei municipal quanto às condições para o funcionamento do Conselho Tutelar, como instalações físicas, equipamentos, apoio administrativo, transporte e outros suportes necessários considerando a demanda de cada município. O Conselho Tutelar é órgão permanente e autônomo, não jurisdicional. É instância acolhedora de queixas e/ou denúncias de quaisquer fatos que viole ou represente ameaça aos direitos das crianças e adolescentes, sendo também de responsabilidade do conselho, a tomada de providências concretas das questões que cheguem até ele. É espaço público lateral à justiça de execução das leis. Tratando-se dos Conselhos Municipais, cuja criação está também estabelecida na LOAS, estes deverão ser implementados por lei municipal de iniciativa do prefeito e composição paritária entre a sociedade civil a serem indicados pelos sindicatos, associações, movimentos comunitários cooperativas e outros e os representantes governamentais. Estes deverão integrar as prefeituras e não participar apenas como organismos assessores, externos e consultivos. Segundo SIMÕES (2009) o Conselho Municipal trabalha com base no regimento interno, por eles previamente elaborado, aprovado e publicado pelo prefeito. Junto a outros órgãos municipais participam para: atuar na formulação e no controle da execução da política municipal assistencial; deliberar sobre o plano de assistência social; fiscalizar o fundo de assistência social; propor medidas para o aperfeiçoamento dos serviços; fiscalizar denúncias. Seus atos devem ser homologados pelo prefeito ou secretário municipal. No Brasil a existência de conselhos, de acordo com a legislação em vigor, está vinculada ao repasse de recursos financeiros do nível federal, estadual e municipal, o que impulsionou a criação destes espaços principalmente nas áreas básicas. Segundo o IBGE7 em 1999 os Conselhos Municipais já chegavam a 27 mil conselhos no país, numa média de quase cinco por município. Apenas 20 municípios não possuíam qualquer tipo de conselho. Alguns têm cobertura 7 Disponível em:http://www1.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/1704munic.shtm Acesso em 20/09/2010 http://www1.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/1704munic.shtm nacional, como os de Saúde, presentes, em 1999, em 5.425 municípios e de Educação, em 4.960 municípios. O Conselho Tutelar, destinado a garantir o cumprimento dos direitos das Crianças e Adolescentes, estava presente em mais da metade dos municípios brasileiros, com mais intensidade nas regiões Sul (82,1%) e Centro-Oeste (74,2%). Mesmo nos municípios com até 20 mil habitantes, praticamente a metade (45,9%) possuía esta instituição. Outros conselhos, como os relacionados ao Meio-Ambiente (21%) ou do Emprego e Trabalho (30%) estão presentes em um número menor de municípios. Este último, de Emprego e Trabalho, tem forte concentração nos estados do Paraná e Santa Catarina. Nesta Unidade foi possível vislumbrar de forma breve o surgimento dos conselhos como espaços de participação popular e democrática no país bem como seu histórico no mundo em suas mais diversas formatações. Seus desafios à concreta implantação estão postos à população e mais diretamente aos gestores de políticas públicas em suas instâncias de atuação: municipal, estadual e federal. Não se exime nesta missão a sociedade civil organizada em suas fases de implementação, controle e avaliação para sua efetiva objetivação legitimada pela instância máxima no país: a Constituição Federal de 1988. 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Links interessantes Leis de criação dos conselhos: CDPH - http://www.mj.gov.br/sedh/ct/cddph/abert_cddph.htm CNCD - http://www.mj.gov.br/sedh/ct/cncd/abert_cncd.htm CNDI – http://www.mj.gov.br/sedh/ct/cndi/legis_idoso.htm CONADE - http:// www.mj.gov.br /sedh/ct/conade/dec.asp CNPIR - http://www.presidencia.gov.br/seppir/cnpir/apresentacao.htm CONANDA - http://www.mj.gov.br/sedh/ct/conanda/lei8242.htm CNDM – Breve Histórico‖ – site da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência da República, disponível em: http://www.presidencia.gov.br/spmulheres/cndm ―Histórico do CNDCM‖ – disponível em: http://www.wmulher.com.br/template.asp?canal=etiqueta&id_mater=2660 Histórico do CDDPH - http://www.mj.gov.br/sedh/ct/cddph/historico.htm Histórico do CNDM - http://200.130.7.5/spmu/cndm/cndm_historico.htm http://www1.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/1704munic.shtm http://www.mj.gov.br/sedh/ct/conanda/lei8242.htm http://www.wmulher.com.br/template.asp?canal=etiqueta&id_mater=2660 http://200.130.7.5/spmu/cndm/cndm_historico.htm http://www1.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/1704munic.shtm Não há democracia sem direitos humanos e não há direitos humanos sem democracia (Flavia Piovesan, 2003) ―Os conselhos de direitos, também denominados conselhos de políticas públicas ou conselhos gestores de políticas setoriais, são órgãos colegiados, permanentes e deliberativos, incumbidos de modo geral, da formulação, supervisão e avaliação das políticas públicas, em âmbito federal, estadual e municipal‖8. O surgimento de novos paradigmas na gestão de políticas públicas sociais construiu novos espaços de participação democrática. Permitiu ações coletivas baseadas na comunidade e novas relações sociais entre público e privado, originando o público não-estatal. Participação comunitária e participação popular cedem lugar a duas novas denominações: participação cidadã e participação social. Na participação cidadã, a categoria central deixa de ser a comunidade ou o povo e passa a ser a sociedade. A participação pretendida não é mais a de grupos excluídos por disfunção do sistema comunitário nem a de grupos excluídos ou marginalizados pela lógica do sistema. Passa a ser a participação de grupos sociais cuja diversidade de interesses exige espaço e reconhecimento por parte do aparelho estatal nas ações de atendimento às suas carências (Bartholo, 2003) Não sãoassociações e embora com características que se assemelhem aos órgãos governamentais, os conselhos não são organismos que pertencem ao governo, são, portanto, órgãos estatais especiais, ou mais amplamente, espaços públicos institucionais. Estes são estruturados por normas específicas da administração pública, que pressupõem a garantia de sua autonomia política, cujos integrantes são admitidos por outras vias, não por meio de concursos públicos. Estas instâncias integram a estrutura básica do poder executivo, da secretaria ou órgão da área social, possuindo finalidade vinculada a estes órgãos, mas criam estruturas jurídicas próprias, tendo composição e organização fixadas em legislação específica. A partir de 1988, a justiça abre-se mais efetivamente à participação da cidadania, passando a ação popular a compreender aspectos ligados à moralidade dos serviços públicos, à participação nos processos de formatação das leis destacando-se através da iniciativa popular, o plebiscito e o referendo. 8 Definição extraída do artigo ―Conselhos de Direitos e Formulação de Políticas Públicas‖, de Patrícia Helena Massa Arzabe, Doutoranda na Faculdade de Direito da USP e Procuradora do Estado de São Paulo. Disponível em: http://www.dhnet.org.br/direitos/textos/politicapublica/patriciamassa.htm A adesão aos tratados do sistema internacional de proteção e promoção aos direitos humanos aliados aos movimentos sociais reivindicatórios crescentes impulsionou a criação de um grande número de conselhos de direitos a partir da década de 90. Ao estabelecer em seu texto constitucional a ―participação direta e pessoal da cidadania nos atos de Governo‖ e que ―Todo poder emana do povo que o exerce indiretamente, por representantes eleitos, ou diretamente, nos termos desta Constituição‖, a Carta de 88 criou uma possibilidade dantes nunca permitida: a participação direta do povo no exercício da judicatura (Bartholo, 2003). Conselhos não são, portanto, executores de políticas, são formuladores, promotores de políticas, defensores de direitos, controladores das ações públicas governamentais e não-governamentais, normatizadores de parâmetros e definidores de diretrizes das políticas na perspectiva da garantia dos direitos humanos, sociais e políticos. A criação dos Conselhos de Direitos Municipais, Estaduais e Nacional não ocorre a partir da vontade de alguns interessados que se agrupam e criam uma entidade para a defesa destes interesses. Ao contrário, a sua criação é obrigatória em determinação de legislação complementar. Isto significa que, todos os municípios têm que criar e fazer funcionar os seus Conselhos. Estes são criados a partir de uma atribuição do Poder Executivo de elaborar o projeto de lei da criação do Conselho e encaminhá-lo ao Poder Legislativo para aprovação. No caso de omissão do Poder Executivo, o Ministério Público poderá instaurar inquérito civil. Deve-se ressaltar que, em casos de omissão, a sociedade civil deve provocar e sensibilizar o poder executivo para esta iniciativa legislativa. Como instâncias de debates e participação democrática os conselhos são pensados pelos liberais como instrumentos ou mecanismos de colaboração, e pela esquerda como vias ou possibilidades de mudanças sociais, no sentido de democratização das relações de poder. Ressalta-se que os conselhos podem ser espaços de fortalecimento da gestão democrática, mas podem, também, ser transformados em estruturas burocráticas de aprovação de políticas sociais ou, ainda, em instrumento que amenizam os conflitos (GOHN, 2001 apud Bravo, 2009 p.398). Conselhos de direito ou de cidadania. Conselhos gestores de políticas sociais. Trata-se de novas formas de participação política no processo de tomada de decisão das políticas sociais. A sociedade civil encontra hoje um espaço significativo de reivindicação e de participação nas diferentes áreas sociais. O diálogo cresceu e apareceu. Hoje, os conselhos sociais podem se tornar autênticas arenas de disputa política e ideológica onde se procura dialogar e negociar decisões sobre definições de políticas públicas, alocação de recursos, orientações estratégicas, reinvidicações de direitos, fórum de discussões, etc. (Bartholo, 2003) Alice Maria Gonzalez Borges (2006) destaca que um órgão colegiado obedece, em nosso ordenamento jurídico, a coordenadas próprias, muito especiais‖. Por exemplo: -titularidade de seus membros, igual para todos, que garante a isonomia e paridade das decisões; são todos conselheiros a partir de sua eleição; -decisões tomadas pela deliberação conjunta de um grupo de pessoas, mediante votação, por unanimidade ou por maioria de votos. Tais decisões passam a constituir, após a discussão e votação, a expressão da vontade do órgão, como um todo ; expressão máxima de um processo democrático; -oralidade das votações, reduzidas a termo em ata ou resolução; novamente a isonomia e transparência se fazem presente; -caráter terminativo da votação, após a proclamação de sua apuração; trata-se do reconhecimento de sua soberania; -responsabilidade do órgão una, como um todo, após a deliberação do grupo; -representação legal por um presidente, que não vota, senão em casos de desempate, e que vai expressar, em resolução, a vontade do colegiado; ou seja, dando concretude às demandas; -estabelecimento prévio, em regimento, de normas sobre quorum de votação: para a realização da sessão; para haver deliberação; para a adoção de certas decisões relevantes. Observa a autora que ―o voto do membro do órgão colegiado tem o mesmo valor que qualquer outro, porque nosso direito não acolhe, em regra, votos privilegiados: mas é apenas um voto‖, que deverá ser amplamente fundamentado, alicerçado em razões objetivas. Este quadro, segundo a autora, é válido para qualquer conselho ou outro órgão colegiado. É inegável o significativo avanço na criação destas instituições democráticas que ampliam a democracia e asseguram a participação e o controle social. No entanto, em se tratando de novas institucionalidades democráticas, ainda são muitos os desafios para a compreensão e efetivação destes espaços enquanto instâncias deliberativas. Ainda são muitos os conselhos de gestão de políticas e defesa dos direitos que mantém o caráter apenas consultivo ou de assessoramento do executivo, fragilizando desta forma o poder decisório da participação da sociedade na relação com o Estado. As características dos conselhos de direitos, municipal, estadual e federal, são comuns em sua maioria, diferenciando-se apenas por algumas particularidades, contudo é fundamental que todos observem os princípios da: participação descentralização Estes princípios encontram-se estabelecidos em nossa Carta Magna, cujos dispositivos prevêem a participação da sociedade na: gestão fiscalização das políticas públicas A questão dos direitos humanos num Estado democrático imbrica-se com a igualdade diante da lei, a igualdade de participação política e a igualdade de condições sócio-econômicas básicas para garantir a dignidade humana. Ocorre, entretanto, que a garantia dessa dignidade não se alcança apenas por meio das leis, mas pela correta implementação de políticas públicas e programas de ação do Estado. Nesse sentido, afirma-se como necessidade a organização popular para legitimar as ações e para pressionar por sua efetivação. A organização popular transforma-se em participação através do exercício conjunto das associações de base, movimentos sociais, em processos decisórios na esfera pública, como consultas populares em última palavra os conselhos (Maria Benevides 1998 apud BARTHOLO,2003 p.5). Características dos Conselhos dos Direitos e Gestores de Políticas Devem ter poder deliberativo O fato de serem reconhecidos e de haver legislação que lhes dápoder não basta para que os conselhos sejam realmente deliberativos. Para ser reconhecido e valorizado, o conselho precisa ter legitimidade tanto na definição de sua composição como na capacidade de interlocução entre seus integrantes. Isso, porém, pode ser um processo longo, que envolve capacitação técnica e política, pois os membros do conselho devem ser capazes de apresentar propostas e de estabelecer alianças, informando e mobilizando os setores sociais que representam. Respeito às demandas Devem levar em consideração as reivindicações dos diversos grupos sociais e atuar na implementação e controle dessas políticas. Peculiaridades para sua implantação Devem ser criados por iniciativa do executivo ou, em caso de omissão deste, por uma ação civil pública. A via judicial deve ser uma alternativa para casos extremos. A negociação política é sempre desejável para que o conselho a ser criado nasça baseado na cooperação e não no dissenso. Consonância entre representação e demanda Devem ser representativos de legítimas instituições atuantes nos segmentos ligados à área de atuação do conselho. Composição Devem ser compostos de forma paritária por representantes do governo e da sociedade. O estabelecimento da paridade vai depender da área temática, dos representantes e também da história, democrática e participativa ou não, que levou à construção do conselho. Orçamento Devem dispor de fundos para financiar políticas específicas. Os recursos para o funcionamento dos conselhos devem ser assegurados no orçamento federal, do estado ou do município. Características flexíveis Número de participantes Quanto ao número de membros dos conselhos, não há um limite estabelecido. É recomendável que não seja excessivamente grande para se evitar a dispersão e problemas na operacionalização e funcionamento. Regimento interno Cada conselho institui o seu próprio regimento interno, com as normas de conduta e procedimentos estabelecidos para o desempenho de suas funções. O regimento interno, como todo ato administrativo, não pode exceder os limites da lei, devendo contemplar os mecanismos que garantem o pleno funcionamento do conselho. Sua publicação deve observar a regra adotada para a publicação dos demais atos normativos do Executivo. Infra-estrutura de funcionamento Será de acordo com as possibilidades e com o grau de importância dado pelas instituições participantes de cada conselho. Composição dos conselhos Deve seguir o princípio da paridade e a indicação de seus membros deve refletir o dispositivo constitucional da participação indireta da população, por meio de segmentos e de organizações representativas ligadas à área de atuação de cada conselho. Assim, cabe ao governo escolher os representantes do Executivo e a sociedade civil deve escolher seus representantes em fóruns representativos do respectivo segmento. A escolha dos representantes da sociedade civil normalmente se dá entre os organismos ou entidades sociais, ou dos movimentos comunitários, organizados como pessoas jurídicas, com atuação expressiva na defesa dos direitos e de políticas específicas. O período do mandato dos conselheiros é normalmente de dois anos, podendo coincidir, ou não, com a vigência do mandado do governo. Estas e outras definições quanto às características e ao funcionamento estão definidas nas respectivas Leis de criação dos conselhos e em seus Regimentos Internos. Orçamento Público Somente é possível gerir, avaliar e fiscalizar quando se conhece as regras do processo em questão. No caso dos Conselhos, apropriar-se do conhecimento quanto às fontes, instrumentos e funcionamento das engrenagens que movimentam o orçamento público, torna-se condição sine qua non para sua efetivação como instância do controle social. A organização político-administrativa do Estado brasileiro compreende a União, os estados-membros, o Distrito Federal e os municípios, sendo-lhes garantida autonomia, pela Constituição Federal de 1988. Esta autonomia está caracterizada no poder de organização política, administrativa, tributária, orçamentária e institucional de cada um daqueles entes, limitada por outras disposições constitucionais ou legais dela decorrentes. Desta forma: O orçamento público dos governos federal, estadual, distrital e municipal compreende a previsão de todas as receitas que serão arrecadadas dentro de determinado exercício financeiro e a fixação de todos os gastos (despesas) que os governos estão autorizados a executar. A elaboração do orçamento público é obrigatória e tem periodicidade anual. Segundo a Lei n° 4.320/64, que estatui Normas Gerais de Direito Financeiro para Elaboração e Controle dos Orçamentos e Balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal, o orçamento conterá a discriminação da receita e despesa de forma a evidenciar a política econômico-financeira e o programa de trabalho do governo (CGU,2005 p. 9) O orçamento público é como um termômetro que indica as prioridades do governo. Por meio dele podemos avaliar onde o dinheiro público está sendo investido: se ele tem sido direcionado para o desenvolvimento de setores ou regiões da cidade, se sua destinação tem contribuído para combater as desigualdades sociais que afetam segmentos da população e, em especial, para assegurar os direitos de crianças e adolescentes brasileiras. Além dos planos de ação e planos municipais que detalham as ações e metas a serem cumpridas pelo governo, o orçamento público também deve ser objeto de atenção dos Conselhos de Direitos. O planejamento orçamentário é feito a partir das leis orçamentárias, isto é, dos seguintes instrumentos: Plano Plurianual PPA instrumento de planejamento de amplo alcance, cuja finalidade é estabelecer os programas e as metas governamentais de longo prazo. Atualmente sua vigência é de quatro anos e uma das suas características é a regionalização, pois serve de instrumento para diminuir as desigualdades entre as diferentes regiões. Lei de Diretrizes Orçamentárias LDO instrumento intermediário entre o PPA e a LOA, que antecipa as diretrizes, as prioridades de gastos, as normas e os parâmetros que devem orientar a elaboração do Projeto de Lei Orçamentária para o exercício seguinte. Lei Orçamentária Anual LO plano de trabalho para o exercício a que se refere, expresso por um conjunto de ações a realizar, com fim de atender às demandas da sociedade e indicar os recursos necessários à sua execução. Enquanto os planos definem as ações, o público ao qual elas se dirigem e quem é o responsável por realizá-las, os orçamentos públicos detalham os recursos financeiros necessários para o alcance das metas previstas. A responsabilidade pela elaboração orçamentária é do Poder Executivo. No caso das políticas públicas que têm controle social dos Conselhos gestores, a proposta orçamentária deve ser encaminhada ao Conselho com antecedência para que ele possa analisá-la e modificá-la antes de aprová-la. Somente depois disto é que a proposta orçamentária é encaminhada ao Poder Legislativo para apreciação e aprovação. No Brasil, as finanças públicas são disciplinadas, dentre outros, pela Constituição Federal, pela Lei nº 4.320/64 e pela Lei Complementar n° 101/2000 – Lei de Responsabilidade Fiscal. Esses normativos definem as linhas de atuação dos governos federal, estadual, distrital e municipal, principalmente quanto ao planejamento das receitas e despesas públicas que constituem o orçamento público. A lei orçamentária é autorizativa, ou seja, ela autoriza o gasto dos recursos, mas não obriga o Poder Executivo a realizar tudo o que está previsto no PPA e na LOA. Por isso, sua aprovação pelo Legislativo não garante a efetivação das despesas pelo Executivo. A execução do que está previsto no planejamento orçamentário, portanto, é entremeada por questões políticase administrativas que cercam as administrações públicas. Na fase de execução há uma disputa pelos recursos efetivamente arrecadados durante o ano. Nesse processo, como se vê, o acesso à informação sobre o ritmo da arrecadação própria e as transferências das demais esferas de governo é fundamental para o pleno exercício do controle social. Os Conselhos precisam acompanhar o processo de elaboração da proposta orçamentária para que as demandas da população sejam contempladas. Este acompanhamento deve continuar ao longo da execução do orçamento, visando garantir que o que foi previsto seja cumprido. Cabe aos Conselhos a aprovação do balanço orçamentário do período anterior, portanto, os conselheiros têm grande responsabilidade sobre o acompanhamento e avaliação de como os recursos foram gastos e sobre os resultados que eles trouxeram. A Constituição Federal de 1988 trouxe, em seus arts. 70 a 75, as normas gerais para a realização do controle pelos poderes e pelos órgãos específicos criados para atender a esta função administrativa. No âmbito federal, a Controladoria-Geral da União (CGU), órgão da Presidência da República, exerce o papel de Órgão Central do Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal. Por outro lado, o controle externo será exercido pelo poder Legislativo, sendo este auxiliado, no caso federal, pelo Tribunal de Contas da União (TCU), detentor de inúmeras competências constitucionais e legais. Dentre as mais importantes, destacam-se julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos e realizar inspeções e auditorias nos termos do art. 72 da Constituição. Cabe lembrar que a competência da CGU, do TCU ou de outros órgãos de controle está relacionada com a esfera dos recursos administrados ou utilizados, ou seja, no caso federal, estes órgãos detêm plena competência para fiscalização em estados e municípios quando se tratar de recursos da União transferidos a esses entes. Também os Tribunais de Contas dos Estados e dos Municípios e o Ministério Público exercem função de controle, sendo que este último, conhecido como ―fiscal da lei‖, tem como atribuição a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, conforme o art. 127 da Constituição Federal. Esta instituição é legitimada para utilizar inúmeros instrumentos jurídicos, a fim de assegurar a regular atividade pública, especialmente as competências constitucionais arroladas no art. 129, como por exemplo: III – promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos. Além do controle exercido por estas instituições, tão ou mais importante é o controle social, exercido pelo cidadão; este será sempre o melhor agente de controle da gestão pública, pois está presente em toda atuação estatal, quer na condição de agente público, quer na condição de beneficiário das políticas públicas. Esta participação ativa do cidadão é tão importante que a Constituição Federal já a prevê, seja por meio da organização em conselhos, ou mesmo individualmente, como por exemplo: LXXIII – qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência; (art. 5º).§ 2º Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para, na forma da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União.(art. 74). Para garantir amplo acesso do cidadão às contas dos entes federativos, a Lei de Responsabilidade Fiscal estabelece, em seus art. 48 e 49: Art. 48. São instrumentos de transparência da gestão fiscal, aos quais será dada ampla divulgação, inclusive em meios eletrônicos de acesso público: os planos, orçamentos e leis de diretrizes orçamentárias; as prestações de contas e o respectivo parecer prévio; o Relatório Resumido da Execução Orçamentária e o Relatório de Gestão Fiscal; e as versões simplificadas desses documentos. Parágrafo único. A transparência será assegurada também mediante incentivo à participação popular e realização de audiências públicas, durante os processos de elaboração e de discussão dos planos, Lei de Diretrizes Orçamentárias e orçamentos. Art. 49. As contas apresentadas pelo Chefe do Poder Executivo ficarão disponíveis, durante todo o exercício, no respectivo poder Legislativo e no órgão técnico responsável pela sua elaboração, para consulta e apreciação pelos cidadãos e instituições da sociedade. No caso de ―descumprimento de dispositivos da Lei de Responsabilidade Fiscal, por parte do agente público, poderão ser aplicadas, dentre outras, as seguintes punições: o impedimento da entidade para o recebimento de transferências voluntárias; o proibição de contratação de operações de crédito e de obtenção de garantias para a sua contratação; o pagamento de multa com recursos próprios; o inabilitação para o exercício da função pública, por um período de até 5 anos; o cassação de mandato; e o prisão, detenção ou reclusão. Constitui ato de improbidade administrativa9 que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades, e,notadamente, em relação à responsabilização ordenar ou permitir a realização de despesas não autorizadas em lei ou regulamento. Independentemente das sanções penais, civis e administrativas, está o responsável pelo ato de improbidade administrativa sujeito às cominações a seguir. 9 Qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade,legalidade e lealdade às instituições, e, notadamente, em relação à responsabilização fiscal, leve à prática de ato proibido em lei ou regulamento e impeça a publicidade aos atos oficiais, constituem atos de improbidade administrativa que atentam contra os princípios da administração pública Nos atos de improbidade administrativa que causam prejuízo ao erário: ressarcimento integral do dano perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio perda da função pública Conselho da Transparência Pública e Combate à Corrupção da Controladoria Geral da União10 O Conselho da Transparência Pública e Combate à Corrupção é parte integrante da estrutura do CGU como órgão colegiado e consultivo, formado paritariamente por representantes do governo e da sociedade civil. Sua finalidade consiste em debater e sugerir medidas de aperfeiçoamento para as atividades de controle dos recursos públicos, de promoção da transparência na gestão pública e no combate à corrupção e à impunidade. Reconhecido oficialmente pela Organização das Nações Unidas ONU, a CGU atua tanto na repressão como na prevenção da corrupção e adota como diretrizes: Articulação com os demais órgãos de controle e fiscalização do estado brasileiro Promoção da transparência pública Medidas de prevenção da corrupção Parceria com a sociedade na construção do controle social Articulação internacional Criada pela Lei nº 10.683 de 28 de maio de 2003, a CGU atua no Poder Executivo Federal, como órgão central das funções de controle interno, correição e ouvidoria. Seus princípios fundamentais são: A articulação permanente com os órgãos de controle e fiscalização do Estado brasileiro O incentivo à ampliação do Controle Social por meio da parceria com diferentes setores da sociedade brasileira A ênfase nas medidas de prevenção da corrupção O incremento da transparência pública Articulação comorganismos internacionais A CGU desenvolve ações para a promoção da transparência e a prevenção da corrupção, cuja estrutura é composta basicamente por quatro unidades responsáveis pela condução das atividades referentes a cada uma das áreas de atuação do órgão: 1. Controle interno – Secretaria Federal de Controle Interno SFC 2. Correição – Corregedoria Geral da união CRG 10 Controladoria Geral da União-Balanço 2008 3. Prevenção da corrupção – Secretaria da Prevenção da Corrupção e Informações Estratégicas SPCI 4. Ouvidoria – Ouvidoria Geral da União OGU Programa de Fiscalização em Pequenos e Médios Municípios que em sua 27º edição já contava com 1.461 municípios fiscalizados a partir de Sorteio Público, englobando recursos públicos da ordem de R$ 10,3 bilhões. Acrescente-se oito edições de fiscalização por sorteio em Estados brasileiros e em 2008 destaca-se a primeira edição do Sorteio Especial que escolheu 50 municípios para serem fiscalizados exclusivamente quanto aos recursos do PAC Saneamento e Habitação, da ordem de R$318 milhões. Outro Programa contínuo de Fiscalização de Recursos Federais Aplicados por Prefeituras de Capitais e Grandes Municípios. A CGU realiza ações de controle com o objetivo de avaliar o cumprimento das metas do Plano Plurianual e a execução dos planos de Governo e dos orçamentos da União, cujas fiscalizações efetivadas subsidiaram a avaliação dos principais programas , bem como e políticas públicas que não constam na Lei Orçamentária, entre as quais encontram-se: o PAC; Saneamento ambiental Urbano; Bolsa família; Programa Saúde da Família; Desenvolvimento da Educação Profissional; Brasil Escolarizado; Manutenção da Malha Rodoviária Federal; Gestão de Política de Segurança Alimentar e Nutricional; Proteção Social Básica, fiscalizações estas sucedidas com objetivo de certificar a execução do programa e o funcionamento do controle social. Dentro de suas atribuições a CGU fiscalizou o Conselho Nacional de Assistência Social CNAS cuja análise incidiu sobre a atuação da unidade na formulação de políticas sobre a concessão do Certificados de Entidades Beneficentes de Assistência Social CEBAS emitidos entre 2000 e 2008, onde foram constatadas : falhas na instrução dos processos; falhas relacionadas à adequação de demonstrativo contábeis aos requisitos legais. Segundo consta na ―Cartilha Olho Vivo‖ (2009) da CGU, outras instituições governamentais participam da fiscalização e controle da verba pública dentro de suas especificidades, como segue: Tribunal de Contas da União TCU julga a boa e regular aplicação dos recursos públicos federais e auxilia o Congresso Nacional no controle externo da administração federal e no julgamento das contas do Presidente da República. Tribunais de Contas dos Estados TCE existem em todos os estados. Fazem fiscalizações e auditorias, por iniciativa própria ou por proposta do Ministério Público, além de examinar e julgar a regularidade das contas dos gestores públicos estaduais e municipais (nos estados onde não existem Tribunais de Contas de Municípios). Esses gestores podem ser governadores, prefeitos, secretários estaduais e municipais, ordenadores de despesas e dirigentes de autarquias, fundações, empresas públicas ou sociedades de economia mista. Tribunais de Contas dos Municípios (TCM) – existem apenas em quatro estados (Bahia, Ceará, Goiás e Pará) e em dois municípios específicos (Rio de Janeiro e São Paulo). Analisam e julgam anualmente as contas das prefeituras. Ministério Público Estadual (MPE) e Ministério Público da União (MPU) – os Promotores de Justiça, integrantes do Ministério Público, defendem os interessesda sociedade, portanto também recebem e investigam denúncias de desvios de dinheiro público e denunciam os envolvidos à Justiça para o julgamento e a punição. A diferença entre os dois é o âmbito de atuação: o MPU atua nos casos que envolvem recursos federais e o MPE, quando os recursos forem estaduais. Câmaras de Vereadores e Assembléias Legislativas – fiscalizam as prefeituras e os governos estaduais, recebem e apuram denúncias e podem até afastar administradores envolvidos em corrupção (prefeitos, governadores, secretários etc.) Poder Judiciário (Juízes e Tribunais de Justiça) – são eles que dão a última palavra: decidem quem vai ou não para a cadeia, quem perde ou não o mandato etc. Mas eles só podem agir se forem acionados por alguém: pelo promotor de Justiça, por exemplo, ou por qualquer pessoa, mas neste caso precisa ser assistida por um advogado. TO O CIDADÃO TEM O DIREITO DE SABER ONDE E Onde Consultar11 O CIDADÃO TEM O DIREITO DE SABER ONDE E Merenda • Conselho de Alimentação Escolar • Secretarias de educação (do estado e do município) • Vereadores • Partidos políticos e sindicatos • www.fnde.gov.br – Para saber quanto o seu município recebeu, clique no botão ―Serviços‖, em seguida no botão ―Consultas online‖, depois clique em ―FNDE – consulta a liberação de recursos‖ e coloque o nome de seu município. • www.portaltransparencia.gov.br – Para saber quanto seu município recebeu, clique em ―Transferência de Recursos‖, selecione o item ―Transferência por Estado‖ e efetue a consulta clicando no nome do seu estado e depois selecionando seu município. • Ministério da Educação – 0800 616161 (ligação gratuita) Saúde • Conselho Municipal de Saúde • Secretarias da saúde (do estado e do município) • Vereadores • Partidos políticos e sindicatos • www.saude.gov.br – Para saber quanto o seu município recebeu, clique em ―GESTOR‖, depois em ―Transferência‖ e em seguida em ―Faça sua Consulta – 11 Cartilha Olho Vivo da CGU 2008 Fundo a Fundo‖. Escolha o estado e o município a ser consultado. • www.portaltransparencia.gov.br – Para saber quanto seu município recebeu, clique em ―Transferência de Recursos‖, selecione o item ―Transferência por Estado‖ e efetue a consulta clicando no nome do seu estado e depois selecionando seu município. • Central de Atendimento do Fundo Nacional de Saúde - 0800 644 8001 (ligação gratuita) • Serviço de Atendimento ao Usuário do SUS – 0800 61 1997 (ligação gratuita) Escolas • Conselho do Fundeb • Prefeitura e secretarias de educação (do estado e do município) • Vereadores • Partidos políticos e sindicatos www.stn.fazenda.gov.br/estados_municipios/transferencias_constitucionais.asp • www.portaltransparencia.gov.br • Ministério da Educação - 0800 616161 (ligação gratuita) Creches e Idosos • Conselho de Assistência Social • Prefeitura • Vereadores • Partidos políticos e sindicatos Estradas, poços, barragens e obras em geral • Prefeitura • Vereadores • Partidos políticos e sindicatos • www.portaldatransparencia.gov.br/convenios Bolsa Família • Prefeitura (informa sobre as famílias que estão cadastradas para receber o benefício) • www.mds.gov.br/bolsafamilia • Ministério do Desenvolvimento Social – 0800 707 2003 (ligação gratuita)GA REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Anais da V Conferência Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente – Brasília 2003, palestra de Flávia Piovesan In: Curso de Capacitação para Conselheiros –Mód. II ARZABE, Patrícia Helena Massa, “Conselhos de Direitos e Formulação de Políticas Públicas‖ - Doutoranda na Faculdade de Direito da USP e Procuradora do Estado de São Paulo. Disponível em: http://www.dhnet.org.br/direitos/textos/politicapublica/patriciamassa.htm. http://www.portaldatransparencia.gov.br/convenios http://www.dhnet.org.br/direitos/textos/politicapublica/patriciamassa.htm Betlinski, Carlos Conselhos Municipais de Educação:participação e cultura política – tese de doutorado – Programa de Educação – PUC/SP – 2006 p. 96) BORGES, Alice Maria Gonzalez. ―Democracia participativa. Reflexões sobre a natureza e a atuação dos conselhos representativos dasociedade civil‖. Jus Navigandi, Teresina, a. 10, n. 917, 6 jan. 2006. Disponível em: http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=7752. Brasil. CapacitaSuas 2008. 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Ministério da Previdência Social e Fundação do Desenvolvimento Administrativo. São Paulo: 1997. Links interessantes Leis de criação dos conselhos: CDPH - http://www.mj.gov.br/sedh/ct/cddph/abert_cddph.htm CNCD - http://www.mj.gov.br/sedh/ct/cncd/abert_cncd.htm CNDI – http://www.mj.gov.br/sedh/ct/cndi/legis_idoso.htm CONADE - http:// www.mj.gov.br /sedh/ct/conade/dec.asp CNPIR - http://www.presidencia.gov.br/seppir/cnpir/apresentacao.htm CONANDA - http://www.mj.gov.br/sedh/ct/conanda/lei8242.htm CNDM – Breve Histórico‖ – site da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência da República, disponível em: http://www.presidencia.gov.br/spmulheres/cndm ―Histórico do CNDCM‖ – disponível em: http://www.wmulher.com.br/template.asp?canal=etiqueta&id_mater=2660 Histórico do CDDPH - http://www.mj.gov.br/sedh/ct/cddph/historico.htm Histórico do CNDM - http://200.130.7.5/spmu/cndm/cndm_historico.htm http://www1.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/1704munic.shtm Merenda • Conselho de Alimentação Escolar • Secretarias de educação (do estado e do município) • Vereadores • Partidos políticos e sindicatos http://www.mj.gov.br/sedh/ct/conanda/lei8242.htm http://www.wmulher.com.br/template.asp?canal=etiqueta&id_mater=2660 http://200.130.7.5/spmu/cndm/cndm_historico.htm http://www1.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/1704munic.shtm • www.fnde.gov.br – Para saber quanto o seu município recebeu, clique no botão ―Serviços‖, em seguida no botão ―Consultas online‖, depois clique em ―FNDE – consulta a liberação de recursos‖ e coloque o nome de seu município. • www.portaltransparencia.gov.br – Para saber quanto seu município recebeu, clique em ―Transferência de Recursos‖, selecione o item ―Transferência por Estado‖ e efetue a consulta clicando no nome do seu estado e depois selecionando seu município. • Ministério da Educação – 0800 616161 (ligação gratuita) Saúde • Conselho Municipal de Saúde • Secretarias da saúde (do estado e do município) • Vereadores • Partidos políticos e sindicatos • www.saude.gov.br – Para saber quanto o seu município recebeu, clique em ―GESTOR‖, depois em ―Transferência‖ e em seguida em ―Faça sua Consulta – Fundo a Fundo‖. Escolha o estado e o município a ser consultado. • www.portaltransparencia.gov.br – Para saber quanto seu município recebeu, clique em ―Transferência de Recursos‖, selecione o item ―Transferência por Estado‖ e efetue a consulta
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