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INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO

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INTRODUÇÃO AO 
ESTUDO DO DIREITO 
 
CIÊNCIAS EMPÍRICAS: 
- Quando falamos em ciências empíricas, 
fazemos referências aos campos de estudo da 
ciência que possui como objetivo fazer 
análises a partir de observações e da 
experimentação de fenômenos e objetos 
naturais, tendo origem na experiência social. 
- As ciências empíricas tem 6 etapas: 
Observação, Questionamento, Hipóteses, 
Experimentação, Conclusão e Resultados. 
Parte das críticas que as ciências empíricas 
sofrem é devido a falta de rigor científico, pois 
suas bases ficam situadas na observação e na 
tentativa e erro. 
 
CIÊNCIAS SOCIAIS: 
- Já as ciências sociais se destinam ao estudo 
dos comportamentos humanos e das relações 
sociais. Trata-se de um campo vasto, 
ganhando complexidade a cada dia. 
Disciplinas que podem ser considerada 
ciências sociais são: 
 - Antropologia 
 - História 
 - Psicologia 
 - Direito 
 - Geografia 
 - Economia 
- A origem dessa ciência remonta à Europa no 
século 19, a partir das obras de Karl Marx, 
Max Weber e Émile Durkheim. 
- Durkheim e seus parceiros se esforçaram na 
busca de regras de métodos que elevassem o 
conhecimento sobre a sociedade ao status 
científico. 
- Karl Marx era malvisto por seus pares, 
encontrando a sua identidade na classe 
trabalhadora, as atrocidades das relações de 
trabalho da época fizeram que ele ver esse 
grupo tanto como agentes de transformação 
social quanto elementos de um sistema maior. 
- Uma das grandes preocupações das 
ciências sociais, ao longo do tempo foi conferir 
com mais objetividade e metodologia 
científica esse campo de estudo. Max Webber 
foi um dos principais teóricos que defenderam 
essa objetividade, apontando que essa 
metodologia permitiria às ciências sociais uma 
percepção concreta da realidade social. 
 
DIREITO COMO CIÊNCIA: OBJETO E 
MÉTODO: 
- Quando o direito foi colocado como um ramo 
científico próprio suscitou em uma polêmica, e 
embora alguns autores reconhecessem o 
direito como uma ciência jurídica autônoma, 
outro autores como Pedro Lessa e Paulino 
Jacques, contestam a ideia de que o Direito é 
uma ciência autônoma, argumentando que 
não preenche os critérios tradicionais de 
cientificidade, como objetividade e 
universalidade, devido à sua natureza prática 
e normativa, influenciada por fatores sociais e 
culturais. Eles questionam a possibilidade de 
formulação de leis e teorias gerais, citando a 
diversidade de sistemas jurídicos ao redor do 
mundo como evidência da falta de unidade e 
consenso. 
- O que prevaleceu foi o entendimento que o 
sentido do Direito ser uma ciência que é 
destinada ao estudo da sociedade, dos 
indivíduos e de suas relações. É chamado 
Direito pois ele se ocupará das normas que 
foram destinadas a regular a forma e a 
maneira como a vida naquela determinada 
sociedade ocorrerá. 
- De acordo com Maria Helena Diniz, a 
epistemologia jurídica é a área que se dedica 
ao estudo da ciência do Direito. Ela analisa os 
pressupostos, fundamentos e princípios que 
sustentam a atividade jurídica, além de 
delimitar o objeto de estudo do Direito. 
Também investiga os métodos e meios 
lógicos que asseguram a validade dos 
resultados teóricos alcançados na área 
jurídica. Em resumo, a epistemologia jurídica 
busca compreender a natureza e os 
fundamentos do conhecimento jurídico, assim 
como os meios de validar esse conhecimento. 
- O estudo do Direito utiliza vários expedientes 
de investigação científica. Miguel Reale diz 
que o Direito faz o uso de 3 métodos 
científicos principais: 
 * Indutivo é o raciocínio que após uma 
análise individualizada de casos, chega-se a 
um resultado que é extraível do conjunto. 
 * Detutivo é aquele que partindo de 
uma premissa geral se chega à solução do 
caso concreto. 
 * Analógico é utilizando quando há 
ausência de uma norma para a solução de um 
determinado concreto e então é utilizado uma 
norma semelhante que não era prevista para 
aquele determinado caso. 
 - Está previsto no artigo 4° da 
LINDB como um método supletivo e 
subsidiário, que é destino a suprir as lacunas 
jurídicas. O dispositivo dispõe que quando a 
lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo 
com a analogia, os costumes e os princípio 
gerais do Direito. 
 
HANS KELSEN E A EPISTEMOLOGIA 
JURÍDICA: 
- Hans Kelsen é um jurista austríaco que é 
considerado um dos maiores expoentes do 
Direito no século 20, sendo visto por alguns 
autores como o principal pensador do 
positivismo normativo, e para outros é visto 
como um normativista. 
- As constituições alemãs e austríaca foram 
influenciadas pelo seu pensamento, em 
especial, na parte de instituir um mecanismo 
de controle concentrado de 
constitucionalidade de leis e atos normativos, 
a cargo de uma corte constitucional. E a 
constituição de 1988 do Brasil também foi 
inspirada nas ideias de Hans. 
- Entre uma das muitas obras de sua autoria, 
a Teoria Pura do Direito é considerada um 
dos livros de maior influência na formulação 
do Direito na segunda metade do século XX, 
nessa obra, o autor concentra alguns de seus 
pensamentos a respeito da formulação de 
uma ciência jurídica. 
- O esforço de Kelsen era para contribuir para 
a criação de uma ciência jurídica pura que 
fosse protegida das influências externas da 
política, da moral e de outros ramos, sendo 
focada na neutralidade científica e na pureza 
do campo de estudo. Ele considerava o Direito 
como uma ciência jurídica e não uma política 
do Direito. 
- Seu pensamento foi essencialmente pautado 
na existência de um ordenamento jurídico, 
que foi estruturado a partir de uma 
Constituição, sendo esse o ápice de um 
ordenamento e fundamento de validade para 
toda e qualquer norma jurídica que seja 
hierarquicamente inferior. Vale lembrar que 
cada norma presente no ordenamento deve 
seguir a Constituição sob pena de 
inconstitucionalidade. 
- Hans Kelsen diferenciava os conceitos de 
existência e validade: 
 * Existência: uma lei pode existir, mas 
ser inválida, sendo inconstitucional. 
 * Validade: A validade, com efeito, deve 
ser analisada tendo como parâmetro temporal 
o ingresso do ato normativo no mundo 
jurídico, isso significa que a sua eficácia e a 
sua aplicabilidade começam a partir desse 
ponto. 
- A posição de Hans destaca que o surgimento 
de uma nova Constituição estabelece então 
uma nova ordem jurídica, alterando o 
fundamento de validade das demais normas 
existentes. De acordo com Kelsen, as antigas 
normas que forem incompatíveis com a nova 
Constituição deverão ser revogadas. Sendo 
assim, a nova Constituição pode revogar ou 
não receber atos normativos que não estejam 
em conformidade com ela. 
- Para outros autores, com a chegada de uma 
nova Constituição, os atos normativos e leis 
que fossem incompatíveis com ela, seriam 
inconstitucionais a partir daquele determinado 
momento em diante. 
- No Brasil, é seguido o primeiro modelo, que 
entende que com o surgimento de uma nova 
Constituição, ocorrerá a revogação de todos 
os atos normativos que forem incompatíveis 
com ela. 
- Kelsen instaura a premissa da existência de 
um modelo de controle concentrado de 
constitucionalidade, pois para manter a 
integridade do ordenamento jurídico que foi 
criado a partir da Constitucional deveria haver 
a criação de um órgão estatal que seja 
destinado a remover do ordenamento as leis e 
os atos que sejam elaboradas em desrespeito 
às suas disposições, que para Kelsen é a 
Corte Constitucional. 
 - No sistema norte-americano, até aquele 
momento o controle de constitucionalidade 
era realizado por todo e qualquer órgão 
jurídico, e Kelsen percebendo as 
inconsistências daquele modelo, pensou na 
criação de um órgão que seria responsável 
por analisar e retirar os atos normativos 
editados em desconformidade com suas 
disposições. 
- Norberto Bobbio segue a ideia de Kelsen 
sobre a existência de uma norma hipotética 
fundamental que confere validade à 
Constituição. Essa norma estaria no plano 
lógico-jurídico, enquanto a Constituição 
estariano plano jurídico. No entanto, críticos 
argumentam que é impossível separar 
completamente o direito de outros aspectos, 
como a moral, ética e religião. As normas 
jurídicas são influenciadas pelos valores da 
sociedade, que muitas vezes vêm de fontes 
externas ao direito, o que questiona a pura 
objetividade da ciência jurídica proposta por 
Kelsen. 
- A crítica principal à teoria de Kelsen é que 
ela poderia abrir espaço para o autoritarismo 
e o arbítrio, ao valorizar excessivamente a 
vontade dos detentores do poder na criação 
do direito. Isso poderia permitir atrocidades 
legalizadas, como a escravidão ou o 
extermínio de minorias, se a lei assim o 
permitisse. Essa crítica se assemelha à feita a 
Carl Schmitt, que é acusado de fornecer 
bases teóricas para regimes nazifascistas. 
Além disso, questiona-se a alegação de uma 
norma hipotética fundamental que legitimaria 
a Constituição, pois, segundo Kelsen, o 
sistema jurídico é hermético a influências 
externas, o que torna problemático justificar 
um fundamento de validade externo ao 
sistema jurídico. 
 
 
DIREITOS E COSTUMES: 
- O costume pode ser definido como uma 
prática que é reiterada pela sociedade e é 
aceitada como uma prática jurídica, 
constituindo fonte do Direito e regra de 
comportamento. A doutrina aponta que o 
costume é uma fonte primária do Direito, 
sendo que o início do Direito remonta a 
apenas alguns séculos atrás, e as grandes 
codificações só começaram a ser adotadas no 
início do século 19. 
- Para uma conduta ser reiterada como um 
costume jurídico ela precisa ter dois 
elementos essenciais: 
 * Seu uso reiterado naquela sociedade 
 * Sua aceitabilidade como uma norma 
jurídica por essa mesma sociedade. 
- Em ramos do Direito, como o Direito 
Internacional Público, o costume desempenha 
um papel significativo. Nas relações entre 
Estados soberanos, onde a adesão a normas 
cogentes depende da aceitação dos Estados, 
a prática reiterada pode adquirir eficácia 
jurídica. Um exemplo é o costume de não 
extraditar nacionais para o próprio país, que 
ganha relevância nesse contexto. 
- No direito brasileiro, o costume é uma fonte 
subsidiária e supletiva do Direito, sendo 
destinado a supri as lacunas legislativas. Essa 
omissão pode ser de três espécies: 
 * Lacuna Normativa: não há uma norma 
jurídica específica para regular um caso 
concreto. Em outras palavras, trata-se da 
ausência de uma regra legal ou princípio 
aplicável a uma determinada situação 
específica 
 * Lacuna Ontológica: Essa hipótese se 
refere a uma situação na qual existe uma 
norma jurídica que teoricamente poderia ser 
aplicada a um caso concreto, mas essa 
aplicação é considerada inadequada devido à 
sua desconexão com a realidade dos fatos. 
 * Lacuna Axiológica: Essa situação 
descreve um cenário em que há uma norma 
jurídica aplicável a um caso específico, mas a 
sua aplicação seria considerada injusta ou 
desalinhada com os valores fundamentais da 
sociedade naquele momento. Isso pode 
ocorrer quando a lei não acompanha 
mudanças sociais, culturais ou éticas 
significativas, resultando em uma aplicação 
que não reflete mais as normas e expectativas 
da sociedade contemporânea. 
- A doutrina costuma classificar o costume 
jurídico em três espécies, dentre elas temos: 
 * Costume secudum legem: É o 
costume que fora transformado em uma lei 
formal ou cuja lei autoriza a sua utilização em 
algumas circunstâncias. 
 * Costume praeter legem: É o costume 
que está previsto no artigo 4° da LINDB, 
sendo destinado a suprir as lacunas de índole 
normativa. 
 * Costume contra legem: É o costume 
contrário à ordem jurídica, que se choca com 
a expressa ordem do ordenamento jurídico. 
 * O costume, como fonte não 
formal do Direito, deve obedecer à ordem 
jurídica. A retirada da vigência ou eficácia das 
normas jurídicas formais só é permitida pelos 
mecanismos previstos no ordenamento 
jurídico, como declaração de 
inconstitucionalidade ou revogação. O art. 2º 
da LINDB destaca que as leis têm vigor até 
serem modificadas ou revogadas. 
 
DIREITO E RELIGIÃO: 
- É intensa a relação que o direito possui com 
a religião. Haja vista que grande parte do 
direito ocidental acha referências nas religiões 
judaico-cristãs, já que essas contribuíram 
para a formação cultural e moral das 
sociedades, que também reflete na formação 
jurídica.

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