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CIANB C-ApA-OrçFin-PR-EAD NOÇÕES DE PLANEJAMENTO GOVERNAMENTAL E ORÇAMENTO PÚBLICO 1 CIANB C-ApA-OrçFin-PR-EAD NOÇÕES DE PLANEJAMENTO GOVERNAMENTAL E ORÇAMENTO PÚBLICO SUMÁRIO 1 PROCESSO ORÇAMENTÁRIO FEDERAL....................................................................................................4 1.1 LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS..............................................................................................4 a) Atribuições da LDO.............................................................................................................................4 b) Orientação para elaboração da LOA...................................................................................................5 c) Prioridades e Metas............................................................................................................................5 I – Resultado Primário....................................................................................................................... 5 II – Dívida Pública Federal..................................................................................................................8 1.2 LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL............................................................................................................8 a) Elaboração..........................................................................................................................................9 I – Processo......................................................................................................................................10 II – Emendas Parlamentares............................................................................................................11 III – Orçamento Impositivo..............................................................................................................12 IV – Regime Fiscal Sustentável.........................................................................................................13 V – Regra de Ouro............................................................................................................................14 VI – Reserva de Contingência...........................................................................................................14 b) Dotação Orçamentária.....................................................................................................................15 I – Programa de Trabalho.................................................................................................................17 II – Detalhamento pela UO.............................................................................................................. 19 III – Ação Orçamentária................................................................................................................... 19 A – Finalidade..............................................................................................................................20 B – Descrição...............................................................................................................................20 C – Produto................................................................................................................................. 20 D – Tipos..................................................................................................................................... 21 Atividade................................................................................................................................ 22 Projeto....................................................................................................................................22 Operação Especial..................................................................................................................22 E – Dimensões do Processo de Produção Pública.......................................................................24 IV – Plano Orçamentário..................................................................................................................25 c) Execução...........................................................................................................................................26 I – Execução provisória....................................................................................................................27 II – Descentralização Orçamentária.................................................................................................28 III – Decreto de Programação Orçamentária e Financeira...............................................................29 IV – Decreto de Limitação de Empenho e Movimentação Financeira..............................................31 V – Mecanismos Retificadores do Orçamento.................................................................................32 A – Créditos Adicionais................................................................................................................32 B – Outras alterações..................................................................................................................33 VI – Desvio de Finalidade.................................................................................................................33 VII – Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal.....................................36 A – Escrituração.......................................................................................................................... 37 2 CIANB C-ApA-OrçFin-PR-EAD NOÇÕES DE PLANEJAMENTO GOVERNAMENTAL E ORÇAMENTO PÚBLICO B – Crédito Disponível.................................................................................................................39 C – Célula De Crédito/Despesa....................................................................................................39 Identificador de Superávit Financeiro.....................................................................................41 Esfera Orçamentária...............................................................................................................41 Programa de Trabalho Resumido...........................................................................................41 Fonte de Recurso Detalhada...................................................................................................43 Natureza da Despesa..............................................................................................................43 Unidade Gestora Responsável................................................................................................43 Plano Interno..........................................................................................................................44 d) Monitoramento e Avaliação.............................................................................................................44 I – Custos......................................................................................................................................... 45 II – Indicadores de Desempenho.....................................................................................................46 A – PPA........................................................................................................................................47 B – LOA........................................................................................................................................48 III – Resultados.................................................................................................................................49 A – Plano Plurianual....................................................................................................................50 B – Lei Orçamentária Anual.........................................................................................................51 3 CIANB C-ApA-OrçFin-PR-EAD NOÇÕES DE PLANEJAMENTOGOVERNAMENTAL E ORÇAMENTO PÚBLICO 1 PROCESSO ORÇAMENTÁRIO FEDERAL 1.1 LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS A Lei De Diretrizes Orçamentárias (LDO) é anualmente elaborada pelo Poder Executivo com base em dispositivos da CF/88 e da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e apreciada pela Comissão Mista de Planos, Orçamento Público e Fiscalização (CMO) do Congresso Nacional1. Até a entrada em vigor da Lei Complementar a que se refere o art. 165, § 9º, I e II da CF/88, o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) será encaminhado pelo Executivo ao Legislativo até oito meses e meio antes do encerramento do exercício financeiro (15ABR) e devolvido para sanção até o encerramento do primeiro período da sessão legislativa (17JUL)2. Em razão da ausência dessa Lei Complementar e da defasagem sofrida pela norma geral de finanças, a Lei nº 4.320/64, a LDO tem, anualmente, introduzido classificações e outros detalhes de organização específicos para o Orçamento Federal. a) Atribuições da LDO De acordo com a CF/88, a LDO3: Compreenderá as metas e prioridades da administração pública federal; Estabelecerá as diretrizes de política fiscal e respectivas metas, em consonância com trajetória sustentável da dívida pública; Orientará a elaboração da LOA; Disporá sobre as alterações na legislação tributária; e Estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento. Além destas atribuições, a LDO conterá disposições relativas4: À estrutura, organização, elaboração e a execução dos orçamentos da União; Às transferências; À Dívida Pública Federal (DPF); Às despesas com pessoal e encargos sociais; À política de aplicação dos recursos das agências financeiras oficiais de fomento; À adequação orçamentária decorrente das alterações na legislação; 1 Giacomoni 2018 p. 239 2 CF/88 ADCT Art. 35 § 2º Inciso II 3 CF/88 Art. 165 § 2º 4 Lei nº 14.791/2023 (LDO 2024) Art. 1º 4 CIANB C-ApA-OrçFin-PR-EAD NOÇÕES DE PLANEJAMENTO GOVERNAMENTAL E ORÇAMENTO PÚBLICO À fiscalização pelo Poder Legislativo e às obras e aos serviços com indícios de irregularidades graves; e À transparência. b) Orientação para elaboração da LOA A LDO determina que, no prazo de até quinze dias, contado da data de envio do Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA), o Poder Executivo Federal encaminhe demonstrativos com 25 informações complementares ao Congresso Nacional, como por exemplo5: Detalhamento dos custos unitários médios utilizados na elaboração dos orçamentos para investimentos em obras de infraestrutura, alocados em projetos, com justificativa dos valores adotados6; e Cadastro de Ações Orçamentárias (AO) utilizado na elaboração da proposta orçamentária, com, no mínimo, código, título, descrição, produto e unidade de medida de cada uma das ações7. c) Prioridades e Metas Considerando a recorrente escassez de recursos para o atendimento de demandas de gastos cada vez mais volumosas, situação típica de um contexto orçamentário, priorizar as despesas torna-se tarefa fundamental para o Estado. As prioridades e metas para um determinado ano pelo Governo Federal são relacionadas no corpo da própria Lei ou em um Anexo. Para o exercício de 2024, entretanto, não foram fixadas as prioridades e metas do governo, uma vez que o Art. 4º da LDO foi vetado. I – Resultado Primário A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) estabelece as diretrizes de política fiscal e as respectivas metas anuais de Resultado Primário do Governo Central, para o exercício a que se referir e para os três seguintes, compatíveis com a trajetória sustentável da dívida pública8. Combinado com o Regime Fiscal Sustentável e a Regra de Ouro, o Resultado Primário é uma das principais regras fiscais brasileiras, que visam impedir o desequilíbrio das contas públicas. Essas regras existem, principalmente, para promover a solvência do ente público, a fim de evitar que seu endividamento assuma uma trajetória insustentável, disciplinando a maneira como o Orçamento Federal pode ser elaborado e executado. 5 Lei nº 14.791/2023 (LDO 2024) Art. 10 6 Lei nº 14.791/2023 (LDO 2024) Anexo II Inciso I 7 Lei nº 14.791/2023 (LDO 2024) Anexo II Inciso XVII 8 Lei Complementar nº 200/2023 Art. 2º 5 CIANB C-ApA-OrçFin-PR-EAD NOÇÕES DE PLANEJAMENTO GOVERNAMENTAL E ORÇAMENTO PÚBLICO Esse arcabouço fiscal busca, assim, reduzir a margem de discricionariedade dos agentes públicos no curto prazo, para evitar que o desejo de satisfação imediata gere consequências negativas no longo prazo. Para entender o que é a meta de Resultado Primário, inicialmente é preciso compreender os conceitos de Receita e Despesa, Primária e Financeira. Observe a tabela abaixo: Receitas e Despesas x Primárias e Financeiras O Resultado Primário é a comparação entre somente as Receitas e Despesas Primárias, podendo apresentar uma das seguintes situações: Superávit – quando o Governo apresenta mais receitas do que despesas primárias. Nesse caso, o Governo pode utilizar os recursos do Superávit Primário para: Reduzir a Dívida Pública Federal (DPF) e, consequentemente, suas despesas financeiras; Engrossar suas reservas financeiras no Banco Central; ou Abrir Créditos Adicionais no Orçamento. Déficit – quando ocorre o contrário. Nessa situação, o Governo terá que utilizar os recursos de sua reservas financeiras ou ir ao mercado financeiro obter empréstimos para pagar seus compromissos, 6 CIANB C-ApA-OrçFin-PR-EAD NOÇÕES DE PLANEJAMENTO GOVERNAMENTAL E ORÇAMENTO PÚBLICO aumentando, assim, a DPF. Quando investimos recursos no Tesouro Direto, por exemplo, estamos emprestando dinheiro para o Governo. O Resultado Primário visa, portanto, limitar os gastos do governo como um todo, a fim de utilizar o Superávit Primário para abater a DPF ou, em épocas de crise, impedir que ela cresça descontroladamente. A elaboração e a aprovação do Projeto de Lei Orçamentária (PLOA) de 2024 e a execução da respectiva Lei deverão ser compatíveis com a meta de resultado primário de R$ 0,00 (zero real) para os Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social9, admitindo-se intervalo de tolerância de R$ 28,7 bilhões para mais ou menos10. A tabela abaixo apresenta o histórico do RP efetivo nos últimos dez anos: https://www.tesourotransparente.gov.br/temas/estatisticas-fiscais-e-planejamento/estatisticas-fiscais-do-governo-geral (série 10.4.1) em JUN2023 Em 2020, com a declaração de calamidade pública por causa da pandemia de COVID-19, o Governo Federal ficou dispensado de cumprir a meta de déficit primário, para realizar despesas em combate à doença. 9 Lei nº 14.791/2023 (LDO 2024) Art. 2º 10 Lei nº 14.791/2023 (LDO 2024) Art. 2º § 1º 7 CIANB C-ApA-OrçFin-PR-EAD NOÇÕES DE PLANEJAMENTO GOVERNAMENTAL E ORÇAMENTO PÚBLICO II – Dívida Pública Federal O gráfico abaixo ilustra a evolução crescente do estoque da DPF nos dez últimos anos: https://www.tesourotransparente.gov.br/temas/estatisticas-fiscais-e-planejamento/estatisticas-fiscais-do-governo-geral (série 18.02.01.01.01) em JUN2023 Ainda que tenha havido superávit primário em 2022, seu montante não foi suficiente para atender aos encargos de refinanciamento da dívida e reduzir o valor total da DPF. Uma DPF demasiadamente alta acarreta os seguintes problemas para o País: Necessidade de elevação da taxa de juros para captação de empréstimos; Aumento do gasto da União com o pagamento de juros; Aumento da inflação em face do excesso de dinheiro em circulação; Fuga de investimentos estrangeiros; e Risco de a DPF se tornar impagável, obrigando o Governo a decretar uma moratória, prejudicado diretamente os detentores da dívida. 1.2 LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL A Lei Orçamentária Anual (LOA) é o instrumento que formaliza o Orçamento Público no Brasil, estimando as receitas e fixandolimites para as despesas da União, atrelados a metas físicas de produção de bens e serviços. 8 CIANB C-ApA-OrçFin-PR-EAD NOÇÕES DE PLANEJAMENTO GOVERNAMENTAL E ORÇAMENTO PÚBLICO A LOA consolida os três orçamentos previstos na CF/88 (Fiscal, de Investimento e da Seguridade Social)11. Cabe ressaltar, que a Seguridade Social compreende os direitos relativos à Saúde, à Previdência e à Assistência Social 12 . Até a entrada em vigor da Lei Complementar a que se refere o art. 165, § 9º, I e II da CF/88, o Projeto de Lei de Orçamentária Anual (PLOA) será encaminhado anualmente pelo Executivo ao Legislativo até quatro meses antes do encerramento do exercício financeiro (31AGO) e devolvido para sanção até o encerramento da sessão legislativa (22DEZ)13. a) Elaboração A cada ano, cabe ao Poder Executivo, sob a coordenação da Secretaria de Orçamento Federal (SOF) do Ministério do Planejamento e Orçamento, a elaboração do Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA). O processo de elaboração do PLOA se desenvolve no âmbito do Sistema de Planejamento e de Orçamento Federal (SPOF) e envolve um conjunto articulado de tarefas complexas e um cronograma gerencial e operacional com especificação de etapas, de produtos e da participação dos Órgãos Central, Setoriais e das Unidades Orçamentárias (UO). O PLOA deverá estar compatível com14: O PPA; A LDO; Os dispositivos constitucionais e legais que estabelecem metas fiscais, limites de despesas ou aplicação mínima de recursos; e As prioridades e metas definidas na LDO e outras disposições aplicáveis. Os resultados das avaliações das políticas públicas devem ser considerados na elaboração da proposta orçamentária pelas UO e Órgãos, buscando o aperfeiçoamento das ações de governo, com o intuito de retroalimentar o orçamento com as correções ou melhorias identificadas. Para tanto, deve-se considerar informações sobre o atingimento dos Objetivos do PPA e dos Produtos das AO da LOA. O processo de detalhamento da proposta setorial, via Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento (SIOP), compreende as três etapas decisórias básicas, denominadas “momento”: UO, Órgão Setorial e Órgão Central15. 11 CF/88 Art. 165 § 5º 12 CF/88 Art. 194 13 CF/88 ADCT Art. 35 § 2º Inciso III 14 MTO 2024 Subitem 6.2 15 MTO 2024 Subitem 6.2.1 9 CIANB C-ApA-OrçFin-PR-EAD NOÇÕES DE PLANEJAMENTO GOVERNAMENTAL E ORÇAMENTO PÚBLICO A SOF disponibiliza, anualmente, o Manual Técnico Orçamentário (MTO), que contém instruções técnicas e diversas tabelas referentes ao processo de elaboração da proposta orçamentária da União das Esferas Fiscal e da Seguridade Social16. I – Processo O processo de elaboração do orçamento brasileiro compreende as seguintes etapas: Atualização, inclusão e exclusão de Ações Orçamentárias (AO) no SIOP, pelas Unidades Orçamentárias (UO) e pelos Órgãos Setoriais, com o objetivo de expressar o planejamento da produção pública ou a geração de bens e serviços públicos. Fixação dos referenciais monetários pela SOF para os Órgãos Setoriais e por estes para as suas UO. Com base em referenciais monetários definidos pelos Órgãos Setoriais, as necessidades das Unidades Gestoras (UG) são consolidadas por suas Unidades Orçamentárias (UO). Os Órgãos consolidam as necessidades de suas UO e enviam suas propostas orçamentárias àquele Ministério pelo SIOP. A SOF faz a captação e a consolidação das propostas orçamentárias de cada Ministério e dos demais Poderes no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA). O Poder Executivo, entretanto, não é responsável pela elaboração do orçamento dos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, bem como do Ministério Público e da Defensoria Pública, tendo em vista serem detentores de autonomia orçamentária. O Poder Executivo é responsável apenas pela coordenação da elaboração da proposta orçamentária, sua consolidação e encaminhamento ao Poder Legislativo, uma vez que detém a iniciativa das leis orçamentárias. O Presidente da República (PR) aprova e encaminha o PLOA ao Congresso Nacional (CN) até 31AGO. O Ministério do Planejamento e Orçamento encaminha ao Congresso Nacional, no prazo de até quinze dias, contado da data de envio do Projeto de Lei, demonstrativos com as informações complementares relacionadas no Anexo II da LDO. A Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO), que tem este nome por comportar, em sua composição, cadeiras para senadores e deputados, discute e altera o PL por meio de Emendas Parlamentares. O Plenário do CN vota o PLOA até 22DEZ. 16 https://www1.siop.planejamento.gov.br/mto/doku.php 10 CLIQUE AQUI PARA CONSULTAR O MTO https://www1.siop.planejamento.gov.br/mto/doku.php CIANB C-ApA-OrçFin-PR-EAD NOÇÕES DE PLANEJAMENTO GOVERNAMENTAL E ORÇAMENTO PÚBLICO O PR sanciona/veta a Lei Orçamentária Anual (LOA), preferencialmente até 31DEZ. Caso não o faça, o PLOA será executado provisoriamente, conforme regras previstas na LDO. II – Emendas Parlamentares A CF/88 devolveu ao Legislativo a prerrogativa de propor emendas ao Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA). As Emendas Parlamentares (EP) são propostas, por meio das quais os Senadores e Deputados Federais opinam e influenciam na alocação de recursos públicos constantes da Lei Orçamentária Anual (LOA) para demandas diversas, relacionadas ao interesse temático, regional e eleitoral de cada congressista17. As Emendas procuram aperfeiçoar a peça orçamentária inicialmente elaborada pelo Poder Executivo, acrescentando, suprimindo ou modificando determinados itens do PLOA. Ressalta-se que todo e qualquer crédito que conste da LOA é uma autorização para a realização de uma despesa pública. Essa autorização, de acordo com a Lei nº 4.320/64, só permite que o crédito seja empenhado no corrente exercício, mesmo sendo oriundo de uma Emenda Parlamentar. Se empenhado dentro da sua validade, o pagamento poderá ser efetuado em exercícios posteriores (Restos a Pagar). O SIOP possui uma funcionalidade específica para consulta às Emendas Parlamentares. 17 Circular EMA nº 6/2023 Item 2 11 CIANB C-ApA-OrçFin-PR-EAD NOÇÕES DE PLANEJAMENTO GOVERNAMENTAL E ORÇAMENTO PÚBLICO Como valiosa ferramenta na elaboração e execução do Orçamento da União, as emendas devem estar compatíveis com o Plano Plurianual (PPA) e com a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), sendo classificadas como18: Individuais – Essas emendas serão aprovadas no limite de 2% (1,55% para Deputados e 0,45% para Senadores) da Receita Corrente Líquida (RCL) do exercício anterior ao do encaminhamento do PLOA, observado que a metade desse percentual será destinada a ações e serviços públicos de saúde 19 . Cada parlamentar possui inteira discricionariedade na destinação dos recursos, podendo apresentar até 25 emendas individuais, no valor total definido pelo parecer preliminar do relator20; De Bancada – Devem ser de interesse Estadual e aprovadas em ata própria. Poderão ser apresentadas no mínimo quinze e no máximo vinte emendas de apropriação, além de três emendas de remanejamento21; De Comissão – Devem ser aderentes à área temática da Comissão. O número máximo dessas emendas é definido pelo art. 44, § 1º, da RCN nº 1/2006; e De Relator – Emenda à programação da despesa, a fim de corrigir erros e omissões de ordem técnica ou legal; recompor, total ou parcialmente, dotações canceladas, limitada a recomposição ao montante originalmente proposto no projeto e atender às especificações dos pareceres preliminares22. Em 2021 e 2022, por meio de dispositivos inseridos nas respectivas LDO23, essas Emendas criaram dotações orçamentárias, que foram consideradas inconstitucionais pelo Superior Tribunal Federal (STF)24 em 19DEZ2022.Contabilizadas no Orçamento com o Identificador de Resultado Primário (RP) nº 9, as Emendas de Relator ficaram conhecidas na mídia, pejorativamente, como “Orçamento Secreto”, visto que não era conhecido o parlamentar interessado na respectiva despesa pública. III – Orçamento Impositivo Desde a CF/88, os parlamentares reclamavam do poder discricionário concedido ao Poder Executivo para decidir pela realização ou não de despesas autorizadas na LOA em especial aquelas decorrentes de emendas parlamentares. 18 Circular EMA nº 6/2023 Item 2 19 CF/88 Art. 166 § 9º 20 RCN nº 1/2006 Art. 49 21 RCN nº 1/2006 Art. 47 § 1º 22 RCN nº 1/2006 Art. 144 23 Lei nº 14.116/2020 Art. 7º § 4º Inciso II alínea c) item 4 24 https://agenciabrasil.ebc.com.br/justica/noticia/2022-12/stf-considera-orcamento-secreto-inconstitucional 12 CIANB C-ApA-OrçFin-PR-EAD NOÇÕES DE PLANEJAMENTO GOVERNAMENTAL E ORÇAMENTO PÚBLICO A solução encontrada pelo Legislativo para contornar essa situação foi a criação do Orçamento Impositivo, estipulando proibições Constitucionais para o Contingenciamento de Despesas criadas por Emendas Parlamentares, conforme descrito abaixo25: Emendas Individuais – nenhuma não pode ser contingenciada26; e Emendas de Bancada – Não podem ser contingenciadas Emendas no montante de até 1% da Receita Corrente Líquida (RCL) realizada no exercício anterior27. IV – Regime Fiscal Sustentável A Lei Complementar nº 200/2023 instituiu o Regime Fiscal Sustentável para garantir a estabilidade macroeconômica do País e criar as condições adequadas ao crescimento socioeconômico. A política fiscal da União deve ser conduzida de modo a manter a Dívida Pública Federal (DPF) em níveis sustentáveis, prevenindo riscos e promovendo medidas de ajuste fiscal em caso de desvios, garantindo a solvência e a sustentabilidade intertemporal das contas públicas28. Esse regime, também chamado de Novo Arcabouço Fiscal, é um mecanismo de controle do endividamento, que substituiu o Teto de Gastos por um regime focado no equilíbrio entre arrecadação e despesas. Mais do que impedir gastos acima de um limite, o regime condiciona maiores gastos do governo ao cumprimento de metas de Resultado Primário, buscando conter o endividamento e criando condições para a redução de juros e garantia de crescimento econômico29. O Novo Arcabouço Fiscal apresenta metas anuais para o Resultado Primário, para os Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social. É em função do cumprimento dessas metas que é fixado quanto o governo pode gastar no ano seguinte. Pelo PLDO 2024, as metas de Resultado Primário para 2024, 2025 e 2026 serão, respectivamente, 0,0%, 0,5% e 1,0% do crescimento real da economia no ano anterior medido pelo PIB, com banda de 0,25%. Sempre que o Resultado Primário crescer dentro da banda estabelecida, no ano seguinte, o crescimento real da despesa será igual a 70% do crescimento real da receita primária, acumulada em 12 meses até junho. Essa possibilidade de aumento de gastos é limitada a um crescimento real da despesa de no mínimo 0,6% ao ano e no máximo de 2,5% ao ano. Caso o resultado primário fique abaixo da banda inferior da 25 Giacomoni 2018 p. 306 26 CF/88 Art. 166 § 11 27 CF/88 Art. 166 § 12 28 Lei Complementar nº 200/2023 Art. 1º § 2º 29 https://www.camara.leg.br/internet/agencia/infograficos-html5/novo-arcabouco-fiscal/index.html 13 CIANB C-ApA-OrçFin-PR-EAD NOÇÕES DE PLANEJAMENTO GOVERNAMENTAL E ORÇAMENTO PÚBLICO meta, o crescimento do teto no ano seguinte ficará limitado a 50% do crescimento da receita, também limitado a um crescimento real mínimo de 0,6% ao ano e máximo de 2,5% ao ano. V – Regra de Ouro Prevista no inciso III do art. 167 da Constituição Federal de 1988, limita a realização de operações de crédito em volume superior às Despesas de Capital realizadas, ressalvadas as autorizadas mediante Créditos Suplementares ou Especiais com finalidade precisa, aprovados pelo Poder Legislativo. Regras fiscais que apontem para uma gestão responsável dos recursos públicos são fundamentais para manter a confiança na capacidade do governo de honrar seus compromissos, tanto os relativos às políticas públicas para atender as necessidades da população, quanto os referentes aos pagamentos da dívida pública. VI – Reserva de Contingência Trata-se de reserva de recursos globais, de natureza primária ou financeira, para atendimento de contingências fiscais e outras necessidades específicas30. Sob a denominação de Reserva de Contingência, o orçamento anual poderá conter dotação global não especificamente destinada a determinado Órgão, UO, Programa ou Categoria Econômica, a ser utilizada como fonte de recursos para abertura de Créditos Adicionais31. A Reserva de Contingência, cuja forma de utilização e montante, são definidos com base na Receita Corrente Líquida (RCL), serão estabelecidos na LDO, para atendimento de passivos contingentes e outros riscos e eventos fiscais imprevistos32. Considera-se como evento fiscal imprevisto, a abertura desses créditos para o atendimento de despesas não previstas (especiais) ou insuficientemente dotadas (suplementares) na LOA33. A Reserva de Contingência tem sido constituída, exclusivamente, com recursos do Orçamento Fiscal, no montante de 0,2% da RCL34. Vide exemplo de um Crédito Adicional do tipo Suplementar, utilizando recursos da Reserva de Contingência: 30 MTO 2024 Subitem 4.5.2.1.3.4 31 Decreto-Lei nº 200/67 Art. 91 e Portaria SOF nº 42/1999 Art. 5º 32 Lei Complementar nº 101/2000 (LRF) Art. 5º Inciso III alínea b) 33 Lei nº 14.791/2023 (LDO 2024) Art. 13 § 3º 34 Lei nº 14.791/2023 (LDO 2024) Art. 13 14 CIANB C-ApA-OrçFin-PR-EAD NOÇÕES DE PLANEJAMENTO GOVERNAMENTAL E ORÇAMENTO PÚBLICO https://www.camara.leg.br/orcamento-da-uniao/creditos-adicionais b) Dotação Orçamentária A compreensão do Orçamento exige o conhecimento de sua estrutura e sua organização, implementadas por meio de um sistema de classificação estruturado, bem como dos seguintes conceitos: Crédito orçamentário – autorização constante da Lei Orçamentária Anual (LOA) para a realização de uma despesa pública; Dotação Orçamentária – montante de crédito orçamentário autorizado na LOA para uma UO; Provisão ou Destaque – montante de crédito orçamentário descentralizado por uma UG responsável por uma UO para uma Unidade Gestora Executante ( UGE ) , que precisa ter crédito disponível para emitir o empenho. A diferença entre Provisão e Destaque será explicada mais adiante. Enviar Dotação, Provisão ou Destaque significa, portanto, enviar crédito orçamentário. A LOA 2024 apresentou a seguinte distribuição de receitas e despesas: 15 CIANB C-ApA-OrçFin-PR-EAD NOÇÕES DE PLANEJAMENTO GOVERNAMENTAL E ORÇAMENTO PÚBLICO Lei nº 14.8222024 (LOA 2024) Cabe esclarecer que, anualmente, o Governo Federal contrai novos empréstimos para pagar dívidas de anos passados que estão vencendo e não há superávit primário para seu pagamento. Nesse caso, há uma despesa para o pagamento das dívidas e, em contrapartida, uma receita com a entrada dos recursos dos novos empréstimos. A “Rolagem da dívida” é, portanto, um processo rotineiro de gestão referente à substituição de títulos emitidos anteriormente por títulos novos, o que nada mais é que o pagamento de uma dívida com outra dívida. Por essa razão, na peça orçamentária o valor do Refinanciamento apresenta os mesmos valores na receita e na despesa, sendo que a LDO exige que esses valores, que fazem parte do Orçamento Fiscal, sejam evidenciados separadamente na LOA. A figura abaixo ilustra a evolução dos valores consignados em LOA de 2016 a 2024: Dotações Orçamentárias 16 CIANB C-ApA-OrçFin-PR-EAD NOÇÕES DE PLANEJAMENTO GOVERNAMENTAL E ORÇAMENTO PÚBLICO I – Programa de Trabalho A Dotação Orçamentária é organizada na LOA em Programas de Trabalho (PT),compreendendo treze Classificações Orçamentárias35. A figura abaixo ilustra exemplos de Dotações Orçamentárias no PLOA 2024: PLOA 2024 Volume IV Tomo II p. 302 Tomando a primeira Dotação Orçamentária da figura acima, observa-se que seu PT apresenta as seguintes Classificações Orçamentárias: 35 MTO 2024 Subitem 4.1 17 CIANB C-ApA-OrçFin-PR-EAD NOÇÕES DE PLANEJAMENTO GOVERNAMENTAL E ORÇAMENTO PÚBLICO Programa de Trabalho da LOA e Plano Orçamentário do SIOP Cabe esclarecer que: Alguns agrupamentos de classificações apresentam um nome específico, conforme assinalado em azul na figura acima; O código com quatro caracteres do Programa do Plano Plurianual (PPA) faz parte do código do Programa de Trabalho (PT). A Categoria Econômica da Natureza de Despesa não é definida na LOA, pois pelo código do GND podemos saber essa informação; O IDOC não é especificado no mesmo Volume/Tomo da LOA das demais classificações, pois para cada Contrato de Operação de Crédito será atribuído um código específico. Quando a Dotação Orçamentária não se refere a uma operação deste tipo, é atribuído “9999”; e O Plano Orçamentário (PO) não é uma classificação orçamentária estabelecida na LOA, figurando apenas no SIOP. ATENÇÃO: Tendo em vista que as Unidades Gestoras (UG) devem conhecer as finalidades de todas as classificações orçamentárias do crédito recebido, a execução da despesa em desacordo com a especificação e descrição do Produto da AO é caracterizada como Desvio de Finalidade, sujeitando o Ordenador de Despesas a multa pelo Tribunal de Contas da União (TCU). 18 CIANB C-ApA-OrçFin-PR-EAD NOÇÕES DE PLANEJAMENTO GOVERNAMENTAL E ORÇAMENTO PÚBLICO II – Detalhamento pela UO Até 1998, o Executivo emitia um Decreto, acrescentando e detalhando algumas dessas classificações orçamentárias em um documento denominado Quadro de Detalhamento da Despesa (QDD). Esse documento não existe mais. Atualmente, essa tarefa é realizada pelas UG que têm acesso à transação DETAORC no SIAFI36. A MB convencionou internamente à Força, que somente a DGOM, que é a UG responsável por todas as UO da MB, pode realizar o detalhamento da Dotação Orçamentária, utilizando aquela transação: Fonte ou Destinação de Recursos (FR) – detalhamento opcional até dez dígitos, pois a LOA só especifica essa classificação até o quarto dígito. Caso não seja detalhado, os seis últimos dígitos permanecem preenchidos com zeros; Natureza da Despesa (ND) – inclusão do Elemento de Despesa, pois a LOA só especifica essa classificação até a Modalidade de Aplicação. Lembrando que o Subelemento será detalhado pela UG quando do empenho da despesa no SIAFI. Enquanto não são detalhados, esses campos da ND permanecem preenchidos com zeros; Unidade Gestora Responsável (UGR) – inclusão opcional do código da UG a quem pertence o crédito. Caso não seja detalhado, esse campo permanece em branco; e Plano Interno (PI) – campo de uso opcional do SIAFI, não definido na LOA. No caso da MB, a DGOM sempre preenche esses campos antes de descentralizar os créditos às UG. III – Ação Orçamentária Ação Orçamentária (AO) é a ação governamental que necessita de recursos do Orçamento Público para produzir bens e serviços para a concretização dos Programas de Governo37. Anualmente, as AO são definidas e vinculadas aos respectivos Programas do PPA na Lei Orçamentária Anual (LOA)38. Até 1974, os Orçamentos Públicos no Brasil autorizavam as despesas, definindo somente a Unidade Orçamentária (UO), Categoria Econômica e a Função Governamental. A partir daquele ano, por meio da Portaria nº 9/74, do então Ministério do Planejamento e Coordenação Geral, as Dotações Orçamentárias passaram a definir também as AO sob o título de Atividade ou Projeto, incorporando essa classificação orçamentária ao Programa de Trabalho (PT) na LOA. 36 Giacomoni 2018 p. 345 37 Lei nº 14.791/2023 (LDO 2024) Art. 5º Inciso VIII 38 Lei nº 14.802/2024 (PPA 2024-2027) Art. 9º § 2º 19 CIANB C-ApA-OrçFin-PR-EAD NOÇÕES DE PLANEJAMENTO GOVERNAMENTAL E ORÇAMENTO PÚBLICO No PPA 2000-2003, quando foi implantada a Gestão por Resultados no Planejamento e Orçamento brasileiro, as AO passaram a ser planejadas junto com os Programas nos Planos Plurianuais (PPA). Essa experiência engessou demais a execução orçamentária e foi abandonada a partir do PPA 2012-2015, sendo anualmente estabelecidas somente na LOA. A – Finalidade O Título da AO especifica de maneira sucinta sua finalidade, expressando em linguagem clara o objeto da ação governamental, de modo a evitar a execução de quaisquer despesas a ela não relacionadas39. B – Descrição A descrição da AO fornece mais detalhes sobre sua finalidade, expressando de forma concisa, as informações necessárias ao entendimento do que será realizado na ação governamental. Evidencia o que é feito e para que, seu escopo, suas delimitações e o seu Objetivo40. C – Produto Para o monitoramento dos resultados esperados para a AO, as categorias de programação podem identificar também Produto, Unidade de Medida e Meta Física41. Produto é um bem ou serviço ofertado à sociedade, permitindo ser mensurado e acompanhado fisicamente. Deve ser específico, de forma a permitir a visualização do resultado da ação governamental, guardando uma relação direta com ela. Vide exemplos abaixo: 39 MTO 2024 Subitem 4.5.2.1.1 40 MTO 2024 Subitem 4.5.2.1.2 41 Lei nº 14.791/2023 (LDO 2024) Art. 5º § 1º 20 CIANB C-ApA-OrçFin-PR-EAD NOÇÕES DE PLANEJAMENTO GOVERNAMENTAL E ORÇAMENTO PÚBLICO PLOA 2024 Informações Complementares Volume V p. 1.228 A descrição e finalidade das AO podem ser consultadas tanto no módulo Apoio, Submódulo Informações Básicas, opção Estrutura Orçamentária do SIPLAD, quanto no módulo Cadastro de Ações do Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento do Governo Federal (SIOP). D – Tipos A AO é identificada por um código alfanumérico de quatro dígitos. O primeiro dígito é numérico e indica o tipo da Ação. Os demais são alfanuméricos: MTO 2024 Subitem 4.5.2.1.3 Essa codificação foi instituída pela Portaria nº 9/74, do então Ministério do Planejamento e Coordenação Geral, que substituiu o Anexo 5 da Lei nº 4.320/64. 21 CIANB C-ApA-OrçFin-PR-EAD NOÇÕES DE PLANEJAMENTO GOVERNAMENTAL E ORÇAMENTO PÚBLICO Atividade Instrumento de programação para alcançar o objetivo de um programa, envolvendo um conjunto de operações que se realizam de modo contínuo e permanente, das quais resulta um produto necessário à manutenção da ação de governo42; e Projeto Instrumento de programação para alcançar o objetivo de um programa, envolvendo um conjunto de operações, limitadas no tempo, das quais resulta um Produto que concorre para a expansão ou o aperfeiçoamento da ação de governo43; Operação Especial Despesas que não contribuem para a manutenção, a expansão ou o aperfeiçoamento das ações de governo no âmbito da União, das quais não resulta um produto e não é gerada contraprestação direta sob a forma de bens ou serviços. As AO deste tipo estão associadas aos Programas do tipo Operação Especial, que constarão apenas da LOA, não integrando o PPA44. Vide abaixo a Dotação Orçamentária da MB por AO nos dois últimos anos: 42 Lei nº 14.791/2023 (LDO 2024) Art. 5º Inciso XI e Portaria SOF nº 42/1999 Art. 2º Inciso III e MTO 2024 Subitem 4.5.2.1.3.1 43 Lei nº 14.791/2023 (LDO 2024) Art. 5º Inciso XII e Portaria SOF nº 42/1999 Art. 2º Inciso II e MTO 2024 Subitem 4.5.2.1.3.2 44 Lei nº 14.791/2023 (LDO 2024) Art. 5º Inciso XIII, Portaria SOF nº 42/1999 Art. 2º Inciso IV e MTO 2024 Subitem 4.5.2.1.3.3 22 CIANB C-ApA-OrçFin-PR-EAD NOÇÕES DE PLANEJAMENTO GOVERNAMENTAL E ORÇAMENTO PÚBLICO Tesouro Gerencial em JAN2024 23 CIANB C-ApA-OrçFin-PR-EAD NOÇÕES DE PLANEJAMENTO GOVERNAMENTAL E ORÇAMENTO PÚBLICO Afigura abaixo apresenta as despesas fixadas por AO no PLOA 2024 para o Programa 6112 – Defesa Nacional na UO 52931 – Fundo Naval: PLOA 2024 Volume II p. 106 E – Dimensões do Processo de Produção Pública Todo processo de produção pública, que entrega bens ou serviços à sociedade pode ser avaliado segundo cinco dimensões de desempenho45: Economicidade – minimização dos custos dos recursos utilizados na consecução de determinada atividade, sem prejuízo de padrões de qualidade; Eficiência46 – relação entre produtos (bens e serviços) gerados por determinada atividade e os custos dos insumos utilizados para produzi-los; Eficácia – cumprimento de metas estabelecidas (entrega de bens e serviços programados), independentemente dos custos incorridos; Efetividade – alcance de resultados finalísticos pretendidos, em termos de efeitos diretos ou indiretos sobre o público-alvo de determinada política pública; e Equidade – adequação entre a oferta de bens e serviços públicos e a necessidade de tratamento diferenciado entre públicos-alvo. A figura abaixo demonstra a relação das quatro primeiras dimensões com os insumos, produtos e resultados/impactos da ação governamental: 45 Bijos 2020 p. 27 46 CF/88 Art. 37 24 CIANB C-ApA-OrçFin-PR-EAD NOÇÕES DE PLANEJAMENTO GOVERNAMENTAL E ORÇAMENTO PÚBLICO IV – Plano Orçamentário Plano Orçamentário (PO) não é uma classificação orçamentária prevista em Lei. Trata-se de um detalhamento gerencial facultativo, criado em 2012 no SIOP, para permitir que o controle da execução do orçamento seja realizado pela UO num nível mais detalhado, conforme a particularidade de cada órgão setorial47. Alguns PO são selecionados pela Secretaria de Orçamento Federal (SOF) para serem monitorados intensivamente, devendo as unidades responsáveis subsidiar informações mais detalhadas sobre sua execução. Quando o PO não for utilizado pela UO, em face de necessidades sistêmicas do SIOP, é atribuído o PO 0000 com o mesmo nome da AO. A seguir são apresentados alguns exemplos de PO e respectivas AO de vinculação: 47 MTO 2024 Subitem 4.5.3 e Giacomoni 2018 p. 121 25 CIANB C-ApA-OrçFin-PR-EAD NOÇÕES DE PLANEJAMENTO GOVERNAMENTAL E ORÇAMENTO PÚBLICO A figura abaixo apresenta, resumidamente, o relacionamento PPA x LOA x SIOP: PPA x LOA x SIOP c) Execução As decisões e escolhas expressas na Lei Orçamentária Anual (LOA) assumem natureza financeira na forma de execução física, orçamentária e financeira, conforme exposto a seguir48: Execução física – a realização da obra, o fornecimento do bem ou a prestação do serviço; Execução orçamentária – o empenho e a liquidação da despesa, inclusive sua inscrição em restos a pagar; e Execução financeira – o pagamento da despesa, inclusive dos restos a pagar. 48 Lei nº 14.791/2023 (LDO 2024) Art. 143 § 1º 26 CIANB C-ApA-OrçFin-PR-EAD NOÇÕES DE PLANEJAMENTO GOVERNAMENTAL E ORÇAMENTO PÚBLICO A execução da LOA e dos Créditos Adicionais obedecerá aos princípios constitucionais da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da publicidade e da eficiência na administração pública federal, e não poderá ser utilizada para influenciar na apreciação de proposições legislativas em tramitação no Congresso Nacional49. O Programa de Trabalho (PT) autorizado na LOA condiciona a execução orçamentária e financeira das instituições públicas, sendo vedado o início de programas ou projetos não incluídos naquela Lei, bem como a realização de despesas ou a assunção de obrigações diretas que excedam os créditos orçamentários ou adicionais50. A despesa não poderá ser realizada se não houver comprovada e suficiente disponibilidade de Dotação Orçamentária para atendê-la, sendo vedada a adoção de qualquer procedimento que viabilize a sua realização sem observar a referida disponibilidade51. I – Execução provisória Na LDO, há previsão da possibilidade de execução provisória do Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA), segundo os critérios e regras nela estabelecidos, caso o Orçamento não tenha sido sancionado pelo Presidente da República até o encerramento do último exercício financeiro (31 de dezembro). Essa hipótese visa evitar os prejuízos que adviriam para a sociedade se ocorresse a total paralisação da administração pública pela inexistência de um orçamento aprovado após o início do exercício52. A Diretoria de Gestão Orçamentária da Marinha (DGOM) divulga essas regras para a execução provisória da LOA pela MB em Bono, conforme exemplo abaixo: Bono Especial DGOM nº 17/2023 49 Lei nº 14.791/2023 (LDO 2024) Art. 168 50 CF/88 Art. 167 Incisos I e II 51 Lei nº 14.791/2023 (LDO 2024) Art. 170 52 Lei nº 14.791/2023 (LDO 2024) Art. 72 27 CIANB C-ApA-OrçFin-PR-EAD NOÇÕES DE PLANEJAMENTO GOVERNAMENTAL E ORÇAMENTO PÚBLICO II – Descentralização Orçamentária Após aprovada a LOA ou quando da execução provisória do PLOA, a Secretaria de Orçamento Federal (SOF) envia as Dotações Orçamentárias no SIAFI diretamente à UG responsável pela UO consignada no Programa de Trabalho (PT)53. É permitido que a UO descentralize seu direito de utilização do crédito autorizado na LOA de duas formas54: Provisão – descentralização interna do crédito de uma UO para uma UG do mesmo Órgão; e Destaque de Crédito – descentralização externa do crédito de uma UO para uma UG de outro Órgão55. Em face de, no SIAFI , os códigos dos Órgãos das UO da MB ainda serem os anteriores à criação do Ministério da Defesa, é comum ouvirmos a incorreta expressão “Destaque de Crédito Interno” quando a Dotação Orçamentária da UO 52931 – Fundo Naval, vinculada ao “Órgão” 52132 – Fundo Naval, é descentralizada para uma UG vinculada ao “Órgão” 52131 – Comando da Marinha. A figura abaixo ilustra os conceitos de Dotação, Provisão e Destaque de Crédito: Dotação x Destaque x Provisão Independentemente de que UGE executará os recursos orçamentários, a UO do Programa de Trabalho (PT) é a responsável pela correta execução dos créditos autorizados na LOA e pelos resultados alcançados perante o legislador. A descentralização da execução não exime a UO descentralizadora da 53 Lei nº 14.791/2023 (LDO 2024) Art. 8º 54 Lei nº 14.791/2023 (LDO 2024) Art. 8º § 1º 55 SGM-401 (Rev. 2 Mod. 3) Inciso 7.1.1 28 CIANB C-ApA-OrçFin-PR-EAD NOÇÕES DE PLANEJAMENTO GOVERNAMENTAL E ORÇAMENTO PÚBLICO responsabilidade pelo atingimento do Objetivo do Programa do Plano Plurianual (PPA) e das metas da Ação Orçamentária (AO) dos seus créditos. A UG que utilizar o crédito, por sua vez, deve respeitar fielmente as classificações que caracterizam a Dotação Orçamentária, empregando os recursos na concretização do objetivo pretendido pelo PT pertinente56. A sua execução deve ser concretizada em estrita conformidade com a meta para a qual foi concedido. Os Destaques de Crédito recebidos pela MB têm acompanhamento diferenciado por parte dos órgãos concedentes, exigindo apurado controle por parte das UG executoras e dos respectivos Gerentes de Metas do Sistema do Plano Diretor (SPD). Cabe ressaltar que, no Destaque de Crédito: A instituição de destino pode determinar que a Dotação Orçamentária tenha que ser descentralizada primeiro para a UG responsável pela UO, para posteriormente ser transferida para a UG que executará a despesa; e Oportunamente, os recursos financeiros para o custeio das despesas também devem ser transferidos pela UO de origem. Com relação aos recursos financeiros, a sua descentralização ocorre à semelhança dos créditos orçamentários, porém com nomes diferentes, conforme abaixo: Dotação (SOF) → Cota (STN); Provisão → Sub-repasse; e Destaque → Repasse. III – Decreto de Programação Orçamentária e Financeira Como o ajuste entre a entrada de recursos no caixa do Governo e as necessidades depagamento das despesas não ocorrem automaticamente, o administrador público deve precaver-se, programando a realização dos gastos de forma harmonizada com o comportamento do fluxo de caixa governamental57. Essa programação está prevista desde 1964, quando a Lei nº 4.320 estabeleceu que, imediatamente após a promulgação da Lei de Orçamento e com base nos limites nela fixados, o Poder Executivo aprovaria um quadro de cotas trimestrais da despesa que cada Unidade Orçamentária (UO) ficaria autorizada a utilizar. O planejamento visava assegurar às UO, em tempo útil, a soma de recursos necessários e suficientes a melhor execução do seu programa anual de trabalho, bem como manter, durante o exercício, 56 Giacomoni 2018 p. 348 57 Giacomoni 2018 p. 322 29 CIANB C-ApA-OrçFin-PR-EAD NOÇÕES DE PLANEJAMENTO GOVERNAMENTAL E ORÇAMENTO PÚBLICO na medida do possível, o equilíbrio entre a receita arrecadada e a despesa realizada, reduzindo eventuais insuficiências de tesouraria58. Em 1967, o Decreto-Lei nº 200 reforçou essa determinação, estabelecendo que o então Ministério do Planejamento e Coordenação Geral e o Ministério da Fazenda elaborassem, em conjunto, a programação financeira de desembolso, para o ajuste do ritmo de execução do orçamento ao fluxo provável de recursos59. Atualmente, os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, o Ministério Público da União e a Defensoria Pública da União devem elaborar e publicar por ato próprio, até trinta dias após a data de publicação da LOA, o Cronograma Anual de Desembolso Mensal, por Órgão, com vistas ao cumprimento da meta de Resultado Primário estabelecida na LDO60. Anualmente, portanto, o Governo Federal publica um Decreto, dispondo sobre a programação orçamentária e financeira, que estabeleceu o cronograma de execução mensal de desembolso do Poder Executivo federal para o exercício, fixando o Limite de Movimentação e Empenho (LME) e Limite de Pagamento (LP) para os Órgãos Setoriais do Sistema de Planejamento e Orçamento Federal (SPOF). Esses limites são distribuídos pelos Órgãos para suas UO. Esse Decreto autoriza o Secretário Especial do Tesouro e Orçamento do Ministério do Planejamento e Orçamento a alterar, em determinadas situações, os valores autorizados para movimentação, empenho e pagamentos por Portaria61. Em nível de UGE, esse controle da emissão de empenho é realizado por meio da conta contábil do SIAFI 8.2.3.2.0.05.00 – LIMITE ORÇAMENTÁRIO DESCENTRALIZADO. Ou seja, além de possuir crédito disponível na conta 6.2.2.1.1.00, para a emissão do Empenho a UGE necessitará dispor de saldo também naquela conta. 58 Lei nº 4.320/1964 Art. 47 59 Decreto-Lei nº 200/1967 Art. 17 60 Lei Complementar nº 101/2000 (LRF) Art. 8º e Lei nº 14.791/2023 (LDO 2024) Art. 70 61 Decreto nº 10.961/2022 Art. 10 30 CIANB C-ApA-OrçFin-PR-EAD NOÇÕES DE PLANEJAMENTO GOVERNAMENTAL E ORÇAMENTO PÚBLICO SIAFI em 25JAN2023 Esse Decreto é alterado várias vezes ao longo do ano. Veja um exemplo em https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2023-2026/2023/Decreto/D11723.htm IV – Decreto de Limitação de Empenho e Movimentação Financeira Dependendo da arrecadação das receitas, pode ser que o governo tenha que promover a limitação de empenho e movimentação financeira, retirando créditos orçamentários da disponibilidade das Unidades Orçamentárias (UO)62. Essa decisão é tomada pelo Poder Executivo com base no Relatório Resumido da Execução Orçamentária (RREO)63, publicado até trinta dias após o encerramento de cada bimestre, onde é apurada a Receita Corrente Líquida (RCL)64. Se for verificado, ao final de um bimestre, que a realização da receita não comportará o cumprimento das metas de Resultado Primário, os Poderes e o Ministério Público, por ato próprio e nos montantes necessários, nos trinta dias subsequentes, promovem a limitação de empenho e movimentação financeira, mais conhecida como “Contingenciamento”65. 62 Lei nº 14.791/2023 (LDO 2024) Art. 71 63 Lei Complementar nº 101/2000 (LRF) Art. 48 64 CF/88 Art. 165 § 3º 65 Lei Complementar nº 101/2000 (LRF) Art. 9º e Lei nº 14.791/2023 (LDO 2024) Art. 71 § 3º 31 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2023-2026/2023/Decreto/D11723.htm CIANB C-ApA-OrçFin-PR-EAD NOÇÕES DE PLANEJAMENTO GOVERNAMENTAL E ORÇAMENTO PÚBLICO Destaca-se que “Contingenciamento” é um jargão orçamentário que, em atos normativos, é representado pelas expressões “limitação de empenho e movimentação financeira” ou “bloqueio de dotações orçamentárias”. Não são objeto de limitação as despesas que constituam obrigações constitucionais e legais do ente, inclusive aquelas destinadas ao pagamento do serviço da dívida, as relativas à inovação e ao desenvolvimento científico e tecnológico custeadas por fundo criado para tal finalidade e as ressalvadas pela LDO66. Em termos práticos, o Contingenciamento evita que o Governo obtenha Receitas Financeiras para cobrir a falta das Receitas Primárias estimadas na LOA, evitando o crescimento da DPF. V – Mecanismos Retificadores do Orçamento É possível que, durante a execução orçamentária, ocorram situações, fatos novos ou mesmo problemas não previstos nas etapas de sua elaboração, fazendo surgir a necessidade de adoção de mecanismos que venham a corrigir estas falhas de previsão e que retifiquem o orçamento, conhecidos como alterações orçamentárias. A – Créditos Adicionais Durante a execução do Orçamento, as dotações inicialmente aprovadas na LOA podem se revelar inadequadas para a execução das políticas públicas, seja por serem insuficientes para realização dos programas de trabalho integrantes do orçamento ou pelo surgimento de necessidade de realização de despesas não autorizadas inicialmente. Os Créditos Adicionais são, portanto, autorizações de despesa não computadas ou insuficientemente dotadas na LOA em vigor e podem ser dos seguintes tipos: 66 Lei Complementar nº 101/2000 (LRF) Art. 9º § 2º 32 CIANB C-ApA-OrçFin-PR-EAD NOÇÕES DE PLANEJAMENTO GOVERNAMENTAL E ORÇAMENTO PÚBLICO Créditos Adicionais A LOA poderá conter autorização prévia para abertura de Créditos Suplementares, atendidos determinados critérios nela estabelecidos, sem a necessidade de submissão da alteração orçamentária ao Poder Legislativo. Veja um exemplo de Medida Provisória, abrindo Créditos Extraordinários: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2023-2026/2023/Mpv/mpv1188.htm. B – Outras alterações Além das alterações promovidas pelos Créditos Adicionais, há possibilidade de serem modificadas as classificações orçamentárias sem, necessariamente, alterar os montantes das dotações autorizadas no orçamento: Fonte de Recursos, Modalidade de Aplicação, Identificador de Resultado Primário, Identificador de Uso, Identificador de Doações e Operações de Crédito, etc. No decorrer de sua execução, esses ajustes ocorrem em prazos estabelecidos pela Secretaria de Orçamento Federal (SOF), conhecidos como “janelas de alterações orçamentárias”. VI – Desvio de Finalidade Desvio de Finalidade consiste na realização de uma despesa pública por uma Unidade Gestora Executante (UGE) em desacordo com alguma classificação orçamentária estabelecida para o respectivo crédito orçamentário na Lei Orçamentária Anual (LOA) e no Plano Plurianual (PPA), sujeitando o Ordenador de Despesas a multa pelo TCU. 33 https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2023-2026/2023/Mpv/mpv1188.htm CIANB C-ApA-OrçFin-PR-EAD NOÇÕES DE PLANEJAMENTO GOVERNAMENTAL E ORÇAMENTO PÚBLICO O Desvio de Finalidade afronta o disposto nos seguintes instrumentos legais: Constituição Federal (CF/88) – que veda a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de programação para outra ou de um órgão para outro,sem prévia autorização legislativa67; Lei nº 4.320/1964 – que conceitua fundo especial como o produto de receitas especificadas que por lei se vinculam à realização de determinados objetivos ou serviços, facultada a adoção de normas peculiares de aplicação68; e Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) – que preceitua que os recursos legalmente vinculados a finalidade específica serão utilizados exclusivamente para atender ao objeto de sua vinculação, ainda que em exercício diverso daquele em que ocorrer o ingresso69. O agente público deve, portanto, respeitar todas classificações orçamentárias do Programa de Trabalho (PT) do crédito recebido, em especial: A contribuição da despesa para o atingimento do Objetivo do Programa do Plano Plurianual (PPA) e do Produto da Ação Orçamentária (AO); A Natureza de Despesa (ND); A localização geográfica do favorecido da AO definida no Subtítulo/Localizador; e A finalidade da vinculação da receita controlada pela Fonte ou Destinação de Recursos (FR). Com relação ao Sistema do Plano Diretor (SPD), deve respeitar a finalidade da Ação Interna (AI). O Portal da Transparência do Governo Federal é uma iniciativa da Controladoria-Geral da União (CGU), com o objetivo de aumentar a transparência da gestão pública e permitir que o cidadão acompanhe como o dinheiro público está sendo utilizado e, concomitantemente, ajude a fiscalizar70. Alerta-se que todas as despesas públicas têm suas Notas de Empenho (NE) disponíveis para consulta livre no site www.portaltransparencia.gov.br. Veja um exemplo de uma Nota de Empenho (NE) disponível para consulta pública: 67 CF/88 Art. 167 inciso VI 68 Lei nº 4.320/64 Art. 71 69 Lei Complementar nº 101/2000 (LRF) Art. 8º § Único 70 Circular SGM nº 7-2023 Subitem 2.2 34 http://www.portaltransparencia.gov.br/ CIANB C-ApA-OrçFin-PR-EAD NOÇÕES DE PLANEJAMENTO GOVERNAMENTAL E ORÇAMENTO PÚBLICO Portal da Transparência Portal da Transparência 35 CIANB C-ApA-OrçFin-PR-EAD NOÇÕES DE PLANEJAMENTO GOVERNAMENTAL E ORÇAMENTO PÚBLICO Portal da Transparência VII – Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal Quando a Secretaria do Tesouro Nacional (STN) foi criada em 1986, o Governo Federal convivia com uma série de problemas de natureza administrativa, que dificultavam a adequada gestão dos recursos públicos e a preparação do orçamento unificado. Entre estes problemas, estavam o emprego de métodos rudimentares e inadequados de trabalho, a falta de informações gerenciais em todos os níveis da Administração Pública, a defasagem na escrituração contábil, e a inexistência de mecanismos eficientes que pudessem evitar o desvio de recursos públicos. Desse modo, a STN, em conjunto com o SERPRO, criou o Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (SIAFI) em 1987, auxiliando, desde então, a Administração Pública federal em sua missão de fiscalizar e otimizar os gastos públicos com sua famosa “Tela Preta” ainda em funcionamento regular: 36 CIANB C-ApA-OrçFin-PR-EAD NOÇÕES DE PLANEJAMENTO GOVERNAMENTAL E ORÇAMENTO PÚBLICO Essa ferramenta vem sendo atualizada com novas tecnologias, como por exemplo a versão web do módulo gerencial do sistema71: A – Escrituração É na LDO que está prevista a obrigatoriedade que a execução orçamentária e financeira dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social seja registrada na modalidade total no SIAFI72. A Contabilidade do Setor Público Federal é realizada em Contas Contábeis. Uma Conta Contábil pode ser escriturada mais detalhadamente por Conta Corrente. Todo lançamento contábil está associado a um Documento. 71 https://www.serpro.gov.br/clientes/secretaria-do-tesouro-nacional-1 72 Lei nº 14.791/2023 (LDO 2024) Art. 6º 37 CIANB C-ApA-OrçFin-PR-EAD NOÇÕES DE PLANEJAMENTO GOVERNAMENTAL E ORÇAMENTO PÚBLICO Utilizado a transação CONRAZAO do SIAFI, podemos consultar, por exemplo, os Destaques de Créditos recebidos pelo CIANB: Tirando o Razão (PF2) do montante de R$ 15.122,00, chegamos à Nota de Crédito (NC) nº 020652. Detalhando esse movimento (PF2), chegamos aos detalhes do Documento. 38 CIANB C-ApA-OrçFin-PR-EAD NOÇÕES DE PLANEJAMENTO GOVERNAMENTAL E ORÇAMENTO PÚBLICO Cada Documento, Conta Contábil e Conta Corrente possui campos que podem ser listados em um Relatório extraído por meio de sistemas do tipo Business Intelligence (BI), tais como SIGA Brasil ou Tesouro Gerencial. B – Crédito Disponível Crédito Indisponível é aquele relacionado a um Pré-Empenho ou bloqueado pela SOF conforme contas contábeis abaixo listadas: Crédito Indisponível C – Célula De Crédito/Despesa Considerando que o formato do Programa de Trabalho (PT) pode ser anualmente reformulado na LOA e que o SIAFI não possui a flexibilidade necessária para processar essas mudanças de leiaute, o PT da LOA 39 CIANB C-ApA-OrçFin-PR-EAD NOÇÕES DE PLANEJAMENTO GOVERNAMENTAL E ORÇAMENTO PÚBLICO está contabilizado em diferentes campos naquele sistema. Deve-se atentar, inclusive, que existe um campo denominado “PT”, mas que não possui o mesmo formato da LOA É de extrema importância saber localizar e conhecer as classificações orçamentárias constantes do PT da LOA no SIAFI, a fim de não incorrer em desvio de finalidade na execução da despesa, algo passível de multa pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Com a implementação do Plano de Contas Aplicado ao Setor Público (PCASP), uma Conta Contábil pode ter até 3 Contas Correntes diferentes a depender do Identificador de Superávit Financeiro (ISF): Financeiro (F), Permanente (P) e Não se aplica (N). A contabilização da execução dos créditos no SIAFI é efetuada em Contas Contábeis com Natureza da Informação Orçamentária, detalhadas em contas-correntes do tipo Célula de Crédito/Despesa (CDC). Vide exemplo abaixo: 40 CIANB C-ApA-OrçFin-PR-EAD NOÇÕES DE PLANEJAMENTO GOVERNAMENTAL E ORÇAMENTO PÚBLICO SIAFI em 25SET2023 Identificador de Superávit Financeiro O primeiro campo da CDC é o Identificador de Superávit Financeiro (ISF), que não faz parte do PT da LOA. Esfera Orçamentária O segundo campo da CDC é a classificação Esfera Orçamentária. Programa de Trabalho Resumido O terceiro campo da CDC é o Programa de Trabalho Resumido (PTRes), que não representa o que seu nome diz, um resumo. Trata-se de uma tabela DE-PARA onde a entrada da tabela (DE) é o PTRes e a saída (PARA) é um conjunto constituído pelos seguintes campos: Unidade Orçamentária (UO); PT do SIAFI, composto pelos campos: Função; Subfunção; Programa do PPA; Ação Orçamentária (AO); e Subtítulo/Localizador; Identificador de Resultado Primário (RP); e Plano Orçamentário (PO), que não faz parte da LOA. Qualquer variação num destes quatro campos implicará novo código de PTRES. A consulta aos campos que correspondem a um PTRes é efetuada, no SIAFI, por meio da transação CONPTRES, conforme tela abaixo: 41 CIANB C-ApA-OrçFin-PR-EAD NOÇÕES DE PLANEJAMENTO GOVERNAMENTAL E ORÇAMENTO PÚBLICO SIAFI em 26SET2023 O campo PT do SIAFI não é igual ao Programa de Trabalho da LOA. Aquele possui somente cinco dos treze campos deste último. Atente que o SIAFI até apresenta um nome para o campo “PT”, que é o título da AO contida nele, seguido do título do Subtítulo/Localizador. Em resumo, esse PTRes nos informa: 42 CIANB C-ApA-OrçFin-PR-EAD NOÇÕES DE PLANEJAMENTO GOVERNAMENTAL E ORÇAMENTO PÚBLICO Informações fornecidas pelo PTRes Fonte de Recurso Detalhada O quarto campo do CDC é a Fonte ou Destinação de Recursos (FR) com dez dígitos. A FR só é fixada na LOA até o terceiro dígito, mas as Unidades Orçamentárias (UO) podem, a seu critério, detalhá-la. Natureza da Despesa O quinto campo do CDC é a Natureza da Despesa (ND). A ND só é fixada na LOA até o quarto dígito (Modalidade de Aplicação). As Unidades Orçamentárias (UO) devem, a seu critério, detalhá-la até o sexto dígito (Elemento), enquanto que a Unidade Gestora(UG) selecionam os dois últimos dígitos (Subelemento) quando do empenho da despesa. Unidade Gestora Responsável O sexto campo da CDC é a Unidade Gestora Responsável (UGR), que não faz parte do PT. Devemos entender a diferença entre Unidade Gestora Executante (UGE) e Unidade Gestora Responsável (UGR). UGE é a OM que executará uma despesa, realizando lançamentos contábeis no SIAFI. UGR é um campo de preenchimento opcional da Célula de Crédito/Despesa, que indica a quem pertence o crédito que será executado pela UGE. Na MB, normalmente, a UGR é utilizada para sinalizar a uma UGE centralizadora da Execução Financeira, a qual OM apoiada uma Célula de Crédito/Despesa pertence. 43 CIANB C-ApA-OrçFin-PR-EAD NOÇÕES DE PLANEJAMENTO GOVERNAMENTAL E ORÇAMENTO PÚBLICO Tanto a UGE quanto a UGR devem estar cadastradas na Tabela de UG do SIAFI. Para que uma UG seja UGE, o seu campo “Função” deve ser “EXECUTORA” (permite lançamentos contábeis). Para que seja UGR, pode ser “EXECUTORA” ou “CREDORA” (não permite lançamentos contábeis). Vide exemplo abaixo: Fonte SIAFI em 13OUT2020 Plano Interno O último campo da CDC é o Plano Interno (PI), que também não faz parte do PT. d) Monitoramento e Avaliação Na decisão sobre alterações ou exclusões de Ações Orçamentárias (AO), bem como na alocação de recursos no PLOA, é indispensável levar em consideração os resultados de avaliações e monitoramento de políticas públicas e programas de governo. O § 16, do art. 37 da CF/88, dispõe que os órgãos e entidades da administração pública devem realizar avaliação das políticas públicas, devendo as leis orçamentárias observar, no que couber, os resultados desse monitoramento e da avaliação das políticas públicas, em observância ao referido dispositivo constitucional73. A LDO reforça o texto constitucional quando determina que as informações sobre a execução física das ações orçamentárias e os resultados de avaliações e do monitoramento de políticas públicas e programas de governo devem ser considerados como diretrizes na alocação de recursos na LOA74. O controle da execução orçamentária envolve a avaliação das ações governamentais com o exame independente e objetivo da economicidade, eficiência, eficácia e efetividade de organizações, programas e atividades governamentais, com a finalidade de promover o aperfeiçoamento da gestão pública. Ou seja, 73 MTO 2024 Subitem 6.1.3 74 Lei nº 14.791/2023 (LDO 2024) Art. 16 Inciso III 44 CIANB C-ApA-OrçFin-PR-EAD NOÇÕES DE PLANEJAMENTO GOVERNAMENTAL E ORÇAMENTO PÚBLICO busca apurar em que medida as ações executadas produziram os resultados pretendidos, sendo uma forma de auditoria mais ambiciosa, porque mede o impacto produzido pelas ações governamentais na realidade75. Não há garantia, a priori, de que um orçamento aprovado e executado produza inevitavelmente os efeitos desejados no bem-estar da sociedade. É necessário que, previamente e após a ação pública, as demandas e as escolhas sociais estejam definidas e sejam revistas. A execução das despesas na ação pública deve solucionar ou, pelo menos, minimizar as causas dos problemas da sociedade76. A partir do PPA 2000-2003, quando foi adotada a Gestão por Resultados na Administração Pública Federal, o Governo implantou um sistema de monitoramento e avaliação da consecução dos objetivos estratégicos do Governo Federal e dos resultados dos Programas77. Com o Decreto nº 2.829/98, que estabeleceu normas para a elaboração e execução a partir do PPA 2000-2003 e da LOA 2000, a unidade responsável por Programas, Projetos e Atividades passou a ser obrigada a realizar avaliação física e financeira da sua execução, visando78: Aferir o seu resultado e o alcance de objetivos e metas fixadas; Subsidiar o processo de alocação de recursos públicos, nos moldes do Orçamento por Resultado; e Evitar a dispersão e o desperdício de recursos públicos. I – Custos A adoção do cálculo de custos é um dos grandes desafios no âmbito da administração pública79. Não havendo capacidade mínima de identificação dos custos correspondentes às ações finalísticas, corre-se o risco de que até mesmo órgãos públicos finalísticos tenham dificuldades em elaborar seus orçamentos com a discriminação de ações representativas de sua missão institucional80. Em 2000, foi atribuído à LDO pela LRF o estabelecimento de normas relativas ao controle de custos e à avaliação dos resultados dos programas financiados com recursos do orçamento81. Segundo a LDO, o controle de custos será orientado para o estabelecimento da relação entre a despesa pública e o resultado obtido, de forma a priorizar a análise da eficiência na alocação dos recursos, e permitir o acompanhamento das gestões orçamentária, financeira e patrimonial82. 75 Giacomoni 2018, p. 262 76 IPEA Texto para discussão 2674, 2021 p. 12 77 Decreto nº 2.829/98 Art. 5º 78 Decreto nº 2.829/98 Art. 6º 79 Giacomoni 2018, p. 262 80 Bijos 2020 p. 113 81 Lei Complementar nº 101/2000 (LRF) Art. 4º Inciso I alínea e) 82 Lei nº 14.791/2023 (LDO 2024) Art. 16 § 1º 45 CIANB C-ApA-OrçFin-PR-EAD NOÇÕES DE PLANEJAMENTO GOVERNAMENTAL E ORÇAMENTO PÚBLICO A LDO vem determinando nos últimos anos que é necessária a apresentação de detalhamento dos custos unitários médios utilizados na elaboração dos orçamentos para investimentos em obras de infraestrutura, alocados em ações do tipo Projeto com justificativa dos valores adotados83, que têm sido apresentadas na forma de texto livre, ou seja, sem qualquer direcionamento metodológico84. Justificativas vagas são muito frequentes, fragilizando o sistema de freios e contrapesos entre os Poderes, pois limitam a capacidade de o Legislativo conhecer o porquê das metas físicas e dotações orçamentárias propostas pelo Executivo85. Vide exemplos: PLOA 2024 Informações Complementares Vol. I p. 87 II – Indicadores de Desempenho Na avaliação dos resultados da aplicação do Orçamento nos Programas e suas Ações Orçamentárias (AO), são utilizados indicadores de desempenho, que podem se referir aos86: 83 Lei nº 14.791/2023 (LDO 2024) Anexo II Inciso I 84 Bijos 2020 p. 116 85 Bijos 2020 p. 118 86 Oliveira Júnior 2018 p. 30 46 CIANB C-ApA-OrçFin-PR-EAD NOÇÕES DE PLANEJAMENTO GOVERNAMENTAL E ORÇAMENTO PÚBLICO Output x Outcome As múltiplas e variadas atribuições governamentais fazem com que seja tarefa de difícil execução a seleção de unidades de mensuração para medir o alcance dos outputs e outcomes. Países com menor grau de maturidade em avaliação de desempenho tendem a focar na avaliação de produtos, enquanto os mais maduros se encontram em fase de migração para a medição de resultados/impactos para a sociedade como um todo87. Em termos de organização do planejamento e orçamento brasileiros, pode-se dizer que: Os Objetivos Estratégicos, Geral e Específicos de um Programa do PPA apresentam os resultados/impactos esperados para as suas ações governamentais; e A LOA contém informações de desempenho traduzidas na forma de Produto, detalhando sua Unidade de Medida e Meta para as Ações Orçamentárias (AO)88. A – PPA Veja o exemplo a seguir para o PPA: Lei nº 14.802/2024 (PPA 2024-2027) Anexo III – Programas Finalísticos p. 313 87 Oliveira Júnior 2018 p. 31 88 Lei nº 14.791/2023 (LDO 2024) Art. 5º § 1º 47 CIANB C-ApA-OrçFin-PR-EAD NOÇÕES DE PLANEJAMENTO GOVERNAMENTAL E ORÇAMENTO PÚBLICO Lei nº 14.802/2024 (PPA 2024-2027) Anexo III – Programas Finalísticos p. 314 Para medir o alcance dos resultados do OE 0100, por exemplo, foi escolhido o Indicador de Desempenho “Índice de execução dos Programas e Projetos do EB”, cuja Meta a ser atingida com a utilização dos recursos públicos até 2027 é 70%. B – LOA Exemplos no PLOA 2024: PLOA 2024 Vol. IV Tomo II p. 249 48 CIANB C-ApA-OrçFin-PR-EAD NOÇÕES DE PLANEJAMENTO GOVERNAMENTAL E ORÇAMENTO PÚBLICO Para estas AO do tipo Atividade,os produtos, seus Indicadores de Desempenho e Metas são respectivamente: Sistema aprimorado – unidade – 37; e Projeto de pesquisa e desenvolvimento apoiado – unidade – 1. PLOA 2024 Vol. IV Tomo II p. 249 Para estas AO do tipo Projeto, os produtos, seus Indicadores de Desempenho e Metas são respectivamente: Infraestrutura implantada – % de execução física – 3; e Submarino construído – % de execução física – 5. III – Resultados O monitoramento e avaliação dos resultados do Planejamento e do Orçamento Público pode ser entendida como a verificação do alcance dos Objetivos dos Programas do PPA e da produção de bens e serviços previstos na LOA. Desde o advento da LRF, fala-se muito em metas fiscais, mas pouco se discute sobre metas físicas. Assim como as primeiras são importantes para o equilíbrio das contas públicas, as últimas também o são para a qualidade do gasto público89. Mesmo dotada de volumosas informações complementares disponibilizadas pelo Executivo (vide Anexo II da LDO), a LOA apresenta fragilidades em relação à justificação das dotações e metas físicas, que acaba por limitar a análise da relação entre recursos e resultados em termos de eficácia90. Essa limitação não é contornada pelo PPA, que na realidade enfrenta déficit informacional ainda maior que o da LOA, por dois motivos: Por não apresentar os valores financeiros das AO desde o PPA 2012-2015; e Por não ser acompanhado de informações complementares a exemplo do PLOA, nem dispor de outro meio para a justificação de suas programações91. 89 Bijos 2020 p. 278 90 Bijos 2020 p. 122 91 Bijos 2020 p. 122 49 CIANB C-ApA-OrçFin-PR-EAD NOÇÕES DE PLANEJAMENTO GOVERNAMENTAL E ORÇAMENTO PÚBLICO A – Plano Plurianual A avaliação do PPA constitui processo sistemático, integrado e institucionalizado de análise dos Programas Finalísticos e seus atributos, das agendas transversais e das prioridades do Governo federal, com o objetivo de aprimorar as políticas públicas e a qualidade do gasto público92. Tem o objetivo de aprimorar os programas e a qualidade do gasto público, sendo realizada no âmbito do Conselho de Monitoramento e Avaliação de Políticas Públicas (CMAP)93. O Conselho é composto pelos Secretários-Executivos dos seguintes órgãos94: Ministério do Planejamento e Orçamento, que o coordenará; Casa Civil da Presidência da República; Controladoria-Geral da União; Ministério da Fazenda; e Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos. Veja um exemplo de monitoramento95: Relatório Anual de Monitoramento do PPA 2020-2023 Ano-Base 2021 Volume I p. 624 92 Lei nº 14.802/2024 (PPA 2024-2027) Art. 17 93 Lei nº 14.802/2024 (PPA 2024-2027) Art. 17 § 1º 94 Decreto nº 11.558/2023 Art. 5º 95 https://www.gov.br/planejamento/pt-br/assuntos/plano-plurianual/paginas/monitoramento 50 CIANB C-ApA-OrçFin-PR-EAD NOÇÕES DE PLANEJAMENTO GOVERNAMENTAL E ORÇAMENTO PÚBLICO Relatório Anual de Monitoramento do PPA 2020-2023 Ano-Base 2021 Volume I p. 625 Com base nas informações lançadas no SIOP pelos responsáveis pelos Programas, o Poder Executivo federal apresentará anualmente à Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização do Congresso Nacional (CMO), até 30SET de cada exercício, o Relatório de Avaliação de Políticas Públicas, com os resultados e as recomendações das avaliações produzidas no âmbito do CMAP, que conterá96: Comportamento das variáveis macroeconômicas e do cenário fiscal que embasaram a elaboração do PPA. Acompanhamento da evolução das metas e dos indicadores-chave nacionais. Desempenho, por Programa Finalístico, dos Indicadores dos Objetivos específicos e das entregas. Demonstrativo da execução orçamentária e financeira dos investimentos plurianuais. Medidas institucionais e normativas implementadas no período. Análise dos programas de gestão. B – Lei Orçamentária Anual O acompanhamento físico-financeiro do orçamento provém da necessidade de avaliar o alcance das metas de produção de bens e serviços ofertados à sociedade. Para isso, são coletadas informações referentes à efetiva entrega dos produtos das Ações Orçamentárias (AOAO) e Planos Orçamentários (POPO), bem como as análises do gestor quanto às razões para o atingimento das metas previstas ou, se houver divergência entre o previsto e o efetivamente realizado, os empecilhos ou limitações que possam ter causado esta discrepância. 96 Lei nº 14.802/2024 (PPA 2024-2027) Art. 16 e 17 § 6º 51 CIANB C-ApA-OrçFin-PR-EAD NOÇÕES DE PLANEJAMENTO GOVERNAMENTAL E ORÇAMENTO PÚBLICO As informações geradas no processo subsidiam97: o aperfeiçoamento das AO e, por consequência, o aprimoramento dos orçamentos dos respectivos órgãos setoriais; o processo decisório de alocação e realocação de recursos previstos na LOA; o processo de monitoramento dos PPA; a elaboração da prestação de contas anual do Presidente da República; e a transparência na utilização dos recursos públicos para a sociedade. O acompanhamento da execução físico-financeira das AO passou para a Secretaria de Orçamento Federal (SOF) quando as Ações Orçamentárias (AO) deixaram de figurar nos PPA em 2012. Por meio de orientações específicas daquela Secretaria, os Órgãos Setoriais do Sistema de Orçamento e Planejamento Federal (SPOF) disponibilizam semestralmente, no Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento (SIOP), informações sobre as AO executadas98. O sistema possui campos para comentários a respeito de execução da ação e de seus subtítulos e da evolução do alcance da meta estabelecida99. No caso específico da MB, os Gerentes de Meta registram a execução física de suas AI no SIPLAD, que é consolidada e retransmitida pela DGOM para o SIOP. A figura abaixo resume os processos de avaliação de resultados do PPA e da LOA: Avaliação dos resultados do PPA e da LOA 97 https://www1.siop.planejamento.gov.br/siopdoc/doku.php/ acompanhamento_orcamentario:orientador_acompanhamento_orcamentario 98 Decreto nº 10.321/2020 Art. 7º Inciso III 99 Portaria SOF nº 103/2012 Art. 2º § Único 52 1 PROCESSO ORÇAMENTÁRIO FEDERAL 1.1 LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS a) Atribuições da LDO b) Orientação para elaboração da LOA c) Prioridades e Metas I – Resultado Primário II – Dívida Pública Federal 1.2 LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL a) Elaboração I – Processo II – Emendas Parlamentares III – Orçamento Impositivo IV – Regime Fiscal Sustentável V – Regra de Ouro VI – Reserva de Contingência b) Dotação Orçamentária I – Programa de Trabalho II – Detalhamento pela UO III – Ação Orçamentária A – Finalidade B – Descrição C – Produto D – Tipos Atividade Projeto Operação Especial E – Dimensões do Processo de Produção Pública IV – Plano Orçamentário c) Execução I – Execução provisória II – Descentralização Orçamentária III – Decreto de Programação Orçamentária e Financeira IV – Decreto de Limitação de Empenho e Movimentação Financeira V – Mecanismos Retificadores do Orçamento A – Créditos Adicionais B – Outras alterações VI – Desvio de Finalidade VII – Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal A – Escrituração B – Crédito Disponível C – Célula De Crédito/Despesa Identificador de Superávit Financeiro Esfera Orçamentária Programa de Trabalho Resumido Fonte de Recurso Detalhada Natureza da Despesa Unidade Gestora Responsável Plano Interno d) Monitoramento e Avaliação I – Custos II – Indicadores de Desempenho A – PPA B – LOA III – Resultados A – Plano Plurianual B – Lei Orçamentária Anual
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