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INTRODUÇÃO À MICROBIOLOGIA

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/
DESCRIÇÃO
Histórico e evolução da Microbiologia, classificação dos microrganismos e morfologia microbiana.
PROPÓSITO
/
Compreender a origem da Microbiologia, bem como os diferentes grupos de microrganismos e suas morfologias; afinal, trata-se da
base para o entendimento tanto dos agentes microbianos causadores de doenças quanto daqueles que são benéficos ao
organismo.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Descrever o histórico e a evolução da Microbiologia
MÓDULO 2
Identificar a classificação dos microrganismos
MÓDULO 3
Reconhecer a morfologia e as estruturas das células procarióticas
/
INTRODUÇÃO
Neste tema, exploraremos a Microbiologia, uma ciência que estuda os microrganismos. Você sabia que os microrganismos surgiram
na Terra bilhões de anos antes das plantas e dos animais e que, sem eles, nós não estaríamos aqui?
Apesar de serem as menores formas de vida existentes, os microrganismos, em conjunto, compõem a maior parte da biomassa do
nosso planeta e são responsáveis por fazer reações químicas indispensáveis para a sobrevivência dos organismos superiores.
Além disso, você sabia que as células microbianas são ferramentas de grande utilidade para o desenvolvimento da ciência básica?
Por meio delas, os microbiologistas conseguiram entender as bases químicas e físicas da vida, descobrindo que as diferentes
células apresentam muitas características em comum.
Teremos a oportunidade de estudar a origem da vida em nosso planeta e como a Microbiologia evoluiu como ciência. Veremos
também como os microrganismos são classificados, as características de cada grupo e os aspectos morfológicos deles.
MÓDULO 1
 Descrever o histórico e a evolução da Microbiologia
ORIGEM DA VIDA NA TERRA
/
Evidências sugerem que a Terra tenha surgido há mais ou menos 4,6 bilhões de anos, e acredita-se que, durante mais de 500
milhões de anos após sua formação, as condições terrestres eram extremamente ardentes e inóspitas. Nosso planeta se formou a
partir de uma nuvem de poeira nebulosa em formato de disco e por gases liberados pela supernova de uma estrela muito antiga. O
nosso Sol, uma estrela nova, formou-se dentro dessa nuvem de poeira, resultando na liberação de grandes quantidades de calor e
luz. A partir daí, o conteúdo da nuvem nebulosa começou a se agrupar e a se fundir, como consequência das colisões e da atração
gravitacional, formando agregados pequenos que foram crescendo e deram origem aos planetas. Enquanto a Terra se formava, a
energia liberada foi capaz de aquecê-la e a tornou um planeta de magma muito quente.
 
Autor: Martin Capek / Fonte: Shutterstock
 Supernova explodindo e formando uma nebulosa.
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/
SUPERNOVA
Uma supernova pode ser definida como um evento astronômico representado por uma explosão durante o fim da vida de
algumas estrelas.
Inicialmente, a água na Terra estava presente apenas na forma de vapor (por causa do calor), tendo se originado de colisões com
cometas e asteroides glaciais e de gases vulcânicos vindos do interior do planeta. A Terra, que antes era quente, passou por um
processo de resfriamento, em que foram formados um cerne metálico, um manto rochoso e uma crosta superficial. Além disso, a
água que se encontrava no estado de vapor foi condensada, formando os oceanos. A existência de água líquida na Terra ocorreu há
cerca de 4,3 bilhões de anos e, desde então, já havia em nosso planeta condições compatíveis com a vida.
PORÉM, COMO SURGIU A VIDA NA TERRA?
/
 
Autor: Man As Thep / Fonte: Shutterstock
Essa questão ainda é um grande mistério para os cientistas. Os organismos conhecidos são formados pelos mesmos constituintes
básicos:
PROTEÍNAS (FORMADAS POR MONÔMEROS DE AMINOÁCIDOS)
ÁCIDOS NUCLEICOS (DNA E RNA, FORMADOS POR NUCLEOTÍDEOS)
/
POLISSACARÍDEOS (FORMADOS POR MONOSSACARÍDEOS)
LIPÍDIOS
Evidências científicas sugerem que esses precursores orgânicos das células podem, em certas condições, ser formados
espontaneamente, oferecendo as condições necessárias para o surgimento dos primeiros sistemas vivos.
Como as condições ambientais na superfície da Terra na época eram muito adversas, com temperaturas extremamente elevadas e
intensa radiação ultravioleta, existe uma hipótese de que a vida tenha se originado em fontes hidrotermais no leito oceânico, local
em que as condições ambientais seriam menos hostis e apresentariam compostos orgânicos reduzidos, como hidrogênio (H2) e
sulfeto de hidrogênio (H2S) como fontes de energia.
Sistemas autorreplicantes são considerados os precursores da vida celular. Por isso, uma das hipóteses mais aceitas é que a vida
tenha começado em um Mundo de RNA. Cientistas acreditam que o RNA tenha surgido antes do DNA, pois o RNA possui duas
propriedades essenciais para a manutenção de uma célula primitiva:
/
 
Autor: ShadeDesign / Fonte: Shutterstock
Algumas moléculas de RNA são capazes de catalisar sua própria síntese a partir de açúcares, bases nitrogenadas e fosfato, ou
seja, participam de sua própria replicação (moléculas autorreplicantes).
 
Autor: ShadeDesign / Fonte: Shutterstock
As moléculas de RNA também podem catalisar a síntese de proteínas.
/
Assim, acredita-se que, de alguma forma, uma molécula de RNA acabou dando origem a uma molécula de DNA, e, como esta
última molécula oferece maior estabilidade estrutural, ela foi selecionada para ser a principal fonte de informação genética da célula.
Outro evento importante foi a compartimentalização das células, com a presença da membrana plasmática, protegendo o conteúdo
intracelular, mantendo a estrutura da célula e permitindo a troca seletiva de substâncias com o ambiente.
Como na atmosfera da Terra primitiva não havia oxigênio, as primeiras células que surgiram provavelmente apresentavam
metabolismo totalmente anaeróbio para gerar energia. Microrganismos capazes de armazenar energia a partir da luz do sol
(fototróficos) eram muito simples, como as bactérias púrpuras e bactérias verdes. A oxigenação da Terra começou a acontecer
apenas após a evolução da fotossíntese oxigênica das cianobactérias, revolucionando a química do planeta. Esse processo foi
longo, mas, a partir dele, as células foram se adaptando ao ambiente agora rico em oxigênio, resultando no surgimento dos
organismos aeróbios.
Acredita-se que todas as células tenham se originado de uma célula ancestral comum, chamada de o último ancestral comum
(LUCA), uma vez que os diferentes tipos celulares apresentam uma constituição muito semelhante. Durante milhões de anos após o
surgimento das primeiras células, novas células foram surgindo, formando populações microbianas que foram interagindo umas
com as outras e se adaptando da melhor forma ao ambiente para garantir sua sobrevivência. Hoje, nós já conseguimos observar os
resultados de todo esse processo, através da imensa variedade de microrganismos existentes, com as mais variadas características
e capazes de viver perfeitamente nos lugares mais diversos do nosso planeta.
/
 
Autor: Jean-Pierre Dalbéra / Fonte: flickr.com
 LUCA (último ancestral comum).
HISTÓRIA DA MICROBIOLOGIA COMO CIÊNCIA
A MICRORREVOLUÇÃO CIENTÍFICA E OS PRIMEIROS
MICROSCÓPIOS
/
Como os microrganismos são seres invisíveis a olho nu, é de se imaginar que a invenção dos primeiros microscópios tenha
causado uma revolução no pensamento científico da época. Durante muitos e muitos anos, diferentes explicações para grandes
epidemias surgiram, geralmente com explicações de cunho religioso, devido ao grande poder e à influência que a Igreja Católica
exercia sobre as pessoas.
Conheça alguns dos eventos essenciais para a evolução da ciência.

 
Fonte: Wikimedia Commons
/
 Microscópio de Hans e 
Zacharias Janssen.
INVENÇÃO DO PRIMEIRO MICROSCÓPIO
Em 721 a.C., os romanos já utilizavam lentes de aumento para observar objetos. As lentes foram sendo aperfeiçoadas com o
passar dos anos, até que, por volta de 1590, surgiu o primeiro modelo de microscópio. Ele foi criado por Hans e Zacharias Janssen,
fabricantesde lentes; o microscópio era cilíndrico e continha duas lentes, que aumentavam o tamanho dos objetos.
PRIMEIRA DESCRIÇÃO DE UM MICRORGANISMO
Os microscópios continuaram evoluindo e, em 1665, o historiador inglês e microscopista Robert Hooke (1635-1703) publicou um
famoso livro, que contém a primeira descrição conhecida de um microrganismo (ele descreveu estruturas de frutificação de bolores).
O termo célula (do inglês cell) foi criado pelo próprio Hooke ao analisar no microscópio finas camadas de cortiça; ele observou
estruturas semelhantes a alvéolos vazios, como favos de uma colmeia, dando o nome de cell a cada um desses alvéolos.
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Fonte: Wikimedia Commons
 Observações de cortes de 
cortiça de Robert Hooke.


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Fonte: Wikimedia Commons
 Antoni van Leeuwenhoek
PRIMEIRA DESCRIÇÃO DE BACTÉRIAS
Já a primeira descrição de bactérias foi feita em 1676 pelo comerciante e microscopista amador holandês Antoni van Leeuwenhoek.
Ele construiu microscópios muito simples para examinar substâncias naturais, descobrindo as bactérias ao analisar infusões
aquosas de pimenta e observar a presença de “pequenos animálculos”, como ele mesmo se referia às bactérias observadas.
/
A EXPERIÊNCIA DE REDI
Apesar da descoberta dos microrganismos, pouco avanço foi observado na área da Microbiologia por longos anos. Na segunda
metade do século XIX, entretanto, a Microbiologia voltou a ganhar fôlego por questões relacionadas às doenças infecciosas e à
Teoria da Geração Espontânea (ou Teoria da Abiogênese). Muitos cientistas e filósofos da época defendiam que algumas formas de
vida poderiam surgir de matéria morta ou inanimada, mas alguns não acreditavam nessa possibilidade, como:
 
Fonte: Wikimedia Commons
VAN LEEUWENHOEK (1632-1723)
/
 
Fonte: Wikimedia Commons
FRANCESCO REDI (1626-1697)
Em 1668, Redi desenvolveu uma experiência que ficou muito famosa, para demonstrar que a vida não poderia surgir da matéria
inanimada. Ele colocou pedaços de carne em frascos de vidro, deixando alguns frascos abertos e outros cobertos com gaze. Com o
passar do tempo, ele observou que os pedaços de carne dos frascos que ficaram abertos estavam repletos de larvas, e, nos frascos
tampados, os pedaços de carne estavam livres de larvas, as quais foram encontradas apenas sobre as gazes que tampavam os
frascos.
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Autor: J. Marini / Fonte: Shutterstock
 Experimento de Redi.
FICOU O QUESTIONAMENTO: SE A VIDA PODERIA VIR DE
MATÉRIA SEM VIDA, COMO SUGERIA A TEORIA DA ABIOGÊNESE,
POR QUE LARVAS SURGIRAM APENAS SOBRE A CARNE DOS
FRASCOS ABERTOS?
Mesmo diante das evidências da experiência de Redi, a Teoria da Abiogênese não perdeu força. Ela só foi derrubada muitos anos
depois, graças ao cientista Louis Pasteur (1822-1895), que desenvolveu uma experiência controlada, provando de uma vez por
/
todas que nenhum organismo poderia surgir espontaneamente.
O EXPERIMENTO DE PASTEUR
Em um primeiro momento, Pasteur demonstrou que a fervura de um caldo nutritivo seguida da vedação do frasco impediria que ele
“estragasse”. Na época, os defensores da geração espontânea diziam que o frasco fechado impediria a entrada de ar fresco
(contendo o que eles chamavam de “força vital”, que seria o oxigênio) e, consequentemente, os microrganismos não conseguiriam
surgir ali espontaneamente. Foi então que Pasteur solucionou de vez a questão de maneira brilhante, construindo um frasco com
pescoço de cisne.
Esse frasco, também conhecido como frasco de Pasteur, tinha o gargalo em formato de S, que impedia que a poeira e os
microrganismos do ar alcançassem o caldo nutritivo fervido, mas o oxigênio ainda conseguia chegar até ele. Assim, o caldo nutritivo
não “estragava”, mesmo após muitos dias, sendo observada a contaminação do caldo apenas após o contato dele com a poeira
acumulada no gargalo em forma de S ou após este gargalo ser quebrado, enquanto o caldo dos frascos fervidos e mantidos abertos
ficavam contaminados rapidamente.
/
 
Fonte: Wikimedia Commons
 Experimento de Louis Pasteur.
/
Neste vídeo, a Professora Lívia Helena fala sobre a descoberta dos microrganismos e a evolução do pensamento científico.
/
ESSES ACHADOS FORAM FUNDAMENTAIS PARA O
DESENVOLVIMENTO POSTERIOR DE TÉCNICAS DE
ESTERILIZAÇÃO EFICAZES, BENEFICIANDO, INCLUSIVE, A
INDÚSTRIA ALIMENTÍCIA, COM O PROCESSO DE PASTEURIZAÇÃO
DO LEITE, POR EXEMPLO.
 VOCÊ SABIA
Pasteur foi responsável por outros grandes feitos e descobertas. Dentre elas, podemos citar o desenvolvimento de vacinas contra
raiva, cólera aviária e antraz, e pela identificação de que leveduras eram as responsáveis pela fermentação em cervejas e vinhos.
OS POSTULADOS DE KOCH
Após a descoberta dos microrganismos, passou-se a acreditar que eles eram os causadores de diversas doenças, mas não havia
comprovação disso. O conceito de doença infecciosa foi desenvolvido apenas depois dos trabalhos do médico alemão Robert Koch
(1843-1910), que criou a Teoria do Germe da Doença e os Postulados de Koch.
Tudo começou quando Koch estudava uma doença chamada antraz, que acometia o gado e os humanos. Analisando ao
microscópio amostras de sangue de um animal doente, ele notou a presença de bactérias (depois denominadas Bacillus anthracis),
/
e, para ter certeza de que aquelas bactérias eram as causadoras da doença, realizou experimentos utilizando camundongos.
 
Fonte: Wikipedia
 Robert Koch
Koch injetou sangue de um camundongo doente em um sadio, observando o rápido desenvolvimento da doença no animal; o
mesmo aconteceu quando ele injetou o sangue deste último animal em outro animal sadio. Koch descobriu, ainda, que as bactérias
do antraz podiam ser cultivadas em meios de cultura de laboratório.
Os Postulados de Koch foram definidos para estabelecer a relação de causa e efeito de uma doença infecciosa:
1º POSTULADO
2º POSTULADO
3º POSTULADO
/
4º POSTULADO
1º POSTULADO
O patógeno suspeito de causar a doença deve estar presente em todos os casos da doença, mas ausentes nos animais sadios; ou
seja, deve haver uma associação constante entre patógeno e hospedeiro.
2º POSTULADO
Uma cultura laboratorial pura do patógeno deve ser obtida.
3º POSTULADO
Células do patógeno provenientes de uma cultura pura devem ser capazes de causar doença em um animal saudável (para isso, o
agente infeccioso deve ser inoculado em um animal sadio, e o desenvolvimento da doença deve ser observado).
4º POSTULADO
/
O patógeno suspeito precisa ser “reisolado” em cultura pura, com o intuito de demonstrar ser o mesmo patógeno inoculado
inicialmente (em outras palavras, o agente infeccioso dos animais doentes/mortos precisa ser novamente isolado).
A IMAGEM A SEGUIR ILUSTRA OS POSTULADOS DE KOCH.
 
Fonte: Wikimedia Commons
 Postulado de Koch.
Essas descobertas tiveram grande impacto no desenvolvimento da ciência e da medicina clínica. Koch ainda realizou outros
grandes feitos, como a identificação do agente causador da tuberculose (Mycobacterium tuberculosis) e da cólera (Vibrio cholerae),
/
dentre outros. Graças aos avanços nas técnicas de biologia molecular, hoje nós sabemos que alguns microrganismos não crescem
em cultura laboratorial, mas isso não desmerece os achados valiosos dos trabalhos de Koch.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. NESTE MÓDULO, DESCREVEMOS QUE AS CONDIÇÕES DA TERRA, DURANTE MUITOS ANOS
APÓS SUA CRIAÇÃO, ERAM EXTREMAMENTE ADVERSAS. EMBORA AINDA EXISTAM DÚVIDAS
SOBRE A ORIGEM DA VIDA EM NOSSO PLANETA, MUITOS CIENTISTAS ACREDITAM QUE AS
PRIMEIRAS CÉLULAS TENHAM SURGIDO DE QUE FORMA?
A) Em um mundo de DNA.
B) Em um mundo de RNA.
C) Através de bactérias ancestrais.
D) Foram trazidos à Terra por meteoritos.
E) Por meio das grandes colisões.
2. EM SEU EXPERIMENTO, PASTEUR UTILIZOU FRASCOS COM PESCOÇO DE CISNE,
DEMONSTRANDO QUE UM CALDO NUTRITIVO ESTÉRIL SÓ PASSAVA A APRESENTAR
CRESCIMENTO MICROBIANO APÓS A QUEBRA DO GARGALO. COM ISSO, PASTEUR CONCLUI QUE:
/
A) A quebra do gargalo do frasco permitiu que microrganismos presentes noar entrassem em contato com o caldo nutritivo e se
multiplicassem.
B) O oxigênio não conseguia entrar nos frascos com pescoço de cisne, impedindo o crescimento de microrganismos.
C) Os microrganismos necessitam de espaços maiores para se desenvolver.
D) O caldo nutritivo gerava novas formas de vida graças à presença do oxigênio.
E) Os microrganismos não estavam presentes no ar.
GABARITO
1. Neste módulo, descrevemos que as condições da Terra, durante muitos anos após sua criação, eram extremamente
adversas. Embora ainda existam dúvidas sobre a origem da vida em nosso planeta, muitos cientistas acreditam que as
primeiras células tenham surgido de que forma?
A alternativa "B " está correta.
 
Muitos cientistas acreditam que a vida tenha surgido em um mundo de RNA, pois o RNA apresenta a capacidade de participar de
sua própria replicação e participa da síntese de proteínas.
2. Em seu experimento, Pasteur utilizou frascos com pescoço de cisne, demonstrando que um caldo nutritivo estéril só
passava a apresentar crescimento microbiano após a quebra do gargalo. Com isso, Pasteur conclui que:
A alternativa "A " está correta.
 
O experimento de Pasteur provou que o conceito de geração espontânea não era válido, demonstrando, com os frascos com
pescoço de cisne, que o crescimento de microrganismos em um caldo nutritivo estéril depende do contato com microrganismos
/
presentes no ar, sendo impossível a geração de novas formas de vida a partir de uma matéria inanimada.
MÓDULO 2
 Identificar a classificação dos microrganismos
CLASSIFICAÇÃO NOMINAL DOS SERES VIVOS
Você consegue imaginar qual é a utilidade dos sistemas de classificação dos seres vivos?
A classificação dos seres vivos tem como objetivo organizá-los em grupos de acordo com suas semelhanças fenotípicas ou com
suas relações evolutivas. Dessa forma, os organismos vão sendo colocados em grupos cada vez mais inclusivos. Assim, um
conjunto de espécies semelhantes são agrupadas dentro de um mesmo gênero; gêneros semelhantes são agrupados dentro de
uma mesma família; famílias semelhantes, dentro de uma mesma ordem; ordens semelhantes, dentro de uma classe; classes
semelhantes, dentro de um filo, e, por fim, filos semelhantes, dentro de um domínio. O domínio engloba todos os organismos
dentro de uma hierarquia.
Além disso, a nomenclatura envolve a utilização de regras para denominar os organismos. Tendo isso em mente, estudaremos a
evolução dos sistemas de classificação.
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Autor: alinabel / Fonte: Shutterstock
 Hierarquia de classificação biológica.
1735
O botânico, zoólogo e médico sueco Carolus Linnaeus é considerado o pai da taxonomia moderna. Em 1735, ele propôs o sistema
de classificação binominal tradicional, no qual os organismos recebem o nome de gênero e um epíteto (Nome) de espécie. No
sistema binominal, os nomes dos gêneros são escritos primeiro com letra maiúscula, e os nomes das espécies são escritos em
seguida com letra minúscula; os nomes são geralmente derivados do latim e devem ser escritos em itálico ou sublinhados nos
textos escritos à mão.
Além disso, a escolha dos nomes costuma se basear em alguma propriedade ou característica do organismo, podendo ser traços
de morfologia, fisiologia ou ecologia essenciais. Linnaeus sugeriu a existência de dois reinos: Animalia e Plantae . Assim, alguns
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/
organismos não se encaixavam em nenhuma dessas classificações, como, por exemplo, os microrganismos fotossintéticos móveis.
1866
Em 1866, Ernst Haeckel sugere a criação do reino Protista, para incluir os organismos unicelulares com organização simples,
como bactérias, algas, fungos e protozoários.
1969
Em 1969, Robert Whittaker propôs a classificação dos seres vivos em cinco reinos: Monera (Compreendendo procariotos.) ,
(Compreendendo procariotos.) Fungi (Fungos) , Protistas (Algas e protozoários ) , Plantae (Plantas) e Animalia (Animais) .
Essa classificação teve como base a estrutura das células e a forma de obtenção de nutrientes.
1991
Por fim, em 1991, Carl Woese sugeriu a classificação dos organismos em três domínios: Bacteria (Bactérias) ,
Archaea (Arqueias) e Eukarya (Eucariotos – fungos, algas, protozoários, plantas e animais.) . A separação dos procariotos em
dois domínios diferentes se baseou na sequência de nucleotídeos do RNA ribossomal; embora as arqueias sejam seres procariotos
(não possuem núcleo), os lipídios e os ácidos nucleicos ribossomais são diferentes tanto das bactérias quanto dos eucariotos.
/
 
Autor: udaix / Fonte: Shutterstock
 Domínio e reinos dos animais.
ANIMALIA
Formado por animais e protozoários – seres que não realizam fotossíntese, móveis e sem parede celular.
/
PLANTAE
Formado por algas, plantas, bactérias e fungos – seres fotossintéticos, imóveis e com parede celular.
CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS PROCARIOTOS E DOS
EUCARIOTOS
Os microrganismos podem ser divididos em dois grupos baseando-se em sua estrutura celular:
/
 
Autor: W.Y. Sunshine / Fonte: Shutterstock
PROCARIOTOS
Não possuem um núcleo envolto por membrana nuclear, ou seja, não possuem um compartimento nuclear para abrigar seu DNA.
As bactérias e arqueias são microrganismos procariotos.
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Autor: W.Y. Sunshine / Fonte: Shutterstock
EUCARIOTOS
Possuem um compartimento intracelular envolto por uma membrana, chamado núcleo, onde seu DNA é mantido. As algas, os
protozoários e os fungos são eucariotos, apresentando estrutura celular igual à das células dos organismos superiores.
De maneira geral, as células procarióticas são pequenas e simples, podem apresentar diferentes formatos (células em forma de
bastonetes, esféricas, espiraladas etc.) e medem poucos micrômetros de comprimento. Costumam viver como organismos
independentes ou, ainda, em comunidades organizadas de maneira livre, mas não como organismos multicelulares. Além disso, as
células procarióticas possuem vários componentes obrigatórios:
/
A membrana plasmática envolve um compartimento citoplasmático único contendo DNA, RNA e ribossomos.
Proteínas e pequenas moléculas importantes para a vida da célula também são encontradas no citoplasma.
A maioria das células procarióticas também apresenta uma capa protetora denominada parede celular, que se encontra acima da
membrana plasmática.
Algumas estruturas celulares são opcionais e não estão presentes em todas as células procarióticas, como cápsula, flagelo,
fímbrias, membranas internas, inclusões citoplasmáticas, plasmídeos e endósporos, dentre outras. As células procarióticas
apresentam capacidades bioquímicas muito variadas, mais que as células eucarióticas, e, consequentemente, podem ser
encontradas em ambientes muito variados. Na figura a seguir, estão demonstradas as principais estruturas presentes em uma célula
procariótica.
 
Fonte: Wikipedia
 Estrutura geral da célula procariótica.
/
As células eucarióticas, por sua vez, são maiores e mais complexas que as células procarióticas, assim como seus genomas. Além
disso, classes de células eucarióticas podem formar desde microrganismos unicelulares, como fungos e protozoários, até
organismos multicelulares extremamente complexos, como plantas e animais.
As células eucarióticas apresentam algumas características que as diferenciam das procarióticas:
Possuem núcleo definido, ou seja, seu DNA se encontra envolto por uma membrana de camada dupla que o separa do citoplasma.
Possuem outras membranas internas que são estruturalmente semelhantes à membrana plasmática, delimitando diferentes
organelas que participam de vários processos celulares, como mitocôndrias e cloroplastos, por exemplo, que participam de
processos de obtenção de energia.
O citoplasma dos eucariotos também possui um citoesqueleto responsável por fornecer sustentação e força mecânica à célula e
controle da forma e de seus movimentos.
Os principais componentes típicos das células eucarióticas, além do núcleo, são as mitocôndrias, o aparelho de Golgi e o retículo
endoplasmático.Um gene é uma sequência de DNA capaz de codificar proteínas ou RNA, e o conjunto de genes de uma célula forma seu genoma.
É importante saber que o genoma controla os processos fundamentais para a vida da célula, assim como suas características e as
atividades vitais para sua sobrevivência. O genoma das células procarióticas e eucarióticas são organizados de diferentes maneiras.
Enquanto os procariotos típicos possuem um único cromossomo com DNA circular (poucos procariotos possuem cromossomo
linear) contendo todos ou quase todos os genes da célula, os eucariotos apresentam inúmeros cromossomos com DNA linear. Além
disso, o genoma das células eucarióticas é, muitas vezes, maior que o das células procarióticas.
/
 
Fonte: Wikipedia
 Estrutura geral da célula eucariótica animal.
VOCÊ PODE SE PERGUNTAR: “COMO SURGIRAM AS CÉLULAS
EUCARIÓTICAS?”.
Uma explicação muito aceita atualmente na Biologia é a hipótese endossimbiótica. Todas as células eucarióticas possuem ou já
possuíram em algum momento mitocôndrias, por exemplo. Acredita-se que as mitocôndrias tenham se originado de bactérias de
/
vida livre que eram capazes de metabolizar o oxigênio (bactérias aeróbicas) e que foram endocitadas (Engolfadas) por uma célula
ancestral que era incapaz de usar o oxigênio (célula anaeróbica).
Essas células evoluíram em simbiose, ou seja, as duas eram beneficiadas por essa associação: a célula bacteriana aeróbica
engolfada gerava energia para a célula predadora anaeróbica e, em troca, recebia abrigo e alimento.
 
Autor: J. Marini / Fonte: Shutterstock
 A origem da mitocôndria.
Com o passar do tempo, a bactéria aeróbica, que antes era de vida livre, tornou-se parte da célula eucariótica. Essa hipótese se
baseia no fato de as mitocôndrias apresentarem muitas características em comum com pequenas bactérias: tamanho semelhante,
genoma próprio se apresentando como uma molécula de DNA circular, ribossomos próprios (diferentes dos outros ribossomos da
célula eucariótica), além de possuírem seus próprios RNA (RNA transportadores) transportadores.
/
 
Autor: LDarin / Fonte: Shutterstock
 Mitocôndria.
CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS DIFERENTES GRUPOS DE
MICRORGANISMOS
A partir do último ancestral universal comum (LUCA), o processo evolutivo seguiu caminhos diferentes, resultando na formação dos
domínios Bacteria e Archaea; posteriormente, o domínio Archaea acabou se distinguindo entre os domínios Archaea e Eukarya.
Com o avanço dos estudos filogenéticos ao longo dos anos, dois fatos muito importantes foram revelados: as bactérias e as
/
arqueias, apesar de serem estruturalmente parecidas, são filogeneticamente diferentes, sendo as arqueias mais relacionadas aos
eucariotos do que às bactérias.
Neste tópico, vamos conhecer um pouquinho das características gerais dos principais grupos de microrganismos que fazem parte
de cada domínio. Vamos lá?
DOMÍNIO BACTERIA
O domínio Bacteria é formado pelas bactérias, organismos procariotos encontrados nos mais variados ambientes. Este domínio é
composto por mais de 80 filos, porém mais de 90% dos gêneros e das espécies de bactérias já caracterizados pertencem a apenas
quatro filos. Além de serem encontradas na água e no solo, as bactérias também fazem parte da microbiota normal dos animais e
dos seres humanos (condição em que os dois organismos são beneficiados), mas também podem causar as mais variadas
doenças, desde condições facilmente tratáveis até doenças extremamente graves e fatais. Também apresentam formas, tamanhos
e metabolismos muito variados; podem ser móveis ou não. Elas se reproduzem assexuadamente (por fissão binária), mas também
possuem estratégias para trocas de material genético entre diferentes bactérias, através de mecanismos de transformação,
conjugação e transdução.
/
 
Autor: peterschreiber.media / Fonte: Shutterstock
 SAIBA MAIS
As bactérias se multiplicam por fissão binária, pois as membranas formam septos. Para isso, a célula se alonga, o material genético
é replicado, e a parede celular e a membrana plasmática se dividem. Paredes intermediárias se formam, separando as duas cópias
de material genético, e as células se separam. O período de divisão celular depende do tempo de geração (tempo necessário para
cada uma das células se dividirem) de cada bactéria.
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DOMÍNIO ARCHAEA
O domínio Archaea é composto por vários filos e inclui microrganismos procariotos, geralmente com metabolismo
quimiorganotrófico ou quimiolitotrófico. Também são comuns espécies aeróbias e anaeróbias neste domínio. Apresentam como
principal característica a capacidade de viver em condições extremas, ou seja, são extremófilos. Assim, existem arqueias que vivem
em ambientes com temperaturas muito elevadas (acima de 100°C) e também temperaturas próximas ao ponto de congelamento,
altas concentrações de sal (arqueias halófilas extremas, por exemplo, precisam de aproximadamente 9% de sal para seu
crescimento), valores de pH extremos, fontes termais, lugares ricos em enxofre etc. Além disso, existem arqueias metanogênicas,
ou seja, conservam energia pela produção de metano.
De acordo com os cientistas, as arqueias ajudam a estabelecer os limites de tolerância dos organismos às condições ambientais,
uma vez que são capazes de viver em lugares que a maioria dos outros seres vivos jamais conseguiria. Entretanto, vale ressaltar
que muitas espécies de arqueias não são extremófilas, vivendo no solo, em sedimentos, nos oceanos, nos lagos e até nos
intestinos de humanos.
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Fonte: Wikimedia Commons
 Diversidade morfológica do domínio Archaea.
QUIMIORGANOTRÓFICO
Utilizam compostos químicos orgânicos (como glicose, acetato etc.) para obter energia.
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QUIMIOLITOTRÓFICO
Utilizam compostos químicos inorgânicos (como H2, H2S, Fe2+ etc.) para obter energia.
DOMÍNIO EUKARYA
Pertencem ao domínio Eukarya os organismos eucariotos, ou seja, aqueles cujo material genético se encontra envolvido por uma
membrana, formando o núcleo celular. Esse domínio é composto por organismos muito variados, desde microrganismos, como
protozoários, fungos e algas unicelulares, até organismos multicelulares de organização extremamente complexa, como plantas e
animais.
Vamos estudar cada um dos diferentes grupos de microrganismos que fazem parte deste domínio?
PROTOZOÁRIOS
Os protozoários incluem microrganismos unicelulares de distribuição ampla na natureza, podendo ser encontrados na água, no solo,
vivendo em simbiose com outros organismos e parasitando e causando doenças em diversos hospedeiros (inclusive humanos).
Apresentam morfologias muito variadas e diversidade filogenética muito grande.
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Geralmente, são quimiorganotróficos e podem se movimentar através de flagelos, cílios ou pseudópodes. Alguns possuem alvéolos,
que são bolsas localizadas abaixo da membrana plasmática que auxiliam na regulação osmótica da célula. A maioria deles possui
apenas um núcleo, mas alguns podem apresentar dois ou mais núcleos. A reprodução pode ser assexuada ou sexuada.
 
Fonte: Wikimedia Commons
 Tipos de locomoção dos protozoários.
A nutrição geralmente se dá pelo englobamento de partículas orgânicas do ambiente ou através da predação de outros
microrganismos; a digestão ocorre através da formação de um vacúolo digestivo, enquanto a excreção de resíduos pode ocorrer por
difusão na superfície da célula ou através de organelas chamadas vacúolos contráteis ou pulsáteis.
Os protozoários parasitas geralmente apresentam formas diferentes durante o processo de infecção; como muitos precisam passar
por diferentes hospedeiros para completar seu ciclo de vida, a mudança de forma é necessária, a fim de que eles consigam
sobreviver no hospedeiro e causar doença.
FUNGOS
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Em primeiro lugar, a área da ciência que estuda os fungos é chamada de Micologia. Os fungos formam um grupo de
microrganismos grande, bastante diverso e amplamente distribuído. Já foram descritas mais ou menos cem mil espécies fúngicas,mas acredita-se que existam muito mais.
Os principais representantes dos fungos são:
 
Autor: Kateryna Kon / Fonte: Shutterstock
LEVEDURAS
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Autor: Kateryna Kon / Fonte: Shutterstock
BOLORES
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Autor: Kisova Elena / Fonte: Shutterstock
COGUMELOS
Geralmente, estão presentes no solo e na matéria vegetal e animal em decomposição. Alguns fungos podem viver em associação
com plantas, ajudando-as a obter nutrientes do solo, enquanto outros são benéficos também ao seres humanos, como algumas
leveduras que realizam a fermentação e são utilizadas na indústria alimentícia e de bebidas (como o gênero Saccharomyces, que
participa do processo de fermentação da cerveja), além de fungos que são capazes de sintetizar antibióticos (como fungos do
gênero Penicillium, que sintetizam a penicilina, por exemplo). Entretanto, várias espécies fúngicas também estão envolvidas em
doenças que acometem plantas, animais e seres humanos. As doenças causadas por fungos são denominadas micoses.
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Conheça algumas das características dos fungos:
São seres quimiorganotróficos, ou seja, utilizam compostos químicos orgânicos.
Não possuem clorofila.
A maioria apresenta metabolismo aeróbio (embora existam fungos anaeróbios).
A reprodução deles pode ser assexuada ou sexuada.
Possuem uma parede celular composta principalmente por quitina.
Os fungos atuam como importantes decompositores de matéria orgânica, como vegetais e animais mortos, e sua nutrição se dá
pela secreção de enzimas extracelulares que degradam polissacarídeos e proteínas do ambiente, assimilando os monômeros
resultantes dessa degradação, como glicose e aminoácidos, por exemplo. Apresenta o glicogênio como principal reserva de
energia.
Os fungos são representados por organismos unicelulares e multicelulares, que, consequentemente, apresentam morfologias
diferentes. Veja a seguir.
LEVEDURAS
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Autor: VectorMine / Fonte: Shutterstock
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Autor: Aldona Griskeviciene / Fonte: Shutterstock
 Célula de uma levedura à esquerda e levedura com um brotamento à direita.
As leveduras são as representantes unicelulares. Elas não formam filamentos e, geralmente, apresentam formato oval, esférico ou
alongado.
BOLORES
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Autor: Kallayanee Naloka / Fonte: Shutterstock
 Esquema mostrando a estrutura dos fungos.
Os bolores (ou fungos filamentosos) são os representantes multicelulares. São formados por filamentos chamados hifas, que
podem ser septadas (paredes transversais dividem cada hifa em células separadas) ou cenocíticas (embora vários núcleos possam
estar presentes, as células não são separadas por paredes transversais). Um conjunto de hifas formam os micélios, representado
por tufos compactos visíveis a olho nu. Acima dos micélios, formam-se as hifas aéreas, que dão origem aos conídios (que são os
esporos assexuados dos fungos filamentosos), que permitem ao fungo se dispersar para outros ambientes.
COGUMELOS
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Autor: revers / Fonte: Shutterstock
 Corpo de frutificação dos cogumelos.
Existem fungos, como os cogumelos, que formam os chamados corpos de frutificação, os quais são estruturas de reprodução
visíveis a olho nu que contêm muitos esporos que podem se dispersar no ambiente, através do vento, da água ou de animais.
Macroscopicamente, fungos filamentosos podem apresentar aparência aveludada, algodonosa ou semelhante à borra de café.
 ATENÇÃO
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É importante ressaltar que diversos fungos patogênicos apresentam dimorfismo, ou seja, podem se apresentar tanto na forma de
levedura como na forma de hifa, dependendo do ambiente em que se encontram. Por exemplo, o fungo Histoplasma capsulatum se
apresenta como hifa quando está no solo (temperaturas menores) e, ao entrar no corpo do hospedeiro (temperatura mais elevada),
assume a forma de levedura.
ALGAS VERMELHAS E VERDES UNICELULARES
Essas algas representam um grupo bastante diverso de organismos eucarióticos que apresentam clorofila e realizam fotossíntese
aeróbia.
As algas vermelhas são encontradas principalmente no ambiente marinho, mas também podem ser achadas em água doce,
podendo ser unicelulares ou multicelulares. Seus cloroplastos possuem clorofila do tipo a. A cor avermelhada dessas algas se deve
à ficoeritrina, que é um pigmento vermelho que disfarça a cor verde da clorofila. Algumas algas vermelhas são fontes de
ágar (Agente solidificante usado em meios de cultura em laboratórios.) , outras são usadas para fazer sushi, enquanto outras
protegem os recifes de corais dos danos ocasionados pelas ondas.
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Autor: Damsea / Fonte: Shutterstock
Já as algas verdes são frequentemente encontradas nos ambientes aquáticos (principalmente água doce) e podem estar presentes
em solos úmidos. Seus cloroplastos possuem clorofilas dos tipos a e b, e apresentam coloração verde. Seus pigmentos
fotossintéticos são semelhantes aos das plantas. As algas verdes podem ser representadas por organismos microscópicos (as
clorófitas) e macroscópicos parecidos com plantas terrestres (as carofíceas). As clorófitas podem ser unicelulares ou filamentosas
ou apresentar aspecto colonial, formadas por agregados de células. Seu ciclo de vida é complexo, apresentando estágios sexuados
e assexuados.
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Autor: divedog / Fonte: Shutterstock
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Neste vídeo, a Professora Lívia Helena aborda as características dos seres eucariontes.
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CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS VÍRUS E DOS PRÍONS
Agora que já conhecemos um pouco dos principais grupos de microrganismos dos diferentes domínios, chegou a hora de falarmos
sobre seres que não pertencem a nenhum desses domínios: os vírus e os príons.
VÍRUS
Em primeiro lugar, os vírus não são células. Isso mesmo, você não leu errado! Eles são elementos genéticos que dependem de uma
célula hospedeira para que ocorra sua replicação e, por isso, são considerados parasitas intracelulares obrigatórios. Eles possuem
seu próprio genoma de ácido nucleico (que pode ser formado por DNA, RNA ou ambos), que é independente da célula hospedeira.
OS VÍRUS SÃO CAPAZES DE INFECTAR CÉLULAS
PROCARIÓTICAS (COMO BACTÉRIAS E ARQUEIAS) E
EUCARIÓTICAS (COMO ANIMAIS, PLANTAS E PROTOZOÁRIOS),
CAUSANDO MUITAS DOENÇAS.
Os vírus que infectam bactérias são chamados de bacteriófagos. Os vírus são muito pequenos, medindo de 0,02 a 0,3 µm e são
visíveis apenas com o auxílio de um microscópio eletrônico. Seus genomas também são muito menores que os das células.
A forma extracelular de um vírus que permite que ele passe de uma célula para outra é chamada de vírion. Geralmente, os vírus
que infectam animais possuem uma camada externa formada por lipídios e proteínas, chamada de envelope; já os vírus que
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infectam bactérias não costumam apresentar camadas adicionais.
 
Fonte: Wikipedia
 Estrutura de um vírus.
Os vírus que possuem envelope são chamados de envelopados e apresentam uma estrutura chamada nucleocapsídeo, que é
formado por ácido nucleico e pelas proteínas do capsídeo.
Os vírus são simétricos, o que significa que, quando girados em torno de um eixo, a mesma forma é visualizada em todas as
posições. Assim, os vírus podem apresentar formato cilíndrico ou esférico, sendo que os cilíndricos possuem simetria helicoidal, e
os esféricos, simetria icosaédrica.
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VÍRION
O vírion de um vírus é composto pelo capsídeo, um envoltório proteico que contém o genoma viral. O vírion é muito
importante, pois protege o genoma do vírus quando este não está dentro de uma célula hospedeira, e as proteínas da
superfície do vírion participam do processo de ancoragem do vírus à célula hospedeira.
PRÍONS
Os príons são agentes infecciosos ainda mais simples que os vírus, sendo constituídos apenas por proteínas. Em outras palavras,
os príons não possuem DNA ou RNA. Mesmo assim, causam doenças neurológicas em animais, chamadas coletivamente de
encefalopatias espongiformes transmissíveis. O exemplo mais conhecido é o “mal da vaca louca”, que acomete o gado bovino. Em
humanos, são capazes de causar uma doença degenerativaque pode causar demência e morte, chamada “variante da doença de
Creutzfeldt-Jakob”, relacionada à ingestão de produtos cárneos oriundos de gado acometido por encefalopatia espongiforme bovina.
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Autor: StudioMolekuul / Fonte: Shutterstock
 ATENÇÃO
É importante ressaltar que os príons possuem duas conformações, uma forma celular nativa e sua forma patogênica. A forma
patogênica é codificada pela própria célula hospedeira, através da conversão das células priônicas nativas em patogênicas. Ou
seja, a célula hospedeira codifica o príon nativo (que não causa doença) e, por algum motivo, o príon nativo é convertido na forma
patogênica, causando doença.
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VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. O SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO BINOMINAL DOS SERES VIVOS, PROPOSTO POR CAROLUS
LINNAEUS, DETERMINA QUE DEVEMOS ESCREVER:
A) Primeiro o filo, depois a família.
B) Primeiro o domínio, depois a classe.
C) Primeiro o gênero, depois a espécie.
D) Primeiro a espécie, depois o gênero.
E) Primeiro o filo, depois o domínio.
2. QUAL É A PRINCIPAL CARACTERÍSTICA QUE DIFERENCIA AS CÉLULAS PROCARIÓTICAS DAS
EUCARIÓTICAS?
A) As células procarióticas não possuem núcleo, enquanto as eucarióticas possuem.
B) As células procarióticas não possuem parede celular, enquanto as eucarióticas possuem.
C) As células procarióticas possuem organelas especializadas, enquanto as eucarióticas não possuem.
D) As células procarióticas são maiores e mais complexas do que as eucarióticas.
E) As células procarióticas não possuem material genético, enquanto as eucarióticas possuem.
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GABARITO
1. O sistema de classificação binominal dos seres vivos, proposto por Carolus Linnaeus, determina que devemos escrever:
A alternativa "C " está correta.
 
O sistema binominal para classificação dos seres vivos proposto por Linnaeus estabelece que devemos, primeiro, escrever o gênero
e depois a espécie, sendo os dois nomes escritos em itálico ou sublinhados nos textos escritos à mão.
2. Qual é a principal característica que diferencia as células procarióticas das eucarióticas?
A alternativa "A " está correta.
 
A principal característica que diferencia a célula procariótica da eucariótica é a ausência de núcleo, ou seja, seu material genético
não se encontra envolto por membrana, permanecendo disperso no citoplasma da célula.
MÓDULO 3
 Reconhecer a morfologia e as estruturas das células procarióticas
MORFOLOGIA DA CÉLULA PROCARIÓTICA
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Quando nos referimos à morfologia celular, estamos falando sobre a forma da célula. Em procariotos, muitas morfologias
diferentes são conhecidas e foram descritas ao longo do tempo, e as principais serão discutidas a seguir:
 
Autor: Olga Bolbot / Fonte: Shutterstock
COCOS
Células com formato esférico ou oval; representa o grupo mais homogêneo com relação ao tamanho celular; de acordo com o
arranjo (agrupamento) que apresentam, os cocos recebem denominações diferentes, como, por exemplo, diplococos (dois cocos),
tétrades (quatro cocos), estreptococos (longas cadeias de cocos), estafilococos (conjuntos de cocos agrupados de maneira
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irregular, semelhantes a cachos de uvas), sarcina (agrupamento de cocos em forma cúbica). Como exemplos de cocos, podemos
citar os gêneros Streptococcus e Staphylococcus.
 
Autor: Olga Bolbot / Fonte: Shutterstock
BASTONETES OU BACILOS
Células que apresentam formato cilíndrico, ou seja, são mais longas em uma direção que em outra; os diferentes gêneros e as
espécies de bactérias exibem variação na forma e no tamanho dos bacilos, existindo bacilos mais largos ou mais finos, mais longos
ou mais curtos etc. Bacillus e Escherichia são gêneros bacterianos que apresentam forma de bacilos.
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Autor: Olga Bolbot / Fonte: Shutterstock
ESPIRALADAS
Células com formato espiralado, existindo dois tipos, espirilos e espiroquetas; os espirilos são bastonetes rígidos com formato
helicoidal, com número de espirais variados, capazes de se movimentar por meio de flagelos; as espiroquetas são células muito
espiraladas, finas e flexíveis, que se movimentam de maneira incomum, através de torções na célula, que permitem que elas
atravessem tecidos e materiais viscosos. Leptospira interrogans, bactéria causadora da leptospirose, é um exemplo de espiroqueta.
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Autor: Olga Bolbot / Fonte: Shutterstock
COCOBACILOS
São bacilos muito curtos. Bordetella pertussis é um cocobacilo que causa coqueluche.
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Autor: Olga Bolbot / Fonte: Shutterstock
VIBRIÃO
Células curvadas com formato parecido com uma vírgula. Como exemplo, podemos citar o Vibrio cholerae, causador da cólera,
popularmente conhecido como “vibrião colérico”.
É importante ressaltar que não é possível prever outras características das células com base apenas na sua morfologia. Por
exemplo, o conhecimento da morfologia de uma célula por si só não permite prever sua fisiologia, sua filogenia, seu potencial para
causar doença ou qualquer outra propriedade. A morfologia de uma célula é resultante da adequação daquele organismo ao seu
habitat, sendo geneticamente codificada para aumentar suas chances de sobrevivência.
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Neste vídeo, a Professora Lívia Helena explica a Morfologia do domínio Eubactéria.
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ESTRUTURAS FUNDAMENTAIS
VOCÊ SABE O QUE SÃO ESTRUTURAS FUNDAMENTAIS A UMA
CÉLULA?
São todas aquelas estruturas essenciais à vida da célula e à sua sobrevivência, estando presentes em todos os organismos.
Neste tópico, abordaremos as estruturas fundamentais das células procarióticas.
MEMBRANA PLASMÁTICA
A membrana plasmática é uma barreira de permeabilidade existente em todas as células, sendo responsável por separar o
citoplasma do ambiente externo. É uma estrutura extremamente importante.
CITOPLASMA
Corresponde à área intracelular formada por uma substância coloidal, semi-fluida, chamada de citosol, na qual estão dispersas
as organelas celulares.
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/
UM COMPROMETIMENTO DA MEMBRANA PLASMÁTICA PODE
RESULTAR EM PERDA DA INTEGRIDADE DA CÉLULA,
EXTRAVASAMENTO DO CONTEÚDO CITOPLASMÁTICO E,
CONSEQUENTEMENTE, MORTE CELULAR.
A membrana plasmática é uma estrutura fina (possui de 8 a 10 mm de espessura) e fluida, composta tradicionalmente por uma
bicamada fosfolipídica e por proteínas. Os fosfolipídios contêm componentes:
HIDROFÓBICOS
Que não possuem afinidade por água, ou seja, são hidrofóbicos, como ácidos graxos.
HIDROFÍLICOS
Que apresentam afinidade por água, como glicerol-fosfato.
Por esse motivo, os fosfolipídios da membrana formam uma bicamada: como se agregam em uma solução aquosa (as células são
ricas em água), os ácidos graxos dos fosfolipídios ficam direcionados para o interior, voltados uns para os outros, dando origem a
um ambiente hidrofóbico, enquanto as partes hidrofílicas ficam expostas ao citoplasma ou ao exterior da célula, ambientes ricos em
/
água. Certas bactérias possuem moléculas semelhantes aos esteróis em sua membrana plasmática, conhecidas como hopanoides.
Os esteróis reforçam a membrana das células eucarióticas, e os hopanoides realizam essa mesma função nas bactérias.
 
Autor: Kallayanee Naloka / Fonte: Shutterstock
 Estrutura da membrana plasmática de um eucarioto.
As proteínas podem se apresentar na membrana plasmática de diferentes maneiras. Muitas se encontram embebidas na
membrana, sendo conhecidas como proteínas integrais de membrana; outras apresentam apenas uma parte ancorada à
membrana, enquanto algumas partes estão voltadas para dentro ou para fora da célula; outras apresentam firme associação com a
superfície da membrana, mas não estão embebidas nela, sendo denominadas proteínas periféricas. Algumas dessas proteínas
periféricas possuem uma cauda lipídica que faz essa ancoragem à membrana (lipoproteínas).
/
AS PROTEÍNAS DE MEMBRANA GERALMENTE POSSUEM
SUPERFÍCIES HIDROFÓBICAS NOS LOCAIS EM QUE ATRAVESSAM
A MEMBRANA E SUPERFÍCIES HIDROFÍLICAS NOS LOCAIS QUE
MANTÊM CONTATO COM O AMBIENTE EXTERNO E COM O
CITOPLASMA.
As membranas plasmáticas das células procarióticas possuem mais proteínas do que as célulaseucarióticas, pois, como os
procariotos não possuem organelas e estruturas especializadas (como retículo endoplasmático, complexo de Golgi e mitocôndrias),
muitas atividades bioquímicas necessárias à sobrevivência da célula ocorrem na membrana. Assim, diversas proteínas que
participam de processos de síntese, de transporte, de respiração celular e de movimentação de flagelos, por exemplo, estão
presentes nesta estrutura.
Em suma, a membrana plasmática desempenha importantes funções, como:
COMPARTIMENTALIZAÇÃO 
 
TRANSPORTE 
DE SUBSTÂNCIAS
ATIVIDADES BIOQUÍMICAS 
E DE SÍNTESE
GERAÇÃO 
DE ENERGIA
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COMPARTIMENTALIZAÇÃO
Separa o interior da célula do ambiente externo.
TRANSPORTE DE SUBSTÂNCIAS
A membrana permite a interação da célula com o ambiente; bactérias e arqueias obtêm nutrientes do meio externo através da
permeabilidade da membrana e também por sistemas de transporte localizados nessa estrutura; além disso, substâncias (como
produtos do metabolismo) podem ser excretadas pela membrana. Alguns tipos de transporte não requerem energia, sendo
chamados de transporte passivo (exemplos: difusão passiva, osmose e difusão facilitada), enquanto outros tipos requerem energia
na forma de ATP, força próton-motiva ou mediante reações de fosforilação (exemplos: transporte ativo, translocação de grupo e
sistema ABC).
ATIVIDADES BIOQUÍMICAS E DE SÍNTESE
Na membrana de procariotos, ocorre a síntese de importantes compostos, como, por exemplo, lipopolissacarídeos de bactérias
gram-negativas e parte da síntese da parede celular.
GERAÇÃO DE ENERGIA
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Na membrana de procariotos, ocorrem reações que resultam na geração de energia, como a respiração.
PAREDE CELULAR
A parede celular é uma estrutura relativamente permeável que se encontra localizada acima da membrana plasmática. Em
procariotos, ela é responsável por proteger a célula contra a lise osmótica e mecânica, além de conferir à célula forma e rigidez. Por
ser a estrutura mais superficial, ela age como um receptor que permite a interação de proteínas e moléculas com a bactéria. Além
disso, como as células humanas não possuem parede celular, muitos antibióticos que apresentam como alvo a síntese dessa
estrutura foram desenvolvidos; esses antibióticos tornam a célula bacteriana mais susceptível à lise, resultando na morte da
bactéria. O uso desses antibióticos é extremamente vantajoso para o tratamento das infecções bacterianas.
NAS BACTÉRIAS, O PRINCIPAL COMPONENTE POLISSACARÍDICO
DA PAREDE CELULAR É DENOMINADO PEPTIDEOGLICANO, QUE É
O RESPONSÁVEL POR CONFERIR A RIGIDEZ DA ESTRUTURA.
De acordo com a estrutura e composição química da parede celular, as bactérias podem ser classificadas em dois grandes grupos:
GRAM-POSITIVAS
As bactérias gram-positivas possuem uma parede celular formada por uma camada espessa de peptideoglicano, e muitas
apresentam ainda moléculas ácidas chamadas de ácidos teicoicos.
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Fonte: Wikimedia Commons
 Parede celular gram-positiva. 1- membrana plasmática, 2- peptideoglicano, 3- fosfolipídeo, 4- proteína, 5- ácido teicoico.
GRAM-NEGATIVAS
As bactérias gram-negativas possuem uma fina camada de peptideoglicano sobre a qual se encontra uma camada composta por
lipoproteínas, fosfolipídios, proteínas e lipopolissacarídeos (LPS), chamada de membrana externa, que corresponde a uma
segunda bicamada lipídica. A membrana externa é permeável a pequenas moléculas por possuir porinas, que são proteínas que
atuam como canais que permitem a entrada e saída de solutos; em geral, a membrana externa também possui componentes
tóxicos para as células de mamíferos, capazes de causar sintomas gastrointestinais (como diarreia, gases e vômitos) graves em
humanos. Diferente das bactérias gram-positivas, nas bactérias gram-negativas, existe, ainda, uma região chamada periplasma,
localizada entre a membrana plasmática e a membrana externa; essa região contém diferentes proteínas envolvidas em sistemas
de transporte de substâncias.
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Fonte: Wikimedia
 Parede celular gram-negativa. 1- membrana plasmática, 2- periplasma, 3- membrana externa, 4- fospolipídeo, 5-
peptideoglicano, 6- lipoproteína, 7- proteína, 8- LPS, 9- porinas.
A divisão das bactérias nesses dois grupos apresenta grande importância taxonômica.
A diferenciação das bactérias gram-positivas e gram-negativas é realizada através de uma técnica conhecida como Coloração de
Gram. Ao final do procedimento, as bactérias gram-positivas ficam coradas de roxo, e as gram-negativas, de Vermelho/rosa.
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Fonte: Wikimedia Commons
 Bactéria gram-positiva Staphylococcus aureus coradas em roxo e bactéria Gram-negativa Escherichia coli corada em
Vermelho/rosa.
Diferentemente das bactérias, as paredes celulares das arqueias não possuem peptideoglicano, sendo formadas principalmente por
polissacarídeos, proteínas ou glicoproteínas. A parede celular de arqueias metanogênicas, por exemplo, é formada por um
polissacarídeo chamado pseudomureína, que é bem parecido com o peptideoglicano. Outras arqueias podem apresentar, ainda,
uma parede celular espessa formada por polímeros de glicose, de ácido glicurônico, de ácido urônico galactosamina, dentre outros.
Outro tipo comum de parede celular em arqueias é a denominada camada S, que é uma superfície paracristalina formada por
moléculas de proteínas e glicoproteínas entrelaçadas. A camada S é resistente o suficiente para aguentar pressões osmóticas
variadas e estabelecer a forma da célula, mas ela pode estar presente em bactérias junto a outros componentes da parede celular.
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Autor: udaix / Fonte: Shutterstock
RIBOSSOMOS
Os ribossomos são estruturas presentes no citoplasma e são formados por ácido ribonucleico (RNA) e proteínas. São
responsáveis por sintetizar todas as proteínas indispensáveis à vida, participando como sítio de tradução do RNA mensageiro na
síntese de proteínas. As proteínas sintetizadas nesse processo podem apresentar as mais variadas funções, como, por exemplo,
função estrutural ou enzimática.
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A forma e a função dos ribossomos dos procariotos são semelhantes à dos eucariotos, porém os ribossomos dos eucariotos são
maiores e apresentam composição de proteínas diferentes.
PROCARIOTOS
Apresentam ribossomos 70S, que são formados pelas subunidades 30S e 50S.
EUCARIOTOS
Possuem ribossomos 80S formados pelas subunidades 40S e 60S.
A informação para a síntese de proteínas está no DNA cromossômico; cada gene é um segmento de DNA que contém a informação
necessária para a síntese de uma proteína. A informação do gene é transcrita (ou copiada) para o RNA mensageiro, e este se
complexa com o ribossomo no local determinado para a síntese da proteína. O RNA de transferência (ou transportador) traduz a
informação do RNA mensageiro e coloca os aminoácidos em sítios específicos do ribossomo. O RNA transportador se liga a um
aminoácido por uma extremidade, enquanto a outra extremidade se liga ao códon (composto por três nucleotídeos) que está no
RNA mensageiro. Os aminoácidos vão sendo adicionados até que a síntese termine em uma sequência específica. Para que a
síntese de proteínas ocorra, as duas subunidades do ribossomo devem estar acopladas.
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Autor: Designua / Fonte: Shutterstock
 Ribossomo.
MATERIAL GENÉTICO
Todos os organismos possuem material genético ou genoma e, no momento da divisão celular, ele é transmitido aos
descendentes. Nos microrganismos procariotos, o material genético pode ser formado por dois elementos distintos: DNA
cromossômico e DNA extracromossômico (também conhecido como plasmídeo, que estudaremos no próximo tópico).
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MATERIAL GENÉTICO
A informação genética se encontra na sequência de monômeros dos ácidos nucleicos, que são moléculas informacionais. Os
ácidos nucleicos são formados por sequências polinucleotídicas, e cada nucleotídeo é formado por três constituintes: um
resíduo de açúcar-pentose (ribose no RNA e desoxirribose no DNA), uma base nitrogenada e um grupamento fosfato.
 
Fonte: Wikipedia Desenho esquemático de uma bactéria. (1) DNA cromossómico. (2) Plasmídeos.
O DNA cromossômico é o principal constituinte do genoma dos procariotos; este DNA se encontra associado com proteínas,
formando os cromossomos. Na grande maioria das bactérias e arqueias, o cromossomo é formado por uma única molécula de DNA
circular de fita dupla, ou seja, é circular e único, e contém genes que são indispensáveis para a sobrevivência da célula.
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 SAIBA MAIS
Alguns procariotos possuem mais de uma molécula de DNA cromossômico e, outros, possuem o cromossomo linear.
AS FUNÇÕES DO CROMOSSOMO INCLUEM TRANSMITIR
CARACTERÍSTICAS HEREDITÁRIAS E CODIFICAR PROTEÍNAS
CELULARES.
Como as células procarióticas não possuem um núcleo envolvendo o material genético, ele se encontra disperso no citoplasma,
mas de uma maneira compactada e organizada em uma região conhecida como nucleoide. A compactação do DNA cromossômico
ocorre em três níveis distintos e é extremamente necessária, pois, quando estendido, o DNA é muito maior do que a célula que o
contém. Por exemplo, o cromossomo da bactéria Escherichia coli é aproximadamente 500 vezes maior que a célula. O DNA das
células procarióticas é aproximadamente 1000 vezes menor que o das células eucarióticas
ESTRUTURAS ACESSÓRIAS
Agora que já conhecemos as estruturas fundamentais, fica mais fácil imaginar o que são as estruturas acessórias, não é mesmo?
Como o próprio nome diz, são estruturas que não estão obrigatoriamente presentes em todas as células, mas oferecem
características vantajosas às células que as possuem. Então, vamos juntos conhecer um pouquinho sobre as principais estruturas
acessórias das células procarióticas!
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Autor: OSweetNature / Fonte: Shutterstock
 Estrutura bacteriana.
CÁPSULA
A cápsula é uma estrutura presente em muitas bactérias, tanto gram-positivas como gram-negativas, e se encontra localizada ao
redor da parede celular. Trata-se de uma estrutura fortemente aderida à parede celular, e, muitas vezes, ela se encontra
covalentemente ligada ao peptideoglicano. A cápsula geralmente é composta por uma grande variedade de polissacarídeos, mas
proteínas também podem ser encontradas. Ela pode ser descrita como uma matriz compacta, rígida e espessa, capaz de excluir
partículas pequenas, como a tinta nanquim. Pode ser facilmente observada com o auxílio de um microscópio óptico utilizando a tinta
/
nanquim, pois, uma vez que este corante não é capaz de penetrar na cápsula, ela se apresenta como um halo claro contra um
fundo escuro.
 
Autor: OSweetNature / Fonte: Shutterstock
Assim como outras camadas de superfície externa, as cápsulas apresentam várias funções, tais como:
I
Adesão a superfícies sólidas, por vezes formando uma camada espessa de células, conhecida como biofilme; o biofilme pode ser
formado sobre dispositivos médicos utilizados pelos pacientes, como os diferentes tipos de cateteres, causando infecções difíceis
de tratar.
/
II
Adesão a tecidos animais específicos, como, por exemplo, a adesão da bactéria Streptococcus mutans ao esmalte do dente,
levando à formação da placa dental.
III
Participação na patogênese microbiana (processo através do qual os microrganismos causam doença), pois participam da etapa
inicial do processo de infecção, que é justamente a adesão às células do hospedeiro.
IV
Atuação como fator de virulência, como no caso da bactéria Streptococcus pneumoniae, causadora da pneumonia bacteriana; essa
bactéria possui uma espessa cápsula polissacarídica que impede que o sistema imune do hospedeiro a reconheça como um
invasor, evitando sua eliminação e, consequentemente, resultando na instalação da doença.
VI
Proteção da célula contra a dessecação em períodos de seca, devido a sua capacidade de se ligar à água.
/
FLAGELOS
A locomoção dos microrganismos é muito importante, pois permite que as células ocupem novos ambientes, muitas vezes
representando novas e melhores oportunidades de sobrevivência para determinada espécie. Muitos procariotos conseguem se
deslocar devido à presença de estruturas denominadas flagelos, que proporciona às células a motilidade natatória. Os flagelos de
bactérias são apêndices muito finos e longos; uma extremidade se encontra ligada à célula, enquanto a outra é livre, e sua rotação
empurra ou puxa a célula em um meio líquido.
Os flagelos estão ancorados na membrana plasmática e na parede celular, possuem morfologia helicoidal e são formados por
cópias da proteína flagelina. De acordo com o padrão que os flagelos se ligam às células, elas podem receber diferentes
classificações:
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Autor: OSweetNature / Fonte: Shutterstock
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Fonte: Wikimedia Commons
FLAGELAÇÃO POLAR
Flagelos ligados a uma ou às duas extremidades da célula.
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Fonte: Wikimedia Commons
FLAGELAÇÃO POLAR LOFOTRÍQUIA
Tufos de flagelos localizados em uma das extremidades da célula.
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Fonte: Wikimedia Commons
FLAGELAÇÃO POLAR ANFITRÍQUIA
Tufos de flagelos localizados nas duas extremidades da célula.
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Fonte: Wikimedia Commons
FLAGELAÇÃO PERITRÍQUIA
Flagelos presentes em vários locais ao longo da superfície celular.
 Tipos de flagelos. A - flagelação polar, B - flagelação polar lofotríquia, C - flagelação polar anfitríquia e D - flagelação peritríquia.
FÍMBRIAS E PILI
/
A superfície das células procariotas podem conter ainda estruturas denominadas fímbrias e pili. Trata-se de proteínas filamentosas
que se projetam da superfície celular e desempenham algumas importantes funções.
As fímbrias estão envolvidas com a adesão a superfícies, tanto inertes (levando à formação de biofilme em superfícies sólidas)
quanto de animais (no caso de bactérias patogênicas). As fímbrias são importantes para o desenvolvimento de algumas infecções,
como:
SALMONELOSE
Causada por espécies de Salmonella.
GONORREIA
Causada por Neisseria gonorrhoeae.
COQUELUCHE
Causada por Bordetella pertussis.
Os pili, por sua vez, são estruturas mais longas presentes em poucas cópias na superfície da célula. São responsáveis por facilitar a
troca genética entre células durante o processo de conjugação, além de auxiliar também no processo de adesão. Além disso, a
/
classe de pili conhecida como pili tipo IV propicia à célula uma forma de motilidade pouco comum chamada de motilidade pulsante,
em que a extensão e retração dos pili permite a movimentação da célula sobre uma superfície sólida, além de participar também da
transferência genética em algumas bactérias.
 
Autor: Kateryna Kon / Fonte: Shutterstock
GRÂNULOS DE INCLUSÃO
Os grânulos de inclusão são normalmente encontrados em células procarióticas, tendo como principal função atuar como reserva de
energia e nutrientes para as células. São responsáveis pelo armazenamento de diferentes substâncias, como polissacarídeos,
/
lipídios, enxofre e polifosfato, que poderão ser usadas pelas células em situações desfavoráveis. Estas substâncias podem se
encontrar envolvidas por uma membrana de camada única que as deixam isoladas dentro da célula, mas alguns compostos já ficam
isolados por serem insolúveis em água, não necessitando de uma membrana.
A PRINCIPAL VANTAGEM DA EXISTÊNCIA DOS GRÂNULOS DE
INCLUSÃO SE DEVE À REDUÇÃO DO ESTRESSE OSMÓTICO QUE
SERIA CAUSADO DENTRO DA CÉLULA SE ESSAS SUBSTÂNCIAS
PERMANECESSEM DISSOLVIDAS NO CITOPLASMA.
Assim, quando há excesso de carbono no ambiente, por exemplo, seu acúmulo em bactérias e arqueias pode ocorrer na forma de
polímeros de glicogênio, que é a maior reserva de carboidratos em procariotos, e também de poli-β-hidroxialcanoato (PHA) , que
representa uma reserva de lipídios; ambos são reservas de carbono e energia. Além disso, fosfato inorgânico pode ser acumulado
na forma de grânulos de polifosfato, que podem ser utilizados quando necessário para a síntese de ácidos nucleicos, fosfolipídios e
ATP. Outros grânulos de inclusão são conhecidos em procariotos, como o enxofre elementar armazenado por bactérias sulfurosas,
minerais carbonatos armazenadospor cianobactérias e magnetossomos, que correspondem ao acúmulo de minerais
magnetotáticos também por cianobactérias.
PLASMÍDEOS
Muitas bactérias e arqueias possuem, além do cromossomo, moléculas de plasmídeos ou DNA extracromossômico em seu
citoplasma. Geralmente, os plasmídeos são formados por uma molécula de DNA de fita dupla circular (mas também existem os de
/
configuração linear) e são menores que o cromossomo da célula.
A replicação dos plasmídeos ocorre de maneira independente do cromossomo celular. Além disso, eles variam muito em tamanho,
podem apresentar sequências de nucleotídeos bastante variadas e ser encontrados em diferentes números de cópias nas células. É
comum que os plasmídeos maiores sejam achados em menor número de cópias, enquanto os plasmídeos menores são geralmente
encontrados em maior número.
 
Autor: Moving Science / Fonte: Shutterstock
 Conjugação bacteriana 
(transferência de material genético entre duas células) 
com a transferência de plasmídeos de resistência.
Sua principal função é codificar proteínas que conferem características adicionais à célula, que não são essenciais à sobrevivência,
mas são vantajosas diante de certas condições ambientais. Por exemplo, o grupo de plasmídeos mais estudados são os que
/
conferem resistência aos antibióticos, conhecidos como plasmídeo R, através da codificação de proteínas capazes de inativá-los.
Além disso, outras características importantes para as células são conferidas por plasmídeos, como, por exemplo:
Resistência à radiação ultravioleta.
Produção de toxinas, enzimas e outras moléculas que causam danos aos hospedeiros.
Produção de fímbrias de adesão a tecidos.
ENDÓSPOROS
Durante o processo de esporulação, espécies de bactérias podem produzir endósporos. Estas células são extremamente
resistentes a condições adversas, como extremos de temperatura, radiação, produtos químicos, dessecamento e escassez de
nutrientes. Sendo assim, essa estrutura permite que o microrganismo seja capaz de sobreviver em condições de crescimento muito
adversas.
ESPORULAÇÃO
Processo de diferenciação celular. Em bactérias, ao final do processo de esporulação, as células vegetativas são substituídas
por endósporos.
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/
A DISPERSÃO DOS ENDÓSPOROS É COMUM E OCORRE ATRAVÉS
DA ÁGUA, DO VENTO E DO TRATO GASTROINTESTINAL DE
ANIMAIS.
As espécies pertencentes ao gênero Bacillus são exemplos clássicos de bactérias esporuladas. Essas bactérias esporulam quando
ocorre escassez de algum nutriente essencial, como carbono ou nitrogênio, por exemplo. Nesses casos, elas param seu
crescimento vegetativo e esporulam, formando endósporos que podem ficar dormentes por muitos anos, voltando a se converter em
células vegetativas apenas quando as condições ambientais voltarem a se tornar favoráveis ao seu crescimento.
 
Autor: OSweetNature / Fonte: Shutterstock
 Bacillus anthracis.
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CLASSIFICAÇÃO DAS BACTÉRIAS
As bactérias podem ser classificadas de acordo com diferentes critérios. Os principais são:
MORFOLOGIA
De acordo com a forma, as bactérias podem ser classificadas em cocos, bacilos, espiroquetas, espirilos e vibriões (como vimos
anteriormente).
PAREDE CELULAR
De acordo com a composição da parede celular, as bactérias podem ser classificadas em gram-positivas e gram-negativas.
PH
De acordo com o pH ótimo de crescimento, as bactérias podem ser classificadas como neutrófilas (crescem em pH neutro – faixa
ótima de pH > 5,5 e < 8), acidófilas (pH < 5,5) e alcalifílicas (pH> 8).
TEMPERATURA
De acordo com a temperatura ótima de crescimento, as bactérias podem ser classificadas em psicrófilas (abaixo de 20ºC), mesófilas
(entre 20 e 40ºC), termófilas (entre 45 e 80ºC) e hipertermófilas (acima de 80ºC).
METABOLISMO
De acordo com a fonte de energia utilizada para o metabolismo energético, as bactérias podem ser classificadas em quimiotróficas
(aquelas que utilizam compostos químicos para obter energia) e fototróficas (aquelas que utilizam a luz solar). As bactérias
quimiotróficas ainda podem ser classificadas de acordo com os compostos químicos que utilizam: bactérias quimiorganotróficas
usam compostos químicos orgânicos (como glicose -C6H12O6, acetato etc.), e as quimiolitotróficas, por outro lado, utilizam
/
compostos químicos inorgânicos (como H2, H2S, Fe2+ etc.). Por fim, também existe a classificação de acordo com a origem do
carbono utilizado nos processos de obtenção de energia (lembrando que o carbono é fundamental na produção de materiais para a
célula). Assim, bactérias heterotróficas obtêm carbono de compostos químicos orgânicos, enquanto as bactérias autotróficas
utilizam como fonte de carbono o dióxido de carbono (CO2); dessa forma, uma bactéria quimiorganotrófica é também heterotrófica.
RESPIRAÇÃO / FERMENTAÇÃO
As bactérias podem ser classificadas como aeróbias (quando precisam de oxigênio para o processo de respiração), anaeróbias
(quando não utilizam o oxigênio, vivendo da fermentação, respiração anaeróbia, fotossíntese ou metanogênese) ou facultativas
(quando são capazes de realizar os dois tipos de metabolismo: na presença de oxigênio, realizam a respiração aeróbia e, na
ausência, realizam respiração anaeróbia ou fermentação).
As bactérias são capazes de gerar uma série de infecções como pneumonia, meningites, infecções urinárias, bacteremia,
apendicite, entre outras. Para conhecer mais sobre as principais infecções bacterianas não deixe de visitar o explore mais.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. AS CÉLULAS BACTERIANAS POSSUEM ESTRUTURAS FUNDAMENTAIS E ESTRUTURAS
ACESSÓRIAS. AS ESTRUTURAS FUNDAMENTAIS ESTÃO PRESENTES EM TODAS AS CÉLULAS,
ENQUANTO AS ACESSÓRIAS SE ENCONTRAM EM APENAS ALGUNS GRUPOS DE BACTÉRIAS.
DENTRE AS OPÇÕES ABAIXO, MARQUE AQUELA QUE APRESENTA APENAS ESTRUTURAS
ACESSÓRIAS:
A) Membrana plasmática, parede celular e material genético.
/
B) Cápsula, flagelos e ribossomos.
C) Material genético, endósporos e grânulos de inclusão.
D) Cápsula, flagelos e plasmídeos.
E) Ribossomos, fímbrias e plasmídeos.
2. AS BACTÉRIAS PODEM APRESENTAR DIFERENTES MORFOLOGIAS, OU SEJA, FORMATOS MUITO
VARIADOS. DENTRE AS OPÇÕES ABAIXO, APENAS UMA NÃO REPRESENTA UMA MORFOLOGIA
BACTERIANA.
A) Formato de coco.
B) Formato de vibrião (ou vírgula).
C) Formato de bacilo.
D) Formato tetraédrico.
E) Formato espiralado.
GABARITO
1. As células bacterianas possuem estruturas fundamentais e estruturas acessórias. As estruturas fundamentais estão
presentes em todas as células, enquanto as acessórias se encontram em apenas alguns grupos de bactérias. Dentre as
opções abaixo, marque aquela que apresenta apenas estruturas acessórias:
A alternativa "D " está correta.
/
 
As estruturas acessórias de células bacterianas incluem cápsula, flagelos, fímbrias, grânulos de inclusão, plasmídeos e endósporos.
2. As bactérias podem apresentar diferentes morfologias, ou seja, formatos muito variados. Dentre as opções abaixo,
apenas uma NÃO representa uma morfologia bacteriana.
A alternativa "D " está correta.
 
As morfologias bacterianas mais comuns são cocos, bastonetes ou bacilos, espiraladas, cocobacilos e vibriões – ainda não foi
descrita morfologia tetraédrica em bactérias.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao longo desta jornada, exploramos os principais assuntos sobre o tema. Conversamos um pouco sobre a origem da vida em nosso
planeta e as condições ambientais no surgimento das primeiras células. Vimos também a importância do advento dos primeiros
microscópios e como os experimentos realizados por Redi e Pasteur conseguiram demonstrar que a vida só podia surgir a partir de
outra vida, colocando um fim na Teoria da Abiogênese.
Descrevemos o sistema binominal de classificação dos seres vivos, proposto por Linnaeus e utilizado até os dias de hoje, e todo o
caminho percorrido ao longo dos anos pelos estudiosos para chegar aos três domínios da árvore da vida: Bacteria, Archaea e
/
Eukarya. Estudamos, ainda, as principais diferenças entre as células procarióticase eucarióticas, bem como as características dos
principais grupos de microrganismos.
Por fim, focamos na descrição da morfologia microbiana e de suas estruturas principais, dando especial atenção à forma e
constituição das células procarióticas, descrevendo as estruturas fundamentais, ou seja, aquelas que estão presentes em todas as
células, e às estruturas acessórias, as que não estão obrigatoriamente presentes em todas as células, mas que conferem
características adicionais àquelas que as possuem.
 Em suma, o estudo da Microbiologia é muito amplo, envolvendo diversos grupos de microrganismos com características próprias e
variadas. Este tema nos permitiu abordar os principais tópicos necessários para termos uma visão bem geral da Microbiologia, com
a intenção de despertar o seu interesse em conhecer um pouco mais sobre este “mundo” fascinante dos seres invisíveis.
REFERÊNCIAS
MADIGAN, M. T.; MARTINKO, J. M.; BENDER, K. S.; BUCKLEY, D. H.; STAHL, D. A. Microbiologia de Brock. 14. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2016.
VERMELHO, A. B.; BASTOS, M. C. F.; BRANQUINHA, M. H. Bacteriologia Geral. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008.
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EXPLORE+
Conversamos um pouco sobre a origem da vida. Para explorar mais sobre esse assunto, busque o artigo Origens da vida, de
Augusto Damineli e Daniel Santa Cruz Damineli.
 
Falamos também sobre a importância de Pasteur para a desmitificação da teoria da geração espontânea. Se quiser mais
informações sobre a história desse grande cientista, pesquise os artigos Pasteur: ciência para ajudar a vida, de João Augusto
de Mello Gouveia-Matos, e Pasteur e a geração espontânea: uma história equivocada, de Lilian Al-Chueyr Pereira Martins.
 
Ao longo do tema, apresentamos as diferenças entre as células eucariotas e procariotas. Para entender mais sobre esse
assunto tão fascinante, leia o capítulo Biologia celular e ultraestrutura, de Helene Santos Barbosa e Suzana Côrte-Real de
Barbosa, disponível na página da Fiocruz.
 
Conversamos ainda sobre o prion, uma proteína que pode provocar doenças, como o mal da vaca louca, que gerou, ao longo
dos anos, grande polêmica no meio acadêmico, pois quebrou os dogmas centrais da biologia. Para conhecer um pouco mais
dessa discussão, busque o artigo O paradigma do prion, de Afonso Carlos Neves.
 
/
Conhecemos um pouco sobre o domínio Archae, que apresenta grande potencial biotecnológico. Para se aprofundar neste
assunto, leia o artigo Archaea: potencial biotecnológico, de Alexandre Machado Cardoso e outros autores, disponível na
página da Fiocruz.
 
Estudamos ainda sobre o Reino Funghi. Para conhecer mais sobre esse reino, suas características morfológicas, nutrição, seu
habitat, metabolismo, sua importância e as principais doenças causadas por esses microrganismos, não deixe de ler o capítulo
Micologia, de Aurea Maria Lage de Moraes, Rodrigo de Almeida Paes e Verônica Leite de Holanda, também disponível na
página da Fiocruz.
 
Para conhecer as principais bactérias de importância médica e suas infecções visite o Glossário de bactérias de importância
médica do Departamento de Microbiologia da Universidade de São Paulo.
CONTEUDISTA
Lívia de Souza Ramos
 CURRÍCULO LATTES
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