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FUTURISMO_PINTURA

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Percepções e propostas 
	
	
	‘Os funerais do anarquista Gali ( C.Carrà) 
Assim sendo: 
1 - As formas humanas e os objetos representados não se limitam ao contorno aparente, ao contrário, interpenetram-se, por vezes fundindo-se com ele.
2 - Ao reproduzir o movimento real, captando a velocidade, utiliza-se a seqüência dos traços da figura desejada. 
3 - O intento em reproduzir a velocidade dos objetos e tipos humanos no espaço era a maneira de captar o ritmo alucinante e estimulante da sociedade moderna. 
No dizer de Filippo Marinetti:
A pintura caminha
para uma expressão
sempre mais essencial
e abstrata
da maravilhosa modernidade,
geométrica, mecânica, veloz.
Esta expressão plástica
realizará obras-primas,
se guardar,
no seu esforço de abstração,
o calor lírico indispensável
a cada obra de arte,
como a cada corpo vivo".
Qual o seu público?
‘Queremos as espadas de ferros dos jovens’
- V. Khliébnikov -
Nos sucessivos Manifestos divulgados pelos futuristas é claro o intento deles de alcançar a juventude do seu tempo. Trata-se de uma série de palavras de ordem alinhadas com ardor e por vezes com muita fúria, ironia e deboche que revelam a insatisfação de uma geração. Somente os jovens poderiam mostrar-se sensíveis às proposições audazes dos Futuristas, pois os demais, os adultos, pertenciam ao mundo ‘carcomido’, a uma espécie de esfera perdida da qual nada mais poderia se obter, muito menos sensibilizar.
A retórica em torno da velocidade, do dinamismo, da expansão das máquinas, das arremetidas aéreas, das ondas deslocadas pelas hélices dos navios e pela estridência da locomotiva voando sobre os trilhos, somente poderia cair no agrado de quem tivesse vinte anos ou um pouco mais. Num dos seus poemas, Maikóvski disse: 
‘Não tenho nenhum fio grisalho na minha alma e não há nela a bondade senil!
Fulminando o mundo com a força da voz,/caminho bonito/com vinte e dois anos’
Os jovens, - segundo Giovanni Papini – desde que livres dos ‘cemitérios históricos e das leis sufocantes’, poderiam assumir a ruptura total, a explosão das amarras que prendiam as gerações anteriores a uma estética ultrapassada, e, simultaneamente, abrir-se o suficiente às inovações que surgiam a cada minuto, fruto da incessante criatividade exigida pela Era da Máquina. Somente eles teria a audácia de recorrer à ‘livre ortografia expressiva’, sem temerem os rigores e os xingamentos dos vetustos gramáticos . 
Os únicos que estariam dispostos a enfrentar as ruidosas polêmicas e assumir o enorme desgaste emocional em defender o novo e acusar o vencido. Em lançar-se a explorar ‘os domínios ilimitados da livre intuição’, visto que tudo era permitido. Era a joveníssima geração de artistas europeus, não gente madura, quem formava os quadros dos ‘imagistas’ e dos ‘vorticistas’ ingleses, dos ‘ultraístas’ espanhóis, dos ‘expressionistas’ alemães, dos ‘modernistas’ paulistas, etc... (*).
(*) O Manifesto anti-Dantas - documento primeiro do Futurismo português - acusação ao romancista português Julio Dantas redigido pelo poeta e pintor Almada Negreiros, por igual conhecido como autor do Ultimato Futurista, foi escrito quando ele tinha somente 22 anos . O tom agressivo, quase de adolescente, não esconde resultar de um ‘conflito de gerações’, no qual o jovem leão insurge-se contra a geração tradicionalista, a das ‘raposas’ de Vilfredo Pareto. 
Bibliografia
Adrian, Marino - "A vanguarda histórica da liberdade" / Adrian Marino. In: Revista Colóquio/Letras. Ensaio, n.º 34, Nov. 1976, p. 5-12.
Eco, Umberto – Obra Aberta. São Paulo: Editora Perspectiva, 1986
Soffici, Ardengo - Primi principi di un'estetica futurista. Roma: Giovanni Fattori, 1921 
		
	
	
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