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Debate_biologia

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Ao longo do tempo o mundo tem vindo a evoluir e com ele a medicina e as empresas farmacêuticas, tal como os seus métodos e experiências. O conhecimento do ser humano sobre os variados temas, incluindo este, encontra-se muito mais evoluído do que há uma década atrás. Talvez nessa altura ainda fosse aceitável que as pessoas continuassem a usar cosméticos que são testados em animais e até mesmo em seres humanos que não têm outra hipótese, por falta de informação ou de opções de escolha, mas hoje a situação é diferente. 
Graças aos avanços da tecnologia moderna e a um crescente número de cientistas empenhados, existem alternativas a este tipo de testes que são seguras, inovadoras, fiáveis e, para além de salvarem a vida a muitos animais, frequentemente providenciam os dados necessários num curto espaço de tempo e a um menor custo. 
Apesar de vários cientistas concluírem que nenhuma alternativa não-animal até hoje desenvolvida pode substituir completamente os testes animais como o teste de Draize *, as empresas são capazes de evitar estes testes ao confiarem num leque variado de alternativas não-animais.
*O Teste de Draize é utilizado para medir a ação nociva dos ingredientes químicos encontrados em produtos de limpeza e em cosméticos, que são aplicados diretamente nos olhos dos animais conscientes (os animais normalmente utilizados para estes testes são os coelhos, por serem baratos e fáceis de manusear). 
Havendo tantas alternativas conhecidas, não é aceitável dizer-se que os testes em animais são o único meio de garantir que um cosmético é seguro, nem tão pouco que não existe outra opção para o substituir, uma vez que atualmente existe uma vasta quantidade de empresas que não o fazem. 
Para quem não sabe, podemos conferir se uma empresa testa ou não seus produtos em animais nos sites da PETA e da BUAV, onde se pode verificar que a empresa farmacêutica que representamos, a Take Care, produz uma grande variedade de cosméticos que, durante a sua produção, não faz experiências em animais nem em seres humanos vulneráveis.
Nós usamos uma grande variedade de testes substitutos, como a tão conhecida tecnologia in vitro (feita em tubos de ensaio), e também recorremos regularmente ao GMCS (Geralmente Marcado Como Seguro) que consiste numa lista de milhares de ingredientes já conhecidos como seguros, apresentando também a informação sobre o uso histórico e a estrutura química de cada um. 
Várias empresas farmacêuticas conhecidas, tanto as de cosméticos como outras, utilizam testes não seguros e fiáveis em animais. E, como todos sabemos, apesar de por vezes fecharmos os olhos por considerarmos demasiado cruel, algumas delas fazem-no também em pessoas que não podem fugir a isso, ou por precisarem desesperadamente do dinheiro que lhes será dado, ou por não estarem em condições físicas nem mentais para terem uma opção de escolha diferente**
** Não pode ser pronunciado o nome dessas empresas, apesar de a maioria delas estar visível a todos. Muitas das marcas que aparecem nos anúncios televisivos fazem parte desse grupo.
É um facto que a nossa empresa, por vezes, também realiza testes em seres humanos, mas estes encontram-se todos num painel de voluntários, onde tudo foi devidamente estudado e os riscos são praticamente nulos. Temos de ter em consideração que os estudos clínicos humanos são também um meio de testar produtos valiosos e aceites, especialmente para testes biomédicos e de aparelhos médicos.
Diariamente são criados e desenvolvidos novos testes que cumprem estes parâmetros que, para serem aceites têm de passar por processos rigorosos de validação antes dos resultados dos testes serem vistos como seguros e confiáveis para o uso geral. Isso faz-se através dos conceituados especialistas do NICEATM (National Toxicology Program Interagency Center for the Evaluation of Alternative Toxicological Methods), do ICCVAM (Interagency Coordinating Committee on the Validation of Alternative Methods), e ECVAM (European Centre on the Validation of Alternative Methods). 
Quadro de análise de outros testes comuns
	TESTES TESTADOS EM ANIMAIS
	TESTES NÃO TESTADOS EM ANIMAIS
	LD 50: serve para medir a toxicidade de certos ingredientes. Cada utiliza no mínio 200 animais, e consiste em forçar um animal a ingerir uma determinada quantidade de substância, através de sonda gástrica. Os efeitos observados incluem dores angustiantes, convulsões, diarreia, emagrecimento, postura anormal, sangramento nos olhos e boca, lesões pulmonares, renais e hepáticas, coma e morte por perfuração. Continua-se a administrar o produto, até que 50% do grupo experimental morra, e os animais mais usados como cobaias são os ratos, coelhos, gatos, cães e cabras. 
	Bio-Ensaio de Neutral Red:
Este tipo de teste recorre ao neutral red, uma solução dissolvida em água, que é adicionada às células humanas normais numa caixa de cultura de tecidos. Uma medição computorizada do nível de absorção da solução pelas células é utilizado para indicar uma toxicidade relativa.
Ensaio de Irritação: Utiliza um sistema de alteração proteica para ensaiar uma irritação. Modifica a matriz de proteínas causada pelos materiais estranhos que são indicadores potenciais de irritação do olho ou da pele.
	Toxidade Alcoólica e Tabaco: Animais são obrigados a inalar fumaça e se embriagar, para que depois serem dissecados, a fim de estudar os efeitos de suas substâncias no organismo.
	Cultura de Células, Tecidos e Órgãos: É provavelmente o método mais eficaz no que diz respeito à nossa área, mantem as células de qualquer órgão no corpo vivo quase indefinidamente, e pode-se cultivar pedaços de tecido ou até mesmo de órgãos do corpo humano. Através deste teste já foi possível, entre outras coisas, a descoberta do mecanismo de crescimento dos nervos; o estudo da fisiologia dos nervos e das suas atividades elétricas; o estabelecimento do número de cromossomas das células humanas; o estudo das atividades hormonais e a descoberta de que o Síndrome de Down se deve a um defeito genético.
	Teste de Colisão: Os animais são lançados contra paredes de concreto. Babuínos, fêmeas grávidas e outros animais são arrebentados e mortos nesta prática.
	Ensaio de Corrositex: É utilizado para avaliar a potencial corrosividade ou inflamação de certas classes de químicos. Utiliza-se uma barreira de matriz de colagénio como uma forma de pele artificial e um indicador de PH colocado de forma a detetar quanto tempo leva o químico a penetrar nesta barreira.
	Pesquisas Dentárias: Os animais são forçados a manter uma dieta nociva com açúcares durante três semanas ou têm bactérias introduzidas em suas bocas para estimular a decomposição dos dentes. Depois disso, são submetidos aos testes odontológicos. Muitas vezes, os animais têm suas gengivas descoladas e a arcada dentária removida. Os animais mais usados são macacos, cães e camundongos.
	Ensaio de Passagem Trans-epitelial: Mede o químico induzido numa barreira artificial construída por células humanas (nalguns casos animais) para estimar a potencial irritação do olho aos químicos.
Teste Epipack: Utiliza folhas de células humanas clonadas para prever a reação humana a um irritante da pele.
BCOP (Bovine Corneal Opacity and Permeability): Método de ensaio de irritação ocular in vitro que utiliza tecido vivo na córnea de bovino, obtido a partir de matadouros, sendo que não é necessário o sacrifício dos animais para o teste. Os tipos de danos causados pela exposição do produto são medidos quantitativamente por alterações na opacidade e de permeabilidade à fluoresceína. A opacidade da córnea pode ser causada por desnaturação da proteína, enquanto a permeabilidade da córnea reflete a perda da função de barreira da córnea.
	Cirurgias Experimentais e Práticas Médico-Cirúrgicas: Cães, gatos, macacos e porcos são usados como modelos experimentais para o desenvolvimento de novas técnicas-cirúrgicas ou aperfeiçoamento das já existentes. Cirurgias torácicas, abdominais, ortopédicas, neurológicas, transplantes são constantemente realizadas. Não é raro ver animais mutilados,tendo seus membros quebrados, costurados, decapitado sem nenhum uso de anestesia!
	Farmacologia Quântica: É uma técnica usada na química baseada em computador, para estudar a estrutura molecular das drogas e dos seus recetores no corpo. Utilizada em estudos de transmissores de nervos, hormonas, bloqueadores Beta, anestésicos, antidepressivos, e muitos outros.
EpiDerme: Recorre a pele artificial derivada de células de pele normal cultivadas para um tecido tridimensional. Testa a irritação dermatológica, estudos de absorção percutânea e pesquisa dermatológica básica.
	Sistema Cardiorrespiratório: Um cão é anestesiado, tem seu tórax aberto e observa-se os movimentos pulmonares e cardíacos. Em seguida aplicam-se drogas, como adrenalina e acetilcolina, para análise da resposta dos movimentos cardíacos. Outras intervenções podem ser realizadas. Por fim, o animal é morto.
	Modelos Matemáticos e Computacionais:
Estes testes preveem o grau de irritabilidade das substâncias utilizadas, com base nas estruturas e propriedades físicas e químicas. É possível testar moléculas de vários químicos no modelo em computador dos recetores químicos do corpo, e prever a reação. Alguns programas permitem a simulação da fisiologia normal de órgãos como o coração, do controlo respiratório ou da função renal.
Para além destes testes e dos que anteriormente já tinham sido referidos, existem ainda muitos outros. Como se pode ver, a diferença entre eles é maioritariamente apenas na dor e sofrimento que causamos aos animais, sendo que, não precisamos de fazer testes em animais para obtenção de bons produtos e cosméticos, pois existe uma grande variedade de testes que podem servir como substitutos à falta de humanismo. 
Os testes não testados em animais têm principalmente prós, uma vez que não causam qualquer tipo de dor a um ser indefeso e sem opção de escolha, tanto animais como seres humanos (doentes, presidiários, pessoas do terceiro mundo e escravos). Estes alcançam os resultados procurados (bons produtos, excelentes cosméticos, satisfação do cliente, soluções inovadoras e curas), sendo que muitos destes testes foram os maiores responsáveis nos estudos dos vírus, do cancro, da toxicidade e até mesmo em de algumas síndromes.

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