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O STRESS DO EPI 
70% dos acidentes industriais são decorrentes do stress: falta de atenção, 
cansaço, desmotivação. Segundo um Estudo, 40% das pessoas pedem 
demissão ou são demitidas porque estão estressadas com o trabalho. Além 
disso, uma rotatividade elevada de pessoal acarreta custos para as 
organizações em torno de 5 a 30 mil reais para um funcionário de nível 
médio (dados baseados em projeções da Soc. Americana do Stress). O 
problema custa às indústrias dos Estados Unidos cerca de US$ 300 bilhões 
por ano. 
Um dos fatores stressantes relatados pelos trabalhadores é o uso do 
próprio EPI (“o epi atrapalha”, “incomoda”, “dá dor de cabeça”, “incham 
os pés”, “dá cãimbra”, “eu não preciso de epi, já estou acostumado sem 
ele”, são frases ouvidas de trabalhadores). Assim, é preciso reduzir não só 
o stress produzido pelo trabalho mas pelo próprio uso do EPI. 
 
O PROBLEMA COMEÇA NA ADMISSÃO 
Um dos incidentes de trabalho mais comuns na admissão de um trabalhador é 
verificar que ele não está acostumado a usar o EPI indicado para a sua tarefa. Se ele 
é qualificado e a empresa precisa do seus serviços, aumenta o dilema do técnico 
encarregado de sua admissão. Esta situação vai se tornando crítica na medida em 
que trabalhadores qualificados são escassos no mercado de trabalho mas muitos 
deles são egressos de empresas com baixo nível de cultura em segurança. Quando 
ele é obrigado a utilizar o EPI, pode ocorrer um conflito entre as exigências na nova 
empresa e a resistência do trabalhador ao EPI. Introduz-se um fator extra de stress 
que é preciso ser avaliado pelos Técnicos antes que ele inicie as suas atividades. 
Para minimizar este fator, deve-se buscar não somente o redimensionamento do 
posto de trabalho para reduzir no que for possível o uso do EPI, mas tambem 
introduzir um programa de treinamento mais longo com este trabalhador. Este 
treinamento é fator fundamental para reduzir o stress do EPI e deve ser feito em 
conjunto com outro trabalhador mais experiente. Por mais paradoxal que pareça, 
este trabalhador vai precisar de mais pausas no trabalho, sendo necessário uma 
maior vigilância de suas atividades nos períodos críticos do turno de trabalho 
(principalmente as 2 primeiras horas e as 2 ultimas horas do turno, ocasião em que 
é maior o risco de acidentes, cf vários trab. publicados). Sem treinamento e 
monitoramento, as chances de o trabalhador deixar de utilizar o EPI aumentam de 
forma significativa. 
TRABALHO E STRESS 
Um Estudo levantou que, no aspecto psicológico, a primeira reclamação do 
trabalhadores sobre os fatores que interferem no seu trabalho, é o stress, seguido 
de alcoolismo, uso de drogas, relacionamento conjugal e familiar, depressão e baixa 
auto-estima. 
Esta preocupação com o stress é fundamental para as empresas, visto que o 
desempenho corporativo está intimamente ligado à disponibilidade física, emocional 
e mental de seus funcionários para levarem adiante os projetos e metas que lhe são 
propostos. Essa disposição, por sua vez, está associada ao nível de stress, auto-
estima e qualidade de vida que esses profissionais possuem. Reduzir o stress no 
trabalho com o EPI torna-se uma medida essencial nos programas de segurança nos 
ambientes de trabalho. 
TECNOLOGIA ERGONÔMICA E EPI - O 
ERGODESIGN 
Com a moderna tecnologia ergonômica (ergodesign), o posto de trabalho não 
envolve mais apenas o homem e seu local de trabalho, mas inclui tudo aquilo que o 
trabalhador necessita para realizar suas tarefas: máquinas, ferramentas, 
equipamentos, mobiliário, software, sistemas de proteção de segurança, EPIS e o 
próprio sistema de produção. Assim, tornou-se inevitável os vínculos entre EPI e 
ERGONOMIA. 
Atualmente, prioriza-se o enfoque ergonômico global, onde o posto de trabalho é 
considerado um prolongamento do corpo e da mente humana, pois trata além dos 
fatores físicos do posto de trabalho, os aspectos cognitivos, bem como as relações 
pessoais e motivacionais no ambiente de trabalho. O enfoque ergonômico global é 
aplicado na concepção e / ou adaptação de postos de trabalho e/ou ambientes de 
trabalho informatizados e automatizados em ambientes industriais e administrativos. 
A ISO 18.000 que trata de Saúde e Segurança considera o projeto ergonômico como 
o foto central sobre a questão do posto de trabaho e isso inclui tambem a concepção 
de EPIs. 
 
PROJETO ERGONÔMICO 
o EPI deve ser visto sempre como medida complementar aos dispositivos 
de proteção coletiva. Na prática, a maioria das empresas industriais não 
investe na proteção coletiva (que muitas vezes requer um investimento 
maior) e a proteção individual torna-se a única e última medida de 
proteção nos ambientes de trabalho. Além disso, como o EPI requer treino 
para o seu uso, geralmente os trabalhadores acostumados a trabalhar sem 
ele, relutam em realizá-lo. 
OBJETIVOS DE UM PROJETO ERGONÔMICO: 
Qualquer que seja a abrangência e enfoque do projeto ergonômico do posto de 
trabalho, estes devem atingir os seguintes objetivos: 
 Adequar o posto de trabalho aos limites e capacidades do indivíduo (física, 
psicológica e cognitivamente). 
 Otimizar as condições de trabalho para conquistar eficácia, eficiência, 
produtividade e qualidade. 
 Proporcionar condições para desenvolvimento da criatividade e participatividade 
dos funcionários/colaboradores. 
 Evitar o erro humano, prevenir acidentes e doenças ocupacionais; 
 Proporcionar conforto, segurança, qualidade de vida, bem-estar e satisfação no 
trabalho. 
 
MINIMIZANDO O STRESS NO TRABALHO 
Os vínculos entre a proteção e a tecnologia ergonômica se estreitam cada vez mais, 
visto que o trabalhador é muito mais protegido quando as condições de trabalho 
sejam as mais favoráveis possíveis, tanto em termos de estrutura, funcionamento, 
mas tambem de conforto e motivação; em trabalho publicado na Internet, 
apresenta-se os tipos e abrangência dos projetos tanto no seu enfoque ergonômico 
tradicional, quanto no seu enfoque ergonômico global (Prof. M.Sc. Carlos Maurício 
Duque dos Santos) www.dcaergonomia.com.br: 
 
PROJETO ERGONÔMICO DE POSTOS DE TRABALHO TRADICIONAIS 
Nos postos de trabalho tradicionais considera-se apenas os aspectos antropométricos 
(dimensões adequadas aos usuários de uma determinada faixa de estatura) e os 
aspectos biomecânicos (posturas, movimentos corporais, esforços físicos, alcances 
visuais, etc.). 
PROJETO ERGONÔMICO DE POSTO DE TRABALHO GLOBAL: 
Nos postos de trabalho informatizados e automatizados considera-se, além dos 
aspectos antropométricos e biomecânicos, os aspectos psicológicos e cognitivos no 
trabalho, bem como os aspectos operacionais (métodos e processos de produção, 
softwares, etc.), os aspectos organizacionais (normas de produção, horários, pausas, 
etc.) e ainda os aspectos ambientais ( iluminação, ruído, temperatura, ventilação, 
qualidade do ar, e etc. ). O enfoque ergonômico global funciona como um processo 
de engenharia simultânea para desenvolvimento do projeto ergonômico, onde tudo 
se integra e interage. 
 
EPI E INSALUBRIDADE 
Existem, ainda vínculos entre EPI (NR-6) e INSALUBRIDADE (NR-15), neste caso 
quando é necessário realizar-se Perícias para verificar a conexão entre insalubridade 
e o uso do EPI. Nas perícias, é preciso caracterizar o tempo de exposição e o limite 
de tolerância a determinado risco pelo trabalhador, se o EPI utilizado consegue 
manter o risco dentro desses limites. Por exemplo, se o protetor auricular de fato 
protege o trabalhador para pressões sonoras dentro do limite de tolerância (pressão 
sonora de 85 decibéis) durante o turno de trabalho (tempo de exposição de 8 horas). 
O perito deve, tambem, checar todos os itens relacionados à empresa, da NR-6, para 
verificar a conformidade legal. E, finalmente, checar dentro da própria empresa como 
são distribuídos e utilizados os EPIs (frequencia, correção do uso, treinamento, 
adequação, conservaçãoe higienização). A perícia é fundamental para se ajuizar dolo 
ou culpa de uma empresa em acidente de trabalho e as consequências jurídicas deste 
fato (veja Posts anteriores neste Blog sobre custo fiscal em SST).

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