Buscar

Exploracao_Espacial_politica_publica_ou

Prévia do material em texto

153Artigos & Ensaios
Exploração Espacial: política pública 
ou política do “ao Deus dará”?
Elizabeth Machado Veloso1
Resumo
Entre tantas políticas públicas de primeira grandeza, o Brasil tenta resgatar 
a sua proposta inicial de pesquisa e uso das potencialidades do espaço sideral. 
Atualmente, o uso de satélite é essencial para o desenvolvimento de diversas 
atividades, como comunicações em regiões remotas; monitoramento ambiental; 
vigilância, patrulhamento de fronteiras e da zona costeira; inventário e monito-
ramento de recursos naturais; previsão de safras agrícolas; e previsão do tempo. 
Embora tenha inaugurado seu programa espacial há mais de 50 anos, o Brasil 
não conseguiu independência em nenhuma dessas áreas, utilizando-se hoje de 
satélites estrangeiros em todas essas funções. Recente estudo intitulado A Polí-
tica Espacial Brasileira, elaborado pelo Conselho de Altos Estudos e Avaliação 
Tecnológica da Câmara dos Deputados, apresenta sugestões para que o Brasil 
possa obter êxito no desenvolvimento, fabricação e lançamento de seus próprios 
satélites, considerando que o país possui bons quadros de pessoal e boa uma 
infraestrutura de C&T nesta área. Porém, precisa fortalecer a sua indústria espa-
cial, por meio de incentivos fiscais, parcerias público-privadas e um mecanismo 
de compras governamentais que garanta sustentabilidade para o setor. 
Palavras-chave
Exploração espacial; pesquisa espacial; defesa nacional; políticas públicas; 
Brasil.
Abstract
Among the many policies of first magnitude, Brazil tries to rescue his initial 
proposal of researching and exploiting the potential of the outer space. Currently, 
the use of satellites is essential for the development of various activities, such as com-
munications in remote areas, environmental monitoring, border surveillance and 
patrol, coastal zone management, inventory and monitoring of natural resources, 
1 Jornalista e especialista em regulação de telecomunicações. Consultora legislativa da Câmara dos 
Deputados, na área XIV (ciência e tecnologia, comunicação e informática).
154 Cadernos ASLEGIS | ฀ ฀ ฀ ฀
agricultural crop and climate forecasting. Although it started its space program over 
50 years ago, Brazil is not independent in any of these areas, and currently uses fo-
reign satellites in all of these applications. A recent study titled “The Brazilian Space 
Policy”, prepared by the Board of Advanced Studies and Technology Assessment of 
the House of Representatives, has suggested that Brazil could succeed in developing, 
manufacturing and launching its own satellites, considering that the country has 
a good staff and a good infrastructure for R&D in this area. However, it needs to 
strengthen its space industry through tax incentives, public-private partnerships and 
government procurement mechanisms that can ensure sustainability to the sector.
Keywords
Space exploration; space research; national defense; public policies; Brazil.
155Artigos & Ensaios
Introdução
Ao longo de dois anos, a Câmara dos Deputados lançou-se ao desafio de 
discutir as metas, os resultados e o rumo das pesquisas e dos desenvolvimentos 
espaciais no Brasil. Desde que as primeiras atividades espaciais foram lançadas 
no Brasil, em 1961, o setor é inteiramente dependente do Estado. Por essa razão, 
recebe o status de política pública, o que lhe confere um caráter perene, porém 
sem a constância necessária nem a efetividade desejada. 
O trabalho investigativo sobre as causas dos atrasos no setor, comandado 
pelo Conselho de Altos Estudos e Avaliação Tecnológica, pode ser conferido no 
estudo A Política Espacial Brasileira, disponível para download na Internet.2 O 
estudo demonstra que há um descolamento evidente entre o discurso e a prática 
no que diz respeito às atividades espaciais no Brasil. As ações são considera-
das estratégicas para a construção de um projeto de nação. Em outras palavras, 
acredita-se que a política espacial, além de ser essencial para a sociedade em ter-
mos sociais e econômicos, provê uma dimensão política capaz de dar destaque 
ao Estado brasileiro no cenário internacional. Não é, portanto, uma política de 
primeira necessidade, como seriam as políticas de saneamento básico, segurança 
pública e saúde pública. O país poderia viver sem uma política espacial, sem 
impactos diretos na vida do cidadão.
No entanto, o domínio do conhecimento tecnológico de mais alta comple-
xidade produz um efeito moral direto e consequências práticas indiretas para 
toda a sociedade brasileira. O aspecto moral é sinalizar para o resto do mundo 
que o país é produtor de conhecimento, ciência e é capaz de explorar o espaço 
e dele tomar lugar, colocando-se como uma nação autônoma em termos cien-
tíficos e altiva no sentido da defesa de seu território. Esses são objetivos que 
norteiam em grande parte a filosofia de programas como o da Índia e da China, 
países do BRIC que há poucos anos começaram a investir em suas políticas espa-
ciais, visando à autonomia tecnológica, o reconhecimento político e o respeito 
das demais nações. 
Quando os russos “atropelaram” os americanos na corrida espacial, colocar 
um homem na Lua tornou-se uma questão de honra não apenas para o gover-
no, mas para o cidadão americano, que se sentiu humilhado e derrotado no 
projeto de nação mais poderosa do mundo. Kennedy lançou-se ao desafio de 
superar essa “vergonha nacional” e os Estados Unidos firmaram-se como potên-
cia mundial ao colocar os primeiros homens na Lua, numa missão que não era 
2 Disponível em: <http://www2.camara.gov.br/a-camara/altosestudos/arquivos/politica-espacial/a-
-politica-espacial-brasileira/view>.
156 Cadernos ASLEGIS | ฀ ฀ ฀ ฀
apenas dispendiosa, mas também de extremo risco e complexidade. “Não faço 
isso porque é fácil, mas porque é difícil”, disse Kennedy, ovacionado pelo povo 
americano.
Explorar o espaço tornou-se uma tarefa muito menos dispendiosa e bem 
mais factível do que no passado. O risco diminuiu e a rentabilidade aumentou, 
o que passou a atrair maior volume de capitais privados. A explosão da nave 
Apollo I traumatizou o mundo, mas a tragédia foi enquadrada nas estatísticas 
dos riscos de operações tecnológicas como esta. Hoje, cerca de dez nações desen-
volvem projetos espaciais e o monopólio estatal na exploração do universo foi 
quebrado pela rentabilidade dos negócios que as condições espaciais proporcio-
nam. Atualmente, a zona espacial que circunda o planeta tornou-se uma fonte 
de renda para grandes empresas em várias partes do mundo, num mercado de 
exploração de satélites que movimenta bilhões de dólares.
Outros mercados se abrem ao ambiente espacial, como o da publicidade. 
Em 2009, uma empresa colocou em órbita a primeira cadeira espacial do mun-
do. O business espacial inclui também o setor de turismo, onde uma voltinha 
para os confins do espaço custa U$ 200 milhões, valor pago por multimilio-
nários em todo o mundo. Mais do que prestígio político e militar, busca-se os 
benefícios sociais e os dividendos econômicos das atividades espaciais. 
A exploração do espaço, portanto, está bem mais próxima do cidadão do 
que ele imagina, viabilizando desde a transmissão de televisão em áreas remotas, 
como a Amazônia, o acesso à Internet ou a vigilância de territórios desabitados, 
como as fronteiras do país.
Em 2008, o mercado de serviços de satélite teve crescimento de 16%, sendo 
que o serviço de televisão por satélite representa ¾ do mercado, com valores 
superiores a U$ 64.9 bilhões. O serviço de TV por assinatura via satélite teve 
crescimento de 30% em 2007, superando 130 milhões de assinantes em todo 
o mundo.
1. Perfil do programa
O caráter militar, que foi a gênese dos programas espaciais ao redor do mun-
do, permaneceu central, na atual conjuntura de paz entre os países desenvolvi-
dos, apenas em áreas com larga história de conflitos, uma vez que a viabilidade 
dos programas espaciais do mundo deu-se pela via comercial, ou seja, oferta de 
serviços para financiar as pesquisas edesenvolvimento. A possibilidade de uso 
de lançadores para fins bélicos persiste, mas não faz parte do discurso explícito 
das grandes nações, a maioria delas signatárias de acordos de não proliferação 
157Artigos & Ensaios
de armas nucleares, como o Regime de Controle das Tecnologias de Mísseis 
(MTCR), ao qual o Brasil aderiu em 1995, e o Tratado de Não Proliferação 
(TNP), cuja adesão brasileira ocorreu em 1997. 
Em que pese a diferença entre um lançador de satélite e um míssil balístico in-
tercontinental ser essencialmente a carga que cada um carrega, os programas espa-
ciais ao redor do mundo visam, basicamente, a construção de uma sociedade mais 
igualitária, assim expressa no Artigo 1º do Tratado do Espaço, segundo o qual 
a exploração e o uso do espaço cósmico (…) deverão ter em mira 
o bem e o interesse de todos os países, qualquer que seja o estágio 
de seu desenvolvimento econômico e científico, e são incumbência 
de toda a humanidade”, e o crescente desnível de conhecimentos 
científicos e tecnológicos, inclusive e especialmente na área espa-
cial, que separa o grande número de países em desenvolvimento do 
pequeno grupo de países desenvolvidos.
Esse caráter dual, ou seja, a possibilidade de uso militar de produtos feitos 
para gerar benefícios para a sociedade, é uma das principais características dos 
programas espaciais e confere também ao setor particularidades que o torna um 
dos terrenos mais sensíveis e de difícil avanço.
2. Desenvolvimento de tecnologia
Ao contrário da indústria aeronáutica, a indústria espacial não pode se be-
neficiar dos ganhos da produção em escala, para baratear custos; e é uma área 
onde a relações de cooperação em geral têm alcance limitado, uma vez que a 
conhecimento tecnológico é tratado como um capital de tal forma valioso que 
se torna intransferível. Exatamente pelo seu caráter de defesa e sua conotação de 
soberania que distingue as nações detentoras deste conhecimento.
Outra particularidade decorrente desse ambiente, em razão da lógica da exclu-
sividade tecnológica, é o embargo para a aquisição de conhecimento. A exemplo 
de outros setores da indústria eletroeletrônica, componentes usados na constru-
ção de foguetes, satélites e artefatos científicos são desenvolvidos de maneira bem 
concentrada ao redor do mundo. Há itens de alta tecnologia que são detidos por 
poucas empresas, em poucos países, e o monopólio deste conhecimento é utiliza-
do como moeda de troca relevante no cenário geopolítico internacional, capaz de 
viabilizar ou inviabilizar os projetos de outras nações nesta área.
O Brasil tem sofrido vários embargos comerciais para aquisição de equipa-
mentos e componentes, o que explica, em parte, os atrasos e adiamentos dos 
158 Cadernos ASLEGIS | ฀ ฀ ฀ ฀
projetos desenhados ao longo de quase 50 anos das ações governamentais de 
exploração científica e tecnológica do espaço.
Ainda que a regra seja a cooperação internacional entre os países para o 
desenvolvimento de atividades espaciais, esses acordos são, invariavelmente, cer-
cados de ressalvas no que tange à transferência de tecnologia, ocorrendo, na 
maioria das vezes, uma parceria do tipo “montagem de um quebra-cabeça”, em 
que peças são reunidas, em lugar de um desenvolvimento conjunto de novas 
tecnologias.
Portanto, o uso civil, o potencial militar e a inviabilidade de transferência de 
tecnologia estão entre as principais características dos programas espaciais, além 
dos riscos associados às atividades espaciais. 
3. Integração com outros setores
A exploração espacial sempre foi um mundo à parte no cenário acadêmico 
e industrial, bastante distante de outros setores de inovação tecnológica. Tem 
seu berço nas cadeiras de engenharia, embora exija um nível de especialização 
que limita, em grande parte, o crescimento deste mercado. O engenheiro, para 
especializar-se nesta área, requer no mínimo dez anos de capacitação. 
Esse caráter de longo prazo na formação de especialistas e cientistas repro-
duz-se também no ritmo das ações espaciais, que requerem investimentos con-
tínuos e permanentes em projetos cuja garantia de retorno são remotas, ou, no 
mínimo, incertas e demoradas. Isso faz com que, apesar do caráter “estratégico” 
anteriormente citado das atividades espaciais no âmbito dos programas públi-
cos, na prática ocorra um descolamento desses projetos das políticas que de fato 
recebem atenção urgente do governo.
A escassez de recursos tem sido a queixa mais frequente entre os programas 
espaciais ao redor do mundo, e não raro o volume de recursos aportados é a 
explicação mais direta para o sucesso, para a estagnação ou para o fracasso de 
programas espaciais pelo mundo afora.
As ações de longo prazo e o ritmo constante dos dispêndios no setor são 
a razão dos progressos alcançados pelas nações que mais investem nesse mer-
cado, independentemente do modelo institucional a ser adotado. Ademais, os 
recursos, muitas vezes, são distribuídos com base em critérios subjetivos, sendo 
destinados aos mesmos projetos ou pesquisadores durante anos ou décadas, em 
detrimento de novas oportunidades que podem surgir, e sem qualquer garantia 
de retorno do investimento. 
159Artigos & Ensaios
A experiência tem demonstrado que a adoção de políticas diferenciadas para 
o setor espacial, como políticas fiscais e tributárias específicas, é essencial para o 
sucesso desses projetos, mas também é imprescindível que as missões e objetivos 
estejam concatenados com outras ações de governo. Em regra, não existe um 
traço comum entre os países que investem na pesquisa espacial, ou seja, não se 
pode dizer que apenas os países com alto IDH ou renda per capita; moeda forte; 
orçamentos públicos equilibrados e uma indústria pujante se dão ao “luxo” de 
conduzir tais investimentos. 
Na verdade, nações com realidades socioculturais tão díspares quanto África 
do Sul e Estados Unidos ou Japão e Índia dedicam-se a projetos na área espacial, 
cada qual com conformação própria e objetivos distintos. 
Razões diplomáticas também interferem no modelo e no escopo a ser alcança-
do por cada um destes programas, ou seja, as metas dos programas variam também 
conforme os interesses dos países em se posicionar no cenário internacional, pe-
rante as demais nações do mundo. Um programa espacial, portanto, não é emble-
ma de poder econômico, mas é, certamente, símbolo de poder político.
4. O Programa Nacional de Atividades Espaciais 
O Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE) chegou à maioridade 
com poucos avanços práticos e inexpressivas mudanças na estrutura institucio-
nal e nos objetivos estabelecidos desde a sua criação. A origem do programa, no 
ano de 1961, foi uma tentativa de dar uma resposta ao mundo de que o país 
gostaria de se reafirmar como uma nação autônoma e soberana. A autonomia 
referia-se ao domínio de tecnologias de ponta, de alto valor agregado, que pu-
dessem expressar poderio militar, mas também científico e tecnológico.
Os governos nunca deveram grandes explicações à sociedade sobre as razões 
pelas quais investem em estudos para conhecer o cosmos. Essa afirmação é váli-
da até mesmo para países como Brasil, que ainda não superou desafios básicos, 
como acabar com a fome e com o analfabetismo.
Comparações como esta, no sentido de que espaço não é prioridade, eram 
facilmente rebatidas quanto se avalia que o Brasil é um dos grandes candidatos a 
se tornar uma potência mundial do século XXI, graças a atributos como grande 
riqueza e abrangência territorial, geográfica, natural e intelectual de seu povo, e 
por isso precisa ser detentor de conhecimento de alto valor agregado. Ademais, o 
relativamente modesto aporte de recursos destinados ao programa espacial tam-
bém afasta as críticas de que ele concorra com prioridades sociais consideradas 
mais urgentes no rol das políticas públicas.
160 Cadernos ASLEGIS | ฀ ฀ ฀ ฀
No entanto, mesmo o caráter estratégico de programas dessa natureza não 
evitou que ele sofresse restrições sucessivas, explicitadasem cortes orçamentários 
que levaram ao descumprimento de suas metas, sejam elas físicas, tecnológicas, 
práticas ou orçamentárias.
A grande questão a ser colocada neste momento é o que se pretende com o 
PNAE: há clareza e atualidade em seus objetivos ou ele é mais um dos inúmeros 
objetos perdidos no espaço, “vagando na inércia da ausência gravitacional que 
não deve nortear as políticas públicas tidas como essenciais para o progresso de 
qualquer nação”? 
Clareza de objetivos e dificuldade de implementação são características 
marcantes dos 50 anos do PNAE. Entre 1961 e 1971, quando se iniciou o es-
tabelecimento da infraestrutura física, formação de recursos humanos, criação 
e desenvolvimento de programas e projetos, o Brasil visava ações práticas que 
pudessem beneficiar a população, mais do que o conhecimento científico do 
cosmos. O objetivo era usar a tecnologia espacial para desenvolver satélites que 
pudessem ser lançados de bases nacionais por foguetes produzidos no Brasil que 
servissem a múltiplos objetivos a partir da observação da Terra.
Esse era o objetivo do programa Missão Espacial Completa Brasileira 
(MECB), iniciado em 1980, e que representou um incremento nos recursos 
financeiros e humanos das entidades executoras, como o Instituto Nacional de 
Pesquisas Espaciais (Inpe). 
Da função primordialmente de segurança nacional, vislumbrada pelos mili-
tares na década de 1960, o programa espacial adquiriu aos poucos uma dimen-
são socioeconômica cada vez mais relevante, explicitada no Programa, como 
se constata na versão PNAE 2005-2014, ao determinar que o programa deve 
ser focado na resolução de problemas típicos de países em fase de crescimento 
econômico, tais como
comunicações em regiões remotas, monitoramento ambiental, 
vigilância da Amazônia, patrulhamento de fronteiras e da zona 
costeira, inventário e monitoramento de recursos naturais, plane-
jamento e fiscalização do uso do solo, previsão de safras agrícolas, 
coleta de dados ambientais, previsão do tempo e do clima, locali-
zação de veículos e sinistros e desenvolvimento de processos indus-
triais em ambiente de microgravidade, além da defesa e segurança 
do território nacional.
161Artigos & Ensaios
5. Ações de destaque
A Política Nacional de Desenvolvimento das Atividades Espaciais (PNDAE) 
é regulada pelo Decreto nº 1.332, de 8 de dezembro de 1994, que aponta, entre 
outras, as seguintes diretrizes: prioridade para a solução de problemas nacionais; 
concentração de esforços em programas mobilizadores; ênfase nas aplicações 
espaciais e coerência entre programas autônomos. 
Historicamente, o Inpe é a principal referência em termos de programa es-
pacial no Brasil. O órgão surgiu em 1971 quando a CNAE é extinta e firma-se 
como especialista nas áreas de ciência espaciais, sobretudo por meio de cursos 
de pós-graduação, sensoriamento remoto e meteorologia. O Inpe, vinculado ao 
Ministério da Ciência e Tecnologia, é responsável pelo desenvolvimento de satéli-
tes, enquanto o Departamento de Ciência e Tecnologia Aeraoespacial, (DCTA), 
ligado ao Ministério da Aeronáutica, é o órgão encarregado do desenvolvimento 
de foguetes e a implementação, manutenção e operação de duas bases espaciais: 
Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) e Centro de Lançamento Barreira 
do Inferno (CLBI). Essas unidades estão sob a coordenação da Agência Espacial 
Brasileira (AEB), cuja subornação é ao Ministério da Ciência e Tecnologia. 
Apesar da subordinação política e da vinculação orçamentária à AEB, os ór-
gãos executores da política espacial atuam praticamente de forma autônoma na 
definição e condução de seus projetos. A prioridade do Inpe hoje é a política de 
produção de imagens com fins ambientais, porque o órgão ambiciona, segundo 
o diretor da unidade, Gilberto Câmara, transformar o Brasil na grande potência 
ambiental mundial do século XXI.
Nos anos 1980, foram estabelecidas as bases para uma das principais parce-
rias internacionais do Brasil no campo espacial. Em 1988, foi assinado o proto-
colo que deu origem ao Programa Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres 
(China-Brazil Earth Resources Satellite – CBERS), que viabiliza os propósitos do 
Inpe no fortalecimento da atuação ambiental. Há controvérsias sobre o impacto 
da parceria, que já dura mais de uma década, com os chineses, uma vez que, na 
divisão de responsabilidades para a fabricação dos satélites, não houve o desen-
volvimento conjunto de tecnologia. 
O primeiro satélite sino-brasileiro foi lançado em 1999, com apenas 30% de 
participação do Brasil e 70% de participação da China. Em 2003, foi lançado o 
satélite CBERS-2 com um foguete chinês Longa Marcha. O acordo de coopera-
ção com a China foi renovado com o objetivo de desenvolver os satélites CBERS 
2B, 3 e 4. Em 2004, tem início a distribuição gratuita das imagens CBERS pela 
Internet. Esta iniciativa marcou uma enorme mudança na política adotada para 
162 Cadernos ASLEGIS | ฀ ฀ ฀ ฀
a disseminação destas informações. Com ela, o Inpe tornou-se o líder mundial 
na quantidade de imagens distribuídas, a maior parte no território nacional.
Em termos de resultado, a parceria com a China tem sido a mais efetiva 
entre os acordos internacionais nesta área. Negociado por volta do ano de 2000, 
o Acordo de Salvaguardas com os Estados Unidos, para uso da base de Alcân-
tara, não logrou ser aprovado após intensas discussões políticas e diplomáticas 
envolvendo questões de soberania nacional. O Acordo com a Ucrânia, celebrado 
em Brasília, em 21 de outubro de 2003, aprovado pelo Decreto Legislativo nº 
776/2004, de 17/9/2004, ainda não apresentou resultados concretos. 
A participação brasileira no Programa da Estação Espacial Internacional 
(ISS), projeto internacional envolvendo mais de 20 países, no qual o Brasil se 
engajou em 1997, foi encerrada em razão do não cumprimento das contraparti-
das a serem oferecidas pelo Brasil. As parcerias anteriores com os franceses para 
a formação e capacitação foram reduzidas com o tempo e, recentemente, o Brasil 
contratou na Argentina o desenvolvimento de um sistema de controle e atitude 
de satélites, ao custo de R$ 40 milhões, sob as críticas de que o desenvolvimento 
deveria ter sido feito no Brasil, pela indústria nacional.
Afora os repasses orçamentários e os acordos internacionais, são escassos os 
instrumentos utilizados hoje para fomentar as ações do PNAE. Não há um me-
canismo formal de encomendas governamentais junto à indústria, que, estima-
se, receba menos de 20% do total de recursos públicos destinados hoje ao pro-
grama espacial. Paradoxalmente, as indústrias na área de defesa e fabricação de 
armamentos são as que lograram maior notoriedade no mercado internacional 
na área ligado às tecnologias de ponta, como a Avibrás. 
6. Indústria incipiente
A Associação das Indústrias Aeroespaciais do Brasil (AIAB) apresenta como 
maior problema para o setor a falta de sinergia entre as indústrias e os órgãos 
executores da política espacial. A proximidade entre ambos é meramente geográ-
fica, a cidade de São José dos Campos. Em termos econômicos, houve retração 
no volume de recursos movimentado pelas indústrias, situação diametralmente 
oposta à que ocorreu com o setor aeronáutico, que hoje corresponde a mais de 
90% da indústria aeroespacial no Brasil, cujo faturamento no ano passado foi de 
US$ 7,5 bilhões, segundo dados da AIAB. 
Apesar da aprovação, nesta década, de instrumentos legais com vistas ao 
financiamento das atividades de pesquisa e desenvolvimento tecnológico, des-
163Artigos & Ensaios
tacadamente a Lei de Inovação,3 o setor está longe de conquistar um orçamento 
compatível com suas necessidades. A Lei de Inovação tem sido outro instrumen-
to de eficácia reduzida. Visa proporcionar interação entre Institutos de Ciên-
cia e Tecnologia (ICTs) e empresas, fortalecendo as pequenas empresas de base 
tecnológica. No entanto, não faz parte da cultura dos institutos, como Inpe e 
Instituto de Aeronáutica Espacial – unidade executorado programa dentro do 
DCTA - esse tipo de parceria público-privada. Já o Fundo Espacial,4 criado 
a partir de receita de lançamentos comerciais, também teve um desempenho 
pífio, com uma receita inexpressiva nos últimos dez anos. De 2000 a 2009, o 
fundo recebeu apenas R$ 41 milhões, porém apenas R$ 12,1 milhões foram 
liquidados, correspondendo a apenas 0,65% dos recursos do PNAE.5
O status político do programa espacial junto ao Ministério da Ciência e 
Tecnologia reflete em parte o distanciamento entre o setor espacial e o Sistema 
Nacional de Ciência e Tecnologia. O Brasil dispõe, reconhecidamente, de uma 
estrutura de pesquisa científica e tecnológica consolidada na área de CT&I, 
formada por institutos de pesquisas, universidades e órgãos governamentais em 
várias áreas de atuação, porém os laços entre essas diversas áreas não estão sedi-
mentados, o que prejudica o caráter de transversalidade do tema.
7. Desarticulação política
Acreditava-se que a criação da AEB promovesse não apenas uma mudan-
ça estrutural no programa espacial, mas também de cultura do funcionamento 
do sistema. A sinergia esperada entre os três vértices do programa – academia, 
indústria e institutos de pesquisa – seria proporcionada pela visão externa de ge-
rentes graduados do programa, aconselhados por um conselho multisetorial que 
norteasse as diretrizes do programa com base nas demandas dos diversos órgãos 
governamentais. Esse modelo, no entanto, continua ser conceitual no âmbito do 
PNAE, em que a maior dificuldade para sua implementação de fato é romper os 
“guetos” que existem dentro das unidades executoras do programa. 
A falta de coordenação política da AEB não é apenas sistêmica, mas também 
endógena. Por razões diversas, a unidade não dispõe de quadro próprio de pesso-
al, nem tampouco recebe integrantes das carreiras de Ciência de Tecnologia dos 
3 Lei nº 10.973, de 2 de dezembro de 2004, que dispõe sobre incentivos à inovação e à pesquisa cien-
tífica e tecnológica no ambiente produtivo e dá outras providências.
4 Lei nº 9.994, de 24.07.2000, que institui o Programa de Desenvolvimento Científico e Tecnológico 
do Setor Espacial, e dá outras providências.
5 “O PNAE – Programa Nacional de Atividades Espaciais – aspectos orçamentários”, Raquel Dolabela 
de Lima Vasconcelos. 
164 Cadernos ASLEGIS | ฀ ฀ ฀ ฀
quadros do governo federal, em especial do Ministério da Ciência e Tecnologia. 
O espaçoso prédio que a Agência ocupa na capital do país é ocupado apenas por 
90 funcionários, o que dá a sensação de “vazio espacial”. 
Juntamente com as restrições orçamentárias, a própria Agência reconhece 
a falta de coordenação política como um dos entraves ao avanço, de maneira 
satisfatória, das ações espaciais, sendo que a principal atribuição prática da AEB, 
hoje, é repassar recursos oriundos do orçamento federal para os órgãos executo-
res da Política Espacial, como Inpe e IAE, além de honrar os acordos internacio-
nais, como as contrapartidas da binacional Alcântara Cyclone Space. 
A consequência é a incapacidade do Sistema Nacional de Desenvolvimen-
to das Atividades Espaciais (SINDAE), no seu conjunto, de cumprir as metas, 
diretrizes e ações previstas no PNAE, em sua versão inicial ou nas revisadas. A 
elevação da curva orçamentária nos últimos anos, comparada à última década, 
tem injetado ânimo nos dirigentes das instituições do SINDAE. Entretanto, 
problemas de gestão fizeram com que parte dos recursos voltassem para os co-
fres públicos, em que pese as carências financeiras, tecnológicas e de pessoal das 
pesquisas científicas. 
Um dos principais vértices do PNAE, o desenvolvimento do lançador de sa-
télites ou outros artefatos, enfrentrou três fracassos sucessivos. O projeto Veículo 
Lançador de Satélites (VLS), de construção de um veículo com capacidade para 
lançar no espaço satélites de pequeno e médio porte, com até 600 kg em órbitas 
de até 800 km, praticamente estagnou-se após a explosão do foguete, em 22 de 
agosto de 2003, durante os preparativos para o terceiro lançamento, matando 
21 especialistas. Em todo o mundo, os resultados da política espacial são difíceis, 
os fracassos fazem parte do processo e a persistência, em razão da demora nos 
resultados, é componente fundamental.
A possibilidade de ocorrência de spin-offs, que são o uso em novas aplica-
ções de tecnologias ou de soluções desenvolvidas com outro fim, impede que o 
retorno dos investimentos seja plenamente quantificável. A filosofia de maxi-
mização dos resultados com minimização dos custos é recomendável em razão 
das dificuldades de instituir novas fontes de financiamento para o programa e 
aumentar, de forma significativa, o seu orçamento, porém há outras prioridades 
a serem enfrentadas no Brasil além da conquista dos objetivos espaciais, como 
a renovação da frota de aviões e a implementação de um programa de defesa, 
apenas para mencionar áreas congêneres. 
No Brasil, o programa produziu ganhos, especialmente em termos de forma-
ção de recursos humanos e criação de infraestrutura de C&T. Os investimentos 
brasileiros no campo espacial, durante os últimos 30 anos, permitiram ao país 
165Artigos & Ensaios
formar quadros competentes de especialistas, consolidar instituições nacionais 
de pesquisa e desenvolvimento científico e tecnológico, implantar importantes 
laboratórios e iniciar a formação de uma indústria espacial. 
Merecem destaque algumas ações isoladas, entre elas: o lançamento do pri-
meiro satélite desenvolvido no Brasil, o SCD1, em 9 de fevereiro de 1993, e a 
implantação da infraestrutura básica para as futuras missões espaciais brasileiras, 
incluindo-se o Laboratório de Integração e Testes de Satélites (LIT) e o Centro 
de Rastreio e Controle de Satélites (CRC), ambos no Inpe, além da implantação 
do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA).
Entretanto, várias metas do programa não foram atingidas, como descrito 
a seguir: 
1. Conforme o PNDAE de 1998, com projeção para o ano de 2007, o 
Brasil deveria desenvolver autonomia no desenvolvimento de satélites. 
A construção dos satélites da série SCD foi uma demonstração de que 
o Brasil prosperou no processo de integração de um artefato espacial, 
em que pese vários componentes tenham sido adquiridos no exterior. 
Entretanto, o projeto não teve seqüência e o INPE empenhou-se então 
numa parceria exitosa, porém com limitados resultados de transferência 
de tecnologia: a parceria sino-brasileira para a construção da série de 
satélites CBERS. O desenvolvimento do CBERS 3 estava previsto para 
2009, o CBERS 4 deveria ser lançado em 2011, o que não deve ocorrer. 
Em maio de 2009, em visita do presidente Lula à China, os chineses 
negaram-se a assinar acordo para desenvolvimento dos CBERS 5 e 6, 
alegando que o Brasil não conseguiu cumprir o cronograma e as metas 
orçamentárias estabelecidas. 
2. As ações do PNAE não atendem a demandas dos diversos órgãos go-
vernamentais, entre elas, o levantamento geológico, monitoramento or-
bital de queimadas e monitoramento orbital de desmatamentos. Esses 
monitoramentos são feitos hoje por satélites estrangeiros contratados 
com essa finalidade.
3. Em 2000, aprovou-se na Câmara dos Deputados legislação para criar 
um fundo que destinasse recursos para a área espacial, o CT-Espacial. 
Acreditava-se que, pela posição geográfica da base de Alcântara, a 2,3 
graus abaixo da linha do Equador, o que favorece os lançamentos em 
termos de economia de combustível, o Brasil poderia competir no mer-
cado internacional de lançamento de satélites. Assim, a principal fonte 
166 Cadernos ASLEGIS | ฀ ฀ ฀ ฀
de recursos prevista no CT-Petro é a de lançamentos, entretanto, a base 
de Alcântara nunca foi viável comercialmente. Na tentativa de viabilizar 
a base, Brasil e Ucrânia assinaram acordo para a criação da Alcântara 
Cyclone Space – ACS, binacional que será responsável pelo lançamento 
dos foguetes ucranianos da família Cyclone. No entanto, as obras de 
infra-estrutura necessárias para a implantação da plataformade lança-
mento do foguete Cyclone 4, previstas para 2010, sequer começaram. 
A argüição da propriedade da área geográfica original do CLA remete 
hoje à discussão inclusive sobre a continuidade do acordo.
O estudo do Conselho de Altos Estudos e Avaliação Tecnológico, relatado 
pelo então Deputado Rodrigo Rollemberg, é um dos mais abrangentes docu-
mentos sobre a política espacial brasileira e deu início a uma das mais recentes 
ações para dar uma “sacudida” no programa nacional. Por iniciativa do Conse-
lho, está tramitando o Projeto de Lei nº 7.526, de 2010, que cria incentivos às 
indústrias espaciais, instituindo o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Tec-
nológico da Indústria Espacial (PADIE). O programa prevê redução tributária 
e isenção fiscal para aqueles que investirem em pesquisa científica e tecnológica 
na área espacial no país.
O mercado mundial está estimado, conforme dados fornecidos pela AEB, 
em 13 bilhões de dólares em 3 anos. O Brasil espera conquistar 30% desse total, 
ou seja, 4 bilhões de dólares em 10 anos.
Considerações finais
Este ensaio é mais uma contribuição para repensar a política espacial brasi-
leira e seus impactos nos destinos do país. Dois fatores são relevantes neste con-
texto: nas últimas décadas, nunca se discutiu tanto a política espacial brasileira 
como nos últimos dois anos, ao mesmo tempo em que essa discussão ocorre 
no momento em que o Brasil se prepara para galgar melhores posições entre os 
países em desenvolvimento, com um crescimento econômico acelerado.
Momentos de prosperidade econômica são propícios para que as autorida-
des olhem além do horizonte das políticas públicas sociais mais imediatas, pen-
sando em ações estratégicas que farão a diferença nas próximas décadas. Assim 
como em outros setores, uma política estagnada é, na verdade, um grande atra-
so, porque as demais nações avançam a passos largos, como é o caso da Índia, 
Coréia do Sul e Argentina.
Nesse cenário, é natural que o sentimento que predomina no âmbito da po-
lítica espacial brasileira seja de desânimo, mesmo considerando-se a renovação 
167Artigos & Ensaios
dos titulares das pastas mais importantes para o tema na Esplanada dos Minis-
térios, como o Ministério da Ciência e Tecnologia e das Comunicações, além da 
própria mudança de comando na Agência Especial Brasileira. 
Existe uma crença generalizada no setor de que somente a mudança na es-
trutura política do programa, com o retorno da AEB ao núcleo do governo, vol-
tando a ser vinculada à Presidência da República, dará novo fôlego ao programa, 
inclusive em termos financeiros.
A crise na área espacial está longe de ser apenas de fundo monetário, pas-
sando uma questão de identidade do próprio programa, até uma necessidade 
de sensibilização das autoridades brasileiras no sentido de que não é na base do 
“fazendo as contas na ponta lápis” que se faz um programa espacial, nem com 
um olho na folhinha do calendário. O que precisa é da decisão de que qualquer 
esforço para incrementar a estrutura científica, investir nos projetos e valorizar 
a ciência espacial no Brasil vale a pena, num plágio à música “Paula e Bebeto”, 
de Milton Nascimento. Antes de conquistar o espaço, é preciso que o governo 
brasileiro decida-se por reconquistar a dignidade do Programa Nacional de Ati-
vidades Espaciais, visto no passado como exemplo de política séria, ambiciosa e 
imprescindível para o país. 
Referências Bibliográficas
AGÊNCIA ESPACIAL BRASILEIRA [AEB]. Programa Nacional de 
Atividades Espaciais, PNAE: 2005-2014. Brasília, 2005. Disponível em: 
<http://www.aeb.gov.br/download/PDF/PNAE_web.pdf> Acesso em: 27 
mar. 2010
BRASIL. Câmara dos Deputados. Comissão Externa destinada a fazer diag-
nóstico técnico sobre o acidente com o Veículo Lançador de Satélite VLS-
1 e sobre o Programa Espacial Brasileiro, podendo deslocar-se à Base de 
Alcântara - MA, ao Centro Técnico Aeroespacial - CTA, em São José dos 
Campos – SP, ou a qualquer outra localidade que se fizer necessário. Relató-
rio final. Brasília, 2004a. Documento de arquivo.
______. Decreto nº 1.332, de 8 de dezembro de 1994. Aprova a atualização 
da Política de Desenvolvimento das Atividades Espaciais – PNDAE. Diário 
Oficial da União, Brasília, 9 dez. 1994a, Seção 1, p. 887.
______. Lei nº 8.854, de 10 de fevereiro de 1994. Cria, com natureza civil, 
a Agência Espacial Brasileira (AEB), e dá outras providências. Diário Oficial 
da União, Brasília, 11 fev. 1994b. Seção 1, p. 2089.
168 Cadernos ASLEGIS | ฀ ฀ ฀ ฀
______. Lei nº 10.973, de 2 de dezembro de 2004. Dispõe sobre incentivos 
à inovação e à pesquisa científica e tecnológica no ambiente produtivo e dá 
outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 3 dez. 2004b. Seção 
1, p. 2.
______. Ministério da Ciência e Tecnologia. Fundo Setorial Espacial. Bra-
sília, 2008b. Disponível em: <http://www.mct.gov.br/index.php/content/
view/1411.html>. Acesso em: 10 jun. 2010.
A política espacial brasileira / relator: Rodrigo Rollemberg ; Elizabeth Ma-
chado Veloso (coord.) ; Alberto Pinheiro de Queiroz Filho ... [et al.]. – Bra-
sília : Câmara dos Deputados, Edições Câmara, 2010. 2 v. – (Série cadernos 
de altos estudos ; n. 7)