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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ 
INSTITUTO DE CIÊNCIAS MÉDICAS 
FACULDADE DE MEDICINA 
ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE III 
 
 
 
 
 
 
MARCOS EDUARDO FERREIRA DOS SANTOS 
MARIA EDUARDA NUNES AVELAR DO CARMO 
QUÉREN-HAPUQUE ALBUQUERQUE DE OLIVEIRA 
RAÍSSA VIEIRA DE SOUZA 
THIAGO SOUZA LUZ 
 
 
 
 
 
 
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO SITUACIONAL DE CONSCIENTIZAÇÃO E 
EDUCAÇÃO NA ABORDAGEM DA HANSENÍASE: um plano para Informar e Capacitar 
a Comunidade e Agentes Comunitários de Saúde 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BELÉM-PA 
2023
 
 
 
MARCOS EDUARDO FERREIRA DOS SANTOS 202209740051 
MARIA EDUARDA NUNES AVELAR DO CARMO 202209740119 
QUÉREN-HAPUQUE ALBUQUERQUE DE OLIVEIRA 202209740171 
RAÍSSA VIEIRA DE SOUZA 202209740111 
THIAGO SOUZA LUZ 202209740069 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO SITUACIONAL DE CONSCIENTIZAÇÃO E 
EDUCAÇÃO NA ABORDAGEM DA HANSENÍASE: um plano para Informar e Capacitar 
a Comunidade e Agentes Comunitários de Saúde 
 
 
 
 
 
 
Planejamento Estratégico Situacional 
apresentado à Faculdade de Medicina da 
Universidade Federal do Pará – Campus Belém, 
sob orientação da Prof.ª Dr.ª Maria do Socorro 
Marques Azevedo, como requisito de obtenção 
de conceito parcial no módulo de Atenção 
Integral à Saúde III. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BELÉM-PA 
2023
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 3 
2. OBJETIVOS ...................................................................................................................... 5 
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ......................................................................................... 6 
4. METODOLOGIA ........................................................................................................... 12 
4.1 Momento Explicativo: ............................................................................................. 13 
4.2 Momento Normativo ................................................................................................ 15 
4.2.1 Organizativo ....................................................................................................... 16 
4.2.2 Político ................................................................................................................ 18 
4.2.3 Financeiro ........................................................................................................... 19 
4.2.4 Cognitivo ............................................................................................................ 21 
4.3 Momento Estratégico ............................................................................................... 22 
4.1 Momento Tático-Operacional ................................................................................. 23 
5. RESULTADOS ................................................................................................................ 27 
6. LIMITAÇÕES ................................................................................................................. 32 
REFERÊNCIAS...................................................................................................................... 33 
ANEXOS.................................................................................................................................. 35 
 
 
 
3 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
A hanseníase é uma doença infecciosa e contagiosa de curso crônico, causada pelo 
bacilo Mycobacterium leprae. Afeta principalmente a pele, membranas mucosas e os nervos 
periféricos dos membros, como braços e pernas, podendo resultar em danos neurais 
permanentes se o diagnóstico for tardio ou o tratamento for ineficaz. A infecção pode atingir 
pessoas de ambos os sexos e todas as idades, mas requer um longo período de exposição à 
bactéria, e apenas uma pequena parcela das pessoas infectadas desenvolve a doença. As lesões 
neurais associadas a essa condição são a principal causa de incapacitação, contribuindo 
significativamente para o estigma e discriminação enfrentados pelas pessoas afetadas (Brasil, 
2023). 
A doença persiste ao longo dos anos, sendo considerada uma enfermidade secular e, por 
muito tempo, conhecida vulgarmente como “Lepra”. Aqueles que a possuíam eram 
estigmatizados como “Leprosos” e excluídos do convívio social. A segregação e confinamento 
dos doentes foram práticas arraigadas na sociedade ocidental por muito tempo, inclusive sendo 
incorporadas pela medicina ocidental como base da ação terapêutica, onde o isolamento dos 
doentes era visto como uma via obrigatória para a cura (Pinto, 1995). Na contemporaneidade, 
há um esforço para combater o preconceito, a estigmatização do paciente e oferecer tratamento 
adequado com base em evidências científicas, visto que a hanseníase é considerada uma das 
doenças negligenciadas no Brasil e no mundo. 
A busca ativa é uma das atividades da Estratégia de Saúde da Família, realizada por 
todos os membros da equipe em seu território de referência, tendo o Agente Comunitário de 
Saúde (ACS) um papel de destaque devido ao seu vínculo com o território. Essa ação está 
diretamente ligada à integralidade, um dos atributos da Atenção Primária à Saúde (APS), pois 
aproxima as ações e intervenções de saúde das necessidades da população adstrita, da 
comunidade e do território. A busca ativa é importante tanto para a vigilância epidemiológica 
quanto para a identificação das necessidades de saúde e socioeconômicas da população (Brasil, 
2023). 
Diversas perspectivas complementares de educação em saúde na atenção básica 
representam uma oportunidade significativa para alcançar uma abordagem educativa completa 
no cuidado em saúde. As estratégias de educação em saúde enfatizam a importância de envolver 
todos os participantes em todas as fases do processo educativo. Elas se baseiam em diretrizes 
que promovem a participação ativa da população e fortalecem sua autonomia, garantindo que 
a eficácia dos processos educacionais requer engajamento, compartilhamento de 
4 
 
 
responsabilidades e autonomia (Fittipaldi et al., 2021). 
Nesse sentido, a hanseníase apresenta-se como uma doença invisibilizada e 
negligenciada, principalmente no que diz respeito às taxas de subnotificação encontradas, 
sobretudo, no ambiente da Estratégia de Saúde da Família (ESF). 
 
5 
 
 
2. OBJETIVOS 
 
Realizar entrevistas para avaliar o conhecimento sobre a hanseníase da comunidade 
residente no Conjunto Radional II, identificando lacunas e equívocos nas informações 
referentes aos aspectos gerais, diagnóstico, tratamento, transmissão, prognóstico e conduta 
perante o doente. Após a avaliação, desenvolver estratégias educativas personalizadas, com 
foco nos temas em que apresentaram desconhecimento ou equívocos sobre a hanseníase. 
Conduzir entrevistas individuais e coletivas com os ACS para avaliar suas habilidades 
de orientação a suspeitos de hanseníase, garantindo que estejam cientes de suas 
responsabilidades, saibam conduzir a busca ativa e estejam atualizados sobre as informações 
relacionadas à doença. Com base nas entrevistas, desenvolver capacitação específica para os 
ACS, fornecendo informações corretas sobre hanseníase, reforçando suas responsabilidades e 
promovendo melhores práticas no contexto da busca ativa. 
Além da educação individual, promover sensibilização comunitária através da 
disseminação de informações corretas sobre hanseníase em panfletos, objetivando a redução do 
estigma associado à doença e o incentivo a procura por diagnóstico e tratamento. Nos diálogos, 
incentivar a comunidade e os ACS a reportarem casos suspeitos de hanseníase, contribuindo 
para a detecção precoce e tratamento eficaz da doença. Além disso, promover uma abordagem 
mais empática e inclusiva. 
Realizar uma avaliação final para medir o impactodas estratégias implementadas, 
comparando o conhecimento prévio e pós-educação na comunidade, assim como a eficácia da 
ação de capacitação dos ACS, tendo em vista seu papel fundamental na relação ESF e 
comunidade, sendo destaque como agentes primordiais na realização da busca ativa.
6 
 
 
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 
 
As informações sobre a hanseníase, dispostas abaixo, foram retiradas de trabalhos 
encontrados na PubMed, BVS e Periódicos Capes. 
A hanseníase é uma doença infectocontagiosa, granulomatosa e crônica, causada pelo 
bacilo Mycobacterium leprae, agente etiológico intracitoplasmático que afeta macrófagos e 
células de Schwann (Kundakei, 2019). Os seres humanos são considerados a principal fonte de 
infecção e a doença tem um período médio de incubação de 2 a 7 anos, que pode se estender 
por até duas décadas (Penna, 2011; Brasil, 2016). 
De maneira predominante, o infectado pode apresentar manifestações cutâneas, nos 
nervos periféricos, na mucosa do trato respiratório superior, podendo resultar em neuropatia e 
consequências associadas a longo prazo. A transmissão ocorre quando uma pessoa com 
hanseníase, na forma infectante da doença, sem tratamento, elimina o bacilo para o meio 
exterior, infectando outras pessoas suscetíveis, ou seja, com maior probabilidade de adoecer 
(Brasil, 2017). 
A fisiopatologia da hanseníase é multifatorial, com aspectos genéticos, imunológicos e 
ambientais determinando a suscetibilidade do indivíduo ao bacilo (Junior, 2022). Já a forma de 
eliminação do bacilo pelo doente ocorre por intermédio das vias aéreas superiores (por meio do 
espirro, tosse ou fala), e não pelos objetos utilizados pelo paciente. Também, é necessário um 
contato próximo e prolongado. 
Os pacientes são classificados a depender do número de lesões na pele (Figura 1), como 
paucibacilares (PB) ou multibacilares (MB) - classificação operacional utilizada no território 
nacional (Ministério da Saúde, 2017). Os doentes com poucos bacilos – paucibacilares (PB) – 
não são considerados importantes fontes de transmissão da doença, devido à baixa carga bacilar, 
já as pessoas com muitos bacilos – multibacilares (MB) – constituem o grupo contagiante, 
mantendo-se como fonte de infecção enquanto o tratamento específico não for iniciado 
(Ministério da Saúde, 2017). 
Por conseguinte, esta enfermidade pode ser classificada de forma clínica e operacional, 
na qual a clínica é caracterizada por indeterminada, que é a forma inicial da doença, ou seja, 
tuberculóidea, evoluindo espontaneamente para a cura na maioria dos casos ou para as outras 
formas da doença em cerca de 25% dos casos. A hanseníase tuberculóide é a forma mais 
benigna e localizada, ocorre em pessoas com alta resistência ao bacilo. As lesões são poucas 
(ou única), de limites bem definidos e um pouco elevados e com ausência de sensibilidade 
(dormência). A hanseníase dimorfa é a forma intermediária que é resultado de uma imunidade 
7 
 
 
também intermediária O número de lesões é maior, formando manchas que podem atingir 
grandes áreas da pele, envolvendo partes da pele sadia. Na hanseníase virchowiana a imunidade 
é nula e o bacilo se multiplica muito, levando a um quadro mais grave, com anestesia dos pés 
e mãos que favorecem os traumatismos e feridas que podem causar deformidades, atrofia 
muscular, inchaço das pernas e surgimento de nódulos na pele (Andreazzi, 2007). 
 
Figura 1 – Classificação da hanseníase. 
 
Fonte: Secretaria de Saúde, Governo do Estado do Ceará, 2023. 
 
O aspecto diagnóstico da hanseníase é feito por meio do exame clínico de avaliação 
dermatológica e neurológica, sendo concluído por meio da realização do exame laboratorial, 
através da baciloscopia, onde são feitas raspagens intradérmicas diretamente nas lesões 
hansênicas e de outros locais, a fim de observar a presença do Mycobacterium leprae (Batista, 
2011). Os casos com suspeita de comprometimento neural, sem lesão cutânea (suspeita de 
hanseníase neural primária), e aqueles que apresentam área com alteração sensitiva e/ou 
autonômica duvidosa e sem lesão cutânea evidente, deverão ser encaminhados para unidades 
de saúde de maior complexidade para confirmação diagnóstica (Brasil, 2023). 
Recomenda-se que, nessas unidades, tais pacientes sejam submetidos novamente aos 
exames dermatológico e neurológico criteriosos, à coleta de material para exames laboratoriais 
(baciloscopia, histopatologia cutânea ou de nervo periférico sensitivo), a exames 
eletrofisiológicos e/ou outros mais complexos, para identificar comprometimento cutâneo ou 
neural discreto e realizar diagnóstico diferencial com outras neuropatias periféricas. 
Em crianças, o diagnóstico da hanseníase exige avaliação ainda mais criteriosa, diante 
da dificuldade de aplicação e interpretação dos testes de sensibilidade. É importante destacar 
que casos de hanseníase em crianças podem sinalizar transmissão ativa da doença, 
8 
 
 
especialmente entre os familiares; por esse motivo, deve-se intensificar a investigação dos 
contatos. 
O diagnóstico de hanseníase deve ser recebido de modo semelhante ao de outras 
doenças curáveis. Entretanto, se vier a causar sofrimento psíquico, tanto a quem adoeceu quanto 
aos familiares ou pessoas de sua rede social, essa situação requererá uma abordagem apropriada 
pela equipe de saúde, para tomadas de decisão que incidam para uma melhor adesão ao 
tratamento e enfrentamento aos problemas psicossociais (Brasil, 2023). 
Além disso, é importante analisar que a incapacidade física acomete aproximadamente 
23,0% dos pacientes com hanseníase após a alta (Gonçalves, 2009). Por esse motivo, a 
avaliação e o monitoramento do estado em que se encontram os pacientes são essenciais para a 
preservação da estrutura e função do nervo periférico, contribuindo para a identificação precoce 
de complicações neurais e incapacidades (Goulart, 2002). 
As incapacidades na hanseníase podem ser divididas em graus 0, 1 e 2: no grau 0 o 
paciente não apresenta alteração nos olhos, mãos e/ou pés; no grau 1, apresenta diminuição ou 
perda da sensibilidade nos olhos, nas mãos e/ou pés; no grau 2, apresenta lesões mais graves 
em olhos, mãos e pés (Ribeiro, 2015). Dessa maneira, a detecção precoce e o tratamento são 
essenciais frente à doença. 
Conforme o Ministério da Saúde (2016), o tratamento da hanseníase pode ser observado 
na Figura 2, tendo diferentes formas de ser implementado, dependendo da apresentação clínica 
do paciente. 
 
Figura 2 - Plano de tratamento medicamentoso contra a hanseníase. 
 
Fonte: Diretrizes para vigilância, atenção e eliminação da hanseníase como problema de saúde pública 
(2016) 
 
9 
 
 
Sendo assim, a poliquimioterapia emprega esquemas baseados na classificação 
operacional. Para paucibacilares, são 6 doses, incluindo 1 dose de rifampicina 600 mg/mês e 
dapsona 100 mg/dia. Para multibacilares, são 12 doses, adicionando clofazimina, 1 dose de 300 
mg/mês e 50 mg/dia (Brasil, 2010). Quando se relaciona com paciente pediátrico as doses se 
alteram de acordo com o quadro apresentado. 
No entanto, apesar do acesso ao tratamento, o estigma e o preconceito, ainda permeiam 
a vida das pessoas afetadas pela hanseníase (Cavalcante,2020; Silva, 2020), e a trajetória e o 
imaginário construído pela sociedade em relação à doença favorecem o diagnóstico tardio e o 
abandono do tratamento (Lana, 2022). Sendo assim, o enfrentamento dessas duas problemáticas 
constitui os desafios dos serviços de Atenção Primária em Saúde (APS), cuja estratégia 
prioritária é a Saúde da Família. 
Faz-se oportuno, portanto, salientar que a necessidade das ações de controle da 
hanseníase estarem alicerçadas nos atributos da APS, para que a assistência deixe de ser 
centrada na doença. Assim, a Atenção Primária em Saúde deve ser a porta de entrada 
preferencial do Sistema de Saúde para realizar o acompanhamento longitudinal e integral da 
pessoa, da famíliae da comunidade (Brasil, 2019; Organização Mundial da Saúde, 2021). A 
detecção precoce, a melhoria da aceitação do diagnóstico e a adesão ao tratamento e às práticas 
de autocuidado podem ser alcançadas com a redução do preconceito na comunidade 
(Organização Mundial da Saúde, 2021). 
Nesse sentido, o Agente Comunitário de Saúde é de fundamental importância no 
enfrentamento da hanseníase. Ele integra a equipe da Estratégia Saúde da Família e tem como 
atribuição o exercício de atividades de prevenção de doenças e promoção da saúde (Brasil, 
2018). Este profissional, no contexto da hanseníase, desenvolve atividades que incluem: 
orientar sobre o autocuidado, identificar sinais e sintomas e realizar encaminhamento dos casos 
suspeitos à Unidade Básica de Saúde (UBS), orientar quanto à necessidade da conclusão do 
tratamento, realizar busca ativa, realizar atividades de educação em saúde para a população e 
preencher ficha de cadastro de famílias (Brasil, 2018). 
Contudo, apesar das atribuições dos ACS, tem sido observado que as capacitações sobre 
hanseníase são tímidas, havendo a necessidade de ofertas de cursos sobre a temática, pautadas 
em uma metodologia crítica reflexiva para uma mudança significativa do cenário 
epidemiológico da hanseníase (Alencar, 2012). 
Outrossim, o Brasil ocupa a 2ª posição do mundo entre os países que registram casos 
novos de hanseníase. Em razão de sua elevada carga, a doença permanece como um importante 
problema de saúde pública no país, sendo de notificação compulsória e investigação obrigatória 
10 
 
 
(Organização Mundial da Saúde, 2023). O país é responsável por 93% dos casos de hanseníase 
no continente americano. 
No Pará, foram registrados 3.432 casos de hanseníase no ano de 2014, e em 2013, na 
cidade de Belém, 181 novos casos (Ferreira, 2020). Segundo dados coletados no DATASUS a 
respeito da notificação de hanseníase, no município de Belém, considerando a variável 
escolaridade e período de 2017- 2022 (Tabela 1), foram encontrados 72,2% se concentrando 
em pessoas que não possuem o ensino superior completo (DATASUS, 2022), evidenciando que 
a escolaridade faz parte de uma das determinantes sociais da doença, em concomitância com a 
renda e condições de moradia, o que indica a necessidade de políticas públicas e sociais efetivas 
para o seu controle (Monteiro, 2017). 
 
Tabela 1 - Frequência por Escolaridade e Ano Diagnóstico Município de Belém, de 2017 a 2022. 
ESCOLARIDADE 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 Total 
Ign/Branco 4 69 74 52 28 24 25 276 
Analfabeto - 13 7 5 4 6 1 36 
1ª a 4ª série incompleta do EF - 31 31 39 15 27 13 156 
4ª série completa do EF - 10 7 8 6 7 6 44 
5ª a 8ª série incompleta do EF - 42 35 38 28 25 18 186 
Ensino fundamental completo 1 17 14 7 12 7 5 63 
Ensino médio incompleto - 29 25 24 18 12 10 118 
Ensino médio completo 2 47 63 51 29 30 17 239 
Educação superior incompleta - 6 5 2 5 5 3 26 
Educação superior completa - 17 6 12 5 9 4 53 
Não se aplica - 1 - - 1 - 2 4 
TOTAL 7 282 267 238 151 152 104 1201 
Fonte: Ministério da Saúde/SVS - Sistema de Informação de Agravos de Notificação - Sinan Net. 
 
No município de Belém, localizado no estado do Pará, e em toda a Região Amazônica, 
a hanseníase tem uma maior incidência em áreas caracterizadas por baixa qualidade de vida. 
Esse cenário evidencia um padrão elevado de endemicidade da doença, destacando a urgência 
de intensificar as ações de vigilância epidemiológica (Brasil, 2011; Lanza, 2011). Dessa forma, 
11 
 
 
as atividades para o controle da hanseníase abrangem a investigação epidemiológica do caso, 
incluindo a vigilância dos contatos domiciliares do paciente, juntamente com outras práticas de 
vigilância epidemiológica específicas para a hanseníase. 
O tratamento integral do portador da doença compreende a prescrição do esquema de 
tratamento poliquimioterapia (PQT), adaptado à situação clínica do paciente. Esse tratamento 
envolve o acompanhamento do caso de hanseníase, tanto durante quanto após a conclusão do 
PQT. Durante esse processo, são realizadas consultas mensais, abrangendo avaliação clínica 
geral e dermatoneurológica. A administração da dose supervisionada dos medicamentos faz 
parte desse acompanhamento rigoroso. Além disso, são identificadas e tratadas as pessoas que 
apresentam efeitos colaterais decorrentes do uso dos medicamentos, bem como outras 
intercorrências que possam surgir durante e após o tratamento com PQT (Brasil, 2010). 
Aos profissionais da saúde cabe, ainda, a prescrição e/ou execução de técnicas simples 
de prevenção de incapacidades, orientação ao doente para a realização do autocuidado 
adequado ao seu caso, e, quando necessário, o encaminhamento do paciente para ações de maior 
complexidade. Ademais, a prescrição de alta por cura das pessoas que tiverem completado o 
número de doses dos medicamentos do esquema de tratamento PQT adotado, a realização de 
atividades educativas junto às pessoas em tratamento e seus familiares, identificação e busca 
de pacientes faltosos e em abandono (Souza, 2013). 
Aos profissionais de saúde cabe também realizar não somente atividades de controle da 
hanseníase, como também desenvolver atividades educativas junto aos portadores e seus 
familiares, visando a adesão e a regularidade deste ao tratamento integral da hanseníase. Esses 
portadores, bem como suas famílias, devem ser informados sobre a importância do tratamento 
e criar oportunidades para que eles discutam seus problemas em relação à hanseníase e ao seu 
tratamento. A interação da equipe de saúde com a pessoa deve ser estabelecida através de um 
diálogo respeitosa e da troca de experiências entre pessoas que têm conhecimentos diferentes 
O profissional deve compreender seus valores, opiniões, conhecimentos, seus medos 
preconceitos, como ele entende a sua doença e o que faz sentido para ele (Brasil, 2008). 
Por fim, o profissional da saúde não deve deixar de considerar as determinantes sociais 
que influenciam na epidemiologia da doença, tendo, assim, o objetivo concreto de aumentar a 
adesão ao tratamento, reduzir a subnotificação e desconstruir o estigma associado à doença 
hanseníase nos Estados e Municípios brasileiros, principalmente no Conjunto Radional II. 
12 
 
 
4. METODOLOGIA 
 
O Planejamento Estratégico Situacional (PES) em saúde é uma metodologia que tem o 
objetivo de melhorar a gestão e a qualidade dos serviços de saúde, ao levar em conta as 
características e os problemas de cada situação. O PES permite a análise de um problema a 
partir da perspectiva da análise do autor que o reporta, da identificação das causas identificadas 
e da exploração de diferentes maneiras para propor as situações. Desse modo, serão abordados, 
nessa metodologia, os 4 momentos do PES: explicativo, normativo, estratégico e tático-
operacional. 
No momento explicativo, o problema é analisado e suas causas são identificadas. 
Primeiramente, esse momento é divido em 3 etapas, sendo elas a definição dos descritores e a 
fonte de verificação, a definição das causas imediata, intermediária e de fundo, e o 
estabelecimento do nó crítico e os atores que o controlam, respectivamente. Na primeira etapa, 
o problema é estabelecido por meio ou de indicadores, ou de descritores que o permite ser 
compreendido com facilidade. Esses descritores quantitativos ou qualitativos devem ser 
precisos o bastante para descrever o problema de forma adequada, ao evitar confusão com 
outros problemas e com suas causas e efeitos, além de ter uma fonte de verificação do problema. 
Na segunda etapa do momento explicativo, são selecionadas as causas imediatas, que são os 
fatores mais próximos e diretamente relacionados ao problema de saúde; as causas 
intermediárias estão relacionadas a determinantes sociais, econômicos, culturais ou 
comportamentais que influenciam as causas imediatas; e de fundo que são as causas mais 
profundas e amplas que estão na raizdos problemas de saúde e que relacionam a questões 
estruturais, como a políticas de saúde e social. Na terceira e última etapa, são definidos os nós 
críticos como pontos de intervenção que têm impacto significativo na situação de saúde; e os 
atores que o controlam que são pessoas, grupos, instituições ou poderes que têm influência 
direta sobre esses nós críticos. 
O momento normativo é utilizado para definir a situação objetivo - a qual é definida 
como situação a ser atingida, ou seja, com os problemas resolvidos – que tem como referência 
os nós críticos escolhidos e será atingida a partir do Plano por Operações. Outro ponto 
importante nesse momento é a participação de vetores de descrição, que são classificados em 
VDR (vetor de descrição do resultado) e VDP (vetor de descrição do problema). As operações 
no momento normativo representam papel interventivo que necessitam de recursos de várias 
esferas (política, cognitiva, econômica e organizativa) e que visam gerar resultados positivos. 
Além disso, para cada nó-crítico deve ser elaborada uma operação (ou mais de uma) que atuem 
13 
 
 
como proposta de intervenção para o problema selecionado. Para uma operação acontecer, ela 
deve ter seus produtos e resultados já determinados além dos responsáveis pelas ações, dos 
recursos predominantes empregados e do tempo de realização definidos, o que pode ser feito já 
considerando-se cenário do plano (os cenários possíveis são todas as conformações que 
envolvem o contexto no qual o plano está inserido). 
No momento estratégico há a seleção de estratégias e de intervenções mais apropriadas 
para lidar com os problemas de saúde identificados. É considerado a dinâmica do tempo, uma 
vez que é incluído o momento mais oportuno para agir e quais são as ações prioritárias para 
alcançar os objetivos em questão. As estratégias são planejadas em detalhes e, em seguida, 
implementadas, nessa fase, a alocação dos recursos, a definição dos prazos e a coordenação de 
esforços serão necessárias para a eficiência das ações. 
O momento tático-operacional é aquele responsável pela ação, por implementar o plano. 
Neste caso, o plano não pode ser tido como o desenho no papel, mas sim como ações que têm 
por objetivo uma mudança nos problemas selecionados como resultado. Para tanto, são 
necessárias medidas de gerenciamento e monitoramento; o “triângulo de ferro” consiste, 
justamente, na Teoria das Macroorganizações, que é fundamental para nível local. Nele, tem-
se três pontos importantes a serem obedecidos para a execução das ações, são elas: a Agenda 
do Dirigente, o Sistema de Petição de Prestação de Contas e o Sistema de Gerência por 
Operações; aliado a eles, está o Sistema de Monitoramento e Avaliação do Plano. É importante 
ressaltar, ainda, que a informação é importante em todos os momentos do planejamento. 
Ao analisar a permanência da hanseníase como um problema de saúde pública, pôde-se 
definir o Planejamento Estratégico Situacional, com suas devidas divisões nos momentos 
explicativo, normativo, estratégico e tático-operacional, ao levar em consideração as 
singularidades existentes no cenário em que foi trabalhado. Assim, para melhor visualização do 
planejamento, foram desenvolvidas tabelas que serão explanadas a diante. 
4.1 Momento Explicativo: 
 
As três etapas do momento explicativo podem ser analisadas, organizadamente, nas tabelas 
abaixo: 
 
 
 
 
 
14 
 
 
A permanência da hanseníase em Belém, no ano de 2017 a 2022, com destaque para o 
Conjunto Radional II: Uma Questão Sanitária 
DESCRITORES FONTE DE VERIFICAÇÃO 
72,2% dos casos de hanseníase diagnosticados 
em Belém, no ano de 2017 a 2022, concentram-
se em pessoas que não possuem ensino superior 
completo. 
DataSUS - Frequência por faixa etária, 
segundo ano diagnóstico de 2017 a 2022. 
Existe subnotificação na ESF Radional? Coordenação da ESF Radional. 
 
A permanência da hanseníase em Belém, no ano de 2017 a 2022, com destaque para o 
Conjunto Radional II: Uma Questão Sanitária 
CAUSA DE FUNDO 
CAUSA 
INTERMEDIÁRIA 
CAUSA 
IMEDIATA 
DESCRITORES 
Desigualdade social Baixa escolaridade 
Habitações 
superlotadas 
72,2% dos casos de 
hanseníase 
diagnosticados em 
Belém, no ano de 2017 
a 2022, concentram-se 
em pessoas que não 
adentraram o ensino 
superior. 
Falta de Programas 
intervencionais por parte 
do Ministério da Saúde e 
Educação, nas Escolas, 
para capacitação adequada 
e engajamento dos 
profissionais da educação. 
Falta de informação 
a respeito da doença 
hanseníase. 
Moradias precárias. 
Carência de programas de 
capacitação e incentivo ao 
engajamento dos 
profissionais da saúde, por 
parte da Secretaria de 
Saúde de Belém. 
Falta de capacitação 
da equipe da ESF e 
profissionais da 
educação. 
Más condições de 
higiene. 
Existe subnotificação 
na ESF Radional? 
Falta de engajamento 
dos profissionais da 
saúde e Educação. 
Más condições de 
saneamento básico. 
 
 
NÓ CRÍTICO ATORES QUE O CONTROLAM 
Falta de informações a respeito da doença. 
15 
 
 
Escolas/ESF/Discentes e Docentes do 
Curso de Medicina/Secretaria da 
Saúde/Coordenação da ESF Radional. 
Falta de engajamento dos profissionais da Saúde 
e Educação. 
 
4.2 Momento Normativo 
 
Esse momento pode ser observado nos quadros a seguir: 
 
SITUAÇÃO OBJETIVO 
VDP VDR 
D1 - 72,2% dos casos de hanseníase 
diagnosticados em Belém, no ano de 2017 a 
2022, concentram-se em pessoas que não 
possuem ensino superior completo. 
R1 - Reduzir em 5% os diagnósticos de 
hanseníase em pessoas com baixo grau de 
escolaridade e moradora do território da 
ESF Radional. 
D2 - Existe subnotificação na ESF Radional? R2 - Aumentar o incentivo à busca ativa. 
VDP: Vetor de descrição do problema 
VDR: Vetor de Descrição dos resultados 
D: Descritor 
R: Resultado 
 
NÓ CRÍTICO PROJETO PRODUTOS 
RESULTADOS 
ESPERADOS 
RECURSOS 
NECESSÁRIOS 
Falta de 
informação a 
respeito da 
doença 
hanseníase. Unidos contra a 
Hanseníase. 
Questionário de 
certo ou errado 
para a 
população. População alvo 
informada a 
respeito da 
hanseníase 
Organizativo 
Questionário 
sobre 
conhecimento a 
respeito da 
hanseníase para 
os ACS's. 
Político 
Falta de 
engajamento dos 
profissionais da 
saúde e educação. 
Panfleto para a 
população leiga 
e ACS's. 
Subnotificação 
reduzida na ESF 
Radional. 
Econômico 
Caneta com a 
arte do projeto. 
Cognitivo 
16 
 
 
Fazendo parte do momento estratégico mais especificamente dos recursos necessários, 
se analisa o aspecto organizativo, político e econômico. Etapas que podem ser analisadas nas 
tabelas abaixo: 
 
4.2.1 Organizativo 
 
 Está atrelado ao processo de selecionar as prioridades, distribuir as responsabilidades 
entre os integrantes e realizar o escalonamento das atividades que deverão ser feitas na ação 
pretendida no território. Por conseguinte, para o projeto “Unidos contra a Hanseníase” a 
seguinte divisão será realizada: 
 
PRIMEIRA ETAPA 
Distribuição dos integrantes: 
- Raíssa na ESF; 
- Maria Eduarda Nunes: atuação na Usina; 
- Quéren-Hapuque: atuação na Usina; 
- Marcos Eduardo: atuação na rua; 
- Thiago Luz: atuação na rua. 
COMO FUNCIONARÁ? 
Cada aluno estará munido de 8 questionários impressos; 
O questionário consta com 5 perguntas de caráter “certo” ou “errado” (Anexo A); 
Abordagem de pessoal: 
- Na ESF, os pacientes presentes serão o alvo da ação, visando não atrapalhar o atendimento 
e seu bem estar; 
- Os estudantes que estarão atuando na rua irão realizar perguntas para os comerciantes e 
pessoas circulantes; 
- Aqueles que se destinarem à usina irão questionar a população que frequenta; 
- Cada pessoa que aceitar responder o questionário será orientada quanto aos erros e dúvidas 
que surgirem a partir da resolução do questionário, visando mitigar a desinformação acerca 
da hanseníase. 
- Será entregue um brindepara todos os participantes entrevistados. 
OBJETIVO 
17 
 
 
Avaliar o nível de informação da população sobre a hanseníase, ao mesmo tempo em que 
realizaremos o processo de educação em saúde, corrigindo as respostas erradas e ampliando 
o conhecimento sobre as certas. 
 
SEGUNDA ETAPA 
Distribuição dos integrantes: 
- Todos os integrantes devem estar na ESF, cada um será responsável pela avaliação, 
separadamente, dos ACS's, priorizando não atrapalhar o fluxo de suas atividades. 
Ocorrerá em uma segunda ida à ESF. Podendo ser realizada por todos os integrantes do 
grupo, cada um abordando um ACS diferente. 
COMO FUNCIONARÁ? 
Conversaremos com os profissionais da ESF, principalmente os ACS's, e os abordaremos 
com as perguntas de caráter “verdadeiro” ou “falso”, contidas no Anexo B, as quais serão 
realizadas oralmente. 
TEOR DAS PERGUNTAS 
2 Perguntas sobre aspectos gerais da hanseníase; 1 sobre diagnóstico; 1 sobre transmissão; 
1 sobre tratamento; 1 sobre busca ativa. 
OBJETIVOS 
Avaliar o nível de informação dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) sobre a hanseníase 
e os aspectos como diagnóstico, cura, tratamento e transmissão. 
 
 
 Essa etapa está correlacionada com a ajuda ou autorização de um ator social que não 
faz parte do trabalho delimitado, sendo assim: 
 
O QUE DEVE SER FEITO? 
Conversar com a coordenação da ESF Radional com o objetivo de obter o acesso para a 
realização das atividades propostas. 
 
 
 
 
18 
 
 
4.2.2 Político 
 
 Está atrelado ao processo de selecionar as prioridades, distribuir as responsabilidades 
entre os integrantes e realizar o escalonamento das atividades que deverão ser feitas na ação 
pretendida no território. Por conseguinte, para o projeto “Unidos contra a Hanseníase” a 
seguinte divisão será realizada: 
 
PRIMEIRA ETAPA 
Distribuição dos integrantes: 
- Raíssa na ESF; 
- Maria Eduarda Nunes: atuação na Usina; 
- Quéren-Hapuque: atuação na Usina; 
- Marcos Eduardo: atuação na rua; 
- Thiago Luz: atuação na rua. 
COMO FUNCIONARÁ? 
Cada aluno estará munido de 8 questionários impressos; 
O questionário consta com 5 perguntas de caráter “certo” ou “errado” (Anexo A); 
Abordagem de pessoal: 
- Na ESF, os pacientes presentes serão o alvo da ação, visando não atrapalhar o atendimento 
e seu bem estar; 
- Os estudantes que estarão atuando na rua irão realizar perguntas para os comerciantes e 
pessoas circulantes; 
- Aqueles que se destinarem à usina irão questionar a população que frequenta; 
- Cada pessoa que aceitar responder o questionário será orientada quanto aos erros e dúvidas 
que surgirem a partir da resolução do questionário, visando mitigar a desinformação acerca 
da hanseníase. 
- Será entregue um brinde para todos os participantes entrevistados. 
OBJETIVO 
Avaliar o nível de informação da população sobre a hanseníase, ao mesmo tempo em que 
realizaremos o processo de educação em saúde, corrigindo as respostas erradas e ampliando 
o conhecimento sobre as certas. 
 
SEGUNDA ETAPA 
19 
 
 
Distribuição dos integrantes: 
- Todos os integrantes devem estar na ESF, cada um será responsável pela avaliação, 
separadamente, dos ACS's, priorizando não atrapalhar o fluxo de suas atividades. 
Ocorrerá em uma segunda ida à ESF. Podendo ser realizada por todos os integrantes do 
grupo, cada um abordando um ACS diferente. 
COMO FUNCIONARÁ? 
Conversaremos com os profissionais da ESF, principalmente os ACS's, e os abordaremos 
com as perguntas de caráter “verdadeiro” ou “falso”, contidas no Anexo B, as quais serão 
realizadas oralmente. 
TEOR DAS PERGUNTAS 
2 Perguntas sobre aspectos gerais da hanseníase; 1 sobre diagnóstico; 1 sobre transmissão; 
1 sobre tratamento; 1 sobre busca ativa. 
OBJETIVOS 
Avaliar o nível de informação dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) sobre a hanseníase 
e os aspectos como diagnóstico, cura, tratamento e transmissão. 
 
4.2.3 Financeiro 
 
 Está atrelado ao processo de selecionar as prioridades, distribuir as responsabilidades 
entre os integrantes e realizar o escalonamento das atividades que deverão ser feitas na ação 
pretendida no território. Por conseguinte, para o projeto “Unidos contra a Hanseníase” a 
seguinte divisão será realizada: 
 
PRIMEIRA ETAPA 
Distribuição dos integrantes: 
- Raíssa na ESF; 
- Maria Eduarda Nunes: atuação na Usina; 
- Quéren-Hapuque: atuação na Usina; 
- Marcos Eduardo: atuação na rua; 
- Thiago Luz: atuação na rua. 
COMO FUNCIONARÁ? 
Cada aluno estará munido de 8 questionários impressos; 
O questionário consta com 5 perguntas de caráter “certo” ou “errado” (Anexo A); 
20 
 
 
Abordagem de pessoal: 
- Na ESF, os pacientes presentes serão o alvo da ação, visando não atrapalhar o atendimento 
e seu bem estar; 
- Os estudantes que estarão atuando na rua irão realizar perguntas para os comerciantes e 
pessoas circulantes; 
- Aqueles que se destinarem à usina irão questionar a população que frequenta; 
- Cada pessoa que aceitar responder o questionário será orientada quanto aos erros e dúvidas 
que surgirem a partir da resolução do questionário, visando mitigar a desinformação acerca 
da hanseníase. 
- Será entregue um brinde para todos os participantes entrevistados. 
OBJETIVO 
Avaliar o nível de informação da população sobre a hanseníase, ao mesmo tempo em que 
realizaremos o processo de educação em saúde, corrigindo as respostas erradas e ampliando 
o conhecimento sobre as certas. 
 
SEGUNDA ETAPA 
Distribuição dos integrantes: 
- Todos os integrantes devem estar na ESF, cada um será responsável pela avaliação, 
separadamente, dos ACS's, priorizando não atrapalhar o fluxo de suas atividades. 
Ocorrerá em uma segunda ida à ESF. Podendo ser realizada por todos os integrantes do 
grupo, cada um abordando um ACS diferente. 
COMO FUNCIONARÁ? 
Conversaremos com os profissionais da ESF, principalmente os ACS's, e os abordaremos 
com as perguntas de caráter “verdadeiro” ou “falso”, contidas no Anexo B, as quais serão 
realizadas oralmente. 
TEOR DAS PERGUNTAS 
2 Perguntas sobre aspectos gerais da hanseníase; 1 sobre diagnóstico; 1 sobre transmissão; 
1 sobre tratamento; 1 sobre busca ativa. 
OBJETIVOS 
Avaliar o nível de informação dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) sobre a hanseníase 
e os aspectos como diagnóstico, cura, tratamento e transmissão. 
 
 
21 
 
 
Para a realização do planejamento estratégico, foi necessário que todos os autores, por 
meio de pesquisas na literatura, obtivessem conhecimento sobre os aspectos gerais da 
hanseníase, diagnóstico, transmissão, tratamento, estigmas associados a doença e as formas 
esperadas de realização da busca ativa, principalmente partindo dos ACS’s. 
4.2.4 Cognitivo 
 
 Está atrelado ao processo de selecionar as prioridades, distribuir as responsabilidades 
entre os integrantes e realizar o escalonamento das atividades que deverão ser feitas na ação 
pretendida no território. Por conseguinte, para o projeto “Unidos contra a Hanseníase” a 
seguinte divisão será realizada: 
 
PRIMEIRA ETAPA 
Distribuição dos integrantes: 
- Raíssa na ESF; 
- Maria Eduarda Nunes: atuação na Usina; 
- Quéren-Hapuque: atuação na Usina; 
- Marcos Eduardo: atuação na rua; 
- Thiago Luz: atuação na rua. 
COMO FUNCIONARÁ? 
Cada aluno estará munido de 8 questionários impressos; 
O questionário consta com 5 perguntas de caráter “certo” ou “errado” (Anexo A); 
Abordagem de pessoal: 
- Na ESF, os pacientes presentes serão o alvo da ação, visando não atrapalhar o atendimento 
e seu bem estar; 
- Os estudantes que estarão atuando na rua irão realizar perguntas para os comerciantes e 
pessoas circulantes; 
- Aqueles que se destinarem à usina irão questionar a população que frequenta; 
- Cada pessoa que aceitar responder o questionário será orientada quanto aos erros e dúvidas 
que surgirem a partir da resolução do questionário, visando mitigar a desinformação acerca 
da hanseníase. 
- Será entregueum brinde para todos os participantes entrevistados. 
OBJETIVO 
22 
 
 
Avaliar o nível de informação da população sobre a hanseníase, ao mesmo tempo em que 
realizaremos o processo de educação em saúde, corrigindo as respostas erradas e ampliando 
o conhecimento sobre as certas. 
 
SEGUNDA ETAPA 
Distribuição dos integrantes: 
- Todos os integrantes devem estar na ESF, cada um será responsável pela avaliação, 
separadamente, dos ACS's, priorizando não atrapalhar o fluxo de suas atividades. 
Ocorrerá em uma segunda ida à ESF. Podendo ser realizada por todos os integrantes do 
grupo, cada um abordando um ACS diferente. 
COMO FUNCIONARÁ? 
Conversaremos com os profissionais da ESF, principalmente os ACS's, e os abordaremos 
com as perguntas de caráter “verdadeiro” ou “falso”, contidas no Anexo B, as quais serão 
realizadas oralmente. 
TEOR DAS PERGUNTAS 
2 Perguntas sobre aspectos gerais da hanseníase; 1 sobre diagnóstico; 1 sobre transmissão; 
1 sobre tratamento; 1 sobre busca ativa. 
OBJETIVOS 
Avaliar o nível de informação dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) sobre a hanseníase 
e os aspectos como diagnóstico, cura, tratamento e transmissão. 
 
4.3 Momento Estratégico 
 
O nível de motivação dos alunos diante das ações que ocorrerão nos dias 29/11 e 06/12 
são as seguintes: 
 
AÇÃO 1 - QUESTIONÁRIO DIRECIONADO À POPULAÇÃO RESIDENTE DO 
CONJUNTO RADIONAL II 
NOME MOTIVAÇÃO 
Marcos Eduardo Ferreira A+ 
Maria Eduarda Nunes A+ 
Quéren-Hapuque A+ 
Raíssa Vieira A+ 
Thiago Souza A+ 
 
23 
 
 
AÇÃO 2 - QUESTIONÁRIO DIRECIONADO AOS ACS's DA ESF RADIONAL 
NOME MOTIVAÇÃO 
Marcos Eduardo Ferreira A+ 
Maria Eduarda Nunes A+ 
Quéren-Hapuque M+ 
Raíssa Vieira A+ 
Thiago Souza M+ 
 
Ao decorrer do planejamento das ações, houve discordância de ideias entre os autores, 
especificamente no desenvolvimento da segunda ação, que foi resolvida por intermédio da 
persuasão. 
 
TRAJETÓRIA DAS AÇÕES 
T1 | 22/11/2023 T2 | 29/11/2024 T3 | 06/12/2025 
Recurso Político: 
autorização para os 
responsáveis da ESF e 
coordenação da Usina 
Questionário direcionado à 
população residente do conjunto 
Radional II 
Questionário direcionado aos 
ACS's da ESF Radional 
 
 
4.1 Momento Tático-Operacional 
 
Questionário direcionado à população residente do conjunto Radional II (Ação 1) – 5 
minutos individualmente com o público-alvo: O público alvo (moradores do Conjunto Radional 
II) será abordado em três ambientes diferentes: Usina da Paz, ESF Radional e população 
residente (comerciantes e circulantes). 
A abordagem ocorrerá com 40 pessoas, sendo que cada um dos 5 alunos do grupo irá 
fazer uma abordagem individualmente (8 pessoas por aluno). Dessa forma, a ação será 
executada em torno de 1 hora e 30 minutos, contando com o deslocamento e o tempo entre uma 
abordagem e outra. 
Questionário direcionado aos ACS's da ESF Radional (Ação 2) – 5 minutos com os 
ACS: A abordagem ocorrerá com no máximo 6 ACS’s, sendo que cada um dos 5 alunos do 
grupo irá fazer uma abordagem individualmente (1 ACS por aluno) e 2 alunos do grupo 
realizarão outra abordagem individualmente com mais 1 ACS’s, totalizando 6 desses 
profissionais entrevistados. Dessa forma, a ação será executada em torno de 40 minutos, 
contando com os contratempos, disponibilidade dos ACS, e levando em consideração que eles 
estarão presentes na ESF. 
24 
 
 
Nesse sentido, quando o plano foi colocado em prática o momento Tático-Operacional 
do grupo “Unidos contra a Hanseníase” se dividiu em 3 dias. O primeiro foi direcionado para 
o momento político (22/11) e os últimos dois dias (29/11 e 06/11) estavam ligados ao momento 
de implantação do projeto no Conjunto Radional II. 
No dia 22/11 o grupo, inicialmente, se reuniu na ESF Radional, com o intuito de aliado 
a professora, definir as metas diárias. Em um primeiro momento o objetivo era entrar em 
contato com os responsáveis da ESF e os ACS's afim de informá-los sobre as ações as quais 
eles também seriam um dos grupos alvo do estudo. Entretanto, no dia 22/11 os agentes 
comunitários não estavam presentes na Estratégia Saúde da Família, postergando, assim, a 
conversa com eles. Outrossim, após diálogo com a professora foi acertado que iríamos até a 
Usina para conseguir o acesso e podermos atuar na área na próxima visita. Sendo assim, a 
equipe - após se organizar na ESF - se dirigiu para a Usina e ao chegar entramos em contato 
com a coordenadora da Biblioteca, senhora Luci, a qual coletou nossos nomes, desenho do 
projeto e os materiais que seriam necessários para o dia da ação. A partir disso, avisou aos 
superiores sobre a aplicação do PES (Projeto Estratégico Situacional) na Usina e permitiu nossa 
entrada no próximo encontro, ou seja, dia 29/11. 
 Foram realizadas duas ações com o tema “Unidos contra a Hanseníase”. Partindo disso, 
no dia 29 de novembro de 2023 foi efetuado o primeiro dia de operação prática com o total de 
29 entrevistas individuais, executadas por 5 estudantes de medicina, aplicadas à população e 
aos funcionários presentes na Usina da Paz Jurunas/Condor, localizada no Conjunto Radional 
II, no município de Belém do Pará, além disso, a ação teve início às 7h30 da manhã e sua 
duração foi de aproximadamente uma hora e meia. Acerca do caráter dos questionários 
aplicados, é importante ressaltar que a pesquisa foi anônima, ou seja, houve proteção da 
identificação de cada entrevistado pelos realizadores da operação. 
Durante a realização das entrevistas, por meio de questionários, foi traçado o perfil 
socioeconômico dos cidadãos em pauta, por intermédio de dados relacionados à idade, à 
profissão e ao nível de escolaridade contidos em cada questionário. Nesse contexto, a análise 
dos conteúdos obtidos nas entrevistas constituiu indicadores que viabilizaram a interpretação 
do nível de conhecimento prévio de cada participante relacionado às condições das variáveis 
inferidas nas informações dos questionários sobre a hanseníase. Através desse processo, pôde-
se proporcionar a troca de informações com a população em questão, visto que a maior parte 
dela já possuía conhecimentos empíricos acerca do tema, sendo assim, os principais pontos 
abordados foram a definição da hanseníase, suas formas de transmissão, os sinais e sintomas 
relacionados a esta doença, os agravamentos dela, o local a ser procurado em caso de suspeita 
25 
 
 
de hanseníase e, por fim, houve a explicação detalhada evidenciando a possibilidade de cura 
para a hanseníase mediante a adesão do tratamento. 
Ao final de cada entrevista, perguntava-se a cada indivíduo se restavam dúvidas sobre 
o assunto, as quais foram esclarecidas quando solicitado. Ademais, foi proporcionado, para 
cada entrevistado, panfletos informativos contendo mais detalhes acerca da hanseníase, isto é, 
neles havia explicações em forma de pequenos textos, imagens de como os sintomas se 
manifestam e o que fazer em caso de suspeita de infecção. No término de cada entrevista, foi 
ofertado um brinde para os entrevistados, como forma de agradecimento pela contribuição na 
ação. Entretanto, é de fundamental importância destacar que, no primeiro dia da ação não foi 
possível realizar o questionário direcionado para os comerciantes e nem para os usuários da 
ESF, somente para as pessoas da Usina, visto que os ACS’s não estavam presentes neste dia, e 
não poderiam acompanhar a equipe da hanseníase, sendo assim foi de igual acordo entre os 
indivíduos do grupo que essa etapa seria transferida para o segundo dia, aliada a próxima ação, 
ou seja, junto aos questionários dos agentes comunitários da saúde. 
 No dia 06 de dezembro de 2023, a equipe se reuniu na ESF Radional e, nos dividimos 
novamente, desta vez objetivando realizar a etapa a qual não foi possível conclui na primeira 
ação. Nesse sentido, uma parte da equipe (Raissa e Quéren- Hapuque) abordou as pessoas que 
esperavam para serem atendidas na ESF. A outraparte da equipe (Maria Eduarda Nunes, 
Marcos Eduardo e Thiago Luz) abordou os Agentes Comunitários de Saúde que estavam 
disponíveis no dia, tendo um resultado total de 13 pessoas entrevistadas nesta etapa, sendo 7 
pacientes e 6 ACS’s. Nesta última abordagem, foi feita uma pequena explicação ao final da 
aplicação dos questionários com alguns ACS's sobre a hanseníase, focado sobretudo nas 
questões feitas no questionário, tendo como ponto chave o processo de salientar a importância 
da busca ativa e como esses profissionais são fundamentais nesta etapa. É válido evidenciar que 
o grupo sentiu dificuldade de acesso aos ACS’s, situação essa a qual se deu devido à ausência 
de grande parte deles no local da ação e a baixa disponibilidade desses trabalhadores em atender 
as expectativas de muitos alunos, cujo PES, em parte, dependia da relação direta de ACS’s e 
estudante. 
 Após isso, o grupo – na companhia da professora Socorro - se dirigiu ao território da 
ESF para interpelar os comerciantes com os questionários, sendo abordados um total de 6 
pessoas desse grupo. Ao final da abordagem foi feita também uma pequena explicação, 
sobretudo, nas questões respondidas erroneamente e no final de cada abordagem foi entregue 
um panfleto sobre a doença hanseníase para cada entrevistado e um brinde como forma de 
agradecimento pela participação. 
26 
 
 
É importante destacar que, ao término de todas as entrevistas, foi conduzida uma 
avaliação para mensurar o impacto das orientações transmitidas, tanto para a comunidade 
quanto para os Agentes Comunitários de Saúde (ACSs). Os resultados revelaram que todos os 
envolvidos demonstraram satisfação e expressaram agradecimento pela informação recebida. 
 Desse modo, é válido evidenciar que o momento tático-operacional do grupo “Unidos 
contra a Hanseníase” conseguiu ultrapassar as barreiras impostas na execução do projeto, 
realizando, assim, com maestria todas as ações planejadas no decorrer da confecção do PES 
(Projeto Estratégico Situacional). Além disso, é importante destacar que a coleta de 
informações superou a planejada, tendo isso em vista, que a quantidade de questionários 
coletados na Usina seriam apenas 16, entretanto, na realização do projeto foi possível coletar 
29 respostas dessa população, os outros, tais como informação dos usuários da ESF, ACS’s e 
comerciantes seguiu-se dentro do esperado, ou seja, 7, 6 e 6 questionários, respectivamente. 
 
27 
 
 
5. RESULTADOS 
 
Ao realizar a análise de dados é necessário constatar que cada questionário continha 6 
perguntas de diferentes temáticas relacionadas à hanseníase. A abordagem ocorreu de forma 
aleatória, não sendo possível, dessa forma, distinguirmos o grau de escolaridade com 
antecedência. Logo, cada escolaridade respondeu a uma quantidade de perguntas diferentes. 
Diante disso, 2 indivíduos analfabetos responderam um total de 12 perguntas (6 questionários 
cada), 12 pessoas de ensino fundamental responderam um total de 72 perguntas, 23 pessoas de 
ensino médio responderam um total de 138 perguntas e, finalmente, 4 pessoas de ensino 
superior responderam 24 perguntas no total. 
Com base nisso, conduziu-se uma análise utilizando os dados obtidos da população 
residente no Conjunto Radional II, onde se constatou uma taxa de acerto de 75% nas respostas 
dos indivíduos analfabetos (Gráfico 1). Esse dado, quando observado isoladamente, pode ser 
surpreendente. No entanto, é importante considerar que as duas pessoas entrevistadas relataram 
já terem sido diagnosticadas com hanseníase no passado e, a partir da realização do tratamento 
adequado, foram curadas. Isso evidencia que a experiência prévia com a doença contribui para 
o aprendizado e conhecimento sobre a mesma. 
Ao analisar os resultados dos participantes dos demais níveis de escolaridade, 
fundamental, médio e superior, observou-se que acertaram, respectivamente, 66,7%, 74,63% e 
79,16% das questões sobre hanseníase (Gráfico 1). Os participantes com ensino superior 
demonstraram melhor desempenho, sugerindo que o nível educacional tem um impacto positivo 
na compreensão e no conhecimento acerca da doença, abrangendo aspectos como diagnóstico, 
transmissão, tratamento e prevenção. 
 
Gráfico 1 - Percentual de acertos e erros por grau de escolaridade da população do Conjunto Radional II, com 
base no questionário aplicado (Anexo A). 
 
28 
 
 
Perante o exposto, como estamos analisando uma única região, onde as disparidades 
socioeconômicas entre as pessoas não são significativas, o fator informação pode ser um 
importante contribuinte para que os casos notificados se concentrem entre indivíduos com 
menor escolaridade, conforme revela o descritor exposto no momento explicativo, coletado a 
partir dos dados do DATASUS, da cidade de Belém (2017-2022). 
 Outrossim, ao se analisar o percentual de acertos e erros por modalidade de pergunta da 
população geral (Gráfico 2), foi observado dois aspectos distintos, dentre eles foi notório que a 
quantidade de indivíduos, os quais demonstraram não saber o que era a doença hanseníase, 
alcançou um quantitativo de 31,71%, estatística surpreendente, denotando uma maior 
necessidade de atuação da ESF em priorizar ações de prevenção e promoção da saúde de forma 
integral e contínua. Esse aspecto é crucial, haja vista que uma população bem informada 
procura atendimento, tratamento e enfraquece o processo de estigmatização da hanseníase. 
Além disso, é importante esclarecer que 68,29% das pessoas que tinham conhecimento sobre a 
doença possuíam familiares que desenvolveram a patologia, evidenciando mais uma vez a 
influência da experiência na compreensão e aprendizado ao longo do curso da doença em 
questão. 
 
Gráfico 2 - Percentual de acertos e erros por modalidade de pergunta realizada à população do Conjunto 
Radional II, com base no questionário aplicado (Anexo A). 
 
 
Além da etiologia da hanseníase, identificou-se uma lacuna de conhecimento na 
população, especialmente no que diz respeito à transmissão da doença, com destaque para o 
papel da aglomeração, uma estratégia crucial no controle da enfermidade. Surpreendentemente, 
mais de 36% dos entrevistados (Gráfico 2) não reconhecem a aglomeração como um fator 
facilitador na transmissão da doença. Essa constatação ressalta a importância de abordar a 
29 
 
 
questão da aglomeração no Conjunto Radional II, considerando que muitas pessoas 
compartilham residências com um grande número de indivíduos no mesmo ambiente e, como 
observado, uma parcela significativa não recebe informações adequadas sobre como o 
compartilhamento de espaços pode aumentar as chances de contato com secreções respiratórias 
de uma pessoa infectada, favorecendo a transmissão da bactéria por contato prolongado. 
 
Gráfico 3 - Percentual de acertos e erros por modalidade de pergunta realizada aos comerciantes, com base no 
questionário aplicado (Anexo A). 
 
 
Outrossim, o conhecimento sobre a hanseníase é essencial para um grupo específico, os 
comerciantes, pois possibilita a identificação de casos entre clientes e colaboradores, atuando 
na questão de reportarem aos ACS’s e outros profissionais da saúde casos suspeitos de 
hanseníase. Além disso, dada a natureza transmissível da doença, a informação adequada 
também permite a adoção de práticas higiênicas e preventivas nos estabelecimentos, reduzindo 
o risco de propagação, especialmente considerando o contato frequente com um grande número 
de pessoas. Além disso, estar informado sobre a hanseníase possibilita que os comerciantes 
combatam estigmas e preconceitos associados à doença, promovendo um ambiente inclusivo e 
solidário para aqueles que possam ter sido afetados. Essa atitude contribui para uma sociedade 
mais informada e consciente em relação à condição de saúde. 
Tendo em vista os dados coletados, verificou-se que os comerciantes possuem pleno 
conhecimento sobre a forma de transmissão dahanseníase, uma vez que todos acertaram a 
pergunta referente a esse tópico (Gráfico 3). A maior deficiência informacional, assim como da 
população geral, foi a respeito da aglomeração, onde 50% acredita não ter influência na 
transmissão da doença. 
30 
 
 
Por fim, o ACS, é um agente crucial na busca ativa da hanseníase, posto que apresenta 
um maior vínculo com a comunidade, atuando tanto na detecção precoce da doença, como 
também na transmissão de informações sobre a patologia em questão. A partir disso, os dados 
coletados na ESF Radional apontam que 50% (Gráfico 4) dos agentes comunitários de saúde 
acreditam no vírus como sendo causador da hanseníase, situação que emite um alarme frente à 
informação adquirida por esses profissionais e como podem repassá-la à população. 
Além disso, a questão da forma de transmissão também não está bem esclarecida entre 
os ACS, visto que 17,7% (Gráfico 4) acredita que a transmissão da hanseníase também se dá 
através do toque físico. Esse conhecimento é essencial para desmistificar concepções 
equivocadas e evitar a propagação de estigmas associados à doença. Compreender corretamente 
os modos de transmissão da hanseníase permite que esses profissionais forneçam informações 
precisas à comunidade, contribuindo para a prevenção do preconceito. Essa conscientização 
também ajuda a promover a adesão ao tratamento, reduzir o medo infundado da transmissão e 
facilitar a integração social das pessoas afetadas pela hanseníase. 
 
Gráfico 4 - Percentual de acertos e erros por grau de escolaridade da população do Conjunto Radional II, com 
base no questionário aplicado (Anexo B). 
 
 
Sob outra perspectiva, é importante analisar que 17,70% dos ACS’s (Gráfico 4) 
acreditam não serem responsáveis pela busca ativa, dado esse o qual não deveria ter esse 
quantitativo, haja vista a necessidade desses profissionais de serem plenamente conscientes de 
seu papel na luta contra a hanseníase e de afirmarem a sua relação com a comunidade em 
orientar, encaminhar e identificar casos suspeitos. 
31 
 
 
Diante dos dados coletados é viável desenhar o perfil da população e ACS’s perante a 
doença hanseníase, sendo possível vislumbrar os pontos fortes e fracos das informações que 
percorrem essa comunidade. A partir disso, o projeto “Unidos contra a Hanseníase” interviu e 
conseguiu amenizar o grau de desinformação e dúvidas a respeito da doença, situação essa que 
se direcionou tanto à população geral, como aos agentes comunitários de saúde. 
 
 
32 
 
 
6. LIMITAÇÕES 
 
O projeto apresenta algumas limitações decorrentes do número reduzido de dados 
coletados, especialmente em relação ao tamanho da amostra, o que pode impactar a 
representatividade e generalização dos resultados para a população em estudo. Além disso, a 
ocorrência de “cola” por parte de alguns ACS’s durante a resposta aos questionários constitui 
outra limitação, uma vez que pode comprometer a integridade e confiabilidade das informações 
obtidas, influenciando negativamente na validade dos resultados. 
 
33 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
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https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BRJD/article/view/8208
35 
 
 
ANEXOS 
 
ANEXO A - Questionário de “certo” ou “errado” aplicado na primeira etapa do momento 
explicativo. 
 
Primeira Etapa: Questionário de certo ou errado para a população residente do 
Conjunto Radional II 
PERGUNTAS 
Você sabe o que é hanseníase? e "Lepra"? 
A hanseníase não pode ser tratada? Errado 
A hanseníase é transmitida ao tocar em locais ou objetos que uma pessoa doente tenha 
tocado ou onde tenha se sentado? Errado 
A hanseníase pode causar deformidades e incapacidades físicas? Certo 
A aglomeração de pessoas facilita a transmissão da hanseníase? Certo 
É necessário deixar a pessoa com hanseníase isolada? Errado 
 
ANEXO B - Questionário de “verdadeiro” ou “falso” que será aplicado oralmente na 
segunda etapa do momento explicativo. 
 
Primeira Etapa: Questionário de verdadeiro ou falso para os ACS’s da ESF Radional 
PERGUNTAS 
Aspectos Gerais: a hanseníase é uma doença infectocontagiosa causada por um vírus. Falso 
Aspectos gerais: a hanseníase é uma doença controlada, sendo assim não é preciso realizar 
uma busca ativa. Falso 
Diagnóstico: a presença de manchas (esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas) na pele 
com alteração da sensibilidade térmica (ao calor e frio) e/ou dolorosa (à dor) e/ou tátil (ao tato); 
Áreas com diminuição dos pelos e do suor; Sensação de formigamento e/ou fisgadas, 
principalmente em mãos e pés; são sinais e sintomas da hanseníase. Verdadeiro 
Transmissão: a hanseníase é transmitida por contato casual, como aperto de mãos. Falso 
Tratamento: Após o início do tratamento, o paciente com hanseníase já deixa de transmitir a 
doença. Verdadeiro 
Busca ativa: O ACS é o principal responsável pela realização da busca ativa. Verdadeiro 
 
 
 
 
 
 
36 
 
 
ANEXO C – Frente do Panfleto que será fornecido à população alvo entrevistada na Usina 
da Paz, ESF Radional e circulantes moradores do Conjunto Radional II. 
 
 
 
 
 
37 
 
 
 
ANEXO D – Verso do Panfleto que será fornecido à população alvo entrevistada na Usina 
da Paz, ESF Radional, circulantes moradores do Conjunto Radional II e ACS’s da ESF 
Radional. 
 
 
 
38 
 
 
ANEXO E – Frente do Panfleto que será fornecido aos ACS’s do Conjunto Radional II. 
 
 
 
 
 
 
39 
 
 
ANEXO F – Arte que estará anexada à caneta que será entregue como brinde a todos os 
entrevistados. 
 
 
 
 
 
40 
 
 
ANEXO G – Foto do grupo no primeiro dia de ação na Usina da Paz - Jurunas/Condor. 
 
 
 
ANEXO H – Brindes entregues aos entrevistados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
41 
 
 
ANEXO I – Grupo “Unidos contra a hanseníase” no primeiro dia de ação, na Usina da 
Paz. 
 
 
 
ANEXO J – Atuação na ESF, no segundo dia de ação, com entrevista individual com ACS 
e orientação em grupo para esclarecimento da Hanseníase. 
 
 
 
 
 
 
 
 
42 
 
 
ANEXO K – Entrevista individual com usuária da ESF Radional. 
 
 
 
ANEXO L – Ação com moradores do Conjunto Radional II que possuem ponto de 
comércio em suas residências. 
 
 
43 
 
 
 
 
ANEXO M – Grupo “Unidos contra a Hanseníase” acompanhado da professora Maria 
do Socorro.

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