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VERSÃO FINAL PES

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
INSTITUTO DE CIÊNCIAS MÉDICAS
FACULDADE DE MEDICINA
ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE III
MARCOS EDUARDO FERREIRA DOS SANTOS
MARIA EDUARDA NUNES AVELAR DO CARMO
QUÉREN-HAPUQUE ALBUQUERQUE DE OLIVEIRA
RAÍSSA VIEIRA DE SOUZA
THIAGO SOUZA LUZ
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO SITUACIONAL DE CONSCIENTIZAÇÃO E EDUCAÇÃO NA ABORDAGEM DA HANSENÍASE: um plano para Informar e Capacitar a Comunidade e Agentes Comunitários de Saúde
BELÉM-PA
2023
MARCOS EDUARDO FERREIRA DOS SANTOS 202209740051
MARIA EDUARDA NUNES AVELAR DO CARMO 202209740119
QUÉREN-HAPUQUE ALBUQUERQUE DE OLIVEIRA 202209740171
RAÍSSA VIEIRA DE SOUZA 202209740111
THIAGO SOUZA LUZ 202209740069
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO SITUACIONAL DE CONSCIENTIZAÇÃO E EDUCAÇÃO NA ABORDAGEM DA HANSENÍASE: um plano para Informar e Capacitar a Comunidade e Agentes Comunitários de Saúde
Planejamento Estratégico Situacional apresentado à Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Pará – Campus Belém, sob orientação da Prof.ª Dr.ª Maria do Socorro Marques Azevedo, como requisito de obtenção de conceito parcial no módulo de Atenção Integral à Saúde III.
BELÉM-PA
2023
SUMÁRIO
1.	INTRODUÇÃO	3
2.	OBJETIVOS	5
3.	REVISÃO BIBLIOGRÁFICA	6
4.	METODOLOGIA	12
4.1	Momento Explicativo:	13
4.2	Momento Normativo	15
4.2.1	Organizativo	16
4.2.2	Político	17
4.2.3	Financeiro	18
4.2.4	Cognitivo	18
4.3	Momento Estratégico	18
4.1	Momento Tático-Operacional	19
5.	RESULTADOS	23
6.	LIMITAÇÕES	28
REFERÊNCIAS	29
ANEXOS	31
1. INTRODUÇÃO
A hanseníase é uma doença infecciosa e contagiosa de curso crônico, causada pelo bacilo Mycobacterium leprae. Afeta principalmente a pele, membranas mucosas e os nervos periféricos dos membros, como braços e pernas, podendo resultar em danos neurais permanentes se o diagnóstico for tardio ou o tratamento for ineficaz. A infecção pode atingir pessoas de ambos os sexos e todas as idades, mas requer um longo período de exposição à bactéria, e apenas uma pequena parcela das pessoas infectadas desenvolve a doença. As lesões neurais associadas a essa condição são a principal causa de incapacitação, contribuindo significativamente para o estigma e discriminação enfrentados pelas pessoas afetadas (Brasil, 2023).
A doença persiste ao longo dos anos, sendo considerada uma enfermidade secular e, por muito tempo, conhecida vulgarmente como “Lepra”. Aqueles que a possuíam eram estigmatizados como “Leprosos” e excluídos do convívio social. A segregação e confinamento dos doentes foram práticas arraigadas na sociedade ocidental por muito tempo, inclusive sendo incorporadas pela medicina ocidental como base da ação terapêutica, onde o isolamento dos doentes era visto como uma via obrigatória para a cura (Pinto, 1995). Na contemporaneidade, há um esforço para combater o preconceito, a estigmatização do paciente e oferecer tratamento adequado com base em evidências científicas, visto que a hanseníase é considerada uma das doenças negligenciadas no Brasil e no mundo.
A busca ativa é uma das atividades da Estratégia de Saúde da Família, realizada por todos os membros da equipe em seu território de referência, tendo o Agente Comunitário de Saúde (ACS) um papel de destaque devido ao seu vínculo com o território. Essa ação está diretamente ligada à integralidade, um dos atributos da Atenção Primária à Saúde (APS), pois aproxima as ações e intervenções de saúde das necessidades da população adstrita, da comunidade e do território. A busca ativa é importante tanto para a vigilância epidemiológica quanto para a identificação das necessidades de saúde e socioeconômicas da população (Brasil, 2023).
Diversas perspectivas complementares de educação em saúde na atenção básica representam uma oportunidade significativa para alcançar uma abordagem educativa completa no cuidado em saúde. As estratégias de educação em saúde enfatizam a importância de envolver todos os participantes em todas as fases do processo educativo. Elas se baseiam em diretrizes que promovem a participação ativa da população e fortalecem sua autonomia, garantindo que a eficácia dos processos educacionais requer engajamento, compartilhamento de responsabilidades e autonomia (Fittipaldi et al., 2021).
Nesse sentido, a hanseníase apresenta-se como uma doença invisibilizada e negligenciada, principalmente no que diz respeito às taxas de subnotificação encontradas, sobretudo, no ambiente da Estratégia de Saúde da Família (ESF).
2. OBJETIVOS
Realizar entrevistas para avaliar o conhecimento sobre a hanseníase da comunidade residente no Conjunto Radional II, identificando lacunas e equívocos nas informações referentes aos aspectos gerais, diagnóstico, tratamento, transmissão, prognóstico e conduta perante o doente. Após a avaliação, desenvolver estratégias educativas personalizadas, com foco nos temas em que apresentaram desconhecimento ou equívocos sobre a hanseníase.
Conduzir entrevistas individuais e coletivas com os ACS para avaliar suas habilidades de orientação a suspeitos de hanseníase, garantindo que estejam cientes de suas responsabilidades, saibam conduzir a busca ativa e estejam atualizados sobre as informações relacionadas à doença. Com base nas entrevistas, desenvolver capacitação específica para os ACS, fornecendo informações corretas sobre hanseníase, reforçando suas responsabilidades e promovendo melhores práticas no contexto da busca ativa.
Além da educação individual, promover sensibilização comunitária através da disseminação de informações corretas sobre hanseníase em panfletos, objetivando a redução do estigma associado à doença e o incentivo a procura por diagnóstico e tratamento. Nos diálogos, incentivar a comunidade e os ACS a reportarem casos suspeitos de hanseníase, contribuindo para a detecção precoce e tratamento eficaz da doença. Além disso, promover uma abordagem mais empática e inclusiva.
2
Realizar uma avaliação final para medir o impacto das estratégias implementadas, comparando o conhecimento prévio e pós-educação na comunidade, assim como a eficácia da ação de capacitação dos ACS, tendo em vista seu papel fundamental na relação ESF e comunidade, sendo destaque como agentes primordiais na realização da busca ativa.
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
As informações sobre a hanseníase, dispostas abaixo, foram retiradas de trabalhos encontrados na PubMed, BVS e Periódicos Capes.
A hanseníase é uma doença infectocontagiosa, granulomatosa e crônica, causada pelo bacilo Mycobacterium leprae, agente etiológico intracitoplasmático que afeta macrófagos e células de Schwann (Kundakei, 2019). Os seres humanos são considerados a principal fonte de infecção e a doença tem um período médio de incubação de 2 a 7 anos, que pode se estender por até duas décadas (Penna, 2011; Brasil, 2016). 
De maneira predominante, o infectado pode apresentar manifestações cutâneas, nos nervos periféricos, na mucosa do trato respiratório superior, podendo resultar em neuropatia e consequências associadas a longo prazo. A transmissão ocorre quando uma pessoa com hanseníase, na forma infectante da doença, sem tratamento, elimina o bacilo para o meio exterior, infectando outras pessoas suscetíveis, ou seja, com maior probabilidade de adoecer (Brasil, 2017).
A fisiopatologia da hanseníase é multifatorial, com aspectos genéticos, imunológicos e ambientais determinando a suscetibilidade do indivíduo ao bacilo (Junior, 2022). Já a forma de eliminação do bacilo pelo doente ocorre por intermédio das vias aéreas superiores (por meio do espirro, tosse ou fala), e não pelos objetos utilizados pelo paciente. Também, é necessário um contato próximo e prolongado.
Os pacientes são classificados a depender do número de lesões na pele (Figura 1), como paucibacilares (PB) ou multibacilares (MB) - classificação operacional utilizada no território nacional (Ministério da Saúde, 2017). Os doentes com poucos bacilos – paucibacilares (PB) – não são considerados importantes fontes de transmissão da doença, devido à baixa carga bacilar, já as pessoas com muitos bacilos– multibacilares (MB) – constituem o grupo contagiante, mantendo-se como fonte de infecção enquanto o tratamento específico não for iniciado (Ministério da Saúde, 2017). 
Por conseguinte, esta enfermidade pode ser classificada de forma clínica e operacional, na qual a clínica é caracterizada por indeterminada, que é a forma inicial da doença, ou seja, tuberculóidea, evoluindo espontaneamente para a cura na maioria dos casos ou para as outras formas da doença em cerca de 25% dos casos. A hanseníase tuberculóide é a forma mais benigna e localizada, ocorre em pessoas com alta resistência ao bacilo. As lesões são poucas (ou única), de limites bem definidos e um pouco elevados e com ausência de sensibilidade (dormência). A hanseníase dimorfa é a forma intermediária que é resultado de uma imunidade também intermediária. O número de lesões é maior, formando manchas que podem atingir grandes áreas da pele, envolvendo partes da pele sadia. Na hanseníase virchowiana a imunidade é nula e o bacilo se multiplica muito, levando a um quadro mais grave, com anestesia dos pés e mãos que favorecem os traumatismos e feridas que podem causar deformidades, atrofia muscular, inchaço das pernas e surgimento de nódulos na pele (Andreazzi, 2007).
 
Figura 1 – Classificação da hanseníase.
Fonte: Secretaria de Saúde, Governo do Estado do Ceará, 2023.
O aspecto diagnóstico da hanseníase é feito por meio do exame clínico de avaliação dermatológica e neurológica, sendo concluído por meio da realização do exame laboratorial, através da baciloscopia, onde são feitas raspagens intradérmicas diretamente nas lesões hansênicas e de outros locais, a fim de observar a presença do Mycobacterium leprae (Batista, 2011). Os casos com suspeita de comprometimento neural, sem lesão cutânea (suspeita de hanseníase neural primária), e aqueles que apresentam área com alteração sensitiva e/ou autonômica duvidosa e sem lesão cutânea evidente, deverão ser encaminhados para unidades de saúde de maior complexidade para confirmação diagnóstica (Brasil, 2023). 
Recomenda-se que, nessas unidades, tais pacientes sejam submetidos novamente aos exames dermatológico e neurológico criteriosos, à coleta de material para exames laboratoriais (baciloscopia, histopatologia cutânea ou de nervo periférico sensitivo), a exames eletrofisiológicos e/ou outros mais complexos, para identificar comprometimento cutâneo ou neural discreto e realizar diagnóstico diferencial com outras neuropatias periféricas (Brasil, 2023).
Em crianças, o diagnóstico da hanseníase exige avaliação ainda mais criteriosa, diante da dificuldade de aplicação e interpretação dos testes de sensibilidade. É importante destacar que casos de hanseníase em crianças podem sinalizar transmissão ativa da doença, especialmente entre os familiares; por esse motivo, deve-se intensificar a investigação dos contatos (Brasil, 2023).
O diagnóstico de hanseníase deve ser recebido de modo semelhante ao de outras doenças curáveis. Entretanto, se vier a causar sofrimento psíquico, tanto a quem adoeceu quanto aos familiares ou pessoas de sua rede social, essa situação requererá uma abordagem apropriada pela equipe de saúde, para tomadas de decisão que incidam para uma melhor adesão ao tratamento e enfrentamento aos problemas psicossociais (Brasil, 2023).
Além disso, é importante analisar que a incapacidade física acomete aproximadamente 23,0% dos pacientes com hanseníase após a alta (Gonçalves, 2009). Por esse motivo, a avaliação e o monitoramento do estado em que se encontram os pacientes são essenciais para a preservação da estrutura e função do nervo periférico, contribuindo para a identificação precoce de complicações neurais e incapacidades (Goulart, 2002).
As incapacidades na hanseníase podem ser divididas em graus 0, 1 e 2: no grau 0 o paciente não apresenta alteração nos olhos, mãos e/ou pés; no grau 1, apresenta diminuição ou perda da sensibilidade nos olhos, nas mãos e/ou pés; no grau 2, apresenta lesões mais graves em olhos, mãos e pés (Ribeiro, 2015). Dessa maneira, a detecção precoce e o tratamento são essenciais frente à doença. 
Conforme o Ministério da Saúde (2016), o tratamento da hanseníase pode ser observado na Figura 2, tendo diferentes formas de ser implementado, dependendo da apresentação clínica do paciente.
Figura 2 - Plano de tratamento medicamentoso contra a hanseníase.
Fonte: Diretrizes para vigilância, atenção e eliminação da hanseníase como problema de saúde pública (2016)
Sendo assim, a poliquimioterapia emprega esquemas baseados na classificação operacional. Para paucibacilares, são 6 doses, incluindo 1 dose de rifampicina 600 mg/mês e dapsona 100 mg/dia. Para multibacilares, são 12 doses, adicionando clofazimina, 1 dose de 300 mg/mês e 50 mg/dia (Brasil, 2010). Quando se relaciona com paciente pediátrico as doses se alteram de acordo com o quadro apresentado.
No entanto, apesar do acesso ao tratamento, o estigma e o preconceito, ainda permeiam a vida das pessoas afetadas pela hanseníase (Cavalcante,2020; Silva, 2020), e a trajetória e o imaginário construído pela sociedade em relação à doença favorecem o diagnóstico tardio e o abandono do tratamento (Lana, 2022). Sendo assim, o enfrentamento dessas duas problemáticas constitui os desafios dos serviços de Atenção Primária em Saúde (APS), cuja estratégia prioritária é a Saúde da Família.
Faz-se oportuno, portanto, salientar que a necessidade das ações de controle da hanseníase estarem alicerçadas nos atributos da APS, para que a assistência deixe de ser centrada na doença. Assim, a Atenção Primária em Saúde deve ser a porta de entrada preferencial do Sistema de Saúde para realizar o acompanhamento longitudinal e integral da pessoa, da família e da comunidade (Brasil, 2019; Organização Mundial da Saúde, 2021). A detecção precoce, a melhoria da aceitação do diagnóstico e a adesão ao tratamento e às práticas de autocuidado podem ser alcançadas com a redução do preconceito na comunidade (Organização Mundial da Saúde, 2021).
Nesse sentido, o Agente Comunitário de Saúde é de fundamental importância no enfrentamento da hanseníase. Ele integra a equipe da Estratégia Saúde da Família e tem como atribuição o exercício de atividades de prevenção de doenças e promoção da saúde (Brasil, 2018). Este profissional, no contexto da hanseníase, desenvolve atividades que incluem: orientar sobre o autocuidado, identificar sinais e sintomas e realizar encaminhamento dos casos suspeitos à Unidade Básica de Saúde (UBS), orientar quanto à necessidade da conclusão do tratamento, realizar busca ativa, realizar atividades de educação em saúde para a população e preencher ficha de cadastro de famílias (Brasil, 2018). 
Contudo, apesar das atribuições dos ACS, tem sido observado que as capacitações sobre hanseníase são tímidas, havendo a necessidade de ofertas de cursos sobre a temática, pautadas em uma metodologia crítica reflexiva para uma mudança significativa do cenário epidemiológico da hanseníase (Alencar, 2012).
Outrossim, o Brasil ocupa a 2ª posição do mundo entre os países que registram casos novos de hanseníase. Em razão de sua elevada carga, a doença permanece como um importante problema de saúde pública no país, sendo de notificação compulsória e investigação obrigatória (Organização Mundial da Saúde, 2023). O país é responsável por 93% dos casos de hanseníase no continente americano.
No Pará, foram registrados 3.432 casos de hanseníase no ano de 2014, e em 2013, na cidade de Belém, 181 novos casos (Ferreira, 2020). Segundo dados coletados no DATASUS a respeito da notificação de hanseníase, no município de Belém, considerando a variável escolaridade e período de 2017- 2022 (Tabela 1), foram encontrados 72,2% se concentrando em pessoas que não possuem o ensino superior completo (DATASUS, 2022), evidenciando que a escolaridade faz parte de uma das determinantes sociais da doença, em concomitância com a renda e condições de moradia, o que indica a necessidade de políticas públicas e sociais efetivas para o seu controle (Monteiro, 2017).
Tabela 1- Frequência por Escolaridade e Ano Diagnóstico Município de Belém, de 2017 a 2022.
	ESCOLARIDADE
	2016
	2017
	2018
	2019
	2020
	2021
	2022
	Total
	Ign/Branco
	4
	69
	74
	52
	28
	24
	25
	276
	Analfabeto
	-
	13
	7
	5
	4
	6
	1
	36
	1ª a 4ª série incompleta do EF
	-
	31
	31
	39
	15
	27
	13
	156
	4ª série completa do EF
	-
	10
	7
	8
	6
	7
	6
	44
	5ª a 8ª série incompleta do EF
	-
	42
	35
	38
	28
	25
	18
	186
	Ensino fundamental completo
	1
	17
	14
	7
	12
	7
	5
	63
	Ensino médio incompleto
	-
	29
	25
	24
	18
	12
	10
	118
	Ensino médio completo
	2
	47
	63
	51
	29
	30
	17
	239
	Educação superior incompleta
	-
	6
	5
	2
	5
	5
	3
	26
	Educação superior completa
	-
	17
	6
	12
	5
	9
	4
	53
	Não se aplica
	-
	1
	-
	-
	1
	-
	2
	4
	TOTAL
	7
	282
	267
	238
	151
	152
	104
	1201
Fonte: Ministério da Saúde/SVS - Sistema de Informação de Agravos de Notificação - Sinan Net.
No município de Belém, localizado no estado do Pará, e em toda a Região Amazônica, a hanseníase tem uma maior incidência em áreas caracterizadas por baixa qualidade de vida. Esse cenário evidencia um padrão elevado de endemicidade da doença, destacando a urgência de intensificar as ações de vigilância epidemiológica (Brasil, 2011; Lanza, 2011). Dessa forma, as atividades para o controle da hanseníase abrangem a investigação epidemiológica do caso, incluindo a vigilância dos contatos domiciliares do paciente, juntamente com outras práticas de vigilância epidemiológica específicas para a hanseníase.
O tratamento integral do portador da doença compreende a prescrição do esquema de tratamento poliquimioterapia (PQT), adaptado à situação clínica do paciente. Esse tratamento envolve o acompanhamento do caso de hanseníase, tanto durante quanto após a conclusão do PQT. Durante esse processo, são realizadas consultas mensais, abrangendo avaliação clínica geral e dermatoneurológica. A administração da dose supervisionada dos medicamentos faz parte desse acompanhamento rigoroso. Além disso, são identificadas e tratadas as pessoas que apresentam efeitos colaterais decorrentes do uso dos medicamentos, bem como outras intercorrências que possam surgir durante e após o tratamento com PQT (Brasil, 2010).
Aos profissionais da saúde cabe, ainda, a prescrição e/ou execução de técnicas simples de prevenção de incapacidades, orientação ao doente para a realização do autocuidado adequado ao seu caso, e, quando necessário, o encaminhamento do paciente para ações de maior complexidade. Ademais, a prescrição de alta por cura das pessoas que tiverem completado o número de doses dos medicamentos do esquema de tratamento PQT adotado, a realização de atividades educativas junto às pessoas em tratamento e seus familiares, identificação e busca de pacientes faltosos e em abandono (Souza, 2013).
Aos profissionais de saúde cabe também realizar não somente atividades de controle da hanseníase, como também desenvolver atividades educativas junto aos portadores e seus familiares, visando a adesão e a regularidade deste ao tratamento integral da hanseníase. Esses portadores, bem como suas famílias, devem ser informados sobre a importância do tratamento e criar oportunidades para que eles discutam seus problemas em relação à hanseníase e ao seu tratamento. A interação da equipe de saúde com a pessoa deve ser estabelecida através de um diálogo respeitosa e da troca de experiências entre pessoas que têm conhecimentos diferentes O profissional deve compreender seus valores, opiniões, conhecimentos, seus medos preconceitos, como ele entende a sua doença e o que faz sentido para ele (Brasil, 2008). 
Por fim, o profissional da saúde não deve deixar de considerar as determinantes sociais que influenciam na epidemiologia da doença, tendo, assim, o objetivo concreto de aumentar a adesão ao tratamento, reduzir a subnotificação e desconstruir o estigma associado à doença hanseníase nos Estados e Municípios brasileiros e, principalmente, no Conjunto Radional II.
4. METODOLOGIA
O Planejamento Estratégico Situacional (PES) em saúde é uma metodologia que tem o objetivo de melhorar a gestão e a qualidade dos serviços de saúde, ao levar em conta as características e os problemas de cada situação. O PES permite a análise de um problema a partir da perspectiva da análise do autor que o reporta, da identificação das causas identificadas e da exploração de diferentes maneiras para propor as situações. Desse modo, serão abordados, nessa metodologia, os 4 momentos do PES: explicativo, normativo, estratégico e tático-operacional.  
No momento explicativo, o problema é analisado e suas causas são identificadas. Primeiramente, esse momento é divido em 3 etapas, sendo elas a definição dos descritores e a fonte de verificação, a definição das causas imediata, intermediária e de fundo, e o estabelecimento do nó crítico e os atores que o controlam, respectivamente. Na primeira etapa, o problema é estabelecido por meio ou de indicadores, ou de descritores que o permite ser compreendido com facilidade. Esses descritores quantitativos ou qualitativos devem ser precisos o bastante para descrever o problema de forma adequada, ao evitar confusão com outros problemas e com suas causas e efeitos, além de ter uma fonte de verificação do problema. Na segunda etapa do momento explicativo, são selecionadas as causas imediatas, que são os fatores mais próximos e diretamente relacionados ao problema de saúde; as causas intermediárias estão relacionadas a determinantes sociais, econômicos, culturais ou comportamentais que influenciam as causas imediatas; e de fundo que são as causas mais profundas e amplas que estão na raiz dos problemas de saúde e que relacionam a questões estruturais, como a políticas de saúde e social. Na terceira e última etapa, são definidos os nós críticos como pontos de intervenção que têm impacto significativo na situação de saúde; e os atores que o controlam que são pessoas, grupos, instituições ou poderes que têm influência direta sobre esses nós críticos.  
O momento normativo é utilizado para definir a situação objetivo - a qual é definida como situação a ser atingida, ou seja, com os problemas resolvidos – que tem como referência os nós críticos escolhidos e será atingida a partir do Plano por Operações. Outro ponto importante nesse momento é a participação de vetores de descrição, que são classificados em VDR (vetor de descrição do resultado) e VDP (vetor de descrição do problema).  As operações no momento normativo representam papel interventivo que necessitam de recursos de várias esferas (política, cognitiva, econômica e organizativa) e que visam gerar resultados positivos. Além disso, para cada nó-crítico deve ser elaborada uma operação (ou mais de uma) que atuem como proposta de intervenção para o problema selecionado. Para uma operação acontecer, ela deve ter seus produtos e resultados já determinados além dos responsáveis pelas ações, dos recursos predominantes empregados e do tempo de realização definidos, o que pode ser feito já considerando-se cenário do plano (os cenários possíveis são todas as conformações que envolvem o contexto no qual o plano está inserido). 
No momento estratégico há a seleção de estratégias e de intervenções mais apropriadas para lidar com os problemas de saúde identificados. É considerado a dinâmica do tempo, uma vez que é incluído o momento mais oportuno para agir e quais são as ações prioritárias para alcançar os objetivos em questão. As estratégias são planejadas em detalhes e, em seguida, implementadas, nessa fase, a alocação dos recursos, a definição dos prazos e a coordenação de esforços serão necessárias para a eficiência das ações. 
O momento tático-operacional é aquele responsável pela ação, por implementar o plano. Neste caso, o plano não pode ser tido como o desenho no papel, mas sim como ações que têm por objetivo uma mudança nos problemas selecionados como resultado. Para tanto, são necessárias medidas de gerenciamento e monitoramento; o “triângulo de ferro” consiste, justamente, na Teoria das Macroorganizações, que é fundamental paranível local. Nele, tem-se três pontos importantes a serem obedecidos para a execução das ações, são elas: a Agenda do Dirigente, o Sistema de Petição de Prestação de Contas e o Sistema de Gerência por Operações; aliado a eles, está o Sistema de Monitoramento e Avaliação do Plano. É importante ressaltar, ainda, que a informação é importante em todos os momentos do planejamento. 
Ao analisar a permanência da hanseníase como um problema de saúde pública, pôde-se definir o Planejamento Estratégico Situacional, com suas devidas divisões nos momentos explicativo, normativo, estratégico e tático-operacional, ao levar em consideração as singularidades existentes no cenário em que foi trabalhado. Assim, para melhor visualização do planejamento, foram desenvolvidas tabelas que serão explanadas a diante.
4.1 Momento Explicativo
As três etapas do momento explicativo podem ser analisadas, organizadamente, nas tabelas abaixo:
	A permanência da hanseníase em Belém, no ano de 2017 a 2022, com destaque para o Conjunto Radional II: Uma Questão Sanitária
	DESCRITORES
	FONTE DE VERIFICAÇÃO
	72,2% dos casos de hanseníase diagnosticados em Belém, no ano de 2017 a 2022, concentram-se em pessoas que não possuem ensino superior completo.
	DataSUS - Frequência por faixa etária, segundo ano diagnóstico de 2017 a 2022.
	Existe subnotificação na ESF Radional?
	Responsável pela ESF Radional.
	A permanência da hanseníase em Belém, no ano de 2017 a 2022, com destaque para o Conjunto Radional II: Uma Questão Sanitária
	CAUSA DE FUNDO
	CAUSA INTERMEDIÁRIA
	CAUSA IMEDIATA
	DESCRITORES
	Desigualdade social
	Baixa escolaridade
	Habitações superlotadas
	72,2% dos casos de hanseníase diagnosticados em Belém, no ano de 2017 a 2022, concentram-se em pessoas que não adentraram o ensino superior.
	Falta de Programas intervencionais por parte do Ministério da Saúde e Educação, nas Escolas, para capacitação adequada e engajamento dos profissionais da educação.
	Falta de informação a respeito da doença hanseníase.
	Moradias precárias.
	
	Carência de programas de capacitação e incentivo ao engajamento dos profissionais da saúde, por parte da Secretaria de Saúde de Belém.
	Falta de capacitação da equipe da ESF e profissionais da educação.
	Más condições de higiene.
	Existe subnotificação na ESF Radional?
	
	Falta de engajamento dos profissionais da saúde e Educação.
	Más condições de saneamento básico.
	
	NÓ CRÍTICO
	ATORES QUE O CONTROLAM
	Falta de informações a respeito da doença.
	Escolas/ESF/Discentes e Docentes do Curso de Medicina/Secretaria da Saúde/Responsável pela ESF Radional.
	
	
	Falta de engajamento dos profissionais da Saúde e Educação.
	
4.2 Momento Normativo
Esse momento pode ser observado nos quadros a seguir: 
	SITUAÇÃO OBJETIVO
	VDP
	VDR
	D1 - 72,2% dos casos de hanseníase diagnosticados em Belém, no ano de 2017 a 2022, concentram-se em pessoas que não possuem ensino superior completo.
	R1 - Reduzir em 5% os diagnósticos de hanseníase em pessoas com baixo grau de escolaridade e moradora do território da ESF Radional.
	D2 - Existe subnotificação na ESF Radional?
	R2 - Aumentar o incentivo à busca ativa.
VDP: Vetor de descrição do problema 
VDR: Vetor de Descrição dos resultados 
D: Descritor 
R: Resultado 
	NÓ CRÍTICO
	PROJETO
	PRODUTOS
	RESULTADOS ESPERADOS
	RECURSOS NECESSÁRIOS
	Falta de informação a respeito da doença hanseníase.
	Unidos contra a Hanseníase.
	Questionário de certo ou errado para a população.
	População alvo informada a respeito da hanseníase
	Organizativo
	
	
	Questionário sobre conhecimento a respeito da hanseníase para os ACS's.
	
	Político
	Falta de engajamento dos profissionais da saúde e educação.
	
	Panfleto para a população leiga e ACS's.
	Subnotificação reduzida na ESF Radional.
	Econômico
	
	
	Caneta com a arte do projeto.
	
	Cognitivo
Fazendo parte do momento estratégico mais especificamente dos recursos necessários, se analisa o aspecto organizativo, político e econômico. Etapas que podem ser analisadas nas tabelas abaixo:
4.2.1 Organizativo
	Está atrelado ao processo de selecionar as prioridades, distribuir as responsabilidades entre os integrantes e realizar o escalonamento das atividades que deverão ser feitas na ação pretendida no território. Por conseguinte, para o projeto “Unidos contra a Hanseníase” a seguinte divisão será realizada:
	PRIMEIRA ETAPA
	Distribuição dos integrantes: 
- Raíssa: atuação na ESF; 
- Maria Eduarda Nunes: atuação na Usina;
- Quéren-Hapuque: atuação na Usina; 
- Marcos Eduardo: atuação na rua;
- Thiago Luz: atuação na rua.
	COMO FUNCIONARÁ?
	Cada aluno estará munido de 8 questionários impressos;
	O questionário consta com 5 perguntas de caráter “certo” ou “errado” (Anexo A);
	Abordagem de pessoal:
- Na ESF, os pacientes presentes serão o alvo da ação, visando não atrapalhar o atendimento e seu bem estar;
- Os estudantes que estarão atuando na rua irão realizar perguntas para os comerciantes e pessoas circulantes;
- Aqueles que se destinarem à usina irão questionar a população que frequenta;
	- Cada pessoa que aceitar responder o questionário será orientada quanto aos erros e dúvidas que surgirem a partir da resolução do questionário, visando mitigar a desinformação acerca da hanseníase.
- Será entregue um brinde para todos os participantes entrevistados.
	OBJETIVO
	Avaliar o nível de informação da população sobre a hanseníase, ao mesmo tempo em que realizaremos o processo de educação em saúde, corrigindo as respostas erradas e ampliando o conhecimento sobre as certas.
	SEGUNDA ETAPA
	Distribuição dos integrantes:
- Todos os integrantes devem estar na ESF, cada um será responsável pela avaliação, separadamente, dos ACS's, priorizando não atrapalhar o fluxo de suas atividades.
	Ocorrerá em uma segunda ida à ESF. Podendo ser realizada por todos os integrantes do grupo, cada um abordando um ACS diferente.
	COMO FUNCIONARÁ?
	Conversaremos com os profissionais da ESF, principalmente os ACS's, e os abordaremos com as perguntas de caráter “verdadeiro” ou “falso”, contidas no Anexo B, as quais serão realizadas oralmente.
	TEOR DAS PERGUNTAS
	2 Perguntas sobre aspectos gerais da hanseníase; 1 sobre diagnóstico; 1 sobre transmissão; 1 sobre tratamento; 1 sobre busca ativa.
	OBJETIVOS
	Avaliar o nível de informação dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) sobre a hanseníase e os aspectos como diagnóstico, cura, tratamento e transmissão.
4.2.2 Político
Essa etapa está correlacionada com a ajuda ou autorização de um ator social que não faz parte do trabalho delimitado, sendo assim:
	 O QUE DEVE SER FEITO?
	Conversar com o responsável pela ESF Radional com o objetivo de obter o acesso para a realização das atividades propostas.
	
4.2.3 Financeiro
Nesse momento, é fundamental considerar o recurso financeiro necessário para os produtos utilizados desde a confecção dos artefatos do projeto até os gastos com transporte dos integrantes no dia da ação. Tudo deve ser incluído em uma planilha de gastos.
	 PRODUTOS/SERVIÇOS
	VALOR
	Impressão da arte dos brindes
	75,00
	47 Canetas Brinde
	55,00
	Arte das Canetas
	40,00
	47 Impressões – Panfletos
	20,00
	Transporte
	104,87
	TOTAL
	294, 87
4.2.4 Cognitivo
Para a realização do planejamento estratégico, foi necessário que todos os autores, por meio de pesquisas na literatura, obtivessem conhecimento sobre os aspectos gerais da hanseníase, diagnóstico, transmissão, tratamento, estigmas associados à doença e as formas esperadas de realização da busca ativa, principalmente partindo dos ACS’s.
	
4.3 Momento Estratégico
O nível de motivação dos alunos diante das ações que ocorrerão nos dias 29/11 e 06/12 são as seguintes:
	AÇÃO 1 - QUESTIONÁRIO DIRECIONADO À POPULAÇÃO RESIDENTE DO CONJUNTO RADIONAL II
	NOME
	MOTIVAÇÃO
	Marcos Eduardo Ferreira
	A+
	Maria Eduarda Nunes
	A+
	Quéren-Hapuque
	A+
	Raíssa Vieira
	A+
	Thiago Souza
	A+
	AÇÃO 2 - QUESTIONÁRIO DIRECIONADO AOS ACS's DA ESF RADIONAL
	NOME
	MOTIVAÇÃO
	Marcos Eduardo Ferreira
	A+
	Maria Eduarda NunesA+
	Quéren-Hapuque
	M+
	Raíssa Vieira
	A+
	Thiago Souza
	M+
Ao decorrer do planejamento das ações, houve discordância de ideias entre os autores, especificamente no desenvolvimento da segunda ação, que foi resolvida por intermédio da persuasão.
	TRAJETÓRIA DAS AÇÕES
	T1 | 22/11/2023
	T2 | 29/11/2024
	T3 | 06/12/2025
	Recurso Político: autorização para os responsáveis da ESF e coordenação da Usina
	Questionário direcionado à população residente do conjunto Radional II 
	Questionário direcionado aos ACS's da ESF Radional
	
	
	
	
4.1 Momento Tático-Operacional
Questionário direcionado à população residente do conjunto Radional II (Ação 1) – 5 minutos individualmente com o público-alvo: O público alvo (moradores do Conjunto Radional II) será abordado em três ambientes diferentes: Usina da Paz, ESF Radional e população residente (comerciantes e circulantes).
A abordagem ocorrerá com 40 pessoas, sendo que cada um dos 5 alunos do grupo irá fazer uma abordagem individualmente (8 pessoas por aluno). Dessa forma, a ação será executada em torno de 1 hora e 30 minutos, contando com o deslocamento e o tempo entre uma abordagem e outra.
Questionário direcionado aos ACS's da ESF Radional (Ação 2) – 5 minutos com os ACS: A abordagem ocorrerá com no máximo 6 ACS’s, sendo que cada um dos 5 alunos do grupo irá fazer uma abordagem individualmente (1 ACS por aluno) e 2 alunos do grupo realizarão outra abordagem individualmente com mais 1 ACS’s, totalizando 6 desses profissionais entrevistados. Dessa forma, a ação será executada em torno de 40 minutos, contando com os contratempos, disponibilidade dos ACS, e levando em consideração que eles estarão presentes na ESF.
Nesse sentido, quando o plano foi colocado em prática o momento Tático-Operacional do grupo “Unidos contra a Hanseníase” se dividiu em 3 dias. O primeiro foi direcionado para o momento político (22/11) e os últimos dois dias (29/11 e 06/11) estavam ligados ao momento de implantação do projeto no Conjunto Radional II.
No dia 22/11, o grupo se reuniu na ESF Radional, com o intuito de definir as metas diárias, em conjunto com a professora. Em um primeiro momento, o objetivo era entrar em contato com os responsáveis da ESF e, também, com os ACS's, afim de informá-los sobre a ação da qual eles também seriam alvo do estudo. Entretanto, no dia 22/11 os agentes comunitários não estavam presentes na Estratégia de Saúde da Família, postergando, assim, a conversa com eles.
No mesmo dia, após diálogo na ESF com a professora, foi acertado que iríamos até à Usina para conseguirmos o acesso e podermos atuar na área durante a ação do dia 29/11. Sendo assim, a equipe se dirigiu para a Usina e, ao chegar, entramos em contato com a coordenadora da Biblioteca, senhora Luci, a qual coletou nossos nomes, desenho do projeto e os materiais que seriam necessários para o dia da ação. A partir disso, avisou aos superiores sobre a aplicação do PES (Projeto Estratégico Situacional) na Usina e permitiu nossa entrada no próximo encontro dia 29/11.
	 Após o planejamento, foram realizadas duas ações com o tema “Unidos contra a Hanseníase”.  Partindo disso, no dia 29 de novembro de 2023, foi efetuado o primeiro dia de operação prática com o total de 29 entrevistas individuais, executadas pelos 5 estudantes de medicina membros do grupo, aplicadas à população e aos funcionários presentes na Usina da Paz Jurunas/Condor, localizada no Conjunto Radional II, no município de Belém do Pará.
A ação do dia 19/11 teve início às 7h30 da manhã e sua duração foi de aproximadamente uma hora e meia. Acerca do caráter dos questionários aplicados, é importante ressaltar que a pesquisa foi anônima, isto é, houve proteção da identificação de cada entrevistado pelos realizadores da operação e, ainda, realizada somente com interessados. Além do mais, todos os registros visuais foram realizados após autorização dos entrevistados.
Durante a realização das entrevistas, por meio de questionários, foi traçado o perfil socioeconômico dos cidadãos em pauta, por intermédio de dados relacionados à idade, à profissão e ao nível de escolaridade contidos em cada questionário. Nesse contexto, a análise dos conteúdos obtidos nas entrevistas constituiu indicadores que viabilizaram a interpretação do nível de conhecimento prévio de cada participante relacionado às condições das variáveis inferidas nas informações dos questionários sobre a hanseníase. Através desse processo, pôde-se proporcionar a troca de informações com a população em questão, visto que a maior parte dela já possuía conhecimentos empíricos acerca do tema, sendo assim, os principais pontos abordados foram a definição da hanseníase, suas formas de transmissão, os sinais e sintomas relacionados a esta doença, os agravamentos dela, o local a ser procurado em caso de suspeita de hanseníase e, por fim, houve a explicação detalhada evidenciando a possibilidade de cura para a hanseníase mediante a adesão do tratamento.
Ao final de cada entrevista, perguntava-se a cada indivíduo se restavam dúvidas sobre o assunto, as quais eram prontamente esclarecidas, e se a entrevista havia sido satisfatória. Ademais, foi proporcionado, para cada entrevistado, panfletos informativos contendo mais detalhes acerca da hanseníase, com explicações em forma de pequenos textos, ilustrações de como os sintomas se manifestam e o que fazer em caso de suspeita de infecção. No término de cada entrevista, foi ofertado um brinde para os entrevistados, como forma de agradecimento pela contribuição na ação. Entretanto, é de fundamental importância destacar que, no primeiro dia da ação, não foi possível realizar o questionário direcionado para os comerciantes e nem para os usuários da ESF, somente para as pessoas da Usina, visto que os ACS’s, novamente, não estavam presentes neste dia. Diante disso, foi de igual acordo entre os indivíduos do grupo que essa etapa seria transferida para o segundo dia de ação (06/12), em conjunto com a próxima ação com os Agentes Comunitários da Saúde.
          No dia 06 de dezembro de 2023, a equipe se reuniu na ESF Radional e nos dividimos novamente, desta vez objetivando realizar a etapa que não foi possível concluir no dia 29/12. Nesse sentido, uma parte da equipe (Raíssa e Quéren-Hapuque) abordou as pessoas que esperavam para serem atendidas na ESF, enquanto a outra parte da equipe (Maria Eduarda Nunes, Marcos Eduardo e Thiago Luz) abordou os Agentes Comunitários de Saúde disponíveis no dia, tendo um resultado total de 13 pessoas entrevistadas nesta etapa, sendo 7 pacientes e 6 ACS’s. Nesta última abordagem, foi feita uma pequena explicação ao final da aplicação dos questionários com alguns ACS's sobre a hanseníase, focado, sobretudo, nas questões do questionário contido no Anexo B, tendo como ponto chave o processo de salientar a importância da busca ativa e como esses profissionais são fundamentais nesta etapa. É válido evidenciar que o grupo sentiu dificuldade de acesso aos ACS’s, situação, essa, que se deu devido à ausência de grande parte deles no local da ação e a baixa disponibilidade desses trabalhadores em atender as expectativas de muitos alunos, cujo PES, em parte, dependia da relação direta de ACS’s e estudantes.
	Após isso, o grupo, na companhia da professora Socorro, dirigiu-se ao território da ESF para interpelar os comerciantes com os questionários, sendo abordados um total de 6 pessoas desse grupo. Ao final da abordagem, foi feita também uma pequena explicação, sobretudo, das questões respondidas erroneamente e, da mesma forma, ao encerramento da abordagem, foi entregue um panfleto sobre a doença hanseníase para cada entrevistado e um brinde como forma de agradecimento pela participação.
É importante destacar que, ao término de todas as entrevistas, foi conduzida uma avaliação para mensurar o impacto das orientações transmitidas, tanto para a comunidade quanto para os Agentes Comunitários de Saúde (ACSs). Os resultados revelaram que todos os envolvidos demonstraram satisfação e expressaram agradecimento pela informação recebida.Desse modo, é válido evidenciar que o momento tático-operacional do grupo “Unidos contra a Hanseníase” conseguiu ultrapassar as barreiras impostas na execução do projeto, realizando, com maestria, todas as ações planejadas no decorrer da confecção do Planejamento Estratégico Situacional (PES). Por fim, é importante destacar que a coleta de informações superou a planejada, tendo em vista que a meta do grupo era entrevistar, na Usina, apenas 16 pessoas, entretanto, na aplicação dessa ação, foi possível coletar 29 respostas dessa população. A quantidade de questionários coletados dos usuários da ESF, ACS’s e comerciantes seguiu-se conforme o esperado: 7, 6 e 6 questionários, respectivamente.
5. RESULTADOS
Ao realizar a análise de dados é necessário constatar que cada questionário continha 6 perguntas de diferentes temáticas relacionadas à hanseníase. A abordagem ocorreu de forma aleatória, não sendo possível, dessa forma, distinguirmos o grau de escolaridade com antecedência. Logo, cada escolaridade respondeu a uma quantidade de perguntas diferentes. Diante disso, 2 indivíduos analfabetos responderam um total de 12 perguntas (6 questionários cada), 12 pessoas de ensino fundamental responderam um total de 72 perguntas, 23 pessoas de ensino médio responderam um total de 138 perguntas e, finalmente, 4 pessoas de ensino superior responderam 24 perguntas no total.
Com base nisso, conduziu-se uma análise utilizando os dados obtidos da população residente no Conjunto Radional II, onde se constatou uma taxa de acerto de 75% nas respostas dos indivíduos analfabetos (Gráfico 1). Esse dado, quando observado isoladamente, pode ser surpreendente. No entanto, é importante considerar que as duas pessoas entrevistadas relataram já terem sido diagnosticadas com hanseníase no passado e, a partir da realização do tratamento adequado, foram curadas. Isso evidencia que a experiência prévia com a doença contribui para o aprendizado e conhecimento sobre a mesma.
Gráfico 1 - Percentual de acertos e erros por grau de escolaridade da população do Conjunto Radional II, com base no questionário aplicado (Anexo A).
Ao analisar os resultados dos participantes dos demais níveis de escolaridade, fundamental, médio e superior, observou-se que acertaram, respectivamente, 66,7%, 74,63% e 79,16% das questões sobre hanseníase (Gráfico 1). Os participantes com ensino superior demonstraram melhor desempenho, sugerindo que o nível educacional tem um impacto positivo na compreensão e no conhecimento acerca da doença, abrangendo aspectos como diagnóstico, transmissão, tratamento e prevenção.
Perante o exposto, como estamos analisando uma única região, onde as disparidades socioeconômicas entre as pessoas não são significativas, o fator informação pode ser um importante contribuinte para que os casos notificados se concentrem entre indivíduos com menor escolaridade, conforme revela o descritor exposto no momento explicativo, coletado a partir dos dados do DATASUS, da cidade de Belém (2017-2022).
Gráfico 2 - Percentual de acertos e erros por modalidade de pergunta realizada à população do Conjunto Radional II, com base no questionário aplicado (Anexo A).
	Outrossim, ao se analisar o percentual de acertos e erros por modalidade de pergunta da população geral (Gráfico 2), foi observado dois aspectos distintos, dentre eles foi notório que a quantidade de indivíduos, os quais demonstraram não saber o que era a doença hanseníase, alcançou um quantitativo de 31,71%, estatística surpreendente, denotando uma maior necessidade de atuação da ESF em priorizar ações de prevenção e promoção da saúde de forma integral e contínua. Esse aspecto é crucial, haja vista que uma população bem informada procura atendimento, tratamento e enfraquece o processo de estigmatização da hanseníase. Além disso, é importante esclarecer que 68,29% das pessoas que tinham conhecimento sobre a doença possuíam familiares que desenvolveram a patologia, evidenciando mais uma vez a influência da experiência na compreensão e aprendizado ao longo do curso da doença em questão.
Além da etiologia da hanseníase, identificou-se uma lacuna de conhecimento na população, especialmente no que diz respeito à transmissão da doença, com destaque para o papel da aglomeração, uma estratégia crucial no controle da enfermidade. Surpreendentemente, mais de 36% dos entrevistados (Gráfico 2) não reconhecem a aglomeração como um fator facilitador na transmissão da doença. Essa constatação ressalta a importância de abordar a questão da aglomeração no Conjunto Radional II, considerando que muitas pessoas compartilham residências com um grande número de indivíduos no mesmo ambiente e, como observado, uma parcela significativa não recebe informações adequadas sobre como o compartilhamento de espaços pode aumentar as chances de contato com secreções respiratórias de uma pessoa infectada, favorecendo a transmissão da bactéria por contato prolongado.
Gráfico 3 - Percentual de acertos e erros por modalidade de pergunta realizada aos comerciantes, com base no questionário aplicado (Anexo A).
Outrossim, o conhecimento sobre a hanseníase é essencial para um grupo específico, os comerciantes, pois possibilita a identificação de casos entre clientes e colaboradores, atuando na questão de reportarem aos ACS’s e outros profissionais da saúde casos suspeitos de hanseníase. Além disso, dada a natureza transmissível da doença, a informação adequada também permite a adoção de práticas higiênicas e preventivas nos estabelecimentos, reduzindo o risco de propagação, especialmente ao considerar o contato frequente desse grupo com um grande número de pessoas. Ademais, estar informado sobre a hanseníase possibilita que os comerciantes combatam estigmas e preconceitos associados à doença, promovendo um ambiente inclusivo e solidário para aqueles que possam ter sido afetados. Essa atitude contribui para uma sociedade mais informada e consciente em relação à condição de saúde.
Tendo em vista os dados coletados, verificou-se que os comerciantes possuem pleno conhecimento sobre a forma de transmissão da hanseníase, uma vez que todos acertaram a pergunta referente a esse tópico (Gráfico 3). A maior deficiência informacional, assim como da população geral, foi a respeito da aglomeração, onde 50% acredita não ter influência na transmissão da doença.
Por fim, o ACS, é um agente crucial na busca ativa da hanseníase, posto que apresenta um maior vínculo com a comunidade, atuando tanto na detecção precoce da doença, como também na transmissão de informações sobre a patologia em questão. A partir disso, os dados coletados na ESF Radional apontam que 50% (Gráfico 4) dos agentes comunitários de saúde acreditam no vírus como sendo causador da hanseníase, situação que emite um alarme frente à informação adquirida por esses profissionais e como podem repassá-la à população.
Gráfico 4 - Percentual de acertos e erros por grau de escolaridade da população do Conjunto Radional II, com base no questionário aplicado (Anexo B).
Além disso, a questão da forma de transmissão também não está bem esclarecida entre os ACS, visto que 17,7% (Gráfico 4) acredita que a transmissão da hanseníase também se dá através do toque físico. Esse conhecimento é essencial para desmistificar concepções equivocadas e evitar a propagação de estigmas associados à doença. Compreender corretamente os modos de transmissão da hanseníase permite que esses profissionais forneçam informações precisas à comunidade, contribuindo para a prevenção do preconceito. Essa conscientização também ajuda a promover a adesão ao tratamento, reduzir o medo infundado da transmissão e facilitar a integração social das pessoas afetadas pela hanseníase.
Sob outra perspectiva, é importante analisar que 17,70% dos ACS’s (Gráfico 4) acreditam não serem responsáveis pela busca ativa, dado esse o qual não deveria ter esse quantitativo, haja vista a necessidade desses profissionais de serem plenamente conscientes de seu papel na luta contra a hanseníase e de afirmarem a sua relação com a comunidadeem orientar, encaminhar e identificar casos suspeitos. 
Diante dos dados coletados é viável desenhar o perfil da população e ACS’s perante a doença hanseníase, sendo possível vislumbrar os pontos fortes e fracos das informações que percorrem essa comunidade. A partir disso, o projeto “Unidos contra a Hanseníase” interviu e conseguiu amenizar o grau de desinformação e dúvidas a respeito da doença, situação essa que se direcionou tanto à população geral, como aos agentes comunitários de saúde.
6. LIMITAÇÕES
O projeto apresenta algumas limitações decorrentes do número reduzido de dados coletados, especialmente em relação ao tamanho da amostra, o que pode impactar a representatividade e generalização dos resultados para a população em estudo. Além disso, a ocorrência de “cola” por parte de alguns ACS’s durante a resposta aos questionários constitui outra limitação, uma vez que pode comprometer a integridade e confiabilidade das informações obtidas, influenciando negativamente na validade dos resultados.
REFERÊNCIAS
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ALENCAR, O.M; HEUKELBACH J; PEREIRA T.M; BARBOSA J.C. Trabalho do agente comunitário de saúde no controle da hanseníase. Revista Rene. 2012;13(1):103-13. Disponível em: https://www.redalyc.org/pdf/3240/324027980013.pdf. Acesso em: 04 out. 2023.
BATISTA ES, CAMPOS RX, QUEIROZ RCG, SIQUEIRA SL, PEREIRA SM, PACHECO TJ, et al. Perfil sociodemográfico e clínico – epidemiológico dos pacientes diagnosticados com hanseníase em Campos dos Goytacazes, RJ. Revista Brasileira de Clínica Médica, São Paulo, 2011 mar-abr; 9(2):101-6. Disponível em: https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/lil-583349. Acesso em: 04 out. 2023. Base de dados.
BRASIL. Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis. Estratégia nacional para enfrentamento da hanseníase 2019-2022. Brasília, DF: Ministério da Saúde; 2019 [citado 2022 out 16]. Disponível em: https://www.gov.br/aids/pt-br/centrais-de conteudo/publicacoes/2020/estrategia-nacional-para-enfrentamento-da-hanseniase-2019-2022/view. Acesso em: 04 out. 2023.
BRASIL. Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Guia prático sobre a hanseníase [Internet]. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_pratico_hanseniase.pdf.  Acesso em: 04 out. 2023.
BRASIL. Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Vigilância em Saúde. Sistema nacional de vigilância em saúde: relatório de situação: Pará [Internet]. 5. ed. Brasília: Ministério da Saúde; 2011 [citado 2017 mar 21]. (Série C. Projetos, programas e relatórios). Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/sistema_nacional_vigilancia_saude_pa_5ed.pdf. Acesso em: 11 out. 2023. Base de dados.
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FROES JUNIOR, L. A. R.; SOTTO, M. N.; TRINDADE, M. A. B. Hanseníase: características clínicas e imunopatológicas. Anais Brasileiros de Dermatologia (Portuguese), v. 97, n. 3, p. 338–347, 2022. Disponível em: https://www.anaisdedermatologia.org.br/pt-hanseniase-caracteristicas-clinicas-e-imunopatologicas-articulo-S266627522200039X.  Acesso em: 04 out. 2023.
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LANA, FCF; LANZA, FM; CARVALHO, APM; TAVARES, APN. O estigma em hanseníase e sua relação com as ações de controle. Revista de Enfermagem UFSM. 2014 [citado 2022 out];4(3):556-65. Disponível em: https://periodicos.ufsm.br/index.php/reufsm/ article/view/12550/pdf. Acesso em: 04 out. 2023.
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SOUZA, HSL. Avaliação operacional do programa de controle da hanseníase nas unidades de saúde do distrito d’água no município Belém/Pa. 2013. 83f. Dissertação (Mestrado em Doenças Tropicais) – Núcleo de Medicina Tropical, Universidade Federal do Pará, Belém, 2013. Disponível em: https://repositorio.ufpa.br/handle/2011/6812. Acesso em: 04 out. 2023.
ANEXOS
ANEXO A - Questionário de “certo” ou “errado” aplicado na primeira etapa do momento explicativo.
	Primeira Etapa: Questionário de certo ou errado para a população residente do Conjunto Radional II
	PERGUNTAS
	Você sabe o que é hanseníase? e "Lepra"?
	A hanseníase não pode ser tratada? Errado
	A hanseníase é transmitida ao tocar em locais ou objetos que uma pessoa doente tenha tocado ou onde tenha se sentado? Errado
	A hanseníase pode causar deformidades e incapacidades físicas? Certo
	A aglomeração de pessoas facilita a transmissão da hanseníase? Certo
	É necessário deixar a pessoa com hanseníase isolada? Errado
ANEXO B - Questionário de “verdadeiro” ou “falso” que será aplicado oralmente na segunda etapa do momento explicativo.
	Primeira Etapa: Questionário de verdadeiro ou falso para os ACS’s da ESF Radional
	PERGUNTAS
	Aspectos Gerais: a hanseníase é uma doença infectocontagiosa causada por um vírus. Falso
	Aspectos gerais: a hanseníase é uma doença controlada, sendo assim não é preciso realizar uma busca ativa. Falso
	Diagnóstico: a presença de manchas (esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas) na pele com alteração da sensibilidade térmica (ao calor e frio) e/ou dolorosa (à dor) e/ou tátil (ao tato); Áreas com diminuição dos pelos e do suor; Sensação de formigamento e/ou fisgadas, principalmente em mãos e pés; são sinais e sintomas da hanseníase. Verdadeiro
	Transmissão: a hanseníaseé transmitida por contato casual, como aperto de mãos. Falso
	Tratamento: Após o início do tratamento, o paciente com hanseníase já deixa de transmitir a doença. Verdadeiro
	Busca ativa: O ACS é o principal responsável pela realização da busca ativa. Verdadeiro
ANEXO C – Frente do Panfleto que será fornecido à população alvo entrevistada na Usina da Paz, ESF Radional e circulantes moradores do Conjunto Radional II.
ANEXO D – Verso do Panfleto que será fornecido à população alvo entrevistada na Usina da Paz, ESF Radional, circulantes moradores do Conjunto Radional II e ACS’s da ESF Radional.
ANEXO E – Frente do Panfleto que será fornecido aos ACS’s do Conjunto Radional II.
ANEXO F – Arte que estará anexada à caneta que será entregue como brinde a todos os entrevistados.
ANEXO G – Foto do grupo no primeiro dia de ação na Usina da Paz - Jurunas/Condor.
ANEXO H – Brindes entregues aos entrevistados.
ANEXO I – Grupo “Unidos contra a hanseníase” no primeiro dia de ação, na Usina da Paz.
ANEXO J – Atuação na ESF, no segundo dia de ação, com entrevista individual com ACS e orientação em grupo para esclarecimento da Hanseníase.
ANEXO K – Entrevista individual com usuária da ESF Radional.
ANEXO L – Ação com moradores do Conjunto Radional II que possuem ponto de comércio em suas residências.
ANEXO M – Grupo “Unidos contra a Hanseníase” acompanhado da professora Maria do Socorro.

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