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DOENÇAS GENÉTICAS (mendelianas e cromossômicas) Conceitos: 1. Locus/Loci: local onde se encontra um segmento particular de DNA, um gene 2. Alelos: variações de um mesmo gene, alelo A e alelo a, por exemplo 3. Alelo selvagem: normal/comum 4. Alelo mutante: doente/variante Mutações: SNP: polimorfismo de nucleotídeo único, é a substituição de um único nucleotídeo no DNA, constitui 90% das variações genômicas humanas, não é patogênica Mutação: variação patogênica, com frequência <1% 1. Cromossômicas: deixam os cromossomos intactos, mas alteram seu número nas células (erros de segregação) – numéricas, sexuais e estruturais 2. Subcromossômicas: mudam uma parte do cromossomo (estruturais: duplicações, inversões e deleções, translocações) 3. Gênicas ou de DNA: alterações na sequência de DNA – substituição, deleção, inserção Gênicas (tipos) 1. Substituições nucleotídicas • M. de sentido trocado (missense): substituição de único nucleotídeo (mutação pontual) altera o código em uma trinca de bases, uma vez que pode causar a substituição não sinônima de um aminoácido por outro, modificando o sentido de codificação do gene ao especificar um aminoácido diferente. • M. sem sentido (nonsense): substituição de um códon normal para um aminoácido por um dos três códons de término/parada. • M. que afeta o dogma (transcrição, processamento e tradução) Mosaicismo • presença de duas ou mais linhagens genéticas diferentes oriundas de um mesmo zigoto • Indivíduo com dois genomas diferentes em seu conjunto de células Comentado [IG1]: Geralmente é responsável pela diminuição ou abolição da função do produto gênico, na chamada perda de função Síndromes Cromossômicas • As espécies humanas têm 46 cromossomos, 23 pares, dos quais 22 são autossomos e 1 é sexual • Regiões do genoma com características semelhantes tendem a ser agrupadas, de modo que a organização funcional do genoma reflete sua organização estrutural • Os cromossomos são identificados por bandas: escuras (ricas em bases A e T, com replicação tardia e poucos genes ativos) e claras (ricas em bases C e G, com replicação precoce e muitos genes ativos) • Podem ser numéricas, estruturais e sexuais NUMÉRICAS Euploidias • Alterações que envolvem todo o genoma, ou seja, gerando um conjunto haploide a mais • Incompatível com a vida • Responsável pela maioria dos abortos espontâneos, sendo a triploidia a mais frequente Aneuploidias • O número de cromossomos a mais não é um múltiplo exato do número haploide • Ocorre em decorrência da não disjunção de um ou mais cromossomos durante a meiose • A idade materna avançada é o principal fator de risco mais provável para as anomalias • Líder das causas de abortamentos espontâneos • Monossomia (um cromossomo a menos) • Trissomia (um cromossomo a mais) • Tetrassomia (dois cromossomos a mais) • Pentassomia (três cromossomos a mais) Meiose normal Não Disjunção (M I) Não Disjunção (M II) • Se ocorrer na meiose I, os gametas apresentarão um representante de ambos os membros do par • Se ocorrer na meiose II, os gametas anormais contêm duas cópias do mesmo cromossomo parental Monossomias • A monossomia dos cromossomos autossomos não é compatível com a vida • A monossomia do Y não é compatível com a vida • (síndrome de Turner) – monossomia do X, compatível com a vida Trissomias • Dos distúrbios conhecidos, esse é o mais comum em humanos • A constituição cromossômica tem um cromossomo a mais • 13 (patau), 18 (Edward), 21 (Down, a não disjunção ocorre na meiose II), X e Y são os cincos da maioria das aneuploidias em nascidos vivos Sexuais • Relacionadas às alterações no X e no Y • São mais frequentes que as autossômicas Síndrome de Turner (45, X) • Monossomia sexual • Acontece no sexo feminino, em que um X está ausente ou parcialmente ausente • Falta de crescimento das mamas e escassez de pelos pubianos • Infertilidade Comentado [IG2]: Mosaicismo do X – normalmente, ocorre inativação de uma dose do X nas mulheres, resultando no funcionamento de apenas um X. porém, na síndrome de Turner, há clínica em decorrência de alguns genes específicos que não estarão expressos • Podem apresentar mosaicismo Síndrome de Klinefelter (47, XXY) • Trissomia do X, o qual se apresenta de modo duplicado • Acontece nos homens • Principal causa de infertilidade masculina • Ginecomastia e baixo crescimento peniano na puberdade tardia ESTRUTURAIS Não balanceadas • Quando acontece perda ou ganho de material genético • Deleção (perda): terminal (na extremidade do cromossomo) e intersticial (entre o cromossomo) • DiGeorge: deleção no cromossomo 22, braço longo (q), na banda 11.2 • Síndrome de Cri-du-Chat: deleção do cromossomo 5, braço curto (p), banda 15 • Anel cromossômico: há duas quebras, em cada extremidade dos braços cromossômicos, havendo duas perdas e, em extremidades sem telômeros, os cromossomos se unem formando uma estrutura circular • Duplicação: ocorre quando um segmento está presente duas vezes no mesmo cromossomo Balanceadas • Quando não há perda nem ganho de material genético • Inversão: quando ocorre duas quebras do cromossomo em alguma fase do ciclo, acompanhada da fusão desse fragmento em posição invertida (180 graus) • paracêntrica (quebras em um mesmo braço) • pericêntrica (quando envolve o centrômero) • Translocação: • recíproca (troca de segmentos cromossômicos entre dois cromossomos) • robertsoniana (ocorre a perda dos braços curtos de dois cromossomos, seguida da fusão dos centrômeros, unindo os braços longos e dando origem a um só cromossomo) – envolve apenas os cromossomos acrocêntricos 13, 14, 15, 21 e 22 Comentado [IG3]: Não geram clínica para os primeiros indivíduos, mas pode gerar para os descendentes, já que os cromossomos estarão, de fato, alterados Comentado [IG4]: Não é prejudicial porque os genes nesses cromossomos determinam as mesmas funções: síntese de RNA ribossômico, assim, se há perda de um, sobra ainda 4 mesmos cromossomos para compensar os genes perdidos Detecção de síndromes cromossômicas São feitas as solicitações de exames conforme a indicação clínica Numéricas: cariotipagem padrão Estruturais: Bandeamento, hibridização genômica comparativa, análise de FISH, microarranjos cromossômicos • Pré-implantacional: retirada de núcleos de blastômeros • Pré-natal: células do líquido amniótico, vilosidades coriônicas, linfócitos do sangue fetal , placenta etc • Pós-natal: sangue periférico, biópsia de pele ou ovários Pré-natal • Amniocentese (procedimento): a partir da 15º semana, retira-se o liquido amniótico para análise (que pode ser o exame EXOMA, Cariótipo, Microarray) • Biópsia de vilosidades coriônicas (BVC)(procedimento): a partir da 12º a 14º semana de gestação, retira vilosidades (placenta) para análise • Teste pré-natal não invasivo (NIPT): (procedimento) exame de triagem, a partir da 9º semana, retira-se o sangue periférico materno (o qual contém frações do DNA fetal) para rastrear alterações numéricas e estruturais no feto. Pós-natal: sangue periférico – tecido mais utilizado para exames citogenéticos Pré-implantação • PGD (diagnóstico genético pré-implantação): biópsia realizada no 5º a 6º dia após a fertilização, quando o blastocisto tem cerca de 100 células, das quais se tira de 5 a 10 para análise genômica. Técnicas • Bandeamento G – feito com sangue periférico • Verifica número, forma e distribuição dos cromossomos • cariótipo, protocolo GTC – resolução baixa, mas serve para análise de aneuploidias (a mais eficiente), deleções, duplicações e outros rearranjos estruturais • Verifica número de cromossomos • Verifica extensão de grandes arranjos cromossômicos• Presença ou ausência de cromossomos individuais • Cromossomos sexuais Comentado [IG5]: Tecido mais utilizado para o diagnóstico, devido à fácil obtenção e sangue é heparinizado Comentado [IG6]: Não dá um diagnóstico confirmatório, é preciso confirmar depois com BVC ou amniocentese Comentado [IG7]: Feito em laboratórios de fertilização, no qual se estuda a possibilidade do embrião apresentar alguma alteração antes e implantá-lo Comentado [IG8]: Embrião segue com os estágios de clivagem, podendo ser transferido até o sexto dia de desenvolvimento • Impossibilita a detecção de alterações menores que 10 Mb Técnicas moleculares • FISH: quando se tem uma indicação clínica, o usa para identificar alterações em cromossomos específicos (hibridação em situ por fluorescência) – alterações não balanceadas principalmente • visa regiões específicas de todo o genoma • pode ser utilizado para avaliação do mosaicismo • (a-CGH): hibridação genômica comparativa em microarranjos – acontece a comparação quantitativa dos cromossomos, permite a detecção de ganhos e perdas ao longo do genoma inteiro, mas não detecta (mosaicismo, DUP, inversões e poliploidia) • Permite identificar os “pontos de quebra” (início e fim do segmento alterado). • Possibilita identificar quais são os genes presentes na região alterada. Síndromes monogênicas (causadas por um gene apenas) • Podem ser autossômicas, ligadas ao sexo (X) ou restritas ao sexo (Y) • Genótipo: carga genética do indivíduo • Fenótipo: expressão gênica do genótipo • Homozigose: presença de dois alelos iguais • Heterozigose: os alelos se diferenciam • Doença dominante: se manifesta em heterozigose e homozigose (AA ou Aa) • Doença recessiva: só se manifesta em homozigose (aa) • Geralmente, as alterações dominantes são letais quando em homozigose • Pleiotropia: quando um gene/par de alelos determina mais de uma característica (fenilcetonúria) • Interação gênica (polialelia): vários alelos/genes determinando uma única característica Condição recessiva autossômica (aa) • Apresenta mesma probabilidade em homens e mulheres • O fenótipo só é observado nos irmãos do probando e não nos genitores ou descendentes • Necessariamente, os genitores de uma criança afetada são portadores do alelo mutante (isso se não forem também portadores da doença) • Miopia, albinismo, daltonismo, fenilcetonúria, fibrose cística • O alelo mutante responsável geralmente diminui ou abole a função do produto gênico, na chamada mutação de perda de função • A herança não aparece em todas as gerações Comentado [IG9]: Um gene interfere em várias características Condição dominante autossômica • Prevalência na população: autossômico dominante • Geralmente letal e raro a homozigose do alelo dominante, por isso ele se manifesta mais em heterozigose • O fenótipo aparece em todas as gerações • Pessoas fenotipicamente normais (recessivas) não transmitem aos filhos • Homens e mulheres com a mesma probabilidade de transmitirem • Polidactilia, acondroplasia, síndrome de Marfan Ligadas ao sexo (X) • Nas mulheres, as relações de dominância e recessividade são heranças semelhantes às autossômicas • Incidência maior nos homens – pois só precisam apresentar um alelo • Homens afetados transmitem para todas as filhas, mas não transmite para os filhos • Hemofilia • Homens afetados recebem o alelo da mãe Recessiva (ligada ao sexo) • Incidência maior nos homens • O alelo mutante geralmente não é transmitido de pai para filho (já que o alelo está ligado ao X) • a mulher heterozigota pode passar ou não a herança para o filho • a mulher doente passa, necessariamente, a doença para o filho • meninas só são afetadas se os pais forem portadores e a mãe tiverem o alelo ou forem doentes Dominante (ligada ao sexo) • tanto os filhos quanto as filhas das mulheres afetadas apresentam 50% de chance de herdarem o fenótipo • mulheres afetadas são mais comuns, mas apresentam um fenótipo mais leve (devido ao mosaicismo) Técnicas genéticas • Reação em cadeia da polimerase (PCR): processo que possibilita a geração de bilhões de cópias de um determinado gene – terapia gênica • Usado para terapia gênica • Usado para testes de DNA • Usado para testes de doenças infecciosas (COVID) • Eletroforese em gel – usado para DNA, para identificação de um gene específico, alelo • Sequenciamento genômico: capaz de identificar a sequência de nucleotídeos na fita de DNA ou RNA • EXOMA: avalia o conjunto de éxons do genoma humano, importante para detectação de doenças monogênicas, já que 85% das alterações das alterações monogênicas estão nos éxons
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