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MECANISMOS Prof. Eng. Leury de Oliveira Silva Aula – 2 25/02/2014 Unidade – 3 Engrenagens Unidade – 4 ECDR Unidade III Engrenagens Denomina-se engrenagem a peça de formato cilíndrico (engrenagem cilíndrica), cônico (engrenagem cônica) ou reto (cremalheira), dotada de dentadura externa ou interna, cuja finalidade é transmitir movimento sem deslizamento e potência, multiplicando os esforços com a finalidade de gerar trabalho. Engrenagens O processo de fabricação das engrenagens são divididos em três grupos: 1 – Usinagem 2 – fundição 3 – Sem retirada de cavaco Fabricação de Engrenagens 1 - Usinagem PROCESSOS GROSSEIROS • Fresamento de Forma: 1. Requer cortador de freza de forma 2. Feito para a forma do vão,para a geometria e para o número de dentes de cada engrenagem em particular. 3. Corta um dente de cada vez. 4. Custo de ferramenta alto(cortador para cada tamanho de engrenagem). 5. É o método menos preciso dos métodos grosseiros. MAIOR PARTE ENGRENAGENS METÁLICAS USADAS PARA TRANSMITIR POTÊNCIA (USINAGEM DE MATERIAIS FUNDIDO,FORJADO OU DISCO LAMINADO A QUENTE) Usinagem Por Fresa Conformadora • Geração por Cremalheira: 1. Um cortador de cremalheira para qualquer passo de involuta facilmente construído. 2. Forma do dente é um trapézio. 3. Cremalheira endurecida e afiada. 4. Movimento alternado(para frente e para trás)ao longo do eixo do disco da engrenagem, e avança sobre ele ao mesmo tempo. 5. Cremalheira e disco reposicionado periodicamente para completar a circunferência (pode introduzir erros na geometria) 6. Menos preciso que métodos de geração de engrenagem e por fresa de caracol. Usinagem Por Geração • Geração por engrenagem: 1. Usa ferramenta cortante na forma de engrenagem. 2. Engrenagem cortante movida para frente e para trás axialmente através do disco,enquanto o disco roda ao redor da ferramenta. 3. Precisão boa, mas qualquer erro em algum dente é transferido para a engrenagem. 4. Engrenagens internas podem ser cortadas com este método. 5. Processo verdadeiro de geração de forma. • Geração por fresa caracol: 1. Um caracol, análogo a uma rosca cônica. 2. Seus dentes são feitos para igualar o vão de dente e são interrompidos com ranhuras para permitir as superfícies cortantes. 3. Roda ao redor de um eixo perpendicular àquele do disco de engrenagem. 4.É o método mais preciso dos processos grosseiros.Nenhum reposicionamento da ferramenta ou disco é preciso. 5. Cada dente é cortado por múltiplos de dentes do caracol. 6. Excelente acabamento. 7. Um dos mais amplamente usados. A fabricação de engrenagens por fundição utiliza, basicamente, os processos por gravidade, sob pressão e em casca. • Baixo custo; • Normalmente não tem operação de acabamento; • Baixa precisão e para aplicações não críticas (brinquedos, eletrodomésticos , betoneiras,..); • Fundição em areia: baixa precisão,acabamento superficial pobre, pode fabricar baixas quantidades,custo ferreamente razoável; • Fundição em moldes: melhor acabamento superficial e precisão, custo ferramenta mais elevado,requer volume de produção maior. 2 - Fundição Este processo é dividido em dois subgrupos: • Forjamento • Estampagem Forjamento: extrusão e trefilação, laminação, forjamento em matriz. Extrusão: 1. Fazer dentes em eixos longos.(cortados em tamanhos utilizáveis) 2. Metais não ferrosos(AL e ligas de cobre) extrudados no lugar dos aços. 3 – Sem retirada de cavaco O processo de estampagem resume-se em ferramenta de corte. • Estampagem: 1. Laminas metálicas estampadas com as formas dos dentes. 2. Baixa precisão e baixo custo. 3. Grandes quantidades. 4. Acabamento superficial pobre. 3 – Sem retirada de cavaco Qualidade das Engrengens Para definir a qualidade da engrenagem, pode-se basear na sua velocidade periférica. Utilizar a tabela seguinte: 3 – Sem retirada de cavaco São utilizadas em eixos paralelos ou reversos; A relação de transmissão é constante; Transmitem forças sem deslizamento; Seu funcionamento é seguro; Possuem vida longa em relação a outros tipos de transmissão; Resistem bem às sobrecargas; Custo com manutenção reduzido; Possuem bom rendimento; O índice de ruído é maior em relação a outras transmissões. Características Gerais da Engrenagens Unidade IV Engrenagens Cilíndricas de Dentes Retos Características Geométricas - DIN 862 e 867 Diâmetro Primitivo Diâmetro Interno ou do pé do dente Diâmetro de Base Diâmetro Externo ou da Cabeça do dente Folga da Cabeça Características Geométricas - DIN 862 e 867 Características Geométricas - DIN 862 e 867 A expressão seguinte deve ser utilizada no dimensionamento de pinhões com ângulo de pressão igual a 20º e número de dentes entre 18 a 40. 14,0 1 1072,5 2 52 11 i i p M db adm T b1: largura do dente do pinhão (mm); d1: diâmetro primitivo do pinhão (mm); MT: momento torçor no pinhão (Nmm); padm: pressão admissível (N/mm 2); i: Relação de transmissão (Z2/Z1); φ: fator de serviço (consultar tabela) – adimensional. Dimensionamento Critério de Desgaste O sinal positivo é utilizado em engrenamentos externos, e o negativo, em engrenamentos internos (planetários). 14,0 1 1072,5 2 52 11 i i p M db adm T Dimensionamento Critério de Desgaste 2 6/1 / 487,0 mmN W HB padm 610 60 hn W p np: rotação do pinhão (rpm); h: duração do par (horas); HB: dureza Brinell (N/mm2). Pressão Admissível (Padm) Fator de Durabilidade (W) Material HB (N/mm2) Aço fundido cinzento 1100 -1400 Aço SAE 1020 1400 – 1750 Aço SAE 1040 1800 – 2300 Aço SAE 1050 2200 – 2600 Aço SAE 3145/3150 1900 - 2300 Dureza Brinell (HB) Material HB (N/mm2) Aço SAE 4320 2000 – 4200 Aço SAE 4340 2600 – 6000 Aço SAE 8620 1700 – 2700 Aço SAE 8640 2000 – 6000 Aço fundido nodular 1200 - 2400 O limite máximo da escala Brinell é 6000N/mm2. Dureza Brinell (HB) Para que uma engrenagem seja bem dimensionada, é necessário que sejam obedecidas as relações seguintes: Engrenagem biapoiada Engrenagem em balanço b / d < 1,2 b / d < 0,75 Relação entre Largura da Engrenagem e Diâmetro Primitivo (b/d) Somente o dimensionamento ao critério de desgaste é insuficiente para projetar a engrenagem. É necessário que seja verificada a resistência à flexão no pé do dente. A engrenagem estará apta para suportar os esforços da transmissão, quando a tensão atuante no pé do dente for menor ou igual à tensão admissível do material indicado. Resistência à Flexão no Pé do Dente A carga tangencial (Ft) é responsável pelo movimento das engrenagens, sendo também a carga que origina o momento fletor, tendendo a romper por flexão o pé do dente. Fr Ft Fres Fr Resistência à Flexão no Pé do Dente Fr Ft Fres Fr d M r M F TTt 2 Resistência à Flexão no Pé do Dente Atua na direção radial da engrenagem. É determinada por meio da tangente do ângulo de pressão. Fr Ft Fres Fr t r F F tg Carga Radial (Fr) É a resultante das cargas Fr e Ft, sendo determinado por meio de Pitágoras. Fr Ft Fres Fr 22 rtres FFF Carga Resultante (Fres) As cargas radial e resultante serão importantes no dimensionamento de eixos e mancais, não sendo importantes no dimensionamento das engrenagens. Fr Ft Fres Fr Carga Resultante (Fres) A tensão atuante no pé do dente deve ser menor ou igual à tensão admissível do material indicado. adm t máx mb qF ].1[: ];1[: ];[arg: ];[: ];[tan: ];/[: 2 serviçodefator formadefatorq mmpinhãododentedouralb mmonormalizadmódulom NgencialforçaF mmNdentedobasenaatuantemáximatensão t máx Tensão de Flexão no Pé do Dente O projeto ideal é aquele em que a tensão atuante no pé do dente está bem próxima da tensão admissível no seu limite inferior. • Se a tensão atuante estiver acima da tensão admissível, a engrenagem poderá não suportar a transmissão, vindo a se romperna base do dente prematuramente. • Se, por outro lado, a tensão atuante estiver bem aquém da tensão admissível, a engrenagem estará superdimensionada, tornando-se antieconômica. Tensão Admissível Material MPa ou N/mm2 FoFo cinzento 40 FoFo nodular 80 Aço fundido 90 SAE 1010/1020 90 SAE 1040/1050 120 SAE 4320/4340 170 SAE 8620/8640 200 Resinas 35 Tensões admissíveis ideais para os materiais no dimensionamento de engrenagens Se o número de dentes for um valor intermediário, torna-se necessário uma interpolação. Fator de Forma (q) Dimensionar o par de engrenagens cilíndricas de dentes retos, para que possa atuar com segurança na transmissão especificada. A transmissão será acionada por um motor de P = 15cv (11kW) que atua com uma rotação de 1.140rpm (w=38πrad/s). O material a ser utilizado é o SAE 4340. A dureza especificada é 6000HB, e a duração prevista para 10.000h. As engrenagens atuarão em eixos de transmissão com carga uniforme, com o tempo de serviço máximo de 10h diárias. Considere: b1/d01 = 0,25 α = 20º Z1=29 dentes Z2=110 dentes Z1 Z2 Exemplo a) Torque no pinhão (MT): Como a árvore do pinhão está acoplada ao eixo do motor, conclui-se que o torque no pinhão é o torque do motor. NmM srad W srad kW M srad sradrpmsradrpm P MMP T T TT 14,92 /38,119 000.11 /38 11 /38,119 / 60 1140..2 140.1/ 60 2 1 b) Relação de transmissão (i): 79,3 29 110 1 2 i Z Z i c) Pressão admissível: c.1) Fator de durabilidade (W): 684 10 10140.160 10 60 6 4 6 W W hn W p c.2) Cálculo da Pressão Admissível: Obtém-se na tabela AGMA. O fator de serviço para eixo de transmissão, carga uniforme, para funcionamento de 10h diárias é 1 (um). 2 6/1 /984 97,2 000.6487,0487,0 mmNp W HB p adm adm d) Fator de Serviço: e) Volume Mínimo: 342 011 32 011 22 52 011 2 52 011 106343,6 66343 1 14,079,3 179,3 1084,9 140.92 1072,5 14,0 1 1072,5 mmdb mmdb db i i p M db adm T f) Módulo de Engrenamento: f) Módulo de Engrenamento: mmm Z d m mmd d b mmdb 21,2 29 3,64 3,64 25,0 66343 1 01 01 01 1 32 011 Por meio da norma DIN 780 fixa-se o módulo da ferramenta em 2,25mm g) Recálculo do Diâmetro Primitivo do Pinhão: mmd d Zmd R R nR 25,65 2925,2 01 01 101 h) Cálculo da Largura do Pinhão: mmb b mmdb R 16 25,65 66343 66343 1 21 32 011 ii) Resistência à Flexão no Pé do Dente: a) Força Tangencial: NF mm Nmm d M F T R T T 2825 25,65 9214022 1 b) Fator de Forma (q): Como Z1 = 29 dentes, encontramos na tabela o fator q = 3,0835. c) Tensão Máxima Atuante no Pé do Dente: 2 max max max /242 25,216 10835,32825 mmN mb qF adm n T d) Análise do Dimensionamento: 22 max /170/242 mmNmmN adm Como a tensão máxima atuante é superior a tensão admissível do material, conclui-se que o pinhão deverá ser redimensionado. mmb m qF b m qF b mb qF nadm T n T n T 23 17025,2 10835,32825 max max e) Redimensionamento do Pinhão 1ª Hipótese: Mantém-se o módulo e faz-se o redimensionamento da largura (b), utilizando a tensão admissível do material SAE 4340. f) Relação Largura (b) / Diâmetro Primitivo (d): . 2,135,0 25,65 23 01 1 çõesespecifica dasdentroestáengrenagemA d b e) Redimensionamento do Pinhão 2ª Hipótese: Mantém-se a largura, alterando o módulo da b1=16mm e conseqüentemente o diâmetro primitivo e a força tangencial. Altera-se o mn=2,75mm, pois a tensão admissível está bem aquém da tensão máxima obtida. Diâmetro Primitivo: mmd d Zmd R R nR 75,79 2975,2 01 01 101 Força Tangencial: NF mm Nmm d M F T R T T 310.2 75,79 9214022 1 Tensão Máxima Atuante: 22 max max max /170/162 75,216 10835,3310.2 mmNmmN mb qF adm adm n T Relação entre Largura e Diâmetro Primitivo: . 2,12,0 75,79 16 01 1 çõesespecifica dasdentroestáengrenagemA d b Para este dimensionamento temos um pinhão com as seguintes características: Z1=29dentes; mn=2,75mm; d1(R)=79,75mm e b1=16mm Exercícios
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