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Considerações Primeiros estudos dos solos Desde que o homem teve a necessidade de construir, ele passou a ter contato com os solos. O solo era considerado como material homogêneo, sendo estudado sob o ponto de vista mais matemático do que físico. Com a ocorrência de inúmeros acidentes, foram criadas comissões com o objetivo de examinar o que estava acontecendo. Primeiros estudos dos solos Uma das principais abordagens dos trabalhos era a necessidade de se exprimir quantitativamente as propriedades dos solos, estabelecendo a sua classificação e dando importância as partículas coloidais dos solos. Primeiros estudos dos solos Em 1925, o Prof. Karl Terzagui publicou o livro “ERDBAUMECHANIK”, que foi um marco decisivo no estudo do comportamento dos solos. Nascia a Mecânica dos Solos, ou seja, a mecânica dos sistemas constituídos por uma fase sólida granular, uma fase gasosa e uma fase líquida. Primeiros estudos dos solos A Mecânica dos Solos é uma ciência aplicada que procura descobrir, entender, explicar e correlacionar as características do solo, entendido como material de construção em seus aspectos que interessam às obras de Engenharia: fundações de estruturas, cortes e aterros, barragens de terra, túneis, etc., com a finalidade de possibilitar o projeto e a construção dessas obras (Prof. Milton Vargas). Primeiros estudos dos solos A Mecânica dos Solos é a aplicação das leis da Mecânica aos problemas de Engenharia relacionados com sedimentos e outros depósitos não consolidados de partículas sólidas, produzidas pela desintegração mecânica ou química das rochas, prescindindo do fato de conterem ou não elementos constituídos por substâncias orgânicas (Karl Terzagui). Primeiros estudos dos solos A Mecânica dos Solos é uma das poucas disciplinas da Engenharia em que a classificação do material de que trata tem grande importância. Os problemas de Mecânica dos Solos devem partir da identificação do material com que se vai tratar. Uma vez identificado, o solo é enquadrado em uma classificação pré-estabelecida. Após isso é que o problema se define e então começa a parte de cálculo, dimensionamento, etc. Primeiros estudos dos solos Em uma edificação, o maior risco que pode ocorrer é a execução da obra sem o conhecimento do solo onde vão ser lançadas as cargas da estrutura da futura construção (a fundação). Deve haver uma interação entre solo-fundação- estrutura, com a finalidade principal de evitar que ocorram recalques diferenciais, com o consequente colapso da obra. Primeiros estudos dos solos Assim, superestrutura é parte da estrutura situada acima do nível do solo e infraestrutura é a parte da estrutura situada abaixo do nível do solo para a qual há necessidade de realização de serviços especiais, tais como: escavação, escoramento, rebaixamento do lençol freático, etc. Fundação é a parte da edificação destinada a receber e transmitir ao terreno (solo ou rocha) as cargas provenientes da estrutura. Primeiros estudos dos solos Ao analisar-se uma obra sobre um terreno de fundação, 3 elementos se destacam como fundamentais: a obra, o terreno de fundação e a relação entre eles (estabilidade, deformação, etc.). Quanto à obra é importante que saibamos qual o tipo a ser executado, pois cada obra tem seu comportamento: têm comportamentos diferentes um aeroporto e uma barragem de concreto. Primeiros estudos dos solos Também cada tipo de solo tem sua personalidade própria e até mesmo uma mesma espécie de solo tem seu comportamento variável, em função da sua umidade e do seu índice de vazios. Mais complexo ainda é o comportamento do conjunto formado por obra e solo. Deve-se também procurar alcançar a maior estabilidade com o menor custo. Para isso é necessário que se proceda a uma investigação geotécnica, ou sondagem. SONDAGEM Como visto anteriormente, uma estrutura de engenharia não deve ser construída se o subsolo no local da construção não foi devidamente investigado. A NBR 6122:2019 (Projeto e execução de fundações) estabelece que devam ser considerados os seguintes aspectos na elaboração de projetos e previsão do desempenho das fundações: - visita ao local; - feições topográficas e eventuais indícios de instabilidade de taludes; SONDAGEM - indícios da presença de aterro (bota-fora) na área; - indícios de contaminação do subsolo por material contaminado lançado no local ou decorrente do tipo de ocupação anterior; - prática local de projeto e execução de fundações; - estado das construções vizinhas; - peculiaridades geológico-geotécnicas na área, tais como: presença de matacões, afloramento rochoso nas imediações, áreas brejosas, minas d’água, etc. SONDAGEM Em função do porte da obra ou de condicionantes específicas, deve ser realizada vistoria geológica de campo por profissional especializado, eventualmente complementada por estudos geológicos adicionais. SONDAGEM Para qualquer edificação deve ser feita uma campanha de investigação geotécnica preliminar, constituída no mínimo por sondagens a percussão (com SPT), visando a determinação da estratigrafia e classificação dos solos, a posição do nível de água e a medida do índice de resistência à penetração NSPT, de acordo com a NBR 6484:2001 (Solo – Sondagens de simples reconhecimentos com SPT – Método de ensaio). SONDAGEM Na classificação dos solos deve ser empregada a NBR 6502:1995 (Rochas e solos), ambas da ABNT. Em função dos resultados obtidos pode ser necessária investigação complementar. SONDAGEM A programação das sondagens deve ser feita de acordo com a NBR 8036:1983 (Programação de sondagens de simples reconhecimento do solo para fundações de edifícios - Procedimento). O número de sondagens deve ser suficiente para fornecer um quadro, o melhor possível, da provável variação das camadas do subsolo do local em estudo. SONDAGEM A profundidade a ser explorada pelas sondagens de simples reconhecimento, para efeito do projeto geotécnico, é função do tipo de edifício, das características particulares de sua estrutura, de suas dimensões em planta, da forma da área carregada, das condições geotécnicas e topográficas do local. A profundidade mínima consta também da NBR 8036:1983. SONDAGEM Portanto, sondagem é um procedimento que visa conhecer o subsolo quanto as suas características geológicas (natureza, propriedades, sucessão e disposição das camadas), resistência e nível do lençol freático (é uma espécie de radiografia do solo). SONDAGEM Em conjunto com as Normas Técnicas, o tipo, o número, a disposição e a profundidade dos reconhecimentos se estabelecem em função das dimensões e forma das estruturas, das cargas e das características dos terrenos. A locação em planta e a cota dos pontos de reconhecimento devem ficar perfeitamente definidas. Existem vários tipos de sondagem. Algumas são superficiais para reconhecimento do solo e outras mais precisas, para obtenção de informações mais detalhadas. Recalques (acomodações ou não) Para que as fundações se comportem de acordo com o projetado, vários estudos são feitos. Entre eles o de futuros recalques. O recalque é a deformação do solo sob ou lateralmente às fundações provocando um deslocamento destas ou a perda de resistência por atrito lateral. Recalques (acomodações ou não) Muitas são as causas que provocam o recalque. Entre elas, 2 se destacam: - Recalque por ruptura do solo; - Recalque por adensamento do solo. As fundações mais suscetíveis a recalques são as rasas. Recalques (acomodações ou não) Recalques por ruptura do solo O solo pode romper-se de 2 formas: ruptura geral ou ruptura local. Recalques (acomodações ou não) - Ruptura geral do solo: Se o solo for denso e resistente (argilas duras e areias compactas), os recalques são pequenos, até se atingir a capacidade de carga do solo de apoio, a qual, ultrapassada, provoca o rompimento do solo ao longo de superfícies bemdefinidas, provocando um levantamento do solo de um lado e um afundamento (recalque) do outro no terreno. Esse mecanismo é chamado de ruptura geral do solo e ocorre em camadas não muito profundas. Recalques (acomodações ou não) - Ruptura local do solo: Se o solo for pouco denso e de baixa resistência (argilas moles e areias pouco compactas), os recalques são progressivos e a fundação vai afundando no terreno de apoio, antes que a ruptura deste possa ser alcançada. Esse mecanismo é chamado de ruptura local do solo e acontece em camadas mais profundas. Recalques (acomodações ou não) Os 2 casos constituem causas extremas. Na maioria dos problemas práticos, a curva tensão- recalque se situa entre os 2 casos anteriores, ou seja, o solo pode ter as 2 formas de ruptura concomitantes, tendo um comportamento intermediário. Recalques (acomodações ou não) No caso dos solos densos e resistentes (ruptura geral), os recalques são pouco significativos, devendo a segurança ser verificada contra a ruptura do solo. No caso dos solos pouco densos e de baixa resistência (ruptura local), os recalques são significativos, devendo a segurança ser verificada e limitando-se o recalque tolerável pela superestrutura. Recalque diferencial O recalque em si, dentro de certos limites, não apresenta grandes danos à edificação, a não ser estéticos e de conforto. O problema torna-se sério quando a intensidade do recalque entre vários pontos da edificação for diferente, provocando o que se denomina recalque diferencial. Esse tipo de recalque leva as estruturas a sofrer tensões deformações não previstas em projetos, podendo levar a mesma ao colapso. Para corrigir esse tipo de recalque é necessário reforço das fundações ou estabilização do solo. Slide 1: Considerações Slide 2: Primeiros estudos dos solos Slide 3: Primeiros estudos dos solos Slide 4: Primeiros estudos dos solos Slide 5: Primeiros estudos dos solos Slide 6: Primeiros estudos dos solos Slide 7: Primeiros estudos dos solos Slide 8: Primeiros estudos dos solos Slide 9: Primeiros estudos dos solos Slide 10: Primeiros estudos dos solos Slide 11: Primeiros estudos dos solos Slide 12: SONDAGEM Slide 13: SONDAGEM Slide 14: SONDAGEM Slide 15: SONDAGEM Slide 16: SONDAGEM Slide 17: SONDAGEM Slide 18: SONDAGEM Slide 19: SONDAGEM Slide 20: SONDAGEM Slide 21: Recalques (acomodações ou não) Slide 22: Recalques (acomodações ou não) Slide 23: Recalques (acomodações ou não) Slide 24: Recalques (acomodações ou não) Slide 25: Recalques (acomodações ou não) Slide 26: Recalques (acomodações ou não) Slide 27: Recalques (acomodações ou não) Slide 28: Recalque diferencial
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