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URINÁLISE E FLUIDOS 
BIOLÓGICOS
UNIDADE II
ANÁLISE DA URINA
Elaboração
Rebeca Confolonieri
Julio Cesar Pissuti Damalio
Ana Isabel de Camargo
Atualização
Rebeca Confolonieri
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
SUMÁRIO
UNIDADE II
ANÁLISE DA URINA ...................................................................................................................5
CAPÍTULO 1 
TIPOS DE EXAMES ............................................................................................................... 5
CAPÍTULO 2 
CONTROLE DE QUALIDADE EM URINÁLISE ........................................................................ 26
REFERÊNCIAS ........................................................................................................................29
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UNIDADE IIANÁLISE DA URINA
CAPÍTULO 1 
TIPOS DE EXAMES
1.1. Exame físico da urina
1.1.1. Coloração
A variedade da cor da urina vai desde a ausência de cor até o negro, o que pode 
ser devido a funções metabólicas normais, atividade física, substâncias ingeridas ou 
patologias. Porém, é de responsabilidade clínica determinar se essa alteração de cor é 
normal ou indicativa de doença.
As descrições de cor mais comuns são: amarelo-claro; amarelo; amarelo-escuro e âmbar. 
Para uma boa análise da amostra coletada, deve-se olhar através do recipiente contra 
um fundo branco, sempre em local com boa iluminação.
A cor amarela da urina ocorre devido à presença de um pigmento denominado 
urocromo. Amostras amarelo-escuras ou âmbar podem ser causadas pela presença 
anormal do pigmento bilirrubina. A urina que contém a bilirrubina pode também conter 
o vírus da hepatite.
Muitas colorações anormais na urina são de natureza não patogênica, sendo causadas 
pela ingestão de alimentos, vitaminas e medicamentos bastante pigmentados.
1.1.2. Aparência/aspecto
É um termo geral usado para se referir à transparência da amostra urinária. Os termos 
utilizados para descrever a aparência são: límpido, ligeiramente turvo e turvo.
Quando recém-eliminada, a urina geralmente é transparente, porém, em casos 
patológicos, em que existe grande quantidade de piócitos (leucócitos), hemácias, células 
epiteliais, cristais e bactérias, a amostra deverá se apresentar turva.
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UNIDADE II | ANÁLISE DA URINA
1.1.2.1. Turvação
As quatro principais substâncias que causam a turvação são os leucócitos, as hemácias, 
as células epiteliais e as bactérias. Outras substâncias incluem lipídios, sêmen, muco, 
linfa, cristais, leveduras, matéria fecal e contaminação externa.
O fato de a urina recém-eliminada apresentar-se turva pode ser motivo de preocupação.
Correlação Laboratorial da Turvação Urinária:
 » Urina ácida = uratos amorfos e material de contraste radiográfico.
 » Urina alcalina = fosfatos amorfos e carbonatos.
 » Termossolúvel = uratos amorfos e cristais de ácido úrico.
 » Solúvel em ácido acético diluído = hemácias, fosfatos amorfos e carbonato.
 » Insolúvel em ácido acético diluído = leucócitos, bactérias, leveduras e 
espermatozoides.
 » Solúvel em éter = lipídios, linfa e quilo.
1.1.3. Densidade urinária
É definida como uma medida da densidade das substâncias químicas dissolvidas na 
amostra. Sua medida é feita para verificar a capacidade de concentração e diluição do rim.
Em uma urina normal, os valores da densidade variam de 1.015 a 1.025 no volume de 
24 horas. Já em amostras colhidas ao acaso, pode variar de 1.003 a 1.030.
No exame de urina tipo I, a densidade fornece informações preliminares importantes e pode 
ser facilmente determinada com o uso de urodensímetro, refratômetro ou tiras reativas.
Reflita a respeito das três maneiras de verificar a densidade em uma amostra de 
urina.
Os valores da densidade podem variar e, portanto, indicar algumas patologias.
 » Densidade baixa = diabete insípido, nefrite crônica, transtornos de origem 
nervosa e ingestão de grande quantidade de líquidos.
 » Densidade elevada = diabetes mellitus, casos de desidratação e nefrite 
parenquimatosa.
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ANÁLISE DA URINA | UNIDADE II
1.1.4. Odor
É uma propriedade física observável, pois, assim que recém-colhida, a urina possui odor 
característico de seus componentes aromáticos. O odor é classificado como próprio, 
sui generis ou característico.
Quando a amostra fica muito tempo em repouso, o cheiro de amônia passa a ser 
predominante devido à degradação da ureia. A urina em decomposição adquire um 
odor pútrido ou amoniacal em decorrência da fermentação bacteriana.
As causas frequentes de odores fortes são:
 » infecções bacterianas (cheiro forte e desagradável); e
 » presença de corpos cetônicos de diabetes (cheiro adocicado ou de frutas).
O tipo de dieta e alguns medicamentos também alteram o odor urinário.
A urina alcalina fica preta quando em repouso; passa a apresentar precipitados 
opacos e brancos e tem densidade de 1.012. O que deve causar mais preocupação 
nessa amostra é a cor e a turvação.
1.2. Exame químico da urina
Os resultados do exame químico da urina fornecem informações sobre o metabolismo 
de carboidratos do paciente, funções renais e hepáticas e equilíbrio acidobásico. A seguir 
são descritos esses exames.
1.2.1. Tiras reativas
A tira reagente é a técnica mais amplamente usada na detecção de substâncias químicas 
na urina. Uma única tira pode conter até 10 tipos de testes. São constituídas por 
pequenos quadrados de papel absorvente impregnados com substâncias químicas e 
aderidos a uma tira de plástico.
Uma escala de comparação de cores é anexada às tiras reagentes, usualmente no 
rótulo do seu recipiente. O desempenho delas deve ser testado diariamente, usando-se 
soluções de controle baixo, normal e alto.
Os testes são feitos ao se mergulhar rapidamente as tiras em uma urina recente, bem 
homogeneizada. O excesso deve ser removido, tocando-se a borda da tira brevemente 
em um papel absorvente. O contato da tira com a urina faz com que ocorra uma reação 
química e, então, a mudança cromática.
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As áreas de teste da tira devem ser observadas nos intervalos de tempo específicos. As 
mudanças de cor das almofadinhas de reagentes devem ser comparadas visualmente 
com a cor da escala fornecida com as tiras.
1.2.2. Automação em urinálise
A automação no procedimento de urinálise tem permitido aos laboratórios o 
fornecimento de resultados mais precisos e seguros.
O intervalo de tempo entre a coleta do material e o processamento do teste é crítico nos 
exames de urina. Por isso, a automação, tanto da análise morfológica quanto química 
das amostras, tem se tornado um diferencial nos serviços laboratoriais.
Alguns laboratórios têm leitoras automáticas de tiras. Esses instrumentos detectam 
eletronicamente as mudanças de cor nas almofadinhas de reagentes. A tira reagente é 
mergulhada na amostra pelo técnico e a tira úmida é inserida no aparelho. Os resultados 
são mostrados em um painel digital e podem ser impressos automaticamente.
O uso desses instrumentos elimina o erro técnico devido às diferenças de tempo de 
leitura ou à interpretação das cores.
Observa-se que a automação da análise química evita as discrepâncias entre resultados e 
os erros analíticos nos métodos convencionais e que a análise microscópica automatizada 
melhora a reprodutibilidade e permite maior padronização. No entanto, a liberação 
automática ou a necessidade de revisão microscópica serão definidas pela equipe 
profissional (Terra, 2006).
Os diferentes sistemas de automação apresentam vantagens e desvantagens e a escolha 
do método depende do porte do laboratório, do custo-benefício e da população 
atendida com foco na confiabilidade dos resultados para um diagnóstico correto (Terra, 
2006).
1.2.3. pH
Além dos pulmões, os rins são os principais reguladores do equilíbrio acidobásico do 
organismo. 
O pH é a medida do grau de acidez ou alcalinidade da urina. Um indivíduo sadio produz 
a primeira urina da manhã com pH ligeiramente ácido, entre 5,0 e 6,0. Por outrolado, 
as outras amostras obtidas durante o dia terão uma variação de pH de 4,5 a 8,0.
Existem alguns fatores que podem influenciar a mudança do valor do pH urinário: a dieta, 
o uso de medicações, doenças renais e doenças metabólicas, como diabetes mellitus.
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ANÁLISE DA URINA | UNIDADE II
O conhecimento do pH é importante para a identificação de cristais observados no exame 
microscópico do sedimento urinário.
A precipitação de substâncias químicas também pode colaborar para a formação de 
cálculos renais e cristais.
1.2.4. Proteínas
A análise da proteína é mais indicativa para concluir um quadro de doença renal, mas 
também pode ser causada por outras condições, como infecções do trato urinário.
Normalmente, pode ser detectada pela tira reagente quando está presente em grandes 
quantidades. As proteínas podem aparecer na urina constantemente ou apenas de forma 
intermitente, conforme a causa (Strasinger, 2009).
A albumina, por ter baixo peso molecular, é a principal proteína sérica encontrada na 
urina normal. A urina normal contém quantidade muito baixa de proteínas, sendo, em 
média, menos de 10 mg/dL ou 150 mg por 24 horas.
O aumento da proteína na urina é denominado proteinúria. As proteínas são observadas 
em processos degenerativos tubulares, associadas a processos infecciosos bacterianos, 
em enfermidades vasculares e na hipertensão maligna. A proteinúria pode ocorrer 
normalmente após exercício extenuante, como correr uma maratona, mas é geralmente 
um sinal de doença renal (Strasinger, 2009).
Pequenas quantidades de proteína na urina podem ser um sinal precoce de lesão renal 
devido ao diabetes. Quantidades tão pequenas podem não ser detectadas pela tira 
reagente. Nesses casos, a urina será coletada durante um período de 12 ou 24 horas 
(Strasinger, 2009).
A principal fonte de erro na utilização das tiras reagentes ocorre quando a urina é 
extremamente alcalina e anula o sistema de tamponamento.
As causas da proteinúria são variadas e podem ser agrupadas em três grandes categorias: 
pré-renal, renal e pós-renal, com base na origem das proteínas (Strasinger, 2009):
 » Proteinúria pré-renal: é causada por condições que afetam o plasma antes de 
atingir o rim e, portanto, não é indicativo de real doença renal. Essa condição 
é frequentemente transitória, causada pelo aumento dos níveis de proteínas 
plasmáticas de baixo peso molecular. Como as tiras reagentes detectam, 
principalmente, albumina, a proteinúria pré-renal, em geral, não é descoberta em 
exame de rotina.
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UNIDADE II | ANÁLISE DA URINA
 » Proteinúria renal: proteinúria associada à verdadeira doença renal pode ser o 
resultado de dano glomerular ou tubular.
 » Proteinúria pós-renal: proteínas podem ser adicionadas à urina quando esta passa 
através das estruturas do trato urinário inferior (ureteres, bexiga, uretra, próstata e 
vagina). Infecções bacterianas e fúngicas e inflamações produzem exsudatos com 
proteínas do fluido intersticial.
1.2.5. Glicose
A análise da glicose é a prova de detecção que está incluída em todos os exames 
físicos de urina e, muitas vezes, é o principal objetivo dos programas preventivos 
de saúde pública.
A presença de glicose detectável na urina é chamada de glicosúria, o que indica que a glicose 
sanguínea ultrapassou o limiar renal da glicose. Essa condição ocorre no diabetes mellitus.
1.2.6. Cetonas
Os chamados corpos cetônicos são produtos derivados do metabolismo dos ácidos 
graxos, tendo origem hepática.
O termo “cetona” engloba três produtos intermediários do metabolismo das 
gorduras: acetona, ácido beta-hidroxibutírico e ácido acetoacético; portanto, quando 
o organismo metaboliza gordura de forma incompleta, são excretadas cetonas na 
urina. Esses compostos da cetona não se apresentam em quantidades iguais na 
urina. A acetona e o ácido beta-hidroxibutírico são produzidos a partir do ácido 
acetoacético, sendo relativamente constante em todas as amostras as proporções 
de 78% de ácido beta-hidroxibutírico, 20% de ácido acetoacético e 2% de acetona.
Entre as razões clínicas para esse aumento do metabolismo das gorduras, citam-se a 
incapacidade de metabolizar carboidratos, como ocorre no diabetes mellitus; o aumento 
da perda de carboidratos por vômitos; e a ingestão insuficiente de carboidratos associada 
à carência alimentar e à redução de peso.
Como as acetonas evaporam na temperatura ambiente, a urina deve ser bem tampada 
e refrigerada se não for testada rapidamente.
1.2.7. Sangue
O sangue pode estar presente na urina em forma de hemácias íntegras ou de 
hemoglobina, que é um produto da destruição das hemácias. Quando em grande 
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ANÁLISE DA URINA | UNIDADE II
quantidade, pode ser detectado a olho nu. A hematúria produz urina vermelha e opaca; 
por outro lado, a hemoglobinúria se apresenta na coloração vermelha e transparente.
Na análise microscópica do sedimento urinário, observa-se a presença de hemácias 
íntegras, mas não a de hemoglobina livre produzida por distúrbios hemolíticos ou por 
lise das hemácias no trato urinário.
O método mais preciso para determinar a presença de sangue é a avaliação química, 
pois, uma vez detectado, pode-se utilizar o exame microscópico para distinguir a 
hematúria da hemoglobinúria.
A hematúria tem mais relação com distúrbios de origem renal ou urogenital, e o 
sangramento seria resultante de traumatismo ou irritação dos órgãos desse sistema. 
Entre algumas causas de hematúria estão cálculos renais, doenças glomerulares, tumores, 
traumatismos, pielonefrites e exposição a produtos tóxicos ou a drogas.
A hemoglobinúria pode ocorrer como resultado da lise das hemácias no trato 
urinário ou pode ser causada por hemólise intravascular e a subsequente filtração de 
hemoglobinas através dos glomérulos. Isso ocorre em casos de anemias hemolíticas, 
reações transfusionais, queimaduras graves, infecções e exercício físico intenso.
1.2.8. Bilirrubina
A bilirrubina é um composto amarelo, muito pigmentado, em razão de ser um produto 
da degradação da hemoglobina.
Sua forma direta ou conjugada atravessa o túbulo renal e aparece na urina. Desse modo, 
a bilirrubina é encontrada mais comumente em pacientes com icterícia mecânica.
A bilirrubina conjugada aparece na urina quando o ciclo de degradação normal 
é perturbado por obstrução do ducto biliar ou quando a integridade do fígado 
está danificada, o que permite o refluxo da bilirrubina conjugada para a circulação 
(Strasinger, 2009).
A hepatite e a cirrose são exemplos comuns de doenças que produzem lesão hepática. 
As provas rotineiras para detecção de bilirrubina com tiras reativas utilizam a 
diazotização.
A diazotação é o nome dado à reação química entre as aminas com o ácido nitroso, 
produzindo sais de diazônio. 
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UNIDADE II | ANÁLISE DA URINA
Há um teste qualitativo, no qual se realiza a agitação da urina, formando uma espuma 
amarelada ou amarelo-esverdeada e cor âmbar, que indicará pesquisa positiva para 
bilirrubina, usando amostra recente. O reativo usado nessa prova é o Reativo de Fouchet.
1.2.9. Urobilinogênio
Como a bilirrubina, o urobilinogênio é um pigmento biliar resultante da degradação 
da hemoglobina. É derivado da bilirrubina pela ação da flora bacteriana intestinal. 
Aproximadamente metade da sua produção é reabsorvida, retornando ao fígado, e uma 
parte pequena cai na circulação, sendo excretada pelos rins.
Por ação da luz e do ar atmosférico, o urobilinogênio que fica no intestino se oxida 
formando a urobilina (pigmento responsável pela característica cor das fezes).
O urobilinogênio aparece na urina porque, ao circular no sangue, a caminho do fígado, 
pode passar pelos rins e ser filtrado pelos glomérulos. Se houver obstrução do ducto 
biliar, haverá o impedimento da passagem normal de bilirrubina para o intestino.
Por meio do exame qualitativo, usando o Reativo de Ehrlich, o urobilinogênio reage com 
o p-dimetilaminobenzaldeído, formando uma coloração vermelho-cereja.
1.2.10. Nitrito
A prova para detecçãode nitrito é útil para o diagnóstico precoce das infecções da 
bexiga (cistite), pois, muitas vezes, os pacientes são assintomáticos ou têm sintomas 
vagos, que levariam o médico a pedir uma cultura de urina. A prova com nitrito também 
poderá ser empregada para avaliar o sucesso da terapia com antibióticos e para examinar 
periodicamente pessoas que têm infecções recorrentes.
Alguns dos microrganismos que, frequentemente, causam infecção do trato urinário 
(ITU) são a Escherichia coli, a Klebsiella sp, o Proteus sp e a Pseudomonas sp. As bactérias 
Gram-negativas produzem enzimas que convertem os nitratos urinários em nitrito. Essa 
prova não se destina a substituir a cultura de urina como principal prova de diagnóstico 
e controle das infecções bacterianas, mas, sim, a detectar os casos em que a necessidade 
de cultura pode ser evidente.
1.2.11. Leucócitos
A presença de leucócitos indica uma possível infecção do trato urinário.
Essa prova não tem o objetivo de medir a concentração de leucócitos, e os fabricantes 
recomendam que a quantidade seja feita por exame microscópico.
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ANÁLISE DA URINA | UNIDADE II
Outra vantagem da análise bioquímica é a possibilidade de detectar a presença de 
leucócitos lisados que não aparecem no exame microscópico.
1.2.12. Densidade
A capacidade renal de reabsorver seletivamente substâncias químicas essenciais e água 
a partir do filtrado glomerular é uma das funções mais importantes do organismo.
O complexo processo de reabsorção, muitas vezes, é a primeira função renal a se tornar 
deficiente. Por isso, a avaliação da capacidade de reabsorção renal é um componente 
necessário do exame de urina (sumário).
1.3. Exame microscópico da urina
1.3.1. Introdução
O exame do sedimento microscópico da urina é importante para avaliação do estado 
funcional do rim. Durante a análise, pode-se verificar a presença ou evolução de 
infecções, doenças e traumas do trato urinário. Além disso, certos resultados, como a 
presença de cristais anormais, podem sugerir uma desordem metabólica.
É de extrema valia que todas as amostras de urina sejam analisadas o mais breve 
possível para evitar a deterioração celular e a multiplicação de bactérias ou de outro 
microrganismo.
A amostra a ser analisada deverá ser recente e obtida conforme solicitação médica: em 
frasco limpo e devidamente identificado. Os elementos que compõem o sedimento 
urinário podem sofrer diversas mudanças estruturais devido à mudança de pH, 
decomposição bacteriana, baixa densidade (urinas muito diluídas), alterações provocadas 
por medicações e até mesmo pelo tipo de dieta.
Portanto, o procedimento é meticuloso e cuidadoso, a fim de evitar possíveis falhas 
que, posteriormente, possam comprometer o diagnóstico clínico.
A melhor maneira pela qual o exame microscópico é realizado tem que ser consistente, 
incluindo a observação de, no mínimo, dez campos em menor e maior aumento (100 
e 400x). A observação em menor aumento tem por objetivo avaliar a disposição dos 
elementos, a composição geral do sedimento e a presença ou não de cilindros. A 
identificação e a contagem de todos os elementos presentes são realizadas em aumento 
de 400x.
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1.3.2. Componentes do sedimento
1.3.2.1. Hemácias
A presença de hemácias (Figura 4) na urina possui grande relação com lesões na 
membrana glomerular ou nos vasos do sistema urogenital. A observação de hematúria 
pode ser essencial para diagnóstico de cálculo renal.
Figura 4. Hemácias.
Fonte: Strasinger, 2009.
As hemácias são estruturas que podem ser confundidas, por exemplo, com células 
leveduriformes. Possuem forma de discos bicôncavos ou esféricos e sem núcleo.
Aquelas de tamanhos variáveis e que têm protrusões celulares são denominadas de 
dismórficas e aparecem mais em casos de hemorragia glomerular. Hemácias dismórficas 
também podem ser encontradas nas amostras de pacientes que realizaram exercícios 
físicos intensos.
Hemácias devem ser avaliadas quanto à quantidade e à morfologia (presença ou ausência 
de dismorfismo eritrocitário). A célula mais relacionada com a hemorragia glomerular 
é o acantócito (Figura 5).
Figura 5. Acantócito.
Fonte: Strasinger, 2009.
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1.3.2.2. Leucócitos
Os leucócitos (Figura 6) são os glóbulos brancos e os piócitos constituem os leucócitos 
degenerados resultantes da luta contra infecção microbiana.
Diferentemente das hemácias, os leucócitos são mais facilmente visualizados e 
identificados por apresentarem grânulos citoplasmáticos e núcleos lobulados.
Figura 6. Leucócitos.
Fonte: Strasinger, 2009.
A presença de leucócitos na urina costuma indicar que há atividade inflamatória nas vias 
urinárias. Em geral, sugere infecção urinária, mas pode estar presente em várias outras 
situações, como traumas, drogas irritativas ou qualquer outra inflamação não causada 
por um agente infeccioso.
1.3.2.3. Células epiteliais
Como as células epiteliais (Figura 7) provêm do tecido de revestimento do sistema 
urogenital, é bastante comum encontrá-las nos exames de urina. Em geral, são 
registradas como raras, moderadas e numerosas.
Figura 7. Célula epitelial.
Fonte: Strasinger, 2009.
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UNIDADE II | ANÁLISE DA URINA
Essas células originam-se das vias urinárias baixas e altas, podendo estar aumentadas 
em várias infecções do trato genital. Porém, em urinas de mulheres, estarão presentes 
em quantidades variáveis, sendo mais intensas durante a gestação.
Células menos comuns no sedimento urinário são as da bexiga e do túbulo renal, que, 
por sua vez, podem ser indicadoras de doença renal.
1.3.2.4. Cilindros
Presença de cilindros na amostra de urina pode representar um grave prognóstico, 
tornando sua investigação obrigatória, pois são os únicos elementos exclusivamente 
renais encontrados no sedimento urinário.
Os fatores importantes na formação de cilindros são a concentração e a natureza da 
proteína na urina tubular, a concentração de solutos dialisáveis, como os sais e a ureia, 
e a acidez da urina.
A glicoproteína de Tamm-Horsfall é o principal componente dos cilindros, sendo 
excretada pelas células dos túbulos renais.
Hialinos
Os cilindros hialinos (Figura 8) são mais frequentemente encontrados e são constituídos 
quase que inteiramente por proteína de Tamm-Horsfall. Seu achado anormal pode 
acontecer em casos de desidratação, exposição ao calor, estresse emocional e após a 
realização de exercício físico intenso.
Figura 8. Cilindro hialino.
Fonte: Strasinger, 2009.
São incolores e têm índice de refringência semelhante ao da urina. Portanto, podem 
passar despercebidos se as amostras forem analisadas com muita luminosidade.
Contudo, o ideal é abaixar o condensador do microscópio para uma visualização mais eficaz.
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ANÁLISE DA URINA | UNIDADE II
Quando seu número se encontra elevado, assume significado clínico de glomerulonefrite, 
pielonefrite, doença renal crônica e insuficiência cardíaca congestiva.
Hemáticos
A presença de cilindros hemáticos (Figura 9) indica que o sangramento é proveniente 
do interior do néfron. São facilmente reconhecidos por serem refringentes e terem uma 
cor que varia do amarelo ao marrom.
Figura 9. Cilindro hemático.
Fonte: Strasinger, 2009.
Esse tipo de cilindro é formado, no túbulo, por aglutinação das hemácias. Sua presença 
indica diminuição do fluxo urinário tubular e está relacionada com os processos de 
glomerulites.
Os sedimentos que contêm cilindros hemáticos também devem conter hemácias livres.
Leucocitários
Os cilindros leucocitários (Figura 10) têm sempre origem renal e são indicativos de 
doença renal intrínseca, observados com maior frequência na pielonefrite, porém 
ocorrem em qualquer tipo de inflamação dos néfrons. São formados por leucócitos 
entrelaçados em uma matriz proteica.
Figura 10. Cilindro leucocitário.
Fonte: Strasinger, 2009.
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Esses cilindros são refringentes, com grânulos e, amenos que tenham sido desintegrados, 
serão visíveis os núcleos multilobulados. A observação de leucócitos livres no sedimento 
também ajudará na sua identificação.
De células epiteliais
Os cilindros de células epiteliais (Figura 11) se formam devido às fibrilas da proteína de 
Tamm-Horsfall se prenderem às células tubulares.
Figura 11. Cilindro de célula epitelial.
Fonte: Strasinger, 2009.
Esse tipo de cilindro é acompanhado por cilindros hemáticos e leucocitários, pois tanto 
a glomerulonefrite quanto a pielonefrite produzem lesão tubular. A identificação é 
facilitada por microscopia de fase.
Granulares
Os cilindros granulares (Figura 12) – finos e/ou grosseiros – são formados pela 
degeneração dos elementos celulares em seu interior.
Figura 12. Cilindro granular.
Fonte: Strasinger, 2009.
É frequente observá-los ao lado de cilindros hialinos após períodos de estresse e de 
exercícios físicos vigorosos.
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Céreos
Os cilindros céreos (Figura 13) são refringentes, com textura rígida e, por isso, 
fragmentam-se ao passar pelos túbulos.
Figura 13. Cilindro céreo.
Fonte: Strasinger, 2009.
Sua presença é indicativa de extrema estase urinária.
Adiposos
Os cilindros adiposos (Figura 14) são formados pela agregação à matriz de gotículas lipídicas 
livres, de corpos gordurosos ovais e de lipídios provenientes da desintegração destes.
Figura 14. Cilindro adiposo.
Fonte: Strasinger, 2009.
São refringentes e contêm gotículas de gordura na cor marrom-amarelada.
Largos
A presença dos cilindros largos (Figura 15) indica acentuada diminuição da função 
renal, com tendência à uremia. Muitas vezes, esse cilindro é chamado de “Cilindro da 
Insuficiência Renal”.
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UNIDADE II | ANÁLISE DA URINA
Figura 15. Cilindro largo.
Fonte: Strasinger, 2009.
Por serem moldados pelos túbulos contorcidos distais, o seu tamanho pode variar à 
medida que a doença altera a estrutura tubular.
1.3.3. Bactérias
A urina presente na bexiga não contém flora bacteriana, mas, sistematicamente, 
contamina-se com germes da flora normal da uretra e dos órgãos genitais.
Aquelas amostras que ficam à temperatura ambiente por tempo prolongado podem 
conter quantidades detectáveis de bactérias, que, na verdade, representam apenas a 
multiplicação dos organismos contaminantes.
Os laboratórios só registram a presença de bactérias (Figura 16) quando elas forem 
observadas em amostras recém-colhidas e em conjunto com leucócitos.
Figura 16. Bactérias.
Fonte: Strasinger, 2009.
1.3.4. Leveduras
As leveduras (Figura 17) são ovoides e podem ser observadas com brotamento ou em 
cadeia (hifas).
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ANÁLISE DA URINA | UNIDADE II
Figura 17. Células leveduriformes e hifa.
Fonte: Strasinger, 2009.
Em pacientes com diabete mellitus, podem ser visualizadas as leveduras. Entretanto, 
no sedimento urinário das mulheres com candidíase, a mais comumente encontrada é 
a Candida albicans.
1.3.5. Parasitas
Os protozoários do tipo Trichomonas (Figura 18) são os mais comumente encontrados 
no sedimento urinário, devido à contaminação por secreções vaginais.
Figura 18. Trichomonas sp.
Fonte: Strasinger, 2009.
É um organismo flagelado, sendo facilmente identificado devido ao seu movimento 
rápido no campo microscópico. É transmitido sexualmente. Além de provocar infecção 
do trato urinário, pode causar infecção de vias superiores quando não tratado.
1.3.6. Espermatozoides
Os espermatozoides (Figura 19) são encontrados na amostra de urina após relações 
sexuais ou em casos de ejaculação noturna.
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UNIDADE II | ANÁLISE DA URINA
Figura 19. Espermatozoides.
Fonte: Strasinger, 2009.
Somente deve ser mencionado em urinas masculinas. Caso contrário, não mencionar 
tal presença.
1.3.7. Muco
O muco (Figura 20) encontrado na maioria das urinas é formado pela precipitação de 
mucoproteínas e é composto de fibrinas.
Figura 20. Filamentos de muco.
Fonte: Strasinger, 2009.
Aparece em forma de rede, dando uma ideia de teia de aranha, e pode estar aumentado 
nas uretrites. Deve-se tomar cuidado para não o confundir com cilindros hialinos.
1.3.8. Cristais
Embora algumas formações cristalinas sejam normais (Tabela 3), a presença de cristais 
no sedimento urinário pode, em determinados casos, estar ligada ao aparecimento de 
cálculo renal.
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ANÁLISE DA URINA | UNIDADE II
A formação dos cristais se dá pela precipitação dos sais da urina submetidos a alterações 
de pH, temperatura ou concentração, o que afeta a sua solubilidade.
Em urinas ácidas, são encontrados: uratos amorfos, oxalato de cálcio, ácido úrico, além 
de leucina, tirosina, cistina e ácido hipúrico. A coloração varia do amarelo ao castanho-
avermelhado. São várias as formas: losangular, rosetas, cunhas e agulhas.
Nas urinas alcalinas, são encontrados: fosfatos amorfos, fosfato triplo, carbonato de 
cálcio e fosfato de cálcio. As formas são: prismas, granulares, placas, halteres e esferas.
A identificação de cristais em amostras com pH neutro pode ser difícil, pois os que 
normalmente são encontrados em urinas classificadas como ácidas ou alcalinas podem 
também estar presentes em urina neutra.
A principal razão ao realizar identificação desse tipo de elemento na urina é detectar a 
presença de alguns tipos anormais (Tabela 4), que podem representar certos distúrbios, 
como doenças hepáticas, erros inatos do metabolismo ou lesão renal causada pela 
cristalização de metabólitos de drogas nos túbulos.
Tabela 3. Cristais normais encontrados na urina.
Cristal pH Cor Clínica Aparência
Urato amorfo Ácido Cor de tijolo ou marrom-amarelado Amostras refrigeradas
Oxalato de 
cálcio
Ácido / 
neutro 
(alcalino)
Incolor (envelopes)
Intoxicação com 
produtos químicos ou 
cálculos renais
Ácido úrico Ácido Marrom-amarelado Pacientes submetidos à quimioterapia e gota
Fosfato 
amorfo
Alcalino 
neutro Branco-incolor
Após refrigeração da 
amostra
Fosfato triplo Alcalino Incolor (tampa de caixão)
Associado a bactérias 
que metabolizam 
ureia
Carbonato de 
cálcio Alcalino Incolor (“halteres”) Sem significado clínico
Fosfato de 
cálcio
Alcalino 
neutro Incolor Cálculos renais
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UNIDADE II | ANÁLISE DA URINA
Cristal pH Cor Clínica Aparência
Biurato de 
amônio Alcalino
Marrom-amarelado 
(“maçãs espinhosas”)
Produzido por 
bactérias que 
metabolizam a ureia
Fonte: Strasinger, 2009.
Tabela 4. Cristais anormais encontrados na urina.
Cristal pH Cor Clínica Aparência
Leucina Ácido / neutro Amarelo
Necrose hepática aguda 
e difusa
Tirosina Ácido / neutro Incolor / amarelo Hepatopatia grave
Cistina Ácido Incolor Erro metabólico congênito
Ácido hipúrico Ácido Amarelo
Colesterol Ácido Incolor (placas chanfradas) Síndrome nefrótica
Bilirrubina Ácido Amarelo Hepatopatias
Sulfonamida Ácido / neutro Verde
Pacientes mal-hidratados 
= lesão tubular
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ANÁLISE DA URINA | UNIDADE II
Cristal pH Cor Clínica Aparência
Ampicilina Ácido / neutro Incolor
Ingestão insuficiente de 
líquidos
Fonte: Strasinger, 2009.
1.3.9. Artefatos
Os artefatos são encontrados em urinas coletadas em frascos sujos ou em condições 
impróprias. O que mais confunde são as gotículas de óleo e os grânulos de amido (Figura 
21), que nada mais são que o pó do talco das luvas utilizadas.
Figura 21. Artefatos (grânulos de amido).
Fonte: Strasinger, 2009.
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CAPÍTULO 2 
CONTROLE DE QUALIDADE EM URINÁLISE
2.1. Introdução
O termo “Controle de Qualidade (CQ)” designa todo um processo, cujo fim é assegurar 
a qualidade do atendimento ao paciente. Nos laboratórios de análises clínicas, qualquer 
programa de CQ deve incluir técnicas de CQ na coleta e na manipulação das amostras, 
na realização de reações e provas, na regulagem e manutenção dos instrumentos, no 
registro dos resultados, na atuação e nos requisitos do pessoal técnico, na segurança e 
na existência de documentação que comprove a observância do programa.
2.2. História e significado
A análise microscópica da urinatem por finalidade detectar e identificar os elementos 
insolúveis que são acumulados na urina durante o processo de filtração glomerular e a 
passagem do líquido através dos túbulos renais e trato urinário inferior. Esses elementos 
são as hemácias, os leucócitos, os cilindros, as células epiteliais, as bactérias, as leveduras, 
os parasitas, o muco, os espermatozoides, os cristais e os artefatos. Portanto, o exame 
do sedimento urinário deverá compreender tanto a identificação quanto a quantificação 
dos elementos encontrados.
A microscopia é a parte mais demorada a ser feita na análise da urina. Porém, sua 
realização é auxiliar valioso no diagnóstico. Sua fidedignidade, por meio da padronização 
das técnicas e do aprimoramento do controle de qualidade, e a educação constante 
do pessoal técnico ainda têm sofrido muitos investimentos a fim de obter melhoras.
2.3. Metodologia
A análise microscópica passa por diversas variações metodológicas, entre as quais 
o modo de preparo do sedimento, a quantidade exata de sedimento analisado, os 
métodos e os equipamentos utilizados para tornar o material visível e a forma como 
os resultados são registrados.
Hoje existem sistemas comercializados que padronizam o exame de microscopia. A 
comparação feita entre diversos desses sistemas mostrou diferenças físicas importantes, 
mas todos propiciam maior padronização do sedimento do que o método convencional.
Independentemente de o laboratório utilizar ou não o sistema comercializado, é 
recomendado que se adote a seguinte metodologia:
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ANÁLISE DA URINA | UNIDADE II
 » Garantir que as amostras examinadas sejam recentes e/ou corretamente 
conservadas.
 » Homogeneizar a amostra e separar uma alíquota dela. Caso a urina apresente 
turbidez devido à presença de cristais, como uratos, recomenda-se dissolvê-los 
por aquecimento.
 » Transferir 10 mL de urina para um tubo de ensaio cônico graduado. Considera-se 
o volume ideal de 12 mL, pois assim todas as áreas de análise das tiras reativas 
podem ser imersas.
 » Centrifugar o tubo a 2.000 RPM (rotações por minuto) por 5 minutos. Evitar 
centrifugação demorada para não causar a compactação dos elementos, nem 
deformação dos cilindros.
 » Desprezar o sobrenadante, de modo que o sedimento permaneça com 1 mL de 
volume final.
 » Homogeneizar bem o sedimento e passar uma gota para uma lâmina de vidro. As 
gotas devem ter tamanho uniforme, sendo suficientemente pequenas para não 
transbordar da lâmina. Se a quantidade de líquido for excessiva, os elementos mais 
pesados, como os cilindros, serão empurrados para fora da área visível quando 
for realizada a colocação da lamínula.
 » Espalhar o sedimento de maneira uniforme e cobri-lo com uma lamínula, evitando 
a formação de bolhas.
 » Levar ao microscópio e percorrer toda a lamínula com a objetividade de pequeno 
aumento (10x) e com o condensador baixo. Verificar a distribuição dos elementos 
e a presença de cilindros, muco e Trichomonas. Os cilindros costumam estar nas 
bordas da lamínula.
 » Passar para a objetiva de maior aumento (40x), aumentar a intensidade da luz, 
levantar um pouco o condensador e, então, efetuar a contagem por campo 
microscópico, anotando a média.
 » Ao utilizar microscopia de iluminação direta, ter o cuidado de reduzir a quantidade 
de luz, já que muitos dos componentes do sedimento têm índice de refringência 
semelhante ao da urina e não serão visualizados com a luz forte. A terminologia 
usada no registro dos resultados pode variar de um laboratório para outro, mas 
deve ser invariável num mesmo laboratório.
 » Realizar a correlação dos resultados da microscopia com os resultados dos exames 
físicos e bioquímicos para assegurar a precisão do registro dos dados obtidos. As 
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UNIDADE II | ANÁLISE DA URINA
amostras, cujos resultados não apresentarem correlações, deverão ser reexaminadas 
para verificação de erros técnicos e de transcrição.
2.4. Controle de Qualidade (CQ)
Cada etapa da análise a ser realizada deverá conter informações específicas sobre: tipo, 
preparação, manuseio, frequência de uso, níveis de tolerância e métodos de transcrição 
dos resultados.
Existem vários métodos de CQ para averiguar a reatividade das tiras reagentes de urina. 
Como os comercializados não abrangem os componentes do sedimento para aferição 
da análise microscópica, é preciso utilizar aferidores próprios.
 » Cada turno matinal escolhe uma amostra de volume suficiente para servir de 
amostragem.
 » Depois de realizada a análise matinal, a amostra deverá ser refrigerada para ser 
submetida a uma análise completa pelos turnos seguintes.
 » Os resultados serão comparados.
Antes da análise, deve-se aguardar que a amostra atinja a temperatura ambiente. 
Enquanto não estiver sendo utilizada, deverá ficar acondicionada em refrigerador. Essa 
é uma maneira barata de inspecionar o desempenho.
Os resultados do CQ dependem inteiramente do pessoal que o realiza e o inspeciona. Os 
envolvidos nessa etapa devem compreender a importância desse serviço, e o programa 
tem que ser encarado como uma experiência de aprendizado e não como uma ameaça.
Em cada setor do laboratório, deve estar à disposição dos funcionários material de 
consulta atual, a fim de permitir sua atualização constante. É essencial que a área de 
trabalho seja de tamanho adequado à rotina, que esteja sempre organizada e que seja 
segura para a boa qualidade do trabalho e ânimo do pessoal. Em todos os momentos 
devem ser tomadas as devidas medidas de segurança na manipulação dos líquidos 
biológicos.
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	_TOC_250015
	UNIDADE II
	Análise da urina
	Capítulo 1 
	Tipos de exames
	Capítulo 2 
	Controle de qualidade em urinálise
	Referências

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