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ELETROFISIOLOGIA-CARDÍACA-AVALIAÇÃO-E-INTERVENÇÕES-TECNOLÓGICAS-NAS-URGÊNCIAS-E-EMERGÊNCIAS-CARDIOLÓGICAS

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2 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................. 4 
2 A ANATOMIA DO CORAÇÃO ..................................................................... 5 
2.1 Estruturas cardíacas ........................................................................... 11 
2.2 Sangue e vasos sanguíneos ............................................................... 11 
2.3 Coração .............................................................................................. 12 
2.4 Valvas cardíacas e semilunares .......................................................... 16 
3 ARRITMIAS CARDÍACAS ......................................................................... 19 
3.1 Fisiopatologia ...................................................................................... 20 
3.2 Taquiarritmias ..................................................................................... 20 
3.3 Bradiarritmias ...................................................................................... 25 
4 ATIVIDADE ELÉTRICA DO CORAÇÃO .................................................... 27 
5 ELETROCARDIOGRAMA ......................................................................... 33 
6 FUNÇÕES BÁSICAS DO SISTEMA CARDIOVASCULAR ....................... 36 
7 PARADA CARDIOPULMONAR ................................................................. 39 
7.1 Diretrizes de ressuscitação cardiopulmonar........................................ 42 
7.2 Ventilação ........................................................................................... 43 
7.3 1. Abertura das Vias Aéreas ............................................................... 44 
7.4 Realização de Ventilações .................................................................. 45 
7.5 Ventilação com a Máscara de Bolso: a Pocket Mask .......................... 46 
7.6 Ventilação com Bolsa-Válvula-Máscara .............................................. 46 
7.7 Ventilação com Via Aérea Avançada .................................................. 47 
7.8 Ventilação em Vítima em Parada Respiratória .................................... 48 
 
3 
 
7.9 Terapias elétricas ................................................................................ 48 
7.10 Vias para administração de medicamento .......................................... 49 
7.11 Medicações usadas no tratamento da PCR ........................................ 50 
7.12 Vasopressores .................................................................................... 50 
7.13 Antiarrítmicos ...................................................................................... 51 
7.14 Reposição volêmica ............................................................................ 52 
7.15 Intervenções do enfermeiro ................................................................ 53 
8 REFERÊNCIAS ........................................................................................... 56 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Prezado aluno! 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao 
da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um 
aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma 
pergunta , para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é 
que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a 
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas 
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo 
hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa 
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das 
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que lhe 
convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida 
e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
2 A ANATOMIA DO CORAÇÃO 
O coração é uma bomba muscular que produz a força necessária para o sangue 
circular. Segundo VanPutte, Regan e Russo (2016), as funções do coração são as 
seguintes: 
1. Gerar pressão arterial: os movimentos de contração e relaxamento do 
coração geram pressão, que possibilita ao sangue circular; 
2. Garantir o fluxo unidirecional: as valvas cardíacas se abrem para a 
passagem do sangue e se fecham para impedir o seu refluxo; assim, o sangue segue 
em apenas uma direção (fluxo unidirecional); 
3. Regular o fornecimento de sangue: a frequência com que ocorrem as 
contrações cardíacas aumenta conforme a demanda dos tecidos e também depende do 
estado em que a pessoa se encontra — em repouso ou realizando exercícios — e das 
mudanças de posição do corpo (deitado, em pé ou sentado). 
O coração é um órgão com o tamanho aproximado de um punho fechado e a 
forma de um cone arredondado. Localiza-se entre os dois pulmões, dentro da cavidade 
torácica, na região conhecida como mediastino. A sua base é voltada para a região 
posterior e para cima, e o ápice, para a região anterior, inferior e para a esquerda. 
(TORTORA E DERRICKSON 2017). 
 
6 
 
 
 
Externamente, o coração é recoberto pelo pericárdio, uma membrana dupla 
composta pelo pericárdio fibroso e pelo pericárdio seroso, o pericárdio fibroso tem a 
função de manter o coração no lugar, já a função do pericárdio seroso é reduzir o atrito 
do coração com as estruturas adjacentes durante os batimentos cardíacos, o pericárdio 
seroso é composto por duas lâminas e um pequeno espaço entre elas, a cavidade 
pericárdica, preenchida com o líquido pericárdico, a lâmina parietal é aquela que faz 
limite com o pericárdio fibroso, e a lâmina visceral faz limite com a parede do coração. 
(TORTORA E DERRICKSON 2017). 
 
 
 
7 
 
Segundo VanPutte, Regan e Russo (2016) a parede do coração tem três camadas: 
 O epicárdio é a camada externa e protege contra o atrito; 
 O miocárdio é uma camada de músculo liso e faz a contração (batimentos 
cardíacos); e 
 O endocárdio é uma camada fina que recobre toda a parte interna do coração 
e protege o miocárdio do atrito com o sangue. 
A parte interna do coração é constituída por quatro compartimentos (câmaras), 
sendo dois átrios e dois ventrículos, os átrios são as câmaras superiores do coração, e 
os ventrículos, as inferiores, cada átrio se comunica com um ventrículo localizado do 
mesmo lado do coração, direito ou esquerdo, essa comunicação é realizada pela 
abertura de estruturas chamadas de valvas atrioventriculares (valvas AV), os ventrículos 
não se comunicam: eles são separados pelo septo interventricular. De igual modo, os 
átrios também não se comunicam, pois são separados pelo septo interatrial. (TORTORA 
E DERRICKSON 2017). 
No átrio direito chegam as veias cavas inferior e superior e o seio coronário, 
trazendo o sangue venoso (rico em gás carbônico) da circulação sistêmica. No átrio 
esquerdo chegam as quatro veias pulmonares, trazendo o sangue oxigenado (sangue 
arterial) da circulação pulmonar, do ventrículo direito sai o tronco pulmonar que leva o 
sangue venoso para o pulmão, e do ventrículo esquerdo sai a artéria aorta, que distribui 
o sangue arterial para as coronárias do coração e para os tecidos de todo o corpo. 
(TORTORA E DERRICKSON 2017). 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
 
O ciclo cardíaco envolve todos as etapas para a ocorrência de um batimento 
cardíaco. Em um ciclo cardíaco normal, ocorre a contração dos dois átrios (sístole atrial) 
enquanto os dois ventrículos relaxam (diástole ventricular), e, a seguir, os dois átrios 
relaxam (diástole atrial), enquanto ocorre a contração dos ventrículos (sístole 
ventricular). (TORTORA E DERRICKSON 2017). 
 
 A fase de contraçãoé chamada de sístole. 
 A fase de relaxamento é chamada de diástole. 
 
10 
 
 O ciclo cardíaco é composto pela sístole e pela diástole das câmaras cardíacas, 
promovendo o bombeamento do sangue e, assim, a circulação. (DERRICKSON 
2017). 
 
 
 
11 
 
No primeiro momento, todas as câmaras estão relaxadas. No segundo 
momento, ocorre a sístole dos átrios, levando ao enchimento dos ventrículos. O sangue 
flui pelas valvas atrioventriculares que estão abertas. No terceiro momento, os átrios 
relaxam e as valvas AV se fecham para impedir o retorno do sangue. Ocorre, então, a 
sístole dos ventrículos, ejetando o sangue para fora do coração. Nesse momento, as 
válvulas semilunares da artéria aorta e do tronco pulmonar estão abertas para permitir a 
passagem do sangue. (TORTORA E DERRICKSON 2017). 
2.1 Estruturas cardíacas 
Quando usamos o termo estruturas cardíacas, logo o associamos ao principal 
órgão do sistema cardiovascular, que é o coração. No entanto, para que o coração possa 
realizar bem suas funções, outros elementos são fundamentais, como o sangue e os 
vasos sanguíneos. Por isso, antes de falarmos do coração, vamos abordar brevemente 
esses dois importantes componentes desse sistema. (FOX, 2007). 
2.2 Sangue e vasos sanguíneos 
Conforme Fox (2007), o sangue é composto por duas porções: uma célula, 
também denominada elementos figurados, e outra líquida, conhecida como plasma. Os 
elementos figurados são células transportadas pelo plasma. Entre as células mais 
numerosas estão os eritrócitos, os leucócitos e as plaquetas. Os eritrócitos, também 
chamados de hemácias, são as células vermelhas do sangue, que contêm hemoglobina 
e transportam oxigênio. 
Os leucócitos são as células brancas e atuam na defesa do corpo contra 
microrganismos invasores. As plaquetas são fragmentos celulares que atuam na 
coagulação sanguínea (STANFIELD, 2013). 
Já o plasma é um líquido de cor palha constituído por água, proteínas e solutos 
dissolvidos (FOX, 2007). 
 
12 
 
O sangue é transportado em nosso corpo pelos vasos sanguíneos. Ele segue 
um percurso circular, saindo do coração em direção aos mais diversos órgãos para 
depois retornar ao coração. (FOX, 2007). 
Segundo Stanfield (2013, p. 421) os vasos sanguíneos “[...] se ramificam 
repetidamente, tornando-se mais numerosos e de menor diâmetro, como os ramos de 
uma árvore se tornam menores e mais numerosos ao se afastarem do tronco. ” 
Os três principais tipos de vasos sanguíneos são os arteriais, os capilares e os 
vênulas. O arterial é o vaso que recebe o sangue do coração e distribui para os demais 
órgãos e leva o sangue até os vasos capilares. Nas paredes finas dos capilares ocorre 
a difusão de gases e metabólitos. Em seguida, esse sangue irá para as vênulas, que 
levam o sangue de volta ao coração (STANFIELD, 2013). 
2.3 Coração 
Segundo Vilela (2018) o coração se caracteriza por ser um órgão muscular oco, 
localizado na parte central do tórax, levemente deslocado à esquerda. Em um adulto, 
seu peso gira em torno de 400 g, tendo a dimensão aproximada de um punho fechado. 
O coração chega a bombear cinco litros de sangue por minuto, mesmo tempo que leva 
para o sangue circular por todo o corpo e voltar (FOX, 2007). 
O coração é envolvido por um saco membranoso bastante resistente, chamado 
de pericárdio, e é coberto pelo músculo cardíaco, chamado de miocárdio 
(SILVERTHORN, 2017). 
Stanfield (2013) afirma que a função do coração é gerar força, que move o 
sangue ao longo dos vasos sanguíneos para chegar aos demais órgãos. 
Ward e Linden (2014) apontam que o coração tem um marca-passo intrínseco, 
que faz com que ele não necessite de estímulo nervoso para bater normalmente, embora 
seja regulado pelo sistema nervoso autônomo. 
A estrutura do coração é formada por quatro câmaras: duas superiores e duas 
inferiores. As câmaras superiores são chamadas de átrios, e é nessa região que entra o 
sangue que retorna ao coração pelos vasos. Nas câmaras inferiores, também 
 
13 
 
denominadas ventrículos, o sangue chega dos átrios gerando a força que move o mesmo 
do coração para os vasos (STANFIELD, 2013). 
Além de ser dividido em câmaras, o coração também pode ser separado por 
lado: metade direita e metade esquerda. O átrio e o ventrículo direito formam o coração 
direito, enquanto o átrio e o ventrículo esquerdo formam o coração esquerdo. Essa 
divisão é importante porque a comunicação entre as cavidades ocorre somente entre 
átrios e ventrículos que estão do mesmo lado, não havendo outra forma de comunicação 
no coração. O coração direito se comunica a partir da válvula tricúspide e o coração 
esquerdo a partir da válvula bicúspide ou mitral. (FOX, 2007). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Os átrios e ventrículos de cada lado são separados por uma parede chamada de 
septo. Essa parede tem a função de impedir a mistura do sangue do coração direito com 
 
14 
 
o sangue do coração esquerdo. O septo interatrial separa os átrios e o septo 
interventricular separa os ventrículos. Outros importantes elementos estruturais do 
coração são o seu polo superior, chamado de base, e o seu polo inferior, que é mais 
estreito, chamado de ápice. (FOX, 2007). 
Percurso do fluxo sanguíneo Stanfield (2013) afirma que, embora o número de 
vasos sanguíneos torne complexa a estrutura do sistema cardiovascular, a disposição 
do sistema é conceitualmente simples. Essas vias por onde ocorre a circulação 
sanguínea pode ser dividida em dois grandes sistemas: a grande circulação, ou 
circulação sistêmica, e a pequena circulação, ou circulação pulmonar. A circulação 
sistêmica leva o sangue oxigenado para órgãos e tecidos, enquanto a circulação 
pulmonar leva o sangue para ser oxigenado pelos pulmões. Outra diferença entre os 
circuitos são os lados: o coração direito vai enviar o sangue para a circulação pulmonar, 
já o esquerdo para a sistêmica, sendo que o sangue de um lado nunca se mistura com 
o outro (WARD; LINDEN, 2014). Em comum, ambos possuem uma densa rede de 
capilares, onde vai ocorrer a troca de nutrientes e gases. 
Sobre essa atividade, Stanfield (2013, p. 421) discorre: 
Nos capilares pulmonares, o oxigênio se move do ar para o sangue nos 
pulmões, enquanto o gás carbônico sai do sangue. Ao sair dos capilares 
pulmonares, o sangue é relativamente rico em oxigênio e é denominado sangue 
oxigenado. Os leitos capilares do circuito sistêmico se localizam em todos os 
órgãos e tecidos. Nesses órgãos e tecidos, as células consomem oxigênio e 
geram gás carbônico; assim, enquanto o sangue percorre os capilares 
sistêmicos, o oxigênio sai do sangue e o gás carbônico entra no sangue. O 
sangue que deixa os capilares sistêmicos é denominado sangue desoxigenado, 
por ser relativamente pobre em oxigênio (Stanfield 2013, p. 421) 
 
O sangue oxigenado tem coloração vermelha viva, e o desoxigenado é mais 
escuro. Na literatura, o sangue desoxigenado, para ser diferenciado, recebe o nome de 
sangue azul, pois confere à veia uma coloração azulada (FOX, 2007). 
Segundo Stanfield (2013), o fluxo em série ocorre da seguinte forma: 
 Através da aorta, o ventrículo esquerdo bombeia o sangue oxigenado aos 
capilares de todos os órgãos e tecidos da circulação sistêmica; 
 
15 
 
 O sangue se torna desoxigenado nos capilares sistêmicos, retornando ao 
coração pelas veias cavas; a veia cava superior conduz o sangue que está acima do 
músculo diafragma, e a inferior, o sangue que está abaixo; 
 Do átrio direito, o sangue atravessa a válvula atrioventricular direita e entra 
no ventrículo direito; 
 O ventrículo direito bombeia a partir da valva do tronco pulmonar em 
direção ao tronco pulmonar, levando sangue desoxigenado aos pulmões; 
 O sangue se torna oxigenado nos pulmões, viajando ao átrio esquerdo 
pelas veias pulmonares, que são as únicas veias que conduzem sangue oxigenado; 
 Do átrio esquerdo, o sangue atravessa avalva atrioventricular esquerda em 
direção ao ventrículo esquerdo, seu ponto de partida, repetindo assim todo o ciclo. 
O sangue na circulação sistêmica sai do coração pelo ventrículo esquerdo, vai 
pela artéria aorta e é levado aos sistemas corporais, onde ocorre a troca gasosa (o 
oxigênio fica nos tecidos e o dióxido de carbono é drenado), e volta ao coração pelas 
veias cavas com dióxido de carbono, entrando no átrio direito (FOX, 2007). 
Na circulação pulmonar, o sangue sai do coração pelo ventrículo direito pela 
artéria pulmonar com dióxido de carbono, chega aos pulmões, onde ocorre a troca 
gasosa (dióxido de carbono por oxigênio) e volta ao coração pelas veias pulmonares 
com oxigênio, entrando pelo átrio esquerdo (FOX, 2007). 
 
16 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2.4 Valvas cardíacas e semilunares 
Para garantir que o sangue siga uma circulação unidirecional, sem retornos em 
direção contrária, o coração possui quatro valvas, elas são constituídas de tecido 
conectivo denso e recobertas por endotélio, as valvas atrioventriculares são aquelas que 
fazem a comunicação dos átrios com os ventrículos, a valva tricúspide comunica o átrio 
e o ventrículo direito, já a valva bicúspide (ou mitral) comunica o átrio e o ventrículo 
esquerdo. As valvas semilunares se localizam na artéria aorta e no tronco da artéria 
pulmonar (FOX, 2007). 
 
17 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
18 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 
 
Os sons dos batimentos cardíacos não estão relacionados à contração do 
músculo cardíaco na sístole, mas, sim, ao fechamento das valvas, o primeiro som, ou 
seja, a primeira bulha cardíaca, deve-se ao fechamento das valvas AV. A segunda bulha 
cardíaca é produzida pelo fechamento das valvas semilunares. Em algumas pessoas, é 
possível auscultar uma terceira bulha, devido ao turbilhonamento do sangue no interior 
dos ventrículos. (FOX, 2007). 
3 ARRITMIAS CARDÍACAS 
Para compreender as arritmias, é importante saber como funciona a condução 
elétrica no coração, que ocorre inicialmente no nodo sinoatrial, considerado o 
marcapasso natural do coração, pois coordena todo o processo de contração e 
relaxamento dos ventrículos seguindo com impulso para nodo atrioventricular e feixe de 
His-Purkinje (STANFIELD, 2013). 
 Nodo sinoatrial (marca-passo natural): despolariza-se em um ritmo de 
80-100 bpm. (STANFIELD, 2013). 
 Nodo atrioventricular (AV): segundo marca-passo (acessório), 
despolariza-se a um ritmo de 60 bpm (STANFIELD, 2013). 
 Feixe de His: bifurca-se em ramo direito e esquerdo, dando origem às 
fibras de Purkinje, que vão se espalhar pelos ventrículos, e despolariza a um ritmo de 
aproximadamente 40 bpm (STANFIELD, 2013). 
 
 
20 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3.1 Fisiopatologia 
A arritmia acontece quando o coração perde a capacidade do controle do 
sistema de condução, fazendo com que haja alterações na frequência e ritmo dos 
batimentos cardíacos. O ritmo normal, fisiológico é de 60 a 100 batimentos por minuto 
(STANFIELD, 2013). 
 
Segundo Stanfield, (2013) as arritmias se dividem em taquiarritmias e 
bradiarritmias. 
 
3.2 Taquiarritmias 
 
 
21 
 
As taquiarritmias têm como característica o aumento da frequência cardíaca, que 
fica acima de 100 por minuto. Subdividem-se em taquiarritmias atriais e ventriculares 
(JUNG, C.F, 2004) 
 Taquiarritmias atriais: são classificadas em taquicardias atriais, flutter 
atrial e fibrilação atrial. São identificadas pela onda P no eletrocardiograma, que se 
apresenta com morfologia diferente da sinusal (JUNG, C.F, 2004). 
 Taquicardia atrial: é caracterizada por foco de ativação no átrio, fora do 
nodo átrio ventricular (NAV), como deveria ocorrer normalmente (JUNG, C.F, 2004). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Flutter atrial: caracteriza-se pela frequência extremamente alta e, com 
isso, não permite que o impulso seja conduzido através do NAV; frequência atrial em 
torno de 300bpm. Diferencia-se da fibrilação atrial pela regularidade das ondas P e por 
atividade elétrica atrial coordenada (JUNG, C.F, 2004). 
 
22 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fibrilação atrial: caracteriza-se por atividade elétrica caótica, fazendo com 
que as paredes atriais se estremeçam em vez de se contraírem. Como a contração dos 
átrios não ocorre normalmente, eles deixam de auxiliar no bombeamento sangue para o 
interior dos ventrículos (JUNG, C.F, 2004). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
 
 
 Taquiarritmias ventriculares: batimentos ventriculares prematuros. Pode 
ocorrer algumas vezes e retornar ao ritmo normal; durando mais de 30 segundos, é 
chamada de taquicardia ventricular sustentada (JUNG, C.F, 2004) 
 
 
Fonte: soces 
 
24 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fibrilação ventricular: é caracterizada por uma série potencialmente fatal 
de contrações ventriculares descoordenada, ineficazes e muito rápidas, causadas por 
múltiplos impulsos elétricos caóticos, fazendo com que os ventrículos vibrem em vez de 
se contraírem de forma coordenada (JUNG, C.F, 2004). 
 
 
 
25 
 
Segundo Jung, C.F, (2004) as manifestações clínicas 
 Dispneia; 
 Dor torácica; 
 Palpitações. 
3.3 Bradiarritmias 
As bradiarritmias têm como característica a diminuição da frequência cardíaca, 
menor que 60 bpm, e ocorrem nos bloqueios atrioventriculares. Esses bloqueios 
atrioventriculares se caracterizam por um atraso na condução da corrente elétrica à 
medida que ela atravessa o sistema de condução atrioventricular. (CAVALCANTI, 2009). 
Existem 3 tipos de bloqueios: 
 Bloqueio atrioventricular de primeiro grau: caracteriza-se por atraso nos 
impulsos elétricos vindos dos átrios para os ventrículos, ou seja, atraso para atravessar 
o nódulo atrioventricular, o bloqueio atrioventricular de primeiro grau é frequente em 
atletas submetidos a intensos treinamentos, adolescentes, adultos jovens e em pessoas 
com um nervo vago muito ativo, esse distúrbio raramente causa sintomas 
(CAVALCANTI, 2009). 
 
 
 
26 
 
 Bloqueio atrioventricular de segundo grau: caracteriza-se por somente 
alguns impulsos chegarem aos ventrículos, fazendo com que o coração se contraia de 
forma lenta (CAVALCANTI, 2009). 
 
 
 
 Bloqueio atrioventricular de terceiro grau: caracteriza-se por impulsos 
originados nos átrios que não chegam aos ventrículos, fazendo com que o ritmo cardíaco 
passe a ser controlado pelo nódulo atrioventricular, pelo feixe de His ou pelos próprios 
ventrículos (CAVALCANTI, 2009). 
 
Manifestações clínicas 
 
27 
 
 Frequência cardíaca baixa, menos de 50 batimentos por minuto (devido 
ao estímulo não se iniciar no marca-passo natural); 
 Cansaço; 
 Enjoo; 
 Desmaio (CAVALCANTI, 2009). 
 
4 ATIVIDADE ELÉTRICA DO CORAÇÃO 
Cerca de 1% das células musculares cardíacas são diferentes das demais, pois 
têm a característica de gerar potenciais de ação. Um potencial de ação é um evento 
elétrico capaz de estimular células susceptíveis à estimulação pelo potencial de ação. A 
geração desse estímulo elétrico de forma rítmica estimula o coração a bater (FOX, 2007). 
Segundo Tortora e Derrickson (2017), essas células têm duas funções: atuam 
como um marca-passo natural, emitindo um ritmo para todo o coração, e formam o 
complexo estimulante do coração, que se trata do caminho percorrido pelos potenciais 
de ação no músculo cardíaco. O complexo estimulante do coração é formado pelos 
seguintes componentes: 
 Nó sinoatrial (nó SA): o potencial de ação inicia no nó SA, localizado na 
parede do átrio direito, próximo da veia cava superior. O estímulo parte do nó SA e é 
conduzido para os dois átrios. 
 Nó atrioventricular (nó AV): o potencial de ação chega ao nó AV, 
localizado no septo interatrial, ali, a propagação do estímulo desacelera, dando otempo 
necessário para os átrios contraídos esvaziarem o sangue para dentro dos ventrículos. 
 
28 
 
 Fibras de Purkinje: por fim, o potencial de ação chega aos ramos 
subendocárdicos das fibras de Purkinje. O estímulo elétrico atinge rapidamente toda a 
parede dos ventrículos. Assim que acaba a sístole atrial, ocorre a sístole ventricular. 
 
A propagação dos potenciais de ação pelo músculo cardíaco gera correntes 
elétricas, que podem ser captadas por eletrodos adaptados à pele do paciente em 
determinados locais, a esse procedimento se dá o nome de eletrocardiograma (ECG), a 
atividade elétrica captada produz um registro gráfico em forma de ondas. O ECG é um 
exame importante para o diagnóstico de problemas cardíacos (FOX, 2007). 
Para que o sangue seja distribuído ao restante do corpo é necessário que ele 
seja bombeado pelo coração, isso ocorre a partir da contração desse músculo, 
primeiramente, pelos dois átrios e, em seguida, pelos dois ventrículos, essas contrações 
realizadas pelo coração são coordenadas a partir de uma atividade elétrica chamada de 
sistema de condução, esse sistema determina a sequência de excitação das células 
musculares cardíacas (FOX, 2007). 
 
29 
 
Stanfield (2013) esclarece que, diferentemente do musculo esquelético, o 
músculo cardíaco não necessita do comando do sistema nervoso central para se contrair, 
pois, no coração, esse comendo é feito por sinais originados no interior do próprio 
músculo, essa capacidade que o coração tem de gerar sinais que levam a sua contração 
se chama autorritmicidade, e ela se deve à “[...] ação de uma pequena porcentagem de 
células musculares, denominas células autorrítmicas, que geram pouca ou nenhuma 
força contrátil, mas são críticas para a ação bombeadora do coração, porque promovem 
o ritmo do batimento cardíaco” (STANFIELD, 2013, p. 428). 
As células autorrítmicas são divididas em dois tipos: células marca-passo, que 
iniciam a ação e estabelecem o ritmo do batimento; e fibras de condução, que transmitem 
os potenciais de ação pelo coração. A união das ações de ambas estabelece os sinais 
de condução (STANFIELD, 2013, p. 428). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
As fibras de condução são especializadas para a condução rápida dos potenciais 
de ação gerados pelo marca-passo para as demais regiões, assim desencadeando as 
contrações. Por terem maior diâmetro, elas realizam essa condução de maneira mais 
rápida do que as fibras comuns (STANFIELD, 2013, p. 428). 
Stanfield (2013) afirma que os potenciais de ação das fibras de condução podem 
se propagar até 4 metros por segundo, enquanto as fibras comuns se propagam em 
torno de 0,3 a 0,5 metros por segundo, vejamos como ocorre a excitação entre as células 
e como se dá a condução durante um batimento cardíaco. 
 
30 
 
Silverthorn (2017) divide a sequência de eventos elétricos nas seguintes etapas. 
1. A primeira etapa é o início do potencial de ação a partir do nó sinoatrial (SA), 
com a despolarização se propagando para as células vizinhas. 
2. A despolarização chega ao nó atrioventricular (AV) por meio das vias de 
condução intermodais (sistema de fibras que correm pelas paredes dos átrios). 
3. Na sequência o impulso é conduzido ao nó AV, que irá transmiti-lo a outras 
células de condução, porém, não na mesma velocidade — o impulso é retardado em 
cerca de 0,1 segundo. Do nó AV, o impulso percorre o atrioventricular, única conexão 
entre átrios e ventrículos. 
4. O sinal percorre uma curta distância ao longo do fascículo atrioventricular 
para, na sequência, dividir-se entre os ramos direito e esquerdo, que conduzem os 
impulsos para o ventrículo direito e esquerdo, respectivamente. 
5. Desses ramos, os impulsos percorrem uma extensa rede de ramificações 
chamadas de fibras de Purkinje, que se distribuem pelo miocárdio ventricular, 
propagando-se para as demais células do coração. Essa despolarização espalha-se 
para cima a partir do ápice. 
 
 
31 
 
 
 
A propagação da excitação pelo músculo cardíaco segue um padrão ordenado, 
como se fosse uma “onda de excitação”, essa onda começa no nó SA, indo em direção 
aos átrios, depois se “afunila” no feixe atrioventricular por meio do nó AV, onde o impulso 
sofre uma lentidão, em seguida, os impulsos chegam aos feixes, onde são conduzidos à 
parte inferior dos ventrículos, espalhando-se a todo músculo ventricular, do ápice para a 
base (STANFIELD, 2013). 
 
 
32 
 
 
Segundo Stanfield, 2013 quem determina o ritmo dos batimentos cardíacos são 
as células do nó SA, por terem maior capacidade de potencial de ação do que as demais 
células em torno de 70 por minuto contra 50 do AV, por exemplo, embora as células do 
nó AV e as fibras de Purkinje também tenham esse potencial de ação, elas só vão agir 
como marca-passo em algumas condições, acompanhe: 
Se o nó SA não disparar um potencial de ação ou se ele se tornar 
extremamente lento, o nó AVA iniciará os potenciais de ação, que percorrerão o 
sistema de condução e desencadearão a contração ventricular. O nó AV pode 
também assumir o controle do batimento cardíaco se a condução entre os nós 
for bloqueada ou se tornar lenta por algum motivo. Nessas circunstâncias, o nó 
AV atua como sistema de energia alternativo, que mantém a contração dos 
ventrículos. Se por algum motivo o nó AV é incapaz de deflagrar a contração 
ventricular, o coração tem ainda outro sistema redundante: certas células nos 
ramos subendocárdicos podem assumir o controle. Contudo, a frequência de 
disparos dessas células é de apenas 30 a 40 impulsos por minutos (STANFIELD, 
2013, p. 429). 
 
33 
 
5 ELETROCARDIOGRAMA 
O eletrocardiograma (ECG) é popularmente conhecido como um exame que 
busca monitorar os batimentos e as atividades elétricas cardíacas, evidenciando se há 
alguma dificuldade nessas atividades. Sendo assim, o ECG é o registro da propagação 
da corrente elétrica pelo coração em função do tempo, durante o ciclo cardíaco 
(STANFIELD, 2013). 
A mesma autora aponta que essa medida é realizada por meios de eletrodos 
colocados sobre a pele: 
A atividade elétrica gerada em tecido nervoso ou muscular se propaga 
pelo corpo porque os fluidos corpóreos atuam como condutores. Quanto mais 
sincronizada é a atividade, maior é a amplitude dos sinais registrados a certa 
distância da fonte. Como a atividade elétrica do coração é altamente 
sincronizada, potenciais elétricos de amplitude relativamente grande, que 
correspondem a fases elétricas distintas, podem ser detectados na superfície da 
pele (STANFIELD, 2013, p. 436). 
O procedimento para o registro do ECG, criado pelo fisiologista holandês Willem 
Einthoven, baseia-se em um triângulo equilátero imaginário circunjacente ao coração. 
Os três vértices do triângulo são o membro superior direito (MSD), o membro superior 
esquerdo (MSE) e o membro inferior esquerdo (MIE), e os eletrodos são colocados sobre 
cada um desses vértices (os cantos do triângulo). A esse procedimento se dá o nome de 
triângulo de Einthoven (STANFIELD, 2013; FOX, 2007). 
Fox (2007) e Stanfield (2013) apontam que certos pares de eletrodos recebem o 
nome de derivações e são designados por números romanos, esse conceito é bastante 
importante para entendermos como se dá o registro dos ECGs, pois cada derivação 
específica vai detectar a diferença no potencial elétrico entre os eletrodos negativos e 
positivos. Vejamos sobre cada derivação (STANFIELD, 2013; FOX, 2007): 
Derivação I: detecta o potencial no membro superior esquerdo menos o 
potencial no membro superior direito. 
Derivação II: detecta o potencial no membro inferior esquerdo menos o potencial 
no membro superior direito. 
 
34 
 
Derivação III: detecta o potencial no membro inferior esquerdo menos o 
potencial no membro superior esquerdo. 
Cabe ressaltar ainda que a direção da onda (para cima ou para baixo) depende 
de a diferença entre os dois eletrodos ser positiva ou negativa. (STANFIELD,2013). 
 
 
 
Fox (2007, p. 388) sublinha que o ciclo cardíaco produz três ondas 
eletrocardiográficas distintas, segundo o autor “essas ondas representam alterações de 
potencial entre duas regiões da superfície do coração que são produzidas pelo efeito 
composto de potenciais de ação de numerosas células miocárdicas”. 
 
35 
 
As três ondas eletrocardiográficas, que são a onda P, a onda QRS e a onda T. 
A onda P é uma deflexão para cima, causada pela despolarização atrial, o complexo 
QRS se caracteriza por ser uma série de deflexões agudas para cima e para baixo, 
causada pela despolarização ventricular, já a onda T é uma deflexão para cima, causada 
pela repolarização ventricular. Cabe ressaltar que a repolarização atrial, em geral, não é 
detectada pelo ECG, pois ocorre simultaneamente ao complexo QRS (STANFIELD, 
2013; FOX, 2007). 
 
 
 
O ECG é um exame importante porque pode apresentar atividades elétricas 
anormais do ciclo cardíaco, as chamadas arritmias cardíacas, elas podem ocorrer devido 
a um disparo anormal do nó SA, entre as arritmias mais conhecidas estão a taquicardia 
(FC de repouso elevada, com mais de 100 bpm) e a bradicardia (FC de repouso baixa, 
com menos de 50 bpm) (STANFIELD, 2013). 
 
36 
 
 
 
 
 
 
 
6 FUNÇÕES BÁSICAS DO SISTEMA CARDIOVASCULAR 
O sistema cardiovascular, também conhecido como sistema circulatório, é um 
dos mais importantes aparelhos do corpo humano, abrangendo-o de forma completa. 
Esse sistema é regulador de todas as funções em nosso organismo, pois seus 
 
37 
 
componentes, como o sangue e o coração, estão envolvidos nos mais variados 
processos do corpo. Sendo assim, essas funções precisam ser realizadas com grande 
eficiência para que tudo funcione corretamente na “máquina da vida”. (FOX, 2007). 
 
Fox (2007) aponta que as funções do sistema cardiovascular são as seguintes: 
 Transporte de nutrientes; 
 Transporte de gases oxigênio (O2) e dióxido de carbono (CO2); 
 Transporte de produtos de excreção das células para órgãos excretores; 
 Transporte de hormônios e produtos metabólicos; 
 Regulação da temperatura corpórea; 
 Defesa contra agentes patogênicos. 
 
O transporte é a principal função do sistema cardiovascular, pois todas as 
substâncias essenciais para o metabolismo celular são transportadas pela circulação. 
Essas substâncias podem ser classificadas da seguinte forma (FOX, 2007): 
 Respiratórias: os eritrócitos fazem o transporte de oxigênio às células e a 
eliminação do gás carbônico realizada pelos pulmões. Nos pulmões, o oxigênio do ar 
inalado se ligar às moléculas de hemoglobina no interior dos eritrócitos e é transportado 
às células para a respiração. Já o dióxido de carbono produzido na respiração celular é 
transportado pelo sangue aos pulmões, sendo eliminado quando o ar é exalado pela 
boca ou narinas. 
 Nutritivas: os nutrientes ingeridos pelo sistema digestório são igualmente 
levados pelo sangue aos órgãos e tecidos do organismo. Na digestão há a decomposição 
química e mecânica do alimento, que é absorvido da parede intestinal para o interior dos 
vasos sanguíneos. Assim, o sangue transporta os nutrientes através do fígado para as 
células. 
 Excretórias: as nossas células também produzem resíduos que precisam 
ser eliminados do corpo. Dessa forma, os produtos da decomposição metabólica (como 
a ureia), o excesso de água e de íons e outras moléculas ig 
 
38 
 
Além dessas três funções relacionadas ao transporte, há ainda a distribuição de 
outras substâncias que, quando armazenadas ou produzidas, podem ser liberadas na 
corrente sanguínea para serem utilizadas em outras regiões, como o caso da quebra de 
glicogênio, que fica armazenado no fígado e, posteriormente, serve como fonte de 
energia para o corpo. (FOX, 2007). 
A segunda função do sistema cardiovascular é a regulação. Segundo Fox (2007), 
esse sistema contribui para duas regulações do nosso corpo, conforme indicado a seguir. 
 Hormonal: os hormônios são produzidos pelo sistema endócrino e, para 
chegarem aos órgãos-alvo, eles são distribuídos pelo sangue a esses tecidos distantes, 
podendo assim desempenhar as funções reguladoras em nosso corpo. 
 Temperatura: a regulação da temperatura corporal é bastante auxiliada 
pelo desvio do sangue dos vasos cutâneos mais profundos para os superficiais — e o 
contrário também ocorre. Esse processo ocorre da seguinte maneira: quando a 
temperatura do ambiente é alta, o desvio do sangue vai dos vasos mais profundos para 
os mais superficiais, ajudando a resfriar o corpo. No entanto, quando a temperatura do 
ambiente é baixa, o desvio ocorre de forma contrária, ou seja, dos vasos superficiais 
para os profundos, ajudando a manter o corpo aquecido. 
A terceira função do sistema cardiovascular pode ser identificada como a de 
proteção. De acordo com Fox (2007), esse sistema protege contra a perda sanguínea 
ocasionada por lesões e contra toxinas ou microrganismos estranhos ao corpo. 
Veja, a seguir, suas funções (FOX, 2007; SILBERNAGL; DESPOPOULOS, 
2009). 
 Coagulação: o processo de coagulação protege o corpo quando ocorre 
uma lesão em algum vaso, que acarreta perda de sangue, esse processo também é 
chamado de homeostasia, após o rompimento do vaso, ocorre a vasoconstrição, que é 
a contração do vaso afetado, a seguir, as plaquetas formam uma espécie de tampão na 
região lesada, impedindo um maior vazamento de sangue para fora da região, com a 
coagulação ocorre a transformação de substâncias, sendo a trombina e a vitamina K as 
principais responsáveis pela regeneração do vaso lesado, fechando a ruptura. 
 
39 
 
 Imunológica: esta função é igualmente realizada pelo sangue a partir de 
sua função protetiva. Os leucócitos (também chamados de glóbulos brancos) são um 
grupo de várias células, que protegem o nosso corpo dos agentes patogênicos, que nos 
causam doenças. Além disso, as plaquetas participam ativamente do processo de 
coagulação sanguínea anteriormente descrito. 
7 PARADA CARDIOPULMONAR 
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), as doenças cardiovasculares 
(DCV) são a primeira causa de morte no mundo. No Brasil, 300 mil pessoas morrem por 
ano devido a doenças cardiovasculares (AVEZUM et al., 2009). 
A PCR é “[...] a cessação súbita das funções cardíacas, respiratórias e cerebrais. 
” Essa condição pode ser comprovada quando não há pulso central, seja ele carotídeo 
ou femoral, não há movimentos respiratórios ou o paciente está em respiração agônica 
(chamado gasping), e ainda, o paciente está inconsciente (UFSC, 2013, p 45). 
As doenças do aparelho circulatório representam a principal causa de óbito no 
país e as doenças isquêmicas do coração são responsáveis por 80% dos episódios de 
morte súbita. O Ministério da Saúde instituiu a Portaria GM/MS nº 2.420, em 09 de 
novembro de 2004, constituindo um grupo técnico (GT) com a finalidade de avaliar e 
recomendar estratégias de intervenção do SUS para abordagem da morte súbita. 
(VIEIRA.et al.,2013). 
No meio de todas as situações que caracterizam risco de morte iminente, 
nenhuma emergência supera a prioridade do atendimento da parada cardiopulmonar 
(PCR) a PCR é comprovada pela ausência de pulso central (carotídeo ou femoral), de 
movimentos respiratórios (apneia) ou respiração agônica (gasping), inconsciência que 
ocorre de 8 a 12 segundos após a PCR (VIEIRA.et al.,2013). 
A detecção e tratamento precoce das PCR é fator determinante para assegurar 
a sobrevivência, evitando o comprometimento neurológico causado pela falta de 
oxigenação cerebral, resultando em sequelas graves irreversíveis, este evento, na 
 
40 
 
maioria das vezes, ocorre fora do ambiente hospitalar e é geralmente presenciado pela 
família, colegas de trabalho ou por pessoas desconhecidas, que não possuem 
conhecimento sobre as ações básicas para manutenção da vida, que poderiam ser 
aplicadas até a chegada do atendimentopré-hospitalar (VIEIRA.et al.,2013). 
Situações com maior risco de evoluir para uma PCR: cardiopatias (destas, a 
doença aterosclerótica coronária é a mais importante) hipertensão arterial, diabete, 
antecedentes familiares de morte súbita, anóxia, afogamento, pneumotórax hipertensivo, 
hemopericárdio, choque, obstrução das vias aéreas, broncoespasmo e reação anafilática 
(HSL,2006). 
Principais sinais e sintomas que precedem uma PCR: dor torácica, Sudorese, 
Palpitação precordial, tontura, escurecimento visual, Perda de consciência, alterações 
neurológicas, sinais de baixo débito cardíaco, parada de sangramento prévio 
(HSL,2006). 
Sinais clínicos de uma PCR: inconsciência, ausência de movimentos 
respiratórios ausência de pulsos em grandes artérias (femoral e carótidas) ou ausência 
de sinais de circulação para HSL (2006) o atendimento avançado na PCR, através do 
algoritmo convencional, pretende racionalizar a Reanimação Cardiopulmonar (RCP), de 
maneira que ela seja de alta qualidade. 
O algoritmo convencional de SAVC para PCR foi simplificado e racionalizado 
para enfatizar a importância da RCP de alta qualidade (incluindo compressões de 
frequência e profundidade adequadas, permitindo retorno total do tórax após cada 
compressão, minimizando interrupções nas compressões e evitando ventilação 
excessiva) e o fato de que as ações de SAVC devem se organizar em torno de períodos 
ininterruptos de RCP, um novo algoritmo circular também foi introduzido. 
 
 
41 
 
 
 
Fonte: medicina.ufmg.br 
 
O manejo de uma PCR pode seguir duas vias possíveis de atendimento, de 
acordo com o ritmo cardíaco que se apresenta DEA (BERNOCHE et al., 2019): 
 Ritmo desfibrilável: casos de Fibrilação Ventricular (FV) ou Taquicardia 
Ventricular sem Pulso (TV); 
 Ritmo não desfibrilável: casos de Assistolia ou Atividade Elétrica Sem Pulso 
(AESP). 
Pode-se conceituar a FV identificando algumas características: complexo QRS 
de aparência anormal, frequência cardíaca elevada e desorganizada, ritmo irregular e 
ondas que variam de tamanho e forma. O ritmo caótico da FV produz contração ineficaz 
do ventrículo e débito cardíaco inadequado, ocasionado então uma PCR (UFSC, 2013). 
 
42 
 
7.1 Diretrizes de ressuscitação cardiopulmonar 
 
Sabe-se que, a cada minuto transcorrido do início do evento arrítmico súbito sem 
desfibrilação, a probabilidade de sobrevivência diminui em 7 a 10%. Programas de RCP 
e com uso de Desfibrilador Externo Automático (DEA) precoce, realizados por leigos, 
têm proporcionado taxas de sobrevivência muito otimistas, alcançando até 85%. Os 
aspectos fundamentais do Suporte Básico de Vida (SBV) no adulto incluem: 
reconhecimento imediato da PCR, contato com o sistema de emergência, início da RCP 
de alta qualidade e uso do DEA (BERNOCHE et al., 2019). 
Os aspectos principais a serem observados nas compressões são frequência, 
profundidade, retorno do tórax a cada compressão e interrupção mínima. Para a 
oxigenação adequada dos tecidos, é essencial minimizar as interrupções das 
compressões torácicas e maximizar a quantidade de tempo em que as compressões 
torácicas geram fluxo de sangue. A Fração das Compressões Torácicas (FCT) é a 
proporção de tempo em que as compressões são realizadas durante uma 
PCR (BERNOCHE et al., 2019). 
 Na opinião de Bernoche et al (2019) para maximizar a perfusão, recomenda-se 
que as pausas das compressões torácicas sejam minimizadas, a fim de que a FCT seja 
de, pelo menos, 60% e, idealmente, de 80%, para realização das compressões torácicas: 
• Posicione-se ao lado da vítima e mantenha seus joelhos com certa distância 
um do outro, para que tenha melhor estabilidade. 
 
43 
 
 • Afaste ou corte a roupa da vítima (se uma tesoura estiver disponível), para 
deixar o tórax desnudo. 
• Coloque a região hipotenar de uma mão sobre a metade inferior do esterno da 
vítima e a outra mão sobre a primeira, entrelaçando-a. 
• Estenda os braços e os mantenha cerca de 90º acima da vítima. 
• Comprima na frequência de 100 a 120 compressões/ minuto. 
• Comprima com profundidade de, no mínimo, 5 cm (evitando compressões com 
profundidade maior que 6 cm). 
 • Permita o retorno completo do tórax após cada compressão, evitando apoiar-
se no tórax da vítima. 
 • Minimize interrupções das compressões, pause no máximo 10 segundos para 
realização de duas ventilações. Considere obter uma fração de compressão torácica 
maior possível, tendo como objetivo um mínimo de 60%. 
 • Reveze com outro socorrista a cada 2 minutos, para evitar o cansaço e 
compressões de má qualidade. 
 
Fonte: cardiol 
7.2 Ventilação 
As ventilações são aplicadas após 30 compressões torácicas durante a RCP, 
seguindo a sequência C-A-B. A prioridade para as compressões torácicas deve-se ao 
fato da necessidade em gerar fluxo de sangue e também evitar os atrasos práticos 
 
44 
 
inerentes às tentativas de ventilações adequadas. Além disso, se a vítima possui uma 
via aérea patente, ocorre a chamada ventilação passiva durante as compressões 
torácicas (BERNOCHE et al., 2019, p. 1) 
7.3 1. Abertura das Vias Aéreas 
Independentemente da técnica utilizada para aplicar ventilações, refere 
Bernoche et al. (2019) é necessária a abertura de via aérea, que pode ser realizada com 
a manobra da inclinação da cabeça e elevação do queixo e, se houver suspeita de 
trauma, a manobra de elevação do ângulo da mandíbula. 
 
 
 
 Fonte: cardiol 
Posicionamento da região hipotênar de uma mão sobre a metade inferior do 
esterno e a outra mão sobre a primeira, entrelaçando-a é aconselhável a realização de 
compressões na frequência de 100 a 120 compressões/minuto, as compressões 
torácicas devem ter profundidade mínima de 5 cm, sem exceder 6, para permitir o retorno 
completo do tórax, evitando se apoiar no tórax da vítima, o intervalo das compressões 
entre a aplicação do choque deve ser o menor possível, é aconselhável pausar as 
compressões por, no máximo, 10 segundos, a fim de aplicar 2 ventilações, considere 
obter uma fração de compressão torácica maior possível, tendo como objetivo um 
mínimo de 60% ,para profissionais da saúde que possuem dispositivo de barreira para 
aplicar ventilações, é aconselhável realizar 30 compressões e 2 ventilações durante a 
 
45 
 
RCP ,pode-se considerar a utilização de equipamentos de feedback durante a RCP, a 
fim de otimizá-la em tempo real e retomar as compressões torácicas imediatamente após 
o choque para adultos em parada cardiorrespiratória, o profissional atendente do serviço 
de emergência deve orientar a realização de compressões torácicas contínuas para os 
chamados com suspeita de PCREH (BERNOCHE et al., 2019, p. 1). 
7.4 Realização de Ventilações 
Devem ser realizadas em uma proporção de 30 compressões para duas 
ventilações, com duração de apenas 1 segundo cada, fornecendo quantidade de ar 
suficiente para promover a elevação do tórax, a hiperventilação é contraindicada, pois 
pode aumentar a pressão intra-torácica, diminuindo a pré-carga e o Débito Cardíaco 
(DC), e comprometendo a sobrevida. Há ainda o risco de hiperinsuflação gástrica, 
podendo desencadear vômitos, broncoaspiração e limitação da mobilidade do diafragma. 
Evidências de contaminação com a realização de ventilação boca a boca são mínimas, 
mas é indicado que o socorrista utilize mecanismos de barreira − por exemplo, máscara 
de bolso (pocket mask) ou BolsaVálvula-Máscara (BVM) (BERNOCHE et al., 2019). 
Existe a preocupação de que a realização por períodos prolongados de 
compressões torácicas contínuas (sem ventilação) poderia ser menos eficaz do que a 
RCP convencional (compressões e ventilações), uma vez que o conteúdo arterial de 
oxigênio reduz, à medida que a PCR se prolonga. 
No dizer de Bernoche et al. (2019) evidencias apontam que pacientes em 
PCREH que receberam RCP por compressões contínuas durante um período curto (zero 
a 15 minutosapós o colapso) tiveram maior taxa de sobrevivência, com evolução 
neurológica favorável, em relação a nenhuma manobra de ressuscitação. Para a PCR 
prolongada (> 15 minutos), a realização de RCP convencional (compressões e 
ventilações) apresentou taxa significativamente mais alta de sobrevivência com 
resultado neurológico favorável, quando comparado à RCP com compressões contínuas 
e não realização de RCP. Assim, em PCR prolongadas de origem cardíaca, a RCP 
 
46 
 
convencional mostrou benefício adicional, em comparação à RCP somente com as 
compressões. 
7.5 Ventilação com a Máscara de Bolso: a Pocket Mask 
 
Fonte: Fonte: cardiol 
Profissionais de saúde e socorristas leigos podem hesitar em realizar ventilações 
boca a boca, assim, é indicada a utilização de uma máscara de bolso (pocket mask) para 
realização das ventilações (BERNOCHE et al., 2019). 
7.6 Ventilação com Bolsa-Válvula-Máscara 
O uso da BVM requer considerável prática e deve ser feito na presença de dois 
socorristas: um responsável pelas compressões e outro por aplicar as ventilações com 
o dispositivo, se disponível oxigênio complementar, conecte-o na BVM, assim que 
possível, de modo a oferecer maior porcentagem de oxigênio para a vítima (BERNOCHE 
et al., 2019). 
 
 
47 
 
 
Fonte: Fonte: cardiol 
7.7 Ventilação com Via Aérea Avançada 
Quando uma via aérea avançada por exemplo, intubação endotraqueal, estiver 
instalada, o primeiro socorrista deve administrar compressões torácicas contínuas e o 
segundo socorrista, aplicar uma ventilação a cada 6 segundos cerca de 10 ventilações 
por minuto, não se devem pausar as compressões para aplicar as ventilações, em caso 
de via aérea avançada instalada (BERNOCHE et al., 2019). 
 
 
Fonte: Fonte: cardiol 
 
48 
 
7.8 Ventilação em Vítima em Parada Respiratória 
Vítima que não respira ou respira de forma ineficaz (gasping), porém apresenta 
pulso palpável, encontra-se em parada respiratória, nesses casos, realize uma 
ventilação a cada 5 a 6 segundos (aproximadamente 10 a 12 ventilações por minuto) 
para vítimas adultas, o pulso deve ser checado a cada 2 minutos, com a finalidade de 
verificar se a parada respiratória progrediu para uma PCR, necessitando de RCP 
(BERNOCHE et al., 2019, p. 1). 
7.9 Terapias elétricas 
A desfibrilação está sempre indicada na fibrilação ventricular (FV) e na 
taquicardia ventricular (TV) sem pulso o mais precoce possível. A FV é caracterizada por 
uma atividade elétrica caótica e desorganizada do coração, sendo o ritmo incapaz de 
gerar contração cardíaca eficiente, daí a ausência de pulso central nesse ritmo elétrico. 
A TV difere da FV por tratar-se de ritmo elétrico organizado, caracterizado por complexos 
QRS alargados, idênticos entre si, com frequência elevada e sem ondas P identificáveis 
ao traçado. Esse ritmo pode ou não gerar contração miocárdica eficaz (pulso). Na 
ausência de pulso, a TV deve ser tratada como FV, Identificada a FV/TV sem pulso, o 
tratamento inicial é a desfibrilação com choque único e imediato na energia máxima do 
aparelho (360 J, monofásico ou 180 a 220 J, bifásico) (LADEIRA, 2013). 
O correto posicionamento das pás, a aplicação de força sobre as pás e a 
utilização de gel condutor contribui para uma melhor taxa de êxito na desfibrilação por 
determinarem redução da impedância torácica, determinando a chegada de quantidades 
de energia elétrica sobre o coração (LADEIRA, 2013). 
No momento do choque, o socorrista deve se certificar de que ninguém está em 
contato com a vítima para evitar acidentes durante o atendimento. Após o choque, a RCP 
deve ser reiniciada imediatamente, sendo mantida por mais 2 minutos ou por mais 5 
ciclos de 30 compressões intercaladas com 2 ventilações assistidas, em clientes 
pediátricos, a carga ideal de desfibrilação não é conhecida, uma carga de 2 a 4 J/kg pode 
 
49 
 
ser usada para a energia de desfibrilação inicial; desde que não excedam 10 J/kg ou a 
carga máxima para adultos (AHA, 2010). 
Em cliente portador de marca-passo ou cardioversor-desfibrilador implantado 
(CDI), as pás autoadesivas devem ser colocadas distantes do dispositivo implantado, 
porém a preocupação com o posicionamento preciso das pás em relação a um 
dispositivo médico implantado não deve retardar a tentativa de desfibrilação. Em clientes 
que utilizam adesivo de medicação, removê-lo e limpar o local. (VIEIRA, 2013). 
7.10 Vias para administração de medicamento 
A administração de drogas será secundária, depois da tentativa de desfibrilação, 
os socorristas devem estabelecer um acesso intravenoso (IV) ou intraósseo (IO), sem 
interrupção das compressões torácicas. Existem, até o momento atual, evidências 
insuficientes para determinar o momento ideal a administração de medicamentos, mas 
parece que o início precoce de drogas (com menos de cinco minutos de PCR) está 
associado à melhor prognóstico. (VIEIRA, 2013). 
Deve-se escolher, de preferência, o acesso venoso periférico nos membros 
superiores (veia antecubital), o acesso periférico é de fácil obtenção, fácil aprendizado, 
apresenta menor risco de complicações e não necessita de interrupção das manobras 
de RCP. Recomenda-se, após administração de drogas (em bolus) infusão em de 20ml 
de solução salina e elevação do membro por 10 a 20 segundos. (VIEIRA, 2013). 
Se não for possível estabelecer acesso IV, a via intraóssea (IO), para 
administração de drogas, pode proporcionar concentrações plasmáticas adequadas, 
similares às alcançadas pelo acesso intravenoso. (VIEIRA, 2013). 
 A administração de medicamentos por um acesso central pode ser considerada 
se não houver nenhuma contraindicação, essa via de administração de medicamentos 
oferece a vantagem de viabilizar maior concentração plasmática e menor tempo de 
circulação, além de permitir a determinação da saturação venosa central e estimar a 
pressão de perfusão coronariana durante a RCP, esses dois últimos parâmetros são 
 
50 
 
preditores de RCE. A obtenção de acesso venoso central é contraindicada relativamente 
para administração de trombolíticos e requer treinamento específico. (VIEIRA, 2013). 
Estudos relatam que drogas como lidocaína, adrenalina, atropina, naloxone e 
vasopressina podem ser absorvidas por via endotraqueal, a administração dessas 
drogas pela via endotraqueal, durante a RCP, resulta em menores concentrações 
plasmáticas quando comparadas com as mesmas doses administradas por via IV. 
Estudos sugerem que baixas concentrações plasmáticas de adrenalina, após 
administração endotraqueal, podem produzir efeitos beta-adrenérgicos, resultando em 
vasodilatação. Esses efeitos podem provocar hipotensão, pressão de perfusão 
coronariana (PPC) baixa e menor RCE. Dessa forma, embora seja possível a 
administração de medicamentos pelo acesso endotraqueal, os acessos IV e IO devem 
ser sempre preferidos durante a RCP. Diante da impossibilidade da obtenção de acessos 
IV ou IO, adrenalina, lidocaína e vasopressina podem ser administradas pela via 
endotraqueal (Classe IIb, Nível de Evidência B). As doses recomendadas são de 2 a 2,5 
vezes maiores que as doses administradas por via IV. As medicações devem ser diluídas 
em 5 a 10ml de solução salina ou água estéril. (GONZALEZ, M. M. et al. 2013). 
7.11 Medicações usadas no tratamento da PCR 
Durante uma parada cardiopulmonar, algumas drogas potentes são necessárias 
para fazer com que o coração recomece a bater ou volte para um ritmo mais estável, 
entre elas: 
7.12 Vasopressores 
O racional para o uso de vasopressores durante a RCP é aumentar a pressão 
de perfusão coronariana, definida como a diferença entre a pressão aórtica e a pressão 
no átrio direito durante a fase de relaxamento (descompressão) torácico. Uma pressão 
de perfusão coronariana ≥15mmHg, correlacionando-se também com uma melhora da 
taxa de sobrevida de 24 horas em animais. (VIEIRA, 2013). 
 
51 
 
 Sulfato de epinefrina (adrenalina) seus efeitospressores alfa-
adrenérgicos, vasoconstritor periférico intenso, aumenta a pressão na artéria aorta, por 
conseguinte, aumenta o fluxo coronariano e cerebral. Sua apresentação é ampola de 1 
mg/ml. Recomendada na fibrilação ventricular, na taquicardia ventricular sem pulso, na 
assistolia, na atividade elétrica sem pulso e, às vezes, na bradicardia. Deve ser usada 
em 1 mg ev em bolus, a cada 3 a 5 min enquanto durar a PCR, o inicio do efeito por via 
Intravenosa é imediato. (VIEIRA, 2013). 
 Vasopressina um potente vasoconstritor não adrenérgico, mostrou-se 
bastante eficaz, superior à adrenalina, na RCP, pequenos estudos clínicos nos anos de 
1990 (na dose 40U IV versus 1mg de adrenalina). Sua apresentação é ampola20 UI/ml. 
Recomendada na PCR, Fibrilação Ventricular /Taquicardia Ventricular sem pulso. Deve 
ser usada 40 UI ev em bolus uma única vez. (VIEIRA, 2013). 
 Noradrenalina estimulante cardíaco e vasopressor, potente vasoconstritor 
que atua nas artérias e veias, afeta os receptores alfa ou beta adrenérgico aumenta a 
força de contração do miocárdio e o fluxo sanguíneo coronariano. Sua apresentação é 
ampola1mg/ml. Recomendada estabilização da pressão arterial, infarto agudo do 
miocárdio ou parada cardíaca. Deve ser usada 4ml em 1000 ml de soro glicosado5% 
inicialmente 2-3 ml/min. Administração de noradrenalina não tem demonstrado 
benefícios adicionais durante a RCP, não sendo, portanto, recomendada. (VIEIRA, 
2013). 
 
7.13 Antiarrítmicos 
 
Os agentes antiarrítmicos têm sido empregados em PCR, em FV ou TVSP, como 
medicações coadjuvantes, ou para prevenir suas recorrências. Não há evidências de que 
seu uso, durante as manobras de RCP, aumentem as taxas de sobrevida na alta 
hospitalar. (VIEIRA, 2013). 
 
52 
 
 Amiodarona prolonga o potencial de ação e o período refratário. Inibe o 
estimulo adrenérgico, retarda o ritmo sinusal, aumenta os intervalos PR e QT e diminui 
a resistência periférica. Sua apresentação ampolas. 150 mg/ 3 ml. Recomendada para 
FV/TVSP que não responde à RCP, desfibrilação e terapêutica vasopressora (classe IIb, 
nível de evidência B). A dose inicial deve ser de 300mg IV/IO e pode ser administrada 
uma dose adicional de 150mg IV/IO, intercalada com vasopressor Fora da PCR - 150 
mg diluídos em 100 ml, infundidos em 15 min; pode se repetir a cada 15 min até 
conversão do ritmo. (VIEIRA, 2013). 
 Lidocaína ou xilocaína, e um medicamento de segunda escolha 
(subgrupo 1B) e anestésico local, bloqueia reversivelmente a propagação de impulso ao 
longo das fibras nervosas. Pode ter efeito similar em membranas excitáveis no cérebro 
e miocárdio. Sua apresentação ampolas 20ml 1 a 2% (com ou sem vaso constritor). 
Recomendada, arritmias ventriculares causadas por IAM, taquicardia ventricular. A dose 
inicial é de 1-1,5mg/Kg (5mL = 100mg). Se a FV/TVSP persistem ou são recorrentes, 
doses adicionais de 0,5-0,75mg/kg podem ser administradas a cada 5 - 10 minutos, até 
uma dose máxima de 3mg/kg. (VIEIRA, 2013). 
 Sulfato de magnésio anticonvulsivante e repositor, essencial para 
contração muscular, o sistema enzimático e a neurotransmissor. Apresentação: 
ampolas10 ml (50%)ou 20ml (25%).Recomendada Suspeita de hipomagnesemia, TV 
com padrão eletrocardiográfico de torção das pontas. Não se recomenda seu uso 
rotineiro na RCP (classe III, nível de evidência). A dose deve ser 1 a 2g, diluído em 10ml 
de soro glicosado 5%. (AME 2009). 
 
7.14 Reposição volêmica 
 
 
53 
 
Não há evidências definitivas quanto à administração rotineira de fluidos 
intravenosos durante a PCR. Considerar infusão quando houver suspeita de PCR por 
hipovolemia. (GONZALEZ, M. M. et al.2013). 
 Sulfato de atropina anticolinérgico que inibe a acetilcolina na junção do 
sistema parassimpático atua bloqueando o efeito do nódulo sinoatrial que aumenta a 
condução através do nódulo atrioventricular e consequentemente o batimento cardíaco. 
Apresentação: ampolas de 0,25mg/1ml (0,5 e 1mg). Recomendada na Assistolia, 
atividade elétrica sem pulso com ritmos bradicárdicos (FC < 60bpm). A dose 1mg a cada 
3 a 5 min, fora da PCR - 0,5 a 1 mg a cada 3 a 5 min. Dose máxima - 0,03 a 0,04 mg/kg. 
Inicio do efeito é de 2 a 5 minutos após infusão. No entanto diversos estudos mostraram 
que a atropina não esteve associada com benefícios consistentes no manuseio da PCR 
intra ou extra-hospitalar, essa droga não é, portanto, mais recomendada no tratamento 
da PCR. (VIEIRA, 2013). 
 Bicarbonato de sódio atua como um agente alcalizastes através da 
liberação de íons bicarbonato, apresentação ampola de 10ml (8,4% e 
10%).Recomendada quando a FV/TV sem pulso é decorrente de hipercalemia ou de 
intoxicação por cocaína ou por antidepressivos tricíclicos usada na assistolia ou AESP, 
Parada cardíaca, acidose metabólica. Dose de ataque,1mEq/ kg IV em 
seguida0,5mEq/kg cada 10 min posteriormente. (AME,2009). 
7.15 Intervenções do enfermeiro 
Segundo Titler et al. (1991), um sistema de classificação das intervenções de 
enfermagem é essencial em virtude de: delinear o corpo de conhecimento único para a 
enfermagem, determinar o conjunto de serviços de enfermagem, desenvolver um 
sistema de informação, refinar o sistema de classificação do cliente, ser um elo entre os 
diagnósticos de enfermagem e os resultados esperados, alocar recursos para os planos 
de enfermagem, e articular outros profissionais na função específica da enfermagem. 
Segundo Nursing Intervention Classification (NIC.1996) define intervenção de 
enfermagem como qualquer tratamento que tenha por base o julgamento clínico e o 
 
54 
 
conhecimento, que a enfermeira execute para melhorar os resultados do cliente. As 
intervenções de enfermagem incluem cuidados diretos e indiretos; os tratamentos podem 
ser iniciados pela enfermeira, médico, ou outro agente provedor. A intervenção de 
cuidado direto inclui ambas as ações de enfermagem fisiológicas e psicológicas. A 
intervenção de cuidado indireto inclui tratamento realizado longe do cliente, mas 
favorecendo-o ou ao grupo de clientes. Ele permite determinar as condições de saúde 
do cliente e avaliar os fatores que influenciam aquelas condições, conduzindo o 
enfermeiro ao julgamento clínico (CALIL, 2007). 
Os diagnósticos de enfermagem para a situação de parada cardiorrespiratória e 
suas respectivas intervenções de Enfermagem para a situação de PCR de acordo com 
a NANDA são: 
 
Monitoração Respiratória: 
 Abrir vias aéreas, usando manobra de inclinação da cabeça (elevação da 
mandíbula); (CALIL, 2007). 
 Monitorar o padrão ventilatório; (CALIL, 2007). 
 Observar mudanças de SaO2e CO2 na gasometria arterial. (CALIL, 2007). 
 
Controle de Vias Aéreas Artificiais: 
 Preparar o material para ventilação com pressão positiva (ambú-máscara 
e ou intubação orotraqueal); 
 Avaliar sons pulmonares após intubação; 
 Instalar oxímetro de pulso e/ou capnógrafo); 
 Fixar cânula endotraqueal, registrando posição na altura da rima labial e 
pressão do cuff (15 a 20 mmhg em VM); 
 Providenciar ventilador mecânico; 
 Manter as vias aéreas desobstruídas aspirar se necessário. (CALIL, 2007). 
 
Cuidados Circulatórios: Insuficiência venosa e arterial: 
 
55 
 
 Avaliar pulsos periféricos, edemas, enchimento capilar e temperatura. 
 Manter hidratação adequada para reduzir a viscosidade sanguínea. (CALIL, 
2007). 
 
Cuidados Cardíacos: Fase aguda 
 Avaliar dor no peito; 
 Providenciar material de ressuscitação cardiopulmonar desfibrilador (FV e 
TV sem pulso); 
 Monitorar ritmo e frequência cardíacos; 
 Puncionar acesso venoso calibroso e observar a permeabilidade da veia 
periférica; 
 Administrar medicamentos solicitados pelo médico e realizar um bolus de 
10, 20 ml de SF 0,9% após cada dose, e elevar o braço por alguns segundos; 
 Avaliar os sinais vitais; 
 Monitorar os sinais vitais no retorno da circulação; 
 Avaliar o nível de consciência,reações pupilares e reações motoras após 
retorno da circulação por meio da escala de coma de Glasgow; 
 Monitorar a função renal; 
 Avaliar e monitorar os pulsos periféricos quanto à qualidade e presença. 
(CALIL, 2007). 
 
 Monitoração de sinais vitais: 
 Monitorar a cor e a temperatura da pele após o retorno da circulação; 
 Monitorar os sinais e sintomas de hipotermia; 
 Usar colchões de resfriamento ou banhos mornos para adaptar a 
temperatura corporal, quando adequado; 
 Monitorar as tendências e flutuações na pressão sanguínea. (CALIL, 2007). 
 
 
 
56 
 
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