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05 pdf APOSTILA SUPORTE BÁSICO DE VIDA E SOCORRO DE EMERGÊNCIA

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SUPORTE BÁSICO DE VIDA E SOCORRO DE 
EMERGÊNCIA 
 
 
 
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Sumário 
NOSSA HISTÓRIA ..................................................................................................... 3 
AVALIAÇÃO INICIAL DA VÍTIMA .............................................................................. 4 
SUPORTE BÁSICO DA VIDA .................................................................................... 5 
CARACTERÍSTICAS DO SOCORRISTA ................................................................... 5 
ASPECTOS LEGAIS NO ATENDIMENTO ÀS URGÊNCIAS/EMERGÊNCIAS ......... 6 
DEFINIÇÕES PRELIMINARES .................................................................................. 7 
COMO FAZER A AVALIAÇÃO INICIAL DA VÍTIMA? ............................................... 9 
AS URGÊNCIAS/EMERGÊNCIAS TÊM FORMAS PECULIARES DE 
MANIFESTAÇÃO ..................................................................................................... 12 
A CENA PRÉ-HOSPITALAR E A BIOSSEGURANÇA ............................................ 16 
BIOSSEGURANÇA .................................................................................................. 17 
REANIMAÇÃO CARDIOPULMONAR ...................................................................... 21 
REANIMAÇÃO CARDIOPULMONAR (RCP) DE ADULTO REALIZADA POR 
SOCORRISTA LEIGO .............................................................................................. 23 
COMO FAZER O RECONHECIMENTO DA PCR NA PEDIATRIA? ........................ 28 
PRIMEIROS SOCORROS NO AMBIENTE PRÉ-HOSPITALAR .............................. 31 
ABORDAGEM INICIAL À VÍTIMA DE QUEIMADURAS .......................................... 40 
CUIDADOS RELATIVOS ÀS SITUAÇÕES ESPECIAIS .......................................... 44 
ABORDAGEM INICIAL À VÍTIMA DE INTOXICAÇÕES EXÓGENAS .................... 46 
ABORDAGEM INICIAL À VÍTIMA DE ACIDENTES COM ANIMAIS 
PEÇONHENTOS E VENENOSOS ............................................................................ 51 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 57 
 
 
 
 
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NOSSA HISTÓRIA 
 
 
A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de 
empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação 
e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade 
oferecendo serviços educacionais em nível superior. 
A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação 
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. 
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos 
que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, 
de publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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AVALIAÇÃO INICIAL DA VÍTIMA 
A recuperação das vítimas portadoras de um mal-estar súbito no ambiente 
pré-hospitalar está diretamente relacionada com a rapidez, o conhecimento e as 
habilidades do socorrista para o reconhecimento das situações de risco de vida que 
requeiram atendimento imediato. Medidas intempestivas no atendimento de suporte 
básico de vida podem contribuir para o aumento dos índices de morbimortalidade. 
Leigos, na ânsia de ajudar e por falta de conhecimentos e habilidades relacionadas 
aos primeiros atendimentos à vítima, podem contribuir para o agravamento da 
situação, inclusive com danos irreversíveis. Uma das possibilidades para reverter 
esse quadro é: „ primeiramente, o investimento na prevenção de acidentes; e, „ em 
seguida, o investimento na educação voltada para o preparo de leigos no 
atendimento de primeiros socorros e suporte básico de vida no ambiente pré-
hospitalar, com o objetivo de compartilhar conhecimentos, com mais uma parcela da 
população, contribuindo para salvar vidas e minimizar os índices de 
 
 
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morbimortalidade. De acordo com o Ministério da Saúde, morbimortalidade é o 
impacto das doenças e dos óbitos que incidem em uma população. 
 
SUPORTE BÁSICO DA VIDA 
Ao aproximar-se da vítima, o socorrista, com conhecimento e habilidades de 
primeiros socorros e suporte básico de vida, fará uma avaliação inicial e definirá 
procedimentos que serão realizados na cena, preparando a vítima para o transporte 
com segurança. Nesta seção, procuraremos situar você sobre a importância do 
conhecimento relativo ao suporte básico de vida. Iniciaremos apresentando: 
características do socorrista; aspectos legais no atendimento; e algumas definições 
básicas. 
 
 
CARACTERÍSTICAS DO SOCORRISTA 
Para fazer um bom atendimento, o socorrista, além de necessitar de 
segurança pessoal, precisa respeitar deveres e responsabilidades específicas frente 
à cena. Em termos de segurança pessoal, é necessário garantir: a segurança na 
aproximação da vítima durante o atendimento; e a segurança relacionada à proteção 
contra doenças infecciosas. Em relação aos deveres e às responsabilidades: acesso 
à vítima com segurança, utilizando-se de EPIs; realizar a avaliação primária e 
secundária da vítima, providenciando atendimento imediato para a manutenção dos 
sinais vitais; „ mobilizar a vítima somente quando necessário, para a realização de 
algum procedimento com a garantia de não ocasionar lesões adicionais; Uso de 
Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para evitar contato com sangue e 
outros fluídos corpóreos, auxiliar na transferência da vítima e prestar informações 
pertinentes a quem assumir a continuidade do atendimento; „ no caso de acidentes, 
controlar o local protegendo a si, a vítima e prevenindo outros acidentes; „ utilizar de 
informações obtidas no local e da avaliação da cena, além dos exames, primário e 
secundário, para identificar o que está acontecendo com a vítima; „ decidir quando 
os requisitos de segurança ou o atendimento exigirem a mobilização da vítima, 
 
 
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minimizando as possibilidades de lesões adicionais; „ obter ajuda do pessoal 
presente na cena e controlar suas atividades; e „ providenciar o serviço móvel para a 
transferência da vítima, além de prestar as informações pertinentes e necessárias 
para a continuidade da assistência. O socorrista também precisa levar em 
consideração alguns aspectos importantes quando em cena. Vejamos quais são 
esses aspectos: „ agir com rapidez e sem precipitação; „ aprender a lidar com o 
público; „ ter discernimento quanto aos limites do que pode ser comunicado à vítima; 
„ controlar seus sentimentos no local da emergência; „ ser disciplinado – evitar 
comentários desnecessários – e concentrar-se em suas atividades; e „ ao chamar o 
serviço móvel de atendimento às emergências, o socorrista deve, sempre que 
possível, fornecer informações essenciais. Você sabe quais informações são 
importantes para este momento? Saber informar a localização exata da ocorrência; 
o nome ou número da rodovia, ponto de referência, tipo e gravidade da ocorrência – 
se há fratura, dificuldade respiratória, sangramento; número de vítimas e idade 
aproximada delas; assim como detalhes importantes da situação, como, por 
exemplo, se as vítimas estão presas a ferragens ou se há combustível inflamável no 
local e número de telefone para contato, se houver. Se você encontrar a vítima emestado inconsciente, algumas ações são importantes. Vejamos quais seriam essas 
ações: „ procurar documentos junto à vítima e tentar fazer contato com familiares ou 
amigos; „ na realização de contatos, evitar passar impressão de gravidade da 
situação; e „ fornecer, com clareza, dados que identifiquem o local da intercorrência 
e para onde a vítima está sendo encaminhada. 
 
 
ASPECTOS LEGAIS NO ATENDIMENTO ÀS 
URGÊNCIAS/EMERGÊNCIAS 
Os aspectos legais e essenciais dizem respeito ao seguinte: „ Dever agir Os 
socorristas, as equipes do SAMU, da polícia ou do corpo de bombeiros, ao serem 
solicitados, devem proporcionar um atendimento imediato, conforme procedimentos 
operacionais de seus serviços. 
 
 
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Negligência 
Diz respeito a não observação de padrões de assistência no atendimento à 
vítima, que poderá contribuir para agravos adicionais com abrangência física ou 
emocional. Um exemplo de negligência seria a mobilização de vítima com membro 
inferior fraturado, sem a realização de imobilização no local. 
Abandono 
Uma vez iniciado o atendimento à vítima, o socorrista não deve mais sair do 
local antes da chegada de pessoal mais qualificado ou de ter providenciado a 
transferência da vítima para o atendimento de suporte avançado. „ 
Consentimento informado e consentimento implícito 
O consentimento informado equivale à autorização dada por um adulto 
consciente, após ter sido informado sobre o preparo do socorrista, para lhe prestar o 
atendimento. Os riscos e as opções de atendimento podem ser discutidos. No 
consentimento implícito, presume-se que a vítima desejaria receber cuidados de 
emergência/urgência. Aplica-se, também, à vítima desacompanhada e com 
distúrbios mentais. 
Sigilo 
Os comentários desnecessários sobre o atendimento à vítima não devem ser 
feitos, pois depõem contra a privacidade da vítima e dizem respeito à falta de sigilo. 
Inconsciente ou gravemente ferida, assim como menores feridos, por exemplo, 
desacompanhados dos pais ou responsáveis. 
 
 
DEFINIÇÕES PRELIMINARES 
A seguir, definiremos os conceitos básicos utilizados na área de Suporte 
Básico de Vida. Antes de seguirmos para ações mais detalhadas, é importante que 
saibamos o significado dos termos e conceitos que serão utilizados daqui em diante. 
Primeiros socorros 
 
 
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São as avaliações e intervenções que podem ser realizadas por uma pessoa 
presente leiga, socorrista ou profissional de saúde à vítima, com a utilização de 
equipamentos mínimos ou até mesmo sem nenhum equipamento. 
Socorrista 
É um prestador de primeiros socorros; alguém com treinamento formal em primeiros 
socorros, em cuidados de emergência/urgência. 
Suporte Básico de Vida 
São medidas iniciais e imediatas aplicadas à vítima, fora do ambiente 
hospitalar, onde são realizadas ações por pessoal treinado, na tentativa de manter 
os sinais vitais, evitando o agravamento das lesões. 
Suporte Avançado de Vida 
São medidas que visam, por meio do emprego de técnicas, equipamentos e 
medicamentos, a estabilizar a vítima do ponto de vista respiratório, circulatório e 
neurológico, permitindo o controle de lesões de modo adequado a fim de proceder o 
tratamento definitivo. 
Emergência 
Situação crítica que pode ser definida, de modo abrangente, como aquela em 
que a vítima entra em desequilíbrio das suas funções vitais, por enfrentar agressões, 
internas ou externas, ao organismo. Também pode ser definida como a situação que 
resulta em drástico transtorno à saúde ou em súbita ameaça à vida, que exige 
intervenção imediata para evitar complicações graves ou mesmo a morte da vítima. 
Urgência 
É uma situação em que a vítima apresenta disfunções sérias que necessitam 
de intervenção, avaliação e atendimento, embora não imediatamente. A situação de 
urgência coloca em perigo a saúde da vítima e pode evoluir para uma emergência. 
Exemplos de uma situação de urgência são os desmaios, as fraturas simples 
fechadas, as crises hipertensivas, entre outros. „ Sinais São alterações orgânicas 
que o socorrista pode perceber por meio dos sentidos durante a avaliação da vítima. 
Exemplos desses sinais são a palidez, a sudorese (suor excessivo), o sangramento, 
o edema (inchaço), o odor alcoólico, entre outros. 
 
 
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Sintomas 
São sensações que a vítima experimenta e é capaz de descrever. Por 
exemplo: a dor, o calor, o frio, a fraqueza, a tontura ou a sensação de mal-estar. 
Agora que você já conhece essas definições, vamos à prática! Visão, tato, audição e 
olfato. 
 
 
COMO FAZER A AVALIAÇÃO INICIAL DA VÍTIMA? 
A avaliação inicial da vítima é um meio de obter informações sobre os 
problemas apresentados pela vítima decorrentes de um trauma ou mal-estar súbito 
de qualquer outra natureza. A avaliação primária tem a finalidade de identificar e 
corrigir situações que apresentam risco de morte à vítima. A American Heart 
Association (AHA, 2010) recomenda que, na presença de vítima em colapso 
cardíaco súbito, deve ser chamado serviço móvel de urgência imediatamente e, na 
sequência, identificar sinais de Parada Cardiorrespiratória (PCR). Se a pessoa que 
presenciou o colapso não tiver treinamento em Reanimação Cardiopulmonar (RCP), 
ela deverá fazer somente as compressões torácicas na vítima adulta, com ênfase 
em “comprimir forte e rápido” no centro do tórax até a chegada de socorro. É 
importante sabermos diferenciar uma situação de colapso cardíaco de qualquer 
outra situação de mal-estar. 
Como fazemos isso? Nesse caso, o socorrista deve realizar a avaliação do 
nível de consciência por meio do AVDI, que diz respeito às seguintes palavras: 
alerta (A), estímulos verbais (V), estímulos dolorosos (D) e inconsciente (I). 
O socorrista deve responder às seguintes perguntas, um referente a uma das 
letras da sigla: 
A – A vítima está alerta? 
V – A vítima responde aos estímulos verbais? 
D – A vítima só responde aos estímulos dolorosos? 
I – A vítima está inconsciente? 
 
 
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Depois disso, dando sequência ao atendimento, o socorrista deve realizar a 
avaliação primária da vítima, levando em consideração os seguintes aspectos: O 
reconhecimento da PCR no adulto consiste na constatação do estado de 
inconsciência e na ausência de respiração ou respiração anormal. 
Permeabilidade das vias aéreas: a entrada e a saída de ar dos pulmões 
funcionam com normalidade? Presença de respiração: a respiração é adequada? 
Presença de circulação: existe presença de pulso nas artérias periféricas e nas 
grandes artérias? Logo mais abordaremos os Sinais Vitais, concluindo o 
conhecimento referente ao processo de avaliação primária. Neste momento, 
comprovada a presença de respiração e circulação, você pode seguir realizando a 
avaliação secundária, da cabeça aos pés da vítima. Essa avaliação consiste na 
exposição da vítima, ou seja, na retirada de suas roupas, para a realização do 
exame físico que, de acordo com Viana e Petenesso (2007), é o ato ou processo de 
inspecionar, palpar, percurtir e auscultar determinadas regiões do corpo e seus 
respectivos sistemas, a fim de detectar alterações no organismo. Vejamos cada uma 
dessas ações mais detalhadamente: Inspeção O processo de observação detalhada 
da superfície corporal com o objetivo de avaliar a coloração, a forma, a simetria, por 
meio da visão, audição e do olfato, a fim de detectar alterações no organismo, é 
chamado de inspeção. Podemos seguir um roteiro geral para a inspeção, verificando 
o seguinte: 
 Estado geral: observar a aparência classificando o estado da vítima em: BEG 
(Bom Estado Geral), REG (Regular Estado Geral) e MEG (Mal Estado Geral). 
 Nível de consciência: observar lucidez e verificar a qualidade do diálogo. „ 
Linguagem: comunica-se verbalmente ou por gestos, apresenta fala pastosa, 
disartria ou está afônico, sem fala. Carótida e femoral. 
 Dificuldadepara articular palavras. 
 Movimentação e postura: anda, não anda, assume posição relacionada à dor. 
Coloração da pele e das mucosas: palidez, icterícia, cianose. 
Ausculta 
 
 
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Na ausculta é possível ouvir os sons produzidos pelo organismo, que são 
transmitidos para a superfície do corpo e captados de modo direto e de modo 
indireto. 
Palpação 
Utiliza-se o tato com o objetivo de identificar a temperatura, a umidade da 
pele e os locais sensíveis à dor. 
São usadas diferentes partes das mãos do socorrista para: 
 Avaliar a temperatura, use o dorso das mãos; 
 Avaliar a umidade, use a palma das mãos; e 
 Avaliar a dor, use as pontas dos dedos. 
Modo direto 
Orelha externa capta sons diretamente no local auscultado. 
Modo indireto Sons captados por meio do estetoscópio. 
Além de avaliar a temperatura, a umidade da pele e a presença de dor, a 
palpação realizada da cabeça aos pés identifica anormalidades, ao comparar um 
lado do corpo com o outro. Para isso, utiliza-se as duas mãos simultaneamente, 
palpando, em sequência, cabeça, face, região cervical, tórax, abdome, pelve, 
extremidades superiores e inferiores e coluna vertebral. 
Percussão 
É a realização de golpes com os dedos indicador e médio, da mão dominante 
do socorrista, sobre os dedos da mão não dominante, colocados em áreas do 
organismo que permitem avaliar tons, intensidade, vibração e detectar a presença 
de ar e líquidos. 
É comum, no dia a dia, nos depararmos com vítimas inconscientes, sem 
saber o que está acontecendo. Por isso, precisamos afastar a possibilidade de 
traumas de um modo geral. 
Sinais Vitais (SV) 
 
 
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Os sinais vitais, de acordo com, Craven e Hirnle (2006), indicam a função de 
alguns dos mecanismos homeostáticos do corpo. Os sinais vitais podem refletir 
muitas coisas a respeito do estado de saúde/doença dos indivíduos, portanto os 
autores estabeleceram valores tidos como normais para os sinais vitais nos 
diferentes grupos etários, 
 
 
AS URGÊNCIAS/EMERGÊNCIAS TÊM FORMAS PECULIARES DE 
MANIFESTAÇÃO 
A verificação dos sinais vitais é um procedimento essencial para a realização 
da avaliação inicial da vítima, pois são indicadores das condições de vida. Esses 
sinais podem mostrar alterações orgânicas que chamarão a atenção do socorrista 
para identificar o que está acontecendo com a vítima. Porém, fatores como a 
ansiedade, a dor, o esforço físico e a temperatura ambiente, por exemplo, podem 
provocar alterações nos sinais vitais. Após a verificação dos sinais vitais da vítima, 
vale fazer uma comparação com os valores normais. Os resultados dos sinais vitais 
verificados inicialmente são parâmetros para medições subsequentes. Valores 
isolados de sinais vitais são pouco valiosos. 
As técnicas para aferição dos sinais vitais são simples e fáceis de realizar, 
porém a interpretação das medições exige conhecimento, raciocínio crítico e 
experiência. No atendimento pré-hospitalar, a frequência com que se avaliam os 
sinais vitais deve ser individualizada, ou seja, é a condição da vítima que determina 
a frequência das avaliações. Além dos quatro sinais vitais clássicos, a Dor e o 
Tamanho-Reatividade Pupilar são considerados como outros sinais vitais, tendo em 
vista uma avaliação mais abrangente. 
Prestemos atenção, portanto, aos sinais vitais, cada um com suas especificidades: 
Pulso (P) A contração dos ventrículos do coração bombeia o sangue para dentro das 
artérias. A pulsação pode ser percebida como uma expansão e retração da elevação 
das artérias que se localizam próximas à superfície da pele. 
Quais são as características do Pulso? „ Frequência ou velocidade: número 
de batimentos por minuto. „ Ritmo: normalmente as contrações cardíacas ocorrem 
 
 
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em intervalo de tempo uniforme, resultando em ritmo regular. „ Qualidade: a força da 
pulsação percebida na palpação do pulso pode ser pontuada em escores que variam 
de zero a +4. 
Pulso (P), Respiração (R), Temperatura (T) e Pressão arterial (PA). 
Pontuação Qualidade 0 Sem pulso detectado. +1 Pulso fraco, filiforme, obliterado 
com a pressão. +2 Pulso difícil de palpar. +3 Pulso normal. +4 Pulso hiperativo, 
facilmente palpado. 
Fatores que afetam a frequência do pulso: idade, alterações do sistema 
nervoso autônomo e uso de determinados medicamentos. Como avaliar o Pulso? O 
pulso pode ser avaliado em qualquer lugar do corpo, desde que a artéria esteja 
próxima à superfície da pele e possa ser comprimida contra a estrutura subjacente, 
o músculo ou o osso. Os pulsos mais comumente examinados são: „ o temporal; „ o 
carotídeo; „ o braquial; „ o radial; „ o femoral; „ o poplíteo; e „ o pedioso. 
Quais são os passos para a devida avaliação do pulso? 
1. Posicione a vítima com o antebraço sobre o tórax com o punho estendido. A 
posição relaxada permite a palpação mais fácil da artéria. 
2. Coloque as pontas dos dedos – indicador e médio – ao longo do sulco na base do 
punho da vítima. 
3. Pressione os seus dedos contra a artéria radial para obliterar o pulso e, depois, 
libere a pressão gradualmente para sentir as pulsações. 
4. Avalie o pulso para regularidade e força e, depois, registre a frequência: no caso 
do pulso regular, conte durante 30 segundos e multiplique por dois; no pulso 
irregular, conte durante um minuto. 
Uma dica importante: palpe a artéria carótida na metade inferior do pescoço 
para evitar estimulação do seio carotídeo. 
Não palpe os pulsos carotídeos – direito e esquerdo – ao mesmo tempo, isso 
pode comprometer o fluxo sanguíneo cerebral. 
Termo empregado para resumir dois processos diferentes, porém correlatos: „ 
respiração interna; e „ respiração externa. A respiração deve incluir a avaliação: „ do 
 
 
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ritmo e da profundidade, que precisam ser regulares; „ da qualidade, que deve ser 
silenciosa, sem esforço; e; „ da frequência, ou seja, o número de movimentos 
respiratórios por minuto. A anormalidade geralmente se caracteriza por problemas 
relacionados ao esforço e ritmo respiratório. Agora que conhecemos um pouco 
sobre o funcionamento da respiração e do que ela é constituída, vejamos os fatores 
que a influenciam. Refere-se à utilização do oxigênio, à produção do gás carbônico e 
à troca desses gases entre as células e o sangue. Processo de captar oxigênio e 
eliminar gás carbônico do organismo. 
Quais são os fatores que afetam a respiração? Diversos fatores podem afetar 
a frequência, o ritmo e a profundidade da respiração. Conhecê-los permite a 
identificação do significado dessas alterações. São eles: „ idade; „ uso de 
determinados medicamentos; „ estresse; „ exercícios; „ altitude; „ sexo; „ posição 
corporal; e „ febre. Já sabemos quais são os fatores que interagem no 
funcionamento da respiração. Mas como podemos avaliar a respiração? Em primeiro 
lugar, a vítima não deve estar ciente de que o socorrista esteja avaliando sua 
respiração, pois isso pode levar à alteração dos padrões e da frequência 
respiratória. Para realizar a avaliação da respiração, o socorrista deve segurar o 
pulso da vítima como se a estivesse avaliando. Nas respirações superficiais – e de 
difícil detecção – conte-as enquanto observa a incisura esternal, onde os 
movimentos respiratórios ficam mais evidentes. O socorrista também pode colocar a 
sua mão sobre o tórax da vítima para detectar o movimento de elevação e descida 
do tórax. Nos homens, a respiração é menor por apresentarem maior capacidade 
pulmonar. A frequência da respiração aumenta para liberar o calor adicional. 
Antes de realizar a contagem do número de incursões respiratórias, o 
socorrista deve avaliar o ritmo e a qualidade da respiração. O procedimento é o 
seguinte: avalie a respiração para regularidade e força e, depois, registre a 
frequência: quando a respiração for regular, conte durante 30 segundos e multipliquepor dois. Quando a respiração for irregular, conte durante um minuto. Temperatura 
(T) A regulação da temperatura corporal requer a coordenação dos principais 
sistemas orgânicos. Para que a temperatura central permaneça normal, a produção 
de calor deve equivaler à perda de calor. Quais são os fatores que afetam a 
temperatura? Assim como na frequência respiratória, existe uma série de fatores 
que interferem na temperatura. São eles: „ idade: nos neonatos e nos idosos a 
 
 
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temperatura é menor; „ ambiente: pode aumentar ou diminuir a temperatura 
corporal; „ horário do dia: entre as 17 e 19 horas a temperatura encontra-se mais 
elevada, enquanto às 3 horas a temperatura corporal encontra-se diminuída; „ 
exercício: aumenta a produção de calor e a temperatura; „ estresse e hormônios: 
aumentam a temperatura. 
Pressão arterial (PA) 
É a medida da força que o sangue exerce contra as paredes das artérias. 
Produção de calor 
O calor é um subproduto das reações químicas conhecidas como 
metabolismo. 
Perda de calor 
O calor é perdido por meio de quatro processos: radiação, condução, 
convecção e evaporação. 
Quais são os fatores que afetam a PA? „ a idade: a PA aumenta 
gradualmente a partir da infância e se correlaciona com a altura, o peso e a idade. 
Nos idosos ocorre aumento gradual da PA e se deve à resistência vascular 
sistêmica aumentada; „ o Sistema Nervoso Autônomo Simpático aumenta a PA; „ o 
volume sanguíneo diminuído diminui a PA; „ o uso de determinados medicamentos 
pode causar hipotensão, como os diuréticos, narcóticos, entre outros. 
Dor 
A dor é uma sensação aguda ou crônica de desconforto individual resultante 
da resposta do sistema nervoso central a um estímulo externo ou interno no 
organismo. Está presente em diferentes distúrbios do organismo. Nas 
urgências/emergências é um dos sintomas mais relatado pela vítima, variando 
conforme: „ a intensidade e periodicidade; „ o tipo de injúria (trauma); „ o órgão 
afetado; „ a idade; „ o sexo; „ as patologias prévias; e „ o estado de consciência. A 
dor contribui para dimensionar as condições vividas pela vítima, orientando no 
exame secundário, além de servir para o estabelecimento de prioridade na 
abordagem. 
 
 
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Tamanho e reatividade das pupilas 
O exame das pupilas fornece informação quanto ao estado neurológico da 
vítima. Normalmente as pupilas são iguais, redondas e reagem à luz. As alterações 
a serem consideradas nas situações de urgência/emergência, excluindo-se o uso de 
medicações oculares e lesões prévias, são as seguintes: 
Midríase 
São pupilas dilatadas e não responsivas à luz. Podem estar associadas à 
arritmia cardíaca a injúria do Sistema Nervoso Central (SNC), com diminuição ou 
ausência de oxigenação cerebral, conhecida por hipóxia ou anóxia, respectivamente, 
ou com o uso de drogas. 
Miose 
São pupilas contraídas e que não respondem à luz. Podem ser causadas por 
doenças ou traumas do Sistema Nervoso Central ou pelo uso de drogas narcóticas. 
Cocaína, atropina e anfetaminas, dentre outras. Heroína e morfina, por exemplo. 
Anisocoria 
São pupilas desiguais e não responsivas à luz. Podem estar associadas ao 
acidente vascular cerebral ou derrame. 
 
 
A CENA PRÉ-HOSPITALAR E A BIOSSEGURANÇA 
Antes de iniciar o atendimento pré-hospitalar à vítima que tenha sofrido um 
mal-estar súbito de qualquer natureza, a prioridade é avaliar a cena, o que significa 
assegurar-se da segurança e da situação. A manipulação da vítima requer muita 
cautela. O atendimento pré-hospitalar é caracterizado pela possibilidade de 
exposição a vários riscos. O risco biológico é de maior relevância. O tamanho do 
risco depende do contato direto com os agentes biológicos sem a utilização de 
proteção necessária. Neste sentido, a biossegurança tem papel importante para a 
prevenção do contágio com patógenos, ou microrganismos, adquiridos pelo sangue. 
 
 
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Avaliar a cena, de acordo com o Prehospital Trauma Support Life (PHTLS, 
2007), é condição importante para a segurança do socorrista e da vítima. Boa 
observação e percepção são ferramentas indispensáveis para avaliar a cena. 
Traumatismo de crânio e trauma ocular. Tenha uma impressão geral da cena e da 
situação antes de passar a fazer parte dela. 
A avaliação da cena inclui dois componentes principais, quais sejam: „ 
Segurança: verifique a segurança da cena, o atendimento da vítima deve aguardar 
até que a cena esteja segura. „ 
Situação: pergunte-se – o que está acontecendo? Tenho condições de 
ajudar? Que outro tipo de ajuda é necessário? 
 
 
BIOSSEGURANÇA 
Conforme Fiocruz (1996), biossegurança abrange o conjunto de ações 
voltadas para a prevenção, minimização ou eliminação de riscos inerentes às 
atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação 
de serviços. Riscos que podem comprometer a saúde do homem ou da qualidade 
dos trabalhos desenvolvidos. A experiência tem demonstrado que o socorrista 
frequentemente se expõe a situações que podem colocar em risco a sua vida. A 
biossegurança é um dos aspectos principais a ser considerado durante o 
atendimento de primeiros socorros. Por isso, é necessário: „ o bom senso; „ a 
obediência às normas sanitárias; e „ a utilização de equipamentos de proteção 
individual (EPIs). Abordaremos, a partir de agora, conteúdos referentes: „ ao 
processo de contaminação; „ às infecções causadas por vírus e bactérias; „ às 
principais doenças de risco para o socorrista; Normas de precaução padrão para 
reduzir a exposição às doenças infecciosas. 
Iniciemos com a seguinte pergunta: como ocorre o processo de 
contaminação? Para que o processo de contaminação aconteça, são necessários 
três componentes: 
1. Agente: microrganismo capaz de causar infecção. 
 
 
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2. Hospedeiro: indivíduo infectado pelo agente, com ou sem a doença manifesta. 
3. Meio de transmissão: modo como o agente é transmitido ao hospedeiro. 
A transmissão pode ser direta ou indireta. Como são causadas as infecções? 
As infecções podem ser causadas por vírus e/ou bactérias. Os microrganismos que 
causam infecção são chamados de patogênicos e podem ser encontrados nos 
fluídos corporais, como no sangue, nas secreções orais e de vias aéreas superiores 
– saliva e coriza – e daquelas secreções oriundas da tosse, do espirro e da 
respiração da vítima. Conforme o PHTLS (2007), nos casos de doenças adquiridas 
por patógenos do sangue, o tipo de exposição é chamado de monocutânea. Estas 
têm tipicamente menor probabilidade de causar transmissão e incluem a exposição 
do sangue à pele não íntegra – oral e conjuntiva ocular. Existem doenças 
consideradas de risco aos socorristas. 
De acordo com o PHTLS (2007), as principais doenças de risco relacionadas 
aos patógenos adquiridos pelo sangue são: Chamado de patógeno. Vírus 
Resfriados, hepatite, HIV. Bactérias Amigdalite, meningite, tuberculose. Com lesões, 
acnes ou mucosa. 
Hepatite Viral 
Embora diversos vírus da hepatite tenham sido identificados, o vírus da 
hepatite B e C são os que mais preocupam. A hepatite pode ser transmitida ao 
socorrista por meio de exposição monocutânea à pele não íntegra. „ 
 HIV 
O HIV é transmitido essencialmente pelo sangue ou sêmen infectados, mas 
secreções vaginais e fluídos pericárdicos, peritoniais, pleurais, amnióticos e 
cefalorraquidianos podem ser considerados infectados. Lágrimas, urina, suor, fezes 
e saliva são considerados não infecciosos, a menos que haja a presença evidente 
de sangue nessas secreções. Entre as principais doenças de risco relacionadas com 
as secreções orais e de vias aéreas superiores estão a meningite e a tuberculose. 
Conforme o PHTLS (2007), não é possível identificar, de modo confiável, as vítimas 
que sejam ameaça potencial aos socorristas. Em função disso, foram desenvolvidas 
precauções padrãopara evitar que os socorristas entrem em contato direto com o 
sangue e/ou fluídos corporais da vítima. 
 
 
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Quais são essas precauções disponíveis à proteção do socorrista? 
Basicamente, são referentes ao uso de materiais adequados e descartáveis para a 
proteção contra as doenças de risco para o socorrista. 
Os EPIs ou Barreiras Físicas consistem em: „ luvas; „ máscaras faciais; „ 
proteção ocular; aventais; e „ máscara de fluxo unidirecional. Saliva e coriza e 
daquelas oriundas da tosse, do espirro e da respiração da vítima. Barreiras físicas 
ao sangue e fluídos corporais. 
O equipamento de proteção individual do socorrista deve consistir, pelo 
menos, de luvas, máscaras faciais e proteção ocular. Vejamos cada uma dessas 
proteções: 
 
Luva 
As luvas podem ser de látex, vinil ou outro material sintético e impermeável. 
As luvas devem ser utilizadas quando houver contato com a pele não íntegra, 
mucosas, tecidos ou órgãos, além de áreas contaminadas com sangue ou outros 
fluídos corporais. Antes de calçar as luvas, verifique suas mãos, observe a presença 
de lesões e proteja-as. Durante o atendimento à vítima é comum a ocorrência de 
perfurações nas luvas; examine-as periodicamente e troque-as sempre que 
necessário. Quando o atendimento à vítima durar mais de 30 minutos, troque as 
luvas. Não manuseie celular, canetas, nem qualquer outro equipamento com as 
mãos enluvadas e contaminadas por secreções corpóreas da vítima. Antes e após o 
uso das luvas, lave suas mãos. Luvas devem ser descartadas em local seguro após 
utilização. 
 
 
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Máscaras faciais 
Há dois tipos básicos de máscaras faciais, as cirúrgicas e a facial, com filtro 
de alta eficiência. 
Ao usar a máscara, lembre-se de colocá-la sobre a boca e o nariz, com as 
bordas superior e inferior ajustadas à face. Evite tossir, espirrar e falar enquanto 
você estiver usando a máscara. Caso a máscara fique úmida ou suja, ela deve ser 
trocada imediatamente e descartada em local seguro capaz de impedir a 
contaminação de outras pessoas. 
Proteção ocular 
A proteção ocular deve ser utilizada sempre que houver a possibilidade de 
respingos de gotículas de sangue ou outros líquidos corporais, pois esse 
equipamento protege a mucosa ocular contra os possíveis respingos. Ao usar os 
óculos de proteção, observe sua adaptação à face, inclusive nas laterais dos olhos. 
Após utilizados, os óculos devem ser lavados com água corrente e desinfetados com 
álcool a 70%. Vale ressaltar que óculos comuns não fornecem proteção lateral. 
 
Aventais 
Protegem a pele e as roupas do socorrista do contato com sangue ou outros 
líquidos corpóreos. Dever sem compridos, com mangas longas e punhos estreitos, e 
 
 
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trocados sempre que contaminados. Evite manipular a parte externa do avental após 
a retirada das luvas. 
Máscara de fluxo unidirecional 
 
É a máscara que deve ser adaptada à boca e ao nariz da vítima para realizar 
a ventilação, no caso de parada respiratória. Esse equipamento impede o contato do 
socorrista com secreções orais e respiratórias, durante a realização das ventilações, 
e, além disso, não permite que o ar exalado pela vítima entre em contato direto com 
o socorrista. 
Após o uso dos EPIs, primeiramente você deve retirar as luvas. Depois, lavar 
bem as mãos ou usar um antisséptico à base de álcool. Com as mãos lavadas, retire 
o protetor ocular, a máscara facial e, por último, o avental, evitando tocar na sua 
parte externa. Os antissépticos à base de álcool são úteis para evitar a transmissão 
de muitos agentes infecciosos, mas não são adequados quando as mãos estiverem 
sujas; entretanto, podem limpar e proporcionar um efeito protetor em situações de 
indisponibilidade da água corrente. Associada ao uso dos EPIs, a lavagem das 
mãos, é um princípio fundamental para o controle das infecções. As mãos devem 
ser lavadas com água e sabão sempre que ocorrer qualquer contaminação grosseira 
com sangue ou com os fluídos corporais. 
 
 
REANIMAÇÃO CARDIOPULMONAR 
 
 
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As diretrizes de 2010 da American Heart Association (AHA) para a 
reanimação cardiopulmonar (RCP) abordam, também, questões referentes ao 
Suporte Básico de Vida (SBV) enfrentadas por socorristas leigos. As antigas 
diretrizes da AHA, de 2005, enfatizavam a importância de compressões torácicas de 
alta qualidade, com frequência e profundidade adequadas, permitindo retorno total 
do tórax após cada compressão e com interrupção mínima nas compressões 
torácicas. Os estudos realizados antes de 2005 e entre 2005 e 2010 demonstraram 
que: „ a qualidade das compressões torácicas continua necessitando de melhoria; e 
„ a maioria das vítimas de parada cardiopulmonar súbita no ambiente extra 
hospitalar não recebe nenhuma manobra de RCP de pessoas presentes no local. As 
alterações recomendadas nas Diretrizes da AHA (2010) tentam dar conta dessas 
questões. Suas diretrizes aconselham uma alteração na sequência de 
procedimentos de SBV de A-B-C para C-A-B em adultos, crianças e bebês, com 
exceção dos recém-nascidos. Essa alteração exigirá treinamento que, conforme os 
autores das diretrizes, será recompensado pelos benefícios resultantes das 
alterações. A maioria das paradas cardiorrespiratórias (PCR) ocorre em adultos e as 
maiores taxas de sobrevivência envolvem vítimas de todas as faixas etárias cuja 
parada foi presenciada. Nessas vítimas, os elementos iniciais críticos de Suporte 
Básico de Vida (SBV) são as compressões torácicas e a desfibrilação precoce. Na 
sequência antiga de A-B-C, as compressões torácicas geralmente eram retardadas, 
porque o socorrista deveria, em primeiro lugar, abrir a via aérea para fazer a 
 
 
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respiração boca a boca, utilizando para a respiração uma máscara facial que serve 
como dispositivo de barreira. 
Com a alteração da sequência para C-A-B, as compressões torácicas 
iniciarão mais cedo e o atraso A-B-C Via aérea = A, respiração = B, compressões 
torácicas = C. C-A-B Compressões torácicas = C, via aérea = A, respiração = B. na 
ventilação será mínimo, isto é, somente o tempo necessário para aplicar o primeiro 
ciclo de 30 compressões torácicas, ou, aproximadamente, 18 segundos, quando 
dois socorristas estiverem presentes. A maioria das vítimas de PCR extra hospitalar 
não recebe nenhum atendimento das pessoas presentes. Uma das dificuldades está 
na sequência A-B-C, que começa com os procedimentos considerados como sendo 
os mais difíceis pelos socorristas, quais sejam: „ a abertura da via aérea; e „ a 
aplicação de ventilações. Essas alterações para a RCP foram planejadas para 
simplificar o treinamento de socorristas leigos e continuar enfatizando a necessidade 
de aplicar compressões torácicas o quanto antes em vítimas de PCR súbita. 
Começar com compressões torácicas pode encorajar mais socorristas a iniciar o 
atendimento no ambiente extra hospitalar, conforme escritos da AHA, 2010. 
 
 
REANIMAÇÃO CARDIOPULMONAR (RCP) DE ADULTO REALIZADA 
POR SOCORRISTA LEIGO 
A AHA 2010 recomenda que na presença de vítima em colapso súbito o 
socorrista deve chamar o serviço móvel de urgência imediatamente. Para prestar os 
atendimentos iniciais à vítima de parada cardiorrespiratória (PCR) no ambiente pré-
hospitalar, é necessário que o socorrista saiba reconhecer os sinais de parada 
respiratória e inicie imediatamente o C-A-B = (compressão torácica), A (abertura de 
via aérea) e B (realização de respiração). 
Esse atendimento segue alguns passos básicos, como: o reconhecimento da 
PCR; as etapas da sequência da RCP; e „ a diferença na boa execução da RCP, 
conforme número de socorristas. 
Vejamos o primeiro deles: 
 
 
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O reconhecimento da PCR no adulto 
Esse tipo de reconhecimento consiste na confirmação dois fatores: „ 
inconsciência; e „ ausência de respiraçãoou respiração anormal. Se a pessoa que 
presenciou o colapso não tiver treinamento em RCP, ela deverá fazer somente as 
compressões torácicas na vítima adulta, com ênfase em “comprimir forte e rápido” 
no centro do tórax. Sabemos o que o socorrista deve fazer, mas até quando ele 
deve fazer a RCP somente com as mãos? Ele deve prosseguir: até a chegada e a 
preparação de um Desfibrilador Externo Automático (DEA) para uso; ou „ até que os 
profissionais do atendimento de urgência assumam o cuidado da vítima. A seguir, 
veremos, mais detalhadamente, as etapas da sequência da respiração 
cardiopulmonar. 
Sequência da RCP: C-A-B 
Iniciemos pela etapa C, que diz respeito ao primeiro passo, o das 
compressões torácicas: „ Etapa C – Compressões Torácicas Considerando que 
posicionar a cabeça da vítima e obter um selo, que é o contato boca a boca, para 
fazer a respiração ou com bolsa-válvula-máscara, sempre demora certo tempo, o 
socorrista deve iniciar imediatamente as compressões torácicas. O próximo passo é 
o da abertura das vias aéreas. 
Vejamos: „ Etapa A – Abertura de vias aéreas O socorrista deve abrir as vias 
aéreas e se preparar para aplicar respirações após a primeira série de 30 
compressões torácicas. Para a realização da abertura das vias aéreas, o socorrista 
deve verificar a evidência ou a suspeita de trauma cervical. Na ausência de 
conhecimento sobre a possibilidade de trauma cervical, o socorrista deve atuar de 
forma preventiva como se o trauma existisse. 
Mas, afinal, há diferença entre o procedimento de abertura das vias aéreas 
quando há trauma e de quando não há? Sim! Vejamos esse procedimento quando 
não há trauma: Abertura de Vias Aéreas sem Trauma Posicionado lateralmente à 
vítima, na altura da sua cabeça, o socorrista coloca a mão dominante sobre a região 
frontal da cabeça da vítima e a inclina para trás, simultaneamente, e com a mão não 
dominante faz elevação do mento. 
Manobra de abertura das vias aéreas sem trauma 
 
 
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A manobra de abertura das vias aéreas sem trauma é desaconselhada para 
as vítimas de trauma, pois poderá resultar em comprometimento medular e em 
paralisia definitiva. 
Posicionado atrás da cabeça da vítima, o socorrista coloca as mãos em garra 
na região mandibular da vítima e realiza anteriorização mandibular, mantendo a 
região cervical imobilizada. Agora que o procedimento da abertura das vias aéreas 
foi efetuado corretamente, o próximo passo é o da respiração. 
Vejamos: „ Etapa B – Respiração Ao término do primeiro ciclo de 
compressões torácicas com as vias aéreas da vítima abertas, o socorrista deve 
realizar a respiração. Em síntese, se você for o socorrista, você deve iniciar a RCP 
com as 30 compressões torácicas, em vez de duas ventilações, para reduzir a 
demora na aplicação das primeiras compressões. Aprendemos sobre o significado 
da sequência da RCP, agora veremos como funciona o atendimento de acordo com 
o número de socorristas. 
Atendimento 
 O Suporte Básico de Vida (SBV) na PCR pode ser feito com um ou dois 
socorristas. Como fazer a RCP com o socorrista atuando sozinho? A seguir, os 
passos desse atendimento: 
1. Aproxime-se da vítima e ajoelhe-se lateralmente a ela. Sobreponha a região 
hipotênar - da mão direita, com os dedos entrecruzados e elevados, no centro do 
tórax sobre o esterno, entre os mamilos. 
2. Inicie as manobras de compressão torácica, comprimindo o esterno para baixo 
por meio da utilização do peso do seu corpo, para que o tórax deprima 5 cm. 
3. Após cada compressão torácica, a pressão sobre o tórax deve ser aliviada para 
permitir o retorno total do tórax. 
Ao término do primeiro ciclo de compressões torácicas, o socorrista deverá 
abrir a via aérea da vítima, colocar a máscara de fluxo unidirecional sobre a 
boca-narina da vítima, inspirar profundamente e soprar com força, durante 
aproximadamente um minuto – tempo suficiente para fazer o tórax elevar-se. Em 
seguida, o socorrista deverá retirar a sua boca do dispositivo para permitir a 
exalação do ar e repetir o procedimento uma segunda vez. O socorrista, atuando 
 
 
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sozinho, deve seguir alternando ciclos de 30 compressões torácicas para cada duas 
respirações. 
Como fazer a RCP com dois socorristas? O primeiro socorrista inicia as 
compressões torácicas conforme descrito anteriormente. O segundo socorrista abre 
a via aérea e se prepara para aplicar ventilações tão logo o primeiro socorrista 
complete uma série de 30 compressões torácicas. Ao término do primeiro ciclo de 
compressões torácicas, o segundo socorrista deverá abrir a via aérea da vítima, 
colocar a máscara de fluxo unidirecional sobre a boca-narina da vítima, inspirar 
profundamente e soprar com força, durante aproximadamente um minuto, o 
suficiente para fazer o tórax elevar-se. Em seguida o socorrista deverá retirar a sua 
boca do dispositivo para permitir a exalação do ar. Esse procedimento precisa 
ocorrer uma segunda vez, pois a vítima deverá receber duas ventilações. Os dois 
socorristas seguem alternando ciclos de 30 compressões torácicas para cada duas 
ventilações. Agora que conhecemos a diferença entre o procedimento realizado por 
um ou mais de um socorrista, vejamos como saber se esses procedimentos estão 
sendo bem realizados. Como saber se as manobras de RCP – compressão torácica 
e ventilações – estão sendo efetivas? A eficiência da ventilação deve ser 
comprovada com a presença de elevação torácica durante a realização da manobra. 
A eficiência da compressão torácica, por outro lado, deve ser comprovada com a 
palpação e presença de pulso carotídeo ou femoral durante a realização da 
manobra. Frequência de compressão torácica deve ser, no mínimo, de 100 por 
minuto. É sensato que os socorristas leigos realizem compressões torácicas a uma 
frequência mínima de 100 compressões por minuto. Na maioria dos estudos, a 
aplicação de mais compressões está associada a maiores taxas de sobrevivência, 
ao passo que a aplicação de menos compressões está associada à menor taxa de 
sobrevivência. A aplicação de compressões torácicas adequadas exige ênfase não 
somente na frequência adequada de compressões, mas também em minimizar 
interrupções a esse componente crítico da RCP. Além da frequência, devemos 
prestar atenção especial à profundidade das compressões torácicas. O esterno 
adulto deve ser comprimido em, no mínimo, 2 polegadas, o equivalente a 5 cm, 
conforme figura 
As compressões torácicas criam fluxo sanguíneo principalmente por 
aumentarem a pressão intratorácica e comprimirem diretamente o coração. 
 
 
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Compressões geram fornecimento de fluxo sanguíneo, oxigênio e energia, 
componentes críticos para o coração e para o cérebro na situação de PCR. 
Aprendemos um pouco sobre os procedimentos a serem realizados para a 
efetividade da RCP. Como o procedimento denominado “Ver, ouvir e sentir se há 
respiração” não é mais utilizado na reanimação cardiopulmonar, o socorrista deve, 
imediatamente, após a aplicação de 30 compressões torácicas, abrir a via aérea da 
vítima, colocar a máscara de fluxo unidirecional sobre a boca-narina da vítima e 
realizar as ventilações conforme descrição apresentada anteriormente. Todos os 
socorristas leigos treinados devem, no mínimo, aplicar compressões torácicas em 
vítimas de PCR. Além disso, se o socorrista leigo treinado puder realizar ventilações 
de resgate, as compressões e as ventilações devem ser aplicadas na relação de 
30 compressões para cada duas ventilações. As taxas de sobrevivência às PCRs de 
causa cardíaca são similares para a RCP realizada somente com as mãos e a RCP 
realizada com compressões e ventilação de resgate. No entanto, para o socorrista 
leigo treinado e capaz, a recomendação é aplicar compressões e ventilações. A 
diminuição das interrupções nas compressões evita a ventilação excessiva. 
A parada cardiorrespiratóriana Pediatria ocorre mais frequentemente em 
crianças menores de um ano, em decorrência de: „ doenças respiratórias; „ 
obstrução de vias aéreas; „ síndrome de morte súbita; „ acidentes por submersão; „ 
infecções generalizadas; e „ doenças neurológicas. Os procedimentos para o 
atendimento de crianças são um pouco diferenciados. É o que veremos a seguir. 
Alteração na sequência da RCP 
Esta importante proposta de alteração, de aplicar compressões antes de 
ventilações (C-A-B) na sequência de RCP, suscitou debate entre os especialistas 
em ressuscitação pediátrica. Como a maioria das PCRs pediátricas é asfixia e não 
PCR primária súbita, tanto a intuição quanto os dados clínicos respaldam a 
necessidade de ventilações e compressões para a RCP pediátrica. (AHA, 2010). No 
entanto, PCRs pediátricas são bem menos comuns do que as PCRs súbitas em 
adultos e muitos socorristas nada fazem quando ficam inseguros ou confusos. A 
maioria das vítimas de PCR pediátrica não recebe nenhuma manobra de RCP dos 
socorristas presentes, ou seja, qualquer estratégia que aumente a probabilidade de 
ação pelas pessoas presentes pode salvar vidas. Por isso, houve a adaptação da 
 
 
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abordagem C-A-B para vítimas de todas as idades, com a esperança de aumentar a 
chance de execução que pessoas presentes executem a RCP. (AHA, 2010). C = 
compressão torácica; A = abertura de via aérea; B = realização de respiração. Assim 
como na RCP realizada em adultos, é necessário que o socorrista saiba reconhecer 
os sinais de parada respiratória e inicie imediatamente o C-A-B também na 
prestação de atendimentos iniciais à criança ou lactente em parada 
cardiorrespiratória (PCR), no ambiente pré-hospitalar. 
 
 
COMO FAZER O RECONHECIMENTO DA PCR NA PEDIATRIA? 
O reconhecimento da PCR na pediatria consiste na confirmação de: „ 
ausência de resposta do bebê ou da criança; „ ausência de respiração ou apenas 
com gasping: respiração entrecontada. A AHA (2010) recomenda menos ênfase na 
verificação de pulso, orientando que se preste atenção no seguinte: „ o bebê ou a 
criança está respondendo? „ está respirando? „ respira, mas apenas com gasping, 
ou seja, com a respiração entrecontada? Os profissionais de saúde poderão 
aguardar até 10 segundos na tentativa de sentir o pulso. Se, em 10 segundos, o 
atendente não sentir o pulso ou estiver inseguro quanto a isso, ele deve iniciar as 
compressões torácicas. Socorristas leigos não palpam pulso, iniciam compressão 
torácica imediatamente. Pode ser difícil determinar a presença ou ausência de pulso, 
especialmente em uma emergência/urgência. Estudos mostram que profissionais de 
saúde e socorristas leigos não conseguem detectar o pulso confiavelmente. 
Sequência da RCP: C-A-B = iniciar compressões torácicas antes das 
ventilações Braquial, em bebês (um mês a um ano); e carotídeo ou femoral, em 
crianças (um a oito anos). 
Teoricamente, a nova sequência deve retardar as ventilações de resgate em 
apenas 18 segundos, ou, ainda menos, se houver dois socorristas. 
Vejamos como é feito esse procedimento em bebês e crianças, seguindo as 
etapas C, A e B: „ 
Etapa C – Compressões torácicas 
 
 
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Iniciar a RCP em bebês e crianças com compressões torácicas em vez de 
ventilações de resgate. 
Etapa A – Abertura de vias aéreas 
O socorrista deve abrir as vias aéreas e se preparar para aplicar respirações 
após a primeira série de 30 compressões torácicas. Para a realização da abertura 
das vias aéreas, o socorrista deve verificar a evidência ou a suspeita de trauma 
cervical. Na ausência de conhecimento sobre a possibilidade de trauma cervical, o 
socorrista deve atuar de forma preventiva, como se o trauma existisse. 
Etapa B – Respiração 
Ao término do primeiro ciclo de compressões torácicas com a via aérea da 
vítima aberta, o socorrista deve realizar a respiração. Lembre-se: o procedimento 
“Ver, ouvir e sentir se há respiração” foi removido da sequência de avaliação da 
respiração, após a abertura da via aérea. 
Como fazer a RCP na Pediatria? Aproxime-se da criança e posicione-se de 
joelhos lateralmente a ela, na altura do tórax. 
Inicie as compressões torácicas, Manobras RCP (Compressão Torácica) 
Lactente (30 dias até um ano) Criança (um a oito anos) Local de Compressão 
Torácica Dois dedos abaixo da linha intermamilar – 1 socorrista Envolvimento do 
tórax com as duas mãos, colocando os dois polegares sobrepostos sobre o esterno 
imediatamente abaixo dos mamilos – dois socorristas Região hipotênar de uma das 
mãos no centro do peito sobre o esterno, entre os mamilos. Profundidade: um terço 
do diâmetro anteroposterior do tórax 4 cm 5 cm Frequência 100 CT/min 100 CT/min 
Relação CT/Ventilação Um socorrista = 30 CT/duas Ventilações Dois socorristas = 
15 CT/duas Ventilações Um socorrista = 30 CT/Duas Ventilações Dois socorristas = 
15 CT/duas Ventilações Após cada compressão torácica, a pressão sobre o tórax do 
lactente ou da criança deve ser aliviada para permitir o retorno total do tórax. Ao 
término do primeiro ciclo de compressões torácicas, o socorrista deverá: 
1. Abrir a via aérea da vítima. 
2. Colocar a máscara de fluxo unidirecional sobre a boca-narina da vítima. 
 
 
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3. Inspirar profundamente e soprar com força correspondente ao tamanho da 
criança, durante aproximadamente um minuto, o suficiente para fazer o tórax se 
elevar. 
4. Em seguida, o socorrista deverá retirar a sua boca do dispositivo para permitir a 
exalação do ar. Esse procedimento deve ser feito uma segunda vez. A vítima deverá 
receber duas ventilações. Para a desfribilação e uso do DEA em bebês, a AHA 
(2010) recomenda: „ prefira o uso de um desfibrilador manual a um DEA para 
desfibrilação; „ se não houver um desfibrilador manual disponível, prefira um DEA 
equipado com um atenuador de carga pediátrico; „ se nenhum dos dois estiver 
disponível, use um DEA sem atenuador de carga pediátrico. As evidências que 
respaldam a segurança do uso de DEA em bebês são limitadas. Existe um último 
aspecto que vale a pena ser destacado antes da finalização desta Unidade e que diz 
respeito aos cuidados para que as vias aéreas não sejam obstruídas por algum 
corpo estranho. 
Obstrução por corpo estranho 
A obstrução de vias aéreas por corpo estranho deve ser suspeitada nas 
crianças com dificuldade respiratória de início súbito associada à tosse, náusea 
(enjôo), estridor (ruído barulhento) ou chiado no peito. Desfribilador Externo 
Automático. As infecções podem causar edema de vias aéreas superiores. 
A infecção pode ser suspeita de obstrução quando a criança apresenta: „ 
febre; „ congestão nasal; „ rouquidão; „ sialorreia ou aumento da produção de saliva; 
„ letargia ou relaxamento muscular; „ fraqueza. As tentativas de liberar vias aéreas 
devem ser consideradas quando a aspiração de um corpo estranho pela criança é 
presenciada ou fortemente suspeitada ou quando as vias aéreas permanecem 
obstruídas durante a tentativa de realizar as ventilações de resgate. 
Em primeiro lugar, a criança deve ser estimulada a tossir vigorosamente. A 
tentativa de desobstrução deve ser iniciada na evidência de obstrução completa: „ 
tosse sem som; „ aumento da dificuldade respiratória; e „ cianose ou pele arroxeada. 
No lactente, para a desobstrução de vias aéreas, é recomendada uma combinação 
de golpes no dorso e compressões torácicas. 
 
 
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Quando a criança, de um a oito anos, estiver consciente, a Manobra de 
Heimlich é realizada por meio de compreensões abdominais com a vítima de pé. 
Quando a criança estiver inconsciente, a mesma manobra é realizada; o que 
muda é a posição da criança, que deve estar deitada. Segue Não devemos, nunca, 
remover manualmente corpos estranhos, antes de visualizá-los. Às vezes, sem 
querer, podemos empurrá-los para dentro das vias aéreas aumentando ainda mais a 
obstrução. Agoravocê conhece os procedimentos para realizar o diagnóstico da 
vítima em parada cardiorrespiratória no adulto, no lactente e na criança e as 
manobras de suporte básico de vida no ambiente pré-hospitalar. 
Lembre-se: a sequência mudou para C-A-B, ou seja, as compressões 
torácicas iniciarão mais cedo e o atraso na ventilação será mínimo, isto é, somente o 
tempo necessário para aplicar o primeiro ciclo de 30 compressões torácicas, ou, 
aproximadamente, 18 segundos, quando dois socorristas estiverem presentes. 
Considerando que a maioria das vítimas de PCR extra-hospitalar não recebe 
nenhum atendimento das pessoas, em virtude da dificuldade na sequência A-B-C, 
que começa com os procedimentos que os socorristas acham mais difíceis de fazer 
– a abertura da via aérea e a aplicação de ventilações –, você é mais um leigo 
preparado para a nova sequência C-A-B e poderá salvar vidas. 
 
 
PRIMEIROS SOCORROS NO AMBIENTE PRÉ-HOSPITALAR 
Abordagem inicial à vítima de trauma O conteúdo desenvolvido nesta seção 
tem como referência o PHTLS (Pre-Hospital Trauma Life Support) (2007) que trata e 
discute, de forma sucinta, aspectos importantes do atendimento inicial à vítima de 
trauma, enfatizando os princípios que fazem a diferença nesse tipo de atendimento, 
a saber: „ o estabelecimento de prioridade; „ a realização da avaliação inicial e a 
impressão geral da vítima; „ a realização do exame da vítima, obedecendo as etapas 
ABCDE. Você sabe o que significam as siglas ABCDE? 
A – atendimento das vias aéreas e imobilização da coluna cervical; 
B – respiração (ventilação); 
 
 
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C – circulação e sangramento; 
D – avaliação neurológica; e 
E – exposição para exame físico e proteção do ambiente. 
Para apresentar esse tema, O PHTLS toma por base o ATLS, o que significa 
Advanced Trauma Life Support. A avaliação da vítima de trauma é fundamental para 
o atendimento adequado, por ser considerada a base para as decisões sobre o que 
fazer e o que não fazer no ambiente pré hospitalar. Antes de qualquer coisa, 
precisamos determinar a situação da vítima. Na determinação de situações de risco 
de vida, o processo de RCP deve ser iniciado o mais rápido possível. O 
conhecimento dos valores dos sinais vitais serve de parâmetros para reavaliações 
posteriores e é imprescindível para o sucesso do atendimento. Todas as avaliações 
e tratamentos devem ser realizados com rapidez e eficiência, pois vítima grave só 
pode permanecer no local do trauma enquanto é estabilizada para a remoção. 
Vamos estabelecer, portanto, quais são as prioridades dadas ao atendimento. 
1. Avaliar a cena. Em primeiro lugar, o socorrista deverá avaliar a cena. 
O socorrista deve ter em mente quais são suas prioridades ao chegar no 
ambiente do acidente; a primeira delas consiste do estabelecimento da 
segurança e da natureza da situação, antes do início da avaliação individual 
da(s) vítima(s). Na avaliação/dimensionamento da cena, o socorrista inicia o 
processo de coleta de informações: „ avaliando o local; „ observando 
familiares e testemunhas; e „ obtendo uma impressão geral antes de se 
aproximar da(s) vítima(s). Dois componentes estão incluídos nessa avaliação: 
segurança e situação. Quando a cena estiver oferecendo riscos, o socorrista 
deve manter-se afastado até que equipes apropriadas tenham garantido a 
segurança da equipe e da(s) vítima(s). O socorrista deve retirar qualquer 
vítima em situação perigosa para uma área segura antes de iniciar a 
avaliação e o tratamento. Devem ser avaliados todos os perigos/riscos 
possíveis. Vejamos exemplos de perigos ou riscos: fogo, linhas elétricas 
caídas, explosivos, materiais contaminantes, incluindo sangue ou fluidos 
corporais, tráfego de veículos, armas (revólveres, facas) ou condições 
ambientais inadequadas. 
 
 
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Situação 
O socorrista deve fazer várias perguntas a si mesmo e aos que compõem a 
cena para ajudar nesta abordagem. As perguntas são do tipo: „ O que realmente 
aconteceu aqui? „ Qual foi o mecanismo de trauma (biomecânica) e que forças e 
energias provocaram as lesões na(s) vítima(s)? „ Quantas pessoas estão 
envolvidas e quais são as suas idades estimadas? „ É necessária ambulância? „ 
São necessários outros recursos ou pessoal? „ Será usado equipamento 
especial para salvamento ou retirada de ferragens? „ A vítima necessitará de 
transporte aéreo? Depois da avaliação da cena, é necessário realizar a avaliação 
inicial. Vamos ver como ocorre esse procedimento? Polícia, bombeiros, 
companhia elétrica, entre outros. 
Avaliar a(s) vítima(s) 
Inicialmente, o socorrista deve assegurar o atendimento às vítimas nas 
condições: „ que possam resultar em perda de vida, falta de oxigenação; „ que 
possam resultar em perda dos membros, e finalmente as condições; „ que não 
ameaçam a vida ou a perda de membros. 
Avaliação inicial e impressão geral 
Na vítima traumatizada, a prioridade máxima é a identificação e o 
conhecimento rápido de condições com risco de morte. Mais de 90% das vítimas 
traumatizadas têm somente ferimentos simples, envolvendo apenas um sistema. 
Para essas vítimas, há tempo para fazer tanto o exame primário quanto o 
secundário. Para vítimas traumatizadas graves, o socorrista precisa direcionar-se 
para avaliação, começando a reanimação e o transporte ao hospital o mais 
rápido possível. Impressão Geral O exame primário começa com uma visão 
simultânea ou global do estado respiratório, circulatório e neurológico da vítima, 
para identificar quaisquer problemas externos significativos óbvios, com respeito: 
„ à oxigenação; „ à circulação; „ à hemorragia; ou „ às deformidades flagrantes. 
Por exemplo, uma fratura isolada de um membro. Como obter a impressão geral? 
O socorrista, ao abordar a vítima, observará o seguinte: „ ela está respirando 
adequadamente? „ está acordada ou sem resposta? „ consegue se sustentar? „ 
apresenta movimentação corporal espontânea? Uma verificação rápida do pulso 
 
 
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permitirá avaliar a presença, a qualidade e a frequência da atividade circulatória. 
O socorrista pode ter uma boa orientação sobre o acontecimento por meio de 
duas perguntas: “O que aconteceu?” e “Onde aconteceu?”. O socorrista pode 
sentir, simultaneamente, a temperatura e umidade da pele e perguntar à vítima “o 
que aconteceu?”. A resposta verbal indica o estado geral e possibilita avaliar as 
condições em que a vítima se encontra. “Onde aconteceu o incidente?” é a 
pergunta de seguimento que o socorrista deve fazer enquanto verifica a cor da 
pele e o enchimento capilar da vítima. Depois disso, deve-se realizar um rápido 
exame cefálo-caudal, com as duas mãos, procurando por sinais de sangramento 
e deformidades. Num período que varia de 15 a 30 segundos, o socorrista terá 
uma impressão geral da condição global da vítima. Uma vez determinada a 
impressão geral, os exames primário e secundário devem ser realizados, a 
menos que haja uma complicação que exija mais cuidados ou avaliação 
específica. O Exame Primário e Secundário, bem como a ordem de prioridades 
para um atendimento ideal à vítima de trauma, deve seguir o ABCDE, 
apresentado nas etapas seguintes: Das vias aéreas, da respiração e do estado 
neurológico. Da cabeça à coluna vertebral. 
Etapa A – Vias aéreas e imobilização da coluna cervical 
As vias aéreas devem ser rapidamente verificadas para assegurar que estão 
abertas e limpas (permeáveis) e que não existe perigo de obstrução. Se as vias 
aéreas estiverem obstruídas, por relaxamento da base da língua sobre a 
hipofaringe ou por corpos estranhos, terão de ser abertas através de método 
manual: „ imobilização da coluna cervical e levantamento do queixo ou tração da 
mandíbula. Se necessário fazer: „ retirada de sangue, secreções ou corpos 
estranhos. Leve em consideração o fato de que, numa vítima com trauma do 
tórax, a realização de manobras de compressão,para retirada de corpos 
estanhos, deve ser realizada com cautela após a impressão geral para evitar 
complicações. Quando realizar o procedimento da abertura das vias aéreas, 
tenha cuidado com a coluna cervical, pois o movimento excessivo pode tanto 
causar quanto agravar lesões neurológicas. Uma vez que o socorrista tenha 
imobilizado o pescoço da vítima manualmente, ou com o uso do colar, deverá, 
então, imobilizar toda a coluna vertebral da vítima, alinhando todo o corpo. Esse 
procedimento será mais efetivo com o uso de uma prancha rígida. 
 
 
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Etapa B – Respiração (ventilação) 
Na presença de via aérea pérvia, a qualidade e a profundidade da ventilação 
da vítima devem ser avaliadas, de acordo com os seguintes passos: „ 
Verifique se a vítima está respirando. „ Na presença de respiração, observe a 
elevação do tórax. „ 
Verifique o ritmo e a frequência respiratória. „ Se a vítima estiver consciente, 
observe se ela consegue falar uma frase inteira sem dificuldade. 
Etapa C – Circulação e Sangramento 
Nesta etapa, é decisivo avaliar o comprometimento ou a falência do sistema 
circulatório, por isso o socorrista deve identificar e controlar a hemorragia 
externa. A avaliação geral do estado circulatório da vítima é realizada 
verificando-se: „ a presença e a regularidade do pulso; „ a coloração, 
temperatura e umidade da pele; e „ o tempo de enchimento capilar. O tempo de 
enchimento capilar é realizado pressionando-se o leito ungueal. 
Esse procedimento remove o sangue do leito dos capilares visíveis, assim 
como a taxa de retorno. É uma ferramenta útil para estimar o fluxo sanguíneo por 
meio dessa parte mais distal da circulação. Tempo de enchimento capilar maior 
de dois segundos indica que os leitos capilares não estão recebendo sangue de 
modo adequado. 
Como é feita essa classificação? São três os tipos de sangramentos: o 
capilar, o venoso e o arterial. Vejamos um pouco mais sobre cada um deles: 
Sangramento capilar Causado por lesão de pequenos vasos sanguíneos, 
localizados imediatamente abaixo da superfície da pele. Em geral o sangramento 
capilar terá diminuído, ou mesmo cessado, antes da chegada da equipe 
pré-hospitalar no local do acidente. Sangramento venoso Provém de camadas 
mais profundas do tecido. O sangue é vermelho escuro, e em geral é controlado 
mediante uma pressão direta moderada no local. Geralmente não ameaça a vida, 
a não ser que a lesão seja grave ou o sangramento não seja controlado. 
Sangramento arterial. Causado por lesão a uma artéria. Esse é o sangramento 
mais importante e, também, o mais difícil de ser controlado. É caracterizado por 
um sangue vermelho vivo que jorra da ferida. Mesmo uma ferida perfurante 
 
 
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pequena pode produzir uma hemorragia que ameace a vida, quando atingir uma 
artéria de grosso calibre. 
Como fazer o controle da hemorragia externa? A hemorragia externa pode ser 
controlada de acordo com as seguintes etapas, utilizadas em ordem sequencial: 
1. Pressão direta O controle do sangramento deve ser feito com aplicação de 
pressão no local do sangramento. A pressão manual pode ser realizada no 
momento da colocação de gazes, ou compressas, diretamente sobre a lesão. 
Aplicar pressão exige dedicação do socorrista, por isso pode ser improvisado um 
curativo compressivo a partir da utilização de uma faixa sobre as gazes ou 
compressas. 
2. Torniquetes São eficazes no controle do sangramento e devem ser utilizados 
caso a pressão direta ou o curativo compressivo não foram eficazes no controle 
da hemorragia. Como o torniquete é feito? 
» Envolva faixas largas de pano no membro afetado logo acima do ferimento; 
» Faça um meio nó e coloque um pedaço de madeira; 
» Dê um nó completo e torça o pedaço de madeira até parar a hemorragia; 
» Amarre o local e anote o horário; 
» Afrouxe a cada 10 minutos. 
O controle de hemorragia é uma prioridade. 
O controle rápido da perda de sangue é um dos objetivos mais importantes no 
tratamento de uma vítima traumatizada. 
O exame primário não pode seguir adiante se o sangramento não estiver 
controlado. Após a avaliação e correção das vias aéreas, respiração e circulação, 
o socorrista deve seguir com a avaliação da função cerebral. 
Etapa D – Avaliação neurológica 
Nesta etapa, realizar a avaliação da função cerebral, com o objetivo de 
determinar o nível de consciência da vítima e inferir a presença de hipóxia. Uma 
vítima agressiva, combativa ou não cooperativa poderá estar com hipóxia ou 
intoxicada. Durante o exame, o socorrista deve determinar, a partir do histórico, 
 
 
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em que momento a vítima perdeu a consciência, se existem substâncias tóxicas 
envolvidas, bem como condições pré-existentes que possam ter produzido a 
diminuição do nível de consciência ou o comportamento anormal. A diminuição 
da consciência deve alertar o socorrista para quatro possibilidades: „ oxigenação 
cerebral diminuída; „ lesão do Sistema Nervoso Central (SNC); intoxicação por 
drogas, entre elas o álcool; e „ distúrbio metabólico, como na diabetes e na 
convulsão. O nível de consciência da vítima pode também ser avaliado 
aplicando-se primeiramente o AVDI. Também, a escala de coma de Glasgow 
(ECG) é uma ferramenta utilizada para determinar o nível de consciência. 
Quando há pouca oxigenação no cérebro. 
A ECG é dividida em três níveis: „ resposta verbal; „ abertura ocular; e „ 
resposta motora. 
Como é utilizada a ECG? O socorrista pontua a vítima, conforme escores 
estipulados na tabela e de acordo com a sua melhor resposta em cada um dos 
itens avaliados. 
A resposta verbal pode ser avaliada utilizando-se o seguinte questionamento: 
o que aconteceu com você? Se a vítima estiver orientada, responderá 
coerentemente e receberá pontuação 5. Se estiver apresentando confusão 
mental, receberá pontuação 4 e assim sucessivamente. No caso de não resposta 
por parte da vítima, a pontuação será de 1. Para avaliar a abertura ocular, o 
socorrista deve observar, em primeiro lugar, se a abertura é palpebral 
espontânea. Nesse caso, a pontuação é 4. Se a abertura não for espontânea, o 
socorrista pode solicitar à vítima abrir os olhos ou, ainda, fazer um estímulo 
doloroso e observar a sua resposta. Finalmente, para avaliar a resposta motora, 
o socorrista deve conferir se a vítima obedece ao comando verbal, consegue 
localizar um estímulo doloroso, apresenta postura de extensão/ flexão dos 
membros superiores ou inferiores anormais ou não apresenta resposta motora. 
Finalizada a Etapa D, seguimos à Etapa E: 
Etapa E – Exposição para exame físico e proteção do ambiente 
Esta etapa trata de realizar a exposição da vítima, procedimento fundamental 
para identificar todas as possíveis lesões. Com a retirada das vestimentas, a 
 
 
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vítima deve ser protegida, conservando o calor corporal, pois a hipotermia é um 
problema grave no traumatizado. A seguir apresentaremos um roteiro que serve 
de guia para a realização da avaliação secundária. 
Cabeça 
O exame visual e a palpação da cabeça e da face podem revelar lesões, 
hemorragia, defeitos nos ossos da face e do couro cabeludo e/ou anormalidades 
nos olhos, nas pálpebras, no pavilhão auricular e nariz. Esse é o momento para 
identificar a presença de sangramento ou a drenagem de líquor e/ou outros 
sinais de lesões/ fraturas com deformidades e edemas. Também Ocorre quando 
as temperaturas ficam abaixo de 36-36,5 ºC. Líquido transparente com brilho. É 
importante observar as pupilas para verificar a reatividade à luz, o tamanho e a 
simetria. „ 
Pescoço 
O exame visual do pescoço pode identificar contusões, abrasões, lacerações 
e outras deformidades. A palpação pode revelar enfisema subcutâneo. A 
ausência de dor na coluna cervical pode ajudar a descartar fraturas cervicais, 
enquanto dor à palpação sugere a presença de lesões. Você deverárealizar a 
palpação, com as duas mãos simultaneamente, com cuidado, tendo certeza de 
que o pescoço permaneça em posição anatômica, com uma leve curvatura. „ 
Tórax 
O exame visual pode identificar deformidades, contusões, abrasões, 
ferimentos penetrantes. O socorrista deve ficar atento: uma pequena área de 
fratura pode indicar uma contusão pulmonar grave. A palpação do tórax pode, 
também, mostrar deformidades e presença de enfisema subcutâneo. 
Abdome 
Procure observar feridas penetrantes, equimoses e eviscerações. Ferimentos 
na pele podem ser indicativos para a possibilidade de lesões próximas. A área 
abdominal, junto à cicatriz umbilical, deve ser examinada cuidadosamente à 
procura de uma contusão, ferimento resultante da ruptura de vasos sanguíneos 
com acúmulo de sangue sob a epiderme, resultante do posicionamento incorreto 
 
 
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do cinto de segurança. O exame do abdome também inclui palpação de cada 
quadrante para verificar se a dor está presente e há posição de defesa do 
músculo abdominal. 
Presença de ar no tecido subcutâneo. 
Ar embaixo da pele. 
Equimoses 
Pontos arroxeados. 
Eviscerações Saída das vísceras para o meio externo. „ 
Pelve 
Procure lesões e sinais de fraturas. Fraturas pélvicas podem produzir 
hemorragia interna maciça, resultando gravidade à condição da vítima. A pelve 
deve ser palpada uma só vez, à procura de instabilidade, durante o exame 
secundário. A palpação pode agravar a hemorragia, por isso esta etapa do 
exame não deve ser repetida. A palpação da pelve é realizada com pressão 
suave ântero-posterior. A sínfise púbica também é palpada. Avaliar a dor e o 
movimento anormal. Deve-se suspeitar de hemorragia se alguma evidência de 
instabilidade óssea for encontrada. „ 
Extremidades 
Iniciar da clavícula, na extremidade superior, e da pelve, na extremidade 
inferior, e prosseguir em direção à porção mais distal de cada membro. Observar 
presença de deformidade, hemorragias ou equimose, e realizar palpação para 
determinar presença de crepitação óssea; neste caso, geralmente a dor e a 
sensibilidade estão presentes. Na suspeita de fratura, realize a imobilização, 
após verificar pulsos, temperatura, sensibilidade e coloração das extremidades. „ 
Dorso 
Realize o exame quando a vítima for colocada na posição lateral, durante o 
rolamento para a prancha rígida, por meio da palpação da coluna vertebral para 
identificar sensibilidade e deformidades. No caso de instabilidade circulatória, a 
Etapa E pode ser realizada durante o Transporte da vítima para a Emergência 
 
 
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Hospitalar. De cima para baixo e latero-lateral. Membros superiores e inferiores. 
Ruído característico na presença de fratura. 
 
 
ABORDAGEM INICIAL À VÍTIMA DE QUEIMADURAS 
As queimaduras, conforme Silveira et al. (2004), são lesões que podem levar 
à: „ desfiguração; „ incapacidade; e „ morte. De acordo com Ronald et al. (2007), 
os avanços no manejo de queimaduras nas últimas três décadas vêm 
contribuindo com a melhora da sobrevida e a redução de morbidade nas vítimas 
de grandes queimaduras. Por isso, com a evolução no cuidado aos queimados 
surgiu a necessidade de investimentos no atendimento pré-hospitalar, além de 
outras áreas. Exemplos dessas outras áreas são o transporte e o atendimento de 
emergência. Os serviços de atendimento pré-hospitalar usam protocolos para 
padronizar o atendimento. Assim, a vítima de queimadura é avaliada como uma 
vítima de trauma, sendo a queimadura abordada no momento adequado, 
conforme Silveira et al. (2004). 
Cena 
No atendimento pré-hospitalar, de acordo com o PHTLS (2007), é imperativo 
avaliar o local para assegurar que a cena esteja segura e considerar 
cuidadosamente a natureza exata da situação, garantindo a segurança do 
socorrista, no que diz respeito a lesões e intoxicações, e definindo a necessidade 
de remoção imediata da vítima da cena. Para Silveira et al. (2004), a cena 
precisa estar segura para que haja o atendimento no local. Caso a cena não 
esteja segura, é preciso torná-la segura ou remover a vítima para um local 
seguro. Essa medida visa à segurança tanto da vítima como dos socorristas 
envolvidos com o atendimento. Ao cuidar de vítimas com queimaduras elétricas, 
certifique-se de que a fonte de eletricidade tenha sido desligada. Além disso, no 
caso de queimaduras químicas, o contato com o produto pode causar 
queimaduras até mesmo no socorrista. 
Biossegurança 
 
 
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Além da segurança requerida na cena, os socorristas necessitam usar EPIs: 
(Equipamentos de Proteção Individual) Barreiras físicas para impedir contágios a 
partir de fluídos corporais. Além dos equipamentos de barreira, o uso e 
treinamento para EPIs de nível B são essenciais para a garantia da segurança do 
socorrista. (PHTLS, 2007). A primeira medida a ser realizada em cena com fogo 
é o uso de Jato neblinado. Apesar de não apagar o fogo, o Jato diminui a 
temperatura local, que pode variar de 600 a 1000 graus centígrados. 
Avaliação primária em vítimas de queimaduras 
A avaliação primária de uma vítima na cena, de acordo com o PHTLS (2007), 
tem por meta avaliar e tratar imediatamente os problemas com risco de vida em 
ordem de prioridade. A abordagem inicial da vítima de queimaduras é 
semelhante àquela destinada à vítima de trauma com atenção voltada para as 
mesmas etapas – ABCDE. Vejamos quais são as especificidades nesse caso: „ 
Etapa A 
A prioridade inicial no atendimento à vítima de queimadura é a manutenção 
da permeabilidade das vias aéreas. No caso da queimadura ter resultado de uma 
explosão ou de um acidente com desaceleração, existe a possibilidade de uma 
lesão medular. Por isso, a adequada estabilização da coluna cervical deve ser 
realizada por todos os meios necessários, incluindo um colar cervical Luvas, 
máscaras faciais, proteção ocular, aventais etc. Consiste de roupas de proteção 
contra respingos, resistentes a substâncias químicas e fontes autônomas de 
respiração. A exposição a gases aquecidos e fumaça da combustão de materiais 
geralmente causa danos ao aparelho respiratório. No caso de calor direto nas 
vias aéreas, a vítima evolui com edema acima das cordas vocais e obstrução das 
vias aéreas. A rouquidão progressiva é um sinal de obstrução iminente e de 
parada respiratória. Por isso, fique atento a esse sinal. Vítimas de queimaduras 
que se apresentarem inconscientes, com dificuldade respiratória aguda e 
queimaduras no rosto ou pescoço, necessitam de ventilação assistida com 
oxigênio a 100% umidificado. Nesses casos, é imprescindível o atendimento de 
suporte avançado de vida, o mais rápido possível: providencie transporte 
imediato para vítimas nessas condições. 
Etapa B 
 
 
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Em decorrência de queimaduras circunferenciais na parede torácica, pode 
ocorrer diminuição da expansão pulmonar e dificuldade de respiração. Por isso, a 
indicação de um procedimento cirúrgico, chamado escarotomia, se faz 
necessário para o restabelecimento da ventilação. Outras causas de 
comprometimento respiratório são as fraturas de costelas e os ferimentos abertos 
na região do tórax. Essas também são situações que requerem procedimentos 
invasivos para o restabelecimento da ventilação, por isso a vítima deve ser 
transferida para um serviço de emergência o mais rápido possível. A exposição 
do tórax facilita a avaliação da respiração, o que pode ser uma medida indireta 
das trocas ventilatórias. Ventilação prejudicada e má oxigenação também podem 
estar relacionadas à inalação de fumaça e/ou intoxicação por monóxido de 
carbono. Na evidência de situações dessa natureza, está indicada a oferta de 
Uma incisão cirúrgica através das escaras que possibilita a expansão dos tecidos 
profundos e descompressão de estruturas vasculares comprimidas e/ou ocluídas. 
A transferência imediata para o atendimento de

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