Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
P ág in a1 1 SUPORTE BÁSICO DE VIDA E SOCORRO DE EMERGÊNCIA P ág in a2 2 Sumário NOSSA HISTÓRIA ..................................................................................................... 3 AVALIAÇÃO INICIAL DA VÍTIMA .............................................................................. 4 SUPORTE BÁSICO DA VIDA .................................................................................... 5 CARACTERÍSTICAS DO SOCORRISTA ................................................................... 5 ASPECTOS LEGAIS NO ATENDIMENTO ÀS URGÊNCIAS/EMERGÊNCIAS ......... 6 DEFINIÇÕES PRELIMINARES .................................................................................. 7 COMO FAZER A AVALIAÇÃO INICIAL DA VÍTIMA? ............................................... 9 AS URGÊNCIAS/EMERGÊNCIAS TÊM FORMAS PECULIARES DE MANIFESTAÇÃO ..................................................................................................... 12 A CENA PRÉ-HOSPITALAR E A BIOSSEGURANÇA ............................................ 16 BIOSSEGURANÇA .................................................................................................. 17 REANIMAÇÃO CARDIOPULMONAR ...................................................................... 21 REANIMAÇÃO CARDIOPULMONAR (RCP) DE ADULTO REALIZADA POR SOCORRISTA LEIGO .............................................................................................. 23 COMO FAZER O RECONHECIMENTO DA PCR NA PEDIATRIA? ........................ 28 PRIMEIROS SOCORROS NO AMBIENTE PRÉ-HOSPITALAR .............................. 31 ABORDAGEM INICIAL À VÍTIMA DE QUEIMADURAS .......................................... 40 CUIDADOS RELATIVOS ÀS SITUAÇÕES ESPECIAIS .......................................... 44 ABORDAGEM INICIAL À VÍTIMA DE INTOXICAÇÕES EXÓGENAS .................... 46 ABORDAGEM INICIAL À VÍTIMA DE ACIDENTES COM ANIMAIS PEÇONHENTOS E VENENOSOS ............................................................................ 51 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 57 P ág in a3 3 NOSSA HISTÓRIA A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. P ág in a4 4 AVALIAÇÃO INICIAL DA VÍTIMA A recuperação das vítimas portadoras de um mal-estar súbito no ambiente pré-hospitalar está diretamente relacionada com a rapidez, o conhecimento e as habilidades do socorrista para o reconhecimento das situações de risco de vida que requeiram atendimento imediato. Medidas intempestivas no atendimento de suporte básico de vida podem contribuir para o aumento dos índices de morbimortalidade. Leigos, na ânsia de ajudar e por falta de conhecimentos e habilidades relacionadas aos primeiros atendimentos à vítima, podem contribuir para o agravamento da situação, inclusive com danos irreversíveis. Uma das possibilidades para reverter esse quadro é: „ primeiramente, o investimento na prevenção de acidentes; e, „ em seguida, o investimento na educação voltada para o preparo de leigos no atendimento de primeiros socorros e suporte básico de vida no ambiente pré- hospitalar, com o objetivo de compartilhar conhecimentos, com mais uma parcela da população, contribuindo para salvar vidas e minimizar os índices de P ág in a5 5 morbimortalidade. De acordo com o Ministério da Saúde, morbimortalidade é o impacto das doenças e dos óbitos que incidem em uma população. SUPORTE BÁSICO DA VIDA Ao aproximar-se da vítima, o socorrista, com conhecimento e habilidades de primeiros socorros e suporte básico de vida, fará uma avaliação inicial e definirá procedimentos que serão realizados na cena, preparando a vítima para o transporte com segurança. Nesta seção, procuraremos situar você sobre a importância do conhecimento relativo ao suporte básico de vida. Iniciaremos apresentando: características do socorrista; aspectos legais no atendimento; e algumas definições básicas. CARACTERÍSTICAS DO SOCORRISTA Para fazer um bom atendimento, o socorrista, além de necessitar de segurança pessoal, precisa respeitar deveres e responsabilidades específicas frente à cena. Em termos de segurança pessoal, é necessário garantir: a segurança na aproximação da vítima durante o atendimento; e a segurança relacionada à proteção contra doenças infecciosas. Em relação aos deveres e às responsabilidades: acesso à vítima com segurança, utilizando-se de EPIs; realizar a avaliação primária e secundária da vítima, providenciando atendimento imediato para a manutenção dos sinais vitais; „ mobilizar a vítima somente quando necessário, para a realização de algum procedimento com a garantia de não ocasionar lesões adicionais; Uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para evitar contato com sangue e outros fluídos corpóreos, auxiliar na transferência da vítima e prestar informações pertinentes a quem assumir a continuidade do atendimento; „ no caso de acidentes, controlar o local protegendo a si, a vítima e prevenindo outros acidentes; „ utilizar de informações obtidas no local e da avaliação da cena, além dos exames, primário e secundário, para identificar o que está acontecendo com a vítima; „ decidir quando os requisitos de segurança ou o atendimento exigirem a mobilização da vítima, P ág in a6 6 minimizando as possibilidades de lesões adicionais; „ obter ajuda do pessoal presente na cena e controlar suas atividades; e „ providenciar o serviço móvel para a transferência da vítima, além de prestar as informações pertinentes e necessárias para a continuidade da assistência. O socorrista também precisa levar em consideração alguns aspectos importantes quando em cena. Vejamos quais são esses aspectos: „ agir com rapidez e sem precipitação; „ aprender a lidar com o público; „ ter discernimento quanto aos limites do que pode ser comunicado à vítima; „ controlar seus sentimentos no local da emergência; „ ser disciplinado – evitar comentários desnecessários – e concentrar-se em suas atividades; e „ ao chamar o serviço móvel de atendimento às emergências, o socorrista deve, sempre que possível, fornecer informações essenciais. Você sabe quais informações são importantes para este momento? Saber informar a localização exata da ocorrência; o nome ou número da rodovia, ponto de referência, tipo e gravidade da ocorrência – se há fratura, dificuldade respiratória, sangramento; número de vítimas e idade aproximada delas; assim como detalhes importantes da situação, como, por exemplo, se as vítimas estão presas a ferragens ou se há combustível inflamável no local e número de telefone para contato, se houver. Se você encontrar a vítima emestado inconsciente, algumas ações são importantes. Vejamos quais seriam essas ações: „ procurar documentos junto à vítima e tentar fazer contato com familiares ou amigos; „ na realização de contatos, evitar passar impressão de gravidade da situação; e „ fornecer, com clareza, dados que identifiquem o local da intercorrência e para onde a vítima está sendo encaminhada. ASPECTOS LEGAIS NO ATENDIMENTO ÀS URGÊNCIAS/EMERGÊNCIAS Os aspectos legais e essenciais dizem respeito ao seguinte: „ Dever agir Os socorristas, as equipes do SAMU, da polícia ou do corpo de bombeiros, ao serem solicitados, devem proporcionar um atendimento imediato, conforme procedimentos operacionais de seus serviços. P ág in a7 7 Negligência Diz respeito a não observação de padrões de assistência no atendimento à vítima, que poderá contribuir para agravos adicionais com abrangência física ou emocional. Um exemplo de negligência seria a mobilização de vítima com membro inferior fraturado, sem a realização de imobilização no local. Abandono Uma vez iniciado o atendimento à vítima, o socorrista não deve mais sair do local antes da chegada de pessoal mais qualificado ou de ter providenciado a transferência da vítima para o atendimento de suporte avançado. „ Consentimento informado e consentimento implícito O consentimento informado equivale à autorização dada por um adulto consciente, após ter sido informado sobre o preparo do socorrista, para lhe prestar o atendimento. Os riscos e as opções de atendimento podem ser discutidos. No consentimento implícito, presume-se que a vítima desejaria receber cuidados de emergência/urgência. Aplica-se, também, à vítima desacompanhada e com distúrbios mentais. Sigilo Os comentários desnecessários sobre o atendimento à vítima não devem ser feitos, pois depõem contra a privacidade da vítima e dizem respeito à falta de sigilo. Inconsciente ou gravemente ferida, assim como menores feridos, por exemplo, desacompanhados dos pais ou responsáveis. DEFINIÇÕES PRELIMINARES A seguir, definiremos os conceitos básicos utilizados na área de Suporte Básico de Vida. Antes de seguirmos para ações mais detalhadas, é importante que saibamos o significado dos termos e conceitos que serão utilizados daqui em diante. Primeiros socorros P ág in a8 8 São as avaliações e intervenções que podem ser realizadas por uma pessoa presente leiga, socorrista ou profissional de saúde à vítima, com a utilização de equipamentos mínimos ou até mesmo sem nenhum equipamento. Socorrista É um prestador de primeiros socorros; alguém com treinamento formal em primeiros socorros, em cuidados de emergência/urgência. Suporte Básico de Vida São medidas iniciais e imediatas aplicadas à vítima, fora do ambiente hospitalar, onde são realizadas ações por pessoal treinado, na tentativa de manter os sinais vitais, evitando o agravamento das lesões. Suporte Avançado de Vida São medidas que visam, por meio do emprego de técnicas, equipamentos e medicamentos, a estabilizar a vítima do ponto de vista respiratório, circulatório e neurológico, permitindo o controle de lesões de modo adequado a fim de proceder o tratamento definitivo. Emergência Situação crítica que pode ser definida, de modo abrangente, como aquela em que a vítima entra em desequilíbrio das suas funções vitais, por enfrentar agressões, internas ou externas, ao organismo. Também pode ser definida como a situação que resulta em drástico transtorno à saúde ou em súbita ameaça à vida, que exige intervenção imediata para evitar complicações graves ou mesmo a morte da vítima. Urgência É uma situação em que a vítima apresenta disfunções sérias que necessitam de intervenção, avaliação e atendimento, embora não imediatamente. A situação de urgência coloca em perigo a saúde da vítima e pode evoluir para uma emergência. Exemplos de uma situação de urgência são os desmaios, as fraturas simples fechadas, as crises hipertensivas, entre outros. „ Sinais São alterações orgânicas que o socorrista pode perceber por meio dos sentidos durante a avaliação da vítima. Exemplos desses sinais são a palidez, a sudorese (suor excessivo), o sangramento, o edema (inchaço), o odor alcoólico, entre outros. P ág in a9 9 Sintomas São sensações que a vítima experimenta e é capaz de descrever. Por exemplo: a dor, o calor, o frio, a fraqueza, a tontura ou a sensação de mal-estar. Agora que você já conhece essas definições, vamos à prática! Visão, tato, audição e olfato. COMO FAZER A AVALIAÇÃO INICIAL DA VÍTIMA? A avaliação inicial da vítima é um meio de obter informações sobre os problemas apresentados pela vítima decorrentes de um trauma ou mal-estar súbito de qualquer outra natureza. A avaliação primária tem a finalidade de identificar e corrigir situações que apresentam risco de morte à vítima. A American Heart Association (AHA, 2010) recomenda que, na presença de vítima em colapso cardíaco súbito, deve ser chamado serviço móvel de urgência imediatamente e, na sequência, identificar sinais de Parada Cardiorrespiratória (PCR). Se a pessoa que presenciou o colapso não tiver treinamento em Reanimação Cardiopulmonar (RCP), ela deverá fazer somente as compressões torácicas na vítima adulta, com ênfase em “comprimir forte e rápido” no centro do tórax até a chegada de socorro. É importante sabermos diferenciar uma situação de colapso cardíaco de qualquer outra situação de mal-estar. Como fazemos isso? Nesse caso, o socorrista deve realizar a avaliação do nível de consciência por meio do AVDI, que diz respeito às seguintes palavras: alerta (A), estímulos verbais (V), estímulos dolorosos (D) e inconsciente (I). O socorrista deve responder às seguintes perguntas, um referente a uma das letras da sigla: A – A vítima está alerta? V – A vítima responde aos estímulos verbais? D – A vítima só responde aos estímulos dolorosos? I – A vítima está inconsciente? P ág in a1 0 10 Depois disso, dando sequência ao atendimento, o socorrista deve realizar a avaliação primária da vítima, levando em consideração os seguintes aspectos: O reconhecimento da PCR no adulto consiste na constatação do estado de inconsciência e na ausência de respiração ou respiração anormal. Permeabilidade das vias aéreas: a entrada e a saída de ar dos pulmões funcionam com normalidade? Presença de respiração: a respiração é adequada? Presença de circulação: existe presença de pulso nas artérias periféricas e nas grandes artérias? Logo mais abordaremos os Sinais Vitais, concluindo o conhecimento referente ao processo de avaliação primária. Neste momento, comprovada a presença de respiração e circulação, você pode seguir realizando a avaliação secundária, da cabeça aos pés da vítima. Essa avaliação consiste na exposição da vítima, ou seja, na retirada de suas roupas, para a realização do exame físico que, de acordo com Viana e Petenesso (2007), é o ato ou processo de inspecionar, palpar, percurtir e auscultar determinadas regiões do corpo e seus respectivos sistemas, a fim de detectar alterações no organismo. Vejamos cada uma dessas ações mais detalhadamente: Inspeção O processo de observação detalhada da superfície corporal com o objetivo de avaliar a coloração, a forma, a simetria, por meio da visão, audição e do olfato, a fim de detectar alterações no organismo, é chamado de inspeção. Podemos seguir um roteiro geral para a inspeção, verificando o seguinte: Estado geral: observar a aparência classificando o estado da vítima em: BEG (Bom Estado Geral), REG (Regular Estado Geral) e MEG (Mal Estado Geral). Nível de consciência: observar lucidez e verificar a qualidade do diálogo. „ Linguagem: comunica-se verbalmente ou por gestos, apresenta fala pastosa, disartria ou está afônico, sem fala. Carótida e femoral. Dificuldadepara articular palavras. Movimentação e postura: anda, não anda, assume posição relacionada à dor. Coloração da pele e das mucosas: palidez, icterícia, cianose. Ausculta P ág in a1 1 11 Na ausculta é possível ouvir os sons produzidos pelo organismo, que são transmitidos para a superfície do corpo e captados de modo direto e de modo indireto. Palpação Utiliza-se o tato com o objetivo de identificar a temperatura, a umidade da pele e os locais sensíveis à dor. São usadas diferentes partes das mãos do socorrista para: Avaliar a temperatura, use o dorso das mãos; Avaliar a umidade, use a palma das mãos; e Avaliar a dor, use as pontas dos dedos. Modo direto Orelha externa capta sons diretamente no local auscultado. Modo indireto Sons captados por meio do estetoscópio. Além de avaliar a temperatura, a umidade da pele e a presença de dor, a palpação realizada da cabeça aos pés identifica anormalidades, ao comparar um lado do corpo com o outro. Para isso, utiliza-se as duas mãos simultaneamente, palpando, em sequência, cabeça, face, região cervical, tórax, abdome, pelve, extremidades superiores e inferiores e coluna vertebral. Percussão É a realização de golpes com os dedos indicador e médio, da mão dominante do socorrista, sobre os dedos da mão não dominante, colocados em áreas do organismo que permitem avaliar tons, intensidade, vibração e detectar a presença de ar e líquidos. É comum, no dia a dia, nos depararmos com vítimas inconscientes, sem saber o que está acontecendo. Por isso, precisamos afastar a possibilidade de traumas de um modo geral. Sinais Vitais (SV) P ág in a1 2 12 Os sinais vitais, de acordo com, Craven e Hirnle (2006), indicam a função de alguns dos mecanismos homeostáticos do corpo. Os sinais vitais podem refletir muitas coisas a respeito do estado de saúde/doença dos indivíduos, portanto os autores estabeleceram valores tidos como normais para os sinais vitais nos diferentes grupos etários, AS URGÊNCIAS/EMERGÊNCIAS TÊM FORMAS PECULIARES DE MANIFESTAÇÃO A verificação dos sinais vitais é um procedimento essencial para a realização da avaliação inicial da vítima, pois são indicadores das condições de vida. Esses sinais podem mostrar alterações orgânicas que chamarão a atenção do socorrista para identificar o que está acontecendo com a vítima. Porém, fatores como a ansiedade, a dor, o esforço físico e a temperatura ambiente, por exemplo, podem provocar alterações nos sinais vitais. Após a verificação dos sinais vitais da vítima, vale fazer uma comparação com os valores normais. Os resultados dos sinais vitais verificados inicialmente são parâmetros para medições subsequentes. Valores isolados de sinais vitais são pouco valiosos. As técnicas para aferição dos sinais vitais são simples e fáceis de realizar, porém a interpretação das medições exige conhecimento, raciocínio crítico e experiência. No atendimento pré-hospitalar, a frequência com que se avaliam os sinais vitais deve ser individualizada, ou seja, é a condição da vítima que determina a frequência das avaliações. Além dos quatro sinais vitais clássicos, a Dor e o Tamanho-Reatividade Pupilar são considerados como outros sinais vitais, tendo em vista uma avaliação mais abrangente. Prestemos atenção, portanto, aos sinais vitais, cada um com suas especificidades: Pulso (P) A contração dos ventrículos do coração bombeia o sangue para dentro das artérias. A pulsação pode ser percebida como uma expansão e retração da elevação das artérias que se localizam próximas à superfície da pele. Quais são as características do Pulso? „ Frequência ou velocidade: número de batimentos por minuto. „ Ritmo: normalmente as contrações cardíacas ocorrem P ág in a1 3 13 em intervalo de tempo uniforme, resultando em ritmo regular. „ Qualidade: a força da pulsação percebida na palpação do pulso pode ser pontuada em escores que variam de zero a +4. Pulso (P), Respiração (R), Temperatura (T) e Pressão arterial (PA). Pontuação Qualidade 0 Sem pulso detectado. +1 Pulso fraco, filiforme, obliterado com a pressão. +2 Pulso difícil de palpar. +3 Pulso normal. +4 Pulso hiperativo, facilmente palpado. Fatores que afetam a frequência do pulso: idade, alterações do sistema nervoso autônomo e uso de determinados medicamentos. Como avaliar o Pulso? O pulso pode ser avaliado em qualquer lugar do corpo, desde que a artéria esteja próxima à superfície da pele e possa ser comprimida contra a estrutura subjacente, o músculo ou o osso. Os pulsos mais comumente examinados são: „ o temporal; „ o carotídeo; „ o braquial; „ o radial; „ o femoral; „ o poplíteo; e „ o pedioso. Quais são os passos para a devida avaliação do pulso? 1. Posicione a vítima com o antebraço sobre o tórax com o punho estendido. A posição relaxada permite a palpação mais fácil da artéria. 2. Coloque as pontas dos dedos – indicador e médio – ao longo do sulco na base do punho da vítima. 3. Pressione os seus dedos contra a artéria radial para obliterar o pulso e, depois, libere a pressão gradualmente para sentir as pulsações. 4. Avalie o pulso para regularidade e força e, depois, registre a frequência: no caso do pulso regular, conte durante 30 segundos e multiplique por dois; no pulso irregular, conte durante um minuto. Uma dica importante: palpe a artéria carótida na metade inferior do pescoço para evitar estimulação do seio carotídeo. Não palpe os pulsos carotídeos – direito e esquerdo – ao mesmo tempo, isso pode comprometer o fluxo sanguíneo cerebral. Termo empregado para resumir dois processos diferentes, porém correlatos: „ respiração interna; e „ respiração externa. A respiração deve incluir a avaliação: „ do P ág in a1 4 14 ritmo e da profundidade, que precisam ser regulares; „ da qualidade, que deve ser silenciosa, sem esforço; e; „ da frequência, ou seja, o número de movimentos respiratórios por minuto. A anormalidade geralmente se caracteriza por problemas relacionados ao esforço e ritmo respiratório. Agora que conhecemos um pouco sobre o funcionamento da respiração e do que ela é constituída, vejamos os fatores que a influenciam. Refere-se à utilização do oxigênio, à produção do gás carbônico e à troca desses gases entre as células e o sangue. Processo de captar oxigênio e eliminar gás carbônico do organismo. Quais são os fatores que afetam a respiração? Diversos fatores podem afetar a frequência, o ritmo e a profundidade da respiração. Conhecê-los permite a identificação do significado dessas alterações. São eles: „ idade; „ uso de determinados medicamentos; „ estresse; „ exercícios; „ altitude; „ sexo; „ posição corporal; e „ febre. Já sabemos quais são os fatores que interagem no funcionamento da respiração. Mas como podemos avaliar a respiração? Em primeiro lugar, a vítima não deve estar ciente de que o socorrista esteja avaliando sua respiração, pois isso pode levar à alteração dos padrões e da frequência respiratória. Para realizar a avaliação da respiração, o socorrista deve segurar o pulso da vítima como se a estivesse avaliando. Nas respirações superficiais – e de difícil detecção – conte-as enquanto observa a incisura esternal, onde os movimentos respiratórios ficam mais evidentes. O socorrista também pode colocar a sua mão sobre o tórax da vítima para detectar o movimento de elevação e descida do tórax. Nos homens, a respiração é menor por apresentarem maior capacidade pulmonar. A frequência da respiração aumenta para liberar o calor adicional. Antes de realizar a contagem do número de incursões respiratórias, o socorrista deve avaliar o ritmo e a qualidade da respiração. O procedimento é o seguinte: avalie a respiração para regularidade e força e, depois, registre a frequência: quando a respiração for regular, conte durante 30 segundos e multipliquepor dois. Quando a respiração for irregular, conte durante um minuto. Temperatura (T) A regulação da temperatura corporal requer a coordenação dos principais sistemas orgânicos. Para que a temperatura central permaneça normal, a produção de calor deve equivaler à perda de calor. Quais são os fatores que afetam a temperatura? Assim como na frequência respiratória, existe uma série de fatores que interferem na temperatura. São eles: „ idade: nos neonatos e nos idosos a P ág in a1 5 15 temperatura é menor; „ ambiente: pode aumentar ou diminuir a temperatura corporal; „ horário do dia: entre as 17 e 19 horas a temperatura encontra-se mais elevada, enquanto às 3 horas a temperatura corporal encontra-se diminuída; „ exercício: aumenta a produção de calor e a temperatura; „ estresse e hormônios: aumentam a temperatura. Pressão arterial (PA) É a medida da força que o sangue exerce contra as paredes das artérias. Produção de calor O calor é um subproduto das reações químicas conhecidas como metabolismo. Perda de calor O calor é perdido por meio de quatro processos: radiação, condução, convecção e evaporação. Quais são os fatores que afetam a PA? „ a idade: a PA aumenta gradualmente a partir da infância e se correlaciona com a altura, o peso e a idade. Nos idosos ocorre aumento gradual da PA e se deve à resistência vascular sistêmica aumentada; „ o Sistema Nervoso Autônomo Simpático aumenta a PA; „ o volume sanguíneo diminuído diminui a PA; „ o uso de determinados medicamentos pode causar hipotensão, como os diuréticos, narcóticos, entre outros. Dor A dor é uma sensação aguda ou crônica de desconforto individual resultante da resposta do sistema nervoso central a um estímulo externo ou interno no organismo. Está presente em diferentes distúrbios do organismo. Nas urgências/emergências é um dos sintomas mais relatado pela vítima, variando conforme: „ a intensidade e periodicidade; „ o tipo de injúria (trauma); „ o órgão afetado; „ a idade; „ o sexo; „ as patologias prévias; e „ o estado de consciência. A dor contribui para dimensionar as condições vividas pela vítima, orientando no exame secundário, além de servir para o estabelecimento de prioridade na abordagem. P ág in a1 6 16 Tamanho e reatividade das pupilas O exame das pupilas fornece informação quanto ao estado neurológico da vítima. Normalmente as pupilas são iguais, redondas e reagem à luz. As alterações a serem consideradas nas situações de urgência/emergência, excluindo-se o uso de medicações oculares e lesões prévias, são as seguintes: Midríase São pupilas dilatadas e não responsivas à luz. Podem estar associadas à arritmia cardíaca a injúria do Sistema Nervoso Central (SNC), com diminuição ou ausência de oxigenação cerebral, conhecida por hipóxia ou anóxia, respectivamente, ou com o uso de drogas. Miose São pupilas contraídas e que não respondem à luz. Podem ser causadas por doenças ou traumas do Sistema Nervoso Central ou pelo uso de drogas narcóticas. Cocaína, atropina e anfetaminas, dentre outras. Heroína e morfina, por exemplo. Anisocoria São pupilas desiguais e não responsivas à luz. Podem estar associadas ao acidente vascular cerebral ou derrame. A CENA PRÉ-HOSPITALAR E A BIOSSEGURANÇA Antes de iniciar o atendimento pré-hospitalar à vítima que tenha sofrido um mal-estar súbito de qualquer natureza, a prioridade é avaliar a cena, o que significa assegurar-se da segurança e da situação. A manipulação da vítima requer muita cautela. O atendimento pré-hospitalar é caracterizado pela possibilidade de exposição a vários riscos. O risco biológico é de maior relevância. O tamanho do risco depende do contato direto com os agentes biológicos sem a utilização de proteção necessária. Neste sentido, a biossegurança tem papel importante para a prevenção do contágio com patógenos, ou microrganismos, adquiridos pelo sangue. P ág in a1 7 17 Avaliar a cena, de acordo com o Prehospital Trauma Support Life (PHTLS, 2007), é condição importante para a segurança do socorrista e da vítima. Boa observação e percepção são ferramentas indispensáveis para avaliar a cena. Traumatismo de crânio e trauma ocular. Tenha uma impressão geral da cena e da situação antes de passar a fazer parte dela. A avaliação da cena inclui dois componentes principais, quais sejam: „ Segurança: verifique a segurança da cena, o atendimento da vítima deve aguardar até que a cena esteja segura. „ Situação: pergunte-se – o que está acontecendo? Tenho condições de ajudar? Que outro tipo de ajuda é necessário? BIOSSEGURANÇA Conforme Fiocruz (1996), biossegurança abrange o conjunto de ações voltadas para a prevenção, minimização ou eliminação de riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços. Riscos que podem comprometer a saúde do homem ou da qualidade dos trabalhos desenvolvidos. A experiência tem demonstrado que o socorrista frequentemente se expõe a situações que podem colocar em risco a sua vida. A biossegurança é um dos aspectos principais a ser considerado durante o atendimento de primeiros socorros. Por isso, é necessário: „ o bom senso; „ a obediência às normas sanitárias; e „ a utilização de equipamentos de proteção individual (EPIs). Abordaremos, a partir de agora, conteúdos referentes: „ ao processo de contaminação; „ às infecções causadas por vírus e bactérias; „ às principais doenças de risco para o socorrista; Normas de precaução padrão para reduzir a exposição às doenças infecciosas. Iniciemos com a seguinte pergunta: como ocorre o processo de contaminação? Para que o processo de contaminação aconteça, são necessários três componentes: 1. Agente: microrganismo capaz de causar infecção. P ág in a1 8 18 2. Hospedeiro: indivíduo infectado pelo agente, com ou sem a doença manifesta. 3. Meio de transmissão: modo como o agente é transmitido ao hospedeiro. A transmissão pode ser direta ou indireta. Como são causadas as infecções? As infecções podem ser causadas por vírus e/ou bactérias. Os microrganismos que causam infecção são chamados de patogênicos e podem ser encontrados nos fluídos corporais, como no sangue, nas secreções orais e de vias aéreas superiores – saliva e coriza – e daquelas secreções oriundas da tosse, do espirro e da respiração da vítima. Conforme o PHTLS (2007), nos casos de doenças adquiridas por patógenos do sangue, o tipo de exposição é chamado de monocutânea. Estas têm tipicamente menor probabilidade de causar transmissão e incluem a exposição do sangue à pele não íntegra – oral e conjuntiva ocular. Existem doenças consideradas de risco aos socorristas. De acordo com o PHTLS (2007), as principais doenças de risco relacionadas aos patógenos adquiridos pelo sangue são: Chamado de patógeno. Vírus Resfriados, hepatite, HIV. Bactérias Amigdalite, meningite, tuberculose. Com lesões, acnes ou mucosa. Hepatite Viral Embora diversos vírus da hepatite tenham sido identificados, o vírus da hepatite B e C são os que mais preocupam. A hepatite pode ser transmitida ao socorrista por meio de exposição monocutânea à pele não íntegra. „ HIV O HIV é transmitido essencialmente pelo sangue ou sêmen infectados, mas secreções vaginais e fluídos pericárdicos, peritoniais, pleurais, amnióticos e cefalorraquidianos podem ser considerados infectados. Lágrimas, urina, suor, fezes e saliva são considerados não infecciosos, a menos que haja a presença evidente de sangue nessas secreções. Entre as principais doenças de risco relacionadas com as secreções orais e de vias aéreas superiores estão a meningite e a tuberculose. Conforme o PHTLS (2007), não é possível identificar, de modo confiável, as vítimas que sejam ameaça potencial aos socorristas. Em função disso, foram desenvolvidas precauções padrãopara evitar que os socorristas entrem em contato direto com o sangue e/ou fluídos corporais da vítima. P ág in a1 9 19 Quais são essas precauções disponíveis à proteção do socorrista? Basicamente, são referentes ao uso de materiais adequados e descartáveis para a proteção contra as doenças de risco para o socorrista. Os EPIs ou Barreiras Físicas consistem em: „ luvas; „ máscaras faciais; „ proteção ocular; aventais; e „ máscara de fluxo unidirecional. Saliva e coriza e daquelas oriundas da tosse, do espirro e da respiração da vítima. Barreiras físicas ao sangue e fluídos corporais. O equipamento de proteção individual do socorrista deve consistir, pelo menos, de luvas, máscaras faciais e proteção ocular. Vejamos cada uma dessas proteções: Luva As luvas podem ser de látex, vinil ou outro material sintético e impermeável. As luvas devem ser utilizadas quando houver contato com a pele não íntegra, mucosas, tecidos ou órgãos, além de áreas contaminadas com sangue ou outros fluídos corporais. Antes de calçar as luvas, verifique suas mãos, observe a presença de lesões e proteja-as. Durante o atendimento à vítima é comum a ocorrência de perfurações nas luvas; examine-as periodicamente e troque-as sempre que necessário. Quando o atendimento à vítima durar mais de 30 minutos, troque as luvas. Não manuseie celular, canetas, nem qualquer outro equipamento com as mãos enluvadas e contaminadas por secreções corpóreas da vítima. Antes e após o uso das luvas, lave suas mãos. Luvas devem ser descartadas em local seguro após utilização. P ág in a2 0 20 Máscaras faciais Há dois tipos básicos de máscaras faciais, as cirúrgicas e a facial, com filtro de alta eficiência. Ao usar a máscara, lembre-se de colocá-la sobre a boca e o nariz, com as bordas superior e inferior ajustadas à face. Evite tossir, espirrar e falar enquanto você estiver usando a máscara. Caso a máscara fique úmida ou suja, ela deve ser trocada imediatamente e descartada em local seguro capaz de impedir a contaminação de outras pessoas. Proteção ocular A proteção ocular deve ser utilizada sempre que houver a possibilidade de respingos de gotículas de sangue ou outros líquidos corporais, pois esse equipamento protege a mucosa ocular contra os possíveis respingos. Ao usar os óculos de proteção, observe sua adaptação à face, inclusive nas laterais dos olhos. Após utilizados, os óculos devem ser lavados com água corrente e desinfetados com álcool a 70%. Vale ressaltar que óculos comuns não fornecem proteção lateral. Aventais Protegem a pele e as roupas do socorrista do contato com sangue ou outros líquidos corpóreos. Dever sem compridos, com mangas longas e punhos estreitos, e P ág in a2 1 21 trocados sempre que contaminados. Evite manipular a parte externa do avental após a retirada das luvas. Máscara de fluxo unidirecional É a máscara que deve ser adaptada à boca e ao nariz da vítima para realizar a ventilação, no caso de parada respiratória. Esse equipamento impede o contato do socorrista com secreções orais e respiratórias, durante a realização das ventilações, e, além disso, não permite que o ar exalado pela vítima entre em contato direto com o socorrista. Após o uso dos EPIs, primeiramente você deve retirar as luvas. Depois, lavar bem as mãos ou usar um antisséptico à base de álcool. Com as mãos lavadas, retire o protetor ocular, a máscara facial e, por último, o avental, evitando tocar na sua parte externa. Os antissépticos à base de álcool são úteis para evitar a transmissão de muitos agentes infecciosos, mas não são adequados quando as mãos estiverem sujas; entretanto, podem limpar e proporcionar um efeito protetor em situações de indisponibilidade da água corrente. Associada ao uso dos EPIs, a lavagem das mãos, é um princípio fundamental para o controle das infecções. As mãos devem ser lavadas com água e sabão sempre que ocorrer qualquer contaminação grosseira com sangue ou com os fluídos corporais. REANIMAÇÃO CARDIOPULMONAR P ág in a2 2 22 As diretrizes de 2010 da American Heart Association (AHA) para a reanimação cardiopulmonar (RCP) abordam, também, questões referentes ao Suporte Básico de Vida (SBV) enfrentadas por socorristas leigos. As antigas diretrizes da AHA, de 2005, enfatizavam a importância de compressões torácicas de alta qualidade, com frequência e profundidade adequadas, permitindo retorno total do tórax após cada compressão e com interrupção mínima nas compressões torácicas. Os estudos realizados antes de 2005 e entre 2005 e 2010 demonstraram que: „ a qualidade das compressões torácicas continua necessitando de melhoria; e „ a maioria das vítimas de parada cardiopulmonar súbita no ambiente extra hospitalar não recebe nenhuma manobra de RCP de pessoas presentes no local. As alterações recomendadas nas Diretrizes da AHA (2010) tentam dar conta dessas questões. Suas diretrizes aconselham uma alteração na sequência de procedimentos de SBV de A-B-C para C-A-B em adultos, crianças e bebês, com exceção dos recém-nascidos. Essa alteração exigirá treinamento que, conforme os autores das diretrizes, será recompensado pelos benefícios resultantes das alterações. A maioria das paradas cardiorrespiratórias (PCR) ocorre em adultos e as maiores taxas de sobrevivência envolvem vítimas de todas as faixas etárias cuja parada foi presenciada. Nessas vítimas, os elementos iniciais críticos de Suporte Básico de Vida (SBV) são as compressões torácicas e a desfibrilação precoce. Na sequência antiga de A-B-C, as compressões torácicas geralmente eram retardadas, porque o socorrista deveria, em primeiro lugar, abrir a via aérea para fazer a P ág in a2 3 23 respiração boca a boca, utilizando para a respiração uma máscara facial que serve como dispositivo de barreira. Com a alteração da sequência para C-A-B, as compressões torácicas iniciarão mais cedo e o atraso A-B-C Via aérea = A, respiração = B, compressões torácicas = C. C-A-B Compressões torácicas = C, via aérea = A, respiração = B. na ventilação será mínimo, isto é, somente o tempo necessário para aplicar o primeiro ciclo de 30 compressões torácicas, ou, aproximadamente, 18 segundos, quando dois socorristas estiverem presentes. A maioria das vítimas de PCR extra hospitalar não recebe nenhum atendimento das pessoas presentes. Uma das dificuldades está na sequência A-B-C, que começa com os procedimentos considerados como sendo os mais difíceis pelos socorristas, quais sejam: „ a abertura da via aérea; e „ a aplicação de ventilações. Essas alterações para a RCP foram planejadas para simplificar o treinamento de socorristas leigos e continuar enfatizando a necessidade de aplicar compressões torácicas o quanto antes em vítimas de PCR súbita. Começar com compressões torácicas pode encorajar mais socorristas a iniciar o atendimento no ambiente extra hospitalar, conforme escritos da AHA, 2010. REANIMAÇÃO CARDIOPULMONAR (RCP) DE ADULTO REALIZADA POR SOCORRISTA LEIGO A AHA 2010 recomenda que na presença de vítima em colapso súbito o socorrista deve chamar o serviço móvel de urgência imediatamente. Para prestar os atendimentos iniciais à vítima de parada cardiorrespiratória (PCR) no ambiente pré- hospitalar, é necessário que o socorrista saiba reconhecer os sinais de parada respiratória e inicie imediatamente o C-A-B = (compressão torácica), A (abertura de via aérea) e B (realização de respiração). Esse atendimento segue alguns passos básicos, como: o reconhecimento da PCR; as etapas da sequência da RCP; e „ a diferença na boa execução da RCP, conforme número de socorristas. Vejamos o primeiro deles: P ág in a2 4 24 O reconhecimento da PCR no adulto Esse tipo de reconhecimento consiste na confirmação dois fatores: „ inconsciência; e „ ausência de respiraçãoou respiração anormal. Se a pessoa que presenciou o colapso não tiver treinamento em RCP, ela deverá fazer somente as compressões torácicas na vítima adulta, com ênfase em “comprimir forte e rápido” no centro do tórax. Sabemos o que o socorrista deve fazer, mas até quando ele deve fazer a RCP somente com as mãos? Ele deve prosseguir: até a chegada e a preparação de um Desfibrilador Externo Automático (DEA) para uso; ou „ até que os profissionais do atendimento de urgência assumam o cuidado da vítima. A seguir, veremos, mais detalhadamente, as etapas da sequência da respiração cardiopulmonar. Sequência da RCP: C-A-B Iniciemos pela etapa C, que diz respeito ao primeiro passo, o das compressões torácicas: „ Etapa C – Compressões Torácicas Considerando que posicionar a cabeça da vítima e obter um selo, que é o contato boca a boca, para fazer a respiração ou com bolsa-válvula-máscara, sempre demora certo tempo, o socorrista deve iniciar imediatamente as compressões torácicas. O próximo passo é o da abertura das vias aéreas. Vejamos: „ Etapa A – Abertura de vias aéreas O socorrista deve abrir as vias aéreas e se preparar para aplicar respirações após a primeira série de 30 compressões torácicas. Para a realização da abertura das vias aéreas, o socorrista deve verificar a evidência ou a suspeita de trauma cervical. Na ausência de conhecimento sobre a possibilidade de trauma cervical, o socorrista deve atuar de forma preventiva como se o trauma existisse. Mas, afinal, há diferença entre o procedimento de abertura das vias aéreas quando há trauma e de quando não há? Sim! Vejamos esse procedimento quando não há trauma: Abertura de Vias Aéreas sem Trauma Posicionado lateralmente à vítima, na altura da sua cabeça, o socorrista coloca a mão dominante sobre a região frontal da cabeça da vítima e a inclina para trás, simultaneamente, e com a mão não dominante faz elevação do mento. Manobra de abertura das vias aéreas sem trauma P ág in a2 5 25 A manobra de abertura das vias aéreas sem trauma é desaconselhada para as vítimas de trauma, pois poderá resultar em comprometimento medular e em paralisia definitiva. Posicionado atrás da cabeça da vítima, o socorrista coloca as mãos em garra na região mandibular da vítima e realiza anteriorização mandibular, mantendo a região cervical imobilizada. Agora que o procedimento da abertura das vias aéreas foi efetuado corretamente, o próximo passo é o da respiração. Vejamos: „ Etapa B – Respiração Ao término do primeiro ciclo de compressões torácicas com as vias aéreas da vítima abertas, o socorrista deve realizar a respiração. Em síntese, se você for o socorrista, você deve iniciar a RCP com as 30 compressões torácicas, em vez de duas ventilações, para reduzir a demora na aplicação das primeiras compressões. Aprendemos sobre o significado da sequência da RCP, agora veremos como funciona o atendimento de acordo com o número de socorristas. Atendimento O Suporte Básico de Vida (SBV) na PCR pode ser feito com um ou dois socorristas. Como fazer a RCP com o socorrista atuando sozinho? A seguir, os passos desse atendimento: 1. Aproxime-se da vítima e ajoelhe-se lateralmente a ela. Sobreponha a região hipotênar - da mão direita, com os dedos entrecruzados e elevados, no centro do tórax sobre o esterno, entre os mamilos. 2. Inicie as manobras de compressão torácica, comprimindo o esterno para baixo por meio da utilização do peso do seu corpo, para que o tórax deprima 5 cm. 3. Após cada compressão torácica, a pressão sobre o tórax deve ser aliviada para permitir o retorno total do tórax. Ao término do primeiro ciclo de compressões torácicas, o socorrista deverá abrir a via aérea da vítima, colocar a máscara de fluxo unidirecional sobre a boca-narina da vítima, inspirar profundamente e soprar com força, durante aproximadamente um minuto – tempo suficiente para fazer o tórax elevar-se. Em seguida, o socorrista deverá retirar a sua boca do dispositivo para permitir a exalação do ar e repetir o procedimento uma segunda vez. O socorrista, atuando P ág in a2 6 26 sozinho, deve seguir alternando ciclos de 30 compressões torácicas para cada duas respirações. Como fazer a RCP com dois socorristas? O primeiro socorrista inicia as compressões torácicas conforme descrito anteriormente. O segundo socorrista abre a via aérea e se prepara para aplicar ventilações tão logo o primeiro socorrista complete uma série de 30 compressões torácicas. Ao término do primeiro ciclo de compressões torácicas, o segundo socorrista deverá abrir a via aérea da vítima, colocar a máscara de fluxo unidirecional sobre a boca-narina da vítima, inspirar profundamente e soprar com força, durante aproximadamente um minuto, o suficiente para fazer o tórax elevar-se. Em seguida o socorrista deverá retirar a sua boca do dispositivo para permitir a exalação do ar. Esse procedimento precisa ocorrer uma segunda vez, pois a vítima deverá receber duas ventilações. Os dois socorristas seguem alternando ciclos de 30 compressões torácicas para cada duas ventilações. Agora que conhecemos a diferença entre o procedimento realizado por um ou mais de um socorrista, vejamos como saber se esses procedimentos estão sendo bem realizados. Como saber se as manobras de RCP – compressão torácica e ventilações – estão sendo efetivas? A eficiência da ventilação deve ser comprovada com a presença de elevação torácica durante a realização da manobra. A eficiência da compressão torácica, por outro lado, deve ser comprovada com a palpação e presença de pulso carotídeo ou femoral durante a realização da manobra. Frequência de compressão torácica deve ser, no mínimo, de 100 por minuto. É sensato que os socorristas leigos realizem compressões torácicas a uma frequência mínima de 100 compressões por minuto. Na maioria dos estudos, a aplicação de mais compressões está associada a maiores taxas de sobrevivência, ao passo que a aplicação de menos compressões está associada à menor taxa de sobrevivência. A aplicação de compressões torácicas adequadas exige ênfase não somente na frequência adequada de compressões, mas também em minimizar interrupções a esse componente crítico da RCP. Além da frequência, devemos prestar atenção especial à profundidade das compressões torácicas. O esterno adulto deve ser comprimido em, no mínimo, 2 polegadas, o equivalente a 5 cm, conforme figura As compressões torácicas criam fluxo sanguíneo principalmente por aumentarem a pressão intratorácica e comprimirem diretamente o coração. P ág in a2 7 27 Compressões geram fornecimento de fluxo sanguíneo, oxigênio e energia, componentes críticos para o coração e para o cérebro na situação de PCR. Aprendemos um pouco sobre os procedimentos a serem realizados para a efetividade da RCP. Como o procedimento denominado “Ver, ouvir e sentir se há respiração” não é mais utilizado na reanimação cardiopulmonar, o socorrista deve, imediatamente, após a aplicação de 30 compressões torácicas, abrir a via aérea da vítima, colocar a máscara de fluxo unidirecional sobre a boca-narina da vítima e realizar as ventilações conforme descrição apresentada anteriormente. Todos os socorristas leigos treinados devem, no mínimo, aplicar compressões torácicas em vítimas de PCR. Além disso, se o socorrista leigo treinado puder realizar ventilações de resgate, as compressões e as ventilações devem ser aplicadas na relação de 30 compressões para cada duas ventilações. As taxas de sobrevivência às PCRs de causa cardíaca são similares para a RCP realizada somente com as mãos e a RCP realizada com compressões e ventilação de resgate. No entanto, para o socorrista leigo treinado e capaz, a recomendação é aplicar compressões e ventilações. A diminuição das interrupções nas compressões evita a ventilação excessiva. A parada cardiorrespiratóriana Pediatria ocorre mais frequentemente em crianças menores de um ano, em decorrência de: „ doenças respiratórias; „ obstrução de vias aéreas; „ síndrome de morte súbita; „ acidentes por submersão; „ infecções generalizadas; e „ doenças neurológicas. Os procedimentos para o atendimento de crianças são um pouco diferenciados. É o que veremos a seguir. Alteração na sequência da RCP Esta importante proposta de alteração, de aplicar compressões antes de ventilações (C-A-B) na sequência de RCP, suscitou debate entre os especialistas em ressuscitação pediátrica. Como a maioria das PCRs pediátricas é asfixia e não PCR primária súbita, tanto a intuição quanto os dados clínicos respaldam a necessidade de ventilações e compressões para a RCP pediátrica. (AHA, 2010). No entanto, PCRs pediátricas são bem menos comuns do que as PCRs súbitas em adultos e muitos socorristas nada fazem quando ficam inseguros ou confusos. A maioria das vítimas de PCR pediátrica não recebe nenhuma manobra de RCP dos socorristas presentes, ou seja, qualquer estratégia que aumente a probabilidade de ação pelas pessoas presentes pode salvar vidas. Por isso, houve a adaptação da P ág in a2 8 28 abordagem C-A-B para vítimas de todas as idades, com a esperança de aumentar a chance de execução que pessoas presentes executem a RCP. (AHA, 2010). C = compressão torácica; A = abertura de via aérea; B = realização de respiração. Assim como na RCP realizada em adultos, é necessário que o socorrista saiba reconhecer os sinais de parada respiratória e inicie imediatamente o C-A-B também na prestação de atendimentos iniciais à criança ou lactente em parada cardiorrespiratória (PCR), no ambiente pré-hospitalar. COMO FAZER O RECONHECIMENTO DA PCR NA PEDIATRIA? O reconhecimento da PCR na pediatria consiste na confirmação de: „ ausência de resposta do bebê ou da criança; „ ausência de respiração ou apenas com gasping: respiração entrecontada. A AHA (2010) recomenda menos ênfase na verificação de pulso, orientando que se preste atenção no seguinte: „ o bebê ou a criança está respondendo? „ está respirando? „ respira, mas apenas com gasping, ou seja, com a respiração entrecontada? Os profissionais de saúde poderão aguardar até 10 segundos na tentativa de sentir o pulso. Se, em 10 segundos, o atendente não sentir o pulso ou estiver inseguro quanto a isso, ele deve iniciar as compressões torácicas. Socorristas leigos não palpam pulso, iniciam compressão torácica imediatamente. Pode ser difícil determinar a presença ou ausência de pulso, especialmente em uma emergência/urgência. Estudos mostram que profissionais de saúde e socorristas leigos não conseguem detectar o pulso confiavelmente. Sequência da RCP: C-A-B = iniciar compressões torácicas antes das ventilações Braquial, em bebês (um mês a um ano); e carotídeo ou femoral, em crianças (um a oito anos). Teoricamente, a nova sequência deve retardar as ventilações de resgate em apenas 18 segundos, ou, ainda menos, se houver dois socorristas. Vejamos como é feito esse procedimento em bebês e crianças, seguindo as etapas C, A e B: „ Etapa C – Compressões torácicas P ág in a2 9 29 Iniciar a RCP em bebês e crianças com compressões torácicas em vez de ventilações de resgate. Etapa A – Abertura de vias aéreas O socorrista deve abrir as vias aéreas e se preparar para aplicar respirações após a primeira série de 30 compressões torácicas. Para a realização da abertura das vias aéreas, o socorrista deve verificar a evidência ou a suspeita de trauma cervical. Na ausência de conhecimento sobre a possibilidade de trauma cervical, o socorrista deve atuar de forma preventiva, como se o trauma existisse. Etapa B – Respiração Ao término do primeiro ciclo de compressões torácicas com a via aérea da vítima aberta, o socorrista deve realizar a respiração. Lembre-se: o procedimento “Ver, ouvir e sentir se há respiração” foi removido da sequência de avaliação da respiração, após a abertura da via aérea. Como fazer a RCP na Pediatria? Aproxime-se da criança e posicione-se de joelhos lateralmente a ela, na altura do tórax. Inicie as compressões torácicas, Manobras RCP (Compressão Torácica) Lactente (30 dias até um ano) Criança (um a oito anos) Local de Compressão Torácica Dois dedos abaixo da linha intermamilar – 1 socorrista Envolvimento do tórax com as duas mãos, colocando os dois polegares sobrepostos sobre o esterno imediatamente abaixo dos mamilos – dois socorristas Região hipotênar de uma das mãos no centro do peito sobre o esterno, entre os mamilos. Profundidade: um terço do diâmetro anteroposterior do tórax 4 cm 5 cm Frequência 100 CT/min 100 CT/min Relação CT/Ventilação Um socorrista = 30 CT/duas Ventilações Dois socorristas = 15 CT/duas Ventilações Um socorrista = 30 CT/Duas Ventilações Dois socorristas = 15 CT/duas Ventilações Após cada compressão torácica, a pressão sobre o tórax do lactente ou da criança deve ser aliviada para permitir o retorno total do tórax. Ao término do primeiro ciclo de compressões torácicas, o socorrista deverá: 1. Abrir a via aérea da vítima. 2. Colocar a máscara de fluxo unidirecional sobre a boca-narina da vítima. P ág in a3 0 30 3. Inspirar profundamente e soprar com força correspondente ao tamanho da criança, durante aproximadamente um minuto, o suficiente para fazer o tórax se elevar. 4. Em seguida, o socorrista deverá retirar a sua boca do dispositivo para permitir a exalação do ar. Esse procedimento deve ser feito uma segunda vez. A vítima deverá receber duas ventilações. Para a desfribilação e uso do DEA em bebês, a AHA (2010) recomenda: „ prefira o uso de um desfibrilador manual a um DEA para desfibrilação; „ se não houver um desfibrilador manual disponível, prefira um DEA equipado com um atenuador de carga pediátrico; „ se nenhum dos dois estiver disponível, use um DEA sem atenuador de carga pediátrico. As evidências que respaldam a segurança do uso de DEA em bebês são limitadas. Existe um último aspecto que vale a pena ser destacado antes da finalização desta Unidade e que diz respeito aos cuidados para que as vias aéreas não sejam obstruídas por algum corpo estranho. Obstrução por corpo estranho A obstrução de vias aéreas por corpo estranho deve ser suspeitada nas crianças com dificuldade respiratória de início súbito associada à tosse, náusea (enjôo), estridor (ruído barulhento) ou chiado no peito. Desfribilador Externo Automático. As infecções podem causar edema de vias aéreas superiores. A infecção pode ser suspeita de obstrução quando a criança apresenta: „ febre; „ congestão nasal; „ rouquidão; „ sialorreia ou aumento da produção de saliva; „ letargia ou relaxamento muscular; „ fraqueza. As tentativas de liberar vias aéreas devem ser consideradas quando a aspiração de um corpo estranho pela criança é presenciada ou fortemente suspeitada ou quando as vias aéreas permanecem obstruídas durante a tentativa de realizar as ventilações de resgate. Em primeiro lugar, a criança deve ser estimulada a tossir vigorosamente. A tentativa de desobstrução deve ser iniciada na evidência de obstrução completa: „ tosse sem som; „ aumento da dificuldade respiratória; e „ cianose ou pele arroxeada. No lactente, para a desobstrução de vias aéreas, é recomendada uma combinação de golpes no dorso e compressões torácicas. P ág in a3 1 31 Quando a criança, de um a oito anos, estiver consciente, a Manobra de Heimlich é realizada por meio de compreensões abdominais com a vítima de pé. Quando a criança estiver inconsciente, a mesma manobra é realizada; o que muda é a posição da criança, que deve estar deitada. Segue Não devemos, nunca, remover manualmente corpos estranhos, antes de visualizá-los. Às vezes, sem querer, podemos empurrá-los para dentro das vias aéreas aumentando ainda mais a obstrução. Agoravocê conhece os procedimentos para realizar o diagnóstico da vítima em parada cardiorrespiratória no adulto, no lactente e na criança e as manobras de suporte básico de vida no ambiente pré-hospitalar. Lembre-se: a sequência mudou para C-A-B, ou seja, as compressões torácicas iniciarão mais cedo e o atraso na ventilação será mínimo, isto é, somente o tempo necessário para aplicar o primeiro ciclo de 30 compressões torácicas, ou, aproximadamente, 18 segundos, quando dois socorristas estiverem presentes. Considerando que a maioria das vítimas de PCR extra-hospitalar não recebe nenhum atendimento das pessoas, em virtude da dificuldade na sequência A-B-C, que começa com os procedimentos que os socorristas acham mais difíceis de fazer – a abertura da via aérea e a aplicação de ventilações –, você é mais um leigo preparado para a nova sequência C-A-B e poderá salvar vidas. PRIMEIROS SOCORROS NO AMBIENTE PRÉ-HOSPITALAR Abordagem inicial à vítima de trauma O conteúdo desenvolvido nesta seção tem como referência o PHTLS (Pre-Hospital Trauma Life Support) (2007) que trata e discute, de forma sucinta, aspectos importantes do atendimento inicial à vítima de trauma, enfatizando os princípios que fazem a diferença nesse tipo de atendimento, a saber: „ o estabelecimento de prioridade; „ a realização da avaliação inicial e a impressão geral da vítima; „ a realização do exame da vítima, obedecendo as etapas ABCDE. Você sabe o que significam as siglas ABCDE? A – atendimento das vias aéreas e imobilização da coluna cervical; B – respiração (ventilação); P ág in a3 2 32 C – circulação e sangramento; D – avaliação neurológica; e E – exposição para exame físico e proteção do ambiente. Para apresentar esse tema, O PHTLS toma por base o ATLS, o que significa Advanced Trauma Life Support. A avaliação da vítima de trauma é fundamental para o atendimento adequado, por ser considerada a base para as decisões sobre o que fazer e o que não fazer no ambiente pré hospitalar. Antes de qualquer coisa, precisamos determinar a situação da vítima. Na determinação de situações de risco de vida, o processo de RCP deve ser iniciado o mais rápido possível. O conhecimento dos valores dos sinais vitais serve de parâmetros para reavaliações posteriores e é imprescindível para o sucesso do atendimento. Todas as avaliações e tratamentos devem ser realizados com rapidez e eficiência, pois vítima grave só pode permanecer no local do trauma enquanto é estabilizada para a remoção. Vamos estabelecer, portanto, quais são as prioridades dadas ao atendimento. 1. Avaliar a cena. Em primeiro lugar, o socorrista deverá avaliar a cena. O socorrista deve ter em mente quais são suas prioridades ao chegar no ambiente do acidente; a primeira delas consiste do estabelecimento da segurança e da natureza da situação, antes do início da avaliação individual da(s) vítima(s). Na avaliação/dimensionamento da cena, o socorrista inicia o processo de coleta de informações: „ avaliando o local; „ observando familiares e testemunhas; e „ obtendo uma impressão geral antes de se aproximar da(s) vítima(s). Dois componentes estão incluídos nessa avaliação: segurança e situação. Quando a cena estiver oferecendo riscos, o socorrista deve manter-se afastado até que equipes apropriadas tenham garantido a segurança da equipe e da(s) vítima(s). O socorrista deve retirar qualquer vítima em situação perigosa para uma área segura antes de iniciar a avaliação e o tratamento. Devem ser avaliados todos os perigos/riscos possíveis. Vejamos exemplos de perigos ou riscos: fogo, linhas elétricas caídas, explosivos, materiais contaminantes, incluindo sangue ou fluidos corporais, tráfego de veículos, armas (revólveres, facas) ou condições ambientais inadequadas. P ág in a3 3 33 Situação O socorrista deve fazer várias perguntas a si mesmo e aos que compõem a cena para ajudar nesta abordagem. As perguntas são do tipo: „ O que realmente aconteceu aqui? „ Qual foi o mecanismo de trauma (biomecânica) e que forças e energias provocaram as lesões na(s) vítima(s)? „ Quantas pessoas estão envolvidas e quais são as suas idades estimadas? „ É necessária ambulância? „ São necessários outros recursos ou pessoal? „ Será usado equipamento especial para salvamento ou retirada de ferragens? „ A vítima necessitará de transporte aéreo? Depois da avaliação da cena, é necessário realizar a avaliação inicial. Vamos ver como ocorre esse procedimento? Polícia, bombeiros, companhia elétrica, entre outros. Avaliar a(s) vítima(s) Inicialmente, o socorrista deve assegurar o atendimento às vítimas nas condições: „ que possam resultar em perda de vida, falta de oxigenação; „ que possam resultar em perda dos membros, e finalmente as condições; „ que não ameaçam a vida ou a perda de membros. Avaliação inicial e impressão geral Na vítima traumatizada, a prioridade máxima é a identificação e o conhecimento rápido de condições com risco de morte. Mais de 90% das vítimas traumatizadas têm somente ferimentos simples, envolvendo apenas um sistema. Para essas vítimas, há tempo para fazer tanto o exame primário quanto o secundário. Para vítimas traumatizadas graves, o socorrista precisa direcionar-se para avaliação, começando a reanimação e o transporte ao hospital o mais rápido possível. Impressão Geral O exame primário começa com uma visão simultânea ou global do estado respiratório, circulatório e neurológico da vítima, para identificar quaisquer problemas externos significativos óbvios, com respeito: „ à oxigenação; „ à circulação; „ à hemorragia; ou „ às deformidades flagrantes. Por exemplo, uma fratura isolada de um membro. Como obter a impressão geral? O socorrista, ao abordar a vítima, observará o seguinte: „ ela está respirando adequadamente? „ está acordada ou sem resposta? „ consegue se sustentar? „ apresenta movimentação corporal espontânea? Uma verificação rápida do pulso P ág in a3 4 34 permitirá avaliar a presença, a qualidade e a frequência da atividade circulatória. O socorrista pode ter uma boa orientação sobre o acontecimento por meio de duas perguntas: “O que aconteceu?” e “Onde aconteceu?”. O socorrista pode sentir, simultaneamente, a temperatura e umidade da pele e perguntar à vítima “o que aconteceu?”. A resposta verbal indica o estado geral e possibilita avaliar as condições em que a vítima se encontra. “Onde aconteceu o incidente?” é a pergunta de seguimento que o socorrista deve fazer enquanto verifica a cor da pele e o enchimento capilar da vítima. Depois disso, deve-se realizar um rápido exame cefálo-caudal, com as duas mãos, procurando por sinais de sangramento e deformidades. Num período que varia de 15 a 30 segundos, o socorrista terá uma impressão geral da condição global da vítima. Uma vez determinada a impressão geral, os exames primário e secundário devem ser realizados, a menos que haja uma complicação que exija mais cuidados ou avaliação específica. O Exame Primário e Secundário, bem como a ordem de prioridades para um atendimento ideal à vítima de trauma, deve seguir o ABCDE, apresentado nas etapas seguintes: Das vias aéreas, da respiração e do estado neurológico. Da cabeça à coluna vertebral. Etapa A – Vias aéreas e imobilização da coluna cervical As vias aéreas devem ser rapidamente verificadas para assegurar que estão abertas e limpas (permeáveis) e que não existe perigo de obstrução. Se as vias aéreas estiverem obstruídas, por relaxamento da base da língua sobre a hipofaringe ou por corpos estranhos, terão de ser abertas através de método manual: „ imobilização da coluna cervical e levantamento do queixo ou tração da mandíbula. Se necessário fazer: „ retirada de sangue, secreções ou corpos estranhos. Leve em consideração o fato de que, numa vítima com trauma do tórax, a realização de manobras de compressão,para retirada de corpos estanhos, deve ser realizada com cautela após a impressão geral para evitar complicações. Quando realizar o procedimento da abertura das vias aéreas, tenha cuidado com a coluna cervical, pois o movimento excessivo pode tanto causar quanto agravar lesões neurológicas. Uma vez que o socorrista tenha imobilizado o pescoço da vítima manualmente, ou com o uso do colar, deverá, então, imobilizar toda a coluna vertebral da vítima, alinhando todo o corpo. Esse procedimento será mais efetivo com o uso de uma prancha rígida. P ág in a3 5 35 Etapa B – Respiração (ventilação) Na presença de via aérea pérvia, a qualidade e a profundidade da ventilação da vítima devem ser avaliadas, de acordo com os seguintes passos: „ Verifique se a vítima está respirando. „ Na presença de respiração, observe a elevação do tórax. „ Verifique o ritmo e a frequência respiratória. „ Se a vítima estiver consciente, observe se ela consegue falar uma frase inteira sem dificuldade. Etapa C – Circulação e Sangramento Nesta etapa, é decisivo avaliar o comprometimento ou a falência do sistema circulatório, por isso o socorrista deve identificar e controlar a hemorragia externa. A avaliação geral do estado circulatório da vítima é realizada verificando-se: „ a presença e a regularidade do pulso; „ a coloração, temperatura e umidade da pele; e „ o tempo de enchimento capilar. O tempo de enchimento capilar é realizado pressionando-se o leito ungueal. Esse procedimento remove o sangue do leito dos capilares visíveis, assim como a taxa de retorno. É uma ferramenta útil para estimar o fluxo sanguíneo por meio dessa parte mais distal da circulação. Tempo de enchimento capilar maior de dois segundos indica que os leitos capilares não estão recebendo sangue de modo adequado. Como é feita essa classificação? São três os tipos de sangramentos: o capilar, o venoso e o arterial. Vejamos um pouco mais sobre cada um deles: Sangramento capilar Causado por lesão de pequenos vasos sanguíneos, localizados imediatamente abaixo da superfície da pele. Em geral o sangramento capilar terá diminuído, ou mesmo cessado, antes da chegada da equipe pré-hospitalar no local do acidente. Sangramento venoso Provém de camadas mais profundas do tecido. O sangue é vermelho escuro, e em geral é controlado mediante uma pressão direta moderada no local. Geralmente não ameaça a vida, a não ser que a lesão seja grave ou o sangramento não seja controlado. Sangramento arterial. Causado por lesão a uma artéria. Esse é o sangramento mais importante e, também, o mais difícil de ser controlado. É caracterizado por um sangue vermelho vivo que jorra da ferida. Mesmo uma ferida perfurante P ág in a3 6 36 pequena pode produzir uma hemorragia que ameace a vida, quando atingir uma artéria de grosso calibre. Como fazer o controle da hemorragia externa? A hemorragia externa pode ser controlada de acordo com as seguintes etapas, utilizadas em ordem sequencial: 1. Pressão direta O controle do sangramento deve ser feito com aplicação de pressão no local do sangramento. A pressão manual pode ser realizada no momento da colocação de gazes, ou compressas, diretamente sobre a lesão. Aplicar pressão exige dedicação do socorrista, por isso pode ser improvisado um curativo compressivo a partir da utilização de uma faixa sobre as gazes ou compressas. 2. Torniquetes São eficazes no controle do sangramento e devem ser utilizados caso a pressão direta ou o curativo compressivo não foram eficazes no controle da hemorragia. Como o torniquete é feito? » Envolva faixas largas de pano no membro afetado logo acima do ferimento; » Faça um meio nó e coloque um pedaço de madeira; » Dê um nó completo e torça o pedaço de madeira até parar a hemorragia; » Amarre o local e anote o horário; » Afrouxe a cada 10 minutos. O controle de hemorragia é uma prioridade. O controle rápido da perda de sangue é um dos objetivos mais importantes no tratamento de uma vítima traumatizada. O exame primário não pode seguir adiante se o sangramento não estiver controlado. Após a avaliação e correção das vias aéreas, respiração e circulação, o socorrista deve seguir com a avaliação da função cerebral. Etapa D – Avaliação neurológica Nesta etapa, realizar a avaliação da função cerebral, com o objetivo de determinar o nível de consciência da vítima e inferir a presença de hipóxia. Uma vítima agressiva, combativa ou não cooperativa poderá estar com hipóxia ou intoxicada. Durante o exame, o socorrista deve determinar, a partir do histórico, P ág in a3 7 37 em que momento a vítima perdeu a consciência, se existem substâncias tóxicas envolvidas, bem como condições pré-existentes que possam ter produzido a diminuição do nível de consciência ou o comportamento anormal. A diminuição da consciência deve alertar o socorrista para quatro possibilidades: „ oxigenação cerebral diminuída; „ lesão do Sistema Nervoso Central (SNC); intoxicação por drogas, entre elas o álcool; e „ distúrbio metabólico, como na diabetes e na convulsão. O nível de consciência da vítima pode também ser avaliado aplicando-se primeiramente o AVDI. Também, a escala de coma de Glasgow (ECG) é uma ferramenta utilizada para determinar o nível de consciência. Quando há pouca oxigenação no cérebro. A ECG é dividida em três níveis: „ resposta verbal; „ abertura ocular; e „ resposta motora. Como é utilizada a ECG? O socorrista pontua a vítima, conforme escores estipulados na tabela e de acordo com a sua melhor resposta em cada um dos itens avaliados. A resposta verbal pode ser avaliada utilizando-se o seguinte questionamento: o que aconteceu com você? Se a vítima estiver orientada, responderá coerentemente e receberá pontuação 5. Se estiver apresentando confusão mental, receberá pontuação 4 e assim sucessivamente. No caso de não resposta por parte da vítima, a pontuação será de 1. Para avaliar a abertura ocular, o socorrista deve observar, em primeiro lugar, se a abertura é palpebral espontânea. Nesse caso, a pontuação é 4. Se a abertura não for espontânea, o socorrista pode solicitar à vítima abrir os olhos ou, ainda, fazer um estímulo doloroso e observar a sua resposta. Finalmente, para avaliar a resposta motora, o socorrista deve conferir se a vítima obedece ao comando verbal, consegue localizar um estímulo doloroso, apresenta postura de extensão/ flexão dos membros superiores ou inferiores anormais ou não apresenta resposta motora. Finalizada a Etapa D, seguimos à Etapa E: Etapa E – Exposição para exame físico e proteção do ambiente Esta etapa trata de realizar a exposição da vítima, procedimento fundamental para identificar todas as possíveis lesões. Com a retirada das vestimentas, a P ág in a3 8 38 vítima deve ser protegida, conservando o calor corporal, pois a hipotermia é um problema grave no traumatizado. A seguir apresentaremos um roteiro que serve de guia para a realização da avaliação secundária. Cabeça O exame visual e a palpação da cabeça e da face podem revelar lesões, hemorragia, defeitos nos ossos da face e do couro cabeludo e/ou anormalidades nos olhos, nas pálpebras, no pavilhão auricular e nariz. Esse é o momento para identificar a presença de sangramento ou a drenagem de líquor e/ou outros sinais de lesões/ fraturas com deformidades e edemas. Também Ocorre quando as temperaturas ficam abaixo de 36-36,5 ºC. Líquido transparente com brilho. É importante observar as pupilas para verificar a reatividade à luz, o tamanho e a simetria. „ Pescoço O exame visual do pescoço pode identificar contusões, abrasões, lacerações e outras deformidades. A palpação pode revelar enfisema subcutâneo. A ausência de dor na coluna cervical pode ajudar a descartar fraturas cervicais, enquanto dor à palpação sugere a presença de lesões. Você deverárealizar a palpação, com as duas mãos simultaneamente, com cuidado, tendo certeza de que o pescoço permaneça em posição anatômica, com uma leve curvatura. „ Tórax O exame visual pode identificar deformidades, contusões, abrasões, ferimentos penetrantes. O socorrista deve ficar atento: uma pequena área de fratura pode indicar uma contusão pulmonar grave. A palpação do tórax pode, também, mostrar deformidades e presença de enfisema subcutâneo. Abdome Procure observar feridas penetrantes, equimoses e eviscerações. Ferimentos na pele podem ser indicativos para a possibilidade de lesões próximas. A área abdominal, junto à cicatriz umbilical, deve ser examinada cuidadosamente à procura de uma contusão, ferimento resultante da ruptura de vasos sanguíneos com acúmulo de sangue sob a epiderme, resultante do posicionamento incorreto P ág in a3 9 39 do cinto de segurança. O exame do abdome também inclui palpação de cada quadrante para verificar se a dor está presente e há posição de defesa do músculo abdominal. Presença de ar no tecido subcutâneo. Ar embaixo da pele. Equimoses Pontos arroxeados. Eviscerações Saída das vísceras para o meio externo. „ Pelve Procure lesões e sinais de fraturas. Fraturas pélvicas podem produzir hemorragia interna maciça, resultando gravidade à condição da vítima. A pelve deve ser palpada uma só vez, à procura de instabilidade, durante o exame secundário. A palpação pode agravar a hemorragia, por isso esta etapa do exame não deve ser repetida. A palpação da pelve é realizada com pressão suave ântero-posterior. A sínfise púbica também é palpada. Avaliar a dor e o movimento anormal. Deve-se suspeitar de hemorragia se alguma evidência de instabilidade óssea for encontrada. „ Extremidades Iniciar da clavícula, na extremidade superior, e da pelve, na extremidade inferior, e prosseguir em direção à porção mais distal de cada membro. Observar presença de deformidade, hemorragias ou equimose, e realizar palpação para determinar presença de crepitação óssea; neste caso, geralmente a dor e a sensibilidade estão presentes. Na suspeita de fratura, realize a imobilização, após verificar pulsos, temperatura, sensibilidade e coloração das extremidades. „ Dorso Realize o exame quando a vítima for colocada na posição lateral, durante o rolamento para a prancha rígida, por meio da palpação da coluna vertebral para identificar sensibilidade e deformidades. No caso de instabilidade circulatória, a Etapa E pode ser realizada durante o Transporte da vítima para a Emergência P ág in a4 0 40 Hospitalar. De cima para baixo e latero-lateral. Membros superiores e inferiores. Ruído característico na presença de fratura. ABORDAGEM INICIAL À VÍTIMA DE QUEIMADURAS As queimaduras, conforme Silveira et al. (2004), são lesões que podem levar à: „ desfiguração; „ incapacidade; e „ morte. De acordo com Ronald et al. (2007), os avanços no manejo de queimaduras nas últimas três décadas vêm contribuindo com a melhora da sobrevida e a redução de morbidade nas vítimas de grandes queimaduras. Por isso, com a evolução no cuidado aos queimados surgiu a necessidade de investimentos no atendimento pré-hospitalar, além de outras áreas. Exemplos dessas outras áreas são o transporte e o atendimento de emergência. Os serviços de atendimento pré-hospitalar usam protocolos para padronizar o atendimento. Assim, a vítima de queimadura é avaliada como uma vítima de trauma, sendo a queimadura abordada no momento adequado, conforme Silveira et al. (2004). Cena No atendimento pré-hospitalar, de acordo com o PHTLS (2007), é imperativo avaliar o local para assegurar que a cena esteja segura e considerar cuidadosamente a natureza exata da situação, garantindo a segurança do socorrista, no que diz respeito a lesões e intoxicações, e definindo a necessidade de remoção imediata da vítima da cena. Para Silveira et al. (2004), a cena precisa estar segura para que haja o atendimento no local. Caso a cena não esteja segura, é preciso torná-la segura ou remover a vítima para um local seguro. Essa medida visa à segurança tanto da vítima como dos socorristas envolvidos com o atendimento. Ao cuidar de vítimas com queimaduras elétricas, certifique-se de que a fonte de eletricidade tenha sido desligada. Além disso, no caso de queimaduras químicas, o contato com o produto pode causar queimaduras até mesmo no socorrista. Biossegurança P ág in a4 1 41 Além da segurança requerida na cena, os socorristas necessitam usar EPIs: (Equipamentos de Proteção Individual) Barreiras físicas para impedir contágios a partir de fluídos corporais. Além dos equipamentos de barreira, o uso e treinamento para EPIs de nível B são essenciais para a garantia da segurança do socorrista. (PHTLS, 2007). A primeira medida a ser realizada em cena com fogo é o uso de Jato neblinado. Apesar de não apagar o fogo, o Jato diminui a temperatura local, que pode variar de 600 a 1000 graus centígrados. Avaliação primária em vítimas de queimaduras A avaliação primária de uma vítima na cena, de acordo com o PHTLS (2007), tem por meta avaliar e tratar imediatamente os problemas com risco de vida em ordem de prioridade. A abordagem inicial da vítima de queimaduras é semelhante àquela destinada à vítima de trauma com atenção voltada para as mesmas etapas – ABCDE. Vejamos quais são as especificidades nesse caso: „ Etapa A A prioridade inicial no atendimento à vítima de queimadura é a manutenção da permeabilidade das vias aéreas. No caso da queimadura ter resultado de uma explosão ou de um acidente com desaceleração, existe a possibilidade de uma lesão medular. Por isso, a adequada estabilização da coluna cervical deve ser realizada por todos os meios necessários, incluindo um colar cervical Luvas, máscaras faciais, proteção ocular, aventais etc. Consiste de roupas de proteção contra respingos, resistentes a substâncias químicas e fontes autônomas de respiração. A exposição a gases aquecidos e fumaça da combustão de materiais geralmente causa danos ao aparelho respiratório. No caso de calor direto nas vias aéreas, a vítima evolui com edema acima das cordas vocais e obstrução das vias aéreas. A rouquidão progressiva é um sinal de obstrução iminente e de parada respiratória. Por isso, fique atento a esse sinal. Vítimas de queimaduras que se apresentarem inconscientes, com dificuldade respiratória aguda e queimaduras no rosto ou pescoço, necessitam de ventilação assistida com oxigênio a 100% umidificado. Nesses casos, é imprescindível o atendimento de suporte avançado de vida, o mais rápido possível: providencie transporte imediato para vítimas nessas condições. Etapa B P ág in a4 2 42 Em decorrência de queimaduras circunferenciais na parede torácica, pode ocorrer diminuição da expansão pulmonar e dificuldade de respiração. Por isso, a indicação de um procedimento cirúrgico, chamado escarotomia, se faz necessário para o restabelecimento da ventilação. Outras causas de comprometimento respiratório são as fraturas de costelas e os ferimentos abertos na região do tórax. Essas também são situações que requerem procedimentos invasivos para o restabelecimento da ventilação, por isso a vítima deve ser transferida para um serviço de emergência o mais rápido possível. A exposição do tórax facilita a avaliação da respiração, o que pode ser uma medida indireta das trocas ventilatórias. Ventilação prejudicada e má oxigenação também podem estar relacionadas à inalação de fumaça e/ou intoxicação por monóxido de carbono. Na evidência de situações dessa natureza, está indicada a oferta de Uma incisão cirúrgica através das escaras que possibilita a expansão dos tecidos profundos e descompressão de estruturas vasculares comprimidas e/ou ocluídas. A transferência imediata para o atendimento de
Compartilhar