Buscar

9788595029323_Amostra

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Política Nacional de 
Humanização
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Reconhecer os princípios da Política Nacional de Humanização.
 � Identificar a relação entre a Política Nacional de Humanização e a 
atuação do profissional da estética.
 � Discutir aspectos da humanização relacionados à estética. 
Introdução
O conceito de humanização na saúde norteia as práticas na área, a fim 
de proporcionar melhores condições de trabalho para os profissionais 
da saúde e para os seus pacientes. Esse movimento busca um aprimora-
mento ético das relações profissionais e uma maior participação política 
na busca do atendimento das reivindicações da área. Visando a atender a 
esses objetivos, em 2003, foi criada a Política Nacional de Humanização, 
apresentando aspectos importantes que norteiam também a atuação 
profissional na estética como agente promotor da saúde. 
Neste capítulo, você conhecerá os princípios da Política Nacional de 
Humanização, sua aplicação e os aspectos de humanização importantes 
na área da estética. 
 Princípios da Política Nacional de Humanização
A Política Nacional de Humanização (PNH) foi criada em 2003 (BRASIL, 2019) 
para concretizar os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS) no cotidiano das 
práticas de atenção e gestão, qualificando a saúde pública no Brasil e incentivando 
U N I D A D E 1
a realização de trocas de forma solidária entre gestores, trabalhadores e usuários 
desse sistema, bem como a construção de processos coletivos de enfrentamento 
de relações de poder, trabalho e afeto, que, muitas vezes, produzem atitudes e 
práticas desumanizadoras, fatores inibidores de autonomia e corresponsabilidade 
dos profissionais de saúde em seu trabalho e dos usuários no cuidado de si. 
De forma simples, a Política Nacional de Humanização, também conhecida 
como HumanizaSUS, defende a inclusão de trabalhadores, usuários e gestores 
na produção e na gestão do cuidado e dos processos de trabalho (BRASIL, 
2019). Nesse contexto, é necessário que você entenda primeiramente que 
humanizar se manifesta como inclusão das diferenças nos processos de gestão 
e de cuidado por meio de mudanças construídas não por uma pessoa ou grupo 
isolado, mas sim de forma coletiva e compartilhada. Ou seja, é necessário 
incluir todas as pessoas envolvidas direta ou indiretamente no processo para 
desenvolver novos modos de cuidar e novas formas de organizar o trabalho. 
Além disso, a humanização do SUS permeia o mapeamento e a interação 
com as demandas sociais, coletivas e subjetivas de saúde; o reconhecimento da 
diversidade do povo brasileiro e a entrega a todos da mesma atenção à saúde, 
sem distinção de idade, raça/cor, origem, gênero e orientação sexual; proposta de 
um trabalho coletivo para que o SUS seja mais acolhedor, mais ágil e mais reso-
lutivo; compromisso com a qualificação do ambiente, melhorando as condições 
de trabalho e de atendimento; compromisso com a articulação dos processos de 
formação com os serviços e as práticas de saúde; e, por fim, a luta por um SUS 
mais humano, construído com a participação de todos e comprometido com a 
qualidade dos seus serviços e com a saúde integral para todos e qualquer um.
A PNH foi estruturada a partir de princípios, métodos, diretrizes e dispo-
sitivos (BRASIL, 2019), partindo-se de um conceito de humanização centrado 
em três pilares: ética, estética e política. Busca-se, assim, essa associação 
para singularizar as experiências humanas, em vez de generalizá-las, por meio 
de um compromisso social e político agregado à realidade, a partir da escuta 
das diferenças entre os sujeitos.
O princípio abrange a causa ou força à ação, acionando um determinado 
movimento no plano das políticas públicas. Como método, caracteriza-se 
como a condução de um processo ou o seu modo de caminhar (meta = fim; 
hodos = caminho). Quanto às diretrizes, determinam as orientações gerais de 
determinada política. E, por dispositivos, percebe-se a atualização das dire-
trizes de uma política em ações visando à melhora nos processos de trabalho.
Entendendo os três pilares, podemos dizer que cada um deles está rela-
cionado a diferentes aspectos sociais, como apresentados a seguir, de acordo 
com Verdi, Finkler e Matias (2015).
Política Nacional de Humanização14
 � Ética: compromisso de reconhecimento do outro, acolhendo-o em 
suas diferenças, dores, alegrias, modos de ver, sentir e estar na vida.
 � Estética: invenção de estratégias, nas relações e no cotidiano, signifi-
cando a vida e o viver na construção da própria humanidade.
 � Política: compromisso coletivo em envolver-se no contexto de saúde.
Assim, a dimensão ética é assinalada pela escuta e a transformação que pro-
voca em cada pessoa, permitindo outros modos de ser, os quais são conectados 
com a afirmação da vida como multiplicidade e abertura para diálogo e mudança 
de atitudes. Já a dimensão estética é aplicada na invenção de diferentes modos 
de fazer, determinando novas formas de subjetivação, em um compromisso com 
o movimento contínuo e com o fluxo criativo. Nesse contexto, a vida é apreen-
dida como “obra de arte”, na reinvenção do ser, do estar e do sentir, maneiras 
mais efetivas de se produzir saúde. A dimensão política problematiza e critica a 
realidade, é vislumbrada nas relações de poder e na democratização institucional, 
a partir do princípio de protagonismo dos diferentes sujeitos da própria PNH.
O paradigma científico retrata a produção de conhecimento e a formação em 
saúde, desafios enfrentados pela PNH, desde o entendimento de sua proposta 
até sua efetivação no SUS. Nesse campo, incluem-se os esforços na formação 
de apoiadores institucionais (MARTINS, 2001). 
Assim, na PNH, há três princípios a partir dos quais se desdobra enquanto 
política pública de saúde, conforme listados a seguir.
 � Transversalidade ao reconhecer que as diferentes especialidades e 
práticas de saúde podem conversar com a experiência daquele que 
é assistido e, juntos, esses saberes produzam a saúde de forma mais 
corresponsável. Esse princípio permite a transformação das relações 
de trabalho a partir da ampliação do grau de contato e da comunicação 
entre as pessoas e os grupos, minimizando o isolamento e as relações 
de poder hierarquizadas (BRASIL, 2019).
 � Indissociabilidade entre atenção e gestão — trabalhadores e usuários 
participam ativamente do processo de tomada de decisão nas organizações 
de saúde e nas ações de saúde coletiva. O cuidado e a assistência em saúde 
não se restringem às responsabilidades da equipe de saúde, pois o usuário 
e sua rede sociofamiliar devem também se responsabilizar pelo cuidado 
de si nos tratamentos, assumindo posição protagonista com relação à sua 
saúde e à daqueles que lhes são caros. Com isso, é possível determinar 
a alteração dos modos de cuidar inseparáveis da alteração dos modos 
de gerir e de se apropriar do trabalho; a inseparabilidade entre clínica e 
15Política Nacional de Humanização
política, entre produção de saúde e produção de sujeitos; a integralidade 
do cuidado e a integração dos processos de trabalho (BRASIL, 2019). 
 � Protagonismo, corresponsabilidade e autonomia dos sujeitos e dos cole-
tivos — gestão e atenção construídas com a ampliação da autonomia e 
da vontade das pessoas envolvidas, que compartilham responsabilidades. 
Assim, os usuários não são só pacientes e os trabalhadores não só 
cumprem ordens, o que faz as mudanças ocorrerem de acordo com o 
reconhecimento do papel de cada um, reforçando o trabalhar na produção 
de si e na produção do mundo, das diferentes realidades sociais, ou 
seja, econômicas, políticas, institucionais e culturais (BRASIL, 2019). 
Então, é possível perceber, por meio dessas diretrizes, que um SUS huma-
nizado reconhece cada pessoa como legítima cidadã de direitos, valorizando e 
incentivando sua atuação na produção de saúde. Como diretrizes, estabelece-se:
 � acolhimento;
 � gestão participativa e cogestão;
 � ambiência;� clínica ampliada e compartilhada;
 � valorização do trabalhador;
 � defesa dos direitos dos usuários. 
Os métodos da PNH, por sua vez, buscam a inclusão nos processos de 
produção de saúde e de seus diferentes agentes, caracterizando um “método 
de tríplice inclusão” (HECKERT; NEVES, 2010):
 � inclusão dos diferentes sujeitos (gestores, trabalhadores e usuários) — 
produção de autonomia, protagonismo e corresponsabilidade;
 � inclusão dos analisadores sociais ou dos fenômenos que desestabilizam 
os modelos tradicionais de atenção e de gestão, acolhendo e potencia-
lizando os processos de mudança;
 � inclusão do coletivo, seja como movimento social organizado, seja como 
experiência singular sensível (mudança dos perceptos e dos afetos) dos 
trabalhadores de saúde quando em trabalho em grupo.
No caso das diretrizes da PNH, o método da inclusão destaca: clínica 
ampliada, cogestão, acolhimento, valorização do trabalho e do trabalhador, 
defesa dos direitos do usuário, fomento das grupalidades, dos coletivos e das 
redes e a construção da memória do SUS que dá certo.
Política Nacional de Humanização16
Como dispositivos, envolvendo coletivos e visando a propiciar as mudanças 
nos modelos de atenção e de gestão, foram criados grupos, setores e projetos, 
listados a seguir.
 � Grupo de Trabalho de Humanização (GTH) e Câmara Técnica de Hu-
manização (CTH).
 � Colegiado Gestor.
 � Contrato de Gestão.
 � Sistemas de escuta qualificada para usuários e trabalhadores da saúde: 
gerência de “porta aberta”; ouvidorias; grupos focais e pesquisas de 
satisfação, etc.
 � Visita aberta e direito a acompanhante.
 � Programa de Formação em Saúde do Trabalhador (PFST) e Comunidade 
Ampliada de Pesquisa (CAP).
 � Equipe transdisciplinar de referência e de apoio matricial.
 � Projetos cogeridos de ambiência.
 � Acolhimento com classificação de riscos.
 � Projeto Terapêutico Singular e Projeto de Saúde Coletiva.
 � Projeto Memória do SUS que dá certo.
Todos os dispositivos e referências sobre a Política Nacional de 
Humanização podem ser encontrados de forma detalhada em 
cartilhas, textos, artigos e documentos específicos de referência, 
disponibilizados nas publicações e no site da PNH, disponível 
no link ou código a seguir.
https://qrgo.page.link/qBfDg
Como você deve ter percebido, incluir os trabalhadores na gestão torna-
-se essencial como uma ferramenta para que eles reinventem seus processos 
de trabalho e sejam agentes ativos das mudanças no serviço de saúde. Já a 
inclusão de usuários e suas redes sociofamiliares nos processos de cuidado 
representa um importante recurso para a ampliação da corresponsabilização no 
cuidado de si mesmo. E tudo isso é realizado por meio de rodas de conversa, 
pelo incentivo às redes e aos movimentos sociais e pela gestão dos conflitos 
17Política Nacional de Humanização
https://qrgo.page.link/qBfDg
gerados pela inclusão das diferenças, ferramentas experimentadas nos serviços 
de saúde (HOSPITAL SANTA MARCELINA, 2019). 
A seguir, você poderá identificar a relação entre a PNH e a atuação do 
profissional da estética, bem como os aspectos da humanização relacionados 
à estética. 
Política Nacional de Humanização e a atuação 
do profissional da estética
Para que você entenda como a PNH está relacionada com a atuação do profis-
sional de estética, é necessário que resgate as principais responsabilidades e 
busque a inter-relação com suas diretrizes e princípios. Antes de tudo, muito 
além do que cuidar da beleza, o profissional de estética desempenha um papel 
fundamental na promoção do bem-estar das pessoas, uma vez que a busca pela 
qualidade de vida está intimamente ligada e até condicionada à aceitação da 
autoimagem, bem como de suas boas condições físicas e emocionais.
A insatisfação com a aparência é responsável pelo desencadeamento de 
vários transtornos, assim como impede que as pessoas desenvolvam a ca-
pacidade de suportar problemas simples do dia a dia, causando frustração, 
tristeza e depressão. Refletindo sobre esse assunto, você pode compreender 
o contexto no qual a atuação do esteticista está inserido e como ele deve ser 
capacitado para as atividades às quais se propõe a realizar, pois pode interferir 
positivamente ou não na vida do paciente, permitindo uma relação pacífica 
tanto com sua autoestima como a promoção de seu bem-estar geral . 
Então, mesmo intimamente vinculada ao conceito de beleza, a estética tem 
relação direta com a saúde e o bem-estar, reconhecida tanto pelo Ministério da 
Educação quanto pelo Ministério do Trabalho como uma profissão catalogada 
no eixo da saúde, integrando-se, dessa forma, à área de saúde, não da beleza. 
Logo, essa caracterização gera muito mais que segurança para o profissional 
e para o paciente, mas também a responsabilidade desse profissional como 
agente promotor de saúde e bem-estar. 
Por esses motivos, é importante que a atuação do profissional na estética 
tenha uma visão humanizada e holística de seu paciente/cliente, atentando-se 
não somente para os aspectos físico e estético, mas também para saúde e a 
beleza emocional. 
Cabe ressaltar também que, com o avanço da tecnologia e a constante 
demanda por técnicas e produtos inovadores, a área de estética e cosmetologia 
recebe constante atenção, desenvolvendo-se de uma forma sólida, consistente 
Política Nacional de Humanização18
e segura, recebendo não somente a confiança dos clientes, como também 
um aumento constante na procura pelos procedimentos e uma parcela cada 
vez maior de pessoas que migram ou se formam na área. E é aí que entra um 
importante alerta: a responsabilidade, a ética e a humanização devem estar 
antes da postura desmedida de ganhar dinheiro acima de qualquer coisa, sem 
se importar com resultados e com o ser humano. 
Pensando nesses conceitos de humanização da PNH, há situações impres-
cindíveis, como: 
 � manter o local de trabalho extremamente higienizado e impecável, 
inclusive seus materiais;
 � equipamento e materiais devem ser descartáveis e/ou esterilizados, 
conforme suas particularidades, a fim de não causar nenhum dano ou 
prejuízo físico e emocional aos clientes;
 � utilização de aparelhos em perfeitas condições de uso;
 � equipamentos e cosméticos utilizados no tratamento devem estar de 
acordo com as normas do Ministério da Saúde (Anvisa);
 � entender a fisiologia do organismo humano e correlacioná-la com os 
efeitos fisiológicos de cada técnica, equipamento ou cosmético aplicado; 
 � atualizar-se sempre, por meio de treinamentos constantes às adapta-
ções do mercado, bem como produtos e técnicas aperfeiçoadas para 
os tratamentos; 
 � trabalhar com equipes multidisciplinares, respeitando os limites de sua 
atuação profissional; 
 � dever e ética profissional, sem promessas aos clientes de resultados 
que não podem ser alcançados, buscando sua corresponsabilidade no 
tratamento;
 � analisar cada caso, definindo sessões e procedimentos necessários para 
alcançar o resultado eficaz nos tratamentos;
 � recomendações e explicações sobre cuidados e procedimentos exter-
nos diários que potenciarão e/ou contribuirão para os resultados dos 
tratamentos; 
 � exercer sua profissão com honestidade, zelo, respeito à saúde humana, 
sendo ético e sigiloso com os tratamentos realizados em determinado 
cliente;
 � prestar assistência sem distinção, beneficiando a saúde e a higiene a 
qualquer indivíduo, independentemente da sua razão social, racial ou 
religiosa; 
19Política Nacional de Humanização
 � realizar anamnese e avaliação estética prévia do cliente antes de qualquer 
procedimento, entendendo as particularidades de sua pele e as limita-
ções de cada organismo, a fim de indicar quais serão os procedimentos 
desenvolvidos, quais alterações serão causadas na pele, o que o cliente 
precisa fazer e o que não pode fazer durante o tratamento; 
 � domínio na utilização dos equipamentos aplicados à tecnologia estética, 
agilidade, coordenação motora, atenção, percepção e hábitos de higiene.
Assim,quando se trata de saúde, é possível interligar a estrutura da PNH 
com a atuação do profissional de estética por meio de seus princípios, métodos, 
diretrizes e dispositivos, partindo de um conceito de humanização centrado 
nos três pilares: a ética, a estética e a política (Quadro 1). 
PNH Aplicação na área da estética
Princípios 
Transversalidade Fortalecimento de trabalho em equipe 
multiprofissional, estimulando a 
transdisciplinaridade e a grupalidade.
Indissociabilidade entre 
atenção e gestão
O cuidado e a assistência em saúde não se 
restringem apenas às responsabilidades do 
profissional de estética, pois o cliente também 
deve se responsabilizar pelo cuidado de si 
nos tratamentos e pode propor alternativas.
Protagonismo, 
corresponsabilidade e 
autonomia dos sujeitos 
e dos coletivos
Ampliação da autonomia e da vontade 
das pessoas envolvidas, que compartilham 
responsabilidades no tratamento estético, 
e responsabilidade do profissional em se 
atualizar e se aprimorar, a fim de se tornar 
um ser ativo no desempenho de suas 
atividades, sempre produzindo e inovando.
Método
Produção e gestão 
do cuidado e dos 
processos de trabalho
O profissional como ser ativo 
de seu desenvolvimento e da 
gestão de suas atividades.
Quadro 1. Como aplicar a PNH à atuação do profissional de estética
Política Nacional de Humanização20
Diretrizes
Acolhimento Escuta qualificada, compromisso, vínculo.
Gestão participativa 
e cogestão
Rodas de conversas, discussão de casos e 
situações para produção de novas alternativas 
de protocolos, workshops e compartilhamento 
de técnicas e conhecimentos, estar aberto a 
escutar sugestões, reclamações e elogios dos 
clientes e demais profissionais envolvidos, 
como ferramenta de desenvolvimento 
e implantação de novas alternativas.
Clínica ampliada e cogestão Afeto nas relações (empatia), qualificação 
do diálogo, decisões compartilhadas.
Ambiência Espaços saudáveis, limpos, seguros, 
acolhedores e confortáveis, respeitando 
a privacidade dos clientes, e espaços que 
incentivem o processo de trabalho e o 
encontro/boa convivência das pessoas.
Valorização do trabalhador Valorizar a experiência de cada trabalhador, 
visando à sua inclusão na tomada de 
decisões e incentivando/desenvolvendo 
sua capacidade de analisar, definir e 
qualificar os processos de trabalho. 
Defesa dos direitos 
dos usuários
Respeitar os direitos garantidos por lei 
dos usuários e incentivá-los quanto ao 
conhecimento destes, assegurando que 
sejam cumpridos sem distinção. 
Atenção especializada
Garantir o atendimento e os horários 
dos serviços que se propôs a prestar.
Articular a multidisciplinaridade para 
ações diagnósticas e terapêuticas 
(médicos, educadores físicos, 
nutricionistas, psicólogos, etc.).
Definir atendimentos estéticos personalizados, 
sem intervenção desnecessária e respeitando 
a individualidade de cada um.
Quadro 1. Como aplicar a PNH à atuação do profissional de estética
21Política Nacional de Humanização
Aspectos da humanização relacionados à 
estética
Há algum tempo, a indústria da beleza e a movimentação econômica incentivam 
o consumismo desenfreado, acarretando a banalização dos atendimentos pelos 
profissionais de saúde estética, que, muitas vezes, não têm a capacitação nem a for-
mação mínima para execução desses procedimentos. Essa atitude de massificação 
da estética reduz o ser humano a meramente um objeto de ganho financeiro, e não 
é esta a proposta da estética, cujo objetivo do profissional é proporcionar saúde e 
bem-estar a quem o procura. Por esses motivos, há um movimento constante pela 
conscientização de uma estética humanizada, personalizada, que extermine o hábito 
de pacotes fechados, compras coletivas de tratamentos e protocolos padrões, bem 
como o trabalho sem habilitação mínima para exercer os procedimentos estéticos. 
Assim, quando se fala em “estética humanizada”, fala-se do resgate do 
real significado da palavra “estética” e do papel do profissional da área, que 
deve proporcionar ao paciente um atendimento personalizado conforme suas 
necessidades e particularidades, de maneira ética, responsável e com com-
promisso e respeito pela vida, valorizando-o acima de tudo como pessoa. 
A estética humanizada também engloba outros aspectos essenciais, como 
a atenção adequada a públicos que já estão passando por momentos de maior 
sensibilidade e requerem cuidados específicos para sua situação, como pacien-
tes submetidos a tratamentos oncológicos, gestantes, pessoas em depressão e 
com transtornos de ansiedade; pessoas que não podem ser excluídas da estética, 
mas que, ao mesmo tempo, necessitam de acompanhamento multiprofissional 
e muito conhecimento e habilidade por parte do profissional. 
Pensando em humanização, esses aspectos iniciam na vivência do dia a 
dia nos atendimentos estéticos, abrangendo todo tipo de público, nos mais 
diferentes tratamentos, e exigindo o conhecimento técnico e a habilidade do 
profissional para proporcionar saúde e beleza. 
Humanismo e humanização apontam o ser humano como ponto central do trabalho, 
reconhecendo seus sentimentos, angústias e emoções, bem como se relacionam 
à estética como uma busca da felicidade, bem-estar, saúde, qualidade de vida e 
autoestima, o que valoriza a estética como um reforço aos cuidados e à atenção, desde 
a segurança na escolha das técnicas até os produtos utilizados. 
Política Nacional de Humanização22
Os aspectos de humanização na estética incluem todo tipo de atendimento, 
como o daquele adolescente incomodado com a acne que interfere em suas 
relações emocionais e sociais; a gestante em momento especial e delicado de 
sua vida; a melhor idade, com expectativas de vida saudável cada vez maiores; 
as mulheres expostas a alterações hormonais e endócrinas; os homens, conquis-
tando cada vez mais os espaços de estética e beleza; adolescentes desesperadas 
com suas estrias. Todos esses públicos confiam no profissional de estética, 
que estabelece um vínculo de acolhimento, transparência e compromisso em 
compartilhar a busca pela melhora de seu bem-estar. 
Nesse sentido, destaca-se a escolha de produtos cosméticos que não inter-
firam ou prejudiquem sua saúde. Outro ponto importante a ser observado é 
o atendimento em si. O interesse, a atenção, o cuidado e o respeito à vida do 
outro como ser único, independentemente de quem seja e do momento em que 
esteja vivendo, são essenciais para o acolhimento tão defendido pela PNH no 
SUS e na saúde privada. A excelência e a eficácia técnica no atendimento, com 
bons resultados, perde-se sem humanização. E, nesse momento, destaca-se a 
avaliação robótica e o preenchimento da ficha de anamnese do paciente, que 
deve ser realizada com empatia e consideração pelo ser humano, não sendo 
simplesmente um ato de preencher dados básicos e de saúde. O profissional 
precisa ter a visão holística do ser humano, atentando-se para suas necessidades 
únicas, conhecer e conversar sobre suas expectativas, sua relação atual com 
seu corpo, seu organismo e com as alterações que o incomodam, buscar as 
causas, entendendo sua fisiologia e compartilhando-a de maneira simples e 
de fácil entendimento com seu cliente, indo além das questões estéticas, da 
genética e da interferência do meio e dos hábitos que o cercam.
Humanizar vai além de chamar o paciente pelo nome ou mostrar um sorriso 
no rosto. Aborda um acompanhamento capaz de atender suas necessidades 
e orientá-lo quanto ao seu estado e às condições abordadas no atendimento, 
compreendendo seus medos, incertezas e angústias. 
Condições adequadas de trabalho, com espaços confortáveis, respeitando 
a individualidade, o atendimento personalizado e a especialização do profis-
sional são fatores essenciais para a humanização dos atendimentos estéticos, 
o que retira o profissional de estética da condição de “aplicador de cosméti-
cos”, colocando-o com agente ativo do processo de saúde, tendo importância 
dentro de um contexto maior e usando seus conhecimentos para desenvolvertratamentos exclusivos a quem lhe procura.
A relação de ética e honestidade são critérios que permitem a atuação com 
segurança na aplicação dos tratamentos, na atenção quanto à biossegurança e 
na escolha dos produtos e materiais utilizados. Deve-se observar a composição 
23Política Nacional de Humanização
dos cosméticos utilizados, e não a marca de preferência ou que lhe oferece 
maiores benefícios financeiros, entender os rótulos, buscar produtos apropria-
dos à saúde e à pele de cada cliente, visando a resultados eficazes e seguros. 
Outro aspecto importante é a comunicação entre os profissionais da 
mesma área e aqueles que complementam a estética, em busca de atualiza-
ção, compartilhando informações e experiências em prol da excelência e da 
humanização. Esse aspecto também inclui a atenção e o encaminhamento de 
queixas, reclamações e sugestões dos clientes, inclusive as de cunho emotivo, 
no entendimento do indivíduo como um ser emocionalmente estável que pode 
colaborar melhor com o tratamento. Assim, é necessária uma comunicação 
com transparência das informações e sem rodeios, sem levantar dúvidas sobre 
a eficácia dos tratamentos e do serviço prestado. O profissional deve transmitir 
segurança e confiança antes, durante e depois do tratamento, gerando conforto, 
principalmente quando o cliente estiver à espera de procedimentos ou estiver 
inseguro quanto a determinadas técnicas.
Por fim, oriente seu cliente de maneira personalizada, compreendendo suas 
preferências e aversões, em vez de apenas lhe dizer o que deve ou não fazer. 
Ao elaborar seu plano de tratamento personalizado, lembre-se dos aspectos de 
humanização, das boas condições de trabalho, da satisfação e da assistência 
adequadas. Promova o diálogo, respeite posicionamentos diferentes e reconheça 
não apenas as limitações dos outros, mas as suas também. Trate as pessoas 
que trabalham com você e/ou fornecedores como deseja que seus pacientes 
sejam tratados, proporcionando um ambiente de trabalho mais humanizado. 
Incentive comportamentos que geram relações profissionais de confiança, 
aumento de produtividade e queda da rotatividade dos funcionários, refletindo 
também quanto aos tratamentos ofertados.
O processo de humanização bem direcionado e aplicado promove uma 
evolução satisfatória no quadro clínico do indivíduo, visando à qualidade e à 
eficiência dos resultados. 
Política Nacional de Humanização24
1� A respeito da humanização em 
saúde, analise as afirmativas 
a seguir e depois assinale 
a alternativa correta. 
I. Humanizar a atenção à saúde 
é reconhecer o ser humano 
em sua dimensão subjetiva e 
social em todas as práticas de 
atenção e de gestão no SUS.
II. É valorizar os direitos do 
cidadão, considerando as 
questões de gênero, etnia, raça, 
orientação sexual e o respeito 
às populações específicas.
III. É estabelecer vínculos solidários 
e de participação coletiva, por 
meio da gestão participativa, com 
os trabalhadores e os usuários.
a) Apenas II está correta.
b) Apenas I e II estão corretas.
c) I, II e III estão corretas.
d) Apenas III está correta.
e) Apenas I e III estão corretas.
2� Em 2003, o Ministério da Saúde criou 
a Política Nacional de Humanização 
(PNH) (BRASIL, 2003) para concretizar 
os princípios do Sistema Único 
de Saúde (SUS) no cotidiano das 
práticas de atenção e gestão, 
qualificando a saúde pública no 
Brasil e incentivando a realização 
de trocas de forma solidária entre 
gestores, trabalhadores e usuários 
desse sistema. Sobre as finalidades 
da PNH da atenção à saúde, analise 
as afirmativas a seguir e depois 
assinale a alternativa correta.
A. A fragmentação dos processos 
de trabalho desmotiva as 
relações solidárias entre os 
diferentes profissionais da saúde 
e entre estes e os usuários.
B. Reversão de quadros de 
autoritarismo e mecanicismo do 
processo de trabalho a partir do 
investimento na construção de 
um novo tipo de interação entre 
os diferentes públicos envolvidos 
na produção de saúde.
C. Incentivo à participação coletiva 
no processo de gestão, com vistas ao 
desenvolvimento de protagonismos 
e corresponsabilidades, ao 
estabelecimento de vínculos 
solidários, à indissociabilidade 
entre atenção e gestão e ao 
fortalecimento do SUS.
a) Apenas A está correta. 
b) Apenas A e C estão corretas. 
c) Apenas C está correta. 
d) Apenas B e C estão corretas. 
e) A, B e C estão corretas. 
3� Em relação ao modelo proposto 
na PNH que vem se consolidando 
no setor da saúde, seus valores 
humanitários e adoção de novas 
estratégias estão previstos nas 
diretrizes de acolhimento, vínculo/
responsabilização, autonomização 
e reorganização dos processos de 
trabalho. Identifique a alternativa 
que melhor responde ao conceito 
de vínculo/responsabilização. 
a) Possibilidade de universalizar 
o acesso, abrindo as portas da 
Unidade a todos os usuários 
que dela necessitarem, 
utilizando a escuta qualificada 
no atendimento, visando à 
resolução dos seus problemas 
com respostas positivas e 
encaminhamentos adequados.
25Política Nacional de Humanização
b) Baseia-se no estabelecimento de 
referências dos usuários a uma 
dada equipe de trabalhadores 
e na responsabilização destes 
para com aqueles, no que diz 
respeito à produção de cuidados.
c) Revisão de novas práticas 
profissionais ancoradas na 
comunicação entre a equipe de 
multiprofissionais a partir de seus 
conceitos de trabalho e poder.
d) Caracteriza-se como a 
ferramenta de alcance de 
resultados esperados da 
produção do cuidado, por 
meio do ganho de autonomia 
do usuário para “viver a vida”.
e) Fortalecimento da equipe 
multiprofissional, estimulando 
a transdisciplinaridade 
e a grupalidade. 
4� A Clínica Ampliada e Compartilhada 
é uma das diretrizes da PNH, sendo 
muito importante para a atuação 
do profissional de estética, por 
representar uma das possibilidades 
de humanização de seus serviços. 
Identifique, entre as afirmativas a 
seguir, aquela(s) que melhor define(m) 
a Clínica Ampliada e Compartilhada. 
A. Assumir um compromisso ético.
B. Reconhecer os limites 
do conhecimento da sua 
atuação profissional e das 
tecnologias empregadas.
C. Um protocolo padrão para 
todos os clientes, sem identificar 
suas particularidades.
D. Ampliar a clínica é aumentar a 
autonomia do usuário do serviço de 
saúde, da família e da comunidade 
no seu processo de saúde.
a) Apenas A é verdadeira.
b) A, C e D são verdadeiras. 
c) A, B e D são verdadeiras. 
d) Apenas C é verdadeira. 
e) A, B, C e D são verdadeiras. 
5� A PNH estimula a comunicação 
entre gestores, trabalhadores e 
usuários para construir processos 
de enfrentamento de relações de 
poder, trabalho e afeto que, muitas 
vezes, produzem atitudes e práticas 
desumanizadoras que inibem a 
autonomia e a corresponsabilidade 
dos profissionais de saúde em 
seu trabalho e dos usuários no 
cuidado de si. Sobre essa política, 
marque a alternativa correta.
a) O usuário deve ser o 
único responsável pelos 
seus tratamentos.
b) Reconhece que a participação 
ativa dos trabalhadores e dos 
usuários no processo de tomada 
de decisão nas organizações 
de saúde interfere de maneira 
negativa nos planejamentos 
e nas atividades diárias. 
c) Constitui uma ferramenta de 
administração colaborativa entre 
os coordenadores das ações 
e serviços do SUS, baseada na 
troca de experiências vividas 
pelos usuários, permitindo, 
assim, maior qualificação na 
gestão participativa do SUS.
d) Defende a fragmentação 
dos processos de trabalho, 
incentivando a separação das 
relações pessoais entre os 
diferentes profissionais da saúde 
e entre estes e os usuários.
e) Representa uma política de 
construção colaborativa da 
saúde entre os usuários das ações 
e dos serviços do SUS e visa à 
troca de experiências vividas 
por esses usuários, permitindo, 
assim, maior qualificação na 
gestão participativa do SUS.
Política Nacional de Humanização26
BRASIL. Ministério da Saúde. HumanizaSUS: sobre o programa. Disponível em: http://
www.saude.gov.br/acoes-e-programas/humanizasus/sobre-o-programa.Acesso em: 
10 jun. 2019.
HECKERT, A. L. C.; NEVES, C. A. B. Modos de formar e modos de intervir: quando a 
formação se faz potência de produção de coletivo. In: PASSOS, E. (org.). Cadernos te-
máticos PNH: formação em humanização. Brasília: Ministério da Saúde, 2010. (Cadernos 
HumanizaSUS: formação e intervenção, 1). Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/
bvs/publicacoes/cadernos_humanizaSUS.pdf. Acesso em: 10 jun. 2019.
HOSPITAL SANTA MARCELINA. Política Nacional de Humanização (PNH). Disponível em: 
https://santamarcelina.org/projetos-sociais/projetos-e-acoes/. Acesso em: 10 jun. 2019.
MARTINS, M. C. F. N. Humanização das relações assistenciais: a formação do profissional 
de saúde. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2001.
VERDI, M.; FINKLER, M.; MATIAS, M. C. S. A dimensão ético-estético-política da Huma-
nização do SUS. Epidemiologia e Serviços de Saúde, 24, n. 3, p. 363–372, jul./set. 2015. 
Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ress/v24n3/2237-9622-ress-24-03-00363.pdf. 
Acesso em: 10 jun. 2019.
27Política Nacional de Humanização
http://www.saude.gov.br/acoes-e-programas/humanizasus/sobre-o-programa
http://www.saude.gov.br/acoes-e-programas/humanizasus/sobre-o-programa
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cadernos_humanizaSUS.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cadernos_humanizaSUS.pdf
https://santamarcelina.org/projetos-sociais/projetos-e-acoes/
http://www.scielo.br/pdf/ress/v24n3/2237-9622-ress-24-03-00363.pdf

Continue navegando