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1ºAula Conhecendo a Estatística Já ouviram falar em estatística? É claro que sim. Todos os dias vemos pesquisas sendo realizadas com o propósito de apurar alguma coisa... Então, vamos verificar o que realmente podemos trabalhar com estatística? A estatística é uma disciplina essencial no curso de Ciências Contábeis, pois irá auxiliar os profissionais a prever e até determinar como um produto ou serviço será utilizado e se o mesmo terá ou não rentabilidade para a empresa. Bons estudos! Objetivos de aprendizagem Ao término desta aula vocês serão capazes de: • ter conhecimento sobre os conceitos da estatística; • conhecer os tipos de estudo e amostragens; • saber como procede as questões de arredondamento de números; • conhecer os tipos de pesquisa estatística. Estatística 6 1 - Noções de Estatística 2 - Tipos de Estudo e Amostragem 3 - Tipos de Pesquisa Seções de estudo 1 – Noções de Estatística Segundo Crespo (2002), Estatística é o ramo da matemática aplicada que estuda os dados. Triola (1999, p. 2), afi rma que “a estatística é uma coleção de métodos para planejar experimentos, obter dados e organizá-los e, deles, extrair conclusões”. Segundo o Dicionário Aurélio, estatística é: [Do fr. statistique.] S. f. 1. Parte da matemática em que se investigam os processos de obtenção, organização e análise de dados sobre uma população ou sobre uma coleção de seres quaisquer, e os métodos de tirar conclusões e fazer ilações ou predições com base nesses dados. 2. Qualquer parâmetro de uma amostra, como, p. ex., a sua média, o seu desvio-padrão, a sua variância. 3. Conjunto de elementos numéricos respeitantes a um fato social. 4. Representação e explicação sistemática, por observações quantitativas de massa, dos acontecimentos e das leis da vida social que deles se podem deduzir. 5. Método que objetiva o estudo dos fenômenos de massa, i. e., os que dependem de uma multiplicidade de causas, e tem por fi m representar, sob forma analítica ou gráfi ca, as tendências características limites desses fenômenos (FERREIRA, 1999). Spiegel (1994) coloca que: A Estatística está interessada nos métodos científi cos para a coleta, organização, resumo, apresentação e análise de dados, bem como na obtenção de conclusões válidas e na tomada de decisões razoáveis, baseadas em tais análises (SPIEGEL, 1994, p. 1). Para que estudar estatística? Segundo Rao (1999): [...] a Estatística é uma ciência que estuda e pesquisa sobre: o levantamento de dados com a máxima quantidade de informação possível para um dado custo; o processamento de dados para a quantifi cação da quantidade de incerteza existente na resposta para um determinado problema; a tomada de decisões sob condições de incerteza, sob o menor risco possível. De fato, a estatística tem sido utilizada na pesquisa científi ca para a otimização de recursos econômicos, para o aumento da qualidade e produtividade, A origem do termo estatística surgiu no séc. XVIII, mas quanto à origem da estatística, a data do seu aparecimento não parece ser encarada com unanimidade. Há quem diga que o seu autor foi o Professor Godofredo Achenwall (1719-1772), que usou pela primeira vez o termo estatística - statistik, do grego statizein (verifi car). Há também quem diga que tem origem na palavra estado, do latim status, pelo aproveitamento que dela tiravam os políticos e o Estado. Contudo, muito antes do termo estatístico, já os romanos asseguravam o recenseamento dos cidadãos, e a Bíblia chega até a testemunhar um desses recenseamentos. Nas civilizações antigas eram periodicamente feitos inquéritos sobre os quantitativos anuais de trigo e outros produtos e, com base nesses dados, eram estabelecidos impostos. Esta prática utilizava-se também na Idade Média. Até ao início do séc. XVII, a Estatística servia apenas para assuntos de Estado e limitava-se a uma simples técnica de contagem, traduzindo numericamente fatos ou fenômenos observados - era a fase da Estatística Descritiva. No séc. XVII, iniciou-se em Inglaterra uma nova fase de desenvolvimento da Estatística, virada para a análise dos fenômenos observados – fase da Estatística Analítica. John Graunt (1620-1674) foi quem publicou pela primeira vez um trabalho de estatística, concretamente sobre a mortalidade dos habitantes de Londres. Esse trabalho esteve na base do aparecimento das primeiras tábuas de mortalidade e da elaboração de previsões sobre a duração de vida humana. Nasceu assim a Demografi a. Ao longo dos séc. XVIII e XIX, a Estatística desenvolveu-se muito, com a associação ao cálculo das probabilidades, que, entretanto se havia desenvolvido, e a realização de trabalhos de pesquisa científi ca nos domínios da Botânica, Biologia, Meteorologia, Astronomia, etc. Mais tarde a Estatística deixou de ser mera técnica de contagem de fenômenos para se transformar numa poderosa “alfaia” científi ca ao serviço dos diferentes ramos. Extraído do site: <http://www.fortunecity.com/skyscraper/deschutes/745/id20. htm> Após esses fatos acima relacionados, a estatística tornou-se mais completa, com o surgimento das tabelas e gráficos, deixando de ser, simplesmente, um registro de dados, chegando a conclusões de populações por meio de levantamento de dados de amostras. Para chegar à apuração dos na otimização em análise de decisões, em questões judiciais, previsões e em muitas outras áreas (RAO, 1999). Depois de algumas definições, você sabe dizer de onde surgiu a Estatística??? Um pouco de História... Desde a Antiguidade já se utilizava a Estatística, como, por exemplo, no registro de nascimentos e óbitos. Já na Idade Média, ela era utilizada para o controle de bélicos e tributos da população. No século XVI surgiram as primeiras análises sistemáticas, as primeiras tabelas e os números relativos; e no século XVIII, Godofredo Achenwall, fez com que a estatística tivesse o formato científico, incrementando os processos. Fez com que a estatística deixasse de ser uma simples tabulação para se tornar uma amostragem de dados. Segundo Crespo (2002), população é o conjunto de entre portadores de, pelo menos, uma característica comum. Segundo Crespo (2002), amostra é um subconjunto fi nito de uma população. 7 dados é necessário que se adotem métodos. Na estatística temos os Métodos Científicos que são: Método Experimental e Método Estatístico. • Método Experimental: é importante na descoberta de conhecimentos científicos. Como o próprio nome diz, chega-se a um determinado resultado através de experimentos com estudos da física, química, matemática, entre outros. Matemáticos como Arquimedes (287 a.C. – 212 a.C.) e Galileu Galilei (1564-1642). Um problema preocupava Hierão, tirano de Siracusa, no século III a.C.: havia encomendado uma coroa de ouro, para homenagear uma divindade, mas suspeitava que o ourives o enganara, não utilizando ouro maciço em sua confecção. Como descobrir, sem danificar o objeto, se seu interior continha uma parte feita de prata? Só um homem talvez conseguisse resolver a questão: seu amigo Arquimedes, famoso matemático e inventor de vários engenhos mecânicos. Hierão mandou chamá-lo e pediu-lhe urna resposta que pusesse fim à sua dúvida. Arquimedes aceitou a incumbência e pôs-se a procurar a solução para o problema. Esta lhe ocorreu durante o banho. Observou que a quantidade de água que se elevava na banheira, ao submergir, era equivalente ao volume de seu próprio corpo. Ali estava a chave para resolver a questão proposta pelo tirano. No entusiasmo da descoberta, Arquimedes saiu nu pelas ruas, gritando: Eureka! Eureka! (“Achei! Achei!”). Agora, bastava aplicar o método que descobrira. Mediu então a quantidade de água que transbordava de um recipiente cheio, quando nele mergulhava, sucessivamente, o volume de um peso de ouro igual ao da coroa, o volume de um peso de prata igual ao da coroa e o volume da própria coroa. Este, sendo intermediário aos outrosdois, permitia determinar a proporção de prata que fora misturada ao ouro. Essa passagem parece ser uma das muitas lendas que, desde a Segundo Crespo (2002), método é um conjunto de meios dispostos convenientemente para se chegar a um fim que se deseja. Galileu Galilei Físico e astrônomo italiano (Pisa, 1564 – Arcetri, 1642). Um dos maiores nomes da Ciência moderna, que nascia da revolução científica iniciada no século XVI, Galileu foi um dos fundadores do método experimental, que ele utilizou muitas vezes em seus estudos de fenômenos naturais, em especial no estudo de corpos em queda livre. Galileu pensava que se dois objetos com pesos diferentes caíssem da mesma altura ao mesmo tempo no vácuo chegariam ao chão ao mesmo tempo. Descobriu a lei do isocronismo das pequenas oscilações do pêndulo, as leis da queda dos corpos, enunciou a base do princípio da inércia e a lei da composição das velocidades. Construiu um dos primeiros microscópios e, em 1609, usando a então recém-inventada luneta, descobriu os quatro maiores satélites de Júpiter e as fases de Vênus, dando boas comprovações para o sistema heliocêntrico de Copérnico, do qual era defensor. Pôde observar detalhadamente a superfície da Lua e suas crateras. Em suas pesquisas sobre movimento, Galileu fazia balas de canhão rolarem sobre pranchas com diferentes inclinações e observava as distâncias que atingiam ao caírem no chão. Experimentando e calculando, descobriu que o maior alcance ocorria quando um canhão está apontado para cima formando 45 graus com a horizontal. Também inventou um termoscópio, que era usado para medir a temperatura e a pressão atmosférica. Extraído do site: <http://goo.gl/c105BC> Antiguidade, envolveram a vida de Arquimedes. Na verdade, para resolver um problema daquele tipo, relativo à determinação do peso específico de um metal, ele precisava apenas aplicar o princípio que rege o fenômeno do empuxo (força vertical que empurra para cima um corpo imerso em um fluido). Esse princípio - que explica porque um navio flutua na água e porque um aeróstato sobe no ar - foi estabelecido por Arquimedes nos seus dois livros, Sobre os corpos flutuantes, com os quais inaugurou um novo ramo da ciência física: a hidrostática. No primeiro daqueles dois livros, ele enuncia o princípio que se tornou conhecido como “princípio de Arquimedes”: “Um sólido mais pesado que o fluido em que está imerso vai para o fundo do fluido, e se é pesado dentro do fluido ele será mais leve que seu verdadeiro peso, de um peso igual ao fluido deslocado”. Entretanto, essa conclusão não era, de modo algum, fruto de um súbito “estalo”. Representava o coroamento de uma longa tradição científica que, desde o século VI a.C., desenvolvera as pesquisas matemáticas e buscava uma explicação racional para os diferentes fenômenos observados. A glória de Arquimedes consistiu, porém, em não apenas fazer avançar as matemáticas abstratas - ampliando as conquistas dos grandes matemáticos do passado, como Pitágoras, Tales, Árquitas de Tarento, Eudoxo e Euclides -, mas em ser igualmente um grande físico, engenheiro e técnico genial: inventava e fabricava aparelhos destinados às suas próprias pesquisas, e criava inclusive máquinas de guerra temíveis por sua efícácia. Representando o apogeu da ciência grega, é considerado o precursor do método experimental nas ciências fisico-matemáticas. Extraído do site: <http://goo.gl/w2Yid4> Segundo Larson & Faber (2007, p. 4): O estudo da estatística divide-se em dois ramos principais – a estatís- tica descritiva e a estatística inferencial. A estatística descritiva é o ramo que trata da organização, do resu- mo e da apresentação dos dados. A estatística inferencial é o ramo que trata de tirar conclusões so- bre uma população a partir de uma amostra. A ferramenta básica no estudo da estatística inferencial é a probabilidade. O Método Experimental divide-se em quatro etapas. Para melhor explicá-las, utilizaremos como base um exemplo do cotidiano... • identificação e análise do problema ou situação – nessa etapa definimos que assunto iremos discutir, por exemplo: o índice de evasão escolar nas escolas públicas no período noturno; • formulação de uma hipótese explicativa – será uma possível dedução do que possa acontecer, por exemplo: os alunos estão saindo devido à necessidade de trabalhar o dia inteiro e no período noturno não conseguem acompanhar as explicações, desestimulando o aluno; • experimentação – manipulação e controle das variáveis no grupo em observação – nessa etapa coletamos os dados e tabulamos os mesmos, por exemplo: os dados podem ser coletados através de um questionário envolvendo perguntas que abordam todas as possíveis questões de evasão. Em seguida, esses dados são tabulados; e • conclusão, ou seja, a confirmação da Segundo Crespo (2002), variável é, convencio- nalmente, o conjunto de resultados possíveis de um fenômeno. Estatística 8 própria pessoa que fez o levantamento, como por exemplo, o levantamento do censo demográfico do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (<http://www.ibge.gov. br>); • Dados secundários: quando são publicados por outras pessoas que não foram as mesmas quem fizeram o levantamento, como por exemplo quando um jornal ou uma revista publica as estatísticas referentes aos dados estatísticos do MEC – Ministério da Educação (<http:// www.mec.gov.br>); • Coleta direta: quando os dados são obtidos diretamente da fonte, como, por exemplo, quando se quer fazer o levantamento da preferência dos consumidores por um determinado produto. Ela está dividida em outras três: a coleta direta contínua que faz o levantamento de dados de registros de nascimentos, óbitos, casamentos etc.; a coleta direta periódica que faz o levantamento de dados do censo demográfico, censo industrial; e a coleta direta ocasional que faz o levantamento de casos de analfabetos, por exemplo; • Coleta indireta: é feita por deduções a partir dos elementos conseguidos pela coleta direta, por analogia, por avaliação, indícios ou proporção. • Apuração dos dados: é a fase onde os dados são tabulados (contados). Essa fase pode ser feita manual, eletromecânica ou mecânica. • Apresentação dos dados: há duas maneiras de se apresentar os dados tabulados: uma é a forma de tabelas onde os dados se apresentam em números disponibilizados em linhas e colunas; e outra é a forma gráfica onde os dados são colocados em gráficos de formatos variados (coluna, linha, pizza etc.), de forma que permita uma visualização clara. • Análise e interpretação dos dados: é a última e mais importante etapa do processo, pois é ela quem descreve os problemas por meio de cálculo de medidas e coeficientes. Método Estatístico: é feito seguindo etapas para se chegar a um objetivo previamente defi nido. Resumindo Todos esses dados são registrados e armazenados com a fi nalidade de ter uma referência por períodos. Esses dados serão mais bem compreendidos se estiverem em tabelas e/ou gráfi cos, pois auxilia a compreensão visual dos dados, após os devidos cálculos matemáticos. Iremos, agora, detalhar essas etapas: • Definição do Problema: nesta etapa define-se o que deseja pesquisar, ou seja, define-se qual o problema que será feito o levantamento dos dados. • Planejamento: definem-se as formas que se deseja trabalhar com os dados (amostragem, censo, etc.). É preciso nessa fase resolver como será feito o levantamento dos dados, fazer um cronograma das atividades, levantar custos etc. • Coleta de dados: essa fase é operacional, ou seja, onde os dados são coletados, registrados. Há dois tipos de dados: primários e secundários; e dois tipos de coleta: direta e indireta. • Dados primários: quando são publicados pela Segundo Crespo (2002), amostragem é uma técnica especial para recolher amostras. Segundo Crespo (2002), tabela é um quadro que resume umconjunto de observações. Palavra grega que signifi ca base, fundamento, princípio de algo, proposição. Hipótese: proposição que se admite, indepen-dentemente do fato de ser verdadeira ou falsa, mas unicamente a título de um princípio a partir do qual se pode deduzir um determinado conjunto de consequências (Dicionário Houaiss). 2 – Tipos de Estudo e Amostragem Os métodos estatísticos estão direcionados pelos dados, que podem ser: estudos observacionais e experimentos. Segundo Triola (2005), em um estudo observacional, podemos perceber e medir características específicas, mas não tentamos modificar os sujeitos e o objeto do estudo. Em um experimento, aplicamos algum tratamento e passamos a observar seu efeito sobre os sujeitos da pesquisa. Isto ocorre hipótese – nessa última fase, após os dados tabulados, verificamos se nossa hipótese é verdadeira. Vejam outro exemplo de experimento: Estudo para determinar se o metal alumínio revestido com substância anticorrosão sofre ou não uma redução na quantidade de corrosão (WALPOLE, 2009). Podemos relacionar alguns tipos de variáveis: • para o fenômeno “evasão escolar”, a variável pode ser: frequência dos alunos; • para o fenômeno “estado civil”, as variáveis são: solteiro, casado, divorciado, desquitado, viúvo; • para o fenômeno “tempo”, as variáveis são: seco, quente, úmido, chuvoso, ensolarado; • para o fenômeno “estatura”, as variáveis são números em quantidades infinitas, dentro de um determinado intervalo, como por exemplo: 1,73m, 1,56m, 1,25m, 1,89m etc; • para o fenômeno “solo”, as variáveis são: úmido, arenoso, árido, fértil. Temos dois tipos de variáveis - qualitativa e a quantitativa: • qualitativa é aquela quando seus valores são expressos por atributo, ou seja, sexo (masculino e feminino), cor (vermelho, amarelo, branco, azul, etc.) etc. • quantitativa é quando seus valores são expressos em números como por exemplo: salário, idade, altura, temperatura etc. Essa variável se divide em duas outras: • Contínua: quando os valores estão entre um determinado intervalo, como por exemplo: 1,5 a 3,2 cm compreendem todos os valores que existem de 1,5 cm até 3,2 cm. • Discreta ou Descontínua: quando os valores são definidos dentro desse intervalo, como por exemplo: 1 a 5 anos, compreendem 1, 2, 3, 4 e 5 anos. Censo é uma avaliação direta de um parâmetro, utilizando-se todos os componentes da população. Extraído do site: <http://goo. gl/iJWq6g> Segundo Crespo (2002), gráfi co estatístico é uma forma de apresentação dos dados estatísticos, cujo objetivo é o de produzir, no investigador ou no público em geral, uma impressão mais rápida e vida do fenômeno em estudo, já que os gráfi cos falam mais rápido à compreensão que as séries. 9 em tratamentos laboratoriais, como por exemplo, na área da saúde, tais como farmácia, biomedicina, veterinária, ciências biológicas entre outros. Uma pesquisa do Gallup é um bom exemplo de um estudo observacional, enquanto um teste clínico da droga Lipitor é um bom exemplo de experimento. A pesquisa do Gallup é observacional no sentido de que ela simplesmente observa pessoas (em geral, através de entrevistas) sem modificá-las de modo algum. Mas, o teste clínico do Lipitor envolve o tratamento de algumas pessoas com a droga, de modo que as pessoas tratadas são modificadas. Há diferentes tipos de estudos estatísticos: Estudos observacionais: • Transversal – quando os dados são observados, medidos e coletados em um ponto no tempo; • Retrospectivo – quando os dados são coletados do passado, voltando-se no tempo, por meio de exames registrados, entrevistas, prontuários etc; • Prospectivo ou longitudinal ou de coorte – quando os dados são coletados no futuro, por exemplo, quando observamos grupo de motoristas que usam telefones celulares ao dirigir e o grupo dos que não usam; • Experimental – quando se aplica algum tratamento. Elementos-chave no planejamento de experimentos: 1. Controla efeitos de variáveis através de experimentos cegos, grupos controle, planejamento experimental completamente aleatorizado, planejamento experimental rigorosamente controlado. 2. Reaplicação. 3. Aleatorização. Dessa forma, poderemos dizer que os estudantes da disciplina de Estatística, por exemplo, constituem uma população, por apresentarem ao menos uma característica em comum... estão fazendo o mesmo curso. Entretanto, poderemos restringir um pouco mais esse grupo, dizendo que selecionamos, dentro de um outro grupo os alunos da disciplina de Estatística, apenas uma parte desses alunos... Então poderemos considerar como uma Amostra. Mas, para termos uma amostra representativa àquele grupo, devemos considerar as mesmas características básicas da população, no que se refere ao que desejamos pesquisar. Para isso temos uma técnica especial na coleta dessas amostras chamada de Amostragem. Dentro da Amostragem encontramos as não- probabilísticas e as probabilísticas. As não probabilísticas são: • Acidental ou Conveniência: indicada para produtos exploratórios, sendo utilizada frequentemente em supermercados para testar produtos; • Intencional: onde o pesquisador dirige-se a um grupo específico Segundo Crespo (2002), tabela é um quadro que resume um conjunto de observações. para questionar e levantar opiniões. Um exemplo seria sobre o grau de escolaridade dos funcionários de uma determinada empresa; • Quotas ou Proporcional: essa amostragem é uma variação da amostragem intencional, onde é necessário ter um prévio conhecimento da população e sua proporcionalidade. Um exemplo seria entrevistar apenas grandes pesquisadores, deixando de lado os médios e pequenos. Isso representaria somente uma parte do todo; • Desproporcional: amostragem utilizada quando a escolha da amostra for desproporcional à população, ponderando-se pesos para os dados e obtendo resultados também ponderados, que são representativos para a análise. Por meio da amostragem, cada elemento da população passa ter a mesma chance de ser escolhido. Podemos abordar a amostragem probabilística em três tipos: Amostragem Casual (Aleatória Simples), Amostragem Proporcional Estratificada e Amostragem Sistemática. Falaremos mais detalhadamente sobre cada uma delas. • Amostragem Casual ou Aleatória Simples – essa amostragem equivale a um sorteio simples, como por exemplo, um sorteio de loteria. Vamos a um exemplo... Queremos obter uma amostra representativa da estatura dos alunos, alunos da disciplina de Estatística. Considerando que existam 150 enumeramos os alunos de 1 a 150, conforme a ordem que aparece na lista de chamada. Após esse procedimento, escreve-se em um papel os números de 1 a 150, em pedaços iguais, separadamente, e coloca-se numa caixa. Balança-se a caixa para que os números se misturem. Caso deseja-se retirar uma amostra de 10% da população, retira-se, um a um, 15 números da caixa, o que equivale a 10%. Supondo-se que os números retirados foram: 02 35 41 56 61 68 70 75 81 85 90 110 129 135 149 Então, mediremos as alturas dos alunos correspondentes a esses números na lista de chamada. Dessa forma obteremos uma amostragem significativa da turma. Quando esses números de amostras forem muito grandes, com o propósito de facilitar, foi elaborada uma tabela que chamamos de Tabela de Números Aleatórios. Ela foi construída de forma que os algarismos de 0 a 9 fossem distribuídos ao acaso nas linhas e colunas. A utilização da tabela pode ser feita de formas horizontal (direta para a esquerda ou vice-versa), vertical (cima para baixo ou vice- versa), ou qualquer outro sistema, bastando estabelecer antes do início do processo. Estatística 10 IMPORTANTE: Em quaisquer processos de amostragem, é importante salientar que, utilizaremos somente os números que estiverem dentro do intervalo de valores trabalhados, tomando como exemplo,a altura dos alunos e tendo como base a extração pela tabela de números aleatórios. Se considerarmos três colunas ou linhas da tabela e padronizarmos centímetros como medida, em alguns casos poderemos ter números como 275 ou 345. Nesses casos, desconsideraremos esses números. Amostragem Sistemática – é quando o sistema de seleção da população é imposta pelo pesquisador. Podemos tomar como exemplo quando é necessário fazer uma média das notas dos alunos de uma determinada turma. Considerando uma turma de 500 alunos, por exemplo, tomamos como referência a nota dos alunos pela listagem de nomes em ordem alfabética, e de cada 50 alunos, escolhemos uma nota. Nesse caso, estabelecemos uma amostragem de 10% da população. Com a amostragem de conveniência, simplesmente usamos resultados que sejam muitos fáceis de obter. Por exemplo, quando um pesquisador se coloca em frente a uma escola com o intuito de fazer uma entrevista com os alunos para saber a opinião destes jovens sobre o tema “o fumo na adolescência”. Na amostragem por conglomerado, primeiro dividimos a área da população em seções (ou conglomerados), depois selecionamos aleatoriamente alguns desses conglomerados e então escolhemos todos os membros desses conglomerados selecionados. • Amostragem Aleatória – cada membro da população tem chance igual de ser escolhido. Computadores são, em geral, usados para gerar números telefônicos aleatórios. • Amostragem Aleatória Simples – uma amostra de “n” sujeitos é selecionada de tal modo que toda amostra possível do mesmo tamanho “n” tem a mesma chance de ser escolhida. • Amostragem Proporcional Estratificada – podemos considerar estratos, subconjuntos dessas populações, como por exemplo, sexo (masculino e feminino), cor de cabelos (pretos, ruivos, loiros), estado civil (casado, solteiro, viúvo, separado) etc. Para exemplificar esse caso, retomaremos o exemplo dado em Amostragem Casual. Considerando que dos 150 alunos, 65 são mulheres e 85 são homens, teremos dois estratos (homens e mulheres). Desses, queremos 10% da população como amostra... Observe que não existem números quebrados para pessoas, como o exemplo mostrou como resultado da estratificação de 10%. O número 8,5 foi aproximado para 9 e o número 6,5 foi aproximado para 6. Esses ajustes são feitos sempre que necessários. Note que “subimos” o número 8,5 para 9 e “descemos” o número 6,5 para 6, por uma simples questão de escolha. O importante é que no final o valor total seja correspondente a 10% do total, ou seja, 15 alunos do total de 150. Observe as regras de arredondamento... Mediremos, então, os nove primeiros alunos, do sexo masculino, da lista de chamada e as seis primeiras alunas, do sexo feminino, também da lista de chamada. Dessa forma, obteremos a estratificação dessa turma. Regras para arredondamento (opcional) 1 – Se o dígito mais à esquerda a ser removido é maior que cinco, o dígito precedente é aumentado de 1. Exemplo: Iremos passar o número 2,376 para uma casa decimal. 2,376 arredonda para 2,4; pois o número que estamos “jogando fora”, mais à esquerda é o sete, ou seja, maior que cinco. 2 – Se o dígito mais à esquerda a ser removido é menor que cinco, o dígito precedente não é alterado. Ex.: Iremos passar o número 7,248 para uma casa decimal SEXO POPULAÇÃO 10% AMOSTRA M F 85 65 9 6 Total 150 15 10 x 85 = 8,5 100 10 x 65 = 6,5 100 10 x 150 = 15,0 100 11 Resumindo Dessa forma, poderemos dizer que os estudantes da disciplina de Estatística, por exemplo, constituem uma população, por apresentarem ao menos uma característica em comum - estão fazendo o mesmo curso. Entretanto, poderemos restringir um pouco mais esse grupo, dizendo que selecionamos, dentro de outro grupo, os alunos da disciplina de Estatística, apenas uma parte desses alunos - então poderemos considerar como uma amostra. Mas, para termos uma amostra representativa daquele grupo, devemos considerar as mesmas características básicas da população, no que se refere ao que desejamos pesquisar. Para isso temos uma técnica especial na coleta dessas amostras chamada de Amostragem. 7,248 arredonda para 7,2; pois o número que estamos “jogando fora”, mais à esquerda é o quatro, ou seja, menor que cinco. 3 – Se o dígito mais à esquerda a ser removido é cinco, o dígito precedente não é alterado quando for par e é aumentado de 1 quando for ímpar. Ex: 2,25 arredonda para 2,2 e 4,35 arredonda para 4,4. 3 – Tipos de Pesquisa Segundo Santos (2006), a pesquisa qualitativa pode ser considerada uma tentativa de aproximação dos métodos de pesquisa às ciências sociais. É o método de pesquisa que foca o modo como indivíduos e grupos de indivíduos vêem e entendem o mundo ou uma parte específica dele, e como constroem significado e conhecimento. Já a pesquisa quantitativa, segundo Dias (2000), se mostra apropriada quando existe a possibilidade de medidas quantificáveis de variáveis e inferências a partir de amostras de uma população. Esse tipo de pesquisa usa medidas numéricas para testar constructos científicos e hipóteses, ou busca padrões numéricos relacionados aos conceitos cotidianos. Embora possamos planejar e executar com o máximo de cuidado o processo de coleta de dados, provavelmente a pesquisa sempre apresentará algum erro possível: erro amostral e erro não amostral. Não esqueçam! Em caso de dúvidas, acessem as ferramentas “Fórum” ou “Quadro de Avisos”. Segundo Triola (2005), erro amostral é a diferença entre o resultado amostral e o verdadeiro resultado da população; tais erros resultam das flutuações amostrais devidas ao acaso. E erro não amostral ocorre quando os dados amostrais são coletados, registrados ou analisados incorretamente (tal como a seleção de uma amostra tendenciosa, o uso de um instrumento de medida defeituoso, ou cópia incorreta dos dados). Atenção Lembrem-se: se os dados amostrais não forem coletados de maneira apropriada, os dados podem se tornar tão inúteis que nenhuma manipulação estatística poderá salvá-los. 1 – Noções de Estatística Nesta seção estudamos: o que é Estatística e para que estudá-la. Também vimos um pouco de História, método Experimental e o método Estatístico. Espero que tenha ficado claro. 2 – Tipos de Estudo e Amostragem Conhecemos sobre os Estudos observacionais: Transversal, Retrospectivo, Prospectivo ou longitudinal ou de coorte e Estudo experimental. A Amostragem pode ser: • Acidental ou Conveniência; • Intencional; • Quotas ou Proporcional; • Desproporcional; • Casual ou Aleatória Simples; • Sistemática; • Conglomerado; • Proporcional Estratificada. E também vimos as Regras para Arredondamento. 3 – Tipos de Pesquisa Estudamos que sobre os tipos de pesquisa que podem ser: • Pesquisa quantitativa; • Pesquisa qualitativa. CRESPO. A. A. Estatística fácil. 18. ed. São Paulo: Saraiva, 2002. SANTOS, Boaventura de Sousa. Um discurso sobre as ciências. São Paulo: Cortez, 2006. SPIEGEL, Murray R. Estatística. 383 problemas resolvidos, 416 problemas suplementares. São Paulo: Makron Books, 1994. Vale a pena Vale a pena ler Amostra Estatística. Disponível em: <www. amostraestatística.hpg.ig.com.br/historia.htm>. DIAS, C. e Fernandes, D. Pesquisa Qualitativa: Características Gerais e Referências. Brasília: Março de 2000. Disponível em: <http://www.geocities.com/clauiaad/ pesquisacientifica.pdf>. Estatística. Disponível em: <www.esgb-antero-quental. rcts.pt/NMAT/estatistica.htm#História>. Só Matemática. Disponível em: <www.somatemática. com.br>. Vale a pena acessar Retomando a aula Chegamos, assim, ao fi nal da primeira aula. Espero que agora tenha fi cado mais claro o entendimento de vocês sobre estatística e tipos de amostragem. Vamos, então, recordar:
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