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Técnicas de leitura e produção textual 
1 
Técnicas de Leitura e 
Produção Textual 
Maria Nazareth de Souza 
Maria Luzia Paiva de Andrade 
2ª
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çã
o 
Técnicas de leitura e produção textual 
2 
 
DIREÇÃO SUPERIOR 
Chanceler Joaquim de Oliveira 
Reitora Marlene Salgado de Oliveira 
Presidente da Mantenedora Wellington Salgado de Oliveira 
Pró-Reitor de Planejamento e Finanças Wellington Salgado de Oliveira 
Pró-Reitor de Organização e Desenvolvimento Jefferson Salgado de Oliveira 
Pró-Reitor Administrativo Wallace Salgado de Oliveira 
Pró-Reitora Acadêmica Jaina dos Santos Mello Ferreira 
Pró-Reitor de Extensão Manuel de Souza Esteves 
 
DEPARTAMENTO DE ENSINO A DISTÂNCIA 
Gerência Nacional do EAD Bruno Mello Ferreira 
Gestor Acadêmico Diogo Pereira da Silva 
 
FICHA TÉCNICA 
Direção Editorial: Diogo Pereira da Silva e Patrícia Figueiredo Pereira Salgado 
Texto: Maria Nazareth de Souza e Maria Luzia Paiva de Andrade 
Revisão Ortográfica: Tatiane Rodrigues de Souza 
Projeto Gráfico e Editoração: Antonia Machado, Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos. 
Supervisão de Materiais Instrucionais: Antonia Machado 
Ilustração: Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos 
Capa: Eduardo Bordoni e Fabrício Ramos 
 
COORDENAÇÃO GERAL: 
Departamento de Ensino a Distância 
Rua Marechal Deodoro 217, Centro, Niterói, RJ, CEP 24020-420 www.universo.edu.br 
 
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Universo – Campus Niterói 
 
S729t Souza, Maria Nazareth de. 
Técnicas de leitura e produção de texto / Maria Nazareth de 
Souza e Maria Luiza Paiva de Andrade; revisão de Tatiane Rodrigues 
de Souza. – Niterói, RJ: EAD/UNIVERSO, 2018. 
241 p. : il. 
 
 
1. Leitura - Estudo e ensino. 2. Língua portuguesa - Composição e 
exercícios - Estudo e ensino. 3. Análise do discurso. I. Andrade, Maria 
Luiza Paiva de. II. Souza, Tatiane Rodrigues de. II. Título. 
 
CDD 418.4 
 Bibliotecária responsável: Elizabeth Franco Martins – CRB 7/4990 
 
Informamos que é de única e exclusiva responsabilidade do autor a originalidade desta obra, não se r esponsabilizando a ASOEC 
pelo conteúdo do texto formulado. 
© Departamento de Ensi no a Dist ância - Universidade Salgado de Oliveira 
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, arquivada ou transmitida de nenhuma forma 
ou por nenhum meio sem permissão expressa e por escrito da Associação Salgado de Oliveira de Educação e Cultura, mantenedora 
da Univer sidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO). 
Técnicas de leitura e produção textual 
3 
 
Palavra da Reitora 
 
Acompanhando as necessidades de um mundo cada vez mais complexo, 
exigente e necessitado de aprendizagem contínua, a Universidade Salgado de 
Oliveira (UNIVERSO) apresenta a UNIVERSO EAD, que reúne os diferentes 
segmentos do ensino a distância na universidade. Nosso programa foi 
desenvolvido segundo as diretrizes do MEC e baseado em experiências do gênero 
bem-sucedidas mundialmente. 
São inúmeras as vantagens de se estudar a distância e somente por meio dessa 
modalidade de ensino são sanadas as dificuldades de tempo e espaço presentes 
nos dias de hoje. O aluno tem a possibilidade de administrar seu próprio tempo e 
gerenciar seu estudo de acordo com sua disponibilidade, tornando-se responsável 
pela própria aprendizagem. 
O ensino a distância complementa os estudos presenciais à medida que 
permite que alunos e professores, fisicamente distanciados, possam estar a todo 
momento ligados por ferramentas de interação presentes na Internet através de 
nossa plataforma. 
Além disso, nosso material didático foi desenvolvido por professores 
especializados nessa modalidade de ensino, em que a clareza e objetividade são 
fundamentais para a perfeita compreensão dos conteúdos. 
A UNIVERSO tem uma história de sucesso no que diz respeito à educação a 
distância. Nossa experiência nos remete ao final da década de 80, com o bem-
sucedido projeto Novo Saber. Hoje, oferece uma estrutura em constante processo 
de atualização, ampliando as possibilidades de acesso a cursos de atualização, 
graduação ou pós-graduação. 
Reafirmando seu compromisso com a excelência no ensino e compartilhando 
as novas tendências em educação, a UNIVERSO convida seu alunado a conhecer o 
programa e usufruir das vantagens que o estudar a distância proporciona. 
Seja bem-vindo à UNIVERSO EAD! 
Professora Marlene Salgado de Oliveira 
Reitora
Técnicas de leitura e produção textual 
4 
Técnicas de leitura e produção textual 
5 
 
 
Sumário 
 
Apresentação da disciplina ................................................................................................ 07 
Plano da disciplina .............................................................................................................. 09 
Unidade 1 – Discurso, texto e enunciação ....................................................................... 15 
Unidade 2 – A prática da leitura de textos a construção do texto ............................... 57 
Unidade 3 – A construção do texto .................................................................................. 95 
Unidade 4 – A dissertação e a argumentação ................................................................. 127 
Unidade 5 – A composição mista...................................................................................... 159 
Unidade 6 – O texto de opinião e o texto polifônico ..................................................... 197 
Considerações finais ........................................................................................................... 255 
Conhecendo as autoras ...................................................................................................... 227 
Referências ........................................................................................................................... 228 
Anexos ................................................................................................................................ 237 
Técnicas de leitura e produção textual 
6 
 
Técnicas de leitura e produção textual 
7 
 
Apresentação da Disciplina 
 
O aprendizado é mais do que a aquisição de capacidade para 
pensar; é a aquisição de muitas capacidades especializadas para 
pensar sobre várias coisas. 
(Vygotsky, 1991) 
 
Antes de tudo, caro aluno, façamos uma reflexão primordial: qual a 
importância da formação de sujeitos leitores e produtores de texto na escola ou na 
universidade? Partindo da epígrafe acima, do grande mestre da educação, 
Vygotsky, “o aprendizado é a aquisição de muitas capacidades especializadas para 
pensar sobre várias coisas”, meditemos: ler é uma arte em processo. É a 
possibilidade própria que cada um tem de dotar de sentido e de significado textos 
escritos, desenhos, comportamentos, expressões, peças de teatro, filmes, obras de 
artes etc. Assim, confirmamos que “o objeto de ensino e, portanto, de 
aprendizagem é o conhecimento linguístico e discursivo com o qual o sujeito 
opera ao participar das práticas sociais mediadas pela linguagem.” (Parâmetros 
Curriculares Nacionais, 1998). 
Portanto, não se deve desprezar oportunidade alguma para refletir sobre a 
questão da leitura e da produção textual nos contextos das instituições de 
ensino; estudando causas e consequências das dificuldades relacionadas ao 
trabalho com a leitura e com a escrita, investigando, delineando propostas, 
buscando novos rumos e novas perspectivas, enfim, indagando de modo crítico e 
consciencioso sobre as causas do relativo “insucesso” na proposta de incentivo à 
leitura e à escrita atualmente, além de se pensar em como as práticas sociais de 
leitura e escrita podem garantir a formação de leitores autônomos e críticos. 
Dessa forma, esta disciplina foi elaborada passo a passo pensando em você e 
na sua aprendizagem sobe a leitura e a produção da escrita com clareza, coesão e 
coerênciatextuais, de modo prazeroso e interativo. Por isso, leia, releia e reflita 
sobre cada assunto abordado. O estudo constante lhe garantirá maior segurança e 
domínio do aprendizado. Procuramos elaborar uma metodologia que possibilite ao 
aluno conhecer, refletir, ler, pensar e compreender as diferentes atividades 
Técnicas de leitura e produção textual 
8 
 
comunicativas ou gêneros textuais, por meio de um estudo articulado com as 
estratégias de leitura e as normas de produção da escrita. 
A sua aplicabilidade teórica à prática da escrita resultará em habilidades e 
competências na metodologia no campo da linguagem, centrada na produção 
textual. Os conteúdos ministrados e a bibliografia para pesquisa irão contribuir, de 
forma decisiva, para a sua competência profissional. Nossa proposta, portanto, 
prezado aluno, é levá-lo a refletir conosco sobre o “ato de ler” e o “ato de escrever”, 
pois, como você sabe, o pensamento se materializa pela linguagem, e não existe 
pensamento sem linguagem. 
Estaremos, aqui, para auxiliá-lo nos conteúdos e exercícios, quando for preciso. 
Cumpra passo a passo as atividades propostas e administre bem o seu tempo. De 
resto, fica aqui o convite para ler e escrever. Esta é a ocasião oportuna para 
começar a fazê-los. 
 
 
Bons estudos e muito sucesso nesse percurso! 
Técnicas de leitura e produção textual 
9 
 
Plano da disciplina 
 
Heráclito, filósofo, ano 500 a.c, nos ensina que “ninguém desce duas vezes o 
mesmo rio, pois suas águas mudam constantemente.” O texto também muda a 
cada leitura, porque o leitor coloca nele suas vivências, seus sentimentos, sua visão 
particular do mundo e sua atitude naquele momento. 
A disciplina Técnicas de leitura e produção textual no curso de Letras tem 
como objetivo identificar e analisar as diferentes abordagens do ensino da leitura e 
produção textual, bem como refletir sobre a formação de sujeitos leitores e 
produtores de textos. 
As questões relativas à leitura e a escrita vêm sendo muito discutidas, 
sobretudo, nas duas últimas décadas. Como estender a todos os indivíduos de uma 
comunidade letrada, a possibilidade de desenvolver de forma satisfatória um 
domínio de leitura e de escrita? Esse é o grande desafio hoje das instituições de 
ensino, pois cabe a ela, formalmente, estabelecer relações entre leitura e 
indivíduo, entre leitura e escrita, entre leitura, escrita e indivíduo. Sendo assim, 
trata-se de uma disciplina fundamental na formação de profissionais que atuarão 
na área também dos estudos da linguagem, pois vem aumentando, a cada dia, a 
consciência de que a formação de leitores críticos é o primordial objetivo da 
disciplina Língua Portuguesa e da ação escolar. Um número crescente de 
professores busca priorizar os usos sociais da língua, partindo da interação 
cotidiana e familiar, que os alunos já realizam, para a pública e formal, que 
compete à escola garantir a todos. A presente disciplina, então, tem como meta 
desenvolver a habilidade para a organização discursiva: descritiva, narrativa e 
dissertativa, observando a estrutura básica de cada texto, procurando desenvolver 
no aluno as competências e habilidades de leitura e escrita necessárias ao êxito de 
sua formação como futuros profissionais. 
Técnicas de leitura e produção textual 
10 
 
A disciplina foi dividida em seis unidades, que estão subdivididas em tópicos, 
com o objetivo de facilitar a compreensão dos conteúdos, bem como a estrutura 
do programa teórico a ser desenvolvido. 
Sendo assim, passemos a um resumo de cada unidade, enfatizando seus 
objetivos para que você tenha uma visão generalizada daquilo que irá estudar 
nessa disciplina. 
 
Unidade 1 – Discurso, texto e enunciação 
 
Alguns conceitos de leitura, língua, linguagem, discurso, textos verbais e não 
verbais serão lembrados aqui, bem como a importância da leitura no cotidiano dos 
alunos. 
Objetivos: 
 Entender a leitura como uma atividade de compreensão, mas também 
de interação, de reação e avaliação dos efeitos pretendidos pelo autor e 
obtidos nos leitores. 
 Reconhecer a prática social da escrita fundamentada no raciocínio 
lógico e na reflexão do aprender a escrever, reconhecer os tipos e os gêneros 
textuais, bem como suas adequações às normas linguísticas. 
 Revisar pontos de ortografia e acentuação gráfica. 
 
Unidade 2 – A prática da leitura de textos 
 
A crença de que a proficiência na leitura constitui pré-requisito indispensável 
para um desempenho satisfatório não só nas atividades escolares e acadêmicas, 
mas também a garantia de participação ativa na vida social, ou seja, a cidadania 
desejada. 
Objetivos: 
 Analisar, interpretar e aplicar os recursos expressivos das linguagens, 
relacionando textos com seus contextos, mediante a natureza, função, 
Técnicas de leitura e produção textual 
11 
 
organização das manifestações, de acordo com as condições de produção e 
recepção. 
 Reconhecer a tipologia textual existente, tais como o texto descritivo e 
o texto narrativo, os tipos de discurso, a intertextualidade e a significação das 
palavras. 
 
Unidade 3 – A construção do texto 
 
O ensino da produção textual: leitura, interlocução e produção de textos. 
Nessa unidade veremos, entre outras coisas importantes, algumas condições 
para tornar produtivas as práticas da leitura e da produção textual, a noção de 
texto, a construção do sentido de texto e a estrutura do texto. 
Objetivos: 
 Utilizar-se das linguagens como meio de expressão, informação e 
comunicação em situações intersubjetivas, que exijam graus de 
distanciamento e reflexão sobre os contextos e estatutos de interlocutores; e 
saber colocar-se como protagonista no processo de produção e recepção de 
textos. 
 Reconhecer a estrutura do parágrafo, o título, o tema, a construção do 
texto, as partes de um texto: introdução, desenvolvimento e conclusão e sua 
aplicação às normas linguísticas da língua. 
 
Unidade 4 – A dissertação e a argumentação 
 
O trabalho com a linguagem, a leitura e a escrita podem favorecer a ação 
numa perspectiva humanizadora, que convidem a refletir, a pensar e a agir sobre o 
sentido da vida individual e coletiva. Evidencia-se como estratégia necessária para 
que os alunos possam ampliar seus conhecimentos, identificar procedimentos 
apropriados, assumir atitudes afirmativas, positivas e humanistas contra a barbárie, 
a injustiça, o preconceito e a injustiça social, bem como para o desenvolvimento de 
habilidades essenciais ao exercício pleno da cidadania no século XXI. 
Técnicas de leitura e produção textual 
12 
 
Objetivos: 
 Compreender e usar a Língua Portuguesa como língua materna, 
geradora de significação e integradora da organização de mundo e da própria 
identidade. 
 Utilizar-se das linguagens como meio de expressão, informação e 
comunicação em situações objetivas e subjetivas, que exijam graus de 
distanciamento e reflexão sobre os contextos e estatutos de interlocutores; e 
saber colocar-se como protagonista no processo de produção e recepção de 
textos. 
 Identificar as características do texto dissertativo-argumentativo, e da 
carta pessoal e comercial. 
 Reconhecer e empregar adequadamente a concordância nominal e 
verbal e os pronomes de tratamento. 
 
Unidade 5 – A composição mista do texto 
 
Na prática de leitura e produção textual devem ser desenvolvidas atividades 
que garantam ao aluno a capacidade de ler diferentes textos, de diferentes 
gêneros, tais como: contos, crônicas, romances, poemas, reportagens, entrevistas, 
editoriais, charges, propagandas, tirinhas etc., de forma crítica e autônoma. 
Objetivos: 
 Conhecer práticas pedagógicas de leitura e produção textual que 
podem ser desenvolvidas em sala de aula. 
 Analisar as imagens de texto não verbal para o texto verbal e vice-versa 
e aplicar de forma adequada às estruturas linguísticas. 
 Revisar ortografiae emprego de palavras tais como: uso dos porquês; 
as palavras mas, mais e más. 
 Aperfeiçoar o aprendizado de coerência e coesão textual. 
Técnicas de leitura e produção textual 
13 
 
Unidade 6 - O texto de opinião e o texto polifônico 
 
No trabalho com a produção textual devem ser desenvolvidas atividades que 
garantam o reconhecimento das estruturas e características dos diversos tipos e 
gêneros textuais que circulam socialmente em nossas atribuições do cotidiano. 
Objetivos: 
 Reconhecer as estruturas e características da composição dos textos de 
opinião, polifônico e publicitário. 
 Entender os procedimentos para uma efetiva produção textual. 
 Compreender a regência verbal e nominal que dão sentido e elegância 
aos textos. 
 
Técnicas de leitura e produção textual 
14 
 
Técnicas de leitura e produção textual 
15 
Discurso texto e enunciação 
A produção da escrita como prática social. 
A prática da leitura. Conceituação. 
Noção de linguagem e língua: textos verbais e não verbais. 
Conceituação: texto, discurso e enunciação. 
Conceituando: língua, fala ou discurso, linguagem. 
Coesão e coerência (I e II). 
Os gêneros textuais e os tipos textuais. 
Trabalhando as normas linguísticas. 
1 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
16 
 
Nesta unidade, você estudará o valor da prática social da escrita, a 
conceituação de texto, discurso, enunciação, os gêneros e os tipos textuais 
pertinentes às atividades comunicativas do dia a dia em nossa sociedade 
contemporânea. 
 
Objetivos da unidade: 
 Reconhecer a prática social da escrita fundamentada no raciocínio 
lógico e na reflexão do aprender a escrever. 
 Identificar e diferenciar os tipos e os gêneros textuais que 
desempenham papel fundamental em nossa vida social. 
 Perceber que os textos (orais e escritos) são frutos da intenção 
comunicativa de um emissor em relação a um receptor num determinado 
contexto social. 
 Compreender o conceito de texto, discurso e enunciação. 
 Entender a importância da coesão e coerência textual na construção 
do sentido dos textos. 
 Revisar normas linguísticas importantes na construção dos textos. 
Plano da unidade: 
 A produção da escrita como prática social. 
 A prática da leitura. Conceituação. 
 Noção de linguagem e língua: textos verbais e não verbais. 
 Conceituação: texto, discurso e enunciação. 
 Conceituando: língua, fala ou discurso, linguagem. 
 Coesão e coerência (I e II). 
Os gêneros textuais e os tipos textuais 
 Trabalhando as normas linguísticas. 
Bons estudos. 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
17 
 
A produção da escrita como prática social 
 
Que ninguém se iluda: só a leitura intensa permite conhecer os 
múltiplos recursos da língua e usá-los com eficiência, sem decoreba 
gramatiqueira (BAGNO). 
 
Caro aluno, começaremos agora nossos estudos nesta fascinante área da 
leitura e da produção de textos. Procuraremos identificar e analisar as diferentes 
abordagens do ensino da leitura e da produção textual. Ler, ouvir, compreender, 
falar e escrever são atividades necessárias na nossa relação com os outros e com o 
mundo, e aqui me dirigindo, em especial, a você, estudante 
do curso de Letras. A ferramenta cultural que utilizamos 
para essa comunicação, essa inter-relação, é a linguagem, 
seja ela verbal ou não verbal, pois, no dia a dia, deparamo-
nos cada vez mais com situações em que temos de ler 
textos cujo código não é nossa língua. Já se afirmou, 
inclusive, que vivemos numa sociedade icônica, pois somos 
constantemente bombardeados por signos visuais 
também. E os próprios textos verbais vêm comumente 
associados a textos não verbais. 
A produção da escrita é pertinente a uma prática social. Na sociedade 
contemporânea os indivíduos atuam no mundo e sentem necessidade de 
comunicar suas ideias e mensagens aos outros. 
A produção de textos, no laboratório textual ou em oficinas, possibilita ao 
sujeito produtor do texto que expresse seus pensamentos, seu ponto de vista e 
construa seus argumentos sobre determinado assunto, em suas comunicações 
diárias, quer escrita ou quer falada. 
O produtor do texto, na construção de suas mensagens, deverá levar em 
consideração, segundo Koch as inter-relações que são essenciais para garantir a 
coerência de um texto. Vejamos: 
Icônico: relativo a ícone. Que 
representa ou reproduz com 
exatidão e fidelidade. Signo que 
apresenta uma relação de 
semelhança ou analogia com o 
objeto que representa (como uma 
fotografia, uma estátua ou um 
desenho figurativo); p.ex.: o 
desenho de uma faca e um garfo 
cruzados indicam a proximidade de 
um restaurante. 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
18 
 
 
 
Você deverá ler, compreender e interpretar as inúmeras obras, revistas, filmes 
e etc., que circulam em seu cotidiano. Esses procedimentos de LEITURA são 
eficazes para o bom desempenho da ESCRITA e o desenvolvimento das 
habilidades de escrever, de argumentar, de pensar e de fundamentar seu ponto de 
vista na organização discursiva em diferentes modalidades: 
escrita ou falada. 
Outro fator importante para interpretação de um texto 
é a inferência. 
 
A prática da leitura. Conceituação 
 
Na formação global do homem inserido no mundo moderno, a leitura e a 
produção de texto têm papel decisivo e fundamental. “A leitura é o processo 
através do qual o leitor interage com um autor, por meio de um texto escrito”. 
Segundo Soares (1996), “esse processo é o resultado das circunstâncias em que a 
leitura acontece: condições de produção da leitura, e das práticas histórico-sociais 
que configuram o autor, o leitor, o texto: o contexto”. 
Inferência: é a dedução, a 
interpretação pelo raciocínio 
baseada em indícios, ou seja, 
inferência é opinião. 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
19 
 
Segundo ainda a mesma autora, a escrita “é o processo através do qual o 
autor interage com um leitor, por meio de um texto escrito. Esse processo é o 
resultado das circunstâncias em que a escrita acontece: condições de produção do 
texto e das práticas histórico-sociais que configuram o autor, o leitor, o texto: o 
contexto”. 
A produção da escrita está atrelada à produção da leitura, facultando ao leitor, 
pelo contato com textos escritos diversificados e pelas inúmeras leituras, um bom 
desempenho em suas produções textuais. Tais leituras possibilitam internalizar 
novos conhecimentos e desenvolver habilidades na organização discursiva, assim, 
a convivência com o universo de leituras levará o sujeito leitor ao efetivo domínio 
da escrita. 
Pode-se levar em consideração que, por meio da leitura, teremos o acesso à 
informação, além de favorecer um exercício de reflexão e análise das questões 
sociais, tornando a pessoa mais crítica e conhecedora de si e do outro. 
Observe o esquema a seguir: 
 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
20 
 
O esquema anterior sintetiza o processo da produção da escrita e das 
atividades comunicativas; requer do sujeito produtor de textos uma leitura 
(informação) em que ele tenha compreensão e interpretação de suas leituras, com 
isso poderemos afirmar que o ato de escrever exige: o pensar e o refletir sobre 
algo, além de estimular “o criar”, o produzir de novos textos e de novas mensagens. 
Esse processo resulta na construção de diversos gêneros textuais (bilhete, carta 
pessoal, carta comercial, telefonema, notícia jornalística, editorial de jornais e 
revistas, atas, resenha etc.) e visa promover ainda, a interação social entre os 
indivíduos. 
Há de se pensar que as práticas de comunicação em sociedade se constituem 
em gêneros textuais. Segundo Marcuschi são: 
 
Acontecimentos textuais ligados à nossa vida cultural e social e são 
bem menos restritos do que os tipos textuais. Seu número é 
praticamente infinito. Exemplos de gênero são: romance, carta 
pessoal, carta comercial, aula expositiva,artigo científico, boletim 
de ocorrência, outdoor, editorial, conversação espontânea etc. 
Alguns gêneros podem desaparecer e outros podem sofrer 
modificações ao longo do tempo, como o romance e as cartas 
comerciais. Isso lhes dá um caráter de evolução histórica. Gênero 
novos podem aparecer, em função de conquistas tecnológicas ou 
mudanças sociais, como o telefonema e o e-mail. Gêneros não são, 
portanto, entidades formais, mas entidades comunicativas, 
resultantes de processos de interação social. 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
21 
 
De fato, os gêneros não são “entidades formais”, mas 
entidades comunicativas decorrentes de práticas sociais que 
visam à interação social entre os indivíduos. Em nosso dia a 
dia, praticamos a todo o momento atividades 
comunicativas. Além disso, circulamos e vivemos em uma 
sociedade letrada (letramento), em que os indivíduos se 
comunicam ao narrar um fato, ao defender seu ponto de 
vista sobre qualquer assunto. 
 
IMPORTANTE: 
Lembre-se de que as comunicações constituem gêneros textuais ou 
“entidades comunicativas”. 
 
Agora, você irá ler alguns gêneros textuais inseridos na sociedade letrada. 
Vamos lá? 
 
1º Charge: 
 
Letramento: É o estado ou 
condição de quem não só sabe ler 
e escrever, mas exerce as práticas 
sociais da leitura e da escrita que 
circulam na sociedade em que 
vive, conjugando-as com as 
práticas sociais de interação oral. 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
22 
 
2º Outdoor 
 
 
3º Manchete de jornais 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
23 
 
4º Música MPB 
 
Geração Coca-Cola 
 
Quando nascemos fomos programados 
A receber o que vocês nos empurraram 
Com os enlatados dos USA, de 9 às 6. 
Desde pequenos nós comemos lixo 
Comercial e industrial 
Mas agora chegou nossa vez – 
Vamos cuspir de volta o lixo em cima de vocês. 
 
Somos os filhos da revolução 
Somos burgueses sem religião 
Nós somos o futuro da nação 
Geração Coca-Cola. (RUSSO, 1995.) 
 
Ler não é apenas decodificar, mas compreender as mensagens, pois 
circulamos e vivemos numa sociedade letrada. Vale o que está escrito. Parodiando 
o texto bíblico diríamos: “Bem- aventurados os homens de boa redação. Deles será 
o reino das diretorias”(INFANTE,1998). 
 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
24 
 
É verdade! A escrita é essencial ao mundo contemporâneo, tendo em vista as 
práticas sociais das atividades comunicativas no dia a dia, uma vez que as nossas 
organizações e instituições são permeadas por textos escritos: Estatutos, Código 
Civil, Procon, leis, outdoor, Receitas, comunicação nas empresas, enfim, por 
inúmeras mensagens que circulam socialmente. Assim, dependemos da escrita 
enquanto habilidade importante para o nosso sucesso profissional. 
Estamos em consonância com as dicas de Lucília Garcez para desinibir ou 
eliminar os bloqueios do estudante, auxiliando-o na produção textual. 
Vamos conferir? 
 
“Dicas” para desempenho na escrita: 
 
1º Passo: Resumos de leituras (revistas, jornais, livros, crônicas e contos). 
2º Passo: Não ter “medo” de escrever. Acreditar que você é capaz de obter 
êxito na ESCRITA. 
3º Passo: Ler muito. Compreender e interpretar o que leu. 
4º Passo: Valorizar seus argumentos e reconhecer que pela escrita interagimos 
com o mundo. 
5º Passo: Motivação é a razão para escrever o texto: defender uma ideia, além 
de expressar um sentimento ou opinião sobre algo. 
6º Passo: Correção gramatical. 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
25 
 
IMPORTANTE: 
Escrever é um desafio, é luta! 
Uma via para compreender e desenvolver o ato de escrever é a Leitura. 
Recortamos algumas entrevistas de escritores que vivem de suas escritas, sendo o 
ato de escrever imprescindível em suas vidas. 
 
Leiamos alguns depoimentos desses escritores: 
 
Clarice Lispector: 
 
Esta é uma confissão de amor: amo a língua portuguesa. Ela não é 
fácil. Não é maleável. E, como não foi profundamente trabalhada 
pelo pensamento, a sua tendência é a de não ter sutilezas e de 
reagir às vezes com um verdadeiro pontapé contra os que 
temerariamente ousam transformá-la numa linguagem de 
sentimento e de alerteza. E de amor. A língua portuguesa é um 
verdadeiro desafio para quem escreve. Sobretudo para quem 
escreve tirando das coisas e das pessoas a primeira capa de 
superficialismo. 
 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
26 
 
Segundo a autora Lygia Fagundes, o ato de escrever se resume: 
 
-Como você definiria o ato de escrever? 
-Uma luta. Uma luta que pode ser vã, como disse o poeta, mas 
que lhe toma a manhã. E a tarde. Até a noite. Luta que requer 
paciência. Humildade. Humor. Lembro-me que estava num hotel 
em Buenos Aires, vendo na tevê um drama de boxe. Desliguei o 
som, ficou só a imagem do lutador já cansado (tantas lutas) e 
reagindo. Resistindo. Acertava, às vezes, mas tanto soco em vão, o 
adversário tão ágil, fugidio, desviando a cara. E ele ali, investindo, 
Insistindo: – mas o que mantinha o lutador em pé? Duas vezes 
beijou a lona. Poeira, suor, sangue. Voltava a reagir, alguém sugeriu 
que lhe atirassem a toalha, é melhor desistir, chega! Mas ele ia 
buscar forças sabe Deus onde e se levantava de novo, o fervor 
acendendo a fresta do olho quase encoberto pela pálpebra inchada. 
Fiquei vendo a imagem silenciosa do lutador solitário – mas quem 
podia ajudá-lo? Era a coragem que o sustentava? A vaidade? 
Simples ambição de riqueza, aplauso? (...) E de repente me 
emocionei: na imagem do lutador de boxe vi a imagem do escritor 
no corpo a corpo com a palavra. 
 
Segundo Mariza Lajolo (1988) 
 
Lê-se para entender o mundo, para viver melhor. Em nossa cultura, 
quanto mais abrangente a concepção de mundo e de vida, mais 
intensamente se lê, numa espiral quase sem fim, que pode e deve 
começar na escola, mas não pode encerrar-se nela. Do mundo da 
leitura para a leitura do mundo, o trajeto se cumpre sempre, 
refazendo-se, inclusive, por um vice-versa que transforma a leitura 
em prática circular e infinita. Como fonte de prazer e de sabedoria, a 
leitura não esgota seu poder de sedução nos estreitos limites da 
escola. 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
27 
 
Portanto, aprender a ler é não só uma das maiores experiências da vida. É uma 
vivência única para todo ser humano. Ao dominar a leitura abrimos a possibilidade 
de adquirir conhecimentos, desenvolver raciocínios, participar ativamente da vida 
social, alargar a visão de mundo, do outro e de si mesmo. Assim, leitura é a 
possibilidade própria que cada uma das pessoas tem de dotar de sentido e de 
significado, textos escritos, desenhos, comportamentos, expressões, peças de 
teatro e filmes, obras de diferentes artes, etc. Isso significa dizer que não se leem 
apenas os textos linguísticos, aqueles que se ocupam da palavra escrita. Assunto 
que desenvolveremos no próximo tópico. 
 
Noção de linguagem e língua: textos verbais e não verbais. 
 
Inicialmente, cabe distinguir os conceitos de linguagem e língua. A 
concepção adotada por nós é que a linguagem é a capacidade de representação 
por meio de signos, exclusiva do ser humano, o que o distingue dos outros animais. 
A linguagem pode ser expressa por signos verbais e não verbais, agrupados em 
linguagem verbal – que usa a palavra falada e escrita – e a linguagem não verbal – 
que utiliza signos gestuais, visuais e sonoros. Já a língua é um sistema de signos 
verbais desenvolvidos por uma comunidade para a comunicação como resultado 
de seu processo histórico. Uma língua tem características particulares em vários 
aspectos: fonológico, morfológico, sintático, semântico e pragmático, o que a 
diferenciam uma das outras. É interessante lembrar também que a língua é 
heterogênea e apresenta variantes sociais, geográficas e situacionais, entre 
outras. Nela encontramos a norma padrão, ou português padrão, como uma das 
variantes linguísticas do português, associadoaos grupos sociais de maior prestígio 
na sociedade. E a importância do seu estudo para a participação social e o pleno 
exercício da cidadania. 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
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Conceituação: texto, discurso e enunciação. 
 
A palavra texto provém do latim textus, que significa “tecido, entrelaçamento”. 
O significado etimológico nos mostra que o texto resulta do ato de tecer, de 
entrelaçar unidades e partes, a fim de constituir a unidade do texto. Portanto, a 
textura ou tessitura de um texto garante a coesão e a coerência a partir das redes 
de relações. Tais relações se estabelecem com a retomada dos elementos 
coesivos, ou seja, das palavras, frases e sequências que remetem aos fatos ou 
conceitos, por meio dos pronomes ou palavras e expressões equivalentes 
contidas no texto. Você ainda deverá ter cuidado com o “entrelaçamento” do 
texto, a fim de torná-lo coerente e coeso, daí a atenção aos fatores e aos 
mecanismos de coerência textual. 
 
Vamos aos exemplos: 
EXEMPLIFICANDO 
Exemplo 01: 
 
É impossível pressagiar o futuro do romance e da pintura, mas uma coisa é 
certa: há mais de 150 anos ambos têm sido renovados por modalidades artísticas 
que lançam mão de recursos tecnológicos, como a fotografia no século XIX e o 
cinema no século passado. O impacto e a influência da fotografia na pintura foi 
considerável, e algo semelhante ocorreu entre o cinema e a literatura. “A nova 
arte” atraiu – e atrai cada vez mais – o público que, antes, entregava-se à leitura de 
romances. É provável que a maioria dos espectadores de “filmes de arte” se 
interesse pela literatura, e que raros escritores não sejam cinéfilos. E não seria 
exagero afirmar que o cinema influenciou muitas obras literárias do século XX. 
(Fonte: Revista entre livros, junho de 05, ano I, nº3, p.26). 
Observe que há no exemplo 01 a substituição da palavra “fotografia” por “A 
nova arte” dando elegância à escrita. 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
29 
 
EXEMPLIFICANDO 
Exemplo 02: 
 
Observemos os termos grifados que são chamados de elementos coesivos e 
constituem a coesão do texto. 
Elementos coesivos: são palavras ou expressões cuja função é estabelecer relações lógicas entre os 
segmentos do texto (os conectivos, por exemplo), ou fazer referência a outros elementos presentes na 
estrutura textual (pronomes, advérbios, sinônimos, por exemplo). A coesão de um texto decorre do uso 
adequado desses elementos. 
 
Vejamos: 
“Cinema e literatura são linguagens bem diferentes, mas uma não exclui a 
outra. Alguns livros de ficção pedem ao leitor quase a mesma paciência e atenção 
que a do espectador dos filmes inspirados por essas obras. No fim da sessão ou da 
leitura, o prazer será mais ou menos o mesmo, dependendo de cada olhar. Mas um 
bom filme depende de algo que é um atributo fundamental de uma obra de ficção: 
a palavra escrita. Sem um roteiro plausível e capaz de dar coerência à trama, as 
imagens correm o risco de perder sua força e magia. E talvez seja esse o vínculo 
mais profundo e perene da literatura com a nova arte” (Fonte: Revista entre livros, 
junho de 05, ano I, nº3, p.27). 
 
(...) Todos conhecemos centenas, talvez milhares de casos de 
leitores muito pobres, filhos de pais sem instrução, que foram 
ajudados a ‘vencer na vida ‘pelo desenvolvimento intelectual que a 
leitura de bons livros lhes proporcionou. Essa leitura não substitui a 
escola, mas a complementa e multiplica de modo exponencial e se 
mantém como potencial de crescimento pela vida toda, diz Ana 
Maria (Almanaque das Letras, setembro 2007, ano 1 – nº1, p.11). 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
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IMPORTANTE: 
Os pronomes “esse”, “essa”, “lhes”, além das expressões “Cinema e 
Literatura” e “A nova arte”, funcionam como elementos de coesão, por fazerem 
referência a outros elementos dos textos anteriormente citados. 
 
Outro fator importante para garantir a coesão e a coerência textual é a 
adequação das normas linguísticas aos gêneros textuais. Tais normas visam 
garantir a qualidade do estilo. Entretanto, um texto poderá conter correção 
gramatical, mas não ter nexo, não ter sentido, sendo assim, não há uma “unidade 
básica de sentido” no texto. 
É válido destacar, aqui, os mecanismos que facilitam a coerência, quais são: 
utilização adequada das normas gramaticais, cuidado com a formalidade da língua 
escrita, conhecimento de mundo compartilhado por emissor e receptor, seleção 
lexical, adequação das variantes linguísticas aos textos, a intertextualidade e a 
construção dos argumentos adequados à tipologia textual. 
A coerência textual pressupõe o encadeamento de ideias sem que haja 
contradição entre os diversos segmentos textuais. Cada um deles é pressuposto do 
seguinte, que por sua vez, será pressuposto para o(s) que sucede(m), formando 
uma cadeia em que todos estejam harmonicamente concatenados. Quando isso 
ocorre, dizemos que o texto é coerente. Se houver quebra nessa concatenação ou 
um segmento textual estiver em contradição com um anterior, o texto perde a 
coerência. A coerência tem que ver com o tipo de texto e a sua produção. 
Podemos, então, falar de uma coerência argumentativa, uma coerência 
narrativa e uma coerência descritiva. Falaremos sobre tipologia textual 
(narração, descrição e dissertação) daqui a pouco. 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
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EXEMPLIFICANDO 
Exemplo de coerência textual 
Ilustração 
Agora, você irá saborear o poema Cristaleira, de Beatriz Escórcio Chacon: 
Cristaleira 
É preciso um manjar 
saltando fervendo 
num fogo brando 
 
Traz teus olhos de jabuticaba 
há ameixa e deuses conservados em mim 
 
Eu te trago carambolas 
pegando no fundo 
caramelando teus olhos 
 
Um cristal que é vidro 
e a compoteira enchendo 
Nossos olhos compridos. 
 
No poema Cristaleira, de Beatriz Escórcio Chacon, em sua sequência ou 
encadeamento das ideias, obtém-se a coerência textual pelo tecido de base 
semântica (significados). Conforme podemos observar há apenas um conectivo 
(e). 
 
Geralmente, nos textos poéticos há menos elementos coesivos. 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
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Coesão e coerência (I e II) 
 
 
EXEMPLIFICANDO 
Observe a construção dos trechos abaixo: 
a) Levantamos muito cedo, o dia estava nublado. As pessoas andavam pelas 
ruas, acostumadas às chuvas constantes de Paraty. Por isso, deixamos de fazer o 
passeio de barco. 
b) Levantamos muito cedo, o dia estava nublado. As pessoas andavam pelas 
ruas, acostumadas às chuvas constantes de Paraty. Apesar disso, deixamos de fazer 
o passeio de barco. 
A falha mais comum na construção do texto (redação) é a incoerência das 
ideias e da falta de unidade, conforme nos diz o professor Othon Moacir Garcia: 
 
Quando o estudante aprende a concatenar ideias, a estabelecer 
suas relações de dependência, expondo seu pensamento de modo 
claro, coerente e objetivo, a forma gramatical vem com um mínimo 
de erros que não cegam a invalidar a redação. E esse mínimo de 
erros se consegue evitar com um mínimo de ‘regrinhas’ gramaticais. 
(MOACIR, p. 267) 
 
A unidade de um texto se obtém, geralmente, com o tópico frasal enquanto a 
coerência requer uma ordem adequada e o uso adequado das conjunções, 
advérbios, locuções adverbiais e pronomes. A unidade do parágrafo é obtida com a 
conexão entre seus períodos. 
Há uma relação intrínseca da unidade e coerência, quase sempre a ausência de 
uma compromete à ordenação e o entrelaçamento das ideias, principais 
qualidades de um texto. O seguinte texto exemplifica a falta de unidade e 
coerência, vejamos: 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
33 
 
Dizer que viajar é um prazer triste, uma aventura penosa, parece um 
absurdo. Imediatamente nos ocorrem as dificuldades de transportes 
durante a Idade Média, quando viajar devia ser realmente uma 
ventura arriscada e penosa (Id.Ib.). 
 
Refletindo sobre o diálogo entredois teóricos do texto: Koch e Moacir, 
podemos concluir: 
 
Quadro I 
 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
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Observando o quadro I, podemos concluir que, para se obter a unidade e 
coerência textuais em uma composição (introdução, desenvolvimento e 
conclusão), são essenciais: a ordenação dos parágrafos, ou seja, a conexão dos 
parágrafos por meio dos elementos coesivos, “partículas de transição” (Othon 
Moacir Garcia), a fim de garantir a coesão e a coerência textuais e, 
consequentemente, a textualidade. 
Veja alguns exemplos de mecanismos de coesão: 
 
(...) a escritora e imortal Ana Maria Machado fala sobre a leitura – 
tema caro a uma autora que não se cansa de falar sobre o assunto 
que deveria ser considerado tão importante e indispensável como a 
matemática e, por isso, fazer parte dos currículos escolares. No texto 
intitulado “Hospital da alma”, ela defende uma teoria bastante 
curiosa: o ambiente contemporâneo não é favorável à leitura. E, 
enquanto nos países que já se lia muito, as sociedades dispõem de 
anticorpos capazes de proteger as pessoas diante deste fenômeno, 
num país como o Brasil, as coisas ficam bem complicadas. 
Estaríamos doentes e famintos? Segundo a autora, sim. ’Estamos 
famintos e doentes em matéria de leitura (...)’ (Almanaque das 
Letras, setembro 2007, ano 1 – nº1, p.10). 
 
OBS.: O texto acima exemplifica a coesão pela retomada do nome “escritora” 
por “Ana Maria Machado”, “autora”. As palavras mais usadas e retomadas nos 
textos estabelecem um encadeamento semântico – unidade de sentido que lhe 
garante a textualidade. A rede semântica ou encadeamento semântico que cria a 
textualidade chama-se coesão. 
Observe os termos retomados nas sentenças. São chamados de elementos 
coesivos. Vejamos: 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
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EXEMPLIFICANDO 
Paulo pegue o livro. Paulo pegue-o. 
Pegue os DVDs. Coloque-os sobre a mesa. 
 
Mais uma vez recorremos à coesão textual. 
 
‘Aos 6 meses o nenê está num bom período para o ingresso no 
berçário’, afirma Márcia Figueiredo, psicopedagoga do Centro 
Educacional Miraflores, no Rio de Janeiro. Ela explica que nessa fase 
a criança já apresenta alguma mobilidade, interage com o 
ambiente, começa a ingerir novos alimentos, mas ainda não entrou 
na fase de estranhar pessoa, o que favorece na integração (Revista 
Uma, p. 116, março de 2008). 
 
Veja as palavras sublinhadas no texto: “Márcia Figueiredo” é substituída por 
“Ela” (pronome pessoal do caso reto), e a coesão lexical (vocabulário) ocorre em 
“nenê” por “criança”, e ainda para exemplificar teremos “a partícula de transição” 
mas, conjunção adversativa. Os elementos coesivos garantem a conexão entre os 
períodos. 
Podemos, agora, visualizar a síntese sobre as características da tríade: texto, 
discurso e textualidade no gráfico. Vamos lá! 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
36 
 
 
 
Portanto, a enunciação está centrada no conhecimento de mundo chamado 
de repertório sociocultural do receptor ao fazer suas inferências. Quando o 
ouvinte/receptor for capaz de associar ao ouvir ou ler o texto, compreender e 
decodificar a intencionalidade do emissor ocorre à inferência (dedução) do leitor 
/receptor sobre texto, quer falado ou escrito. 
Vamos aos exemplos: 
 
a) Imaginemos que há duas pessoas desconhecidas sentadas no banco da 
praça. Ao iniciarem um diálogo: 
 
- O dia está lindo, né? 
- É. Está ótimo para apreciar a natureza. Hoje, pelo menos o céu está azul, azul. 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
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Observamos que no diálogo entre as duas pessoas 
há um desejo de contato simplesmente, isto é, 
estabelece a enunciação. Sendo assim, há uma 
intenção de contato do emissor com o receptor. 
 
 
Conceituando: língua, fala ou discurso, linguagem: 
 
 Língua: a língua é um tipo de linguagem que utiliza palavras para o 
processo de comunicação de indivíduos. Ela é um sistema que sofre modificações, 
pois está sujeita à ação do tempo e do espaço geográfico. 
 Fala/ discurso/ enunciação: é o uso individual que cada membro da 
comunidade linguística faz da mesma língua. Ao selecionar as palavras, o indivíduo 
é influenciado pela sua personalidade, seu gosto, sua cultura, etc. Surgem, então, 
os estilos próprios e níveis de fala, que são os modos variados que o indivíduo usa a 
língua, de acordo com o meio sociocultural em que vive. 
 Linguagem: a linguagem é a capacidade que o homem tem de se 
comunicar por meio da fala. Existem outras formas de linguagem como os 
desenhos, os gestos, os sons, as cores, os cheiros, as onomatopeias, e as palavras. 
Divide-se, como vimos, em linguagem verbal e não verbal. 
 
Os gêneros textuais e os tipos textuais 
 
 
Conforme visto anteriormente, os textos desempenham papel fundamental 
em nossa vida social. Como as situações de comunicação em nossa vida são 
inúmeras, inúmeros também são os gêneros textuais a que temos acesso. São eles: 
bilhete, carta, e-mail, receita, horóscopo, piada, romance, conto, crônica, poesia, 
revistas, editoriais de jornais, propaganda, texto didático, resenha, bula de 
remédio, aula expositiva, ata de reunião entre outros. Um dos primeiros passos 
para uma competente leitura do texto é a identificação do gênero textual em 
questão. 
Enunciação: ato individual de 
utilização da língua pelo falante, ao 
produzir um enunciado num dado 
contexto comunicativo. 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
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Os textos possuem sequências com determinadas marcas ou características 
linguísticas que nos permite identificá-los. São elas: classe gramatical 
predominante, estrutura sintática, predomínio de determinados tempos e modos 
verbais, relações lógicas, etc. Os gêneros são inúmeros, 
dependendo da sua função e das diferentes situações de 
comunicação. Já os tipos textuais são poucos: 
narrativo, argumentativo, explicativo ou expositivo, 
injuntivo ou instrucional. 
 
Características dos tipos textuais 
 
 São exemplos de gêneros em que prevalece a sequência narrativa: 
relato, crônica, conto, romance, fábula, conto de fada, piada, etc. 
 São exemplos de gêneros em que prevalece a sequência descritiva: 
autorretrato, folheto turístico, anúncio de classificado, cardápio, lista de 
compras, etc. 
 São exemplos de gêneros em que prevalece a sequência 
explicativa ou expositiva: textos de divulgação científica, de revistas 
especializadas, de cadernos de jornais, de livros didáticos, de verbetes, de 
dicionários, de manuais, de enciclopédia, etc. 
 São exemplos de gêneros em que prevalece a sequência injuntiva 
ou instrucional: propaganda, receita culinária, contendo o modo de fazer, 
manual de instrução de aparelhos eletrônicos, horóscopo, livros de autoajuda, 
etc. 
Injuntivo: que exprime uma 
ordem ao interlocutor para 
executar ou não uma 
determinada ação (diz-se de 
frase). 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
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Veja alguns exemplos de tipos textuais: 
 
Descrição 
 
 
Velhas casas 
 
As casas ainda resistem. 
Por trás das venezianas, 
Assomam damas antigas 
E tristes. 
Nas sombras dos canteiros, 
Arrastam-se caracóis. 
Gatos silenciosos vigiam 
Por entre as frestas de madeira. 
Sobem os edifícios 
Engolfando, em ânsias, 
O espaço. 
Mas a casa é aqui, 
Plantada na terra, 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
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Com janelas que se abrem 
Para a primavera. 
As casas ainda resistem. 
Por trás das venezianas, 
Damas antigas espreitam 
E se recolhem 
Porque a vida é aqui, 
Entre o quintal das mangueiras 
 E o jardim (PEÇANHA, 2001). 
 
 
 
IMPORTANTE: 
Nesse tipo de sequência há a apresentação pura e simples do estado 
do ser descrito em um determinado momento. Temos as seguintes marcas 
linguísticas: predomínios de frases nominais prevalecem formas verbais no 
presente ou no imperfeito, presença significativa de adjetivos, períodos curtos eorações coordenadas. 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
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Narração 
 
O carpinteiro 
 
Um velho carpinteiro estava para se aposentar. Contou a seu 
chefe os seus planos de largar o serviço de carpintaria e 
construção de casas e viver uma vida mais calma com a sua 
família. 
O patrão sentiu em saber que perderia um de seus melhores 
funcionários e pediu a ele que construísse uma última casa 
como um favor especial. O carpinteiro consentiu, mas com o 
tempo, era fácil ver que seus pensamentos e seu coração 
não estavam mais no trabalho. 
Ele não se empenhou no serviço e utilizou mão de obra e 
matéria prima de qualidade inferior. Foi uma maneira 
lamentável de encerrar sua carreira. 
Quando ele terminou o serviço, o patrão veio inspecionar a 
casa e entregou a chave da porta ao carpinteiro. 
-Esta é a sua casa, é meu presente para você, disse o patrão. 
Que choque! Que vergonha! Se soubesse que estava 
construindo sua própria casa, teria feito completamente 
diferente, não teria sido tão relaxado. Agora ele teria de 
morar numa casa feita de qualquer maneira (DRAEGE, 2001, 
p. 56). 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
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IMPORTANTE: 
Nesse tipo de sequência percebe-se o predomínio do tempo passado. 
A sequência narrativa é marcada pela temporalidade, seu material é o fato e a ação. 
 
Argumentação 
 
Que país é este, que nega oportunidades às suas crianças e jovens, em 
qualquer que seja a profissão, de serem atores na vida? Milhões de brasileiros 
precisam, apenas, ter o direito à educação para dar, com dignidade, sua 
contribuição à sociedade. 
Milhares de crianças utilizam sua criatividade, inteligência e seus dons apenas 
para sobreviver. São artistas nos sinais de trânsito, pedintes do asfalto. No entanto, 
a grande e esmagadora maioria tem como alternativas a violência, o furto, as 
drogas e a morte prematura. 
É possível transformar essa realidade e isto custa muito pouco. 
(texto de Maurício Andrade, Coordenador Geral da Ação da Cidadania) 
 
IMPORTANTE: 
Nessa sequência se faz a defesa de um ponto de vista, de uma ideia, 
ou se questiona um fato. Caracteriza-se pela progressão lógica de ideias e requer 
uma linguagem sóbria, objetiva, denotativa. 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
43 
 
Trabalhando as normas linguísticas 
 
Ao final de cada unidade, você estudará alguns aspectos gramaticais para 
serem aplicados aos textos e ajudá-los nas dificuldades do domínio das normas 
linguísticas. Além disso, você deverá consultar a bibliografia. Pesquise. Consulte o 
dicionário. Consulte uma gramática. 
Iniciaremos a revisão dos aspectos gramaticais com a acentuação gráfica. 
 
Acentuação gráfica 
 
A língua portuguesa contém, em suas sílabas pronunciadas, maior força 
expiratória, chamadas de sílabas tônicas, e outras, em português, não sendo 
pronunciadas com força expiratória, chamadas de palavras átonas. 
Vejamos o quadro: 
 
Ex.: Você sabe como ele me encontrou? 
 
 átonas átonas 
 
Há três posições das palavras tônicas: 
 
Última sílaba: Café – cafés - oxítona 
Penúltima sílaba: lápis – bênção - paroxítona 
Antepenúltima sílaba: lâmpada – bússola - proparoxítona 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
44 
 
Regras de acentuação 
 
Oxítonas 
 
Acentuam-se as palavras terminadas em: a (s), e (s), o (s) – são acentuadas 
graficamente, seguidas ou não de (s). 
 
Ex.: Canadá, café, robô ou robôs. 
Oxítona termina em: em – ens (com mais de uma sílaba) 
Ex.: armazém – armazéns / parabéns 
 
Paroxítona 
 
Acentuam-se as palavras paroxítonas terminadas em: l, n, r, s, x 
Ex.: fácil, hífen, mártir, tórax, bíceps. 
 
a) Ditongo: série, colégio, estratégia, órfão, órgão. 
b) Um (s): álbum e álbuns. 
c) i(s), u(s): júri, táxi, vírus, Vênus. 
d) ã (s), ãs, ão/ ãos: órfã, ímãs, órfãos. 
e) ps: bíceps, fórceps. 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
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Proparoxítonas 
 
Todas as palavras proparoxítonas levam acento. 
Ex.: lâmpada, econômico, pílula. 
Atenção ao plural dos verbos ter e vir 
 
3ª pessoa do singular 3ª pessoa do plural 
ele tem eles têm 
ele vem eles vêm 
ele detém eles detêm 
ele obtém eles obtêm 
 
A ortografia 
 
ORTO do grego correta + graphia = escrita. 
 
Selecionamos alguns procedimentos que poderão ajudá-lo em seu 
desempenho no uso da ortografia. Confira! 
 
DICA! 
Lembre-se: mais adequado é consultar o dicionário sempre e sempre. 
Há dúvidas até mesmo para quem escreve todos os dias. Consulte as 
regras de acentuação e muita atenção na hora de produzir seus textos. 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
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Apresentamos algumas sugestões que irão ajudá-lo a escrever as palavras 
corretamente: 
 
a) O uso do sufixo ês / ez 
 
1 – O sufixo ês: forma adjetiva derivados de substantivos concretos: 
Montês: (de monte) 
Cortês: (de corte) 
Burguês: (de burgo) 
Montanhês: (de montanha) 
Francês: (de França) 
Chinês: (de China) 
 
2 – O sufixo ez forma substantivos abstratos femininos derivados de adjetivos: 
Aridez: (se árido) 
Avidez: (de ávido) 
Estupidez: (de estúpido) 
Rapidez: (de rápido) 
Lucidez: (de lúcido) 
Mudez: (de mudo) 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
47 
 
1. O uso de esa / eza 
 
1 – Usa-se esa: 
 Nos substantivos femininos de títulos de nobreza: baronesa, 
duquesa, marquesa, princesa, consulesa. 
 Nas formas femininas de adjetivos terminados em esa: francesa, 
burguesa, milanesa, holandesa. 
 Nos substantivos derivados de verbos terminados em – ender: 
defesa (defender), presa (prender), empresa (empreender), surpresa 
(surpreender). 
 Nas seguintes palavras femininas: framboesa, indefesa, lesa, mesa, 
sobremesa, obesa, Teresa, tesa, turquesa. 
 
2 – Usa-se eza: 
 
Nos substantivos femininos abstratos derivados de adjetivos e denotando 
qualidades, estado, condição: 
Beleza (de belo); franqueza (de franco); pobreza (de pobre); leveza (de leve) 
Apresentamos um elenco de palavras em que há dúvida quanto à grafia. Veja 
o quadro: 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
48 
 
à beça displicência heresia obcecado 
abalizado enfisema insosso obsessão 
abscesso enviesar isenção paçoca 
analisar escassez jiboia pajé 
antessala exceção jiló para-brisa 
aprazível excesso laje para-choque 
ascensão excursão lisonjear paralisia 
atrás êxtase maionese paralisar 
azia extorsão maisena perturbação 
contracheque fac-símile maquilagem pesquisar 
cortesia fascículo maquiar pichar 
catequese excesso maquilar piche 
catorze frisar meteorologia pretensão 
cinquenta garagem misto prevenir 
concessão gorjear monge prezado 
déficit herbívoro nuance primazia 
detectar herege nuança privilégio 
 
Nesta unidade você viu alguns conceitos de leitura, relembrou os conceitos de 
língua e linguagem, textos verbais e não verbais, as noções de discurso. Refletiu 
também sobre a importância da escrita no contexto escolar e na vida dos alunos, 
estudou os gêneros e tipos textuais, coesão e coerência. 
Chegamos ao final da primeira unidade. Esperamos sua efetiva participação! 
Disponibilize as suas reflexões sobre essa unidade de estudo na ferramenta 
mensagem no ambiente virtual de aprendizagem. Procure acessar também os 
comentários de outras pessoas. Essa dinâmica contribui bastante para a construção 
do conhecimento no conteúdo estudado e para o amadurecimento acadêmico. 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
49 
 
LEITURA COMPLEMENTAR 
KRAMER, Sonia & JOBIM e SOUZA. Solange (org). Histórias de 
professores: leitura, escrita e pesquisa. São Paulo: Ática, 1996. 
 
É HORA DE SE AVALIAR! 
Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão 
ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de 
ensino-aprendizagem. Caso prefira, redija as respostas no caderno e depois as 
envie através do nosso ambiente virtual de aprendizagem (AVA). Interaja conosco.Na próxima unidade, você conhecerá as composições de textos: descritivo e 
narrativo. Tipos de discurso. Tipos de narrador. Pontuação e crase. 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
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Exercícios da unidade 1 
 
1-Segundo o autor, do texto abaixo, esse esforço de diminuir a distância entre o 
discurso e a prática constitui uma qualidade ou virtude indispensável ao educador 
e é denominada: 
“As qualidades ou virtudes são construídas por nós no esforço que nos 
impomos para diminuir a distância entre o que dizemos e fazemos”. (FREIRE, 1997). 
 
a) bom senso 
b) reflexão crítica 
c) conscientização 
d) coerência 
e) transgressão ética. 
 
2-Leia as orações abaixo e assinale a alternativa que contém uma inadequação da 
unidade de sentido. 
 
a) O governo negaram o pedido de adiamento da MP aos congressistas. 
b) O governo foi contrário às ideias do congresso. 
c) O governo foi ao encontro dos ideais do povo. 
d) O governo negou a epidemia da “Dengue”. 
e) O governo está incentivando o plantio da cana na Amazônia. 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
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3- Marque a alternativa CORRETA quanto à coerência textual. 
 
a) Clarice Lispector escrevia e reescrevia seus textos, mas não se preocupava em 
guardar manuscritos e originais. 
b) Clarice Lispector escrevia e reescrevia seus textos, apesar de não se preocupar 
em guardá-los. 
c) Clarice Lispector escrevia e reescrevia seus textos, embora não se preocupava em 
guardar seus manuscritos e originais. 
d) Clarice Lispector escrevia e reescrevia seus textos, assim não se preocupava em 
guardar seus manuscritos e originais. 
e) Clarice Lispector escrevia e reescrevia seus textos, desde que não se preocupava 
em guardar seus manuscritos e originais. 
 
4- A coerência requer um “conhecimento de mundo” compartilhado pelos 
leitores/ouvintes para decodificar e compreender as comunicações, nas 
modalidades falada ou escrita. Marque a alternativa CORRETA quanto à coerência e 
coesão textuais. 
 
a) Como Literatura e cinema são linguagens diferentes, portanto aguçam o 
imaginário dos leitores para que os problemas do cotidiano sejam esquecidos. 
b) Como Literatura e fotografia são linguagens diferentes, embora uma não exclui a 
outra. 
c) Literatura e teatro são linguagens diferentes, entretanto uma não exclui a outra. 
d) A Literatura e Cinema são linguagens diferentes, porque uma não exclui a outra. 
e) Como Literatura e teatro são linguagens diferentes, porém, são adversas em suas 
temáticas. 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
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5- No poema, abaixo as palavras são comparadas a borboletas, águias e morcegos, 
a que se podem atribuir, respectivamente, os valores simbólicos de: 
 
VOO 
 
Alheias e nossas 
As palavras voam. 
Bando de borboletas multicores, 
As palavras voam. 
Bando azul de andorinhas, 
Bando de gaivotas brancas. 
As palavras voam. 
Voam as palavras 
Como águias imensas. 
Como escuros morcegos, 
Como negros abutres, 
As palavras voam. 
 
OH! Alto e baixo 
Em círculos e retas 
Acima de nós, em redor de nós 
As palavras voam. 
E às vezes pousam. 
(Cecília Meireles. Obra poética). 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
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a) delicadeza, ingenuidade e eloquência. 
b) liberdade, poder e mistério. 
c) segredo, paixão e sensibilidade. 
d) sutileza, inocência e terror. 
e) beleza, poder e medo. 
 
6-A palavra que deve ser acentuada pela mesma razão de pássaro é: 
 
a) cafe 
b) benção 
c) automovel 
d) raizes 
e) lampada 
 
7- Por definição, oração coordenada que seja desprovida de conectivo é 
denominada assindética. Observando os períodos seguintes: 
 
I) Não caía um galho, não balançava uma folha. 
II) O filho chegou, a filha saiu, mas a mãe nem notou. 
III) O fiscal deu o sinal, os candidatos entregaram a prova. 
 
Nota-se que existe coordenação assindética em: 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
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a) I apenas. 
b) II apenas. 
c) III apenas. 
d) I, II e III. 
e) nenhum deles. 
 
8-Marque a alternativa que contém o período cujas palavras estão grafadas 
CORRETAMENTE: 
 
a) Ele quiz analisar a pesquisa que eu realizei. 
b) Ele quiz analizar a pesquisa que eu realizei. 
c) Ele quis analisar a pesquisa que eu realizei. 
d) Ele quis analizar a pesquisa que eu realisei. 
e) Ele quis analisar a pesquisa que eu realisei. 
 
9- Construa uma nova versão do texto abaixo, evitando a repetição da palavra 
“galinhas”, fazendo as adequações necessárias. 
“A senhora, uma dona de casa, estava na feira, no caminhão que vende 
galinhas. O vendedor ofereceu a ela uma galinha. Ela olhou para a galinha, passou a 
mão embaixo das asas da galinha, apalpou o peito da galinha, alisou as coxas da 
galinha, depois tornou a colocar a galinha na banca e disse para o vendedor” Não 
presta!”. Aí o vendedor olhou para ela e disse:” Também, madame, num exame 
assim nem a senhora passava”. Millôr Fernandes 
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10-Com base no texto, responda: o texto é coerente ou incoerente? Justifique. 
 
“A senhora, uma dona de casa, estava na feira, no caminhão que vende 
galinhas. O vendedor ofereceu a ela uma galinha. Ela olhou para a galinha, passou a 
mão embaixo das asas da galinha, apalpou o peito da galinha, alisou as coxas da 
galinha, depois tornou a colocar a galinha na banca e disse para o vendedor “Não 
presta!”. Aí o vendedor olhou para ela e disse:”Também, madame, num exame 
assim nem a senhora passava”. Millôr Fernandes 
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Técnicas de leitura e produção textual 
 
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Técnicas de leitura e produção textual 
 
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O domínio das estratégias de leitura decorre de uma prática viva do 
ato de ler, de um lado vivenciando os diferentes modos de ler 
existentes nas práticas sociais; de outro, respondendo aos 
diferentes propósitos dequem lê (Maria José Nóbrega). 
 
Nessa unidade de estudo trabalharemos a prática da leitura e conheceremos 
algumas metodologias de leitura, as estratégias de leitura e interpretação de 
textos. Essas evidências de fracasso escolar apontam a necessidade da 
reestruturação do ensino da Língua Portuguesa, com o objetivo de encontrar 
formas de garantir, de fato, a aprendizagem da leitura e da escrita. 
A leitura é importante para que se possa ter acesso a informações veiculadas 
das mais diversas maneiras: na Internet, na televisão, em outdoors espalhados 
pelas cidades, em cartazes afixados sistematicamente, nos muros das ruas, nas mais 
diferentes placas informativas, folders, impressos de propaganda, distribuídos 
insistentemente aos transeuntes, e, até mesmo, em receitas médicas e bulas de 
remédios. Por isso, dizemos que na formação global do homem inserido no mundo 
moderno, a leitura e a produção de texto têm esse papel fundamental. O mesmo se 
pode dizer sobre o sucesso de um candidato, por exemplo, em exames, 
notadamente naqueles que privilegiam as questões analítico-dissertativas. Ilude-se 
a pessoa que, ao ler o programa de uma determinada matéria, conclui que as 
capacidades citadas são exigências específicas daquela disciplina. Por exemplo, 
quando programas de Português falam em “leitura”, “compreensão crítica” e 
“Interpretação” mencionam competências que exploram a prova específica de 
Língua Portuguesa. Assim, sem leitura, compreensão crítica e interpretação, o 
candidato a um exame não entende o enunciado de uma questão de Física, 
História, Biologia, Geografia, etc. 
Nesta unidade, você irá estudar também os tipos textuais: descrição e narração 
e suas características, os tipos de discurso, os tipos de narrador, a intertextualidade 
e ainda rever um pouco de gramática, que contribui para a escrita de forma 
adequada. 
A Prática da Leitura de 
Textos 
Metodologia da Leitura 
Estratégias de Leitura 
A tipologia textual. 
Descrição. 
Narração. 
Tipos de narrador. 
Tipos de discurso. 
A intertextualidade. 
Trabalhando a significação das palavras (I). 
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Técnicas de leitura e produção textual 
 
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Objetivos da unidade: 
 
 Adequar o discurso às situações comunicativas. 
 Interagir com os textos, buscando os significados possíveis e a 
relação com as experiências pessoais. 
 Entender a leitura como uma atividade de compreensão, mas 
também de interação, de reação e avaliação dos efeitos pretendidos 
pelo autor e obtidos nos leitores-aluno. 
 Encaminhar questionamentos que levem o aluno a refletir: Sou a 
favor ou contra a opinião do autor? O autor alcançou seus propósitos? A 
leitura provocou mudanças em mim? Que emoções despertaram em 
mim? O que eu pensei e que associações fizeram no momento da 
leitura? 
 Reconhecer as tipologias existentes, descritivo e narrativo, os tipos 
de discurso e de narração, a intertextualidade e a significação das 
palavras. 
 
Plano da unidade: 
 
 Metodologia da leitura. 
 Estratégias de leitura. 
 A tipologia textual. 
 Descrição. 
 Narração. 
 Tipos de narrador. 
 Tipos de discurso. 
 A intertextualidade. 
 Trabalhando a significação das palavras (I). 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
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Metodologia da leitura 
 
A demanda pela leitura e pelo domínio da linguagem escrita é cada vez maior. 
Nos últimos anos, as exigências impostas aos profissionais que procuram emprego 
são maiores. Exige-se do candidato as mais diversas funções, que demonstre, por 
exemplo, domínio da língua portuguesa, que seja um bom ouvinte, que tenha uma 
boa comunicação verbal, boa escrita, boa redação, facilidade de comunicação e um 
bom texto. O domínio da linguagem escrita é tido, atualmente, como condição 
para a produção e acesso ao conhecimento. Das grandes falhas na formação do 
estudante hoje, a mais flagrante está na inabilidade dos alunos com a leitura e 
interpretação de textos, ou seja, o aluno não sabe ler e interpretar. 
Bechara (2004, p. 694) em sua Gramática Escolar da Língua Portuguesa, nos 
propõe uma diferenciação entre compreensão e interpretação de textos. Vejamos a 
seguir o que diz Bechara: 
 
Compreensão e interpretação de textos 
 
 Compreensão: Consiste em analisar o que realmente está escrito, ou 
seja, coletar dados do texto. O enunciado normalmente assim se 
apresenta: 
 
1. As considerações do autor se voltam para... 
2. Segundo o texto está correta... 
3. De acordo com o texto, está incorreta... 
4. Tendo em vista o texto, é incorreto... 
5. O autor sugere ainda que... 
6. De acordo com o texto é certo... 
7. O autor afirma que... 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
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Interpretação: Consiste em saber o que se infere (conclui) do que está escrito. 
O enunciado normalmente é encontrado da seguinte maneira: 
 
1. O texto possibilita o entendimento de que... 
2. Com o apoio no texto, infere-se que... 
3. O texto encaminha o leitor para... 
4. Pretende o texto mostrar que o leitor... 
5. O texto possibilita deduzir-se que... 
 
O mesmo autor Bechara (2004, p. 695) explica também sobre os três erros 
capitais que cometemos na análise de textos. Segue o texto do autor: 
 
Três erros capitais na análise de textos: 
 
1 Extrapolação: É o fato de se fugir do texto. Ocorre quando se interpreta o que 
não está escrito. Muitas vezes são fatos reais, mas que não estão expressos no 
texto. Deve-se ater somente ao que está relatado. 
2 Redução: É o fato de se valorizar uma parte do contexto, deixando de lado a 
sua totalidade. Deixa-se de considerar o texto como um todo para se ater apenas à 
parte dele. 
3 Contradição: É o fato de se entender justamente o contrário do que está 
escrito. É bom que se tome cuidado com algumas palavras, como: “pode”, “deve”, 
“não”, verbo “ser”, etc. 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
61 
 
Não é apenas para o mundo do trabalho que esse conhecimento linguístico é 
importante. Ser um usuário competente da língua é fator primordial para a 
ampliação da participação social e exercício efetivo da cidadania. 
 
Estratégias de leitura 
 
Dos caminhos a seguir, dois favorecem a intimidade dos alunos com o texto. 
São eles: ensinar a estabelecer previsão e inferência, estratégias que são invocadas 
na prática da leitura, logo no primeiro contato com o texto, e que devem ser 
provocadas e incentivadas pelo professor na prática da leitura. 
A previsão e a inferência exigem que o leitor acione conhecimentos prévios, 
conhecimento de mundo, como ideias, hipóteses, visão de mundo e de linguagem 
sobre o assunto. Ângela Kleiman (2002), professora do Instituto de Estudos da 
Linguagem da Universidade Estadual de Campinas, diz que “a leitura é uma 
atividade de procura do passado de lembranças e conhecimentos do leitor. O que 
orienta o ato de ler é a direção, a elaboração do pensamento e sua imagem de 
mundo”. 
 
Técnica de leitura 
 
Deve-se ler o texto antes de se olhar as perguntas, entretanto, muitas vezes, 
isso trará alguma frustração, pois o texto pode ser grande e complicado, fazendo 
com que, ao terminar a leitura, você já tenha esquecido o início; ou pode haver 
poucas perguntas sobre a ideia geral do texto, ou ainda as perguntas estarem 
ligadas a segmentos do texto bem específicos, o que tornaria mais complexo seu 
entendimento. 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
62 
 
Algumas dicas que ajudam para uma leitura mais eficiente: 
 
 Sublinhe as partes importantes. 
 Circule as palavras-chave. 
 Anote detalhes importantes. 
 Leia as partes mais complexas com bastante atenção, tendo entendê-
las profundamente. 
 Descubra qual a ideia básica do texto e estabeleça seu real objetivo, 
mesmo que tenha de reescrevê-los, à parte, com suas palavras. 
 
As principais armadilhas: 
 
Os enunciados das questões podem trazer algumas “armadilhas” ou 
“maldades” com a intenção de enganá-los. Assim, é bomconhecer alguns desses 
artifícios. Vejam: 
 Atente para o que se pede: se for o certo, o errado, sobre o que está ou 
o que não está no texto, o que condiz etc. 
 Veja se há algum não. Isso muda tudo toda a estratégia. 
 Se houver a citação de algum parágrafo ou alguma linha, localize-o (a) 
com cuidado e marque-o (a). Se as linhas não estiverem numeradas, numere-
as (de cinco em cinco). 
 A interpretação é do texto, normalmente do autor, mas não da sua 
ideia (sua = do leitor). 
 Cuidado com as palavras como exceto ou salvo, ou locuções como 
exceção de, pois elas mudam tudo. 
 Quando se pedir a melhor resposta, é porque pode (deve) haver mais 
de uma possibilidade. 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
63 
 
 Cuidado com as noções de causa e consequência. 
 Atenção para as propostas de substituição de vocábulos ou 
expressões, pois seu uso tem de se encaixar perfeitamente no lugar do texto. 
 Em provas discursivas, cuidado com o verbo de comando: transcreva, 
justifique, explique, sublinhe etc. 
 Ainda em questões discursivas, muita atenção para a clareza e a 
objetividade da resposta. 
 
Ainda em Bechara (2004), encontramos os dez mandamentos para uma 
eficiente análise de textos. Acompanhe o que nos ensina o eminente autor: 
 
Os dez mandamentos para análise de textos 
 
1 Ler duas vezes o texto. A primeira para tomar contacto com o assunto; a 
segunda para observar como o texto está articulado; desenvolvido. 
2 Observar que um parágrafo em relação ao outro pode indicar uma 
continuação ou uma conclusão ou, ainda, uma falsa oposição. 
3 Sublinhar, em cada parágrafo, a ideia mais importante (tópico frasal). 
4 Ler com muito cuidado os enunciados das questões para entender 
direito a intenção do que foi pedido. 
5 Sublinhar palavras como: erro, incorreto, correto, etc., para não se 
confundir no momento de responder à questão. 
6 Escrever, ao lado de cada parágrafo ou de cada estrofe, a ideia mais 
importante contida neles. 
7 Não levar em consideração o que o autor quis dizer, mas sim o que ele 
disse; escreveu. 
8 Se o enunciado mencionar tema ou ideia principal, deve-se examinar 
com atenção a introdução e/ou a conclusão. 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
64 
 
9 Se o enunciado mencionar argumentação, deve preocupar-se com o 
desenvolvimento. 
10 Tomar cuidado com os vocábulos relatores (os que remetem a outros 
vocábulos do texto: pronomes relativos, pronomes pessoais, pronomes 
demonstrativos, etc.). 
 
No entanto, como dissemos a pouco, não é apenas para o mundo do trabalho 
que o conhecimento da língua é importante, mas também para torná-lo um 
usuário competente, capaz de ampliar a sua participação social no processo de 
interação com o mundo que o cerca. Para isso, esse aluno precisa apropriar-se do 
conhecimento e de meios de produção e de divulgação desse conhecimento. 
 
A tipologia textual 
 
 Dependendo das características que possuem, temos diferentes tipos de 
textos. São eles: descritivo, narrativo, argumentativo, explicativo / expositivo, 
injuntivo / instrucional. 
 
 Descrição 
 
O texto descritivo apresenta quatro condições para a construção de sua estrutura. 
Vejamos: 
IMPORTANTE: 
 Um observador: um índice para a introdução da descrição 
(detalhe); 
 Um tema núcleo (objeto ou seres): desenvolvimento do objeto de 
descrição; 
 Construção de vários detalhes; 
 Conclusão do tema: do objeto, da paisagem ou da pessoa. 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
65 
 
O texto descritivo 
 
 A descrição representa cenas, objetos, paisagens, pessoas, etc., 
mostrando seus traços característicos. 
 Na descrição de pessoas, procura-se focalizar a maneira de vestir, andar, 
os traços fisionômicos, seus gestos, suas palavras, seu caráter, seu modo de 
pensar. Geralmente, utilizamos palavras ou expressões que impressionam os 
sentidos: cores, sons, cheiros, sabores, maciez, dureza, etc. (RIBEIRO, 2004, 
p.409). 
 
Um texto se diz descritivo quando tem por base o objeto, a coisa, a pessoa. 
Mostra detalhes que podem ser físicos, morais, emocionais, espirituais, ou em 
qualquer situação, inscritos num certo momento estático. Nota-se que a intenção 
é realmente descrever, daí a palavra descrição. A descrição se caracteriza por ser 
um retrato de pessoas, objetos ou cenas construído com palavras. 
 
Veja alguns exemplos: 
 
 
Descrição da paisagem 
 
(..) A rua era suburbana, calada, sem movimento. Mas no alto da 
colina dominando a cidade que se estendia lá embaixo cheia de 
árvores no dia e de luzes na noite. Perto havia moitas de 
pitangueiras a cuja sombra os galináceos podiam flanar à vontade e 
dormir a sesta (...) (MORICONI, 2000). 
 
 
 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
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Características: 
 
Notamos os seguintes aspectos descritivos do texto acima: são relatados 
vários aspectos concretos de um lugar (rua) num ponto estático do tempo (dia e 
noite). Assim, descrever é enfocar elementos de um determinado referente, local, 
seres, cenas, com objetivo de localizá-lo, identificá-lo em função dos objetivos do 
texto. 
 
Descrição objetiva de ambiente (interior) 
 
Exemplo: 
 
(...) Mas na sala imensa, onde tanto filosofáramos considerando as 
estrelas, Jacinto arranjara um centro de repouso e de estudo – e 
desenrola essa “grandeza” que impressionara o Severo. As cadeiras 
de verga da Madeira, amplas e de braços, ofereciam o conforto de 
almofadinhas de chita. Sobre a mesa enorme de pau branco, 
carpinteirada em Tormes, admirei um candeeiro de metal de três 
bicos, um tinteiro de frade armado de penas de pato, um vaso de 
capela transbordando de cravos (...) (GARCIA, 2006). 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
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Características: 
 
Observamos que o ambiente descrito acima apresenta traços característicos, 
de móveis e pertences. A ideia-núcleo expressa no tópico frasal é a sala. 
 
Descrição da personagem subjetiva 
 
Exemplo: 
(...) Maria Alice é modesta, odeia exibições... 
Outro era o motivo. Ela muita vez bem que ardia em desejos de se 
refugiar no mundo dos sons, para escapar aos mexericos de toda a 
gente... Mas como a remordia a admiração piedosa dos amigos... 
As palmas e os louvores vinham sempre cheios de pena e havia 
grosseiras trágicas em certos entusiasmos, desde o espanto infantil 
por vê-la acertar direitinho com as teclas à exclamação maravilhada 
de alguns. 
_ Muita gente que enxerga se orgulharia de tocar assim... 
Nunca Maria Alice o dissera, mas o seu coração tinha ternuras 
apenas para os que não a avisavam de haver uma cadeira na frente 
ou não a preveniam contra a posição do abajour (...) (MORICONI, 
2000). 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
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Características: 
 
Geralmente as características psicológicas ou impressões sobre uma 
personagem são exigências descritivas inseridas numa narração, pois, há 
necessidade de tal caracterização, chamada psíquica. 
Confira as palavras ou expressões destacadas no texto por expressarem 
sentimentos e reações psíquicas, que caracterizam a descrição subjetiva da 
personagem Maria Alice. 
Veja bem as características psicológicas: lealdade, sinceridade, alegria, tristeza, 
ódio e outras permeiam a descrição subjetiva. 
 
Descrição da personagem objetiva 
Exemplo 
Trecho retirado do livro Memórias de um Sargento de Milícias 
(...) Dona Maria era uma mulher velha, muito gorda; devia ter sido 
muito formosa no seu tempo, porém dessa formosura só lhe 
restavam o rosado das faces e alvura dos dentes; trajava nesse dia o 
seu vestido branco de cintura muito curta e mangas de presunto, o 
seu lenço também branco e muito engomado ao pescoço; estava 
penteada de bugres, que eram dois grossos cachos caídos sobre as 
fontes; o amarrado do cabelo era feito na coroa da cabeça, de 
maneira que simulava um penacho. (...)(ALMEIDA,1963). 
 
Características:Como vimos no trecho acima, a descrição da personagem objetiva focalizar a 
maneira de vestir, andar, os traços fisionômicos, seus gestos, etc. Assim, a descrição 
objetiva focaliza um objeto ou apresenta características físicas de uma 
determinada pessoa. Observe: Características físicas: a cor, estatura, descrição dos 
olhos, cabelos, etc. 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
69 
 
Observação: Dificilmente você encontrará um texto exclusivamente 
descritivo, isso ocorre apenas em catálogos, manuais e demais textos instrucionais. 
O mais comum é haver trechos descritivos inseridos em textos narrativos ou 
argumentativos. Em romances, por exemplo, que são textos narrativos por 
excelência, você pode perceber várias passagens descritivas, tanto de personagens 
como de ambientes. 
Fonte: Terra, Ernani. Português de olho no mundo do trabalho: volume 
único / Ernani Terra, José de Nicola. São Paulo: Scipione, 2004. 
 
 
A narração 
 
O texto narrativo é uma sucessão de fatos ou acontecimentos. Nas seqüências 
narrativas, os fatos se desenvolvem progressivamente no tempo e ocorrem em um 
lugar. São textos basicamente narrativos: as novelas, os romances e os contos. 
 
Exemplo de texto narrativo: 
 
Eram sete horas da noite em São Paulo e a cidade toda se agitava 
naquele clima de quase tumulto típico dessa hora. De repente, uma 
escuridão total caiu sobre todos como uma espessa lona opaca de 
um grande circo. Os veículos acenderam os faróis altos, insuficientes 
para substituir a iluminação anterior (...) (PLATÃO & FIORIN, 1999, 
p.300). 
 
Observamos na estrutura narrativa os seguintes aspectos do texto acima: 
 Relata fatos, num espaço concreto e num tempo definido; 
 Os fatos narrados não são simultâneos e exigem uma ordem. 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
70 
 
Vale observar que existe a mistura da descrição e da narração, geralmente, nos 
contos, nos romances, novelas, entretanto, é predominante a tipologia textual de 
narrativa. 
 
Vejamos quais são os elementos básicos do texto narrativo: 
 
 Narrador (é aquele que narra alguma coisa). 
 Personagens (quem participou do ocorrido ou o observou). 
 Tempo (quando o fato ocorreu). 
 Lugar / ambiente (lugar onde o drama se desenvolve). 
 Fato (o que se vai narrar). 
 Causa (motivo que determinou a ocorrência). 
 Modo (como se deu o fato). 
 Consequência. 
 Potencial de mudança (a capacidade que um personagem tem de se 
transformar ao longo da ação, capaz de causar, geralmente, surpresas e 
momentos de reflexão para o leitor). 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
71 
 
EXEMPLIFICANDO 
Exemplo de um texto literário narrativo 
Como é mesmo o nome? 
Marina Colasanti 
 
Levou o manequim de madeira à festa porque não tinha companhia e não 
queria ir sozinho. Gravata bordeaux, seda. Camisa pregueada, cambraia. Terno 
riscado, lã. Tudo do bom. Suas melhores roupas na madeira bem talhada, bem 
lixada, bem pintada, melhor corpo. Só as meias um pouco grossas, o que porém se 
denunciaria apenas se o manequim cruzasse as pernas. Para o nariz firmemente 
obstruído, um lenço no bolsinho. 
No relógio de ouro do pulso torneado, a festa já tinha começado há algum 
tempo. 
Sorridentes, os donos da casa declararam encantados por ter ele trazido um 
amigo. 
_Os amigos dos nossos amigos são nossos amigos – disseram saboreando a 
generosidade da sua atitude. E o apresentaram a outros convidados, amigos e 
amigos de nossos amigos. Todos exibiram os dentes em amável sorriso. 
Recebeu o copo de uísque, sua senha. E foi colocado no canto esquerdo da 
sala, entre a porta e a cômoda inglesa, onde mais se harmonizaria com a 
decoração. 
A meia hilaridade pintada com tinta esmalte e reforçada com verniz náutico 
exortava outras hilaridades a se manterem constantes, embora nenhuma 
alcançasse idêntico brilho. Abriam-se os transitórios vizinhos em amenidades que o 
compreensivo calar-se do outro logo transformava em confidências. Enfim, alguém 
que sabia ouvir. Relatos sibilavam por entre gengivas à mostra e se perdiam em 
quase espuma na comissura dos lábios. Cabeças aproximavam-se, cúmplices. 
Apertavam-se as pálpebras no dardejado do olhar. O ruge, o seio, o ventre, a veia 
expandida palpitavam. O gelo do uísque fazia-a água. 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
72 
 
A própria dona da casa ocupou-se dele na refrega de gentilezas. Trocou-lhe o 
copo ainda cheio e suado por outro de puras pedras e âmbar. Atirou-se à conversa 
sem preocupações de tema, cuidando apenas de mantê-lo entretido. Do que logo 
se arrependeu, naufragando na ironia do sorriso que lhe era oferecido de perfil. A 
necessidade de assunto mais profundo levou-a a única notícia lida nos últimos 
meses. E nela avançou estimulada pelo silêncio do outro, logo úmida de felicidade 
frente a alguém que finalmente não a interrompia. No mais frondoso do relato o 
marido, entre convivas, a exigiu com um sinal. Afastou-se prometendo voltar. 
O brilho de uma calvície abandonou o centro da sala e coruscou a seu lado, 
derramando-lhe sobre o ombro confissões impudicas, relato de farta atividade 
extraconjugal. Sem obter comentários, sequer um aceno, o senhor louvou 
intimamente a discrição, achando-a, porém, algo excessiva entre homens. Homens 
menos excessivos aguardavam em outros cantos da sala a repetição de suas 
histórias. 
Não acendeu o cigarro de uma dama e esta ofendeu-se, já não havia 
cavalheiros como antigamente. Não acendeu o cigarro de outra dama e esta 
encantou-se, sabia bem o que se esconde atrás de certo cavalheirismo de 
antigamente. Os cinzeiros acolheram os cigarros sem uso. 
Um cavalheiro sentiu-se agredido pelo seu desprezo. Um outro pela sua 
superioridade. Um doutor enalteceu-lhe a modéstia. Um senhor acusou-lhe a 
empáfia. E o jovem que o segurou pelo braço surpreendeu-se com sua rígida força 
viril. 
Nenhum suor na testa. Nenhum tremor na mão. Sequer uma ponta de tédio, 
imperturbável, o manequim de madeira varava a festa em que os outros aos 
poucos se descompunham. 
Já não eram como tinham chegado. As mechas escapavam, amoleciam os 
colarinhos, secreções escorriam nas peles pegajosas. Só os sorrisos se mantinham, 
agora descorados. 
No relógio torneado do pulso rijo a festa estava em tempo de acabar. 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
73 
 
As mulheres recolhiam as bolsas com discrição. Os amigos, os amigos dos 
amigos, os novos amigos dos velhos amigos deslizavam porta afora. 
Mais tarde, a dona da casa, tirando a maquilagem na paz final do banheiro, 
dedos no pote de creme, comentava a festa com o marido. 
_Gostei – concluiu alastrando preto e vermelho no rosto em nova máscara – 
gostei mesmo daquele convidado, aquele atencioso, de terno riscado, aquele, 
como é mesmo o nome? 
(O texto acima foi extraído do livro O leopardo é um animal delicado. Rio de 
Janeiro: Rocco,1998, p. 131) 
 
 
Tipos de narrador 
 
Narrar é contar um ou mais acontecimentos que ocorreram com determinados 
personagens em lugar e tempo delimitados. Ou seja, é contar uma história real ou 
imaginária. O narrador é o dono da voz que nos conta os fatos e desenvolvimentos. 
Dependendo da posição do narrador em relação ao fato narrado, a narrativa pode 
ser feita em primeira ou terceira pessoa do singular. Temos assim, o foco, o ângulo, 
o ponto de vista pelo qual serão narrados os fatos. Há, basicamente, dois tipos de 
narradores: 
 
 O narrador em 1ª pessoa: é aquele em que o narrador é também 
personagem e participa da ação. 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
74 
 
Exemplo: 
O furto da flor 
 
Furtei uma flor naquele jardim. O porteiro do edifício cochilava, e eu 
furtei a flor. 
Trouxe-a para casa e coloquei-a no copo com água. Logo senti que ela 
não estava feliz. O copo destina-se a beber, e flor não é para ser bebida. 
Passei-a para o vaso, e notei que ela me agradecia, revelando melhorsua delicada composição. Quantas novidades há numa flor, se a 
contemplarmos bem. 
Sendo autor do furto, eu assumira a obrigação de conservá-la. Renovei a 
água do vaso, mas a flor empalidecia. Temi por sua vida. Não adiantava 
restituí-la ao jardim. Nem apelar para o médico de flores. Eu a furtara, eu 
a via morrer (...) (DRUMMOND, Contos Plausíveis, 1991). 
 
 O narrador em 3ª pessoa ou narrador-observador é aquele em que o 
narrador não participa da ação. Ele está fora dos acontecimentos, por isso 
podemos dizer que ele paira acima de tudo e de todos, já que assim, ele sabe de 
tudo, do presente, do passado e do futuro, daí ser chamado de narrador onisciente, 
que tem ciência de tudo. 
Vejamos, então, o exemplo a seguir: 
 
O pássaro engaiolado e o morcego 
 
Era uma vez um pássaro que vivia na floresta. Ele cantava o dia inteiro e seu canto 
ecoava por toda a floresta. Um caçador de passarinhos decidiu apanhar o pássaro com uma 
rede e vendê-lo por um bom dinheiro. O pássaro caiu na rede e foi capturado. 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
75 
 
O caçador vendeu o pássaro a um homem que vivia numa cabana. O homem colocou o 
pássaro cantador numa gaiola ao lado da parte de fora da janela. Para sua surpresa, a ave 
nunca cantava durante o dia. Só o fazia à noite, quando todos os outros animais dormiam. 
As criaturas selvagens que viviam perto dali ficaram imaginado qual seria a razão disso e 
pediram a um morcego que fosse até lá descobrir. O morcego dormia de dia, pendurado de 
cabeça para baixo num celeiro, mas voava por toda parte, à noite, enquanto o pássaro 
engaiolado cantava. 
O morcego voou até a gaiola e perguntou ao pássaro: 
_ Por que você canta à noite e não de dia? 
_ Fui apanhado pelo caçador porque o guiei com meu canto durante o dia – explicou a 
ave, tornada pela tristeza. – Como cantava de dia, perdi a liberdade. Agora só canto à noite. 
_ É um pouco tarde para isso – disse-lhe o morcego. – Se tivesse tido essa ideia 
enquanto era livre você não teria sido apanhado. 
Moral: Vale a pena pensar bem antes de fazer alguma coisa. 
(Roteiro semanal. Londrina, 11/02/1999). 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
76 
 
Tipos de discurso 
 
Em determinados momentos o narrador abre espaço para a fala dos 
personagens, ora transcrevendo-as literalmente, ora reproduzindo-as com suas 
palavras. Assim, dependendo da forma como o locutor reproduz a voz dos outros 
falantes, temos o discurso direto e o discurso indireto. 
 
I – Discurso direto: é a reprodução fiel de algo que alguém disse. É uma citação 
literal. Para introduzi-la no texto, normalmente são introduzidas marcas gráficas 
como as aspas, o travessão, os dois-pontos. Além das marcas gráficas, temos 
também os verbos que acompanham esses discursos. Eles são chamados verbos de 
elocução ou dicendi, ou declarativos. Esses verbos indicam a maneira de expressar a 
fala. Os mais comuns são: dizer, perguntar, falar, comentar, gritar, retrucar etc. 
 
Ex.: 
 - Quero que você me siga – disse Pedro. 
- Se estiver disposta, eu o farei – replicou Julia. 
 
II – Discurso indireto: é a reprodução da fala de outra pessoa elaborada pela voz 
do narrador. Temos assim, a mistura de duas vozes ou de dois enunciadores. O 
discurso indireto apresenta também marcas linguísticas próprias: por um lado a 
ausência de aspas ou travessões; por outro, o verbo de elocução seguido de uma 
oração subordinada substantiva objetiva direta (essa oração representa a fala do 
outro). Veja a seguir um exemplo em que os verbos de elocução declarar e pedir 
(transitivos diretos) tem seu sentido completado pela outra oração: 
 
Ex.: 
 Ela pediu que não fosse à festa. 
O rapaz declarou que não ia à festa. 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
77 
 
III – Discurso indireto livre: 
 
Muitas vezes as falas do narrador e da personagem parecem confundir-se 
numa só, pois não há indicação precisa ou sinais indicativos de que a fala pertença 
a um deles. Esse recurso é muito usado nas narrativas de autores contemporâneos. 
Observe, por exemplo, esta passagem extraída do romance Vidas Secas: 
 
“(...) o suor umedeceu-lhe as mãos duras. Então? Suando com 
medo de uma peste que se escondia tremendo?” 
 
Veja bem, a primeira frase pertence ao narrador, porém, as interrogações são 
da personagem; no entanto, não existem indicações dessa mudança, por meio dos 
verbos dicendi: disse, pensou, afirmou, etc. 
 
Veja outro exemplo do discurso indireto livre retirado do livro A máquina 
(1999): 
 
(...) Mas ficou bonita demais, dava até gosto ficar vendo. E isso anda? 
Não andava. Voa? Não voava. Nada? Não. Claro que não cabia na 
compreensão de ninguém, como é que Antonio diz que vai pra 
outro tempo e essa máquina não sai do canto? E ele até se irritava, 
isso aí é a máquina da morte, eu é que sou a máquina do tempo. 
Mas o povo duvidava: e é, é? Desde quando? 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
78 
 
IMPORTANTE 
O discurso indireto-livre é um tipo de discurso misto, em que se 
associam as características do discurso direto e do discurso indireto. Ao 
optar por esse estilo, o narrador insere sutilmente a ala do personagem em seu 
próprio discurso, mas com toda a sua vivacidade, isso permite ao narrador expor, 
por exemplo, aspectos psicológicos do personagem, já que esse tipo de discurso 
pode revelar um fluxo de pensamento por meio de uma fala marcada por 
hesitações. Nesse tipo de discurso, a fala do personagem não é marcada por verbo 
de elocução ou por sinais de pontuação (TERRA, Ernani. 2004). 
 
Veja mais alguns exemplos: 
(Discurso direto) 
O aluno explicou: - é preciso organizar o meu material. 
O professor me garantiu: - Fique tranquilo que tudo se resolverá a contento. 
 
(Discurso indireto) 
O professor me garantiu que ficasse tranquilo que tudo se resolveria a 
contento. 
 
 
A intertextualidade 
 
Outro ponto a destacar, na produção textual, é a intertextualidade, ou seja, 
relações entre textos que chamamos de intertextos. No processo das mensagens, 
de modo geral, um texto se liga a outro e apresenta marcas bastante visíveis do 
outro texto. 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
79 
 
A intertextualidade é um recurso tão importante e tão recorrente que muitos 
estudiosos do assunto chegam a afirmar que nenhum texto se produz no vazio ou 
se origina do nada, ao contrário, se alimenta de modo claro ou subentendido de 
outros textos. Acontece a Intertextualidade também, por exemplo, quando um 
autor faz referência a outro texto com o objetivo de apoiar o que já foi dito, ou de 
dizer algo diferente, ou, ainda, de criticar um ponto de vista ou uma visão de 
mundo. 
 
Exemplo I 
 A pescaria 
 
Foi nas margens do Ipiranga, 
Em meio a uma pescaria, 
Sentido-se mal, D. Pedro 
Comera demais cuscuz – 
Desaperta a barriguilha? 
E grita, roxo de raiva: 
‘Ou me livro desta cólica 
Ou morro logo de uma vez!’ 
O príncipe se aliviou, 
Saí no caminho cantando: 
‘Já me sinto independente, 
Safa! Vi de perto a morte! 
Vamos cair no fadinho 
Pra celebrar o sucesso.’ 
 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
80 
 
A Tuna de Coimbra surge 
Com as guitarras afiadas, 
Mas as mulatas dengosas, 
Do Clube Flor de Abacate 
Entram, firmes, no maxixe. 
Abafam o fado com a voz, 
Levantaram, sorrindo, as pernas... 
E a colônia brasileira, 
Toma a direção da farra. 
(Murilo Mendes) 
 
O texto acima tem como base o “Hino da Independência”, ou seja, estabelece 
um diálogo com o texto base e apresenta marcas visíveis do texto original. 
 
Exemplo II 
 
Gata Borralheira no século XXI 
 
Presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores e das 
Domésticas, a baiana Creuza Maria Oliveira começou a trabalhar 
como doméstica aos 10 anos e diz que é sempre a pobreza que leva 
as crianças ao trabalho prematuramente. 
Existe no Brasil meio milhão de crianças, de 5 a17 anos, no trabalho 
doméstico – cita. Elas começam a trabalhar cedo e viram adultas 
antes do tempo. São jogados num emprego e não brincam, 
estudam ou ficam com a família. Não há como compensar essa 
perda depois. 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
81 
 
No Brasil, 36% das crianças e adolescentes de 5 a 17 anos trabalham, 
segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio do 
IBGE. Desse total, 9% fazem trabalhos domésticos. Destes, 45% têm 
menos de 16 anos, idade mínima permitida por lei para o trabalho 
doméstico. 
Em Pernambuco, por exemplo, cerca de 58,4 % dos jovens que 
trabalham em casas de família começaram com menos de 15 anos e 
95% deles são do sexo feminino. O dado é do estudo “Rompendo a 
invisibilidade do trabalho infanto-juvenil”, realizado pelo Centro 
Dom Hélder Câmara de Estudos e Ação Social, com apoio da 
Organização Internacional do Trabalho. Quase 2% dessas crianças 
entram no mercado doméstico entre 5 e 11 anos, caso de Vilma. Ela 
lavava pratos e ajudava na cozinha de casas próximas ao bairro 
onde mora sua família, em Recife (...) (Jornal O Globo - 11/05/04). 
 
Observação: 
 
O autor faz referência à história clássica: A Gata Borralheira, de Charles Perraut, 
em que a personagem menina trabalha muito no fogão. Ela é apelidada por outras 
meninas de “Gata Borralheira”. 
Essa personagem é retomada e revisitada pelos autores do texto jornalístico 
de Bruno Porto e Letícia Lins, devido à exploração doméstica. Esse processo de 
escritura resulta na intertextualidade. 
Vejamos agora outra leitura de intertextualidade – o diálogo – entre os 
poemas que abordam o tema amor (exemplos III e IV): 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
82 
 
Exemplo III: 
 
Cartas de amor 
 
Todas as cartas de amor são ridículas, 
Não seriam cartas de amor se não fossem ridículas. 
Também escrevi em meu tempo cartas de amor, 
Como as outras, ridículas. 
As cartas de amor, se há amor, 
Têm de ser ridículas. 
Mas, afinal, só as criaturas que nunca 
Escreveram cartas de amor é que são ridículas. 
 
Quem me dera no tempo em que escrevia 
Sem dar por isso cartas de amor ridículas. 
A verdade é que hoje 
As minhas memórias 
Dessas cartas de amor é que são ridículas. 
(Todas as palavras esdrúxulas, como os sentimentos esdrúxulos, são 
naturalmente ridículas). 
Álvaro Campos (heterônimo de Fernando Pessoa) 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
83 
 
Exemplo IV: 
 
Roland Barthes, em Fragmentos de um discurso amoroso, tece considerações 
sobre a necessidade de tal discurso: 
O discurso amoroso é hoje em dia de uma extrema solidão, este 
discurso talvez seja falado por milhares de pessoas (quem sabe?), 
mas não é sustentado por ninguém; foi completamente 
abandonado pelas linguagens circunvizinhas: ou ignorado, 
depreciado, ironizado por elas, excluído não somente do poder, 
mas também de seus mecanismos (ciências, conhecimentos, artes). 
Quando um discurso é dessa maneira levado por sua própria força à 
deriva do inatural, banido de todo espírito gregário, só lhe resta ser 
o lugar por mais exíguo que seja de uma afirmação (Barthes, 1994, 
p. 1). 
 
 
Trabalhando a significação das palavras (I) 
 
Agora você irá recordar o significado das palavras, com o objetivo de ajudá-lo 
na sua produção textual e na interpretação de um texto. 
 
DICA! 
Estude e consulte uma Gramática indicada na nossa bibliografia. 
 
Vamos, então, ao estudo semântico das palavras. 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
84 
 
Campos semânticos 
 
As palavras são relacionadas e associadas de várias maneiras pelo sentido, 
resultando na construção de um campo semântico. 
 
Exemplo 1: 
 
 
Exemplo 2: 
 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
85 
 
 Polissemia 
Consiste no emprego de significados variados de acordo com o contexto. Em 
nossa língua, muitos vocábulos apresentam mais de um significado, o qual só é 
apreendido quando se analisa o contexto. Quando isso ocorre, dizemos que o 
vocábulo é polissêmico. Inúmeros são os vocábulos polissêmicos. Observe: 
 
Exemplificando 
A esperança pousou na janela. 
Chegando à janela vi o céu azul e tive a esperança de dias 
melhores. 
 
Veja que se trata do uso da palavra esperança com mais de um sentido, em 
diferentes contextos. 
A manga da camisa está suja. (parte da vestimenta) 
Todos gostam muito de manga. (fruta) 
O prato é de porcelana. (peça de louça) 
O prato está delicioso. (comida) 
 
 Sinonímia (ou sinônimos) 
 
Quando duas ou mais palavras têm o mesmo significado em um determinado 
contexto. São palavras diversas na escrita, mas semelhantes ou idênticas na 
significação. 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
86 
 
EXEMPLIFICANDO 
O diretor cumprimentou aos alunos pela gincana. 
O diretor fez a saudação aos alunos pela gincana. 
Observe a substituição de cumprimento por saudação, sem alterar o sentido 
da frase. 
Veja alguns sinônimos: 
Olhar = ver / habitar = morar / colóquio = diálogo / cara = rosto / bonito = 
belo 
 
 Antonímia (ou antônimos) 
 
Consiste no emprego de palavras de sentido contrário, oposto. 
 
EXEMPLIFICANDO 
A jovem era destemida. 
A jovem era medrosa. 
Observe a substituição de destemida por medrosa, com alteração do sentido 
da frase. 
Veja outros antônimos: 
Bonito = feio / alegre = triste / natural = artificial / ignorância = sabedoria 
Nesta unidade, você aprendeu descrição, narração, tipos de discurso, tipos de 
narração, a intertextualidade e a significação das palavras. 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
87 
 
É HORA DE SE AVALIAR! 
Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas irão 
ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de 
ensino-aprendizagem. Caso prefira, redija as respostas no caderno e depois as 
envie através do nosso ambiente virtual de aprendizagem (AVA). Interaja conosco. 
 
 
Veremos na próxima unidade, a construção do sentido do texto, o tecido do 
texto, o parágrafo, título, tema e mais algumas normas gramaticais. 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
88 
 
Exercícios da unidade 2 
 
1- Indique abaixo a classificação CORRETA dos textos, segundo a definição de 
descrição e narração estudadas. 
 
I - “Já no céu 
Uma pipa 
Cor-de-rosa 
A cabriolar” (Neusa Peçanha) 
 
II - “A luz das cortinas 
nas janelas 
o aconchego das varandas 
ensombradas, 
os matinhos verdes” (...) 
 
III - “O homem desce a ladeira, 
corre por entre as árvores, 
ao longe avista um banco 
e olha o céu enigmático.” 
 
a) Narração, descrição, descrição. 
b) Descrição, descrição, narração. 
c) Narração, narração, narração. 
d) Descrição, descrição, descrição. 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
89 
e) Descrição, narração, descrição. 
 
2-Classifique os fragmentos abaixo como predominantemente narrativo ou 
descritivo e marque a opção CORRETA. 
 
1 – “Uma noite ao receber a visita de uma amiga, lembrei-me de lhe emprestar 
um romance. Fora a minha leitura de véspera, e eu o deixara na mesinha de 
cabeceira. Subi a escada, e entrei no quarto”. (D.S.Q) 
2 – “Estraguei a minha vida, estraguei-a estupidamente. Penso na Madalena 
com insistência. Se fosse possível recomeçarmos...”. (G.R.) 
3 – “Por cima da moldura da porta há uma chapa metálica comprida e estreita 
de esmalte. Sobre um fundo branco, as letras negras diziam Conservatória Geral do 
Registro Civil. O esmalte está rachado em alguns pontos”. (J.S.) 
 
a) Descritivo - descritivo – narrativo. 
b) Descritivo – narrativo – narrativo. 
c) Narrativo – narrativo – narrativo. 
d) Narrativo – descritivo – descritivo. 
e) Narrativo – narrativo – descritivo. 
 
3- Indique os tipos de discurso nos textos abaixo. Marque a opção CORRETA. 
 
I. - Vamos, vamos depressa, disse a professora. 
II. - Venha cá! Disse o pai. 
III. Maria disse que iria ao supermercado à tarde.IV. Maria disse: - Irei ao supermercado à tarde. 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
90 
 
a) Discurso direto, discurso indireto, discurso indireto, discurso indireto. 
b) Discurso indireto, discurso indireto, discurso indireto, discurso direto. 
c) Discurso direto, discurso indireto, discurso indireto, discurso direto. 
d) Discurso direto, discurso direto, discurso indireto, discurso direto. 
e) Discurso indireto, discurso direto, discurso indireto, discurso direto. 
 
4-Reconheça os tipos de descrição com base em nossos estudos. 
 
I – “Eram oito da noite no Rio de Janeiro e a cidade se agitava para o Show de 
Zezé de Camargo e Luciano, no aterro do Flamengo”. 
II – “A sala. Os móveis. O abajur. A mesa de centro. O lustre. Todos os móveis 
eram do século XVIII”. 
III – “João trajava um terno cinza, camisa vermelha e um chapéu. Era gordo e 
simpático”. 
 
a) Descrição de ambiente interno, descrição de ambiente externo, descrição 
objetiva de uma pessoa. 
b) Descrição de ambiente interno, descrição de ambiente interno, descrição 
subjetiva de uma pessoa. 
c) Descrição de ambiente externo, descrição de ambiente interno, descrição 
objetiva e subjetiva de uma pessoa. 
d) Descrição de ambiente externo, descrição de ambiente externo, descrição de 
ambiente externo. 
e) Descrição de ambiente externo, descrição de ambiente externo, descrição 
objetiva e subjetiva de uma pessoa. 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
91 
 
5-Em “O homem desconhecido era sanguinário para com o próximo”, marque o 
antônimo da palavra grifada na sentença. 
 
a) Cruel. 
b) Desumano. 
c) Feroz. 
d) Humano. 
e) Sangrento. 
 
6-Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN, o desenvolvimento da 
competência interativa do aluno parte do seguinte pressuposto: 
 
a) a necessidade do domínio de cada variedade linguística. 
b) o privilégio da modalidade escrita em situações de aprendizagem. 
c) a preferência pela norma padrão 
d) a convivência, dentro da língua, de inúmeras variedades linguísticas. 
e) a preferência pela oralidade. 
 
7-Paulo Freire, um dos mais importantes educadores brasileiros, notabilizou-se por 
defender uma educação voltada para a realidade do educando, isto é, para as suas 
vivências, sua concepção de mundo e sua capacidade de posicionar-se como 
cidadão. Entre as alternativas a seguir, aquela que reflete sua concepção de 
educação é: 
 
a) o professor é o mais importante agente do processo ensino-aprendizagem. 
b) a metodologia de ensino visa a resultados padronizados. 
c) a educação deve capacitar o indivíduo para o trabalho. 
d) todo ato político é educativo. 
e) a educação é política. 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
92 
 
8-Marque o SINÔNIMO ou a palavra cujo sentido se aproxima da que estiver 
sublinhada. 
 
“Era um homem verdadeiramente medíocre.” 
 
a) Ordinário. 
b) Incomum. 
c) Excepcional. 
d) Delicado. 
e) Superior. 
 
9- Reescreva o texto abaixo e passe-o para a 3ª PESSOA, fazendo as alterações 
necessárias. 
 
“Dei meia volta, rumei por uma avenida qualquer, o passo mole e sem pressa, 
no silêncio da noite. Alguma haveria de plantão... Rua deserta. Dois ou três 
quarteirões mais além, um guarda. Ele me daria indicação” (Orígenes Lessa). 
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Técnicas de leitura e produção textual 
 
93 
 
10- Reescreva as frases abaixo, passando-as para o DISCURSO DIRETO e fazendo as 
adequações necessárias. 
 
a) Algumas pessoas reclamaram que não havia mais sorvete na festa. 
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b) O diretor perguntou se alguém traria novas doações para a campanha do 
orfanato. 
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c) O pai pediu aos filhos que entrassem, pois havia um tumulto na rua. 
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d) O aluno disse que gostaria de estudar na Universo. 
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Técnicas de leitura e produção textual 
 
94 
 
 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
95 
 
A construção do texto 
 
A construção do sentido do texto. 
O parágrafo. 
O uso da interrogação no tópico frasal. 
Título e tema. 
Trabalhando a colocação pronominal. 
Trabalhando as normas gramaticais: os articuladores sintáticos e o 
uso dos particípios duplos. 
Trabalhando a significação das palavras (II). 
 
3 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
96 
 
O senhor... Mire veja: o mais importante e bonito, do mundo, é isto: 
que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram 
terminadas – mas que elas vão sempre mudando. Afinam e 
desafinam. Verdade maior. É o que a vida me ensinou. Isso que me 
alegra, montão (ROSA, Guimarães. Grande Sertão: Veredas). 
 
Nesta unidade, você estudará a construção do sentido do texto e sua 
estrutura, os tipos de parágrafos, o título e tema e algumas normas gramaticais. 
 
Objetivos da unidade: 
 
 Reconhecer os tipos de parágrafos observando sua estrutura, 
identificar o título e o tema, compreender a construção do sentido do texto e a 
aplicar adequadamente as normas linguísticas aos textos. Utilizar-se das 
linguagens como meio de expressão, informação e comunicação em situações 
intersubjetivas, que exijam graus de distanciamento e reflexão sobre os contextos 
e estatutos de interlocutores; e saber colocar-se como protagonista no processo de 
produção e recepção de textos. 
 
Plano da unidade: 
 
 A construção do sentido do texto. 
 O parágrafo. 
 O uso da interrogação no tópico frasal. 
 Título e tema. 
 Trabalhando acolocação pronominal. 
 Trabalhando as normas gramaticais: os articuladores sintáticos e o 
uso dos particípios duplos. 
 Trabalhando a significação das palavras (II). 
 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
97 
 
A construção do sentido do texto 
 
 A noção de texto 
 
A palavra “texto” é bastante usada na escola e também em outras instituições 
sociais que trabalham com a linguagem. Apesar de corrente, o termo não é de fácil 
definição. O Texto é um todo organizado de sentido, ou seja, possui coerência de 
sentido, não é um amontoado de frases colocadas umas depois das outras, mas 
sim, costuradas entre si. Essa é a razão de, num texto, o sentido de uma frase 
depender das outras; de o significado ser solidário. Em relação ao texto, é 
necessário considerar que o significado de uma parte não é autônomo, mas 
depende das outras partes com as quais se relaciona. Isso quer dizer que o 
significado global do texto não é o resultado de uma mera soma de suas partes, 
mas de certa combinação geradora de sentidos. Nesse sentido, nos ensina Wittrock 
(1997) que: 
(...)para compreender um texto, nós não apenas o lemos, no sentido 
estrito da palavra: nós construímos um significado para ele. Ler não 
é um fenômeno idiossincrático, anárquico. Mas também não é um 
processo monolítico, unitário, no qual apenas um significado está 
correto. Ao contrário, trata-se de um processo generativo que 
reflete a tentativa disciplinada do leitor de construir um ou mais 
sentidos dentro das regras da linguagem. 
 
 
A palavra texto provém do latim textum, que significa “tecido, 
entrelaçamento”. Há, portanto, uma razão etimológica para nunca esquecermos 
que o texto resulta da ação de tecer, de entrelaçar unidades e partes a fim de 
formar um todo inter-relacionado. Daí podermos falar em textura ou tessitura de 
um texto: é a rede de relações que garantem sua coesão, sua unidade. 
A construção do sentido do texto - Algumas propriedades do texto: a 
coerência, a coesão e a progressão. 
Idiossincrasia = característica 
comportamental peculiar a um 
grupo ou a uma pessoa. 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
98 
 
Esse trabalho de tecelão que o produtor de textos escritos executa pode ser 
avaliado em função de quatro elementos centrais: a repetição, a progressão, a 
não contradição e a relação. Para estudá-los, devemos ter sempre em mente que 
um texto se desenvolve de maneira linear, ou seja, as partes que o formam surgem 
uma após a outra, relacionando-se com o que já foi dito ou com o que se vai dizer. 
 
 A repetição: Ao longo de um texto coerente, é normal que ocorram 
repetições, retomadas de elementos (palavras, frases e sequências que exprimem 
fatos ou conceitos). Essa retomada é normalmente feita por pronomes e pelas 
terminações verbais que os indicam. Ou por palavras e expressões equivalentes ou 
sinônimas. Também podemos repetir a mesma palavra ou expressão, o que deve 
ser feito com cuidado, a fim de que o ritmo não seja prejudicado. 
 
Exemplo: 
Há palavras que ninguém emprega. Apenas se encontram nos 
dicionários como velhas caducas num asilo. Às vezes uma que 
outra se escapa e vem luzir-se desdentadamente, em público, 
nalguma oração de paraninfo. Pobres velhinhas... Pobre velhinho! 
(Mário Quintana) 
 
Analisando: 
 
1. “palavras que ninguém emprega” = são retomadas pela 
terminação do verbo encontram (elas, as palavras, se encontram). 
2. “velhas caducas” = retoma “as palavras” 
3. “uma que outra” = retoma palavras 
4. “Vem” = uma que outra /a palavra vem luzir-se... 
5. “pobres velhinhas” = as palavras 
6. “pobre velhinho” = paraninfo 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
99 
 
 A progressão: Em um texto coerente, o conteúdo deve progredir, ou 
seja, devemos sempre acrescentar novas informações ao que já foi dito. A 
progressão completa a repetição: a repetição garante a retomada de elementos 
passados. A progressão garante que o texto não se limita a repetir indefinidamente 
o que já foi colocado. Assim, equilibramos o que já foi dito com o que se vai dizer, 
garantindo a continuidade do tema e a progressão do sentido. 
 
Exemplo: 
Respondendo a Regina (Mário Quintana) 
 
De alguém que se assina ‘Regina’, recebo amável carta, reclamando 
que a poesia se está ausentando ultimamente das minhas crônicas, 
em proveito do lado humorístico da vida... Fiquei desapontado, 
Regina. Primeiro, porque pensava que andasse escrevendo coisas 
muito sérias, inspiradas como eram, precisamente, no lado amargo 
da vida... Depois, porque pensava que a poesia estivesse nas 
entrelinhas, como, aliás, acontece na vida... 
Além disso, pela sua carta, quer-me parecer que não pertence ao 
número de pessoas que pensam que há muitos assuntos ‘poéticos’ 
e outros não, como também um estilo que possua a exclusividade 
de ser ‘poético’... E, precisamente pelo estilo de sua carta, vejo que 
tampouco pertence à escola literária daquela professorinha do 
interior que me disse um dia: 
- O senhor não imagina como estamos... Como ‘eu’ estou contente 
com a sua visita à nossa cidade! 
E, confidencialmente: 
- Aqui a gente não tem com quem falar difícil... 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
100 
 
Analisando: 
 
Repare que após a colocação do tema (a reclamação contida na carta de 
Regina) o autor introduz novos fatos utilizando palavras e expressões como: 
primeiro, depois, além disso, tampouco. Veja que a progressão e a repetição 
ocorrem simultaneamente, ou seja, o surgimento de novas informações é 
acompanhado pela retomada de Regina e sua carta ao longo do texto: “Fiquei 
desapontado, Regina...” “pela sua carta...” etc. 
 
 A Não-Contradição: Em um texto coerente não devem surgir 
elementos que contradigam aquilo que já foi dito, colocado, ou seja, o texto não 
deve desmentir a si mesmo, não deve destruir a si próprio, tomando, por exemplo, 
como verdadeiro aquilo que já foi considerado falso ou vice-versa. Esse tipo de 
contradição só é possível ser intencional. 
 
Exemplo: 
 “Em quinhentos anos o Brasil ainda não conseguiu resolver sérios problemas 
sociais que afligem a todos”. 
“Por ser ainda uma criança, o Brasil não conseguiu resolver sérios problemas 
sociais que afligem a todos”. 
“O Brasil atravessa um período muito difícil”. 
“O Brasil não atravessa um período difícil”. 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
101 
 
Analisando: 
 
Frases como essas só faria sentido se quiséssemos enfatizar, negar, criticar e / 
ou ironizar fatos ou acontecimentos em nosso país. 
 
Exemplo: 
“(...) Mas foi à Alemanha nazista, durante a Segunda Guerra Mundial, que 
realizou as experiências mais aterradoras. Só que as cobaias eram seres humanos. 
Prisioneiros de guerra, principalmente judeus, foram submetidos a todos os tipos 
de crueldades “(O Estado de S. Paulo, 3 out. 1991). 
 
Analisando: 
 
A expressão “só que”, mal empregada, compromete o vínculo lógico de 
causa: 
As experiências mais aterradoras foram as da Alemanha nazista porque as 
cobaias eram seres humanos. 
 
Observação: No lugar da expressão “só que” poderia ter sido colocado um 
“isso porque” ou poderia vir apenas a afirmação: As cobaias eram seres 
humanos. 
 
 A relação: Num texto coerente, os fatos e conceitos devem estar 
relacionados. A relação é a ligação, a conexão ou vinculação de alguma ordem 
entre as pessoas, fatos ou coisas. Essa relação deve ser suficiente para justificar sua 
inclusão em um mesmo texto. Para avaliar o grau de relação dos elementos que 
vão construir seu texto, é importante organizá-los esquematicamente antes de 
escrever, verificando se a aproximação de ideias que você vai fazer é realmente 
eficaz. 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
102 
 
Exemplo: “Havia uma evidente relação entre aquele crime praticado na 
montanha e o crime praticado recentemente na praia...” 
Esses quatro itens que analisamos (repetição, progressão,não contradição e 
relação) podem ajudar a avaliar o grau de coesão dos textos que lemos ou 
escrevemos. Analisando-os, podemos adquirir um conceito bastante prático do 
conceito de texto que falamos no início: Texto é uma sequência de dados não 
contraditórios e relacionáveis apresentados gradativamente por meio de um 
movimento que combina repetição e progressão. Tornar esse conceito prático é o 
trabalho formativo a que nos propomos. 
 
O parágrafo 
 
Os textos em prosa, sejam eles narrativos, descritivos ou argumentativos, são 
geralmente estruturados em unidades menores chamadas parágrafos. Há 
parágrafos longos e curtos; o que determina sua extensão é a unidade temática, já 
que cada ideia exposta no texto deve corresponder a um parágrafo. Nos textos 
escritos, podemos identificar os parágrafos pelo ligeiro afastamento de sua 
primeira linha em relação à margem esquerda da folha. 
O desenvolvimento global e articulado de um texto, a partir dos processos de 
narração, descrição, dissertação e diálogo, precisa ter como suporte da estrutura 
textual: a frase e o período, que são as unidades mínimas da qualidade da 
escrita. De sua combinação constitui-se o parágrafo (ideia-núcleo), que por meio 
do encadeamento das ideias vai integrar-se à estrutura, quer dizer, a ordenação 
dinâmica dos componentes de um texto. Ou seja, à organização lógica discursiva. 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
103 
 
Para as nossas produções textuais optamos pela definição de Othon M. Garcia. 
Vejamos: 
O parágrafo é uma unidade de composição constituída por um ou 
mais de um período, em que se desenvolve determinada ideia 
central, ou nuclear, a que se agregam outras, secundárias, 
intimamente relacionadas pelo sentido e logicamente decorrentes 
dela (GARCIA, 2006, p. 219). 
 
Essa definição se refere a um tipo de parágrafo padrão, denominação de 
Othon M. Garcia, dada a sua aplicabilidade e eficácia nas escritas de escritores 
modernos, além de facilitar a coerência do desenvolvimento das ideias. O 
parágrafo padrão é formado por três partes: a introdução, constituída por um ou 
dois períodos curtos, iniciais, em que se expressa à ideia-núcleo ou tópico frasal, 
o desenvolvimento que é a exposição da ideia-núcleo e a conclusão. 
É bom você atentar ao “tópico frasal”, que geralmente contém “dois períodos 
curtos iniciais”. O tópico frasal sintetiza a ideia-núcleo do parágrafo. 
 
IMPORTANTE 
A ideia-núcleo, agora conhecida como tópico frasal, segundo Garcia, 
diz que na ideia-núcleo, de fato, há uma generalização, em que se exterioriza um 
juízo, uma opinião, se define ou declara algo, mas às vezes nem todo parágrafo 
contém a ideia-núcleo de forma eficaz. 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
104 
 
Agora você conhecerá alguns exemplos. 
 
A técnica da construção do tópico frasal para iniciar o parágrafo garantirá ao 
estudante melhor desempenho na síntese do seu raciocínio, como começar e 
como isso facilitará a sua fundamentação na construção dos argumentos. 
 
Declaração inicial: 
O produtor de texto nega ou afirma alguma coisa logo ao iniciar o texto, 
apresentando seus argumentos: confrontos, analogias ou exposição de ideias de 
fatos da atualidade. O autor abre o parágrafo com uma declaração breve. 
 
EXEMPLIFICANDO: 
As duas grandes religiões que, junto com a muçulmana, reconhecem 
a um só Deus são a judaica e a cristã. Elas compartilham o mesmo livro sagrado: a 
Bíblia. 
A palavra “Bíblia” vem do grego e significa “livros” (isso mesmo, no plural). Na 
verdade, pode-se dizer que a Bíblia não é um livro, mas vários livros, uma autêntica 
biblioteca composta por textos escritos em datas muito diferentes, por autores 
diversos e que abarca todos os estilos literários: narrações mais ou menos 
históricas, poemas, escritos proféticos, provérbios, leis, etc. (LAJOLO, 2002, p. 68). 
 
 
Alusão histórica 
Acontece quando ao iniciar um parágrafo o autor faz referência a um fato 
acontecido real ou fictício. Conheça alguns dos padrões mais usados de parágrafos 
que podem servir de modelo para iniciar o texto. 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
105 
 
Modelo de alusão histórica fictícia: 
Era uma vez dois caçadores perdidos numa floresta, já sem 
munição, quando surgiu um leão. Enquanto um deles começava a 
correr, o outro tirou da mochila um par de tênis especial e começou 
a calçá-lo, calmamente. O que corria parou, espantado, e alertou: 
“Não adianta, o leão corre mais que você”. Ao que o outro 
respondeu: ‘Não preciso correr mais que o leão. Só preciso correr 
mais que ‘você’(Merval Pereira, em artigo para O Globo). 
 
Modelo de alusão histórica real: 
“A partir do Renascimento o teatro tornou-se o entretenimento público por 
excelência. Chegou-se a dizer que os grandes vícios de então eram o tabaco, que 
acabara de chegar da América, e o teatro” (LAJOLO, 2002, p. 80). 
 
Parágrafo explicativo 
Definição: 
O texto apresenta explicitamente uma definição de caráter didático sendo 
muito comum nos textos em que ocorrem a dissertação. 
 
EXEMPLIFICANDO: 
A Bíblia é o livro mais difundido em toda a história da 
humanidade. Muitos acham que, sem conhecê-la, é 
impossível entender grande parte da literatura, da música e da arte do 
mundo ocidental, já que o sentimento religioso judaico-cristão tem 
sido durante muitos séculos (e ainda é assim) uma fonte de inspiração 
para os artistas de qualquer gênero (Ibid. p. 69). 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
106 
 
Parágrafo argumentativo 
Nos textos argumentativos, os parágrafos são estruturados em torno de uma 
ideia normalmente apresentada em sua introdução, desenvolvida e reforçada por 
uma conclusão. 
 
Exemplo: 
É de conhecimento geral que a qualidade de vida nas regiões rurais 
é, em alguns aspectos, superior à da zona urbana, porque no campo 
inexiste a agitação das grandes metrópoles, há maiores 
possibilidades de se obterem alimentos adequados e, além disso, as 
pessoas dispõem de maior tempo para estabelecer relações 
humanas mais profundas e duradouras (GRANATIC, 1995, p.81). 
 
A ideia-núcleo ou tópico é apresentado logo no início e desenvolvida por meio 
de ideias complementares ou argumentos. 
 
Os parágrafos nos textos argumentativos escolares: 
Os textos argumentativos escolares costumam ser estruturados em quatro ou 
cinco parágrafos (um para a introdução, dois ou três para o desenvolvimento e um 
para a conclusão). Dependendo do texto proposto e a abordagem que se dê a ele, 
poderá haver variações. Mas o fundamental é que você perceba o seguinte: a 
divisão de um texto em parágrafo (cada um correspondendo a uma ideia que se 
queira desenvolver), tem a função de facilitar para quem escreve, tornando o texto 
mais coeso e coerente. 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
107 
 
O parágrafo narrativo: 
Nas narrações, a ideia central do parágrafo é um incidente, isto é, um episódio 
curto. Nos parágrafos narrativos predominam os verbos de ação, que se referem a 
personagens e indicam as circunstâncias relativas ao fato que se está sendo 
narrado, ou seja, onde ele ocorreu, quando ocorreu, por que ocorreu. Nas 
narrações existem também parágrafos que servem para reproduzir as falas dos 
personagens. No caso do discurso direto (em geral introduzidos por dois-pontos e 
travessão) cada fala da personagem corresponde a um parágrafo (TERRA, 2004). 
 
Exemplo: 
“João estava andando pela rua quando de repente tropeçou em um pacote 
embrulhado em jornais. Pegou-o vagarosamente, abriu-o e viu, surpreso, que lá 
havia uma grande quantidade de dinheiro” (GRANATIC,1995, p. 19). 
 
O parágrafo descritivo: 
De acordo com Terra (2004) a ideia central do parágrafo descritivo é um 
quadro, ou seja, um fragmento daquilo que está sendo descrito (uma pessoa, um 
ambiente, uma paisagem etc.), visto sob determinada perspectiva. Alterado esse 
quadro, abra-se um novo parágrafo.O parágrafo descritivo apresenta as mesmas características da descrição: 
predomínio de verbos de ligação, emprego farto de adjetivos que caracterizam o 
que está sendo descrito, frequência de orações apenas justapostas, coordenadas. 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
108 
 
Exemplo descrição de tempo e lugar: 
Ao entrar na sala daquele casarão antigo, tem-se, de início, uma 
desagradável sensação de abandono e de certa tristeza. As paredes, 
já quase sem cor devido à ação do tempo, as duas janelas fechadas, 
com suas venezianas carcomidas, situadas na parede oposta à 
porta, também velha, davam a quem chegava à impressão de estar 
adentrando um museu abandonado (...). (GRANATIC, p. 60) 
 
O uso da interrogação no tópico frasal 
 
O parágrafo inicia-se com uma interrogação, direcionando-se ao 
desenvolvimento a partir da resposta ou esclarecimento do produtor ou aluno. 
Cabe ao produtor de textos atentar para a coerência dos argumentos de sua 
resposta ou esclarecimento. 
 
EXEMPLIFICANDO 
Tema: Dengue 
De que maneira uma cidade pode combater a dengue? 
Sua atitude deve ser fazer a seguinte pergunta: Por quê? Ao iniciar sua reflexão 
sobre o tema é importante lembrar-se das informações que já possui sobre o 
assunto, do que já leu a respeito em jornais, do que já viu a televisão etc. É evidente 
que você já tenha ouvido falar alguma coisa sobre ele. O ideal é que você elabore 
duas ou três “respostas” para a questão formulada. Essas respostas chamam-se 
argumentos. 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
109 
 
Trabalhando o parágrafo 
Resumindo: A composição de um texto é constituída de três partes: 
 
 Introdução: é um texto introdutório ao assunto a ser tratado, constituído 
por um ou dois períodos curtos, que expressa à ideia-núcleo ou tópico frasal. 
 Desenvolvimento: é a exposição, argumentação ou explanação da ideia 
principal, (ideia-núcleo / tópico frasal), do parágrafo. 
 Conclusão: é a reafirmação do tema apresentado no tópico frasal e 
realiza as inferências a partir dos fatos apresentados e interpretados. Dentre as 
formas mais usuais de expressão inicial no parágrafo conclusivo temos: dessa 
forma, portanto, em vista dos fatos expostos, em virtude dos fatos apresentados, 
dado o exposto, conforme os argumentos expostos e etc. 
Os parágrafos organizadores conduzem e facilitam os procedimentos e a 
interpretação do leitor em relação à composição de seu texto. 
 
DICA! 
Outro percurso que você deverá desenvolver é ler e reler a sua escrita. 
Procure também ler os mais variados tipos de jornais, revistas e artigos. É 
interessante selecionar os assuntos que são destaques em cada veículo de 
comunicação. 
Compare o uso da escrita de cada um deles, observe como cada veículo 
transmitiu sua mensagem ao leitor através da organização textual. 
A leitura diversificada de publicações ajudará a estimular o senso crítico e a 
habilidade com a organização de suas ideias, da escrita e de toda a estrutura 
textual. 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
110 
 
Para finalizar, gostaríamos de lembrá-lo de que a tessitura do texto não é um 
amontoado de frases, não é uma simples justaposição de frases e palavras, logo, 
para se obter um “entrelaçamento” coeso e coerente das ideias, o autor do texto 
deverá produzir um texto que contenha uma unidade na organização discursiva, 
para que o leitor possa interpretá-lo. É importante que se tenha sempre em foco o 
leitor e a maneira como serão compreendidas e apreendidas suas ideias por ele. 
 
 
 
Sabemos que escrever requer trabalho, disciplina, paciência e muita leitura. É 
preciso reler, identificar os problemas e reescrever várias vezes o texto, consultar o 
dicionário, pesquisar sobre o assunto, quando possível. O estudante deverá ter 
preocupação com a formalidade da linguagem, a prática da norma padrão aos 
textos de caráter dissertativo. 
À medida que você procura valorizar os exercícios da escrita, esse processo 
“árduo” se tornará prazeroso e muitos procedimentos e técnicas serão dominados, 
levando-o a um bom desempenho na escrita. Experimente! 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
111 
 
Título e tema 
 
Título: 
 
 É uma referência vaga a um assunto. 
 É uma expressão mais curta que o tema. 
 Na maioria das vezes, não contém um verbo. 
 
Tema: 
 
 É uma afirmação sobre determinado assunto, em que se percebe uma 
tomada de posição. 
 É uma oração que apresenta um começo, meio e final. 
 Por ser uma oração, deve apresentar ao menos um verbo. 
 
Confira a delimitação do tema no texto em destaque abaixo: 
 
A cultural patriarcal qualificou de fraca a mulher e forjou o mito 
do sexo frágil, o que não é verdade. A mulher tem a sua forma de 
ser forte. Neste caso o que conta não é tanto a força muscular. No 
trato com os filhos, desde sua gestação, nas crises de passagem e no 
seu acompanhamento ao largo da vida, especialmente na condução 
da complexidade de uma casa e na capacidade de suportar 
sofrimentos e suplantar obstáculos, ela mostra uma força e uma 
pertinácia que deixa o homem longe para trás. Em muitos aspectos 
a mulher é o sexo forte e o homem o sexo fraco (BOFF, 2001, p.56. 
grifo nosso). 
 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
112 
Observação: O tema é o elemento gerador e articulador das ideias no texto. 
No texto acima é o mito de que a mulher é o sexo frágil. Quando você estiver 
fazendo uma redação em algum exame, o examinador pode fornecer-lhe tanto um 
título quanto um tema. Se lhe for fornecido um tema, terá que compor um título, já 
se lhe for fornecido um título, deverá compor o tema. Mas lembre-se: o tema é uma 
oração completa, com início, meio e fim. 
 
Trabalhando a colocação pronominal 
 
Na escrita, sugere-se a colocação pronominal. 
 
 Próclise (antes do verbo). Dizemos que o pronome está proclítico. 
 
a) Quando a oração contém uma palavra negativa: 
Exemplos: 
 Boa ideia, não vos parece? 
 Ninguém nos ajuda na tarefa diária. 
a) Quando a oração é subordinada e contém conjunção subordinativa ou 
pronome relativo: 
 
Exemplos: 
 A confiança que lhe depositou o amigo, recupere-a. 
a) Quando a oração é interrogativa: 
 
Exemplos: 
 Quem a viu entrar em casa? 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
113 
 
 Ênclise (depois do verbo). Dizemos que o pronome está enclítico. 
Com o verbo no início de período, ou com oração independente ou principal 
precedida de pausa: 
 
Exemplo: 
 Uniram-se para sempre. 
 Revelaram-me as verdadeiras intenções. 
 
 Mesóclise (no meio do verbo). Dizemos que o pronome está mesoclítico. 
A mesóclise só é possível com o verbo no futuro de presente ou no futuro do 
pretérito. 
Exemplo: 
Revelar-te-ei minhas verdadeiras intenções. 
Revelar-me-iam os verdadeiros motivos. 
 
Trabalhando os articuladores sintáticos: 
 
Sabemos que o uso dos articuladores sintáticos aos textos contribui, de 
maneira decisiva, para a construção de textos coesos. 
Tomamos por base o estudo dos teóricos Antonio Suárez Abreu, Evanildo 
Bechara, Platão & Fiorin sobre os operadores do texto ou argumentadores textuais 
ou, ainda, articuladores sintáticos (conjunções) nas frases. Vejamos: 
 
a) Articulação sintática de oposição: faz-se por meio de dois processos: 
 A coordenação adversativa implica a utilização dos articuladores mas, 
porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto, senão. São as conjunções que 
unem pensamentos ou ideias opostas, contrárias. 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
114 
 
Exemplo: 
Paulo conseguiu o visto do passaporte, mas não conseguiu passagem para 
Nova York. 
No lugar do mas, é possível usar os outros articuladores: porém, contudo, 
todavia, entretanto, no entanto. 
 
A subordinação sintática concessiva usa articuladores como embora, 
ainda que, conquanto, posto que, bem que, por mais que, por menos que, mesmo 
que, apesar de que,entre outras. São conjunções que subordinam ideias em 
que se exprime uma ação contrária, oposta à ideia principal. São conjunções 
ou locuções conjuntivas concessivas, e também: apesar de, a despeito de, não 
obstante, que são locuções prepositivas. 
 
Exemplos: 
Embora Paulo tenha conseguido o visto do passaporte, não conseguiu 
passagem para Nova York. 
Por mais que ele se explicasse, não convenceria o delegado da inocência dele. 
 
b) Articulação sintática de causa: são conjunções que subordinam ideias em 
que se exprime a causa, o motivo, a razão de ser da ideia principal. Os principais 
articuladores de causa são: 
 
 As conjunções e as locuções conjuntivas: que, porque, porquanto, 
como (no início da oração = já que), desde que, pois que, visto que, visto como, 
uma vez que, de modo que, entre outras. 
 As preposições e locuções prepositivas: por, por causa de, em vista de, 
em virtude de, devido a, em consequência de, por motivo de, por razão de. 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
115 
 
Exemplos: 
Não fui a São Paulo visto que estava com pressa de regressar ao Rio de janeiro. 
Já que assim o quis, mandei-o embora. 
Como não liberaram o dinheiro, tive que ir embora. 
 
Percebe-se que, ao utilizar as conjunções e as locuções conjuntivas, o verbo se 
mantém em seu tempo finito. Utilizando, entretanto, as locuções prepositivas, o 
verbo da oração assume a forma do infinito: 
Ex.: Não fui até São Paulo, em virtude de estar com pressa de regressar ao Rio 
de Janeiro. 
 
c) Articulação sintática de condição: são conjunções que subordinam ideias 
que exprimem a condição, a hipótese, a probabilidade para a ideia principal do 
período. O principal articulador sintático de condição é o SE. É o único que leva o 
verbo ao futuro do subjuntivo, quando a oração principal está no futuro do 
presente ou no presente do indicativo com valor de futuro. As outras condicionais 
são: caso, contanto que, sem que, a não ser que, salvo se, exceto se, a menos que. 
Esses articuladores também levam o verbo da oração que introduzem ao presente 
do subjuntivo. 
Exemplos: 
Se você viajar hoje à noite, poderá trabalhar no dia seguinte. 
Caso você viaje hoje à noite, poderá descansar mais amanhã. 
Irei, a não ser que seja impedido por alguém. 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
116 
 
d) Articulação sintática de fim: São conjunções que estabelecem uma relação 
de finalidade com a ideia principal do período. Entre os articuladores sintáticos de 
fim destacam-se: para, a fim de que, com o propósito de, com a intenção de, com o 
intuito de, com o objetivo de. 
Exemplos: 
As pessoas precisam estudar para que haja uma inclusão social. 
Fizemos tudo a fim de que ele fosse aprovado no concurso. 
 
e) Articulação sintática de conclusão: São as conjunções que introduzem 
orações, em um período coordenado, as quais expressam uma conclusão. Os 
principais articuladores de conclusão são: logo, portanto, então, assim, por isso, por 
conseguinte, pois (posposto ao verbo), de modo que em vista disso. 
Exemplos: 
A vida é breve, por isso devemos aproveitá-la bastante. 
Ele estudou todo o assunto, deve então saber o sentido da expressão. 
 
A partir das sentenças acima, podemos ver que os operadores textuais ou 
denominados também articuladores sintáticos são fundamentais para a coesão 
textual. 
Sugerimos uma consulta à gramática, com isso, você poderá ampliar seus 
estudos sobre as conjunções coordenativas e subordinativas, a fim de auxiliá-lo na 
construção de seu texto. 
Agora confira. Leia atentamente o texto ”O problema da verdade” e observe os 
elementos coesivos chamados de operadores discursivos (articuladores sintáticos 
etc.) e reflita sobre as relações que tais operadores estabelecem entre as sentenças 
(os argumentos). 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
117 
 
Observe os operadores discursivos e suas conexões em destaque: 
 
‘Os filósofos não fizeram mais que interpretar o mundo de maneiras 
diferentes, trata-se porém de transformá-lo’ – escreveu um célebre filosofo 
alemão do século XIX. Nós concordamos com tal pensamento, mas 
queremos lembrar que antes de transformar algo é preciso conhecê-lo. Sem 
uma teoria científica do conhecimento da verdade não é possível interpretar 
corretamente o mundo, o homem e a sociedade e muito menos transformá-
los. 
Nenhuma ação transformadora poderá ser bem-sucedida se ignorarmos 
a natureza das coisas com que lidamos. Nós só poderemos tirar proveito de 
algo se conhecermos a verdade sobre o mesmo. Só poderemos imitar, 
produzir e mudar algo se soubermos como funciona, só poderemos 
transformar o mundo, a vida e a sociedade, se conhecermos a verdade, isto 
é, a essência das coisas e as leis pela quais elas se regem. 
Assim, uma teoria cientificada do conhecimento da verdade é uma 
disciplina absolutamente necessária a qualquer atividade prática ou teórica, a 
qualquer tarefa de compreensão e transformação do mundo, do homem e da 
sociedade (LOPES, p. 204). 
 
Trabalhando as normas gramaticais: os articuladores 
sintáticos e o uso dos particípios duplos 
 
VERBO PARTICÍPIO 
REGULAR 
PARTICÍPIO IRREGULAR 
aceitar 
acender 
benzer 
expulsar 
exprimir 
salvar 
suspender 
aceitado 
acendido 
benzido 
expulsado 
exprimido 
salvado 
suspendido 
aceito 
aceso 
bento 
expulso 
expresso 
salvo 
suspenso 
 
Obs.: Ganho – ganhado / gasto – gastado / pago – pagado. 
Cabe ao falante levar em consideração o uso da mídia atual. 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
118 
 
Formas regulares nos tempos compostos: 
 
a) Paulo tinha acendido a luminária. 
b) A luminária tinha sido acesa. 
c) A luminária está acesa. 
 
Trabalhando a significação das palavras (II) 
 
 Homonímia 
Consiste na identidade de pronúncia de duas ou mais palavras (homônimos 
homófonos) ou de grafia (homônimos homógrafos). Quando as palavras são iguais 
na pronúncia e na grafia são chamadas de homônimos perfeitos. Eis alguns 
exemplos: 
 
Homônimos homófonos mais usados: 
Acender – pôr fogo a Ascender – elevar-se 
Acento – inflexão da voz Assento – objeto onde se senta 
Asado – com asas Azado - oportuno 
Caçar - perseguir Cassar - anular 
Cegar – tirar a visão Segar - cortar 
Cela – cômodo pequeno Sela - arreio 
Censo - recenseamento Senso - juízo 
Cerração - nevoeiro Serração – ato de serrar 
Cheque – ordem de pagamento Xeque – lance do jogo de xadrez 
Cidra – certa fruta Sidra – um tipo de bebida 
Conserto - reparo Concerto - harmonia 
Estático – firme, parado Extático – em êxtase 
Espiar - olhar Expiar - sofrer 
Estrato – camada; tipo de nuvem Extrato – que se extrai 
Incerto - duvidoso Inserto – inserido 
Incipiente - que está no início Insipiente - que não sabe 
Lasso – cansado Laço – tipo de nó 
Passo – marcha Paço – palácio imperial 
Remissão – perdão Remição – resgate 
Seda – tipo de tecido Ceda – flexão do verbo ceder 
Taxa – imposto Tacha – tipo de prego 
Viagem - jornada Viajem – flexão do verbo viajar 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
119 
 
 Paronímia 
Consiste no emprego de palavras muito parecidas, mas a grafia e a pronúncia 
são diferentes. Alguns exemplos de parônimos: 
 
Parônimos mais usados: 
Amoral – sem o senso da moral Imoral – contrário à moral 
Apóstrofe – chamamento Apóstrofo – tipo de sinal gráfico 
Arrear – pôr arreios Arriar - abaixar 
Astral – dos astros Austral – que fica no sul 
Cavaleiro – que anda a cavalo Cavalheiro - gentil 
Comprimento - extensão Cumprimento - saudação 
Conjetura – hipótese Conjuntura - situação 
Delatar – denunciar Dilatar - alargar 
Descrição ato de descrever Discrição – qualidade de discreto 
Descriminar - inocentar Discriminar - separar 
Despercebido – sem ser notado Desapercebido - desprevenido 
Destratar – insultar Distratar - desfazer 
Docente – professor Discente – aluno 
Emergir – vir à tona, sair Imergir – mergulhar 
Emigrar – sair de um país Imigrar – entrar em um país 
Eminente– importante Iminente – que está para ocorrer 
Esbaforido – ofegante Espavorido - apavorado 
Estada – permanência de alguém Estadia – permanência de veículo 
Facundo – eloquente Fecundo – fértil; criador 
Flagrante – evidente Fragrante - aromático 
Fluir – correr; manar Fruir - desfrutar 
Inerme – desarmado Inerte – parado 
Inflação – desvalorização Infração - transgressão 
Inflingir – aplicar pena Infringir - transgredir 
Intemerato – puro Intimorato - corajoso 
Lactante – que amamenta Lactente – que mama 
Lista – relação Listra – linha, risco 
Locador – proprietário Locatário - inquilino 
Lustre – candelabro Lustro – cinco anos; brilho 
Mandado – ordem judicial Mandato – procuração 
Pleito – disputa Preito – homenagem 
Preeminente – nobre, distinto Proeminente – saliente 
Prescrever – receitar; expiar (prazo) Proscrever – afastar, desterrar 
Ratificar – confirmar Retificar - corrigir 
Sortir – abastecer Surtir - resultar 
Sustar – suspender Suster- sustentar 
Trafégo – movimento de veículo Tráfico - comércio 
Usuário – aquele que usa Usurário – avarento; agiota 
Vultoso – grande Vultuoso – vermelho e inchado 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
120 
 
Vimos nessa unidade, algumas condições para tornar produtivas as práticas de 
leitura e de produção textual, estudamos mais um pouco sobre a noção de texto, a 
construção de sentido e a estrutura do texto, os tipos de parágrafos observando 
sua estrutura, além de diferenciar título e tema, e revisamos um pouco as regras na 
escrita de textos, em respeito à norma culta da língua. 
 
É HORA DE SE AVALIAR! 
Não se esqueça de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas 
irão ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no 
processo de aprendizagem. Caso precise, redija comentários e dúvidas e depois 
envie para nós, através do ambiente virtual de aprendizagem (AVA). Não perca 
tempo! Interaja conosco. Esperamos sua efetiva participação! 
 
Na próxima unidade, você irá estudar a estrutura da dissertação, 
argumentação, além de expressões para serem utilizadas nas conclusões e a na 
aplicação das normas linguísticas à produção textual. Vamos lá? 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
121 
 
Exercícios da unidade 3 
 
1- Leia os tópicos frasais abaixo e classifique-os, segundo Othon Moacyr Garcia. 
I – “Prosa é a forma mais comum de linguagem. É a que você usa, geralmente, 
quando escreve uma dissertação ou um conto: as frases se seguem umas a 
outras”.Marisa Lajolo 
II – A violência é um dos temas preferidos pela televisão, e muitos acreditam 
que ela é nociva às crianças. 
III – “A partir do Renascimento o teatro tornou-se o entretenimento público 
por excelência. Chegou-se a dizer que os grandes vícios de então eram o tabaco 
que acabara de chegar da América, e o teatro”. Marisa Lajolo 
 
a) Declaração, declaração, declaração. 
b) Definição, declaração, alusão histórica. 
c) Definição, definição, alusão histórica. 
d) Definição, alusão histórica, alusão histórica. 
e) Alusão histórica, declaração, alusão histórica. 
 
2- Com base no fragmento abaixo, identifique o tipo de tópico frasal. 
“A maior alegria do brasileiro é hospedar alguém, mesmo um desconhecido que 
lhe peça pouso, numa noite de chuva”. 
(Cassiano Ricardo, in O homem cordial). 
a) Definição. 
b) Alusão histórica. 
c) Suspense. 
d) Declaração. 
e) Interrogação. 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
122 
 
3- No período “Da própria garganta saiu um grito de admiração, que Cirino 
acompanhou, embora com menos entusiasmo” a palavra destacada expressa uma 
ideia de: 
 
a) explicação. 
b) concessão. 
c) comparação. 
d) modo. 
e) consequência. 
 
4- Considerando o texto, abaixo assinale a única alternativa cujo significado “não” 
corresponde à expressão “em favor da preservação” 
 
A luta contra a poluição e em favor da preservação do meio ambiente é mundial. 
Em todo o planeta, multiplicam-se as associações e grupos de pessoas conscientes de 
que, se não houver uma interrupção do processo poluidor e uma recuperação das 
zonas, tanto na terra, quanto no ar e no ambiente aquático, já devastados, o mundo se 
tornará irrealizável dentro de muito pouco tempo. 
O tema vem crescentemente ganhando adeptos e motivando a formação de uma 
consciência crítica em relação ao fenômeno, embora esteja ainda longe de poder 
produzir resultados compatíveis com as necessidades. 
(Revista INTERIOR, Ano VII, nº 38, pág. 11 – com adaptações) 
 
a) em prol da preservação. 
b) em proveito da preservação. 
c) em oposição à preservação. 
d) em auxílio da preservação. 
e) em defesa da preservação. 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
123 
 
5- A expressão: “resultados compatíveis com as necessidades” significa: 
 
a) resultados que superam as necessidades. 
b) resultados que se conciliam com as necessidades. 
c) resultados que anulam as necessidades. 
d) resultados que não alcançam as necessidades. 
e) resultados que se distanciam das necessidades. 
 
6- Marque a opção em que a palavra “afinal” pode ser substituída, sem alteração de 
sentido. 
 
“Enquanto o Titanic ainda flutua, tentemos o impossível para mudar o seu curso. 
Afinal, quem faz a história são as pessoas e não o contrário.” 
(Herbert de Souza, na Folha de São Paulo, 17/11/96) 
 
a) Conquanto. 
b) Porquanto. 
c) Malgrado. 
d) Enquanto. 
e) Apenas. 
 
7- Assinale a série que completa corretamente as lacunas. 
 
“No último _________ da orquestra sinfônica, houve ________ entre os 
convidados, apesar de ser uma festa _______________”. 
 
a) Conserto – descriminações – beneficente. 
b) Concerto – descriminações – beneficiente. 
c) Conserto – descriminações – beneficiente. 
d) Concerto – discriminações – beneficente 
e) Conserto – discriminações – beneficiente. 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
124 
 
8- Assinale a letra que preenche corretamente as lacunas da frase apresentada: 
 
“O novo ____ da população cometeu ______ equívoco ao desconsiderar 
significativo percentual de _________ que entraram no país nos últimos anos.” 
 
a) censo – fragrante – emigrantes 
b) censo – flagrante – emigrantes 
c) senso – fragrante – emigrantes 
d) senso – fragrante – imigrantes 
e) censo – flagrante - imigrantes 
 
9- Redija um parágrafo com sentido completo (início, meio e fim) com coerência e 
coesão, a partir do tema abaixo, observando a estrutura de caráter dissertativo. 
 
Tema: O jovem e a leitura. 
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Técnicas de leitura e produção textual 
 
125 
 
10- Com base no texto abaixo, produza um parágrafo padrão que contenha tópico 
frasal de declaração. Marque-o no seu novo texto. 
 
Declaração Universal dos Direitos Humanos 
 
Então elas escreveram um papel. 
Neste documento 
Elas fizeram um resumo dos direitos 
Que todos os 
Seres Humanos têmE que devem ser respeitados por todos os povos. 
 
Este documento é chamado 
Declaração Universal 
Dos Direitos Humanos 
E diz 
Mais ou menos o seguinte: 
Todos os homens nascem livres 
Todos os homens nascem iguais e têm portanto os mesmos direitos 
Todos têm inteligência e compreendem o que se passa ao seu redor. 
Todos devem agir como se fossem irmãos. 
 
(Declaração Universal dos Direitos Humanos, adaptação de Ruth Rocha e 
Otávio Roth). 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
126 
 
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Técnicas de leitura e produção textual 
 
127 
 
 
A riqueza e a variedade de gêneros do discurso são infinitas, pois a 
variedade virtual da atividade humana é inesgotável e cada esfera 
dessa atividade comporta um repertório de gêneros do discurso 
que vai diferenciando-se e ampliando-se à medida que a própria 
esfera se desenvolve e fica mais complexa (BAKHTIN,1977). 
 
Nesta unidade, você estudará mais um pouco sobre o texto dissertativo 
argumentativo, veremos também as principais características do texto informativo, 
a carta pessoal e comercial, os pronomes de tratamento e a concordância nominal 
e verbal. 
 
Objetivos da unidade: 
 
 Reconhecer e identificar as características da dissertação, aperfeiçoar a 
argumentação, conhecer as diferenças da carta (comercial e pessoal) e empregar 
adequadamente a concordância nominal e verbal na composição dos textos. 
Recordar alguns empregos para os pronomes de tratamento, observando a 
correção gramatical. 
 
Plano da unidade: 
 
 A dissertação. 
 Textos informativos. 
 O texto argumentativo. 
 A carta como gênero discursivo. 
 Os pronomes de tratamento e abreviaturas. 
 Trabalhando a concordância verbal e nominal. 
A Dissertação e Argumentação 
A dissertação. 
Textos informativos. 
O texto argumentativo. 
A carta como gênero discursivo. 
Os pronomes de tratamento e abreviaturas. 
Trabalhando a concordância verbal e nominal. 
4
Técnicas de leitura e produção textual 
 
128 
 
A dissertação 
 
Estudamos as tipologias textuais narração e descrição. Agora veremos a 
dissertação: as características do texto informativo, dissertativo e argumentativo. 
Caro aluno, a maioria das provas de concursos e de vestibulares solicitam do 
candidato a produção de um texto dissertativo. Apesar disso, quase sempre os 
temas propostos exigem a análise de um problema, o posicionamento do aluno a 
respeito desse tema, e, às vezes, a indicação de soluções. Dessa forma, espera-se 
que ele produza, então, um texto argumentativo ou um texto dissertativo-
argumentativo. Enquanto no texto dissertativo a principal finalidade é apresentar, 
expor determinadas ideias, no texto argumentativo, a principal intenção do autor é 
persuadir o leitor. 
Primeiramente, leiamos os exemplos abaixo e observemos as suas estruturas 
globais. 
 
Textos informativos 
 
Exemplo I: Observe o seguinte parágrafo: 
 
A água é uma das principais condições para a existência de vida, 
porém a sua simples ocorrência num dado local não é suficiente 
para que aí se desenvolva a vida. A água pode existir em grandes 
quantidades, como nas superfícies geladas das regiões polares, não 
podendo, porém, ser utilizada por estar solidificada na forma de 
cristais de gelo. Assim, torna-se importante a disponibilidade da 
água para ser utilizada pelos seres vivos (Y. Mizuguchi, J. R. de 
Almeida e L. A. Pereira). 
Cachoeiras, cascatas 
 
Água 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
129 
Exemplo II: 
 
Desde a segunda revolução industrial, no século XIX, as artes foram 
submetidas às regras do mercado capitalista e à ideologia da 
indústria cultural. A obra de arte tem um valor de exposição, é feita 
para ser contemplada, fluída e revelar a realidade. Entretanto, não 
foi democratizada, massificou-se e transformou-se em seu oposto: 
mercadorias; produtos culturais fabricados em série; sinal de status; 
prestígio político e controle cultural; além de tornar a realidade e o 
trabalho criador invisíveis. Sob controle econômico, a arte corre o 
risco de perder suas características, deixar a expressividade pela 
repetição, a criação pelo consumo e a experimentação pelo 
consagrado. 
A democratização da cultura, entendida como o direito de acesso e 
fruição, informação e formação, e ainda produção cultural que 
poderia ser alcançada pelos meios de comunicação social, foi 
substituída pela massificação. A indústria cultural não democratiza, 
porque ao massificar reintroduz a divisão social e: 1. separa os bens 
culturais pagos e raros para uma elite culta e os bens baratos e 
comuns para a massa inculta; 2. cria a ilusão do acesso igual para 
todos, mas pelo preço define os grupos que podem usufruir de cada 
bem; 3. inventa um consumidor médio, com capacidades, 
conhecimentos e gosto médios, para o qual produz bens médios, 
vendáveis, fundados no senso comum, sem novidades; 4. vê a 
cultura como lazer, entretenimento, diversão e distração de forma 
que não tem interesse, porque não vende, o trabalho da 
sensibilidade, da imaginação, da inteligência, da reflexão e da 
crítica. 
Assim, em lugar de democratizar a cultura, a indústria cultural 
produz uma massificação, que é banalização e vulgarização da arte 
e do conhecimento (GARCEZ & CARMO. 2008). 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
130 
 
Análise: 
 
Os dois textos acima apresentam um modo de organização discursiva que têm 
como base o caráter dissertativo. Ambos fundamentam-se em ideias, conteúdo 
informativo, o verbo está na 3ª pessoa (impessoalidade) e, além disso, contêm o 
entrelaçamento das ideias e a articulação das orações e períodos no corpo do 
texto, construindo afirmações, respostase conclusões. 
 
Dissertação – Essa composição visa desenvolver raciocínios – organização 
discursiva lógica – exposição de ideias, articular os argumentos, de modo coeso e 
coerente a fim chegarmos a conclusões sobre determinado assunto. 
 
ATENÇÃO: 
Características do texto dissertativo: 
 Texto de natureza expositiva, que apresenta dados objetivos, e não 
opiniões; pode desenvolver um conceito ou definir um objeto, seja ele abstrato 
ou concreto. 
 Estrutura convencional: ideia principal, desenvolvimento e conclusão. 
 Linguagem clara, objetiva e impessoal. 
 Predomínio do padrão culto formal da língua. 
 Verbos predominantemente no presente do indicativo. 
 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
131 
 
Há três momentos ou partes na estruturação da dissertação. Observe: 
 
 Introdução: 
 
É constituída pela ideia-núcleo (tópico frasal). Na introdução os argumentos 
são apenas mencionados. Nesse primeiro parágrafo informamos o assunto de que 
a dissertação vai tratar e cada argumento será devidamente desenvolvido nos 
parágrafos seguintes. 
 
 Desenvolvimento: 
 
É constituído pela organização dos argumentos de modo coeso e coerente. O 
desenvolvimento retoma a ideia e o assunto da introdução de maneira gradual e 
progressiva. O desenvolvimento é o local em que explicamos cada um dos 
argumentos mencionados na introdução. 
É bom lembrar que você poderá organizar o conteúdo do seu texto, de acordo 
com a pesquisa sobre o assunto, leituras e outras informações. 
 
 Conclusão: 
 
Consiste na construção de um resumo (síntese) de tudo que foi exposto 
anteriormente no corpo do texto. A conclusão deverá conter uma exposição clara 
da avaliação final do assunto ou reafirmação do tema inicial, conforme nos diz 
Branca Granatic em seu livro técnicas básicas de redação. A conclusão pode iniciar-
se com uma expressão que nos remeta ao que foi dito nos parágrafos anteriores 
(desenvolvimento). A ela deve seguir-se uma reafirmação do tema proposto no 
início da redação. No final do parágrafo é comum se colocar também uma 
observação final, onde o autor faz um comentário sobe os fatos mencionados ao 
longo do texto, propondo, às vezes, uma solução e ou contribuição para o assunto 
em questão. 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
132 
 
Exemplificando: 
Exemplo: 
 
A língua e a linguagem 
 
Editores e escritores – alguns deles respeitáveis, como Autran Dourado, outros 
nem tanto – estão questionando encanzinadamente o acordo ortográfico a ser 
firmado entre os países de língua portuguesa. Parece que as duas alegações 
maiores contra o acordo parte primeiro da suposição de que em cada um dos sete 
países que falam a língua portuguesa haveria uma língua própria: brasileira, uma 
língua angolana, outra caboverdeana e assim por diante. E segundo, da falta de 
autoridade das duas academias, a de Lisboa e a do Rio de Janeiro, designadas 
protagonistas do acordo. 
O segundo questionamento – o da representatividade das academias – não 
parece subsistente. Bem ou mal, com seus altos e baixos, elas são insubstituíveis, 
como órgãos culturais representativos da língua e de seu culto no universo 
intelectual. No caso brasileiro, a academia contou, com egrégio saber linguístico do 
saudoso Celso Cunha e do filósofo Antônio Houaiss. 
A alegação de que os sete países que falam a língua de Camões não a falam, 
tendo cada um seu idioma, não é apenas uma tolice. É um equívoco anticientífico, 
dos que não sabem distinguir entre a língua e linguagem. Queiram ou não, nossa 
língua comum, nossa língua nacional, é a língua portuguesa. Temos, é claro, cada 
um de nossos povos lusófonos, sua própria linguagem. 
(Fonte: Geraldo Melo Mourão – jornalista e escritor, secretário municipal da 
Cultura do RJ, foi correspondente da Folha em Pequim - China). 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
133 
 
Agora, é necessário que você diferencie a dissertação da argumentação, 
“considerando esta apenas momentos daquela”, diz-nos Othon M. Garcia (op. cit. 380 
p.). 
A dissertação visa expor, explorar, interpretar ou explicar ideias ou 
conhecimentos sobre algum assunto. 
Há dois elementos básicos para a constituição dos argumentos: 
 “A consistência do raciocínio”; 
 “A evidência das provas”. (op. cit., 381 p.) 
 
Recorrendo a Othon M. Garcia, esclarecemos que: “são cinco os tipos mais 
comuns de evidência: os fatos propriamente ditos, os exemplos, as ilustrações, os 
dados estatísticos (tabela, números, mapas, etc.) e o testemunho” (p.381). 
 
O texto argumentativo 
 
O texto argumentativo exige um argumentador, apresenta uma tese 
sustentada pelos argumentos. 
Argumentar é discutir, deduzir e concluir com o objetivo de defender uma 
determinada posição. 
Vejamos os elementos constituintes da estrutura do texto argumentativo. 
 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
134 
 
Logo, argumentar é um processo redacional de chegar a conclusões; persuadir 
os leitores (receptores), conforme demonstração no quadro abaixo. 
 
 
Características do texto dissertativo-argumentativo: 
 
 Procede a analise de um assunto e, ao mesmo tempo, defende o ponto 
de vista do autor a respeito desse assunto. 
 Pode ser construído de forma dedutiva (do geral para o particular) ou 
indutiva (do particular para o geral). 
 Convencionalmente apresenta três partes: introdução (na qual é 
apresentada a tese ou ideia principal, se a construção for dedutiva); 
desenvolvimento e conclusão. 
 Imagem clara, objetiva e impessoal, de acordo com o padrão culto da 
língua portuguesa. 
 Verbos predominantemente no presente indicativo. 
(Fonte: Cereja, William Roberto. Texto e Interação: uma produção textual a partir de 
gêneros e projetos. São Paulo: Atual, 2000) 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
135 
 
Vejamos, agora, alguns exemplos de textos argumentativos. 
Após a leitura dos textos I, II e III, você deverá observar e analisar os 
argumentos defendidos pelos autores. 
Exemplo I: 
 
Um, dois, feijão com arroz 
 
Como em um casamento feliz, a química aqui é perfeita. Mais do que 
uma saborosa parceria, o encontro do arroz com o feijão assegura um 
invejável arranjo de nutrientes. O que falta em um, o outro fornece e, 
assim, se completam. Úmidos, oferecem uma excelente combinação 
protéica, conta a nutricionista Norka Beatriz Barreto, professora da 
Universidade Estadual Paulista, a Unesp. 
Os grãos de arroz contêm metionina, e os feijões, lisina. Esses nomes 
esquisitos são pedacinhos de proteína ou, na linguagem dos 
especialistas, aminoácidos. Quando estão juntos, são muito mais 
eficientes na reparação de tecidos do organismo inteiro (...)(Revista 
Saúde, Editora Abril, Janeiro de 2008, 14p.) 
 
Análise: 
 
Observe que a autoridade está na fala da nutricionista, que tem credibilidade e 
conhecimento das pesquisas. 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
136 
 
Exemplo II: 
 
Um modo-de-ser não é um novo ser. É uma maneira do próprio ser 
de estruturar-se e dar-se a conhecer. O cuidado entra na natureza e 
na constituição do ser humano. O modo-de-ser cuidado revela de 
maneira concreta como é o ser humano. 
Sem o cuidado, ele deixa de ser humano. Se não receber cuidado, 
desde o nascimento até a morte, o ser humano desestrutura-se, 
definha, perde sentido e morre. Se, ao largo da vida, não fizer com 
cuidado tudo o que empreender acabará por prejudicar a si mesmo 
e por destruir o que estiver à sua volta. Por isso o cuidado deve ser 
entendido na linha da essência humana (que responde à pergunta: 
o que é ser humano?). O cuidado há de estar presente em tudo. Nas 
palavras de Martin Heidegger: ‘cuidado significa um fenômeno 
ontológico-existencial básico’. Traduzindo: um fenômeno que é a 
base possibilitadora da existência humana enquanto humana 
(...)(BOFF, 2001, p.34). 
 
Exemplo III 
 
A acusação de que o negro é preguiçoso, além de ser inverdade,é 
calúnia. Quase tudo o que se construiu nos países escravagistas 
como o Brasil, a Colômbia, o Caribe e o Sul dos Estados Unidos veio 
da mão-de-obra negra escrava. Os negros mostraram grande 
diligência, apesar de serem tratados como “peças”, carvão a ser 
consumido na máquina da produção. Ademais foi o grupo que 
possivelmente mais impregnou de valores a cultura brasileira e 
norte-americana com elementos que vão da culinária, da música, da 
linguagem até a doçura nas relações e ao misticismo. Eles, embora 
escravos, foram agentes civilizadores (Ibid.,56 p.). 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
137 
 
IMPORTANTE! 
Em geral, o parágrafo vem marcado no corpo do texto por um 
pequeno recuo da margem esquerda, como falamos anteriormente, logo na 
primeira linha. Entretanto, o que nos interessa é a característica de natureza lógica 
com a finalidade de desenvolver uma ideia unitária, um texto coeso e coerente a 
partir do “entrelaçamento” dos parágrafos. 
Outro ponto para reflexão é a adequação aos objetivos do texto, de modo, 
coerente e coeso. Portanto, a unidade do texto é delimitada pela articulação dos 
parágrafos, pela ordenação e unidade de sentido em todo corpo do texto. 
Há de evitar a construção de parágrafos confusos e incoerentes, e elaborar 
parágrafos definidos e bem encadeados, “entrelaçados”, já que o texto é um tecer e 
um entrelaçar de ideias, conforme falamos antes. 
 
IMPORTANTE 
Não se esqueça de usar um rascunho para definir sua estrutura, com 
o objetivo de obter a qualidade do texto. 
 
 
A carta como gênero discursivo 
 
O gênero discursivo em destaque, a carta, tem como propósito da 
comunicação transmitir uma mensagem aos interlocutores de forma adequada a 
sua finalidade. 
O emissor “destinatário” deverá levar em conta o “conhecimento de mundo” 
compartilhado pelos indivíduos envolvidos no processo da comunicação 
observando o repertório sociocultural, adequação linguística a modalidade da 
língua. 
A língua formal é utilizada nas cartas comerciais, enquanto a língua informal é 
usada na correspondência familiar. 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
138 
 
Características da carta-pessoal: 
 
 Comunicação geralmente breve e pessoal, de assunto livre. 
 Sua estrutura é composta de local e data, vocativo, corpo e assinatura; 
às vezes, também de P.S. 
 A linguagem varia de acordo com a intimidade entre os interlocutores, 
podendo ser menos ou mais formal, culta ou coloquial, e, eventualmente, 
usar gírias. 
 Verbos geralmente no presente do indicativo. 
 Quando enviada pelo correio, a carta é acondicionada em um 
envelope, preenchido adequadamente com o nome, o endereço do 
remetente e do destinatário. 
(Fonte: Cereja, William Roberto. Texto e Interação: uma produção textual a partir de 
gêneros e projetos. São Paulo: Atual, 2000) 
 
 “Quando o carteiro chegou e o 
 meu nome gritou, 
 com uma carta na mão, 
 ante surpresa tão rude, 
 nem sei como pude chegar ao portão(...)” 
(Cícero Nunes e Aldo Cabral, Mensagem, In: 
Isaurinha Garcia, BG Ariola) 
No nosso dia a dia, a troca de cartas, bilhetes, telegramas, e-mails aproxima as 
pessoas que não estão compartilhando do mesmo lugar, da emoção, dos fatos, 
separados pelo espaço físico, mas sentem o desejo de “conversar”, manter contato, 
receber e dar notícias sobre algo. 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
139 
 
Vamos conferir? 
 
Há dois tipos de carta: a formal e a informal, ou seja, a particular ou a 
institucional. 
Ao escrever a carta, o remetente (emissor) deverá ficar atento às marcas 
linguísticas que indicam formalidade (carta comercial, institucional e a 
informalidade com expressões da língua falada). Esse gênero discursivo poderá ser 
predominantemente narrativo (narrar um acontecimento), descritivo, 
argumentativo, informativo, opinativo. Ao escrever uma carta, podemos observar 
algumas marcas textuais, como: 
 
Exemplos: 
 
“Querida amiga... “denota cortesia. 
“Como vão todos por aí?” 
“Tudo bem?” 
“Desejo que...” 
“Espero que o encontre....”. 
 
Encerramos a carta com uma fórmula de despedida: 
“Um grande abraço...” 
“Até mais! 
“Até breve!” 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
140 
 
IMPORTANTE 
O gênero “carta pessoal” pertence ao domínio familiar. 
Vamos conferir alguns exemplos abaixo! 
 
O autor da carta (remetente) deverá ficar atento ao objetivo, à função social. 
O gênero epistolar contém textos articuladores na forma de cartas. 
Em uma sociedade letrada em que os grupos sociais que se utilizam do 
sistema da escrita para registrar a memória, a história, os fatos de geração a 
geração, a carta é, por excelência, um gênero discursivo, com uma 
intencionalidade discursiva e tem uma função comunicativa. 
O contista Dalton Trevisan, na escritura de seu conto “Ismênia, moça donzela”, 
produziu várias cartas, com objetivo de criar seu enredo. Selecionamos, aqui, uma 
carta. Vejamos: 
 
Exemplo I: 
Saudações, 
Dr. Antônio desculpe a ousadia de escrever, ontem fiquei 
arrependida de não confessar a paixão que sinto, porque tive 
vergonha, vejo que o senhor é casado e pai de tanto filho, acho que 
isso não tem importância, a gente sabe de muita dona casada 
gostando de outro, quanto mais eu que sou moça donzela, a 
diferença é que não sou correspondida. 
Venha na mesma hora, espero no portão e mamãe não vê. Se o 
doutor não vier é sinal que não tem a mínima simpatia. 
Sem mais, sua criada, obrigada, 
Ismênia 
Ps. Desculpe os erros que estou um pouco nervosa. 
(LOPES et ali 592 p.) 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
141 
 
Exemplo II: 
 
Minha querida C 
 
Recebi ontem duas cartas tuas, de dois dias de espera, calcula o 
prazer que tive, como as li, reli e beijei! A minha tristeza converteu-
se em súbita alegria. Eu estava tão aflito por ter noticias tuas que saí 
do Diário há 1 hora para ir a casa e com efeito encontrei as duas 
cartas, um das quais devera ter vindo antes, mas que, sem dúvida, 
por causa do correio foi demorada. Também ontem deves ter 
recebido duas cartas minhas; um delas, a que foi escrita no sábado, 
levei-a no domingo às 8h ao correio, sem lembrar-me (perdoa-me!) 
que ao domingo a barca sai às 6 horas da manhã. As quatro horas 
levei a outra carta e ambas devem ter seguido ontem na barca das 
duas horas da tarde. Deste modo, não fui eu só quem sofreu com 
demora de cartas, calculo a tua aflição pela minha, e estou que será 
a última. 
(...) Depois, depois, querida, queimaremos o mundo, por que só é 
verdadeiramente senhor do mundo quem está acima das glórias 
fofas e das suas ambições estéreis. Estamos ambos neste caso; 
amamo-nos; e eu vivo e morro por ti. Escreve-me e crê no coração 
do teu MACHADINHO. (Trecho da carta de Machado de Assis, 
publicada em Obra Completa, vol. III. Ed. Nova Aguilar, 1027p.). 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
142 
 
EXEMPLIFICANDO 
Exemplo de Carta comercial: 
 
 Sra. Edições 
 Rio de Janeiro, 6 de dezembro de 2006. 
 
 Ao 
 Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação 
At. Sra. Luciana Almeida 
Ref.: Seu ofício-circular nº. 012/98 – GERPL/FNDDE 
 
Prezados Senhores 
 Estamos encaminhando, conforme sua solicitação, levantamento de pesos e 
medidas dos nossos livros constantes dos PNLD´s 2004 e 2005. 
 Ressaltamos que este mesmo levantamento foi encaminhado no dia 3 de 
setembro p.p., aos cuidados do Sr. José Luiz Novaes, conforme solicitado naquela data. 
 Sem mais, colocamo-nos à disposição para o que se fizer necessário e 
apresentando nossas 
 Cordiais saudações, 
 
José Ricardo Costa 
Gerente Nacional de Vendas 
 
Rua Antonio Silva, 800 – São Paulo – SP 
Cep.: 01203-0001 – Fone: (oxx11) 273-4469 
 
Características da carta argumentativa do leitor: 
 
 Expressa a opinião do leitor sobre os textos publicados em jornal ou 
revistas. 
 Tem intencionalidade persuasiva. 
 Tem estrutura semelhanteà carta pessoal: data, vocativo, corpo do 
texto (assunto), expressão cordial de despedida e assinatura. 
 Linguagem de acordo com o perfil do autor, da revista, ou jornal a que 
se destina, predominando o padrão culto formal. 
 Menor ou maior pessoalidade, de acordo com a intenção do autor. 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
143 
 
Características da carta aberta: 
 
 Texto de intenção persuasiva, que denuncia um problema, 
pretendendo conscientizar pessoas e entidades a respeito dele. 
 Objetiva também mobilizar os interessados para que sejam 
encontradas as soluções. 
 Estrutura formada por título, que identifica o destinatário,denúncia e 
análise do problema, reivindicação de medidas que solucionem o problema, 
fundamentada por argumentos, eventualmente por uma conclusão que 
seja síntese das ideias ou um conjunto de intenções. 
 Como assinatura, identificação das pessoas, grupos ou entidades 
responsáveis pela carta. 
 Local e data facultativos 
 Linguagem de acordo com o padrão culto formal, com verbos 
predominantemente no presente do indicativo, uso rigoroso, se for o caso, 
de pronomes de tratamento. 
 Os autores podem se colocar pessoalmente, em 1ª pessoa, ou de forma 
impessoal, em 3ª pessoa (Cereja, 2000).
Técnicas de leitura e produção textual 
 
144 
 
Características das cartas argumentativas de reclamação e solicitação: 
 
 Texto de intenção persuasiva. 
 Apresentam às autoridades competentes reclamação de um problema 
(carta de reclamação) ou solicitação de soluções para um problema (carta 
de solicitação). 
 Têm formato semelhante ao das cartas em geral:local e data, vocativo, 
corpo da carta (assunto), expressão cordial de despedida, assinatura. 
 Têm como estratégia argumentativa mais comum: apresentação do 
problema, suas causas e consequências, exposição de argumentos capazes 
de comprovar que o remetente tem razão, por estar sendo desrespeitado 
em seus direitos, ou por não ver seus direitos atendidos, etc. 
 Linguagem clara e objetiva, de acordo com o padrão culto formal da 
língua, geralmente em 1ª pessoa. 
 Formas verbais predominantemente empregadas no presente do 
indicativo. 
 Pronomes de tratamento de acordo com cargo ocupado pelo 
destinatário. 
 
Os pronomes de tratamento e abreviaturas 
 
 Vossa Alteza = V.A. (príncipes, duques e arquiduques) 
 Vossa Majestade = V.M. (reis) 
 Vossa Eminência = V. Emª. (representantes de igrejas) 
 Vossa Excelência = V. Exª. 
 Vossa Santidade = V.S. (papa) 
 Vossa Senhoria = V.Sª. (pessoas cerimoniosas) 
 Senhor(a) = Sr. (Sra.) 
 Doutor(a) = Dr. (Dra.) 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
145 
 
Trabalhando concordância verbal e nominal 
 
A Concordância verbal 
 
A concordância verbal consiste em adaptar a palavra em número / pessoa 
entre o sujeito e o verbo determinante da oração. Confira. 
 
Exemplo 1: 
“Minha mãe, meu pai 
eram como hoje eu sou, (...)” 
(In: Vindinha, Neusa Peçanha) 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
146 
 
Exemplo 2: 
“Toalhas de renda tecem 
 jasmins, dálias, recordações... rosas entrelaçam 
 perfume no casarão, 
 entrelaçam a saudade...” 
(In: Infância, Maria Nazareth de Souza) 
 
Exemplo 3: 
“Chuvas de outono 
Folhas mortas nas calçadas 
O vento frio e a chuva fria 
Trazem fios de saudade...” 
 (In: Infância, Maria Nazareth de Souza) 
 
Vejamos alguns casos de concordância verbal: 
 
Regra geral: 
 
I – O verbo concorda com o sujeito em número e pessoa. 
 
Exemplos: 
“O tempo borda seus bordados”. (Neusa Peçanha) 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
147 
 
Sujeito: tempo 
Verbo: borda 
 
“Nós gostamos de viajar”. 
 
Sujeito: nós 
Verbo: gostamos 
 
II – Núcleo do sujeito no plural o artigo também no plural. 
 
Exemplos: 
“Os Estados Unidos são uma grande potência mundial”. 
“A multidão aplaudiu o artista.” 
 
III – O sujeito é coletivo: a maior parte, grande parte, grande número de, 
etc. 
 
Exemplos: 
“A maior parte dos jogadores ganham bem.” 
(concordância com jogadores, verbo no plural) 
 
“A maior parte dos jogadores ganha bem”. 
(concordância com “a maior parte”, verbo no singular) 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
148 
 
 Os verbos dar, bater e soar concordam com a expressão da palavra do 
sujeito (horas, badalada, relógio etc.) 
 
Exemplos: 
“Deu duas horas no relógio da catedral”. 
“Deram duas horas no relógio a catedral”. 
 
 Quando houver indicação de medida, peso, preço ou quantidade, o 
verbo fica no singular. 
 
Exemplos: 
“Duzentos gramas é muito pouco”. 
“Vinte reais é pouco” 
 
 O verbo concorda com o sujeito na voz passiva. 
 
Exemplos: 
“Vende-se casa”. 
“Vendem-se casas”. 
 
 O sujeito indeterminado pela palavra se coloca o verbo na 3ª pessoa 
do singular. 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
149 
 
Exemplo: 
“Precisa-se de pedreiros”. 
 
 O verbo haver significando existir, tempo, tempo decorrido, deixa o 
verbo no singular. 
 
Exemplos: 
“Há meninos na rua”. 
“Haverá mudanças no planalto”. 
“Há muitos anos não o vejo”. 
 
 A expressão haja vista: 
 
Exemplos: 
“Haja vista o conflito que ele vive.” 
“Haja vista a situação que ele vive”. 
 
A concordância nominal 
 
Vamos estabelecer algumas normas de concordância nominal. 
 
 Adjetivo predicativo de sujeito composto. 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
150 
 
1 – Este jovem (M) e aquele menino (M) são bondosos. (masculino plural) 
 
A maça (F) e a pera (F) eram saborosas. (feminino plural). 
O portão (M) e a janela (F) estavam limpos. (plural masculino) 
 
Observação 1: Se os núcleos do sujeito forem de gêneros diferentes, o 
adjetivo irá para o masculino plural. 
Observação 2: O adjetivo concordará com o núcleo mais próximo, se o verbo 
estiver no singular e anteposto ao sujeito composto. 
 
Exemplo: Estava limpo o portão e a janela. 
Ou ainda, é válida a concordância com o todo: 
 
Exemplo: Estavam limpos o portão e a janela. 
 
 Predicativo do objeto direto composto 
 
Exemplo: 
“Deixe bem escondido (ou escondidos) o pudim e a torta na cozinha.” 
 
- O predicativo pode concorda com o núcleo mais próximo, vejamos: 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
151 
 
Exemplo: 
“Vimos camisa e short jogados (ou jogado) no chão”. 
 
Como vimos, é importante conhecer e reconhecer as relações de ordem nas 
frases e alguns desses processos de concordância nominal e verbal, além de o uso 
adequado da colocação dos pronomes de tratamento nas construções dos textos. 
Você deverá sempre estar atento às normas gramaticais e a adequações ao 
objetivo de seu texto (tipo de texto). 
Escrever é um desafio para todos os usuários da língua, por isso o estudo e a 
leitura deverão ser constantes. 
 
IMPORTANTE 
Procure pesquisar e aprimorar seus conhecimentos. Consulte uma das 
gramáticas indicadas e pesquise os casos de concordância nominal e verbal e a 
colocação dos pronomes de tratamento. Ainda há muita coisa a ser vista. Vale a 
pena conferir! 
 
É HORA DE SE AVALIAR! 
Não se esqueça de realizar as atividades desta unidade. Elas irão ajudá-
lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de 
ensino-aprendizagem. Caso prefira, redija as respostas no caderno e depois as 
envie através do nosso ambiente virtual de aprendizagem (AVA). Interaja conosco. 
 
Na próxima unidade estudaremos a composição mista. Até lá! 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
152 
 
Exercícios da unidade 4 
 
1-Assinale a opção que corresponde a MELHOR redação, considerando correção, 
clareza e concisão. 
 
a) Foram chamados sua atenção pelo diretor. 
b) O diretor chamou-os sua atenção. 
c) O diretor lhes chamou à atenção. 
d) Foi-lhes chamado a atenção pelo diretor. 
e) O diretor chamou-lhes a atenção. 
 
2- Assinale a opção que corresponde a MELHOR redação considerandocorreção, 
clareza e concisão. 
 
a) Resultará em detrimento da comunidade, e isto não é justo, os favores 
exagerados que vierem a ser concedidos ao indivíduo. 
b) Os favores são exagerados; não devem, portanto, ser concedidos ao indivíduo, 
tendo em vista o detrimento da comunidade. 
c) Não é justo que, em detrimento da comunidade, se concedam favores 
exagerados ao indivíduo. 
d) Não é justo que para o indivíduo, em detrimento da comunidade, seja 
concedido favores em exagero. 
e) Em detrimento da comunidade, não é justo que com exagero ao indivíduo se 
conceda favores. 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
153 
 
3-Leia os fragmentos abaixo para responder a questão. 
Fragmento 1: 
“Iriam para diante, alcançariam uma terra desconhecida. Fabiano estava 
contente e acreditava nessa terra, porque não sabia como ela era nem onde era. (...) E 
andavam para o sul, metidos naquele sonho. Uma cidade grande, cheia de pessoas 
fortes. Os meninos em escolas, aprendendo coisas difíceis e necessárias. (...) 
Retardaram-se, temerosos. Chegariam a uma terra desconhecida e civilizada, ficariam 
presos nela. E o sertão continuaria a mandar gente para lá. O sertão mandaria para a 
cidade homens fortes, brutos, como Fabiano, sinhá Vitória e os dois meninos.” 
(Gracialiano Ramos. “Vidas Secas”. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2000) 
 
Fragmento 2: 
“Paradoxo é um modo de expressão que se encontra à margem da ‘doxa’ – mas 
então se torna necessário definir doxa. Doxa pode ser explicado como a opinião de 
toda a gente, o conhecimento do senso comum, habitual. Logo, um paradoxo é a 
expressão de um raciocínio que não segue a lógica do senso comum.” 
(Carlos Ceia (org.). Dicionário de Termos Literários. Lisboa: Verbo, 2002) 
 
Fragmento 3: 
“Búzios está à venda e a leva quem der mais ao correr do martelo. A favelização 
tomou conta do bairro Cem Braças, na entrada da cidade, as barracas de lonas se 
espalham pelo bairro da Rasa, a Serra das Emergências está sendo invadida por 
posseiros.” 
(Jornal do Brasil, 12/05/2002) 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
154 
 
Os fragmentos acima podem ser classificados, respectivamente, em: 
 
a) Descrição – Dissertação – Narração 
b) Narração – Dissertação – Descrição 
c) Dissertação – Narração – Descrição 
d) Descrição – Narração – Dissertação 
e) Narração – Descrição – Dissertação 
 
4- A palavra “sertão” no fragmento 1 representa o (a): 
 
a) Enredo 
b) Personagem 
c) Tempo 
d) Protagonista 
e) Ambiente 
 
5- Leia atentamente o fragmento abaixo, e a seguir identifique o tipo de parágrafo 
(tópico frasal). 
 
“A sociedade humana é um conjunto de pessoas ligadas pela necessidade de 
se ajudarem umas às outras, a fim de que possam garantir a continuidade da vida 
e satisfazer seus interesses e desejos.” (Dalmo de Abreu Dallari) 
 
a) Desenvolvimento por detalhes. 
b) Desenvolvimento por exemplo específico. 
c) Desenvolvimento por definição. 
d) Desenvolvimento por comparação. 
e) Desenvolvimento por confronto. 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
155 
 
6- Assinale a frase incorreta quanto à concordância nominal. 
 
a) Existem meios para tudo. 
b) O relógio bateu meio-dia e meia. 
c) Empurrei a porta que estava meio fechada. 
d) Bebia sozinho meia garrafa de vinho. 
e) Ela ficou meia envergonhada pela reprovação. 
 
7- De acordo com a definição de Othon Garcia para parágrafo-padrão não se pode 
afirmar a respeito do trecho abaixo: 
“Em geral, o parágrafo-padrão, aquele de estrutura mais comum e mais eficaz – 
o que justifica seja ensinado aos principiantes -, consta, sobretudo na dissertação e na 
descrição, de duas e, ocasionalmente, de três partes: a introdução, representada na 
maioria dos casos por um ou dois períodos curtos iniciais, em que se expressa de 
maneira sumária e sucinta a ideia-núcleo (é o que passaremos a chamar daqui por 
diante de tópico frasal); o desenvolvimento, isto é, a explanação mesma dessa ideia 
–núcleo; e a conclusão, mais rara, mormente nos parágrafos pouco extensos ou 
naqueles em que a ideia central não apresenta maior complexidade.” 
 
a) Todos os itens estão presentes: introdução, desenvolvimento e conclusão. 
b) O tópico frasal ou tópico argumentativo refere-se no alargamento do conceito 
de leitura no mundo moderno. 
c) A sustentação do tópico se dá pela exemplificação por meio do encadeamento 
das orações coordenadas. 
d) O fechamento ou conclusão pode, ocasionalmente, não ocorrer se o parágrafo 
for pouco extenso. 
e) a sustentação do tópico é realizada por meio de conceitos a respeito da leitura 
em que se sucedem orações coordenadas. 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
156 
 
8- Desde o nascimento, no contato com a família, com a escola, com os meios de 
comunicação e outras instituições, assumimos padrões de comportamento 
considerados adequados à sociedade em que vivemos. Esse processo é 
denominado: 
 
a) educação 
b) aculturação 
c) socialização 
d) acomodação 
e) condicionamento 
 
9- De acordo com a frase: 
 
“Tenho escrito bastantes poemas”. (Alberto Caeiro) 
 
a) Justifique a concordância da palavra bastantes. 
b) Reescreva a frase, substituindo essa palavra por um sinônimo. 
c) Elabore um exemplo em que essa palavra deva ser invariável, justificando o 
porquê. 
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Técnicas de leitura e produção textual 
 
157 
 
10- Siga o modelo: 
 
homens sábios / mulheres sábias 
homens e mulheres sábias 
homens e mulheres sábios 
 
a) quartos amplos / salas amplas 
b) cantores famosos / bailarinas famosas 
c) carros caros / joias caras 
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Técnicas de leitura e produção textual 
 
158 
 
 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
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A composição mista 
Relembrando o texto argumentativo: dissertação 
Composição mista do texto. 
Transposição do texto não verbalpara o texto verbal. 
Orientação metodológica para uma leitura do texto não verbal. 
Trabalhando os porquês. 
Trabalhando o uso das palavras más, mas e mais. 
 
5 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
160 
 
Nesta unidade, estudaremos a composição mista, ou seja, os textos descritivos, 
narrativos e argumentativos (mistos). Veremos, ainda, a transposição do texto não 
verbal para o texto verbal e vice versa e, ainda, as seguintes estruturas linguísticas: 
o uso dos porquês, as palavras mas, mais e más, e um pouco mais de coerência e 
coesão. 
 
Objetivos da unidade: 
 
 Reconhecer os tipos textuais: descrição, narração, argumentação e 
suas respectivas características. Analisar as imagens do texto não verbal para o 
texto verbal e vice versa e aplicar de forma adequada as seguintes estruturas 
linguísticas: o uso dos porquês, as palavras mas, mais e más; além de aperfeiçoar o 
estudo sobre coerência e coesão textual. 
 
Plano da unidade: 
 
 Relembrando o texto argumentativo: dissertação. 
 Composição mista do texto. 
 Transposição do texto não verbal para o texto verbal. 
 Orientação metodológica para uma leitura do texto não verbal. 
 Trabalhando os porquês. 
 Trabalhando o uso das palavras más, mas e mais. 
 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
161 
 
Relembrando o texto argumentativo: dissertação 
 
Mostraremos mais um percurso facilitador na composição do texto 
argumentativo (dissertativo). Teremos como base o esquema sugerido por Branca 
Granatic (op. cit. p. 80), vejamos: 
 
Agora, você observará na composição dissertativa a seguir, o tema (ideia 
central / introdução), o desenvolvimento dos argumentos e a conclusão. Vejamos: 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
162 
 
Exemplo I: 
A qualidade de vida na cidade e no campo 
 
(Introdução) (1) É de conhecimento geral que a qualidade de vida 
nas regiões rurais é, em alguns aspectos, superior à da zona urbana, 
porque no campo inexiste a agitação das grandes metrópoles, há 
maiores possibilidades de se obterem alimentos adequados e, além 
do mais, as pessoas dispõem de maior tempo para estabelecer 
relações humanas mais profundas e duradouras. 
(Desenvolvimento) (2) Ninguém desconhece que o ritmo de 
trabalho de uma metrópole é intenso. O espírito de concorrência, a 
busca de se obter uma melhor colocação profissional, enfim, a 
conquista de novos espaços lança o habitante urbano em meio a 
um turbilhão de constantes solicitações. Esse ritmo excessivamente 
intenso torna a vida bastante agitada, ao contrário do que se 
poderia dizer sobre a vida dos moradores a zona rural. 
(2.1) Além disso, nas áreas campestres há maior quantidade de 
alimentos saudáveis. Em contrapartida, o homem da cidade 
costuma receber gêneros alimentícios colhidos antes do tempo de 
manutenção, para garantir maior durabilidade durante o período de 
transporte e comercialização. 
(2.2) Ainda convém lembrar a maneira como as pessoas se 
relacionam nas zonas rurais. Ela difere da convivência habitual 
estabelecida pelos habitantes metropolitanos. Os moradores das 
grandes cidades, pelos fatores já expostos, de pouco tempo 
dispõem para alimentar relações humanas mais profundas. 
(Conclusão) (3.) Por isso tudo, entendemos que a zona rural 
propicia a seus habitantes maiores possibilidades de viver com 
tranquilidade. Só nos resta esperar que as dificuldades que afligem 
os habitantes metropolitanos não venham a se agravar com o 
passar do tempo (GRANATIC, 1999, 81p.). 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
163 
 
Observações importantes: 
 Procure atribuir um título adequado à organização discursiva de 
seu texto. 
 Eis algumas expressões para você utilizar na conclusão de suas 
composições. Vejamos: 
 desse modo, portanto, sendo assim, em vista do exposto, assim, 
levando-se em conta, tendo em vista, por tudo isso, dado os 
argumentos, podemos concluir, deduz-se que... etc. 
 
Vejamos alguns esquemas para auxiliá-lo no desenvolvimento de sua redação. 
Vamos lá! 
 
Exemplo II: 
 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
164 
 
Exemplo III: 
 
Treinamento: 
 
A partir da criação dos esquemas acima e da releitura dos textos, você, com 
certeza, produzirá a sua composição de modo coeso e coerente e poderá fazer uma 
autoavaliação. Vamos lá, utilize os argumentos acima e componha um texto em 
prosa, dissertativo-argumentativo sobre os temas propostos em II e III. 
 
A composição mista do texto 
 
O texto misto contém as diferentes modalidades de redação: narração, 
descrição e dissertação. 
Agora, vejamos a elaboração de um texto misto composto por narração e 
descrição. Nesse texto misto predomina basicamente a narração. Sendo assim, ele 
é essencialmente costurado pelo esquema da narração, apresentando alguns 
detalhes descritivos. 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
165 
 
Exemplo I: Narração / descrição 
 
Fabiano, sinhá Vitória e os meninos iam à festa de Natal na cidade. 
Eram três horas, fazia grande calor, redemoinhos espalhavam por 
cima das árvores amarelas nuvens de poeira e folhas secas. 
Tinham fechado a casa, atravessando o pátio, descido a ladeira, e 
pezunhavam nos seixos como bois doentes dos cascos. Fabiano, 
apertado na roupa de brim branco feita por sinhá Terta, com 
chapéu de baeta, colarinho, gravata, botinhas de vaqueta e 
elástico, procurava erguer o espinhaço, o que ordinariamente não 
fazia. Sinhá Vitória, enfronhada no vestido vermelho de ramagens, 
equilibrava-se mal nos sapatos de salto enorme. Teimava em calçar 
como as moças da rua – e dava topadas no caminho (RAMOS, 
Graciliano. Vidas Secas . 1981). 
 
Exemplo II: Descrição / Narração 
Aí pelas três da tarde 
Raduan Nassar 
Para José Carlos Abbate 
Nesta sala atulhada de mesas, máquinas e papéis, onde invejáveis 
escreventes dividiram entre si o bom-senso do mundo, aplicando-se em 
ideias claras apesar do ruído e do mormaço, seguros ao se 
pronunciarem sobre problemas que afligem o homem moderno 
(espécie da qual você, milenarmente cansado, talvez se sinta um tanto 
excluído), largue tudo de repente sob os olhares à sua volta, componha 
uma cara de louco quieto e perigoso, faça os gestos mais calmos quanto 
os tais escribas mais severos, dê um largo “ciao” ao trabalho do dia, 
assim como quem se despede da vida, e surpreenda pouco mais tarde, 
com sua presença em hora tão insólida, os que estiveram em casa 
ocupados na limpeza dos armários, que você não sabia como era 
conduzida. (...) (MORICONI, 2000, p.310). 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
166 
 
Analisando: 
Vejamos os seguintes aspectos descritivos do texto acima: detalhes dos 
objetos: “mesas, máquinas, papéis”, ou seja, há rigor na observação de detalhes 
pelo observador. 
 
Exemplo III: Narração / descrição 
 
Confira este trecho, um dos primeiros do romance (narração) Dom Casmurro 
em que o autor Machado de Assis apresenta, descritivamente, a personagem 
Capitu ainda adolescente: 
Catorze anos, alta, forte e cheia, apertada em um vestido de chita, 
meio desbotado. Os cabelos grossos, feitos em duas tranças, com as 
pontas atadas uma à outra, à moda do tempo, desciam-lhe pelas 
costas. Morena, olhos claros e grandes, nariz reto e comprido, tinha 
a boca fina e o queixo largo. 
 
Exemplo IV: Descrição / argumentação = informatividade 
A Grécia do norte 
A Macedônia e a Trácia formam a parte norte da Grécia continental. A 
paisagem toda e os costumes locais sobreviventes, alguns vindos dos 
tempos pagãos, dão à região um caráter próprio, muito diverso do resto 
da Grécia. Grandes cadeias de montanhas, a água azul dos lagos, os rios 
de corrente, alguns com cachoeiras e praias arenosas vastas são as 
características importantes desta região. Por toda a Grécia do norte 
existem grandes cidades que são centros comerciais e industriais 
movimentados. Contudo, tem-se feito ao mesmo tempomuito para 
desenvolver facilidades que agradem a turistas, onde as circunstâncias 
mostraram um potencial favorável. Assim uma boa rede de estradas, 
grandes conjuntos hoteleiros e locais para acampamento combinam-se 
para oferecer possibilidades ilimitadas para férias agradáveis e 
confortáveis (Impresso na Grécia por Aspioti-Elka Inc.). 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
167 
 
Analisando: 
 
O objetivo desse texto é fazer com que o leitor adquira uma informação a 
respeito de algumas regiões da Grécia. Não há aqui a defesa de uma ideia, de um 
ponto de vista bastante comum nos textos argumentativos. A intenção do 
produtor do texto é transmitir dados da realidade ao interlocutor de forma direta e 
objetiva, sem ambiguidades. As sequências textuais que apresentam essas 
características básicas podem ser definidas como explicativas ou expositivas. 
 
Transposição do texto não verbal para o texto verbal: 
orientação metodológica para uma leitura do texto não 
verbal 
 
A leitura de textos não verbais requer um olhar sobre as figuras, a disposição 
gráfica e o tema. Por exemplo: fotos, quadrinhos, filmes. O texto não verbal pode 
ser considerado descritivo, pois representa uma realidade. 
 
 Apresentação da gravura. 
 Você deverá observar atentamente os detalhes da figura e/ou pintura. 
 Identificar as possíveis ideias reais e imaginárias que elas sugerem. 
 Observar o tema abordado. 
 A partir das imagens sugeridas pela gravura você produzirá a 
interpretação, com o objetivo de desenvolver suas percepções sobre o 
objeto e a ideia central em foco. 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
168 
 
O texto não verbal deve apresentar coerência entre as partes de uma figura ou 
de uma imagem. 
Poderemos recorrer ao poema “Balada das dez bailarinas do Cassino”, de 
Cecília Meirelles e estabelecer um diálogo (intertextualidade) com o texto pictórico 
“As bailarinas”, de Degas. 
Vamos conferir? 
 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
169 
 
Leia o texto. 
 
Balada das Dez Bailarinas do Cassino 
Dez bailarinas deslizam 
por um chão de espelho. 
Têm corpos egípcios com placas douradas, 
pálpebras azuis e dedos vermelhos. 
Levantam véus brancos, de ingênuos aromas, 
e dobram amarelos joelhos. 
 
Andam as dez bailarinas 
sem voz, em redor das mesas. 
Há mãos sobre facas, dentes sobre flores 
e com os charutos toldam as luzes acesas. 
Entre a música e a dança escorre 
uma sedosa escada de vileza. 
 
As dez bailarinas avançam 
como gafanhotos perdidos. 
Avançam, recuam, na sala compacta, 
empurrando olhares e arranhando o ruído. 
Tão nuas se sentem que já vão cobertas 
de imaginários, chorosos vestidos. 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
170 
 
A dez bailarinas escondem 
nos cílios verdes as pupilas. 
Em seus quadris fosforescentes, 
passa uma faixa de morte tranquila. 
Como quem leva para a terra um filho morto, 
levam seu próprio corpo, que baila e cintila. 
 
Os homens gordos olham com um tédio enorme 
as dez bailarinas tão frias. 
Pobres serpentes sem luxúria, 
que são crianças, durante o dia. 
Dez anjos anêmicos, de axilas profundas, 
embalsamados de melancolia. 
 
Vão perpassando como dez múmias, 
as bailarinas fatigadas. 
Ramo de nardos inclinando flores 
azuis, brancas, verdes, douradas. 
Dez mães chorariam, se vissem 
as bailarinas de mãos dadas.(Cecília Meireles) 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
171 
 
Atenção! 
No nosso dia a dia deparamo-nos com inúmeras leituras visuais. Os textos não 
verbais interagem com o processo de comunicação. O poema “Olhar” de Maria 
Nazareth de Souza, interage com a gravura: o texto não verbal. 
 
Olhar 
(A Auguste Rodin) 
Meu olhar perpassa suas formas: 
o movimento 
a luz 
a liberdade 
a vida. 
Meu olhar perpassa o instante de 
suas formas: 
magia 
beleza 
emoção 
paixões... 
Meu olhar perpassa suas criações 
esculpindo vida no meu olhar. 
(Maria Nazareth de Souza) 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
172 
 
 
Coesão e coerência (III) 
 
Principais mecanismos de coesão 
 
Na unidade anterior vimos que o encadeamento de ideias é responsável pela 
coerência do texto. A coesão textual é a conexão linguística que permite a 
amarração das ideias do texto. Segundo o dicionário eletrônico Aurélio Século XXI, 
coesão significa “união íntima entre as partes de um todo”. Apesar de 
constituírem fenômenos distintos coesão e coerência são complementares na 
construção de sentido dos textos, pois enquanto a coerência se manifesta no plano 
do conteúdo, do encadeamento das ideias, a coesão se manifesta no plano da 
superfície do texto, isto é, nas relações linguísticas tais como nos empregos de 
conectivos, conjunções, advérbios, pronomes, sinônimos etc. 
 
Vejamos que alguns mecanismos de coesão ocorrem por: 
 
 Retomada gramatical (pronomes, artigos, numerais, advérbios). 
 Retomada lexical (substantivos, adjetivos, verbos). 
 Retomada elíptica (elipse ou ocultamento). 
 Repetição (lexical e sintática). 
 Encadeamento argumentativo (com o emprego de operadores 
discursivos). 
 Justaposição (sem sequenciadores). 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
173 
 
IMPORTANTE: 
Você deverá ficar atento aos mecanismos de coesão para garantir 
clareza e concisão das ideias, em sua organização discursiva. 
Agora, veremos a coesão por elipse. A retomada por elipse é muito comum na 
comunicação escrita ou falada para garantir a coesão dos textos. 
 
Exemplo: 
(Eu) Conheci Eduardo Wanderley no festival de cinema em Gramado. 
(Ele) Era um ator excelente que morava no Chile há quinze anos. 
(O artista) Aprecia o cinema da América Latina. 
 
A coesão por advérbios: 
 
Gramado é por excelência, a terra de novos talentos do cinema. Lá acontece 
todos os anos o festival do cinema brasileiro. 
Lá = advérbio (ocorre a substituição da palavra Gramado pelo advérbio lá). 
 
Repetição (lexical e sintática) 
 
Paulo comprou um automóvel. O carro é o último modelo da categoria. 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
174 
 
Atenção! 
Você deverá consultar e estudar na bibliografia indicada os principais 
mecanismos de coesão para garantir a qualidade do texto por meio da unidade de 
sentido. 
 
Veja agora um pouco mais sobre coerência textual: 
 
Há dois fatores principais que você deverá atentar: informatividade e 
persuasão. Lembre-se dos cuidados para manter a coerência: não apresentar erros 
e inadequações relacionadas à língua escrita. Entende-se por coerência a unidade 
do texto, como vimos acima. 
 
Exemplo de narrativa coerente: 
 
a) “Levantamos muito cedo, a neblina caía e a água havia congelado nas 
torneiras do hotel serrano. Até os funcionários do hotel, acostumados com baixas 
temperaturas, estavam incomodados. Por isso deixamos de fazer nossa caminhada 
ecológica, naquela manhã”. 
Obs.: Você poderá observar que no trecho acima há vários períodos 
interligados entre si, dando coesão e coerência ao texto. 
 
Exemplo de narrativa incoerente: 
 
b) “Levantamos muito cedo, a neblina caía e a água havia congelado nas 
torneiras do hotel serrano. Até os funcionários do hotel, acostumados com baixas 
temperaturas, estavam incomodados. Apesar disso, deixamos de fazer nossa 
caminhada ecológica, naquela manhã”. 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
175 
 
Concluímos que, as partes do trecho (b) não estavam interligadas 
adequadamente, pois ocorreu o uso inadequado da expressão “apesar disso”, 
sendo assim, faltou a coesão textual. Consequentemente o trecho ficou sem 
sentido lógico, isto é, sem coerência. 
Sabemos, portanto, que há alguns fatores responsáveis pela construção e 
fundamentação da coerência em um texto: utilização adequada da gramática da 
língua escrita; conhecimento de mundo compartilhado por todos no ato de 
comunicação das mensagens; argumentação eficiente; adequação na utilização 
daspalavras e expressões de acordo com os diferentes contextos sociolinguísticos 
e as relações estabelecidas entre os interlocutores voltados para garantir a 
unidade do texto. 
 
VAMOS REFLETIR 
Coerência: três definições envolvendo autores diferentes. 
 “Uma complexa rede de fatores de ordem linguística, cognitiva e 
interacional” (KOCH). 
 “A relação que se estabelece entre as partes do texto, criando uma 
unidade de sentido” (FIORIN). 
 “Conexão, a união estreita entre várias partes, relações entre ideias que 
se harmonizam, ausência de contradições. É a coerência que distingue um 
texto de um aglomerado de frases”(FIORIN & PLATÃO). 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
176 
 
Exemplos de textos coerentes 
 
Texto I: 
 
A Pesca 
 
o anil 
o anzol 
o azul 
o silêncio 
o tempo 
o peixe 
 
a agulha 
vertical 
mergulha 
 a água 
a linha 
a espuma 
 
o tempo 
a âncora 
o peixe 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
177 
 
a garganta 
a âncora 
o peixe 
 
a boca 
o arranco 
o rasgão 
 
aberta a água 
aberta a chaga 
aberto o anzol 
 
aquelíneo 
ágilclaro 
estabanado 
o peixe 
a areia 
o sol 
Affonso Romano de Sant’Anna 
 
Texto II 
 
 
 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
178 
 
O Show 
 
O cartaz 
O desejo 
 
O pai 
O dinheiro 
O ingresso 
 
O dia 
A preparação 
A ida 
 O estádio 
A multidão 
A expectativa 
 
A música 
A vibração 
A participação 
 O fim 
A volta 
O vazio 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
179 
 
Observação: 
 
Apesar dos textos I e II serem uma lista de palavras sem qualquer elemento de 
coesão (conjunções, preposições, pronomes, etc.), quem lê percebe nesta 
sequência de signos uma unidade de sentido que se refere ao ato de pescar, texto 
I, e ao sentido de ir ao show , texto II, que são vistos como textos e não como um 
“amontoado aleatório de palavras” (op. cit. p.12). Há uma interação comunicativa 
do poeta (emissor) ao receptor (leitores / ouvintes). Portanto, o receptor interage 
com o texto a partir do seu “conhecimento de mundo” (op. cit. p. 13) e de suas 
inferências. 
Para a compreensão e coerência do texto, como já vimos, dependemos do 
conhecimento linguístico e da ligação com o contexto, ou seja, a situação de 
comunicação (op. cit p. 15) para garantir a coerência de um texto. Outro fator é o 
conhecimento compartilhado. Vejamos os exemplos: 
Texto III: 
 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
180 
 
Moenda 
 
Antigamente, 
era um portãozinho de madeira 
por onde meu avô, 
toda tarde, de volta do trabalho 
entrava 
e com seu andarzinho calmo 
pelo corredor estreito 
de nossa casa 
caminhava. 
Na porta da cozinha, 
minha avó magrinha, 
tão magrinha e resmunguenta, 
o esperava. 
Minha mãe, meu pai 
 eram como hoje eu sou, 
mas a roda da roda, 
moenda inexorável, 
rodou... rodou... 
foi-se minha avó, 
foi-se meu vô. 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
181 
 
Minha mãe, 
meu pai 
_que grande mágoa 
que grande pena – 
agora, eles, 
eu, depois, 
nos dentes dessa moenda.(PEÇANHA, 2001) 
 
Texto IV: 
Poema da necessidade 
 
É preciso casar João, 
é preciso suportar Antonio, 
é preciso odiar Malquíades, 
é preciso substituir nós todos. 
 
É preciso salvar o país, 
é preciso crer em Deus, 
é preciso pagar as dívidas, 
é preciso comprar um rádio, 
é preciso esquecer fulana.(...). 
 
 (Reunião. Rio de Janeiro, J.Olympio, 1969, p. 47) 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
182 
 
 
EXEMPLIFICANDO 
Exemplos em Manchetes de jornais: 
“Fogão cai no campo”. - Seção de esportes. 
“ FORD ganha prêmios”. - Seção de carros 
 
Como vimos anteriormente, os fatores de coerência garantem o sentido do 
texto. Recorremos as ideias de Beaugrande & Dressler, 1981 e Marcushi 1983 que 
afirmam que “se há uma unidade de sentido no todo do texto, quando este é 
coerente, então a base da coerência é a comunidade de sentidos entre os 
conhecimentos ativados pelas expressões do texto (KOCK& TRAVAGLIA p. 24). 
Os fatores de coerência articulados com o conhecimento de mundo do 
interlocutor, com o conhecimento partilhado, somados às experiências pessoais do 
interlocutor e ainda, associados à informação “velha” (op. cit. 64 p.) constituirá a 
interação do interlocutor com a informação emitida pelo texto, com isso será 
garantida a coerência textual. 
Outro fator a ser observado é a inferência, segundo Ingedore Villaça Koch: 
Inferência é a operação pela qual utilizando seu conhecimento de 
mundo, o receptor (leitor / ouvinte) de um texto estabelece uma 
relação não explícita entre dois elementos (normalmente frases ou 
trechos) deste texto que ele busca compreender e interpretar 
(KOCH & TRAVAGLIA, 2001, p.65). 
 
Sendo assim, o leitor/ouvinte irá fazer suas inferências (interpretações) às 
leituras, a partir do seu conhecimento de mundo e do seu repertório linguístico, 
interagindo com o texto. 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
183 
 
Como veremos nos exemplos apresentados abaixo, em especial, os poemas, 
eles contêm poucos elementos coesivos ou às vezes não há presença de tais 
elementos, mas a unidade de sentido é estabelecida pela intencionalidade do 
emissor, da situação do contexto, além disso, interage com a compreensão do 
receptor (destinatário). 
 
Exemplo I 
Contemplação 
Maria Nazareth de Souza 
 
Vejo clarões descerem a terra 
revestindo o céu de intensa luz 
transcendendo a antiga criação. 
Vejo raios cortarem o céu na escura noite 
na ventania e na intensa chuva 
e os homens perplexos diante da tempestade. 
Vejo a fúria dos relâmpagos diante da tempestade, 
vejo a fúria dos relâmpagos na escura noite 
e os homens perplexos diante desse furor. 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
184 
 
Vejo os relâmpagos cobrirem a terra 
mesclando de fascínio e mistérios 
a terra e a humanidade antigas. 
Mas vejo Deus que suplanta a criação. 
Exemplo II 
 
Relógio 
Maria Nazareth de Souza 
O relógio é um tear 
de sonhos 
de vida 
de ventura 
e desventura. 
E nesse tear o tempo 
borda o destino dos homens. 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
185 
 
Trabalhando os porquês 
 
Observe a diferença entre porque, por que, por quê, porquê: 
 
1 – Utilizamos por que (separado) quando a frase indicar uma pergunta. Se a 
expressão estiver no início da oração, o “que” não será acentuado; se estiver no 
final da oração, ele será acentuado. 
 Por que você faltou ontem à aula? 
 Você faltou aula ontem, por quê? 
 
2 – Utilizamos também por que (separado) quando a expressão puder ser 
substituída por: pelo qual, pela qual, pelos quais, pelas quais: 
 Os caminhos por que passei foram difíceis. 
 Os documentos por que buscamos foram extraviados. 
 
2 – Nas respostas dadas, escrevemos porque (junto e sem acento). 
 Não fui a escola ontem porque estava gripada. 
 Não apoio estas iniciativas, porque desconfio dos fins a que se 
destinam. 
 
3 – Escrevemos porquê junto e com acento, quando for um substantivo, podendo 
ser antecedido pelo artigo o . 
 Ninguém entendeu o porquê de sua atitude. 
 Deve haver algum porquê para a saída dele do cargo de gerente. 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
186 
 
Trabalhando o uso das palavras más, mas, e mais 
 
A palavra más é o plural de má = ruim 
 
Exemplo: As más acompanhantes de pessoas idosas estão na mira das 
famílias. 
 
A palavra mas é conjunção coordenativa adversativa (oposição). 
 
Exemplo: Fomos ao Corcovado, mas estava muito nublado. 
 
A palavra mais indica acréscimo ou intensidade. 
 
Exemplo: O jovem levou o violão mais a flauta. 
 
IMPORTANTE 
O verbo ver no futuro do subjuntivo é vir: 
Exemplo: Quando eu vir o seu professor, darei o recado. 
 O verbo vir no futuro do subjuntivo é vier: 
Exemplo: Quando vier à festa, traga seu namorado. 
 Escreve-se viagem quando for substantivo e viajem - verbo viajar 
no subjuntivo. 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
187 
 
É HORA DE SE AVALIAR! 
Não se esqueça de realizar as atividades desta unidade. Elas irão 
ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de 
ensino-aprendizagem. Caso prefira, redija as respostas no caderno e depois as 
envie através do nosso ambiente virtual de aprendizagem (AVA). Interaja conosco. 
 
Nesta unidade trabalhamos a composição mista, o texto verbal e não verbal, o 
uso dos porquês e o uso das palavras más, mas e mais. Na próxima, estudaremos o 
texto de opinião, o texto polifônico, o texto publicitário, a impessoalidade do texto 
e as regências verbal e nominal. 
 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
188 
 
Exercícios da unidade 5 
 
1- Leia as sentenças abaixo e marque a alternativa CORRETA, quanto à coerência. 
 
I – Chovia muito, logo, não pudemos sair. 
II – São Paulo, segundo recenseamento, é a metrópole mais populosa do Brasil. 
III – Chovia muito, embora não pudemos sair. 
IV – Como São Paulo é a metrópole mais populosa do Brasil o tráfego é 
congestionado. 
 
a) Incoerente, incoerente, incoerente, coerente; 
b) Coerente, coerente, incoerente, coerente; 
c) Coerente, coerente, coerente, coerente; 
d) Incoerente, coerente, incoerente, coerente; 
e) Coerente, incoerente, incoerente, incoerente; 
 
2- Dentre as alternativas a seguir a palavra “porque” é usada de forma 
INADEQUADA. Marque-a. 
 
a) Ela estudou muito porque iria prestar concurso. 
b) Paulo falou muito. Por quê? 
c) Paulo falou muito. Porquê? 
d) Não sabia o porquê do divórcio. 
e) Não sabia por que eles se separaram. 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
189 
 
3- Preencham as lacunas com o conectivo adequado (mas, más e mais): 
 
I – Telefonou-me várias vezes _______ não conseguiu comunicar-se comigo. 
II – Telefonou-me ________ de uma vez à tarde. 
III - As pessoas _______ andaram telefonando para as residências. 
 
a) mais, mas e más 
b) mas, mais e más 
c) mais, más e mas 
d) mais, mais e mais 
e) mas, mais e mais 
 
4-Leia o texto. 
 
O bicho virtual é você 
 
Todo mundo tem (ou conhece alguém que tem) um Tamagotchi. O animal de 
estimação eletrônico virou mania. Habitante de um miniaparelho, misto de chaveiro e 
computador, o bicho é na verdade um ser inexistente. Só o que se tem dele são sinais: 
de fome, sono, carência afetiva. Apertando botõezinhos, é possível saciar-lhe as 
necessidades e os desejos. Na tela minúscula, surge então um sorriso, indicando que o 
mascote está feliz. O dono, sempre uma criança (de qualquer idade), sente-se 
grandioso, provedor de carinho e cuidado. Pensa que cuida do bicho – mas é o bicho 
quem cuida dele (e de suas ansiedades). 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
190 
 
O novo brinquedo é a síntese da nossa era, que é mediada e ordenada por telas 
luminosas. Não apenas a microtela do bichinho, mas a tela do computador, do painel 
eletrônico do automóvel, das linhas verdes de monitoramento cardíaco. Tudo se 
organiza como um complexo indivisível, um Tamagotchi planetário. O caixa 
eletrônico avisa que a conta está no vermelho; é preciso um depósito para que ela fique 
contente. A televisão não para de insistir: é dia dos pais, ai de quem se esquecer do 
presente. A tela do telefone celular dá conta de que a pilha está fraca. No monitor do 
micro, pisca a mensagem não lida. 
Do outro lado das telas que comandam o dia a dia de qualquer um, outros 
milhões de uns quaisquer. Um parente, um burocrata, um chefe, um amigo, um cliente, 
um desconhecido... a(s) namorada(s). Todos virtualizados. Além das contas a pagar e 
dos recados inúteis, também as demandas emocionais navegam pela teia eletrônica. E 
a isso se reduz o relacionamento humano: a uma troca de estímulos digitalizados e 
respostas idem. 
Então a tela é somente isso, um suporte vazio para a comunicação digitalizada? A 
resposta é não: a tela não é tão neutra assim. Há uma lógica à parte dentro dela. Mais 
ou menos como havia uma ordem invertida no espelho que foi atravessado pela Alice 
de Lewis Carrol no século XIX. O espelho não era neutro: virava uma “brilhante névoa 
prateada” e mostrava muito mais do que reflexos. Um século depois, em filmes como 
Tron, de 1982, A Rosa Púrpura do Cairo, 1985 ou O Último Grande Herói, 1993, os 
personagens cruzam a tela para viver realidades simultâneas – e mais perigosas que o 
sonho de Alice. Hoje, quem ousasse transpor uma das telas do Tamagotchi globalitário 
talvez caísse numa paisagem ainda mais assustadora: um sistema frio, em expansão 
vertiginosa, para o qual as multidões “reais” são uma contingência periférica e não 
muito relevante. Como insetos em volta da lâmpada. Para esse sistema, virtual é o 
homem. 
 
Em todo o texto, o nome Tamagotchi foi retomado de diferentes maneiras: 
animal de estimação eletrônico, bicho, ser inexistente e novo brinquedo. Ao 
empregá-las, o autor procurou: 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
191 
 
a) conseguir efeitos estilísticos que tornassem o texto mais elegante. 
b) apresentar sempre de forma previsível o novo fenômeno eletrônico. 
c) descaracterizar o Tamagotchi, desvalorizando a nova invenção por meio de 
outras expressões empregadas. 
d) evitar repetições desnecessárias, procurando associações de mesmo campo 
semântico que caracterizassem com mais precisão o personagem. 
e) apresentar pontos de vista opostos em relação ao Tamagotchi, que tornassem o 
texto, intencionalmente, confuso. 
 
5- “O bicho é na verdade um ser inexistente”. Essa frase não terá seu sentido 
alterado se substituir na verdade por: 
 
a) dessa forma 
b) por exemplo 
c) de fato 
d) possivelmente 
e) provavelmente 
 
6- Em: “não apenas a microtela do bichinho, mas a tela do computador”, o 
conectivo mas estabelece uma relação: 
 
a) adição 
b) conformidade 
c) oposição 
d) explicação 
e) conclusão 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
192 
 
“7- Nos segmentos do texto, “para o qual as multidões”, “é possível saciar-lhe as 
necessidades”,” há uma lógica a parte dentro dela”, os pronomes o qual, lhe e dela, 
referem-se respectivamente a: 
 
a) sistema frio – o bicho - tela 
b) sistema frio – a criança – tela 
c) sistema virtual – o bicho - tela 
d) expansão vertiginosa – a criança – tela 
e) sistema frio – ser inexistente – comunicação digitalizada 
 
8- Leia os textos I, II e III e marque a alternativa CORRETA quanto a sua tipologia 
textual predominante. 
 
Texto I: 
A paixão da verdade semelha, por vezes, as cachoeiras da serra. Aqueles 
borbotões d´água, que rebentam e espadanam, marulhando, eram pouco atrás, o 
regato que serpeia, cantando pela encosta, e vão ser, daí a pouco, o fio de prata que se 
desdobra, sussurrando, na esplanada. Corria murmuroso e descuidado; encontrou o 
obstáculo: cresceu, afrontou-o, envolveu-o, cobriu-o e, afinal, o transpõe, desfazendo-
se em pedaços de cristal e flocos de espuma. 
GARCIA, Othon M. Comunicação em Prosa Moderna. 26ª edição. Editora FGV. 
Rio de Janeiro, 2006, pág. 233). 
Texto II: 
(...) A roupa lavada, que ficara de véspera nos coradouros, umedecia o ar e punha-
lhe um farto acre de sabão ordinário. As pedras do chão, esbranquiçadas no lugar da 
lavagem e em alguns pontos azuladas pelo anil, mostravam uma palidez grisalha e 
triste, feita de acumulações de espumas secas (...). 
(AZEVEDO, Aluísio. O Cortiço. Editora Ática. 25ª Edição. São Paulo 1992, pág. 
35). 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
193 
 
Texto III: 
João da Silva atravessou a Avenida Brasil. Parou no bar como era de costume, na 
sexta-feira ao sair do trabalho. Encontrou-secom Maria da Piedade. Por volta de 
24:00h, saiu uma briga no bar. O tumulto foi tão grande que João perdeu seu dente de 
ouro e Maria saiu em disparada (...) 
(Maria Nazareth de Souza) 
 
a) Descritivo, descritivo, descritivo. 
b) Narração, descrição e descrição. 
c) Narração, narração e descrição. 
d) Narração, descrição e narração. 
e) Descrição, descrição e narração. 
 
9- Com base na leitura do texto motivador e nos conhecimentos construídos ao 
longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em norma culta 
da Língua Portuguesa sobre a Valorização do idoso, apresentando experiência ou 
proposta de ação social, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e 
relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para a defesa de seu 
ponto de vista. 
 
Texto motivador 
Estatuto do Idoso 
Art.3º: É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder 
Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, 
à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à 
cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e 
comunitária. 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
194 
 
Artº 4: Nenhum idoso será objeto de qualquer tipo de negligência, de 
discriminação, violência, crueldade ou opressão, e todo atentado aos seus direitos, 
por ação ou omissão, será punido na forma da lei. 
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Técnicas de leitura e produção textual 
 
195 
 
10- Reescreva as frases a seguir, substituindo os (*) asteriscos pelas palavras más / 
mas/ mais: 
 
1 – Embora fizesse o possível, ficava cada vez ( * ) atrasado. __________ . 
2 – Todos sabiam que as irmãs de Pedro eram (* ) e covardes, (* ) ninguém fazia 
comentários. _______ / ________ . 
3 - Não diga nem (* ) uma palavra. Nada pode ser feito agora. ____________. 
4 – O corredor automobilístico esforçou-se ao máximo, (*) as condições da 
pista eram (*). __________ / ___________. 
5 – O pianista estudava sempre (*), na esperança de tornar-se famoso 
internacionalmente. ____________. 
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Técnicas de leitura e produção textual 
 
196 
 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
197 
 
O texto de opinião e 
polifônico 
O texto de opinião. 
Como organizar um artigo opinativo (jornalístico). 
A impessoalidade do texto. 
O texto polifônico. 
O texto publicitário. 
Procedimentos para produção textual. 
Trabalhando a regência verbal e nominal. 
6
Técnicas de leitura e produção textual 
 
198 
 
Nesta unidade estudaremos as estruturas do texto de opinião, do texto 
polifônico e do publicitário através do contato com vários textos. Também 
trabalharemos a regência nominal e verbal. 
 
Objetivo da unidade: 
 
 Reconhecer as estruturas e características da composição dos 
textos de opinião, polifônico e publicitário, e a aplicação da regência verbal e 
nominal aos textos. 
 
Plano da Unidade 
 
 O texto de opinião. 
 Como organizar um artigo opinativo (jornalístico). 
 A impessoalidade do texto. 
 O texto polifônico. 
 O texto publicitário. 
 Procedimentos para produção textual. 
 Trabalhando a regência verbal e nominal. 
 
 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
199 
 
O texto de opinião 
 
Você vem sendo desafiado a produzir textos que são fundamentais à 
exposição de suas opiniões e argumentos sobre determinado assunto. Você tem 
produzido o que costumamos chamar de dissertação. Esses argumentos quase 
sempre expressam opiniões, ou seja, julgamentos pessoais, e não verdades 
absolutas, já que novos conhecimentos e inventos frequentemente modificam a 
visão das pessoas sobre as coisas, as pessoas, o mundo. 
Devemos observar a qualidade dos argumentos e sua fundamentação. Tais 
argumentos deverão convencer nosso interlocutor. 
Geralmente esse tipo de texto estrutura-se em três etapas, como já vimos 
antes: 
 
1ª – Introdução (a apresentação do assunto, a ideia núcleo). 
2ª – Desenvolvimento dos argumentos. 
3ª – Conclusão (reafirmação do tema ou da tese). 
 
Observe agora os exemplos da técnica de dissertação: o tema, os argumentos, 
os contra-argumentos e a conclusão. 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
200 
 
Exemplo I: 
 
O náufrago e o navegador 
 
Há quem pense que as empresas jornalísticas, ao promover o uso de 
jornais na educação, o fazem unicamente com o objetivo de criar o 
leitor do futuro. Embora seja verdade que o hábito da leitura – 
inclusive de jornais – seja normalmente adquirido na infância ou na 
adolescência e que, por razões demográficas, aimprensa precise 
constantemente renovar sua base de leitores, ao pregar a utilização 
de jornais na educação, a Associação Nacional de Jornais, através de 
seu Comitê de Leitura e Circulação, não é movida por uma lógica 
utilitarista. 
A Associação Nacional de Jornais (ANJ) tem defendido 
vigorosamente o uso do jornal no ensino porque, além de estar – 
por motivos óbvios – sempre atualizado, de ser atraente por cobrir 
os mais diversos aspectos da realidade e ser mais barato que outros 
recursos pedagógicos, estimula o desenvolvimento do senso crítico 
dos leitores. Existem pesquisas (no Brasil poucas, é verdade) que 
comprovam que o desenvolvimento dos alunos que utilizam jornais 
em suas atividades escolares é melhor, em média, que o daqueles 
que utilizam materiais convencionais. 
Ao contribuir para a formação do hábito da leitura entre os jovens – 
e não apenas da leitura de jornais – as empresas jornalísticas fazem 
mais do que estimular o futuro cidadão a consumir seu produto. 
Sem dúvida é importantíssimo formar (e não apenas instruir) o 
cidadão do futuro. Mas a realidade de hoje, marcada pela 
integração internacional e pelo desenvolvimento tecnológico 
acelerados, coloca o sistema de ensino sob tensão. Para o 
trabalhador, para o profissional, ou para o cidadão comum, seja 
escandinavo ou latino-americano, já não basta saber ler e escrever, 
ou ter aprendido algum ofício. De pouco serve ser uma 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
201 
 
enciclopédia (inevitavelmente superada) ambulante. Hoje, de 
acordo com o diagnóstico da “American Library Association”, “para 
ser um alfabetizado em termos de informação, uma pessoa deve ser 
capaz de reconhecer quando a informação é necessária e ter a 
habilidade para localizá-la, avaliá-la e usar efetivamente a 
informação necessária. Em última análise, “as pessoas alfabetizadas 
em termos de informação são aquelas que aprenderam como 
aprender”. Ora, isso é quase uma descrição da rotina de uma 
redação competente e do jornal por ela produzido. 
Ao se aproximar dos jovens por meio de programas de Jornal na 
Educação bem concebidos, o que as empresas jornalísticas estão 
fazendo é muito mais do que lhes oferecer uma opção de lazer e de 
informação ou lhes garantir a própria sobrevivência. Estão 
transferindo seu “Know-how” de processamento de informações. 
Com a multiplicação das fontes de informações e entretenimento – 
da qual fazem parte os sistemas de TV a cabo que em breve terão 
mais de cem canais, talvez 500 - boa parte do tempo que as pessoas 
passam diante do televisor será consumido na escolha do que 
assistir. Saber localizar, compreender e utilizar as informações na era 
da internet significa a diferença entre ser um navegador e ser um 
náufrago (Pedro Pinciroli Junior. Jornal – O Globo – 10/09/1996). 
 
Como podemos observar, o texto acima é constituído de vários argumentos, 
mostrando duas visões de vida opostas e ainda poderemos indagar: 
 
Qual o papel que você exercerá neste mundo de informações? 
 
IMPORTANTE 
Lembre-se: escrever requer uma reflexão crítica sobre o assunto 
exposto. 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
202 
 
Exemplo II: 
 
 
Quando o diet engorda 
Agora, até o refrigerante sem açúcar está na berlinda. O consumo de uma 
latinha da bebida por dia aumenta em 34% os riscos de ocorrência da 
síndrome metabólica – conjunto de fatores que predispõem às doenças 
cardiovasculares e ao diabetes. A conclusão é de um estudo feito por 
médicos da Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos, e publicado 
recentemente na revista Circulation, da Association Americana do Coração. 
O refrigerante diet (light ou zero, como preferir) seria, inclusive, mais 
pernicioso à saúde do que a gordura saturada. Para se ter uma ideia, com a 
ingestão diária de dois hambúrgueres ou de uma porção de batata frita, a 
probabilidade de manifestação da síndrome metabólica é de 26% e 25%, 
respectivamente. Os pesquisadores de Minnesota acompanharam os 
hábitos alimentares de 9514 homens e mulheres entre 45 e 64 anos 
durante quase uma década. Ao final, quase metade dos participantes 
eram portadores da síndrome metabólica. A maioria apresentava acúmulo 
de tecido adiposo na região abdominal, um dos cinco fatores de risco da 
doença, ao lado de pressão alta, colesterol e triglicérides alterados e 
glicemia elevada (...) (Revista Veja. Edição 2048. Ano 41 – Nº. 7, p.109) 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
203 
 
Exemplo III: 
 
Que desperdício! 
De 30 a 40% de todos os alimentos produzidos no país vão parar no lixo. Em 
países desenvolvidos, esse índice não chega aos 10%. Aqui, são toneladas e 
mais toneladas de comida perdidas diariamente. Boa parte do desperdício 
ocorre logo na colheita e no transporte, mas os consumidores também têm 
sua parcela de responsabilidade. O brasileiro - pasme! – joga fora mais 
comida do que de fato leva à mesa. Um estudo da Embrapa Agroindústria de 
Alimentos mostra que só em hortaliças, por exemplo, o total de perda a cada 
ano é de 37 quilos por habitante, enquanto a ingestão desses vegetais não 
passa dos 35 quilos no mesmo período de tempo. 
Toda essa comida desperdiçada equivale a 12 bilhões de reais que o país 
despeja nas lixeiras a cada ano – para se ter uma ideia, isso é quase metade 
do orçamento do Ministério do Desenvolvimento Social de Combate à Fome 
ou 24 vezes o da Secretaria Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional. 
Estamos, literalmente, botando dinheiro e saúde no lixo. Veja o que está ao 
seu alcance para mudar esse panorama – desde a hora em que você 
seleciona vegetais fresquinhos na feira ou no supermercado até o momento 
em que os leva para a panela(...) (Revista Saúde. Nº 294, p.24). 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
204 
 
Analisando: 
 
Como vimos nos textos acima, os autores apresentam de modo 
fundamentado, na política ou na ideologia, no depoimento de algum especialista 
ou em determinado assunto da atualidade, o seu ponto de vista ou tese e ainda 
realiza a defesa dos argumentos em função da opinião pública. 
Podemos esclarecer ainda que o texto de opinião é um texto informativo 
também, entretanto, as informações contidas nele são destinadas ao serviço de 
opinião. O texto exige: argumentos ou provas. 
 
Vejamos, em tópicos, a estrutura do texto opinativo: 
 
 No primeiro plano devemos questionar: qual a tese central defendida 
pelo texto? 
 No segundo plano: quais os argumentos em função da defesa da tese? 
 No terceiro plano, devemos levar em conta as informações de apoio 
em que o leitor busca interagir com a opinião emitida. 
 No quarto plano, o produto do texto deverá levar em consideração as 
opiniões do interlocutor. 
 
Recorremos à citação de Bakhtin: 
 
Não pode haver interlocutor abstrato; não teríamos linguagem 
comum com tal interlocutor, nem no sentido próprio nem no 
figurado. Se algumas vezes temos a pretensão de pensar e de 
exprimir-nos urbi et orbi, na realidade é claro que vemos “a cidade e 
o mundo” através do prisma do meio social concreto que nos 
engloba (TEZZA & FARACO, 2002,p. 188 ). 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
205 
 
Há de se pensar que um texto de jornal é direcionado aos leitores (público-
alvo), em especial, para jovens, mulheres, além de interessados leitores quanto aos 
textos culturais, econômicos, esportivos, classe econômica etc. Pois é impossível se 
destinar o texto a todos. 
Outro ponto a ressaltar são as relações lógicas. O uso das conjunções mas, 
entretanto, porém, são operadores textuais que contêm ideias de oposição e 
para o autor do texto de opinião é válido mostrar as contradições das 
argumentações. 
O mesmo acontece com as conclusões, em virtude dos argumentos 
apresentados. Vejamos alguns articuladores: assim, desse modo, como vemos, 
considerando esses fatos, em consequência, em virtude dos fatos, portanto,... 
É necessáriodizer que sem informação estruturada de maneira lógica 
(encadeamento das ideias, do raciocínio), não há uma opinião coerente quer 
escrita ou falada na comunicação diária dos interlocutores. 
Outro fator a considerar é a intencionalidade discursiva, ou seja, o registro para 
manifestar os pontos de vista sobre algum conceito, fato, etc., que deverão ser 
interpretados e compreendidos pelos leitores / ouvintes. 
Vejamos alguns exemplos de texto opinativos: 
 
Exemplo I: 
Wangari Maathai 
A defensora da vida 
 
‘Se ela fosse uma típica mulher segundo a tradição africana, 
respeitaria os homens e ficaria quieta’. Era assim que Arap Moi, 
então presidente do Quênia, se referia a Wangari em seus discursos 
públicos. A implicância do ditador era justificada: Wangari impediu 
a destruição de florestas nativas, ajudou a pacificar guerras tribais, 
lutou pela liberdade de presos políticos, pela ainda instável 
democracia queniana e, como se não bastasse, se tornou primeira 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
206 
 
africana a ganhar o Prêmio Nobel da Paz. Quais são suas armas? 
Unir as mulheres e plantar árvores. Sim, você leu bem: plantar 
árvores. 
Esta queniana destemida nasceu num vilarejo rural em 1940, uma 
época em que o povo considerava a devastação das matas um sinal 
de progresso. A menina Wangari, porém, cresceu ligada à terra, 
plantando, colhendo e ouvindo histórias em torno da fogueira na 
qual o jantar era preparado (...)(Stella Florence. Revista Uma.ano 9, 
nº 90, p.96) 
 
Exemplo II: 
 
Aumento no preço dos alimentos é desafio para o Brasil 
No meio da crise de crédito internacional – com a queda do preço 
de várias commodities – quase passa desapercebido um tipo de 
produto que deu muito lucro a quem apostou numa subida de 
preços: alimentos. Perdoem-me aqui pelo “quase”. Na verdade, 
protestos de ruas em lugares tão distantes entre si quanto Índia e 
Haiti deixaram claro que a inflação dos preços dos alimentos já é um 
grave problema político para países emergentes. 
Segundo o Jornal Financial Times, os preços do arroz, por exemplo, 
subiram 50% apenas nos últimos 15 dias. E continuam subindo por 
um motivo central: os países do sudeste asiático estão competindo 
com os africanos na compra de um tipo de produto que alimenta, 
segundo a ONU, cerca de 3 bilhões de pessoas. Mas não só. Alguns 
dos principais produtores, como Egito, Vietnã, a própria Índia e a 
China baniram exportações (...) (William Waack, 08/04/08). 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
207 
 
Como organizar um artigo opinativo (jornalístico) 
 
O artigo opinativo baseia-se na seguinte prática de organização: 
 
1º passo: escrever um artigo opinativo acerca do tema em evidência hoje. Os 
jornais publicam diversos artigos opinativos sobre os diversos temas da atualidade. 
2º passo: constituídos de duas páginas. Essa padronização existe para facilitar 
a organização estrutural nos espaços ocupados pelos jornais. 
3º passo: leia alguns artigos que tratem o tema escolhido e faça anotações. 
4º passo: ao finalizar o texto do artigo, você deverá reler e reescrever, analisar 
as partes do texto até sentir-se seguro sobre a escrita do artigo produzido. 
5º passo: desenvolva o texto seguindo está prática de organização de ideias. 
 
A impessoalidade do texto 
 
Ao trabalhar na construção do texto deve-se usar uma maneira de evitar o 
caráter subjetivo e pessoal com as seguintes formas: 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
208 
 
IMPORTANTE! 
Empregar o verbo na primeira e na terceira pessoas do plural, com o 
objetivo de não realçar a subjetividade da primeira pessoa, de modo explícito. 
O produtor de texto usa as expressões: 
 Procuramos demonstrar... 
 Nossas conclusões... 
 Procuramos afirmar... 
 Deduzimos... 
Devemos evitar a presença da subjetividade explícita, conforme as expressões 
abaixo: 
Exemplos: 
 Minha conclusão... 
 Esta é a minha opinião... 
 Procurei demonstrar... 
 
 
Texto polifônico 
 
O termo polifonia denomina as diversas vozes contidas num texto e 
apresentam diferentes perspectivas, pontos de vista, concepções ideológicas que 
constituem um enunciado. Em todo ato enunciativo interagem as chamadas 
personagens assim discriminadas: 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
209 
 
a) locutor: é aquele que fala - marcas da 1ª pessoa (pronome pessoal eu); 
b) sujeito falante: é o produtor dos enunciados; 
c) enunciador: é o que representa (a pessoa que vê – incorporação de 
outra voz, outra perspectiva). 
 
Podemos observar que no texto polifônico os pontos de vista expressos pelos 
enunciadores podem ou não coincidir com a visão de mundo ou perspectiva do 
locutor, resultando assim alguns casos de adesão pelos interlocutores / receptores 
dos enunciados. 
 
Vejamos alguns exemplos de textos polifônicos: 
Exemplo I 
O amor como fenômeno biológico 
 
Amor é uma das palavras mais desgastadas de nossa linguagem. E 
como fenômeno interpessoal, um dos mais desmoralizados. 
Abordaremos o tema do amor na ótica fecundos de um dos maiores 
biólogos contemporâneos, o chileno Humberto Maturana (...). 
A competição enfatiza Maturana, é antissocial, hoje e outrora, 
porque implica a negação do outro, a recusa da partilha e do amor. 
A sociedade moderna neoliberal, especialmente o mercado, se 
assenta na competição. Por isso é excludente, inumana e faz tantas 
vítimas. Essa lógica impede que seja portadora de felicidade e de 
futuro para a humanidade e para a Terra. 
Como se caracteriza o amor humano? Responde Maturana: ‘o que é 
especialmente humano no amor não é o amor, mas o que fazemos 
no amor enquanto humanos...; é a nossa maneira particular de viver 
juntos como seres sociais na linguagem...; sem amor nós não somos 
seres sociais’. 
O amor é um fenômeno cósmico e biológico (...) (BOFF, 2001, p.111). 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
210 
 
Exemplo II 
 
Beleza é documento e a cantora Elza Soares, que visitou o Espaço Ela / O 
Boticário, se disse orgulhosa por ver as delicadezas do Rio nas passarelas: 
_Estou feliz por ter a cara do Rio e ver tudo que temos de lindo sendo 
admirado. Nós temos que elevar o Rio e divulgar todas essas maravilhas.” 
(O Globo, 10/06/06) 
 
Exemplo III 
 
Um português de sons e pausas 
 
José Saramago é um autor cuja escrita enfatiza o idioma que 
manuseia (...). Segundo José Saramago, as diferenças entre a língua 
no Brasil e em Portugal são maiores que nossas semelhanças. Não 
há uma língua portuguesa, há línguas em português. Quando digo 
isso, não penso em diferenças e semelhanças. Penso num tronco 
linguístico comum que, de modo variável, segundo as condições 
sociais, culturais e ideológicas vigentes, se expressa 
“historicamente”. As línguas mudam o denominado ‘português de 
Portugal’ não é igual hoje ao que foi no século 17, para não ir mais 
longe. Ora, se isso é claro no mesmo país, como o não seria em 
países diferentes? Deixemos, portanto, em paz as semelhanças e as 
diferenças porque elas são, umas e outras, sinal de vida. As línguas 
mortas são as que não mudam (...) (Revista Língua Portuguesa. Ano 
I. nº. 3, 2005, p. 16). 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
211 
 
Como vimos nos exemplos I, II e III há várias vozes na organização discursiva, 
tal procedimento é chamado de polifonia. 
 
O texto publicitário 
 
Ao começarmos um texto devemos levar em consideração às características de 
seu receptor, tendo como base o seu repertório linguístico e social. 
Alguns textos publicitários por meio do caráter persuasivo visam envolver o 
leitor / receptor / ouvinte e procura convencê-los de seu ponto de vista, sua 
opinião sobre um fato, ou ideia (produto). É nesse processo que se fundamenta o 
caráter persuasivo através da função conativa ou apelativa da linguagem. 
Características do texto publicitário escrito: 
 
 Quase sempre constituídopor imagem e texto. 
 Linguagem persuasiva, direta e clara. 
 Nível de linguagem de acordo com o público que se pretende 
atingir, geralmente a variedade culta informal da língua. 
 Verbos geralmente no modo imperativo ou no presente do 
indicativo. 
 Uso de recursos como figuras de linguagem, ambiguidade, jogos 
de palavras, provérbios, etc., como forma de conseguir atrair a atenção 
do público. 
 Estrutura variável, mas geralmente composta de: título: que 
chama a atenção sobre o produto; texto: que amplia o argumento do 
título; assinatura: logotipo ou marca do anunciante. 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
212 
 
Vejam os alguns exemplos de textos publicitários: 
 
Exemplo I 
 
 
Exemplo II 
 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
213 
 
Exemplo III 
Dia dos Namorados 
 
 
Procedimentos para produção textual 
 
Ao fazer a leitura de dois ou três textos em prosa, em verso, em notícia de 
jornais, charges, etc., você deverá observar as ideias centrais, associando os 
conteúdos e observando os pontos de convergências dos textos. Vejamos. 
 
Texto I: 
 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
214 
 
Texto II: 
 
Poema brasileiro 
 
No Piauí de cada 100 crianças que nascem 
78 morrem antes de completar 8 anos de idade 
 
No Piauí 
de cada 100 crianças que nascem 
78 morrem antes de completar 8 anos de idade. 
No Piauí 
de cada 100 crianças que nascem 
78 morrem 
antes 
de completar 
8 anos de idade 
 
antes de completar 8 anos de idade 
antes de completar 8 anos de idade 
antes de completar 8 anos de idade 
antes de completar 8 anos de idade 
(GULLAR, Ferreira. Toda poesia (1950-1980). p. 221) 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
215 
 
Os textos I e II abordam o mesmo tema. O primeiro é um texto não-verbal e o 
segundo e um texto verbal. Trata-se de uma crítica: a problemática da fome, a 
desnutrição e a mortalidade infantil. Ainda sugerimos um tema para ser pensado: 
TEMA: A fome, segundo a ONU, tem sido a causa de mortalidade no mundo. 
 
Trabalhando a regência verbal e nominal 
 
Regência é a relação entre o verbo de uma sentença e seus complementos. 
Vejamos a regência de alguns verbos nas sentenças: 
Aspirar 
 Escreve-se com a preposição a quando significar: almejar, desejar, 
pretender, ambicionar. 
Exemplo: 
Paulo aspira a um cargo de chefia. 
 Escreve-se com artigo o verbo aspirar no sentido de sorver, atrair o ar 
aos pulmões. 
Exemplo: 
Aspiramos o ar puro das montanhas. 
 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
216 
 
Assistir 
 Escreve-se com o artigo a no sentido de prestar atendimento. 
Exemplo: 
O enfermeiro assistiu a paciente. 
O enfermeiro assistiu o paciente. 
 
 Escreve-se com a preposição a no sentido de espectador. 
 
Exemplo: 
O jovem assistiu ao filme. 
O jovem assistiu ao jogo. 
 
A Regência Nominal estuda as relações de dependência estabelecidas entre os 
nomes e os seus complementos. O termo que completa um nome é, por isso, 
denominado de complemento nominal. A complementação de um nome é sempre 
intermediada por uma preposição. Alguns nomes chegam a aceitar mais de uma 
preposição. 
Vejamos agora, a regência de alguns verbos e nomes: 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
217 
 
Aborrecer-se com 
Acabar-, com 
Acomodar- a 
Acusar de 
Afastar de 
Agradecer a 
Alertar-, de, sobre, contra 
Amigo de 
Atribuir a 
Avaliar em 
Ceder a 
Comprovar com 
Comunicar a 
Confiar em, a 
Convencer-se de 
Converter em, a 
Convocar a, para 
Crê em, a (tr. Direto) 
Começar a, por 
Comparar a, com 
Declarar-se contra 
Dedicar a 
Depender de 
Desagradável a 
Descender de 
Desconfiar de 
Considerar como 
Constar de 
Divertir-se com 
Devoto a / de 
Contemporâneo a, de 
Diferente de 
Aflito com, por 
Apto a, para 
Negligente em 
Ojeriza a, por, contra 
Doente de 
Duvidar de 
Ensinar a 
Entender de 
Entendido em 
Gostar de 
Graduar-se em 
Inconstante em 
Inquietar-se de, com 
Inserir em 
Insinuar em 
Lembrar-se de 
Obedecer a 
Obrigar a 
Passível de 
Pegar de, em 
Perdoar a 
Perguntar a, por 
Persuadir de 
Presto a, para 
Prevalecer sobre 
Qualificar-se 
Reclamar contra 
Recorrer a 
Recusar a 
Render-se a 
Solto de subordinar a 
Verter de, para, em 
Seguro de, em 
Suspeito de, a 
Vizinho a, de, com 
Necessário a 
Preferível a 
Prestes a, para 
Residente em 
Relacionado com 
 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
218 
 
DICA 
Consulte o dicionário de regência, quando tiver dúvidas ao redigir 
seus textos. 
 
É HORA DE SE AVALIAR! 
Não se esqueça de realizar as atividades desta unidade de estudo. Elas 
irão ajudá-lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo 
de ensino-aprendizagem. Caso prefira, redija as respostas no caderno e depois as 
envie através do nosso ambiente virtual de aprendizagem (AVA). Interaja conosco. 
 
Nesta unidade estudamos e refletimos sobre o caráter do texto de opinião, do 
texto polifônico, do texto publicitário, a impessoalidade do texto e a regência 
verbal e nominal. 
Assim, finalizamos nossos estudos. Esperamos que esta disciplina tenha 
contribuído para o seu desempenho e competência na produção da leitura e da 
escrita. Sucesso! 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
219 
 
Exercícios da unidade 6 
 
1- Levando-se em consideração as características do repertório linguístico do 
interlocutor ou leitor, o texto publicitário tem como característica predominante: 
 
a) a função denotativa da linguagem. 
b) a função conativa da linguagem. 
c) a função social da linguagem. 
d) a concepção histórica da linguagem. 
e) o repertório linguístico do emissor. 
 
2- Levando-se em consideração as características do repertório linguístico do 
interlocutor ou leitor, o texto opinativo tem como objetivo: 
 
a) informar. 
b) persuadir. 
c) sensibilizar 
d) descrever. 
e) narrar um fato. 
 
3- Assinale a alternativa em que ocorre ERRO de regência verbal. 
 
a) Deverá obedecer às normas previstas no regulamento da escola. 
b) Chegando à casa paterna, sentiu-se muito bem. 
c) Assistiu os jogos da copa, aspirando a vitória por que ansiavam. 
d) Os jogadores tudo fizeram para conseguir a vitória por que ansiavam. 
e) Indo ao jogo, não se esqueça de levar sua bandeira. 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
220 
 
4- A construção da impessoalização do texto tem como objetivo não realçar a 
subjetividade. Marque a opção CORRETA que indica uma possibilidade para se 
obter a imparcialidade de um texto. 
 
a) Empregar o verbo somente na terceira pessoa do plural. 
b) Empregar o verbo somente na primeira do plural. 
c) Empregar o verbo na segunda e na terceira pessoa do plural. 
d) Empregar o verbo na primeira e na terceira pessoa do singular. 
e) Empregar o verbo na primeira e na terceira pessoa do plural. 
 
5- Leia os textos I, II, III, IV e V, e a seguir classifique-os quanto às características 
básicas dos tipos textuais: 
Texto I: 
Ontem, depois do jogo, fomos à praça daquela pequena cidade para festejar. 
Cantamos, dançamos e brincamos até o sol raiar. 
Texto II: 
“O céu era verde sobre o gramado, a água era dourada sob as pontes, outros 
elementos eram azuis, róseos, alaranjados”. Carlos Drummond de Andrade 
Texto III: 
“Há muita gente que ganha acima de 1 dólar por dia e continua muito pobre, 
porque não tem escola para os filhos, sistema de saúde, água potável ou esgoto no 
barraco.” (Cristóvão Buarque. In: ISTOÉ, junho de 2002) 
Texto IV: 
“Novas ruínas de uma suposta cidade inca foram encontradas por pesquisadores 
ingleses a 50 quilômetros de Machu Pichu, no Peru”. 
(Revista ISTOÉ) 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
221 
 
Texto V: 
“Olha o passarinho...”. 
“Fotografe as férias, a viagem inesquecível... Mas veja antes como garantir 
imagens mais bonitas”. Nova Escola, dezembro de 2002. 
 
a) sequência narrativa, descritiva, argumentativa, informativa e instrucional.b) sequência descritiva, narrativa, argumentativa, informativa e instrucional. 
c) sequência descritiva, argumentativa, informativa, narrativa e instrucional. 
d) sequência narrativa, argumentativa, descritiva, instrucional e informativa. 
e) sequência narrativa, informativa, descritiva, instrucional e argumentativa. 
 
6- Ao utilizar em salas de aula histórias em quadrinhos, pinturas, charges, desenhos 
e outros recursos visuais aliados à escrita, o professor tem por objetivo trabalhar as 
linguagens: 
 
a) linguagem verbal e não verbal. 
b) linguagem popular e linguagem formal 
c) linguagem denotativa e linguagem conotativa. 
d) linguagem técnica e linguagem coloquial 
e) linguagem oral e linguagem verbal. 
 
7- Assinale a única alternativa onde não se vê uma característica de texto 
publicitário escrito: 
 
a) quase sempre constituído por imagem e texto. 
b) linguagem persuasiva 
c) linguagem direta e clara. 
d) apresenta os elementos básicos da narrativa: fatos, pessoas, tempo e espaço. 
e) verbos geralmente no modo imperativo ou presente do indicativo. 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
222 
 
8- Assinale a alternativa correta com relação à regência verbal: 
 
a) Antes prefiro aspirar uma posição honesta que ficar aqui. 
b) Prefiro aspirar uma posição honesta que ficar aqui. 
c) Prefiro aspirar a uma posição honesta que ficar aqui. 
d) Prefiro antes aspirar a uma posição honesta que ficar aqui. 
e) Prefiro aspirar a uma posição honesta a ficar aqui. 
 
9- Faça a delimitação do tema e apresente três argumentos defendidos pelo autor 
do texto abaixo. 
A velhice 
(Antonio Cândido – escritor português) 
 
A velhice é uma idade sagrada. Foi venerada em todos os tempos. Na antiguidade teve 
obséquio e cultos oficiais. Pode apreciar-se o grau de cada civilização histórica pelo respeito e pelo 
carinho dispensados a estes seres, de energia quebrada e de esperança desfeita, que trazem no 
olhos tristes o reflexo cada vez maior da morte que se aproxima. 
A velhice é a quadra sem prazer de toda a vida humana. A infância sabe só que vive, e ri; a 
mocidade tem o sonho que embala, e canta; a idade adulta conta com o futuro, ambiciona e 
trabalha; a velhice é um sonambulismo trêmulo e quase sempre atormentado, de que só se 
acorda na agonia extrema... para morrer. 
Por que anda tão alegre e alvoroçada a infância, e a velhice por que anda tão melancólica e 
abatida? Perguntava Chateaubriand, e respondia: é porque a infância ignora tudo, e porque a 
velhice sabe tudo!(HILDEBRANDO, 1992, p.43). 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
223 
 
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_____________________________________________________________________ 
10-Para que você possa treinar um pouco, citaremos aqui dois temas polêmicos. 
Sua tarefa é encontrar aspectos favoráveis e aspectos contrários a cada proposição 
dada. 
 
1 – O alto índice de criminalidade, em nossos dias, deve-se basicamente às 
péssimas condições de vida de uma parcela considerável da população das 
grandes metrópoles. 
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2 – Muitas pessoas acreditam que a televisão deixa de desempenhar um papel 
educativo na difusão da arte e da cultura nacionais. 
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_____________________________________________________________________ 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
224 
 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
225 
 
Considerações Finais 
 
Caro aluno, 
 
Chegamos ao final da disciplina Técnicas de leitura e produção textual. O 
conteúdo que agora concluímos, algumas apropriações teóricas que fizemos do 
conceito de leitura e escrita tiveram seu eixo centrado no trabalho de grandes 
mestres e pensadores da educação. Não há dúvidas de que estamos vivendo 
muitas mudanças no campo da leitura; é visível e crescente hoje a sua difusão em 
todos os setores do país. Hoje, muito se incentiva, se publica, se divulga a 
importância do ato de ler. Mas algumas indagações talvez se façam pertinentes: 
Será que essa mudança estaria realmente indo à direção certa? Será que estamos 
realmente formando leitores críticos do mundo, pessoas que escrevem e 
reescrevem a história? Pessoas que participam efetivamente da construção de um 
país mais justo, igualitário e democrático? 
Se algumas das ideias e propostas aqui apresentadas parecerem difíceis 
de alcançar, vale a pena lembrar do pensamento do nosso querido poeta Mário 
Quintana que diz: 
 
 Se as coisas são inatingíveis... Ora! 
 Não é motivo para não querê-las... 
 Que tristes os caminhos, se não fora 
 A mágica presença das estrelas! 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
226 
 
Ao longo das seis unidades estudadas vimos que as atividades de leitura não 
podem visar apenas ao conhecimento linguístico, mas devem também resgatar a 
leitura como prática social. A escola, portanto, permanece sendo um espaço 
privilegiado de formação de leitores, mas não o único. Várias ações podem e 
devem ampliar as possibilidades de leitura envolvendo diferentes áreas de 
conhecimento e linguagens. Nesse sentido nos ensina Mariza Lajolo (1998): 
 
Lê-se para entender o mundo, para viver melhor. Em nossa cultura, 
quanto mais abrangente a concepção de mundo e de vida, mais 
intensamente se lê, numa espiral quase sem fim, que pode e deve 
começar na escola, mas não pode encerrar-se nela. Do mundo da 
leitura para a leitura do mundo, o trajeto se cumpre sempre, 
refazendo-se, inclusive, por um vice-versa que transforma a leitura 
em prática circular e infinita. Como fonte de prazer e de sabedoria, a 
leitura não esgota seu poder de sedução nos estreitos limites da 
escola. 
 
A Universo EAD e a equipe de Língua Portuguesa o parabeniza por ter 
concluído com sucesso seus estudos, aumentando sua bagagem com 
conhecimentos, habilidades e competências que irão, certamente, beneficiá-lo por 
toda a sua vida acadêmica. Mas, lembre-se sempre de que a aprendizagem não 
para por aqui. Mantenha o hábito da leitura, atualize-se sempre, adquira o desejo 
da pesquisa e não se esqueça de praticar o que foi aprendido: esse é o grande 
segredo. Desejamos que você tenha muito sucesso e esperamos ter contribuído 
significativamente para a sua formação intelectual. 
 
 
Sucesso! 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
227 
 
Conhecendo as autoras 
 
Ms. Maria Nazareth de Souza 
Leciona Laboratório de produção textual, na Universo, no curso de Letras, 
campus São Gonçalo, há vários anos e tem vasta experiência nas Oficinas literárias 
e Oficina de redação criativa. 
Ministra cursos para capacitação de professores da redeparticular e pública de 
ensino do Estado do Rio de Janeiro. 
Coautora dos livros: 
Laços. Editora Cromos: Rio de Janeiro, 1997. 
Exercícios de Liberdade: Produção Textual. Editora Ao Livro Técnico: Rio de 
Janeiro, 1994. 
Maria Luzia Paiva de Andrade 
Especialista em Língua Portuguesa pela Universidade Federal Fluminense e 
professora adjunta da Universidade Salgado de Oliveira desde 2002, onde atua nos 
cursos de Letras e Pedagogia em disciplinas na área de Língua, Linguagem e 
Linguística. Compõe a equipe de Educação a Distância da Universo (Universo 
Virtual) desde 2005 como professora-tutora e plantonista de Língua Portuguesa I e 
II. Autora do conteúdo das disciplinas Aspectos Fonológicos da Linguagem, 
Aspectos Fonéticos da Língua, Estudos da Linguagem II, Filologia da Língua 
Portuguesa, Estilística e Prática Social da Leitura e Produção Textual do Curso de 
Letras on-line/ 100% - Universo Virtual. Leciona, ainda, na rede Estadual de Ensino 
do Rio de Janeiro, tendo atuado também como Coordenadora Pedagógica dos 
Ensinos Médio e Fundamental. 
Sua área de pesquisa relaciona-se à Variação e Mudança Linguística com foco 
na aquisição de conhecimentos que possam contribuir para a compreensão, a 
utilização e a sistematização do processo de aprendizagem da Língua Portuguesa. 
Possui trabalho publicado nesta área em I Caderno de Português no Brasil. Niterói: 
UFF, 1997. 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
228 
 
Referências 
 
ABREU, Antônio Suárez. Curso de Redação. 12º ed. São Paulo: Editora Ática, 2006. 
Curso prático de redação contendo exemplos de jornais e revistas e aplicação 
gramatical. 
ALMEIDA, Manuel Antonio de. Memórias de um Sargento de Milícias. Brasília: 
Editora Universidade de Brasília, 1963. 
Obra prima de suma importância para os estudos da literatura brasileira. 
AQUINIO, Renato. Interpretação de Textos – Teoria e 800 questões 
comentadas. Série Provas e concursos. Rio de Janeiro: Impetus. 2003. 
Trata-se de um material de aprimoramento da Língua Portuguesa, tendo como 
auxílio ao aluno, exercícios de compreensão e interpretação de textos de diversos 
autores. 
AZEREDO, Carlos de. Ensino de Português: fundamentos, percursos, objetos. 
Rio de Janeiro: Zahar – Jorge Zahar Editor, 2007. 
Obra teórico-prática muito agradável que, por meio de explicações e exercícios, 
leva o leitor a se tornar mais reflexivo em relação às informações que lhe são 
repassadas. 
AZEVEDO, Aluísio. O Cortiço. 25° ed. São Paulo: Editora Ática, 1992. 
Obra prima que retrata o cotidiano miserável de uma habitação coletiva no final do 
século passado, de forma crítica e analítica. 
ANCHIETA, Neide da Costa & SOUZA, Maria Nazareth de. Exercício de Liberdade – 
Produção Textual. Rio de Janeiro: Editora Ao Livro Técnico, 1994. 
O livro contém exercícios de produção textual de modo prazeroso, e as autoras 
sempre estimulam a leitura e a escrita. 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
229 
 
BRASIL, Ministério da Educação, Secretaria de Educação Média e Tecnológica. 
Parâmetros Curriculares nacionais: ensino médio. Brasília: Ministério da 
Educação, 1999. 
Os Parâmetros Curriculares Nacionais servem de estímulo e apoio à reflexão sobre 
a prática diária do professor, o planejamento das aulas e o desenvolvimento do 
currículo de sua escola, contribuindo ainda para a atualização profissional dos 
professores dos ensinos fundamental e médio. Eles foram feitos para auxiliar o 
professor na execução de seu trabalho, pois buscam dar significado ao 
conhecimento escolar, mediante a contextualização, e evitar a 
compartimentalização, mediante a interdisciplinaridade. 
BECHARA, Evanildo. Moderna Gramática Portuguesa. Edição revista e ampliada. 
Rio de Janeiro: Lucerna, 1999. 
Esse livro visa levar o estudante ao domínio da Língua Portuguesa e contém vários 
exercícios práticos indispensáveis ao aprofundamento de questões gramaticais e 
suas adequações à língua. 
BOFF, Leonardo. Saber cuidar. Ética do humano – compaixão pela terra. 7° ed. 
Rio de Janeiro: Vozes, 1999. 
Obra que procura detalhar o cuidado com a Terra, com a sociedade sustentável, 
com o corpo, com o espírito e com a morte. De forma a inspirar valores e atitudes 
fundamentais para a humanidade. 
CHACON, Beatriz Escorcio. Veios do Corpo. Rio de Janeiro: Editora Ltda, 2002. 
Coletânea de poemas contendo versos breves e repertório de imagens de 
agradável leitura. 
CARNEIRO, Agostinho Dias. Redação em Construção. A escritura do Texto. 2° ed. 
Rio de Janeiro: Moderna, 2002. 
Curso prático de redação muito agradável que, por meio de explicações e 
exercícios, leva o leitor a desenvolver sua escritura textual. 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
230 
 
CEREJA, William Roberto. Texto e Interação: uma produção textual a partir de 
gêneros e projetos. São Paulo: Atual, 2000. 
DRAEGE, Marly. Ética – Função da Escola? Rio de Janeiro: Zen, 2004. 
Obra que detalha a função ética da escola, de forma sustentável, clara e objetiva. 
Drummond, Carlos. In: Contos Plausíveis. Rio de Janeiro: Editora José Olympio, 
1991. 
Esse livro contém minicontos agradáveis aos leitores e apresenta uma irreverência 
temática. 
FAGUNDES, Lygia. In: Para gostar de ler. 3° ed. vol. 9. São Paulo: Editora Ática, 
1988. 
Obra prima de suma importância para o desenvolvimento e o aprimoramento da 
leitura dos alunos. 
FARACO, Carlos Alberto & TEZZA, Cristóvão. Prática de texto para estudantes 
universitários. 10° ed. Petrópolis: Vozes, 2002. 
Curso prático de ensino de redação que desenvolve a capacidade de leitura e de 
escrita de forma ampliada e reflexiva. 
FERREIRA, Antonio José; PEIXOTO, Dinah Terra; OLIVEIRA, Maria Helena Barros de. 
SOUZA; Maria Nazareth. Laços Poesia. Clube de Literatura. Rio de Janeiro: Cromos, 
1998. 
O livro contempla os poemas inéditos de quatro professores inspirados: no tempo, 
na natureza, no amor, enfim, na vida. Saboreie a magia das poesias neste livro. 
GARCIA, Othon M. Comunicação em Prosa Moderna. 26° ed. Rio de Janeiro: 
Editora FGV, 2006. 
Obra clássica indispensável para todos que desejam se aprofundar nas questões da 
escrita em língua portuguesa. 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
231 
 
GARCEZ, Lucília H. do CARMO. Técnica de redação. O que é preciso saber para 
bem escrever. São Paulo: Martins Fontes. 2008. 
O livro contém material prático para o desenvolvimento de técnicas de redação, 
trazendo resultados positivos e propondo métodos muitas vezes inovadores, 
sempre com sólido embasamento teórico. 
GRANATIC, Branca. Técnicas básicas de redação. 4° ed. São Paulo: Scipione, 1999. 
Esse livro contém material de estudo e prática de redação que estimulam o 
aprimoramento de técnicas de redação, que ajudam o aluno a melhorar seu 
desempenho linguístico. 
GERALDI, João Wanderley (org.); O texto na sala de aula. 4° ed. Rio de Janeiro: 
Editora Ática. 2006. 
Obra teórico-prática que leva o leitor a refletir sobre sua postura em sala de aula 
apresentando vários elementos dinâmicos de manifestações textuais, com o 
objetivo de motivar os alunos. 
GULLAR, Ferreira. Toda poesia: 1950-1980. 10°ed. Rio de Janeiro: Civilização 
Brasileira Círculo do Livro, 1983. 
Coletânea de poemas críticos e com intenso vigor poético. 
HILDEBRANDO A. de André. Curso de Redação. 4°ed. revista e ampliada, vol.2. São 
Paulo: Moderna, 1992. 
Excelente material de Língua Portuguesa que pretende promover uma reflexão em 
que o ato de escrever ganhe um sentido transformador para quem escreve. 
KLEIMAN, Ângela. Oficina de Leitura: Teoria e Prática. 9° ed. Campinas: Pontes, 
2002. 
A autora parte do pressuposto que o ensino da leitura é fundamental para 
solucionar problemas relacionados ao aproveitamento escolar insuficiente: “ao 
fracasso na formação de leitores pode-se atribuir o fracasso geral do aluno na 
escola”. O livro pretende, portanto, contribuir para um ensino de leituraque forme 
de fato leitores – bons leitores de diferentes gêneros textuais. 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
232 
 
KOCH, Ingedore Villaça & TRAVAGLIA, Luiz CARLOS. A coerência textual. São 
Paulo:Contexto, 2001. 
Curso prático que possibilita aos estudantes, em geral, uma visão necessária e 
básica sobre a coerência textual e sua aplicabilidade linguística. 
KOCH, Ingedore Villaça. A coesão textual. São Paulo:Contexto, 1999. 
Curso prático que possibilita aos estudantes, em geral, uma visão necessária e 
básica sobre a coesão textual e sua aplicabilidade linguística. 
___________________ Introdução à Linguística Textual. São Paulo: Martins 
Fontes, 2004. 
Curso prático de linguística textual e sua aplicabilidade em diversos exemplos e 
exercícios. 
INFANTE, Ulisses. Do texto ao texto: curso prático de leitura e redação. São 
Paulo: Scipione, 1998. 
Curso de redação, com muitos textos para leitura e exercícios, podendo ser 
utilizado como manual de curso ou como roteiro individual de trabalho. 
LAJOLO, Marisa (consultora). Descobrindo a Literatura. Série saber mais. Rio de 
Janeiro: Editora Ática, 2003. 
Obra que possibilita ao leitor uma visão agradável da literatura em diversas 
manifestações e linguagens artísticas. 
_______________________. Do mundo da leitura para a leitura do mundo. São 
Paulo: Fundação da UNESP, 1998. 
Esse é um livro necessário para professores do ensino fundamental e médio, para 
educadores, editores e escritores, historiadores e bibliotecários. Trata-se de uma 
reflexão abrangente e aguda sobre a leitura na escola, com tudo quanto essa 
atividade implica dentro da realidade cultural brasileira. “Do mundo da leitura para 
a leitura do mundo, o trajeto se cumpre sempre, refazendo-se, inclusive, por um 
vice-versa que transforma a leitura em prática circular e infinita. Como fonte de 
prazer e de sabedoria, a leitura não esgota seu poder de sedução nos estreitos 
limites da escola”. A autora aposta nisso. 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
233 
 
LOPES, Harry Vieira et alli. Língua Portuguesa – Projeto escola e cidadania para 
todos. Ensino médio. São Paulo: Editora do Brasil.2009 
Trata-se de uma obra de Língua Portuguesa contendo vários exercícios e diversas 
atividades para o dia a dia do ensino de Língua Portuguesa. 
MACEDO, Joaquim Manoel de. A moreninha. Literatura Brasileira. Ciranda Cultural, 
2004. 
Trata-se de um romance do Romantismo, contendo cor local do Rio de Janeiro, ilha 
de Paquetá. 
MARCUSCHI, Luiz Antônio. Gêneros Textuais: definição e funcionalidade. In 
DIONÍSIO, A. P.; MACHADO, A.R.; BEZERRA, M. A. (org) Gêneros textuais e ensino. 
2ºed.Rio de Janeiro: Lucerna, 2002. 
Trata-se de uma obra que pretende analisar os diversos gêneros textuais com 
diversos exemplos e exercícios. 
MASIP, Vicente. Interpretação de textos: Curso Integrado de Lógica e 
Linguística. São Paulo: E.P.U., 2001. 
O trabalho desenvolvido neste livro pretende tornar acessíveis os princípios que 
regem o pensamento humano e relacioná-los com a linguagem. Não se trata, 
portanto, de um posicionamento teórico, nem de uma nova doutrina no vasto 
campo da análise textual, mas de uma ferramenta a serviço dos profissionais da 
linguagem, oportunizando conhecer e estudar os rudimentos da Lógica. 
MATENCIO, Maria de Lourdes Meirelles. Leitura e produção de textos e a escola. 
São Paulo: Mercado de Letras, 2000. 
Essa obra é “uma reflexão sistemática sobre o ensino de língua materna, escrita por 
uma professora, que utiliza sua vivência na sala de aula para refletir sobre os 
significados as contradições e inconsistências do ensino e aprendizagem da língua 
materna. Tal reflexão é um excelente exemplo do processo de realimentação, 
mediante prática, da formação continuada do professor.” 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
234 
 
MORICONI, Ítalo. Organização, introdução e referências bibliográficas. Os cem 
melhores contos brasileiros do século. Rio de Janeiro: Objetiva, 2000. 
Este livro reúne vários contos consagrados de autores brasileiros, apresentando 
uma tapeçaria de histórias. 
PLATÃO & FIORIN. Para entender o texto – Leitura e Redação. 15°ed. Rio de 
Janeiro: Editora Ática, 1999. 
Obra teórico-prática indispensável aos leitores que pretendem desenvolver e 
aprimorar cada vez mais suas redações. 
PEÇANHA, Neusa. Vindima. Rio de Janeiro: Editoração Editora Ltda, 2001. 
Conjunto de poemas líricos pertinentes à Literatura infanto-juvenil, infantis e 
poemas premiados em concursos literários em todo o país. 
RAMOS, Graciliano. Vidas Secas. Rio de Janeiro: Record, 1981. 
RIBEIRO, Manuel P. Gramática Aplicada da Língua Portuguesa – Uma 
comunicação interativa. 17° ed. Rio de Janeiro:Metáfora, 2007. 
Trata-se de uma gramática aplicada, com o objetivo de compreender a descrição 
da língua portuguesa, acomodada ao uso da norma culta. 
SANTOS, José Luiz dos. O que é cultura. São Paulo: Editora Brasiliense, 1996. 
Trata-se de uma obra muito importante que leva o leitor a analisar as práticas e a 
tradições dos povos nos levando a refletir sobre o meio cultural ao qual 
pertencemos. 
SOARES, Magda Becker& CAMPOS, Edson Nascimento. Técnica de Redação. Rio de 
Janeiro: Ao Livro Técnico, 1978. 
Curso prático de redação, partindo de textos diversos e sistematizando técnicas e 
procedimentos, estimulando, assim, o desenvolvimento e a criatividade dos alunos. 
SOARES, Magda. Linguagem e Escola. 14° ed. Rio de Janeiro: Editora Ática, 1996. 
Este livro aponta a importância da compreensão das relações entre linguagem, 
escola e sociedade para a fundamentação de uma prática de ensino da língua 
materna. 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
235 
 
SOLÉ, Isabel. Estratégias de leitura e de escrita. Porto Alegre: Artmed, 1998. 
Este livro contribui para o desempenho docente, pois seu propósito é ajudar 
professores e outros profissionais da educação na difícil tarefa de promover nos 
alunos a utilização de estratégias que lhes permitam interpretar e compreender 
textos escritos de maneira autônoma. Isabel Solé consegue, ao longo do livro, 
conduzir às conclusões que servirão de embasamentos sólidos para as aulas de 
leitura: aprender a ler significa aprender a encontrar sentido e interesse na leitura, 
ser ativo ante um texto, ter objetivos para leitura e interrogar-se sobre a própria 
compreensão. 
TERRA, Ernani & NICOLA, José. Português de olho no mundo do trabalho: 
volume único São Paulo: Scipione, 2004. 
TUFANO, Douglas. Estudos de Redação. 2° ed. São Paulo: Moderna, 1985. 
Curso rápido de redação e revisão gramatical de fácil compreensão e utilização. 
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE. 1º SELES – 1º Seminário sobre Leitura e 
Escrita. Tema: Avaliação da Redação no Vestibular. Proac/Coseac. Niterói, Rio de 
Janeiro, 2006. 
Obra de pesquisa desenvolvida por professores atuantes em diversas instituições, 
com o objetivo de demonstrar aos demais professores as principais questões de 
natureza temática, linguísticas e textuais. 
VICENTE, Jorge. Português. Dúvidas, textos e 1800 questões. 2º ed. Rio de 
Janeiro: Impetus, 2003. 
Ótimo curso para atingir o domínio de uma língua, contendo vários exercícios 
práticos indispensáveis a todos que querem se aprofundar nas questões em língua 
portuguesa. 
Revista Entre Livros, Ano I. Nº. 3. Editora Duetto. 
Material de apoio para atualização de temas diversos. 
Revista Uma. Nº. 9. Nº. 90. Editora Símbolo. 
Material de apoio para levantamento de temas variados. 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
236 
 
Revista Veja. Edição 2048. Ano 41 – Nº. 7. Editora Abril. 
Material de apoio para analisar questões atuais e de pesquisa. 
Revista Saúde. Nº 294. Editora Abril . 
Material de apoio para atualização de temas diversos. 
Revista Língua Portuguesa. Ano I. Nº. 3. Editora Segmento, 2005. 
Material de apoio para pesquisa e atualização de temas diversos. 
 
Técnicas de leiturae produção textual 
 
237 
 
nexos A 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
238 
 
Gabaritos 
 
Unidade 1 
 
1-d 
2-a 
3-a 
4-c 
5-b 
6-e 
7-d 
8-c 
9- Uma das possibilidades da reescritura do texto abaixo: 
“A senhora, uma dona de casa, estava na feira, no caminhão que vende galinhas. O 
vendedor ofereceu a ela uma ave. Olhou-a passou a mão embaixo das asas dela, 
apalpou-a o peito, alisou as coxas da galinácea, depois tornou a colocá-la na banca 
e disse para o vendedor “Não presta!”. Aí o vendedor olhou para ela e disse:” 
Também, madame, num exame assim nem a senhora passava”. 
10- O texto de Millôr Fernandes contém um tom de humor, é coerente porque há 
uma unidade de sentido e há coesão entre as sentenças. 
 
Unidade 2 
 
1-b 
2-e 
3-d 
4-c 
5-d 
6-d 
7-e 
8-a 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
239 
 
9- Deram meia volta, rumaram por uma saída qualquer, o passo mole e sem pressa, 
no silêncio da noite. Alguma haveria de plantão... Rua deserta. Dois ou três 
quarteirões mais além, um guarda... 
10- a) Algumas pessoas reclamaram: 
_ Não há mais sorvete na festa. 
 b) O diretor perguntou: 
 _ Alguém trará novas doações para a campanha do orfanato? 
 c) O pai pediu aos filhos: 
_ Entrem, pois havia um tumulto na rua. 
 d) O aluno disse: 
- Gostaria de estudar na Universo. 
 
Unidade 3 
 
1-b 
2-d 
3-b 
4-c 
5-b 
6-b 
7-d 
8-e 
9- A critério do aluno 
10- A critério do aluno 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
240 
 
Unidade 4 
 
1-e 
2-c 
3-b 
4-e 
5-c 
6-e 
7-e 
8-c 
9- a) Trata-se de um pronome indefinido variável; concorda com o substantivo 
poemas. Pode ser substituído por muitos. 
 b) Tenho escrito muitos poemas. (ou vários poemas) 
 c) Sugestão: Estudamos bastante para o concurso. Nesse caso bastante é 
advérbio, modifica o verbo estudar. Pode ser substituído por muito. 
10- a) quartos e salas amplas. (ou amplos) 
 b) cantores e bailarinas famosas (ou famosos) 
 c) carros e joias caras (ou caros) 
 
Unidade 5 
 
1-b 
2-c 
3-b 
4-d 
5-c 
6-a 
7-a 
8-e 
Técnicas de leitura e produção textual 
 
241 
 
9- A critério do aluno 
10-1 – mais 
 2 – más – mas 
 3 – mais – 
 4 – mas – más 
 5 – mais 
 
Unidade 6 
 
1-b 
2-b 
3-c 
4-e 
5-a 
6-a 
7-d 
8-e 
9- Resposta pessoal. 
10- 1- Resposta pessoal. 
 2- Resposta pessoal.

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