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Aula 02 - Questão social e as transformações no mundo do trabalho

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06/10/2023, 17:43 Questão social e as transformações no mundo do trabalho
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/03287/index.html# 1/57
Questão social e as transformações no mundo do
trabalho
Prof.ª Isabel Paltrinieri
Descrição
Articulação entre as novas configurações globais da gestão das
relações de trabalho. Desigualdade e expressões atuais da questão
social. Impactos sobre o serviço social como profissão e demandas de
trabalho. Reflexos nos assistentes sociais pertencentes ao conjunto da
classe trabalhadora.
Propósito
No trato de expressões das questões sociais na atualidade, a
compreensão da relação estabelecida entre as novas configurações do
trabalho e seus impactos sobre as políticas sociais é de suma
importância para um exercício profissional em serviço social crítico e
comprometido com princípios ético-políticos.
Objetivos
06/10/2023, 17:43 Questão social e as transformações no mundo do trabalho
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Módulo 1
Transformação global no mundo do
trabalho
Analisar a inter-relação entre as mudanças nas formas globais de
gestão do trabalho e as expressões da questão social.
Módulo 2
Transformação nacional no mundo
do trabalho
Identificar os impactos nacionais relativos às transformações no
mundo do trabalho e da classe trabalhadora.
Módulo 3
Questão social e especi�cidades
regionais
Analisar as expressões da questão social na atualidade e os
aspectos de regionalidade.
Módulo 4
Per�l do pro�ssional de serviço
social
Identificar os elementos importantes na condição do assistente
social como parte da classe trabalhadora e como profissional.
06/10/2023, 17:43 Questão social e as transformações no mundo do trabalho
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/03287/index.html# 3/57
As alterações que atravessam as relações de trabalho na
sociedade contemporânea afetam todo o conjunto de
trabalhadores e trabalhadoras, inclusive o dos assistentes sociais.
Para que a categoria possa atuar no enfrentamento aos desafios
que, expressos pelas múltiplas formas da questão social, se
colocam no cotidiano de seu exercício profissional, analisar as
mudanças no mundo do trabalho torna-se uma tarefa fundamental
para profissionais, estudantes e pesquisadores.
As condições e as relações de trabalho vivenciadas pela classe
trabalhadora sofreram agravos significativos a partir dos processos
de reestruturação produtiva e de implementação de políticas
públicas de corte neoliberal, já que eles têm gerado impactos
negativos, sobretudo nas camadas populares. Tais incidências de
desigualdade são observadas em diferentes recortes e formas;
entre os quais, destacam-se a raça, o gênero e a regionalidade.
No decorrer da década de 1990, o meio acadêmico nacional e
internacional realizou um grande investimento em pesquisas sobre
a categoria “trabalho” espalhado por diversas áreas de
conhecimento. Isso se deveu a um conjunto de transformações
sociais que, tendo origem na crise capitalista dos anos 1970, afetou
articuladamente a configuração do Estado, da cultura, da política e
das formas de contratação e gestão do trabalho.
Esses aspectos têm sido amplamente debatidos por intelectuais de
diversas áreas de saber e afetaram as profissões de um modo
geral, o que não foi diferente no caso do serviço social. Tendo isso
em vista, analisaremos neste texto tais fatores, esmiuçando seus
principais aspectos e características.
Introdução
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1 - Transformação global no mundo do trabalho
Ao �nal deste módulo, você será capaz de analisar a inter-relação entre as
mudanças nas formas globais de gestão do trabalho e as expressões da
questão social.
Trabalho e capital
Trabalho e capitalismo
Para a análise do eixo de desigualdades, exploração e vulnerabilidades
presentes no chamado “mundo do trabalho”, é necessário dar um passo
anterior e entender alguns conceitos importantes. O primeiro deles diz
respeito à compreensão de que as relações econômicas, sociais e
políticas vivenciadas por nossa sociedade estão assentadas no modo
de produção capitalista ou no capitalismo.
Mas o que isso tem a ver com o “mundo do
trabalho”?
Há diferentes correntes teóricas, segundo Catani (2011), que visam
explicar o capitalismo, como a de Max Weber, chamada de culturalista, e
a de Karl Marx, denominada histórica, em razão dos diferentes pontos
de vista dos quais elas partem para explicar o mesmo conceito.
Para Weber, completa Catani (2011), o capitalismo se constitui a partir
da herança de um modo de pensar as relações sociais (compostas
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também pelas relações econômicas) que deriva do legado do
movimento de reforma luterana e calvinista na Europa. Essa concepção
é centrada em um modo de pensar no qual existe uma extrema
valorização do trabalho, compreendido como profissão/vocação, em
busca de uma salvação individual. Dessa forma, a geração de riquezas
pelo trabalho e poupança é compreendida como um sinal de que o
indivíduo faria parte do grupo dos “predestinados”. Essas ideias
fundamentavam a ética da Reforma Protestante, cuja
mentalidade/espírito capitalista implicava a aceitação de tais princípios
e normas de conduta, razão pela qual o capitalismo, nessa corrente,
está fortemente ligado aos fatores culturais.
Max Weber, 1918.
Já Marx, informa Catani (2011), parte de uma perspectiva histórica e
estrutural que define o capitalismo como determinado modo de
produção de mercadorias gerado desde o início da Idade Moderna e que
obteve sua consolidação no complexo processo de industrialização
ocorrido na Inglaterra do século XVIII, conhecido como Revolução
Industrial.
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Falar sobre o modo de produção significa tanto o modo pelo qual os
meios necessários à produção são configurados quanto as relações
estabelecidas entre os homens a partir de suas vinculações ao processo
de produção. Desse modo, essa corrente considera que o capitalismo
significa não apenas um sistema de produção de mercadorias, mas
também um sistema no qual a força de trabalho se transforma em
mercadoria e se coloca no mercado como qualquer objeto de troca, o
que nos parece a lente mais adequada para a leitura de nossa realidade.
Karl Marx, 1875.
Para que o capitalismo exista, um de seus pressupostos é a
concentração da propriedade dos meios de produção nas mãos de uma
classe social (dominante) e a presença de uma outra classe
(subalterna) para qual a venda de sua força de trabalho seja a única
fonte de renda, isto é, de subsistência.
Uma das condições essenciais do capitalismo, portanto, é a exploração
da força de trabalho com objetivo de gerar lucro, o qual, em vez de ser
dividido entre aqueles que o geram, fica absorvido pelos detentores dos
meios de produção. Com isso, podemos observar a raiz da questão da
desigualdade social.

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Capitalismo nas óticas de
Weber e Marx
Conheça, neste vídeo, as diferentes concepções do capitalismo,
principalmente por meio das visões de Weber e Marx.
Transição do capitalismo
Etapas de transição do capitalismo
O capitalismo se desenvolveu por meio de um lento e complexo
processo a partir de uma forma anterior da sociedade de classes: o
feudalismo. A servidão da gleba, forma de produção anterior, se
transformou em trabalho assalariado.
Isso não significa que as etapas de transição do
capitalismo foram nitidamente marcadas. Ainda assim,
elas implicaram significativas transformaçõespolíticas, afetando as classes sociais e o Estado.
No processo de transição da sociedade feudal para o capitalismo, duas
etapas foram emblemáticas:
 Primeira etapa
Os pequenos produtores rurais ficaram
emancipados das obrigações feudais que recaíam
sobre eles, seja de modo parcial ou total.
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Marx, continua Catani (2011), chamou esse processo de acumulação
primitiva ou acumulação original. Ele figura como uma gênese do
proletariado, sob o qual incidiam as seguintes questões:
1ª
Expulsão dos camponeses e expropriação de suas terras.
2ª
Perda de suas pequenas porções de terra e equipamentos, algo
decorrente do empobrecimento e da execução de dívidas.
3ª
Crescimento populacional em algumas regiões maior que a
capacidade de, terra disponível para suportá-lo.
A desintegração social e econômica da comunidade de pequenos
produtores e o desenvolvimento da troca em base monetária
favoreceram a emergência de uma camada superior de camponeses
ricos. Essa camada multiplicava a posse da terra e a acumulação do
capital de pequeno vulto, que geralmente era aplicado no comércio e na
usura (juro de um capital ou empréstimo).
Entretanto, por “outro lado, [houve] a criação de uma camada inferior
empobrecida, forçada pelas dívidas e pela miséria a trabalhar para um
vizinho mais abastado, a vender ou a hipotecar suas terras” (CATANI,
2011, p. 41).
 Segunda etapa
Houve a separação da propriedade de seus meios
de produção, ou seja, criou-se a dependência do
trabalho assalariado para sobreviver, pois a terra, o
gado e os utensílios agrícolas ou artesanais já não
mais lhes pertenciam.
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A primeira fase do capitalismo se desenvolveu até a
eclosão da Primeira Revolução Industrial no século
XVIII. Mas foi no fim do século seguinte que se
consolidou o chamado capitalismo tardio, marcado
pelo surgimento dos oligopólios e monopólios, como
formas concentradas que unificaram o esforço
empresarial e suavizaram o caráter competitivo do
capital enquanto ele ainda se encontrava atomizado e
disperso.
No século XX, especialmente nas décadas de 1920 e 1930, o jogo
espontâneo do mercado, sem a intervenção estatal ou quaisquer outras
interferências, não parecia ser capaz de contornar uma crise que parecia
crônica, determinando baixíssimos níveis de emprego e uma falta de
trabalho generalizada, cujo ápice foi o “crack” de 1929, que parecia
indicar o fim do sistema capitalista. Apesar disso, o modo de produção
capitalista continuou sendo o dominante em várias formações
históricas e sociais.
Essa dominação contou com a intervenção do Estado nos seguintes
pontos:
Os anos que sucederam ao fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945)
deram início a um novo ciclo de desenvolvimento capitalista.
Destroçados pela guerra, vários países da Europa e da Ásia, como o
Japão, reconstruíram sua base produtiva apoiados no financiamento e
nos planos de expansão econômico-militares eminentemente dos
Estados Unidos, que disputavam com a antiga União Soviética a
hegemonia política mundial.
 Injeção de recursos financeiros na economia.
 Atuação como mecanismo estabilizador e
preventivo contra as crises no investimento privado.
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Algumas correntes de economistas nomeiam esse período como “trinta
anos gloriosos” do capitalismo, estendendo-se até os anos 1970. Tal
terminologia foi cunhada em função do forte e contínuo crescimento
econômico registrado nessa fase, principalmente nos países centrais.
Atenção!
Em particular, essa fase teve grande importância no desdobramento das
relações sociais, econômicas e políticas até os dias atuais.
Crise do capital, desigualdade
e trabalho
O mundo pós-guerra
Após a guerra, o mundo capitalista empreendeu um reordenamento das
relações entre as classes sociais e a forma de ação do Estado quanto à
regulação do mercado e da força de trabalho.
As classes dominantes dos países centrais edificaram acordos e
instituições financeiras internacionais com o objetivo de estabelecer
uma nova ordem econômica capaz de coibir ou amenizar as crises
cíclicas capitalistas. Ao mesmo tempo, a economia internacional criava
padrões balizadores, como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o
Banco Mundial.
Paralelamente, houve o avanço da organização da classe trabalhadora
em sindicatos e partidos políticos.
Esse fator propiciou mais condições de acesso às riquezas produzidas
por meio das políticas sociais universais garantidas pelo Estado, que
passou a controlar mais as trocas financeiras e as mercadorias.
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Trabalhadores se organizando em protesto.
Graças a isso, constituiu-se o chamado welfare state (ou estado de
bem-estar social), compreendido como resultado de um processo
histórico e geopolítico no qual a forma das relações entre as classes
dominantes e as dominadas não poderia mais se basear no padrão
liberal das primeiras décadas do século XX.
Agora era necessário fazer algumas concessões de “benefícios” para
seguir a dinâmica de exploração. Contudo, nos países considerados
periféricos, como os da América Latina, por exemplo, as conquistas
sociais foram mais precárias.
Ainda assim, o Estado assumiu uma postura mais ativa diante do
mercado. Notadamente desenvolvimentista, ela tinha como principal
objetivo fomentar uma base de acumulação econômica interna, mesmo
sendo muito dependente dos capitais externos.
No final dos anos 1960, esse modelo do Estado capitalista e toda a
estrutura a reboque começaram a sofrer seus primeiros abalos,
sobretudo na esfera política e cultural, com uma onda de greves e
manifestações que tinham como traço comum a crítica ao controle
capitalista da produção e à organização do trabalho sob os modelos
taylorista e fordista.
Na década de 1970, já era possível constatar uma severa crise nas
principais economias capitalistas dos países centrais.
Elencaremos a seguir alguns fatores dessa crise:
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Capitalismo e tecnologia
É importante destacar dois aspectos que marcam o capitalismo desde
os anos de 1970 e exercem influências até a atualidade como
consequências nas relações entre as classes no modelo do Estado
capitalista:
 Alta da inflação.
 Alta do preço do petróleo.
 Queda na lucratividade.
 Elevação dos juros dos EUA (o que levou à crise
fiscal em diversas economias nacionais
endividadas com o país norte-americano).
 Reestruturação capitalista da produção.
 Ofensiva das reformas sociais e econômicas
baseadas nas políticas neoliberais.
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O objetivo de ambas é reduzir direitos ao invés de ampliá-los, o que
também é chamado de contrarreforma. Fundamentais para explicar o
mundo atual, esses dois aspectos se determinam de forma recíproca, ou
seja, para que novas tecnologias e uma diferente forma de organização
sejam instituídas, uma ofensiva política que consiga debilitar entidades
sindicais e a resistência dos trabalhadores é necessária, o que tem sido
feito por intermédio das reformas neoliberais.
A partir da década de 1970 são registradas profundas inovações
tecnológicas com o advento da microeletrônica, que propiciou o
processo de automação da produção. Com os avanços da computação,
diversos softwares atualmente sãoos responsáveis pela sistematização
do trabalho, guiando e ordenando a produção.
O desenvolvimento de softwares (programas) dissociados de hardwares
(parte física) não elimina o trabalho vivo, embora acarrete duas
consequências de grande relevância:

Faz com que uma única máquina possa variar movimentos e tarefas
sem alterar sua estrutura mecânica.

Possibilita que o conhecimento se separe do corpo físico do trabalhador
e se transforme em mercadoria.
Outra área importante que foi afetada pelas inovações tecnológicas é a
de telecomunicações, pois, a partir da digitalização das redes, se tornou
possível construir a base de infraestrutura para a mundialização do
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capital, especialmente para o imenso poder concentrado nas mãos das
instituições financeiras.
Estudiosos chamaram esse processo de reestruturação produtiva, que
atingiu quase todos os setores econômicos, embora em diferentes
velocidades. Com isso, emergiu um novo modelo de acumulação; de
caráter flexível, ele contrastava com várias características do padrão
fordista.
Esse movimento era marcado pela:

Presença de inovações tecnológicas, organizacionais e financeiras.

Redefinição de mercados e modelos industriais em nível mundial.
As grandes indústrias passaram a reduzir suas organizações
administrativas e quadro de pessoal, enquanto o setor de serviços se
elevava em relação aos setores industriais e agrícolas.
Tal panorama fez com que algumas correntes passassem a refletir
sobre uma sociedade “pós-industrial” com características diferentes da
sociedade capitalista tradicional. Entretanto, as transformações
verificadas na atualidade mostram outros aspectos, os quais, na
verdade, condizem com a manutenção da estrutura hierárquica de poder
do capital sobre o trabalho.
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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Assinale a alternativa que caracteriza a vinculação entre o modo de
produção capitalista e a categoria “trabalho”.
A
Não há vinculação entre o modo de produção
capitalista e a categoria “trabalho”, já que o modo de
produção em questão diz respeito apenas a
aspectos econômicos.
B
O modo de produção capitalista tem como
pressuposto a exploração do trabalho a fim de gerar
riqueza coletivamente, porém a apropriação dessa
riqueza se dá de modo privado, excluindo quem
realmente a produziu.
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Parabéns! A alternativa B está correta.
A desigualdade social é fundada na relação de exploração entre
capital e trabalho, que é própria do modo de produção capitalista.
Questão 2
É correto afirmar que as crises pelas quais o capitalismo passa são
estruturais?
C
O modo de produção capitalista tem como
pressuposto a socialização da riqueza produzida
pelo trabalho de maneira equânime.
D
O modo de produção capitalista tem como
pressuposto a exploração do trabalho a fim de gerar
riqueza coletivamente, assim como reparti-la entre
todos os extratos sociais.
E
Não há vinculação entre o modo de produção
capitalista e a categoria “trabalho”, uma vez que o
modo de produção em questão diz respeito apenas
às estratégias de comercialização de mercadorias
produzidas.
A
Não. Trata-se de crises conjunturais, que dependem
dos acontecimentos em determinados momentos
históricos.
B
Sim. Trata-se de crises estruturais, que dependem
dos acontecimentos em determinados momentos
históricos, não guardando relação com a estrutura
do meio de produção.
C
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Parabéns! A alternativa D está correta.
A própria estrutura do modo de produção capitalista é baseada na
superexploração, que termina no colapso dessa estrutura. Com
isso, ela exige novas formas de organização para garantir sua
continuidade sem perder a essência predatória da exploração do
trabalho.
2 - Transformação nacional no mundo do
trabalho
Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car os impactos nacionais
relativos às transformações no mundo do trabalho e da classe
Não. Esse modo de produção funciona de forma
organizada e harmoniosa desde o fim do
feudalismo.
D
Sim. Elas fazem parte constitutiva desse modo de
produção, o qual, ao esgotar suas formas de
exploração, colapsa e cria outras formas de manter
seu modo de operar e reorganizar tal modo no
sentido de sua continuidade.
E
Não. As poucas crises registradas no modo de
produção capitalista são decorrentes da má
administração pública estatal.
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trabalhadora.
Capitalismo e trabalho no
Brasil
Economia capitalista e o trabalho no Brasil
Para abordar as expressões de desigualdade, exploração e
vulnerabilidade atreladas ao trabalho no Brasil, é preciso considerar a
relação direta que elas possuem com as formas de gerenciamento dele.
Desde a passagem do feudalismo para a economia colonial, passando
pelo processo da Revolução Industrial tardia, do milagre econômico e da
automação ligada aos avanços tecnológicos, não só os aspectos
econômicos são alterados a cada etapa de mudança e crise do modo de
produção capitalista, mas também as condições de trabalho e suas
garantias (ou a ausência delas).
É certo que a formação e o desenvolvimento do capitalismo ocorreram
de formas e em velocidades diferentes tanto nos países centrais quanto
nos periféricos, como é o caso do Brasil. Por isso, precisamos identificar
algumas fases importantes para compreendermos esses dois
fenômenos no país, bem como sua influência sobre o trabalho, que se
processou com características próprias desde a economia colonial até a
atualidade.
Na economia colonial (século XVI até o início do XIX), estiveram
presentes dois fatores relevantes, são eles:
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Setor exportador
Setor produtor de alimentos
A expansão das relações mercantis promovia a superação da economia
colonial para a economia capitalista, bem como do regime de trabalho
servil para o trabalho assalariado.
Dessa maneira, a economia colonial se organizou para cumprir a função
de instrumento de acumulação primitiva do capital, viabilizando
mecanismos que permitissem os seguintes pontos:
 A produção de um excedente que se transformasse
em lucros ao se comercializar a produção no
mercado internacional.
 A criação de mercados coloniais para a produção
metropolitana.
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Do ponto de vista do trabalho, para que houvesse uma produção
colonial, mercantil e comercializável, era imprescindível haver no
mercado mundial um trabalho compulsório, servil ou escravo, uma vez
que eles eram mais rentáveis que o assalariado. O tráfico negreiro, com
isso, abriu um setor do comércio colonial altamente rentável e
representou uma alavancagem significativa para a acumulação de
capitais.
Ocorrendo de forma mais enfática no Império (século XIX), esse
fenômeno desenvolveu a economia cafeeira brasileira, bem como sua
gestão de mão de obra, que era composta parcialmente pelo trabalho
escravo e posteriormente pelo assalariado de imigrantes. A estratégia
de trabalho imigrante se baseava na geração de um fluxo abundante de
homens pobres sem alternativa de subsistênciasenão a empresa
cafeeira, já que não podiam comprar sua terra nem abrir negócios
próprios.
Com isso, o trabalho dominante no país passava a ser o assalariado.
Em 1888, a escravidão foi extinta, deixando, contudo, um rastro de
desigualdade social, já que os escravizados, tornados homens livres,
objetivamente não encontravam formas de subsistir dignamente no
mercado de trabalho capitalista e assalariado existente.
Industrialização nacional
Em um momento posterior, o Brasil passou por uma fase de
industrialização retardatária que não só influenciou os aspectos
econômicos nacionais, mas também a configuração do trabalho. Com o
nascimento das economias capitalistas exportadoras, o modo de
produção capitalista tornava-se dominante na América Latina.
No entanto, esse modo era, na verdade, uma reprodução ampliada do
capital que não está assegurada endogenamente. Essa reprodução não
se deu nos países latino-americanos “por dentro” em função da
ausência de bases materiais de produção de bens de capital e de outros
meios de produção — e, entre esses países, incluía-se o Brasil.
 A apropriação pela burguesia metropolitana
(também em fase de constituição) de quase todo o
lucro gerado na colônia.
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O período entre 1888 e 1933 marca o nascimento e a consolidação do
capital industrial, propiciando o florescimento de:

Uma agricultura mercantil de alimentos e uma indústria de bens de
consumo para os trabalhadores, ambas capazes de, ao se expandirem,
reproduzir a massa de força de trabalho disponível no mercado de
trabalho.

Um núcleo de indústrias leves de bens de produção (pequenas
indústrias de aço e cimento), além da agricultura mercantil de matérias-
primas que, por conta de sua continuação e crescimento, reduziram a
necessidade de importação.
Em 1933, iniciava-se uma fase de transição relacionada a um novo
padrão com o qual a acumulação se move. Era a chamada
industrialização restringida, que se estendeu até 1955.
Basicamente, esse processo tem um caráter restrito, pois as bases
técnicas e financeiras de acumulação são insuficientes para a
implantação do núcleo fundamental da indústria de produção. O
nascimento tardio da indústria pesada no Brasil ocasionou um atraso
tecnológico difícil de ser resolvido, já que demandava um maciço
volume de investimento inicial e uma tecnologia altamente sofisticada
para nossos padrões.
Para investir no país, o capital estrangeiro industrial impele o Estado a
um tipo de ação política e econômica inteiramente solidária a um
esquema privado de acumulação com base nas seguintes ações:
 Garantir forte proteção contra importações
concorrentes.
 Impedir o fortalecimento do poder de barganha dos
trabalhadores (que poderia surgir com um
i di li i d d t )
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Não bastou ao Estado Novo (1937-1945), durante a Era Vargas, definir
claramente as políticas de defesa nacional, pois a indústria siderúrgica,
por exemplo, só foi possível graças ao aporte dos EUA e a seu
alinhamento de maneira inteiramente solidária com o padrão de
acumulação. Isso atrasou o desenvolvimento interno nos transportes e
na produção de energia, pois eles estavam subordinados à economia
mundial capitalista.
Para que a Era Vargas lograsse êxito governamental em sua aliança
com os EUA para um desenvolvimento econômico pautado na
exploração capitalista do território nacional, ele paralelamente criava
pacotes de ações nacionalistas e de regulação social via trabalho.
Exemplo
São exemplos dessas ações a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT)
e as grandes instituições assistenciais criadas durante o governo de
Getúlio Vargas.
Do desenvolvimentismo ao
regime militar
A política desenvolvimentista
O governo de Juscelino Kubistchek (1956-1961) e sua sucessão
imediata representaram o maior bloco de investimentos até então
registrados na economia brasileira. A industrialização desse período
configura um ciclo de acumulação, compreendendo seu momento de
expansão (1956-1961) e o de declínio (1962-1967).
sindicalismo independente).
 Realizar investimentos em infraestrutura,
assegurando economias externas baratas ao
capital industrial.
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A partir dos anos de 1960, a crise cíclica do capitalismo já dava seus
sinais no país. Ela estava expressa na baixa do Produto Interno Bruto
(PIB), que, em 1961, era de 7,3%. No ano seguinte, o PIB baixou para
5,4%; em 1963, para 3,1%.
A crise política a acompanhar a crise econômica de superacumulação
no início dos anos de 1960 teve um desenlace conservador, coroado
com o golpe militar de março de 1964 e a ascensão das Forças
Armadas ao poder do Estado. Além da violência e da truculência contra
a população, uma série de medidas de austeridade foi adotada, como:
Do ponto de vista do trabalho, a fixação dos salários era vista como uma
medida necessária para a estabilização econômica, o que representou
um duro golpe na classe trabalhadora, que sequer podia se manifestar
sob pena de prisão, tortura, desaparecimento e morte, mesmo
tratamento dado àqueles que questionavam politicamente o sistema
vigente. A política de estabilização resultou no aprofundamento da crise,
gerando uma onda de liquidações de empresas pequenas e médias.
O milagre econômico
Entre 1968 e 1973, ocorreu o período denominado “milagre econômico”,
que se caracterizou pela forma de desenvolvimento capitalista que
 Cortes no gasto público
 Aumento de carga tributária
 Contenção do crédito
 Arrocho salarial
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beneficiava o capital monopolista e que excluía as massas populares da
esfera dos direitos políticos e econômicos. O investimento na indústria
automobilística, com isso, ganhava destaque.
Havia uma enorme concentração de renda decorrente
da lógica da organização da produção posta em
andamento. A miséria produzida por tal “milagre”
constituía a face da contradição dessa exploração e
desigualdade.
Já na década de 1980, houve a adoção de uma política de cunho
nitidamente ortodoxo e recessivo. A partir de 1984, basicamente em
função da demanda externa, a economia brasileira começava a
experimentar os primeiros sinais de recuperação, inscrevendo-a em um
padrão internacional de crescimento no qual a internacionalização
produtiva e a financeira são dois aspectos do mesmo processo, ao
passo que a dívida externa seguia sem perspectiva de liquidação.
A derrocada do regime militar, os sucessivos planos econômicos sem
êxito para a recuperação do crescimento econômico e a diminuição da
inflação marcaram os anos 1980. Essa década, porém, também foi
marcada pelo nascimento de outras formas de organização política dos
trabalhadores e pelo fortalecimento de um movimento sindical crítico à
estrutura oficial do Estado.
Luiz Inácio Lula da Silva discursando em uma greve de metalúrgicos de 1979.
Em 1988, a Constituição Federal, por fim, garantia um importante
conjunto de direitos aos trabalhadores e preservava o monopólio estatal
em setores-chave da economia.
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Neoliberalismo no Brasil
Em 1989, o governo de Fernando Collor (1989-1992) deu início a um
amplo programa de reformas do Estado e da economia, afetando,
assim, diretamente o trabalho. Esse programa foi intensificado por
Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) e mantido em sua essência
pelos governos de Luís Inácio Lula da Silva (2003-2010)e Dilma
Roussef (2011-2016) até o impeachment de 2016, ano em que assumia
Michel Temer (2016-2018).
O neoliberalismo parecia criar um projeto hegemônico capaz de
rearticular o bloco no poder, que, por sua vez, buscava alternativas para
a crise do Estado desenvolvimentista apesar das diferenças existentes
entre os partidos e as ideologias políticas — ao menos daqueles que, de
fato, assumiram o governo federal — que os norteavam.
As políticas neoliberais baseiam-se em três ordens principais:
Impeachment
Embora o processo de impeachment tenha ocorrido dentro dos parâmetros
da Constituição e sob total supervisão do Supremo Tribunal Federal (STF),
não é raro encontrar como referência a esse evento a expressão “golpe de
2016”. À época, até mesmo cursos de pós-graduação lato sensu
(especialização) foram oferecidos sob esse título em instituições públicas e
privadas.
 Abertura comercial e financeira.
 Privatizações.
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Dessa forma, nos governos Collor e FHC, as classes dominantes foram
contempladas com a redução dos custos da força de trabalho causada
pela desregulamentação jurídica e econômica em detrimento da classe
trabalhadora, que experimentou o aumento do desemprego e a inibição
do crescimento econômico apontada no PIB. A desigualdade social
permaneceu praticamente inalterada, enquanto a informalidade do
emprego atingia altos índices: quase metade da força de trabalho ativa
no país.
Comentário
Essa tendência só passou a mostrar alguma alteração a partir de 2001,
em função do aumento expressivo das exportações de produtos
primários ou semimanufaturados de baixa tecnologia.
A chamada Era PT teve início nesse contexto de insatisfação popular
com as consequências econômicas de tais políticas. Ao longo dos
mandatos de Lula e Dilma, não houve uma mudança estrutural das
políticas macroeconômicas do país, já que os fundamentos das
medidas da década anterior para a contenção da inflação e a
estabilização da economia se mantiveram inalterados.
Sem modificar a base econômica por conta dos compromissos com o
capital financeiro, restou ao governo ampliar políticas sociais
compensatórias, ainda na esteira da lógica liberal de “focalização” de
recursos, em detrimento da prestação universal desses serviços. O
programa mais emblemático desse período foi o Bolsa Família.
 Planos de estabilização baseados em juros altos e
calcados em regulações jurídico-econômicas.
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A liberação de mais recursos para o crédito consignado, o Programa de
Aceleração do Crescimento (PAC) e os aumentos reais do salário-
mínimo possibilitaram uma saída menos conturbada da crise
internacional que se abateu a partir de 2008 e expressaram uma
melhora de índices sociais e econômicos. Houve inclusive mais geração
de empregos e elevação do padrão de renda de pessoas cuja renda
familiar variava de 2 a 8 salários mínimos.
Do ponto de vista de trabalho, embora tenham sido registrados avanços
no aumento de empregos, a imensa precariedade ainda era uma
realidade para grande parte da força de trabalho brasileira. Ela era, afinal,
pressionada pelas consequências da flexibilização (terceirização,
subcontratação ou contratos temporários), do trabalho informal ou do
subemprego.
A precariedade realmente figura como a face contraditória da
modernização do capitalismo brasileiro.
Políticas sociais
compensatórias
Confira, neste vídeo, uma apresentação sobre as políticas sociais
compensatórias no contexto do neoliberalismo no Brasil.
Trabalho no Brasil
Panorama do trabalho no Brasil
A partir do impeachment de 2016, no qual Dilma Roussef foi deposta e
seu vice-presidente, Michel Temer, assumiu o governo federal, até a
posterior eleição do presidente Jair Bolsonaro (2019-2022), é possível

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observar uma contínua degradação de direitos e garantias relativas ao
trabalho, com ênfase na precarização, no desemprego e na
desocupação.
Saiba mais
Para uma análise mais profunda sobre esses direitos e garantias, vale
conferir o teor da Lei nº 13.467, de 13 de julho 2017, que altera a CLT.
Botão (2020) destaca quão interessante é notar a inconsistência
neoliberal, que apregoa que o mercado é autorregulável, porém, ao
menor sinal de crise e prejuízo econômico para as elites, buscam-se
soluções por meio de pactos econômicos e políticos com intervenção
estatal.
Além das refrações da crise sobre a sociedade no que tange ao trabalho,
merecem destaque as análises sobre as grandes transformações na
natureza e na organização das relações de trabalho, já que elas foram
profundamente afetadas pelo uso de novas tecnologias, especialmente
da informação e da comunicação, com um aumento da automação, da
inteligência artificial e da regulação do trabalho por aplicativos e
plataformas.
Atrelado aos marcos legais da Reforma Trabalhista e da Previdenciária,
esse cenário fragiliza ainda mais a relação de trabalho formal no Brasil.
Exemplo disso são os contratos por plataformas nos quais se pretende
descaracterizar a relação de assalariamento, tratando os trabalhadores
como parceiros ou colaboradores e os empregadores por “plataformas”.
Essa relação escamoteia:
 A ausência de férias remuneradas.
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Ainda assim, parece existir um ideário implícito de que esse trabalhador
precarizado e desprotegido do ponto de vista legal e previdenciário seja,
na verdade, um “empreendedor”, um “patrão de si mesmo”, tendo
liberdade para definir seu local e sua jornada de trabalho. Ao
estabelecermos um olhar mais crítico sobre a atual forma de sobreviver
do trabalho, percebemos que se trata de um discurso falacioso, que
mistifica a exploração e, por consequência, seus desdobramentos
expressos na desigualdade e na vulnerabilidade.
Somando-se à crise dessa fase atual do capitalismo e às suas
expressões sobre a classe trabalhadora, o amplo e multiforme processo
de precarização do trabalho, frisa Antunes (2020), vem acarretando uma
mobilização por descontentamentos. Se, por um lado, há dificuldades,
por outro apresentam-se novas formas de representação em busca de
uma resposta para o processo de diminuição/eliminação dos direitos
sociais do trabalho.
Nesse sentido, destaca-se o papel dos sindicatos e dos movimentos
sociais, que precisarão cada vez mais realinhar suas estratégias para
compreender melhor uma classe trabalhadora e multiforme que
apresenta demandas bastante diferentes das tradicionalmente
colocadas.
 As jornadas de trabalho extenuantes.
 A falta de amparo previdenciário, como
aposentadoria por tempo de serviço, por invalidez,
licença-maternidade e auxílio-doença etc.
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Como a precarização não é algo estático, e sim um processo que, em
determinados momentos, se amplia ou se reduz, a capacidade de
resistência e de organização — o que os autores chamam de “novo
proletariado digital” — será um elemento decisivo para a recomposição
de formas protetivas ao trabalho.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
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Por qual razão é importante conhecer as fases de evolução da
economia nacional?
Parabéns! A alternativa A está correta.
Pensar criticamente, conhecero passado e refletir acerca de
alternativas para o presente e o futuro são questões urgentes para a
categoria profissional dentro de nossas atribuições profissionais
específicas.
Questão 2
Quanto ao cenário contemporâneo, aponte a alternativa que
caracteriza as relações de trabalho considerando a atual fase do
A
Para analisar de maneira crítica como os
acontecimentos mais antigos influenciam a
atualidade não só sob o ponto de vista meramente
econômico, mas também a partir de seus impactos
sobre a questão social e a cultural.
B
Na verdade, não é importante conhecer todas as
fases de evolução da economia nacional, e sim
apenas as mais recentes, que expressam a
conjuntura atual sob a qual vivemos mais
imediatamente.
C
Para identificar possibilidades de aplicações
financeiras e ganhos rentáveis.
D
Para debater a tomada de decisões na elaboração
de políticas de ajustes fiscais.
E
Não há vinculação entre o serviço social e a análise
dos aspectos evolutivos da economia nacional, pois
não existe rebatimento em nossas demandas de
trabalho.
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modo de produção capitalista.
Parabéns! A alternativa C está correta.
Uma das tendências da atual fase do capitalismo, no que tange ao
trabalho, são os contratos intermitentes e desprotegidos e o
trabalho “uberizado”, isto é, aquele realizado por meio das
plataformas digitais sem a caracterização de
empregador/trabalhador.
A
Investimento em postos de trabalho com garantias
trabalhistas (carteira assinada).
B
Investimento em postos de trabalho ligados ao
funcionalismo público via concursos.
C
Degradação dos direitos sociais oriundos do
trabalho, fragilização dos vínculos formais de
trabalho e aumento das taxas de desemprego,
desocupação e informalidade.
D
Estímulo ao emprego em indústrias e centros de
produção de insumos agrícolas.
E Investimento em políticas de trabalho e renda.
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3 - Questão social e especi�cidades regionais
Ao �nal deste módulo, você será capaz de analisar as expressões da questão
social na atualidade e os aspectos de regionalidade.
A questão social
Considerações sobre “questão social”
Evolução tecnológica e
desigualdade social
Veja, por meio de exemplos, como a evolução tecnológica pode subsistir
e até mesmo ampliar a desigualdade social.
Há uma tendência de remeter, no senso comum, a terminologia “questão
social” a toda e qualquer situação de falta de acesso aos mínimos

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aspectos sociais necessários para a sobrevivência. Contudo, a atuação
profissional em serviço social exige um olhar mais apurado para a
chamada questão social.
No âmbito do serviço social, o conceito de questão social apresenta-se
no terreno histórico das desigualdades constitutivas das relações
sociais na sociedade brasileira, que são reproduzidas de forma
ampliada, com suporte do Estado, por intermédio dos recursos das
políticas públicas, destaca Iamamoto (2017). Muito embora a discussão
e a análise dessa questão não sejam uma prerrogativa única de tal
profissão, os assistentes sociais, por seu caráter interventivo, são
chamados a refletir, pesquisar e atuar sobre as manifestações da
questão social, a qual, por sua vez, figura como objeto de intervenção
profissional por meio das políticas sociais.
Mas por qual razão nos referimos à questão
social, e não às questões sociais, no plural?
Sob uma perspectiva alinhada com o projeto ético, político e profissional
do serviço social e com a teoria social crítica, a questão social é
enxergada como uma expressão das contradições inerentes ao
capitalismo — em especial, da contradição entre o capital e o trabalho.
Desenvolve-se, assim, o processo de construção de desigualdades. A
questão social tem sua origem no modo de produção capitalista, sendo
característica desse modo de produção.
Dessa forma, não é correto afirmar a existência de
questões sociais, e sim de múltiplas expressões da
questão social, que se expressam em tantas formas de
desigualdade.
Como exemplo dessas múltiplas expressões, podemos citar o acesso à
saúde, à educação, à habitação, ao trabalho e à renda ou questões
étnico-raciais, de gênero e de orientação sexual.
As expressões da questão social apresentam-se na desigualdade e na
vulnerabilidade, vejamos um exemplo:
Exemplo
Ao compararmos a evolução mundial em termos de tecnologia, serviços
e bens de consumo, podemos registrar avanços como nunca antes
notados. Também registramos, no entanto, uma distância cada vez
maior entre aqueles que possuem recursos financeiros para acessar o
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que é produzido e quem não tem sequer acesso aos mínimos sociais
para uma vida digna.
O trabalho do serviço social se apresenta, assim, para lidar com as
expressões de tais desigualdades e vulnerabilidades sociais.
Usualmente, isso se dá na formulação e na implementação de políticas
públicas.
Para um exercício profissional crítico e comprometido, cabe aos
assistentes sociais compreender que, em seus espaços socio-
ocupacionais, suas demandas cotidianas não são fenômenos sociais ou
questões individuais, e sim expressões de uma questão social inerente à
contradição e à desigualdade do modo de produção capitalista. Pode
parecer uma diferença sutil, mas a devida compreensão da questão
social, de suas expressões e da vinculação com o modo de produção
norteia a categoria profissional a não estabelecer uma prática
moralizadora, disciplinadora ou julgadora de costumes que vislumbre o
usuário do serviço social como um sujeito disfuncional cuja
problemática apresentada tenha um caráter individual.
Por essas razões, é tão necessário e urgente a
categoria imprimir historicidade ao conceito
de questão social.
Para isso, ela deve observar seus nexos causais relacionados ao
capitalismo sem perder de vista a necessidade permanente de
pesquisar a realidade brasileira a fim de conhecer cada vez mais as
expressões atuais da questão social que se abatem sobre nossa
população.
Regionalidade e questão
social
Desigualdade e regionalidade
No cenário da crise contemporânea, a questão social, na era do capital
financeiro, indica suas repercussões no universo do trabalho no Brasil e
no mundo. A globalização e os mercados livres, segundo Eric
Hobsbawm (2007), acentuaram as desigualdades econômicas e sociais
entre as nações e mesmo dentro de um mesmo país.
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Tanto a desigualdade quanto a instabilidade econômica estão na base
das importantes tensões sociais e políticas do século XXI. Em 2010, o
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) realizou
uma pesquisa nos países latino-americanos para levantar dados
referentes à distribuição de renda na América Latina.
O estudo do PNUD (2010) apontou que, dos 15 países com maior
desigualdade, 10 faziam parte da América Latina e do Caribe. Dessa
lista, o Brasil e o Equador tinham o terceiro pior índice de Gini: 0,56. Para
compreender melhor o que isso significa, basta saber que, pelo
balizador desse índice, quanto mais próximo de 1, maior é a
desigualdade no país.
A posição do Brasil e do Equador só foi superada por Bolívia,
Madagascar e Camarões (com marcador de Gini de 0,60), seguidos de
África do Sul, Haiti e Tailândia (cujos índices de Gini foram de 0,59). Na
outra ponta, os países da América Latina com os melhores índices
(inferiores a 0,49)eram Costa Rica, Argentina, Venezuela e Uruguai.
Na comparação desses dados com uma pesquisa apurada pelo 10º
Censo Agropecuário de 2006 (Iamamoto, 2013), conclui-se que o grau
de concentração de propriedade de terra no Brasil está praticamente
inalterado desde 1985. A desigualdade é indissociável do processo de
“modernização produtiva” e da inserção do país no competitivo mercado
mundial de commodities agrícolas, atualizando sua condição histórica
de economia agroexportadora.
Gini
Instrumento usado para medir o grau de concentração de renda de uma
população.
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Movimento Sem Terra (MST) em manifestação contra a concentração de terra no Brasil.
Ao mesmo tempo, é possível constatar uma intensa internacionalização
do território brasileiro mediante a compra de terras por parte dos
grandes conglomerados financeiros mundiais sem controle público,
tendo em vista a produção de produtos agropecuários para exportação
e a disputa pela água e pelos recursos minerais, bem como pela
biodiversidade brasileira.
Recomendadas pelos países centrais aos periféricos desde a década de
1990, as medidas anticrise servem, na verdade, para promover a
recuperação das taxas de lucro ao mesmo tempo que acentuam a
desigualdade. As políticas anticrise de cunho liberal constituem, em
suma, estratégias de um projeto de classe que se destina a restaurar e
consolidar o poder do capital, privatizando lucros e socializando custos.
Com isso, cresce o abismo social entre ricos e pobres, ampliando a
questão social, cujas expressões são retratadas no cotidiano das
classes subalternas. Essa é uma situação crônica e inerente à condição
do capitalismo periférico e dependente dos centros mundiais, o que
muito se explica por nossa herança histórica.
O Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea) publicou em 2012
um estudo analisando a desigualdade, a pobreza e as políticas de renda
no Brasil no período compreendido entre 2001 e 2011. Embora a
desigualdade brasileira, segundo o Ipea, estivesse entre as 12 mais altas
do mundo, ela se encontrava em queda naquela fase.
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Alusão à desigualdade social.
O referido órgão registrou a existência de um ciclo virtuoso de
crescimento da economia brasileira desde 2003 com base na renda
familiar, que apresentava uma taxa acumulada de 40,7% de crescimento
até 2011. Tal cenário denota que, nesse período, aquilo que o Ipea
chama de “novo ciclo do desenvolvimentismo” no país se apoia na
expansão do mercado interno e no consumo de bens em massa.
Desse modo, o “novo desenvolvimentismo” foi uma estratégia do
período que articulava:
 Crescimento econômico.
 Reafirmação da soberania nacional (Brasil colocado
na posição de credor perante o mercado mundial).
 Reforço da presença do Estado nos bancos
públicos, na ampliação do funcionalismo público e
PAC
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Com tais características somadas à adoção de outras medidas
relacionadas ao trabalho, à previdência, ao Programa Bolsa Família e ao
Benefício de Prestação Continuada (BPC), ocorreu uma inédita redução
da desigualdade de renda.
Políticas assistenciais
Políticas assistenciais e previdenciárias
O investimento de recursos públicos nos programas de transferência de
renda, como o BPC e o Bolsa Família, custava “mais barato” que o
investimento em previdência social, por exemplo. Isso significa que
programas de transferência de renda (em especial, o Bolsa Família)
representavam o caminho mais curto para a erradicação da miséria.
Voltada para a relação entre custo e benefício para os cofres públicos,
essa lógica de erradicação nos leva a perceber:
no PAC.
 O desmonte dos benefícios previdenciários em
favor da assistência social.
 O reforço na assistencialização da pobreza.
 O rebaixamento das condições de vida dos
segmentos beneficiados.
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As diferenças de rendimentos transferidos para os cidadãos por
intermédio de políticas ou programas sociais são um exemplo disso.
Enquanto o Benefício Assistencial à Pessoa com Deficiência e os
benefícios previdenciários são pautados pelo salário mínimo, o do Bolsa
Família era baseado em valores fechados. Em 2021, antes de sua
extinção, o benefício básico era de R$89,00 mensais.
Na raiz da questão social, encontram-se políticas governamentais que
favorecem o grande capital produtivo de instituições, mercados
financeiros e empresas multinacionais. Tais grupos atuam como forças
que “capturam” o Estado, as empresas nacionais e o conjunto de
classes e grupos sociais, que acabam por assumir os ônus das
chamadas exigências de mercado.
Esse processo influencia a questão social, radicalizando suas múltiplas
manifestações. Dessa forma, o capital financeiro:
As múltiplas manifestações da questão social sob a órbita do capital
tornam-se objeto de ações filantrópicas, dissociando-se da esfera das
políticas públicas de caráter universal. A mundialização do capital
acaba, assim, por afetar profundamente tanto a questão social quanto
as políticas públicas, já que desloca suas diretrizes para a focalização, a
privatização, a descentralização, o desfinanciamento e a regressão dos
direitos ligados ao trabalho em uma ampla perspectiva de privatização
da política social pública.
 Impõe sua lógica incessante de crescimento
baseada na exploração.
 Aprofunda desigualdades de toda natureza.
 Torna invisível o trabalho vivo, aquele que cria a
riqueza, bem como inviabiliza os sujeitos que o
realizam.
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A efetivação dessas políticas vem sendo transferida aos organismos
privados da sociedade civil (o chamado “terceiro setor”). As conquistas
sociais acumuladas têm sido transformadas na causa de “gastos
sociais excedentes”, segundo a interpretação neoliberal, cujo ideário
pretende convencer que o “bem-estar social” pertence ao foro privado
dos indivíduos, das famílias e das comunidades.
A intervenção do Estado no atendimento às necessidades sociais é
pouco recomendada, sendo transferida ao mercado e à filantropia como
alternativas aos direitos sociais. Essa tendência, que vem se
acentuando até os dias atuais, foi agravada pelo trabalho desprotegido
na chamada era digital e pela pandemia da covid-19, com mais
dificuldades impostas ao acesso ao trabalho, à saúde e aos quesitos
básicos à sobrevivência.
Paralelamente, podemos registrar ainda o fim do Bolsa Família para dar
lugar a um programa mais focal e provisório chamado de Auxílio Brasil.
Isso sem contar com o fim do auxílio emergencial, disponibilizado para a
população com diversas fragilidades e críticas durante a fase inicial da
pandemia.
Auxílio Brasil
Em novembro de 2021, o Senado aprovou o Auxílio Brasil, programa social
que substitui o Bolsa Família. De acordo com o Ministério da Cidadania, o
valor médio seria de R$217,00 por família.
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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Indique a alternativa que trata corretamente o entendimento de
questão social.
A
Expressão da desigualdade causada pela
exploração, condição sem a qual o modo de
produção capitalista não se sustentaria.
B
Mazelas sociais que não podem ser consideradas
como problemas estruturais docapitalismo.
Problemática apresentada pelos sujeitos sociais e
por eles ocasionada, tendo, assim, sua resolução
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Parabéns! A alternativa A está correta.
A questão social ou as expressões da questão social sobre a
sociedade estão ligadas à desigualdade e à vulnerabilidade,
questões inerentes ao capitalismo, o qual, para o funcionamento de
sua estrutura, pressupõe a exploração e a não socialização das
riquezas produzidas.
Questão 2
Por que é importante a realização de pesquisas socioeconômicas
com a população?
C voltada para uma mudança de comportamento
individual.
D
Entende-se por questão social o equivalente a
pobreza, sem qualquer vinculação ao modo de
produção vigente numa estrutura social.
E
Objeto de atuação de grupos voluntários na prática
de ações solidárias.
A
Para identificar a capacidade de compra e
movimentação da economia nacional.
B
Para identificar a capacidade produtiva da
população economicamente ativa.
C
Para ter um panorama factível das necessidades
sociais da população, que, medidas por meio de
pesquisas e censos, dão um melhor direcionamento
para as estratégias de enfrentamento às expressões
da questão social.
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Parabéns! A alternativa C está correta.
Sem o mapeamento quantitativo e qualitativo das questões
econômicas e sociais da população, torna-se uma tarefa muito
difícil acertar as estratégias de enfrentamento da questão social e
atuação sobre ela.
4 - Per�l do pro�ssional de serviço social
Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car os elementos
importantes na condição do assistente social como parte da classe
trabalhadora e como pro�ssional.
Serviço social e capitalismo
contemporâneo
D Para ter um panorama quantitativo dos marcadores
econômicos da população.
E
Para ter um panorama que balize a concessão de
crédito financeiro à população por meio do sistema
bancário.
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Um olhar menos atento sobre os desdobramentos históricos e sociais
pode considerar um exagero examinar tais fatos. No entanto, para
compreender a atualidade de maneira crítica, é imprescindível entender
como se chegou até aqui. Para isso, logicamente é preciso levar em
consideração o enfoque sobre o serviço social.
A conjuntura a compreender desde os anos 1970 até os dias de hoje
expressa modificações importantes para o conjunto da sociedade.
Trata-se de um denso cenário de transformações no qual se processam
as expressões da questão social e, em consequência disso, situam-se
os grandes desafios para a atuação profissional.
Além de ter como objetivo a retomada das taxas de lucro, o cenário
instaurado no mundo a partir da década de 1970 também fragiliza a
organização da classe trabalhadora e, ao mesmo tempo, acirra o
controle sobre ela. Por essas razões, tal momento propicia a
radicalização da questão social, tendo em vista que suas expressões
são elevadas a outro patamar que exigirá o realinhamento das
estratégias de enfrentamento.
A questão social eclode de maneira latente com o processo de
industrialização, estando ancorada, a partir da consolidação do modo de
produção capitalista, nas relações contraditórias entre capital e trabalho
no bojo do processo produtivo. Portanto, o surgimento dessa questão se
dá com a formação da classe trabalhadora e sua inserção no cenário
político.
É justamente nesse cenário denso e marcado por
conflitos que o conjunto de problemáticas denominado
questão social surge e se desenvolve. Tal conjunto
assume conotações diversificadas durante toda a
trajetória do capitalismo.
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Nesse sentido, identificam-se novos arranjos no sistema capitalista, já
que, agora sob o comando do capital financeiro, ele necessita de
alternativas eficazes para o controle dos mercados e da produção. Esse
processo envolve as relações sociais em geral, pois as mudanças
radicais ocorridas revelam um novo tempo para o capital.
Inaugura-se a era da acumulação flexível, cujas estratégias passam a
exigir a intensificação do trabalho. Isso também implica modificações
nas suas formas de gestão e em suas relações.
No Brasil, a reestruturação produtiva é demarcada por:
No caso brasileiro, a reprodução das expressões da questão social se
encontra ampliada devido a seu lugar de país periférico no capitalismo
mundial, o que faz com que as desigualdades próprias da nossa
formação social e histórica recaiam nas atuais expressões da questão
social inseridas na dinâmica própria dos processos contemporâneos.
Para Iamamoto (2017), um exemplo disso é o aumento da exploração de
mão de obra e a ampliação desmedida da pobreza. A modernidade das
forças produtivas de trabalho social, afinal, contrasta com os padrões
atrasados nas relações de trabalho, ocasionando a radicalização da
questão social, que se abate sobre a população.
Essa radicalização também produz particularidades relacionadas aos
seguintes aspectos:
 Redução do trabalho.
 Desemprego.
 Transformação dos trabalhadores em autônomos
sem carteira assinada e garantias protetivas
oriundas do trabalho.
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Tal quadro é resultante do cumprimento de medidas recomendadas por
organismos financeiros internacionais que impõem, especialmente aos
países periféricos, a implementação de políticas de ajuste estrutural.
Desse modo, as políticas sociais são submetidas aos ditames da
política macroeconômica com forte teor privatista, impelindo uma
tendência forte de corte dos gastos sociais, uma retração dos serviços
públicos, um enxugamento da estrutura estatal e uma seletividade na
oferta de programas direcionados aos pobres e aos necessitados, o que
vai contra a perspectiva de direitos universais.
Comentário
É nessa conjuntura que a profissão do serviço social se coloca como
alternativa para mediatizar os conflitos e atender às mais variadas
expressões da questão social. Ela constitui-se como trabalho
especializado na sociedade a partir da inserção das políticas sociais
públicas na divisão social e técnica do trabalho.
O Estado aparece, nesse caso, como principal agente de intervenção,
lançando mecanismos que permitem a manutenção do controle sobre
as mazelas sociais. Para isso, ele pode atuar na formulação e na
 Recorte de gênero.
 Localização geográfica urbana e rural.
 Queda de níveis de educação.
 Disparidade entre o rendimento das famílias mais
pobres e o rendimento crescente das famílias mais
ricas.
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implementação de políticas sociais que sirvam como formas de
controle para as atuais manifestações da questão social.
Desse modo, o Estado procura responder às condições de
superexploração da força de trabalho pela via da constituição das
políticas sociais públicas. Para tanto, ele recruta novos agentes
profissionais para atuar tanto na formulação quanto na implementação
de tais políticas.
Diante do exposto até aqui, pudemos verificar que o
trabalho de assistentes sociais se relaciona
diretamente com a conjuntura histórica do capitalismo
e as relações sociais contraditórias que as permeiam.
Por um lado, assistentes sociais têm sua atuação caracterizada pelo
conflito demarcado pelas demandas oriundas da classe trabalhadora da
qual também fazem parte. Por outro,são contratados pelo Estado,
podendo ser compreendidos como um “comitê executivo da burguesia”,
pontua José Paulo Netto (2009), devido a sua característica de
alinhamento com os ditames do modo de produção capitalista e as
classes dominantes, fator que constitui um terreno de desafios
contemporâneos para a profissão.
Desa�os à pro�ssão
Desa�os à pro�ssão no contexto atual
O desenvolvimento do capitalismo e as intensas modificações ocorridas
na contemporaneidade, inclusive a descentralização das políticas
sociais, redimensionam o perfil de assistentes sociais, cedendo lugar a
novas possibilidades de atuação. A categoria é chamada a atuar na
formulação e na avaliação de políticas públicas, bem como em sua
gestão e monitoramento, e não só na execução terminal dessas
políticas para a população usuária.
Esse movimento expande o mercado de trabalho para os assistentes
sociais. Embora a categoria não deixe de ser executora das políticas
sociais, ela vem atuando em estruturas organizacionais mais
complexas.
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Com a expansão do mercado de trabalho, espaços ocupacionais são
ampliados. Ao mesmo tempo, o mercado exige determinadas formas de
atuação, buscando impulsionar a capacidade crítica, criativa e
propositiva de assistentes sociais na perspectiva de seu
comprometimento com a transformação da realidade.
O Estado, pela via das políticas sociais, tem necessitado de espaços
socio-ocupacionais e de profissionais para administrar as refrações da
questão social por intermédio de políticas sociais com um possível
caráter universalista ou focalista. O significado da profissão, entendido
sob as condições históricas e sociais que a atravessam, permite a
demarcação de possibilidades para a apreensão das peculiaridades que
dão forma a seu projeto profissional.
Orientado pela cultura crítica, tal projeto requer
profissionais comprometidos ética e politicamente.
Eles precisam estar munidos de competências teóricas
e metodológicas para atuar nas demandas sociais,
decifrando as particularidades do seu trabalho em
conexão com os processos macros da sociedade
burguesa.
A condição de trabalhador assalariado impõe aos assistentes sociais
obstáculos para a realização plena do seu processo de trabalho, pois ele
não dispõe de total autonomia para realizar seu trabalho, estando à
mercê das condições e dos meios de trabalho ofertados por seus
empregadores. Tal fato recai sobre a sua ação profissional, definindo
quais serão as demandas a serem atendidas e as expressões ou os
recortes da questão social que devem ser trabalhadas, fator que
restringe suas funções e atribuições dentro da instituição, seja ela
pública ou privada.
No trabalho realizado com os segmentos subalternizados da população,
encontram-se as bases para a constituição de particularidades do seu
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exercício profissional no atendimento às demandas apresentadas por
essa parcela da sociedade. A atuação de assistentes sociais, assim,
denota o caráter histórico e político dessa profissão, que está situada
na reprodução das relações sociais capitalistas em seu processo de
acumulação.
Comentário
As mudanças na natureza das políticas sociais repercutem diretamente
no trabalho dos assistentes sociais, já que elas determinam as
condições em que se dá o trabalho profissional. Nesse contexto social,
em que existe uma forte tendência para a precarização e a focalização
das políticas, as orientações institucionais costumam se estruturar em
ações que ferem o caráter universalista de tais políticas.
Como consequência da retração do Estado e do corte nos gastos
sociais, ocorre a ampliação da seletividade das políticas, inviabilizando
a consolidação dos direitos conquistados na Constituição de 1988.
Paralelamente, a profissão conta com a orientação do projeto ético-
político profissional e seus ideais emancipadores, oferecendo apoio a
fim de buscar as mediações necessárias para atender às demandas de
trabalho com competência crítica e propondo análises que se pautam
na defesa da liberdade e da justiça social.
Constituição de 1988:
avanços e retrocessos
Neste vídeo, você conhecerá os avanços e os retrocessos da
Constituição de 1988 no contexto dos direitos e deveres do cidadão.
A questão social é indissociável da sociabilidade capitalista. Sua gênese
está ancorada na contradição entre o trabalho socializado e a
apropriação privada.

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Estruturada nesse pilar, a questão social expressa as desigualdades
típicas do capitalismo e se vê permeada por um processo denso de
conformismos e rebeldias, fincando seu pé em um terreno marcado por
conflitos no período de expansão do capital financeiro. Isso reafirma
que a contemporaneidade, considerando seus aspectos contraditórios,
coloca certos desafios consistentes ao serviço social, tendo em vista
sua vinculação com a questão social, bem como implicações que
decorrem do fato de o assistente social ser um trabalhador assalariado
(o que justifica a relativa autonomia da profissão).
Atenção!
Atender às demandas do trabalho e ser contratado pelo Estado ou por
organismos privados significa, portanto, ser desafiado a todo tempo por
um conflito inconciliável dentro de um sistema cuja base está atrelada à
contradição elementar entre capital e trabalho.
Embora essa contradição constitua um terreno árido, isso não significa
que a área seja um campo impossível de atuação. É preciso ter em vista
que tais dificuldades se colocam não só como crise, mas também como
oportunidade de resistência e de reafirmação profissional. Elas
resgatam a nossa capacidade crítica e propositiva de enfrentar
estrategicamente as reconfigurações da questão social a cada fase do
modo de produção vigente.
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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Qual das alternativas abaixo indica a relação entre a exploração
desmedida do capital sobre o trabalho e o papel do Estado?
A
O capital designa membros para a administração
pública estatal a fim de facilitar a adoção de
medidas legais que a favoreçam.
B
O Estado não atua coadunado com o capital em
relação ao trabalho, não havendo, portanto, uma
relação estabelecida.
C
O Estado empreende ações para dar sustentação ao
modo de produção capitalista, mas somente no que
tange a determinações dos juros e dos bancos
nacionais.
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Parabéns! A alternativa D está correta.
Como cita o conceituado autor José Paulo Netto (2009), o Estado
funciona como um “comitê executivo do capital”, isto é, dá
materialidade às estratégias do capital para a exploração do
trabalho.
Questão 2
É correto afirmar que a categoria profissional passa por desafios
em sua atuação no cenário atual? Por quê?
D
O Estado funciona como braço do capital na adoção
de medidas que favoreçam esse modo de produção
e as classes dominantes, criando, em diversos
momentos, mecanismos de suporte para a
superexploração do trabalho, bem como sua
desproteção.
E
Em seu movimento de exploração do trabalho, o
capital conta com o Estado meramente para
regulações legais, como é o caso, por exemplo, da
CLT.
A
Não. O cenário atual tem se mostrado favorável às
políticas públicas e aos programas sociais.
B
Não. A atuação profissional vem atravessando uma
longa fase de ausência de alterações e conflitossociais.
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Parabéns! A alternativa C está correta.
Todo o conjunto da classe trabalhadora está sofrendo os impactos
das novas formas de gestão do trabalho e das relações de trabalho,
que estão cada vez mais fragilizadas e desprotegidas de garantias
legais. Além disso, a focalização das políticas públicas também
tem figurado como um grande desafio no cotidiano do exercício
profissional.
Considerações �nais
Ao longo de nosso percurso neste texto, analisamos as particularidades
sociais e históricas que vinculam a questão social, a profissão do
serviço social e as novas configurações adotadas no chamado “mundo
do trabalho”. Evidenciamos, assim, que tais categorias guardam entre si
uma inter-relação que permite a percepção de que as expressões da
questão social não são fenômenos espontâneos e muito menos
vinculados a problemáticas individuais apresentadas pelos sujeitos
sociais.
C
Sim. Além de sua condição de trabalhadores,
assistentes sociais também são chamados para
atuar em um cenário de degradação das políticas
públicas e dos direitos sociais oriundos do trabalho,
lidando ainda com a escassez de recursos materiais
e sua autonomia relativa.
D
Sim. Isso se dá em função do baixo número de
vagas para atuação em serviço social.
E
Sim. Existe uma necessidade atual do treinamento e
do desenvolvimento de competências que não são
contempladas na fase formativa profissional.
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Do mesmo modo, caracterizamos o desdobramento social e histórico
das diferentes fases do modo de produção capitalista, destacando, a
cada fase, as alterações nos aspectos econômicos, políticos e culturais,
assim como na própria forma de gestão do trabalho. É nesse terreno —
sob o olhar crítico da profissão e embasados pela construção de cerca
de 80 anos de evoluções que se espelham em nossos arcabouços
teórico-metodológicos, ético-políticos e técnico-operativos — que
afiamos as nossas “armas” para o enfrentamento das expressões da
questão social e para a elaboração de estratégias de atuação nos mais
diversos espaços socio-ocupacionais.
Verificamos, por fim, que tal atitude é uma tarefa árdua para a categoria,
que também integra a classe trabalhadora e que, como ela, sofre os
impactos do “mundo do trabalho”. Essa, contudo, não é uma tarefa
impossível. Os avanços registrados na condução da profissão e obtidos
gradativamente desde a inserção dela na divisão social e técnica do
trabalho são uma prova disso.
Podcast
Neste podcast, abordaremos como temática o assistente social e o
mundo do trabalho.

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Disponibilizados na página da TV Boitempo no YouTube, três vídeos
podem ajudar você a aprofundar a temática apresentada neste
conteúdo:
Ricardo Antunes: "O privilégio da servidão" - aula 1.
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Ricardo Antunes, Paulo Galo e Luci Praun: Uberização, indústria
digital e trabalho 4.0.
Virgínia Fontes: O que é acumulação primitiva?
Apesar de ser um texto de 2015, o artigo do economista Juan Fernando
Carpio traz um panorama econômico de nosso continente, mas sob uma
perspectiva de contraponto:
Sobre as reformas “neoliberais” na América Latina e por que elas
fracassaram, publicado em Mises Brasil no dia 5 de março de 2015.
Apresentamos em nosso texto alguns dados sobre economia,
população e emprego. É importante que você se mantenha atualizado,
pesquisando na internet as fontes originais de tais informações. Por
isso, sugerimos estas duas:
Programa da Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Referências
ANTUNES, R. O privilégio da servidão: o novo proletariado de serviços
na era digital. 1. ed. São Paulo: Boitempo, 2018.
ANTUNES, R. (Org.). Uberização, trabalho digital e Indústria 4.0. 1. ed.
São Paulo: Boitempo, 2020.
BOTÃO, M. Serviço social e consultoria empresarial. 1. ed. Rio de
Janeiro: Gramma, 2020.
BRASIL. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. A década inclusiva
(2001-2011): desigualdade, pobreza e políticas de renda. Comunicados
do Ipea, n. 155, 25 set. 2012.
CATANI, A. O que é capitalismo. 35. ed. São Paulo: Brasiliense, 2011.
CONSELHO FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL; ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA
DE ENSINO E PESQUISA EM SERVIÇO SOCIAL. Serviço social: direitos
sociais e competências profissionais. Brasília, DF: CFESS/ABEPSS,
2009.
HOBSBAWM, E. Globalização, democracia e terrorismo. Rio de Janeiro:
Cia das Letras, 2007.
06/10/2023, 17:43 Questão social e as transformações no mundo do trabalho
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/03287/index.html# 57/57
IAMAMOTO, M. O Brasil das desigualdades: “questão social”, trabalho e
relações sociais. Ser social, v. 15, n. 33, p. 261-384, 2013.
IAMAMOTO, M. Serviço social em tempo de capital fetiche. São Paulo:
Cortez, 2017.
NETTO, J. P. Capitalismo monopolista e serviço social. São Paulo:
Cortez, 2009.
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. ONU. Relatório de
desenvolvimento humano. Nova York: PNUD, 2010.
SILVA, J. K. D. da; DANTAS, B. H. L.; DANTAS, M. F. M. Questão social e
serviço social: desafios contemporâneos do trabalho profissional. In:
JORNADA INTERNACIONAL POLÍTICAS PÚBLICAS, 8., 2017, São Luís.
Anais [...] São Luís: Universidade Federal do Maranhão, 2017.
STAMPA, I. (Org.). Trabalho, regressão de direitos e serviço social. 1.
ed. Rio de Janeiro: Mórula, 2020.
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