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AUTORIA Dr. Bruno Pereira Melo Dr. Francisco de Assis Manoel Olá, aluno(a), seja-vindo à primeira unidade da nossa apostila de Esportes Individuais! Em algum momento você já deve ter em algum momento ouvido falar ou teve contato com o Atletismo ou algum movimento especí�co da modalidade. Muitas pessoas o associam às corridas, outras com a de�nição clássica de que é o esporte base todas as outras modalidades esportivas. E a�nal o Atletismo é isso? Já se perguntaram porque a relação do Atletismo com a Grécia? Apesar de pouco difundido no Brasil, por que é considerado um conteúdo clássico da Educação Física? Neste capítulo, você conhecerá um pouco da origem do atletismo, e isso trará uma nova interpretação do conjunto de movimentos que ao longo da história tornaram a modalidade que é conhecida hoje. Além disso, será possível observar que o atletismo vai muito além dos simples movimentos básicos de correr, lançar e saltar. Ele é resultado de um processo de construção social e histórica do indivíduo. O conhecimento das características básicas da modalidade é importante para o desenvolvimento do ensino da mesma, você poderá conhecer cada uma das provas assim como as regras que compõem a modalidade Atletismo nos dias atuais. Para isso faremos uma longa viagem no tempo na história do atletismo, espero que você aproveite a viagem e que possa levar esses conhecimentos adquiridos para além da nossa disciplina, mas que também aplique na sua atuação pro�ssional, divulgando a modalidade de Atletismo, assim como a prática dos movimentos que o compõem. Se prepare, iremos iniciar nossa caminhada pelas trilhas da diversão! De�nição e contextualização histórica do Atletismo. Características do Atletismo. Descrição das regras e provas do atletismo. Conceituar e conhecer o percurso histórico do Atletismo. Descrever as características especí�cas do atletismo, assim como: as provas e suas respectivas regras o�ciais. AUTORIA Dr. Bruno Pereira Melo Dr. Francisco de Assis Manoel O Atletismo conta a história esportiva do homem no Planeta. É chamado de esporte-base, porque sua prática corresponde a movimentos naturais do ser humano: correr, saltar, lançar (Confederação Brasileira de Atletismo – CBAT, 2020). A origem do Atletismo retrocede até a origem do gênero humano, quando os primeiros habitantes que se alimentar por meio da caça e, por isto, necessitavam lançar objetos, correr ora atrás, ora à frente dos animais, saltar obstáculos e riachos a �m de proteger a si e aos outros (BARALDI e OLIVEIRA, 2019, p. 15). Entretanto, não devemos limitá-lo a apenas essa de�nição, porque senão a especi�cidade do atletismo acaba sendo deixada em segundo plano, comprometendo o seu conhecimento amplo. Ao longo do tempo esses movimentos básicos já observados nos primeiros habitantes foram se tornando forma aos poucos e se transformando em movimentos especí�cos da modalidade Atletismo. A grande variedade de movimentos, é justi�cada pelo fato dele englobar muitas provas, as quais cada uma apresenta suas características especí�cas. É possível observar movimentos semelhantes do atletismo em outras modalidades esportivas, entretanto com especi�cidades diferentes, cabendo a nós pro�ssionais de Educação Física, ter claro essas diferenças para não resumir a modalidade do atletismo em apenas correr, lançar e saltar e deixando de lado a sua especi�cidade. Ao compararmos os movimentos realizados naquela época com os movimentos atuais, observamos que a maior diferença está na �nalidade. De acordo com Baraldi e Oliveira (2019, p. 15), Os objetivos e signi�cados dos movimentos produzidos pelo ser humano, portanto, também são considerados nesta interpretação da realidade, fazendo- se humano e produzindo a sua existência, compreendidos aqui numa visão histórico-social dos movimentos. Podemos, então, a�rmar que existe uma diferença gigantesca entre os movimentos que fazem parte do conjunto de atividades atléticas conhecidas por nós, hoje, e aqueles que julgamos ser, em sua gênese histórico-social, de forma bem elementar. Os registros mostram que as primeiras manifestações do atletismo no formato competitivo aconteceram na Europa, praticada por duas raças no extremo do continente. A modalidade era praticada pelos povos irlandeses do período pré- céltico e os gregos de Acádia, assim como os seus vizinhos, os cretenses da época minóica (1750-1400 a. C.) (CABRAL, 2004; BARALDI e OLIVEIRA, 2019, p. 16). Durante o período dos primeiros registros até os dias atuais, foram observados diversos jogos em que se notava a presença do atletismo no formato competitivo. Dentre as diversas manifestações podemos destacar: às reuniões atléticas da Grécia Antiga, da Irlanda que também estavam ligadas às cerimônias religiosas e aos funerais (CABRAL, 2004). Os Jogos Píticos dedicados a Apolo (deus grego da beleza e juventude), eram realizados próximo a Delfos, na cidade de Pítia, a partir de 527 a. C., celebravam- se primeiramente, a cada oito anos e, depois, no ano seguinte, a cada Olimpíada (BARALDI e OLIVEIRA, 2019, p. 16). Em Istmia, eram realizados os Jogos Ístmicos, a cada dois anos, assim como em Argos, os Jogos Nemeus celebravam a vitória de Héracles (�lho de Zeus na mitologia grega) sobre Nemeia (monstro mitológico), vencido naquele mesmo local (CABRAL, 2004; BARALDI e OLIVEIRA, 2019, p. 16). Esses jogos olímpicos são os mais antigos e o seu início remonta ao ano de 884 a. C., mas, na história o�cial, é datado de 776 a. C. (CABRAL, 2004). O atletismo moderno, é marcado com a criação do Amatheur Athletic Club, segundo relatos em 1886, fundado com o propósito de organizar campeonatos nacionais na Inglaterra (OLIVEIRA, 2013). As primeiras edições e descrições dos Jogos Londrinos são datadas do século XII, e são marcadas pelo gosto dos reis pelo esporte, que patrocinavam as competições. Iniciando com o rei Henrique II, depois com o rei Henrique V que era um admirador de corridas, e Henrique VII, um especialista em lançamento de martelo (OLIVEIRA, 2013). Algumas instituições tiveram um papel importante na divulgação da modalidade promovendo competições. A Universidade de Cambridge deu início a organização dessas competições em 1857. Alguns anos depois, em 1860 e em 1864, a universidade de Oxford, organiza uma competição que marca o início de confrontos entre entidades duas universidades (MATTHIESEN; RANGEL; DARIDO, 2014). O Atletismo apresenta uma relação com os jogos Olímpicos, estando presente desde as primeiras edições. Não por acaso, a primeira competição esportiva de que se tem notícia foi uma corrida, nos Jogos de 776 A.C., na cidade de Olímpia, na Grécia, que deu origem às Olimpíadas. A prova, chamada pelos gregos de "stadium", tinha cerca de 200 metros e o vencedor, Coroebus, é considerado o primeiro campeão olímpico da história (Confederação Brasileira de Atletismo – CBAT, 2020). Já os primeiros Jogos Olímpicos da era moderna, em 1896, foram realizados com provas de 100, 400, 800 e 1500m; e fora da pista, a maratona com 40 km. Foram realizados os saltos em distância, triplo, em altura e com vara. Os arremessos contemplaram disco e peso (BARALDI e OLIVEIRA, 2019). E as mulheres tiveram a sua primeira participação nos Jogos Olímpicos somente em Amsterdã, em 1928. En�m, esse esporte sempre esteve ligado aos Jogos Olímpicos, ele é considerado, por muitos pro�ssionais da área, o primeiro dos esportes (OLIVEIRA, 2013). Apesar do espetáculo das competições, e um grande número de atletas negros como detentores de records em diversas provas do Atletismo. Nem sempre foi assim, esses atletas passaram por períodos de preconceito, racismo e inferioridade perante a atletas brancos. Mas ao longo dos anos eles conquistaram seu espaço, mostrando a sua capacidade durante os jogos Olímpicos, dos quais um dos jogos foi marcado pelas vitórias de Jesse Owens nas Olimpíadas de Berlim em 1936, derrubando a ideia de superioridade ariana construída por Hitler durante o regime nazista, mostrando que era apenas uma ideia racista. E o segundo episódioFigura 1 - Estádio Panatenaico, construído em 536 a.C., foi sede das Olimpíadas de 1896 em Atenas Fonte: tech tudo. SAIBA MAIS Assista ao vídeo sobre as olimpíadas e suas modalidades, acessando link a seguir: ACESSAR aconteceu nas Olimpíadas de 1986 em houve protestos de dois atletas negros que subiram ao pódio com os punhos fechados com luvas pretas, que era um dos símbolos da luta dos “Panteras Negras”. Para chegar ao período atual, o atletismo passou por diversas mudanças, marcado por datas e acontecimentos descritos a seguir. CONECTE-SE Assista ao vídeo de Jesse Owens e o preconceito nas Olimpíadas de Berlim em 1936, acessando link a seguir: ACESSAR CONECTE-SE Assista ao vídeo sobre as Olimpíadas 1968 e a luta dos “Panteras Negras”, acessando link a seguir: ACESSAR Figura 2 - Datas importantes na história do Atletismo Fonte: Baraldi e Oliveira (2019 P. 20). E por �m, recentemente a IAAF - International Association of Athletics (Associação Internacional das Federações de Atletismo) altera sua denominação para World Athletics (Atletismo Mundial) AUTORIA Dr. Bruno Pereira Melo Dr. Francisco de Assis Manoel O Atletismo tem uma entidade maior que rege a modalidade mundialmente chamada World Athletics (Atletismo Mundial). Cada país é responsável pela organização da modalidade, no Brasil a entidade principal é a Confederação Brasileira de Atletismo e abaixo dela temos as federações dos estados. Apesar de ser considerada uma única modalidade, o atletismo é composto por diversas provas, as quais podemos dividi-las por grupos que apresentem características semelhantes. Além disso, nas competições elas são divididas em provas de pista: as corridas; marcha atlética e provas de campo: os saltos; arremesso e lançamentos. As provas de pista, como é o caso da maioria das corridas e das provas de marcha atlética, ocorrem na pista de atletismo de 400 m, com duas retas paralelas e duas curvas com raios iguais, normalmente com 8 raias de 1m 22cm cada uma ( Confederação de Brasileira de Atletismo, 2020), além das pistas de 200 m para competições indoor. As outras provas de saltos, arremesso e lançamentos ocorrem em locais especí�cos, próprios para o desenvolvimento das provas de campo (MATTHIESEN; RANGEL; DARIDO, 2014) As categorias e respectivas faixas etárias da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt), são as abaixo relacionadas, atendendo às determinações previstas nestas Normas, nas Normas e Regras da WA (Associação das Federações Nacionais) e da CONSUDATLE (Confederação Sul-Americana de Atletismo) e de aplicação obrigatória no Atletismo Brasileiro: a) Categoria Sub-14: atletas com 12 e 13 anos, no ano da competição. b) Categoria Sub-16: atletas com 14 e 15 anos, no ano da competição. c) Categoria Sub-18: atletas com 16 e 17 anos, no ano da competição. d) Categoria Sub-20: atletas com 16, 17, 18 e 19 anos, no ano da competição. e) Categoria Sub-23: atletas com 16, 17, 18, 19, 20, 21 e 22 anos, no ano da competição. f) Categoria de Adultos: atletas a partir de 16 anos em diante (no ano da competição). g) Categoria de Masters atletas a partir de 35 anos em diante (idade a ser considerada no dia da competição): Figura 4 - Medidas das linhas e das raias da pista de atletismo Fonte: CBAT (2020). Figura 3 - Pista O�cial de Atletismo Fonte: adaptada de Müller e Ritzdorf (2000); Baraldi e De Oliveira (2019 p. 19). AUTORIA Dr. Bruno Pereira Melo Dr. Francisco de Assis Manoel Na moderna de�nição, o Atletismo é um esporte com provas de pista (corridas), de campo (saltos e lançamentos), provas combinadas, como decatlo e heptatlo (que reúnem provas de pista e de campo), o pedestrianismo (corridas de rua, como a maratona), corridas em campo (cross country), corridas em montanha, e marcha atlética. Abaixo serão abordadas as provas do atletismo assim como as suas características e regras básicas, que são baseadas na Confederação Brasileira de Atletismo – CBAT (2020), tendo como referência Matthiesen (2017). As provas de corridas rasas do atletismo caracterizam-se pela ausência de obstáculos ou barreiras para serem transpostos. Segundo Matthiensen (2017) as provas podem ser classi�cadas de acordo com a distância, tempo e fontes energéticas empregadas, e elas podem ser divididas em: corridas de velocidade, meio fundo e fundo. Figura 5 - Saída de bloco para as provas de velocidade Fonte: Shutterstock As provas rasas que fazem parte dos jogos Olímpicos são: Com exceção da maratona, todas as outras provas são realizadas na pista de atletismo, e apresentam regras que são comuns a todas e outras que são especí�cas para cada uma. Figura 6 - Largada: saída alta das provas de meio fundo e fundo Fonte: Shutterstock Não é permitido nenhum tipo de saída falsa, sendo excluído da prova aquele que realizar antes do tiro de largada. Em provas de velocidade (até e inclusive os 400m), os comandos de largada são: às suas marcas, prontos, e o tiro de largada; por outro lado nas demais distâncias a partir dos 800m, os comandos serão: às suas marcas e em seguida o tira de largada; A chegada de todas as provas de corridas rasas ocorre no mesmo local, ao �nal da reta principal. Será o vencedor das provas aquele que for o primeiro a atingir o plano vertical que passa pela borda anterior da linha de chegada geral com o tronco, excluindo-se a cabeça, pescoço, braços, pernas, mãos ou pés; Além disso, temos algumas regras especí�cas para as provas de velocidade: As corridas em curva devem escalonadas de acordo com o número de curvas a serem corridas; A saída baixa, assim como, os blocos de partida, são obrigatórios em todas as provas até e inclusive 400 m. A corrida é realizada em raia marcada, ou seja, cada atleta deve correr em sua determinada raia. As provas com barreiras ou obstáculos, tem por objetivo percorrer uma determinada distância transpondo as barreiras ou os obstáculos. As provas o�ciais olímpicas apresentam diferenças nas distâncias para homens e mulheres. Sendo os 100 metros com barreiras (c/b) disputada pelas mulheres e os 110 metros com barreiras (c/b) disputada pelos homens. Por outro lado, os 400 m c/b e 3000 m com obstáculos são disputados por ambos. Figura 7 - Prova 3000 m com obstáculo Fonte: Pixabay Figure 8 - Prova 100m com barreiras Fonte: Pixabay As regras para as provas com barreiras e obstáculos seguem as mesmas das provas de corrida rasas, entretanto podemos acrescentar as seguintes regras: Derrubar a barreira, desde que involuntariamente e sem atrapalhar outro atleta, não gera desclassi�cação. Na prova de 3000 m com obstáculo são sete voltas e meia na pista de atletismo e os atletas devem passar 28 vezes os obstáculos e sete vezes o fosso de água. A transposição dos obstáculos ocorrerá a partir da primeira volta, de forma que da saída até lá, não haverá nenhuma transposição. Além disso, os atletas podem apoiar no obstáculo para ultrapassá-lo, além de poder saltar dentro do fosso. Abaixo segue as características das provas de acordo com a categoria: Quadro 1 - Altura e distâncias das barreiras de acordo com as categorias femininas FEMININO - BARREIRAS Categoria Distânciada prova Altura da barreira Distância da linha de saída até a 1ª Barreira Distância entre as Barreiras Distância da última barreira até a linha de chegada Sub - 14 60 m 60 cm 12,0 m 7,5 m 10,5 m Sub - 16 80 m 76,2 cm 12,0 m 8,0 m 12,0 m Sub - 18 100 m 76,2 cm 13,0 m 8,5 m 10,5 m Sub-20; Sub-23; Adulto 100 m 83,8 cm 13,0 m 8,5 m 10,5 m Sub - 16 300 m 76,2 cm 45,0 m 35,0 m 40,0 m Sub-18; 20;23 e Adulto 400 m 76,2 cm 45,0 m 35,0 m 40,0 m Fonte: Confederação Brasileira de Atletismo – CBAT (2020). Quadro 2 - Altura e distâncias das barreiras de acordo com as categorias masculinas. MASCULINO - BARREIRAS Categoria Distânciada prova Altura da barreira Distância da linha de saída até a 1ª Barreira Distância entre as Barreiras Distância da última barreira até a linha de chegada Sub - 14 60 m 60 cm 12,0 m 7,5 m 10,5 m Sub - 16 100 m 83,8 cm 13,0m 8,5 m 10,5 m Sub - 18 110 m 91,4 cm 13,72 m 9,14 m 14,02 m Sub-20 110 m 99,1 cm 13,72 m 9,14 m 14,02 m Sub-23; Adulto 110 m 1,067 m 13,72 m 9,14 m 14,02 m Sub - 16 300 m 76,2 cm 45,0 m 35,0 m 40,0 m Sub-18 400 m 83,8 cm 45,0 m 35,0 m 40,0 m Sub-20;23 e Adulto 400 m 91,4 cm 45,0 m 35,0 m 40,0 m Fonte: Confederação Brasileira de Atletismo – CBAT (2020). A prova de revezamento é uma das mais aguardadas nas competições de atletismo. Apesar da modalidade ser individual, essa é a única prova disputada em equipes. A corrida de revezamento já era conhecida dos antigos gregos nas Panatenéias realizadas em homenagem à deusa Atena. As distâncias para as provas não diferem entre os naipes (feminino e masculino), apenas nas categorias. Quadro 3. Altura e distâncias dos obstáculos de acordo com as categorias femininas. FEMININO - OBSTÁCULOS Categorias Provas Altura do Obstáculo Sub-16 1.000 m 76,2 cm Sub-18 2.000 m 83,8 cm Sub-20;23 e Adulto 3.000 m 91,4 cm Fonte: Confederação Brasileira de Atletismo – CBAT (2020). Quadro 4. Altura e distâncias dos obstáculos de acordo com as categorias masculinas. MASCULINO - OBSTÁCULOS Categorias Provas Altura do Obstáculo Sub-16 1.000 m 76,2 cm Sub-18 2.000 m 83,8 cm Sub-20;23 e Adulto 3.000 m 91,4 cm Fonte: Confederação Brasileira de Atletismo – CBAT (2020). A prova é disputada por equipes compostas por quatro atletas cada, em que cada atleta deverá correr um trecho da prova carregando o bastão e depois transferi-lo para o companheiro de equipe. Além disso, temos outras distâncias que podem ser disputadas no revezamento: 4x200m, 4x800m, Revezamento Medley de Longa Distância 1200m-400m-800m- 1600m e 4x1500m. Figura 9 - Passagem de bastão na prova de revezamento feminino. Fonte: Pixabay. Quadro 5 - Distâncias para as provas de revezamento para cada categoria. Naipe Adulto Sub-23 Sub- 20 Sub-18 Sub- 16 Sub- 14 Feminino Masculino 4x100 m 4x400 m 4x100 m; Médley (100,200,300 e 400m) 4 x 75 m 4 x 60m Fonte: Confederação Brasileira de Atletismo – CBAT (2020). O bastão, que pode ser de madeira, metal ou outro material rígido em uma peça única, deve ser um tubo liso, oco, de seção circular com 28 a 30 cm de comprimento, pesando no máximo 50 g. Nas provas de 4 × 100 m, a corrida ocorrerá inteiramente em raia marcada, ou seja, cada atleta em sua raia. Nos 4 × 400 m, a corrida terá início em raia marcada e, depois, será realizada em raia livre. Nos revezamentos 4x100m e 4x200m e para a primeira e segunda passagens no Revezamento Medley, cada zona de passagem deve ter 30 m de comprimento, dos quais a linha de interseção �ca 20m à frente do início da zona. Para a terceira passagem no Revezamento Medley e nos 4x400m e mais os revezamentos longos, cada zona de passagem deve ter 20m de comprimento, do qual a linha de interseção é o centro. Em todos os revezamentos, o bastão tem que ser passado dentro da zona de passagem. O atleta deverá segurar o bastão durante toda a prova, e quem derrubá-lo deverá pegá-lo para dar prosseguimento à passagem. A queda do bastão, desde que não atrapalhe outros, não implica a desclassi�cação da equipe. O bastão não deve ser lançado, apenas entregue na mão do companheiro de equipe. “A marcha atlética é uma progressão de passos, executados de tal modo que o atleta mantenha um contato contínuo com o solo, não podendo ocorrer (a olho nu) a perda do contato com o mesmo. A perna que avança deve estar reta (ou seja, não �exionada no joelho) desde o momento do primeiro contato com o solo, até a posição ereta vertical” (Confederação Brasileira de Atletismo, 2020). A saída ocorre nos mesmos moldes das provas de longa distância, ou seja: saída alta e sob a voz de comando: “às suas marcas” e tiro de largada. A chegada também ocorre na reta oposta, vencendo o atleta que cruzar a linha de chegada primeiro. Figura 10 - Quilômetros iniciais da prova de marcha atlética masculina. Fonte: Pixabay. Quadro 6 - Distância das provas de marcha atlética de acordo com o nipe e categoria Nipe Adulto Sub-23 Sub-20 Sub-18 Sub-16 Sub-14 Feminino 20.000m 20.000 m 10.000 m 5.000 m 3.000 m 2.000 m Masculino 20.000 m 50.000 m 20.000 m 10.000 m 10.000 m 5.000 m 2.000 m Fonte: Confederação Brasileira de Atletismo – CBAT (2020). A progressão de passos deve provocar uma manutenção contínua do contato com o solo, ou seja, o pé que avança deve tocar o solo antes que o pé posterior deixe o terreno. A perna que avança deverá estar estendida, de modo que não haja �exão do joelho, do primeiro contato com o solo até a posição ereta vertical. Ficam espalhados árbitros ao longo do percurso para avaliarem se os atletas estão realizando a técnica de maneira correta. Quando o competidor não está realizando a técnica de maneira correta, ele pode ser advertido pelos árbitros, seja com uma placa amarela ou cartões vermelhos. Quando, na opinião de três árbitros, o movimento não se encaixar na de�nição da marcha, o atleta será desquali�cado. O salto em distância é considerado, dentre as provas de saltos, uma das mais antigas. Os registros mostram que os atletas contaram com o auxílio de halteres considerando que esse procedimento contribuiria para um salto mais longo. (Confederação Brasileira de Atletismo-CBAT, 2020). A prova é caracterizada por uma corrida em um corredor, e ao �nal dele o atleta deve realizar uma impulsão na tábua e saltar o mais distante possível, realizando a queda na caixa de areia. O Salto Triplo consistirá de um salto com impulsão em um só pé, uma passada e um salto, nesta ordem. O salto com impulsão em um só pé será feito de modo que o atleta caia primeiro sobre o mesmo pé que deu a impulsão; na passada ele cairá com o outro pé do qual, consequentemente, o salto é realizado (Confederação Brasileira de Atletismo-CBAT, 2020). Figura 11 - Queda na caixa de areia após a realização do salto Fonte: Pixabay. A impulsão deverá ocorrer de preferência e, para �ns de aproveitamento técnico, sobre a tábua de impulsão. Caso seja realizada antes, o saltador não será punido. Caso sua impulsão ocorra ao lado da tábua de impulsão, seja à frente ou atrás do prolongamento da linha de impulsão ou se tocar o solo além dela, passando-a sem saltar ou no ato de saltar o salto será invalidado. No salto triplo a tábua para os homens se localiza a 13 metros da caixa de areia, e a tábua para as mulheres a 11 metros da caixa de areia. O impulso deverá ser realizado em um dos pés, realizado com a perna de impulsão. Será punido, com a invalidação do salto, aquele que realizar qualquer tipo de salto mortal A linha de impulsão, a partir da qual se realiza a medição, corresponde à borda da tábua mais próxima da caixa de areia. Assim, a medição do salto equivale ao espaço compreendido entre essa linha e a marca da queda na areia mais próxima da mesma, conforme orientações da Confederação Brasileira de Atletismo (2016, p. 85). Nas competições, a ordem dos competidores será sorteada. Figura 12 - Atleta realizando o primeiro salto do salto triplo. Fonte: Pixabay. Em competições o�ciais com mais de oito saltadores, cada um terá direito a três saltos; classi�cam-se os oito melhores, os quais terão direito a mais três saltos. Caso o número inicial de competidores seja menor que oito, cada saltador terá direito a seis tentativas e contabilizando e melhor salto. Figura 13 - Setor dos saltos em distância e triplo Fonte: MATTHIESEN, 2017 p. 111. O principal objetivo do salto em altura é transpor a barra e, para que isto ocorra de forma adequada e e�ciente, o saltador deverá elevar o centro de gravidade acima da barra e utilizar uma das técnicas permitidas pelo regulamento técnico da prova (BARALDI e OLIVEIRA, 2019). O salto com vara é considerado umas das modalidades esportivas mais difíceis de serem praticadas, devido a sua complexidade. Além disso, é uma das provas que mais evoluiu no quesito material, que se iniciou com a utilização das varas pesadas e atualmente utiliza-se varas de carbono, que são mais leves e�exíveis permitindo uma melhor e�ciência nos saltos. Figura 14 - Salto em altura estilo fosbury �op Fonte: Pixabay. Para o salto em altura o atleta deverá apenas um dos pés deverá realizar a impulsão. Cada saltador terá direito a três tentativas para ultrapassar a altura, sendo eliminado da competição caso não consiga. A tentativa será invalidada caso o sarrafo não permaneça nos suportes, ou caso o saltador toque o solo ou a área de queda antes de ter ultrapassado o sarrafo, obtendo quaisquer vantagens dessa ação. O saltador poderá começar a saltar em qualquer altura anunciada pelo árbitro. Caso falhe na primeira tentativa, poderá rejeitar a segunda e a terceira naquela altura e, ainda, saltar em uma altura subsequente. Nas competições, a ordem dos competidores será sorteada. O sarrafo nunca será elevado em menos de 2 cm para o salto em altura e menos de 5 para o salto com vara. A vara, cuja superfície básica deve ser lisa, poderá ser de qualquer material, comprimento ou diâmetro. A tentativa será invalidada caso o sarrafo não permaneça nos suportes, ou caso o atleta toque o solo ou a área de queda com seu corpo ou com a vara antes de ter Figura 15 - Salto com vara Fonte: Pixabay. ultrapassado o sarrafo, obtendo quaisquer vantagens dessa ação. No salto com vara a tentativa será invalidada caso o saltador altere a posição das mãos durante o salto O arremesso de peso foi uma das provas que também teve bastante mudanças na sua técnica. É a única prova de arremesso do atletismo, e tem como objetivo arremessar o implemento o mais longe possível. Figura 16 - Movimento �nal do arremesso de peso Fonte: Pixabay O peso deve ser maciço, de ferro, latão ou qualquer outro metal que não seja mais macio que este último, ou um invólucro de qualquer um desses metais, cheio de chumbo ou outro material. O peso deverá ser arremessado de dentro do círculo, a partir de uma posição estacionária, e sua queda deverá ocorrer nos limites internos do setor do arremesso. Ao arremessar, o atleta poderá tocar a borda interna do anteparo, mas não poderá subir nem ultrapassá-lo. O peso deverá partir do ombro, tocando ou estando bem próximo ao queixo, de forma que não seja arremessado atrás da linha dos ombros. Nas competições, a ordem dos competidores será sorteada, e o tempo de 1 minuto não deve ser excedido para a realização de uma tentativa. Por regra, a orientação é que, em competições o�ciais com mais de oito atletas, cada arremessador tenha direito a três arremessos, classi�cando-se para a �nal os oito melhores, os quais terão direito a mais três arremessos. Caso o número inicial de competidores seja menor que oito, cada arremessador terá direito a seis tentativas, valendo, para �ns de classi�cação �nal, o melhor arremesso. A medição ocorrerá a partir da parte mais próxima da queda do peso em relação ao anteparo, em cuja parte interna será feita a leitura da medida do arremesso. Após a tentativa e tão logo o implemento tenha tocado o solo, o arremessador deverá deixar o círculo por detrás da linha externa que de�ne sua metade. A prova do lançamento do disco consiste em lançar o disco à maior distância possível, de uma gaiola de proteção para dentro do setor. O lançamento do martelo consiste no lançamento de um martelo, contendo cabeça, que deve ser feita de ferro maciço ou outro material não menos maciço, com alça de conexão na extremidade e uma empunhadura conectada no cabo do implemento. O disco, cujas faces devem ser lisas e uniformes, poderá ser de madeira ou outro material, sólido ou oco, envolto por um aro de metal em sua borda, que deve ser arredondada. O disco deverá ser lançado a partir de uma posição estacionária de um círculo de 2,50 m de diâmetro, dividido externamente por uma linha pela qual o lançador deverá deixá-lo (pela metade posterior) após sua queda no setor de lançamento. Na metade anterior, há um arco que coincide com a borda interna do círculo e pode ser tocado lateralmente, mas não pode ser ultrapassado, já que isso invalidará o lançamento. A cabeça do martelo deve ser de ferro maciço ou de outro metal que não seja mais macio que o latão ou um invólucro de qualquer um desses metais, cheio de chumbo ou outro material sólido. O cabo deve ser inteiriço, com alças de conexão nas extremidades, de arame de aço para molas. A empunhadura reta e em forma de triângulo deve ser sólida e rígida sem qualquer tipo de conexão articulada, mas conectada ao cabo. O martelo deverá ser lançado, a partir de uma posição estacionária, de um círculo de 2,135 m de diâmetro, dividido externamente por uma linha pela qual o lançador deverá deixá-lo pela metade posterior após sua queda no setor de lançamento. Na metade anterior do círculo, há um arco que coincide com sua borda interna, o qual pode ser tocado lateralmente, mas não ultrapassado no ato do lançamento. Figura 17 - Lançamento do disco Fonte: World Athletic Figura 18 - Lançamento do martelo Fonte: World Athletic Uma prova que tem bastante relação aos nossos ancestrais que utilizam implementos semelhantes para caçarem. Essa prova consiste em lançar o dardo o mais longe possível dentro do setor de queda. Deve-se segurar o dardo pela empunhadura, lançando-o sobre o ombro ou acima da parte superior do braço de lançamento; estilos não ortodoxos não são permitidos. O lançamento deverá ocorrer sem que o lançador ultrapasse o arco do setor de lançamento ao �nal do corredor. Uma tentativa só será validada se a ponta de metal cair completamente na parte interna do setor de queda, tocando o solo antes de qualquer outra parte do dardo quando, então, o competidor poderá deixar o setor de lançamento pela parte posterior. Figura 19 - Momento �nal do lançamento de dardo Fonte: Pixabay. A origem é novamente grega, pois este povo, sempre buscando a perfeição absoluta ou a procura do atleta completo, criou em 708 a.C. uma fórmula de competição que permitisse aos campeões menos dotados numa disciplina mostrar, num programa mais complexo, as suas possibilidades. A prova consiste em um conjunto de provas do atletismo realizadas por um mesmo atleta, em dois dias de competição. Para as categorias principais, as provas realizadas são: Heptatlo para as mulheres (7 provas) e Decatlo (10 provas) para os homens, sendo as provas divididas da seguinte e realizadas nessa ordem. Quadro 7 - Peso dos implementos de acordo com a categoria para as mulheres Implemento Adulto Sub-23 Sub-20 Sub-18 Sub-16 Sub-14 Peso 4 kg 3 kg Disco 1 kg 750 g Martelo 4 kg 3 kg 2 kg Dardo 600 g 500 g 400 g Fonte: Confederação Brasileira de Atletismo – CBAT (2020). Quadro 8 - Peso dos implementos de acordo com a categoria para os homens Implemento Adulto Sub-23 Sub-20 Sub-18 Sub-16 Sub-14 Peso 7,26 kg 6,0 kg 5,0 kg 4,0 kg 3 kg Disco 2,0 kg 1,75 kg 1,5 kg 1,0 kg 750 g Martelo 7,26 kg 6,0 kg 5 kg 4 kg 3 kg Dardo 800 g 700 g 600 g 500 g Fonte: Confederação Brasileira de Atletismo – CBAT (2020). Heptatlo 1º dia: 100m com barreiras; salto em altura; arremesso de peso e 200m rasos 2º dia: salto em distância; lançamento do dardo; 800m rasos. Decatlo 1º dia: 100 m rasos; salto em distância; arremesso de peso; salto em altura; 400 m rasos. 2º dia: 110 m com barreiras; lançamento do disco; salto com vara; lançamento do dardo; 1.500 m. Cada uma das provas detém as suas próprias regras, conforme já vimos separadamente. Mas destacamos algumas especí�cas para as provas combinadas: Sugere-se a existência de um intervalo mínimo de 30 minutos, entre o �nal e o início de cada uma das provas da competição, e de 10 horas entre o �nal da prova do primeiro dia e o início da prova no segundo dia. Sobre as regras individuais das provas, temos algumas mudanças para as seguintes provas: No salto em distância e nas provas de arremessos e lançamentos, cada competidor terá direito apenas a três tentativas. Nas provas de pista, o competidor será desquali�cado em qualquer uma das provas em que cometer duas saídas falsas. O atleta deverá, obrigatoriamente, participarde todas as provas da prova combinada em que estiver inscrito, devendo pontuar em todas elas. A pontuação em cada uma das provas ocorre de acordo com a Tabela de Pontuação da IAAF após cada uma delas, devendo ser informada separada e cumulativamente. Vence a competição quem, ao �nal, tiver o maior número de pontos. Em caso de empate, vencerá o competidor que tiver o maior número de pontos no maior número de provas. Caso persista o empate, o vencedor será aquele com o maior número de pontos em qualquer outra prova. As corridas de rua por um tempo eram denominadas como “corridas rústicas”, embora elas contenham características próprias dentre as provas do atletismo, podem ser classi�cadas como corridas de fundo, sendo as distâncias masculinas e femininas, recomendadas pela World Athletic. As corrida de cross-country (ou corrida através do campo) também é considerada como prova de fundo. Caracterizada por percurso ondulado “natural” com curvas planas e retas curtas, a corrida de cross-country ocorre normalmente nas diferentes categorias, de acordo com as distâncias. Figura 20 - Corredores amadores Fonte: Pixabay Figura 21 - Corredoras de elite Fonte: Pixabay As corridas em montanha são “realizadas em terreno que seja essencialmente fora da estrada, a menos que haja um ganho signi�cativo de elevação no percurso (apresentando subidas e descidas) em cujo caso uma superfície asfaltada é aceitável” (Confederação Brasileira de Atletismo, 2016, p. 109). Figura 22 - Prova de Cross Country Fonte: Pixabay. Figura 23 - Corrida de montanha Fonte: Pixabay SAIBA MAIS Você sabia que o ex-maratonista brasileiro Vanderlei Cordeiro de Lima foi condecorado com a medalha Pierre de Coubertin, uma honraria do Comitê Olímpico Internacional a atletas que exempli�cam o espírito esportivo nas Olimpíadas - apenas 17 atletas já receberam o prêmio. Fonte: Globo Esporte (2014). Chegamos ao m da Unidade I de nossa apostila Esportes Individuais e, durante nossa caminhada, conceituamos o atletismo, conhecemos seus percursos históricos e, por m, caracterizamos as provas do atletismo, assim como, as principais regras. Foi possível veri car que sua origem, possui sua origem desde o início dos tempos, na era primitiva, na qual o homem precisava correr, lançar, saltar, como meio de sobrevivência. Também foi possível observar que ao longo do tempo esses movimentos básicos foram tomando forma e aperfeiçoados e deram origem à modalidade esportiva atletismo. Além disso, Apesar de ser apenas uma modalidade, o atletismo possui diversas provas com características diferentes que podem ser divididas em blocos de provas: Corridas, Marcha atlética, Saltos, Arremesso e Lançamentos e, as provas combinadas. E cada uma dessas provas apresenta suas características e regras especí cas. Ao chegarmos no último tópico desta unidade, podemos veri car que apesar de sempre ser falado que o atletismo é o esporte base para as outras modalidades, devido aos movimentos de correr, lançar e saltar, cada movimento desses apresentam uma especi cidade dentro de cada prova, o que os diferencia das outras modalidades esportivas. Devendo dessa forma nós pro ssionais o ver dessa forma para que não se perca a especi cidade do Atletismo. Então, aluno(a), concluímos a primeira fase de nossa caminhada acadêmica, em direção à formação em Educação Física, com foco nos esportes individuais. E agora dando continuidade à nossa caminhada, vamos descobrir o que nos aguarda na Unidade II. Atletismo Teoria e Prática O atletismo, apesar de ser considerado um dos conteúdos clássicos da Educação Física, ainda é pouco difundido no Brasil. Infelizmente, não há grandes di culdades para a constatação dessa triste realidade. Você quer ver? Pense em sua própria trajetória escolar e identi que se o atletismo esteve presente em suas aulas de Educação Física durante os ensinos fundamental e médio. Melhor dizendo, durante suas aulas de Educação Física na escola, você aprendeu atletismo? Até seu ingresso no ensino superior, qual foi o seu contato com o atletismo? Conheceu, teórica e praticamente, as diferentes possibilidades de corridas, saltos, arremessos e lançamentos? Não se assuste se a resposta foi “não”; a nal, essa realidade, infelizmente, vem se repetindo quando a mesma pergunta é feita a universitários, em especial a graduandos do Curso de Educação Física da UNESP-Rio Claro. Para se ter uma ideia, dos 56 alunos matriculados na disciplina “Fundamentos do Atletismo” em 2002 (27 do curso de Bacharelado e 29 do curso de Licenciatura em Educação Física), apenas 15 (27%) tiveram contato com o atletismo no período escolar que antecedeu a Universidade, enquanto os 41 restantes (73%) não tiveram contato com essa modalidade esportiva no mesmo período.1 Ainda que uma leitura da pesquisa original deva ser feita,2 gostaríamos de ressaltar que, de maneira geral, a de ciência do ensino do atletismo no período escolar que antecede a Universidade revela que os alunos chegam ao ensino superior munidos de um conhecimento restrito acerca dessa modalidade esportiva, restando-lhes apenas um exíguo conhecimento televisivo, quase sempre centrado em algumas poucas provas. Espero que, com você, esse processo tenha sido diferente! Somado à discrepância existente entre os que tiveram ou não contato com o atletismo no período escolar, notou-se que, mesmo entre aqueles, a maioria esteve em contato com corridas, sobretudo as de velocidade, ou saltos em distância e em altura, em detrimento de tantas outras provas que compõem o atletismo. Observou-se, também, que a maior parte dos alunos que tiveram contato com o atletismo estudou em escola particular, conquanto as condições de estrutura física e de materiais não devam ser consideradas como um impedimento para o ensino dessa modalidade esportiva, passível de inúmeras adaptações. Esse é um exemplo simples que retrata a de ciência em relação ao ensino do atletismo no ambiente escolar, repercutindo em um desconhecimento dessa modalidade esportiva ao ingressar no ensino superior. Não sem propósito, vale a pena proceder a outros aprofundamentos e novas investigações capazes de revelar as causas substanciais para justi car, irrefutavelmente, as possibilidades de ensino do atletismo na escola. Nesse sentido, observamos, de maneira geral, que o conhecimento do atletismo não é apenas restrito no campo teórico, mas, sobretudo, no campo prático, que envolve a realização de movimentos propriamente ditos. Assim, do pouco que se conhece dele, muito se confunde com a história particular de crianças – pobres, na maioria das vezes – que fazem da marcha, das corridas, dos saltos, dos arremessos e dos lançamentos um meio para a sua sobrevivência e inserção social. Além disso, o que se conhece do atletismo mistura-se muito com a história dos Jogos Olímpicos, a nal sempre fez parte de sua programação, ainda que algumas provas tenham sido incorporadas mais recentemente. Assim, não é difícil constatarmos que quase tudo o que se conhece sobre o atletismo está calcado em recordes, índices, marcas e competições – sobretudo internacionais –, que deslumbram e emocionam os observadores mais atentos e que acompanham as breves, escassas e esporádicas reportagens e informações veiculadas pela mídia brasileira. É nesse sentido que, no Brasil, em época de Jogos Olímpicos – portanto, de 4 em 4 anos –, o atletismo, de mero desconhecido da população, passa a divulgar nomes, provas, esforços físicos, conquistas e recordes, contando com o apoio dos meios de comunicação de massa, sobretudo da televisão, até mesmo em horários de grande audiência. É nesse curto espaço de tempo olímpico que grande parte da população brasileira entra em contato com as provas, os movimentos e as glórias do atletismo, capazes de comover todos aqueles que acompanham o desempenho dos atletas, transformados pela mídia em verdadeiros heróis. Fonte: MATTHIESEN (2017). Livro Livro Filme AUTORIA Dr. Bruno Pereira Melo Dr. Francisco de Assis Manoel Olá, aluno(a), seja bem-vindo(a)à segunda unidade da nossa apostila de Esportes Individuais, “Conhecendo e Ensinando o Atletismo”. Ao nalizar a unidade anterior, você deve ter se perguntado o que virá depois? E como vamos ensinar essa modalidade que contém um elevado número de provas com diferentes especi cidades? Vamos lá! Na etapa anterior conhecemos sobre a modalidade Atletismo, o seu histórico, assim como as provas e suas características, nesta unidade iremos dar prosseguimento ao conteúdo, de forma que você consiga veri car como deve ser o ensinamento do atletismo em diferentes ambientes (formais e informais). Além disso, você aprenderá como adaptar o local e material para a prática da modalidade e a planejar uma aula/treino de Atletismo para diferentes populações. Sendo assim, se prepare para se aprofundar um pouco mais nessa modalidade e prepare o fôlego, pois passaremos por momentos de marcha, corridas, arremesso, lançamentos e saltos. Vamos juntos desvendar tais possibilidades! Ótimo estudo! Aspectos pedagógicos e metodológicos para o ensino da técnica e tática do Atletismo em ambientes formais (dimensão conceitual, atitudinal e procedimental); Aspectos pedagógicos e metodológicos para o ensino da técnica e tática do Atletismo em ambientes informais; Espaço físico, materiais o ciais e adaptações; Organização e estruturação de aulas para o trabalho com a iniciação do Atletismo no âmbito do esporte educacional e esporte de rendimento. Estudar e explorar os aspectos pedagógicos e metodológicos para o ensino do atletismo em ambientes formais e informais. Conhecer os espaços físicos, matérias o ciais e adaptados para o ensino e prática do atletismo. Conhecer como é a organização de uma aula de atletismo da iniciação ao esporte de alto rendimento. AUTORIA Dr. Bruno Pereira Melo Dr. Francisco de Assis Manoel Caro(a) aluno(a), você já deve ter notado que estamos utilizando o termo ambiente formal. Pois é, ao mencioná-lo estamos nos referindo à escola. Sendo assim, neste tópico estudaremos os aspectos pedagógicos e metodológicos para o ensino da técnica e tática do Atletismo em ambientes formais (dimensão conceitual, atitudinal e procedimental). Para adentrarmos em nossa temática especí ca, questiono a você: você teve contato com o atletismo nas suas aulas de Educação Física no ensino fundamental e médio? Se sim, aprendeu todas as modalidades citadas na unidade anterior, assim como as suas características e possibilidades dos grupos de provas? Infelizmente, para grande parte de vocês a resposta foi não, e assim como vocês, a maioria dos graduandos do Curso de Educação Física da UNESP-Rio Claro matriculados na disciplina “Fundamentos do Atletismo” em 2002, em que apenas (27%) tiveram contato com o atletismo no período escolar que antecedeu a Universidade, enquanto os 73% não tiveram contato com essa modalidade esportiva no mesmo período (MATTHIESEN, CALVO, 2003). Devido à complexidade da modalidade Atletismo e suas diversas provas, ela poderia ser planejada da mesma forma que as outras disciplinas como: Português, Matemática, História, Geogra a, entre outras que em cada série temos o ensino de @freepik Perante a situação acima de baixo contato dos alunos com o atletismo no ensino fundamental e médio podemos nos perguntar: será que esse baixo contato está relacionado ao fato dos professores não ensinarem ou se os mesmos não tiveram o contato com a modalidade no ensino superior? Observa-se que grande parte desses professores não se sentem seguros em trabalhar com a modalidade, pelo fato de não terem tido contato com todas as provas da modalidade ou realmente não ter visto praticamente nada sobre a mesma. Para que essa realidade possa mudar temos uma responsabilidade como pro ssionais de Educação Física de contribuir para a divulgação e ensino da modalidade. um determinado conteúdo e a progressão do mesmo. Em cada série poderia ser ensinado provas diferentes ou aspectos diferentes de determinadas provas, além de levar em consideração o desenvolvimento motor das crianças, pois dessa forma poder explorar e contribuir para o desenvolvimento do indivíduo. Segundo Gallahue e Ozmuz (2005), O ser humano, durante a sua vida, apresenta algumas fases de desenvolvimento e, em relação ao movimento, ele passa por estágios, ambos sendo in uenciados por aspectos bio-psico-sociais, ou seja, o desenvolvimento de habilidades motoras depende e é também determinado pelo ambiente externo (oferecendo estímulos e oportunidades para a prática, incentivando, assim, a permanência) e interno (existem in uências herdadas geneticamente nos indivíduos). Figura 1 - Ampulheta heurística das fases do movimento humano Fonte: Gallahue e Ozmuz (2005). Ao pensarmos no atletismo no ambiente formal (escolar), como devemos trabalhá-lo? de onde partimos? Provavelmente a maior di culdade seria onde praticá-lo, entretanto o atletismo pode ser praticado em qualquer espaço. Segundo Matthiesen (2014), o ponto de partida dependerá das características de cada grupo, da estrutura e das possibilidades de desenvolvimento oferecidas pelo local em que será trabalhado e dos objetivos a serem atingidos pelo professor em cada uma de suas aulas. Então nesse ambiente o objetivo do ensino do atletismo será fornecer às crianças e jovens experiências que façam com que reconheçam os movimentos, regras o ciais e características de cada uma das provas, executando-as praticamente, de acordo com suas possibilidades, além da possibilidade de através do atletismo contribuir com o desenvolvimento motor das crianças e jovens respeitando cada fase. E nesse ambiente o foco não será o desempenho, mas sim a vivência na modalidade, para isso sugere-se a utilização de brincadeiras e jogos pré-desportivos em torno das habilidades motoras básicas do atletismo, tais como: marchar, correr, saltar, lançar e arremessar são, sem sombra de dúvida, aliadas importantíssimas na apreensão da linguagem corporal em torno dessa modalidade esportiva (MATTHIESEN, 2007; 2012a). A partir das três dimensões: conceituais, procedimentais, atitudinais (BRASIL, 1998), Matthiensen (2014), sugere a utilização das mesmas de maneira separada para o ensino do Atletismo no ambiente escolar. DIMENSÃO CONCEITUAL - O que se deve ‘saber’ do atletismo? DIMENSÃO PROCEDIMENTAL - O que se deve ‘saber fazer’ do atletismo? DIMENSÃO ATITUDINAL - Como o atletismo me ajuda a ‘ser?’ A utilização das dimensões dos conteúdos ampliará as possibilidades de abrangência e acesso aos conhecimentos concernentes a essa modalidade esportiva (MATTHIESEN, 2014). Aos poucos, os alunos perceberão que o correr, o saltar, o arremessar e o lançar do atletismo, não são simples atos de correr, saltar, arremessar e lançar, mas envolvem regras e movimentos técnicos especí cos que fazem dessa modalidade esportiva o que ela é (MATTHIESEN, 2007; 2012a). Além de levá-lo a perceber o quanto do atletismo há em suas atividades cotidianas e como é possível inseri-lo nas atividades do dia a dia (MATTHIESEN, 2014). De acordo com as dimensões, a seguir será apresentado cada uma das dimensões e como aplicá-las nas aulas de atletismo baseado no modelo sugerido por Matthiesen, 2014. Nessa dimensão é fundamental se explorar fatos, conceitos e princípios (BRASIL, 1998) que abranjam, entre outras coisas: O processo histórico e, portanto, a origem e evolução das provas do atletismo; A relação de suas provas com a vida cotidiana; As capacidades físicas especí cas de cada uma delas; As diferenças regionais e culturais em torno das provas do atletismo. Essa dimensão está relacionada ao fazer (BRASIL, 1998). Essa parte é a maneira de como iremos ensinar a modalidade esportiva, quais estratégias utilizar. A utilização de jogos pré-desportivos e brincadeiras que envolvem habilidades motoras básicas como marchar, correr, saltar, lançar e arremessar, ainda é o melhor caminho para se iniciar um trabalho com a dimensão procedimental do atletismo (MATTHIESEN, 2014). O planejamento dessas atividades deve estar relacionado aoobjetivo principal da aula: Quais provas do atletismo devem ser vivenciadas pelos alunos nessa fase de idade ou série que eles se encontram; Quais movimentos devem ser executados por eles? Nesse ponto lembrando que é apenas iniciação ao atletismo, então devemos focar nos movimentos básicos ou chave para determinada prova; Como os materiais/implementos o ciais e alternativos do atletismo devem ser manuseados? E de acordo com a idade, pode-se acrescentar algumas regras o ciais. Nesta dimensão, a modalidade atletismo será aplicado no dia a dia das alunos, utilizando o mesmo como instrumento para estimular a re exão sobre as normas, valores e atitudes (BRASIL, 1998) que pode in uenciar positivamente o comportamento dos alunos perante seus colegas e demais pessoas de seu convívio, aprimorando o relacionamento social (família/amigos) fora do ambiente de ensino aprendizagem (MATTHIESEN, 2014). Ao se planejar as atividades, alguns pontos devem ser abordados nas aulas, podemos destacar: Como aprender a respeitar os adversários e a exercitar o diálogo com os demais competidores e árbitros; Quais conquistas e/ou histórias de vida podem ser resgatadas e utilizadas como exemplo de força de vontade e de superação? Promover uma re exão sobre o meio ambiente a partir do atletismo; Como o atletismo poderá estimular trabalhos em grupo de forma cooperativa e interacional, favorecendo as relações interpessoais, além de situações em que haja uma colaboração entre eles no processo de aprendizagem; De que forma o atletismo pode nos auxiliar a reconhecer e a valorizar atitudes que não sejam preconceituosas, em relação às habilidades, ao gênero, à religião, entre outras? Ético na prática do atletismo? Para o desenvolvimento da aula e o ensino da modalidade o fazer (BRASIL, 1998), a modalidade será dividida em grupo de provas de acordo com (MATTHIESEN, 2014). Desenvolva as habilidades motoras (andar, correr e marchar) em diferentes ritmos, para que os alunos identi quem as diferenças entre elas. Figura 2 - Atividade “andar caminhar” Fonte: Matthiesen, 2012, p. 33 . Ao comando do professor por um apito ou algum sinal sonoro os alunos devem alterar a caminhada com a corrida. Figura 3 - Atividade “pega pega marchando” Fonte: Matthiesen, 2012, p. 32. Deverá ser selecionado um pegador, o qual deverá pegar (tocar os outros) apenas marchando. E quem será pego também deverá apenas marchar para se deslocar. Explore ao máximo jogos de pegador, estafetas e jogos em grupo, iniciando por distâncias curtas; Para trabalhar as corridas de fundo, utilize atividades alterando o ritmo e distância. Para essas provas pode-se explorar estafetas e corridas individuais, alterando as distâncias e o tipo de obstáculos (caixas de papelão, cones, cordas). Figura 4 - Atividade “estafeta” Fonte: Matthiesen, 2012, p. 40. Os Alunos dispostos em duas ou mais colunas divididas ao meio. Ao sinal, o primeiro da coluna deverá correr, indo em direção ao primeiro da equipe que está do lado oposto, tocando-lhe as mãos, e no revezamento pode-se acrescentar o bastão ou algum objeto. Figura 5 - Atividade “losango” Fonte: Matthiesen, 2012, p. 67. O exercício será realizado em grupo. Cada grupo de alunos deverá deslocar do um ponto ao outro do losango de acordo com o tempo estabelecido pelo professor. Figura 6 - Atividade “losango” Em colunas, os alunos deverão transpor dois, três, quatro conjuntos de duas cordas colocadas paralela e sequencialmente no solo. Podendo variar a quantidade de passadas entre cada espaço, e a perna que vai passar Explore todos os tipos, isto é, para cima, para baixo, para os lados, com um ou dois pés, antes de ensinar os saltos especí cos de cada prova. Nessas provas devem ser contabilizados os saltos, para evitar lesões. Fonte: Matthiesen, 2012, p. 98. o obstáculo. As cordas podem ser substituídas por caixa de papelão ou caixotes. Figura 7 - Atividade “Salto marcado” Fonte: Mini Atletismo, 2014, p. 20. Para as provas de salto distância e triplo. Saltar com os dois pés ou com um de acordo com o comando do professor ou a brincadeira amarelinha. Outra alternativa é o pique pega saltando com apenas uma perna. Figura 8 - Atividade “losango” Fonte: Matthiesen, 2012, p. 139. Para as provas de salto em altura, saltar a corda que deve estar a uma altura do chão e a queda pode ser na areia ou colchão. Para o salto com vara, utilizar a vara ou alguma adaptada como a de bambu. Utilize jogos em grupos com bola ou com materiais de texturas e formatos diferentes, até que os alunos estejam preparados para conhecerem os movimentos especí cos das provas. Figura 9. Atividade “Acerte o alvo” Fonte: Matthiesen, 2012, p. 139. Atividade voltada para o lançamento de dardo. Duas equipes, dispostas em colunas de frente para um alvo suspenso, existente entre elas. A equipe marcará um ponto sempre que um de seus executantes conseguir acertar o alvo. Entretanto, essa atividade também pode ser desenvolvida com as outras provas de lançamento, porém deve-se colocar as observações dos movimentos, que devem ser realizados de acordo com a prova. AUTORIA Dr. Bruno Pereira Melo Dr. Francisco de Assis Manoel Caro(a) aluno(a), você já deve ter notado que estamos utilizando o termo ambiente informal. Pois é, ao mencioná-lo estamos nos referindo a outros ambientes fora da escola. Sendo assim, neste tópico estudaremos os aspectos pedagógicos e metodológicos para o ensino da técnica e tática do Atletismo em ambientes informais. Fora da escola, podemos visualizar a prática do atletismo em clubes que também tenham outras modalidades esportivas ou algum projeto especí co para a prática do mesmo e, normalmente, essas equipes em sua maioria também tem uma vertente competitiva. É interessante uma parceria entre elas e as escolas para o desenvolvimento de projetos, pois nas escolas é o primeiro local de contato das crianças com a modalidade, e apresentando predisposição para a prática da mesma, essas podem ser encaminhadas para a equipe e dar início aos treinamentos direcionados para a competição. Um exemplo dessa parceria, acontece em uma cidade chamada Lavras, localizada em Minas Gerais, em que temos o Centro Regional de Iniciação ao Atletismo (CRIA- Lavras). Esse projeto funciona dentro da Universidade Federal de Lavras, então os alunos da graduação ao nal de cada semestre organizam um festival de atletismo dentro da Universidade, para isso eles passam o semestre ministrando aulas de iniciação ao atletismo em algumas escolas da cidade. E ao nal do festival as crianças são convidadas a fazerem parte do projeto, que tem crianças desde a iniciação ao atletismo até atletas pro ssionais. As crianças que se destacam, já são direcionadas para a equipe competitiva. Figura 10 - Pista de Atletismo da Universidade Federal de Lavras-MG (CRIA – Lavras) Fonte: o autor Ao tratarmos do atletismo em ambientes informais abordaremos o atletismo direcionado para competições, em que daremos um pouco mais de enfoque no treinamento para melhoria da técnica de cada prova. Partimos do princípio que os indivíduos já passaram pelo processo de iniciação como abordado no tópico anterior. Entretanto, gostaria de destacar que em clubes ou equipes de atletismo também temos a parte de iniciação ao atletismo, e essa iniciação pode ser realizada da mesma maneira em que foi trabalhado no tópico anterior, “Aspectos pedagógicos e metodológicos para o ensino da técnica e tática do atletismo em ambientes formais (dimensão conceitual, atitudinal e procedimental).” Aqui também será utilizada a mesma divisão padronizada anteriormente para os grupos de provas e como descritas na unidade I: O sistema energético solicitado é o aeróbico, e como característica da pisada, os pés se comportam entrando em contato com o solo apoiando-se em todos os seus segmentos. Dessa forma os treinamentos devem ser direcionados para o aperfeiçoamento da técnica, mas também como a melhoria do condicionamento aeróbio (PETRIS, 2016). Abaixo algumas características importantesda prova (MATTHIESEN, 2017): Figura 11 - Marcha atlética. Membros superiores: os braços devem estar exionados a 90°, movimentados no sentido anteroposterior e de acordo com o ritmo e amplitude da passada, que impulsiona o marchador para frente. Assim, quanto mais veloz for o deslocamento do marchador, mais veloz será a movimentação dos membros superiores. Tronco: ligeiramente inclinado à frente, o tronco deverá acompanhar, de maneira oposta, os movimentos do quadril, sem que haja uma rotação exagerada. São duas as fases de apoio observadas na marcha atlética: a denominada fase de apoio simples, caracterizada pelo contato do calcanhar no solo, pela “estabilização”, quando toda a planta do pé está apoiada no solo, e pela “impulsão”, realizada a partir da ponta do pé, descrevendo, de maneira geral, As corridas são divididas de acordo com a sua duração e contribuição bioenergética, dessa forma os treinamentos devem ser direcionados de acordo com essas características. Mas independente da distância as corridas se resumem em três fases: Apoio, suspensão e apoio. Figura 12 - Fases da corrida Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2000). Outro aspecto importante que se deve trabalhar nas corridas, são os educativos de corrida ou exercícios coordenativos, abaixo alguns deles (MATTHIESEN, 2017). Entretanto, de acordo com o nível de aprendizagem dos alunos, pode-se variar e aumentar a complexidade deles. Além disso, os praticantes de outras provas também podem realizar esses educativos especí cos de corrida, assim como, os educativos especí cos de cada prova. Fonte: Matthiesen, 2012, p. 25 (Modi cada de Barros & Dezem, 1978, p. 90.). o movimento de rolamento do pé sobre o solo; e a denominada fase de duplo apoio, caracterizada pelo contato da ponta do pé posterior no solo, nalizando a impulsão, enquanto o pé dianteiro realiza o contato pelo calcanhar, iniciando o “ataque”. Figura 13 - Fases da corrida Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2000). Alguns fatores podem ser determinantes no resultado de uma corrida de velocidade, dentre eles podemos destacar: Tempo de reação Força e velocidade de sprint Resistência de sprint Os treinamentos devem ter foco para a melhoria dessas variáveis. Nas provas de velocidade teremos a saída de blocos, que fazem muita diferença na largada e no resultado nal da prova, devendo dedicar uma parte dos treinos voltado para eles, principalmente nas provas mais curtas. É recomendado que treine os mais variados estímulos possíveis (sonoros, visuais, de diferentes posições). Anfersen: Deslocamento com base na exão alternada dos membros inferiores de modo que os calcanhares subam próximos aos glúteos. Dribbling: Deslocamento bem curto com base em um molejo apoiando- se os pés alternadamente ora na ponta, ora na planta, com ligeira exão dos joelhos. Skipping: deslocamento com base na elevação alternada dos joelhos até a altura do quadril, mantendo o tronco ereto e os membros superiores no sentido antero posterior, de acordo com o movimento da corrida, priorizando-se a frequência e a coordenação dos movimentos Hopserlauf: Deslocamento com saltos “repicados” (saltitamento duplo na perna de impulsão) alternando-se membros inferiores e superiores. Figura 14 - Sequência completa da saída de bloco. Fonte: Matthiesen, 2014, p. 25. Nas provas de revezamento temos as passagens dos bastões, que é o grande momento. Ele é exaustivamente treinado pelas equipes, pois a passagem mal sucedida ou o não acontecimento dela pode trazer resultados bastante penosos, como a perda de tempo ou no pior dos casos a desclassi cação da equipe (PETRIS, 2016). Para que as passagens sejam bem sucedidas, deve-se ter uma sintonia entre os atletas. Para as provas temos dois tipos de passagens, a “visual” normalmente utilizada no revezamento 4x400 m, caracterizada pelo atleta car olhando para trás incentivando o atleta que está vindo, pois na maioria das vezes já está bem cansado (PETRIS, 2016). Por outro lado, no revezamento 4x100m as passagens devem ser realizadas mais rápidas e para não perder tempo elas são realizadas de maneira “não visual” (PETRIS, 2016). Além do tipo de passagens, temos o estilo de passagens do bastão: na “passagem ascendente”, o corredor deve entregar o bastão de forma ascendente (de baixo para cima) e colocá-lo entre o indicador e o polegar de quem recebe, os quais devem estar bem afastados (BARALDI e OLIVEIRA, 2019). E na “passagem Aos seus lugares: o corredor tem de se colocar nos blocos de partida e de nir a posição inicial. Prontos: ele se move, colocando-se na posição ideal para à partida. Partida: aluno abandona os blocos e realiza a primeira passada de corrida. Aceleração: ele aumenta a velocidade e faz a transição para a corrida de velocidade máxima. descendente”, normalmente utilizada por atletas mais experientes, o corredor deve entregar o bastão de forma descendente (de cima para baixo) e colocá-lo na palma da mão, que deve estar bem aberta, de quem recebe (BARALDI e OLIVEIRA, 2019). Em relação às corridas rasas de meio fundo e fundo que vão de 800 a maratona, o que devemos priorizar no planejamento dos treinamentos são as características bioenergéticas das provas, ou seja, na prova de 800 m temos umas contribuição maior do metabolismo anaeróbio em relação ao aeróbio, e essa proporção vai mudando de acordo com que vai aumentando a distância da prova. Dessa forma, o Figura 15: Passagem de bastão ascendente Fonte: Adaptado de Müller e Ritzdorf (2000); Baraldi e Oliveira (2019, p. 76 e 77). Figura 16: Passagem de bastão descendente Fonte: Adaptado de Müller e Ritzdorf (2000); Baraldi e Oliveira (2019, p. 76 e 77). Figura 17 - Pista de atletismo e as zonas de passagem de bastão da prova de revezamento 4x100m Fonte: Adaptado de Müller e Ritzdorf, 2000; Baraldi e Oliveira, 2019, p. 72. primeiro passo é realizar a classi cação bioenergética da prova antes de iniciar a prescrição de treinamento. Outro fator de extrema importância a se trabalhar nessas provas é o ritmo de corrida (MATTHIESEN, 2014). A técnica da corrida sobre barreiras é formada por três fases: impulsão, transposição e recepção. A transposição tem como objetivo principal minimizar o tempo de suspensão. Para que isto ocorra de forma rápida, é necessário dominar a técnica, pois ela permitirá ao atleta cumprir esse objetivo (LOHMANN, 2011; BARALDI e OLIVEIRA, 2019). Figura 18 - Fases da corrida Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2000); Baraldi e De Oliveira 2019, p. 66. Impulsão: O corredor tem de se colocar nos blocos de partida e de nir a posição inicial. Transposição: Minimizar a perda de tempo na suspensão da transposição. A perna de ataque deverá car totalmente estendida sobre a barreira e o joelho está exionado e o pé da perna de rebote também; o joelho deve ser puxado muito rapidamente para cima e para frente Recepção: transferir a passagem da barreira para a corrida. Corrida entre as barreiras: Após a recepção ele deverá correr até a próxima barreira Na prova com obstáculos as fases são as mesmas, porém os corredores podem apoiar nos obstáculos para ultrapassá-los. O treinamento técnico das duas provas é parecido, em ambas deve-se treinar bastante a técnica de passagem de barreira e obstáculo. Para os saltadores temos algumas características que são pertinentes a um bom saltador: velocidade; força; impulsão; habilidade; domínio da técnica, com isso o planejamento dos treinamentos deve levar em consideração esses aspectos. Nessas provas o controle da quantidade de saltos é de extrema importância. De acordo com Baraldi e Oliveira (2019), os saltos, em geral, são divididos em quatro fases: Fase da corrida (antecede e prepara o salto) que o objetivo de ganho de velocidade; Fase da impulsão ou chamada: esta fase é determinante e fundamental para todos os saltos, pois de ne a altura do centro de gravidade e a trajetória do corpo do saltador Fase suspensão ou voo (fase aérea): nesta fase, para os saltos horizontais (em distância e triplo), o saltadordeverá evitar a redução da distância do tamanho do salto e deve preparar-se para a queda. Nos saltos verticais (em altura e com vara), o saltador deverá evitar a redução da altura do percurso para assegurar a boa transposição da barra. A fase de queda: nesta fase, para os saltos horizontais, o saltador deverá minimizar a distância do contato inicial dos pés com o solo. Já no salto triplo, cada queda de cada salto é utilizada como transição para o salto seguinte. Nos saltos verticais, a queda deverá ser utilizada de forma segura para evitar lesões. Com algumas particularidades, o salto com vara tem algumas adaptações para o uso do implemento (vara). Porém, no salto triplo, temos a mesma sequência feita por três vezes consecutivas. No salto em distância ainda podemos destacar três estilos de saltos: grupado, arco e passada no ar (ou hitch kick) hoje utilizado pela grande maioria dos atletas de alto nível (MATTHIESEN, 2017). Figura 19 - Tipos de saltos em distância Fonte: Matthiesen, 2014, p. 95. Figura 20 - Fases do salto em distância Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2002); Baraldi e Oliveira 2019, p. 98. O salto triplo consiste basicamente na realização de três saltos sucessivos, onde o atleta realiza os dois primeiros com a sua perna de impulsão (perna forte) e o último salto é feito com sua perna fraca. Além disso, é considerada uma das provas mais complexas do atletismo. Figura 21 - Fases do salto triplo Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2002); Baraldi e Oliveira 2019, p. 98. O salto em altura é uma das provas que mais evoluiu no atletismo, devido aos diferentes tipos de saltos que contribuíram para a melhoria das marcas. Dentre os saltos podemos destacar: o estilo tesoura, utilizado na iniciação, não tem a necessidade de um colchão; o estilo “rolo ventral”; e o mais utilizado atualmente, o estilo “fosbury op”, ou de costas (MATTHIESEN, 2017). Figura 22 - Fases do salto em altura, “fosbury Flop” Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2002); Baraldi e Oliveira 2019 p. 98. O salto com vara é considerado a modalidade esportiva mais complexa, além do treinamento básico para a prova é recomendado que os atletas também façam aulas de ginásticas, para o aprimoramento dos movimentos. Figura 23 - Fases do salto com vara Fonte: acesse o link Disponível aqui Dentre as provas, de acordo com as nomenclaturas do atletismo, temos apenas uma prova de arremesso que é o arremesso de peso e as outras todas são consideradas lançamentos. A técnica O’Brien, é também conhecida como arremesso de costas, é uma das mais utilizadas em todo o mundo (PETRIS, 2016). No que diz respeito ao arremesso do peso lateral, segundo Matthiesen (2017). Sugere-se que, na fase de aprendizado, se inicie pelo arremesso do peso lateral sem deslocamento (parado). A partir dele, o aluno poderá aprender o arremesso do peso lateral com deslocamento, inicialmente sem que haja troca de pés (reversão), até que se tenha condições de realizá-la. Na sequência do aprendizado e de acordo com as possibilidades do arremessador, outros estilos poderão ser experimentados, como o estilo O’Brien e o estilo rotacional (ou com giro), ambos inicialmente sem a troca de pés (reversão) até que se tenha condições de realizá-la (MATTHIESEN, 2017). O que se deve priorizar no ensino do arremesso do peso é que peso não deve perder o apoio com o pescoço até o momento nal do arremesso e o mesmo deve ser empurrado para cima e para frente. Figura 24 - Fases do arremesso de peso Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2002); Baraldi e Oliveira 2019, p. 140. Quadro 1 - Erros comuns e correções do arremesso do Peso Fonte: Adaptado Matthiesen (2017) Os movimentos dos lançamentos são divididos em quatro fases, conforme Fernandes (1978), e são comuns a todos: preparação, construção do movimento, lançamento, recuperação. De acordo com Baraldi e Oliveira (2019): Na fase de preparação, o aluno deverá pegar o implemento e se preparar para a construção do movimento. Na fase de construção do movimento, o objetivo é aumentar a velocidade do lançamento e acelerar a velocidade do corpo e do implemento para o nível ideal. Essa velocidade é feita em um movimento linear (reto) no lançamento do dardo e no arremesso do peso e, em movimentos rotacionais, no lançamento do disco e do martelo. Na fase de lançamento, a velocidade é armazenada, aumentando a transferência do peso do corpo para o implemento que será lançado. Existe um momento, em todos os lançamentos, que é chamado de posição de forma, é a ligação entre a construção do movimento e o lançamento. Na fase de recuperação: O objetivo desta fase é a estabilização do corpo a m de evitar que sejam ultrapassados os limites da borda do setor de lançamento. O treinamento para essas provas, além de ter um grande percentual de treino técnico para melhoria da técnica de dos lançamentos para cada prova especí ca, deve-se dar uma atenção muito grande aos treinos de força destinados a esses atletas, tanto para membros superiores quanto inferiores, pois os movimentos de pernas são muito importantes para os lançamentos. Matthiesen (2017), destaca alguns erros comuns que ocorrem em cada uma das provas e possíveis exercícios para correção: Figura 25 - Fases do lançamento do dardo Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2002); Baraldi e Oliveira 2019, p. 140. Quadro 2 - Erros comuns e correções do lançamento do dardo Fonte: Adaptado Matthiesen (2017) Figura 26 - Fases do lançamento de disco Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2002); Baraldi e Oliveira 2019, p. 140. Quadro 3 - Erros comuns e correções do lançamento do disco Fonte: Adaptado Matthiesen (2017) Figura 27 - Fases do lançamento do martelo Fonte: adaptado de Müller e Ritzdorf (2002); Baraldi e Oliveira 2019, p. 140. Quadro 4 - Erros comuns e correções do lançamento do martelo Fonte: Adaptado Matthiesen (2017) AUTORIA Dr. Bruno Pereira Melo Dr. Francisco de Assis Manoel No primeiro momento a maior di culdade para se trabalhar o atletismo parece ser o espaço, pois na maioria das vezes é possível observar a sua prática em uma pista o cial de 400 metros. Pois não, o atletismo, principalmente na iniciação, pode ser praticado em qualquer espaço, desde um pátio pequeno até uma pista o cial de atletismo. Essa falta de espaço normalmente é observada nas escolas, então utilize o espaço que tiver disponível: pista, quadras, pátio, espaço com grama ou areia, sala de aula, adapte suas atividades de acordo com o espaço disponível. São muitas as possibilidades de adequações e de aprofundamento dos conhecimentos e vivências, basta que haja criatividade! (MATTHIESEN, 2014). No atletismo temos diversos materiais e implementos, que vão desde materiais simples até outros mais complexos com elevado custo nanceiro. Entretanto, da mesma maneira que a pista, podemos adaptar utilizando materiais alternativos e desenvolver a modalidade esportiva (MATTHIESEN, 2014). Abaixo temos algumas opções de utilização de material alternativos para os diferentes grupos de provas: Quadro 4 - Materiais alternativos para as provas de corrida Para CONFECCIONAR MATERIAL UTILIZADO Raias giz branco ou ta crepe para demarcá-las na quadra esportiva; barbantes colocados no chão ou suspensos, a 30 cm do solo, demarcando-as; cordas ou linhas traçadas no chão para delimitá-las. Blocos buracos cavados no chão, caso o piso seja de terra; companheiro para apoio dos pés. Barreiras barbante de 50 cm amarrados ou cabo de vassoura sobre 2 garrafas plásticas tipo pet; 1 cabo de vassoura (ou folha de jornal dupla enrolada) sobre 2 latas de tinta de 10 L ou de 50 L; 1 cabo de vassoura sobre 2 cones ou 2 banquinhos ou 2 caixas de papelão; caixas de papelão, colocadas no chão invertidas para baixo; canos de PVC encaixados, no formato da barreira. Obstáculos caixotes de madeira resistentes, no chão, boca para baixo; bancos suecos, xos nas extremidades. Bastões gravetos ou tubos de PVC de 30 cm, com as extremidades contornadas com ta crepe; 1 folha dejornal enrolada no formato de um bastão de 0,30 cm, envolvida em papel contact ou plástico para preservá-lo. Fonte: MATTHIESEN (2014, p. 41). Quadro 5 - Materiais alternativos para as provas de salto Para CONFECCIONAR MATERIAL UTILIZADO Caixa de areia giz branco, barbante ou ta crepe para delimitação do espaço correspondente na quadra esportiva; cordas e cones para delimitação do espaço na quadra esportiva Tábua de impulsão giz branco, barbante ou ta crepe para delimitação do espaço correspondente à tábua de impulsão, na quadra esportiva; demarcar o local da impulsão utilizando um arco (bambolê), de acordo com a distância adaptada para o salto em distância (30 cm) e para o salto triplo (2 m) em relação ao local de queda. Impulsão caixotes de madeira resistentes, step, banco sueco ou a tampa do plinto. Cuidado para não escorregar no ato da impulsão. Setor de queda colchões para amortecimento da queda, com cuidado para que não escorreguem, segurando-os de encontro ao solo. Poste 2 gravetos dentro de garrafas pet, com suporte para o sarrafo e a ta métrica para medição, ou garrafas pet e corda elástica. Sarrafo 1 graveto com cerca de 3 m de comprimento; cordas elásticas ou trançadas com tecido. Vara cabos de vassoura ou caibros; varas de bambu com 2 m de comprimento. Fonte: MATTHIESEN (2014, p. 41). Quadro 6 - Materiais alternativos para as provas de arremessos e lançamentos Para CONFECCIONAR MATERIAL UTILIZADO Peso jornal amassado no formato de bola, que caiba na palma da mão. Colocá-la em 1 meia ou sacola plástica, fechada com ta crepe ou costurada. O peso poderá ser aumentado com areia. Pelota jornal amassado no formato de uma bola, tipo tênis. Colocá-la dentro de 1 meia ou sacola plástica, fechada com ta crepe ou costurada, cujo peso poderá ser aumentado colocando-se areia. Dardo folha de jornal dupla, enrolada no formato de um dardo, contornando-o com papel contact; cabo de vassoura ou bambu, contornando-se a empunhadura com barbante. A ponta poderá ser confeccionada com garrafa pet ou uma bolinha de meia/ borracha, facilitando a queda. Disco 2 pratinhos de bolo ou círculos de papelão, com jornal amassado ou 1 saco com areia dentro, para car mais pesado. Contornar os pratos com ta crepe ou com uma borracha de mangueira, envolvendo-o com papel alumínio ou plástico. Martelo jornal amassado no formato de uma bola que caiba na palma da mão. Colocá-la em 1 meia de nylon ou sacola plástica, fechada com ta crepe ou costurada. O peso poderá ser aumentado com areia. Para o cabo, utilizar a meia de nylon trançada ou uma corda. Para a empunhadura, utilizar 1 pedaço de borracha no formato de 1 triângulo ou um rolo usado de durex ou ta crepe. Setor de queda de arremesso e lançamentos giz branco, barbante ou ta crepe para delimitação do espaço correspondente na quadra esportiva, no formato em ‘V’. Círculo de arremesso e lançamento giz, barbante ou cordas para delimitar o círculo de acordo com a prova. Fonte: MATTHIESEN (2014, p. 43). AUTORIA Dr. Bruno Pereira Melo Dr. Francisco de Assis Manoel Agora veremos alternativas de como planejar uma aula de atletismo tanto no âmbito Educacional quanto no esporte de alto rendimento. Como exemplo utilizaremos a mesma modalidade para os dois ambientes para detectarmos as diferenças dos planejamentos. O primeiro passo para o planejamento das aulas é ter um objetivo do que irá trabalhar na aula. Para o nosso exemplo de aula/ treino, iremos desenvolver a prova de salto triplo, que é uma das provas que mais trouxe vitórias para o Brasil no atletismo. Como vimos no início desta unidade, a atletismo no ambiente escolar pode ser planejada seguindo as três dimensões (BRASIL, 1998), e nas aulas veremos como elas se interagem no planejamento e decorrer da mesma. Tema: conhecer o salto triplo do atletismo. Conteúdos conceitual, procedimental e atitudinal. Conceitual: Conhecer o salto triplo como sendo a prova em que o Brasil mais conquistou medalhas olímpicas no atletismo. Procedimental: Vivenciar o salto triplo a partir de jogos pré-desportivos. Atitudinal: Evidenciar as diferenças existentes entre a participação masculina e feminina nesta prova, tendo como base as vivências e as atitudes de meninos e meninas nas aulas. É nessa parte em que iremos explorar a dimensão conceitual, em que serão desenvolvidas atividades que proporcione aos alunos conhecerem a prova, assim como seus recordistas (MATTHIESEN, 2014). 1. Pergunte para os alunos se eles conhecem a prova, se já ouviram falar da mesma. Apresente imagens de alguns atletas brasileiros que foram destaques nessa prova. 2. Com base em imagens de Adhemar Ferreira da Silva, Nelson Prudêncio e João Carlos de Oliveira (João ‘do Pulo’), apresenta aos alunos as maiores conquistas do salto triplo brasileiro. 3. Traga uma comparação da evolução dos recordes para essa prova 4. Apresente vídeos para que eles possam ver como é a prova de salto triplo. 5. E faça uma re�exão com eles, perguntando porque determinados países são melhores nessa prova comparado a outros. Se tem uma característica comum entre os atletas. É nessa parte em que iremos explorar a parte procedimental, em que tem que ser desenvolvidas atividades que proporcione aos alunos a vivenciarem a prova. 1. Como aquecimento da aula, pode ser desenvolvida a atividade “mamãe da rua”, essa brincadeira consiste em que um pegador ou mais �cam em um determinado espaço, e as outras pessoas devem atravessar de um lado para o outro sem que o pegador as pegue. Para o salto triplo podemos adaptar estabelecendo que todos tenham que saltar em só uma perna, depois só sobre a outra e, pode ir di�cultando, apenas dois saltos com cada perna. 2. No espaço correspondente às marcas dos recordistas, colocar quatro arcos em sequência, com espaço de 30 cm entre eles. À frente do último arco, haverá uma letra do nome do atleta, escrita em um pedaço de papel. É nessa parte em que iremos explorar a parte atitudinal (MATTHIESEN, 2014). @davit85 em freepik Distribuídos em quatro colunas, os alunos deverão correr em direção aos arcos posicionados ao �nal das marcas dos recordistas, saltando dentro deles alternando-se os pés, sendo que no último arco executarão a queda com os dois pés. Retirarão um papel de uma caixa de papelão, retornando para a coluna com uma das letras do nome do atleta em mãos. Ao �nal da atividade, o grupo deverá formar o nome do atleta (MATTHIESEN, 2014). 1. Discuta com os alunos as diferenças entre as marcas dos atletas do salto triplo, levantando os principais motivos que poderiam ter contribuído para essa evolução. 2. Discuta com os alunos as principais razões para que o salto triplo seja a prova em que o Brasil mais conquistou medalhas olímpicas no atletismo. 3. Discutir com os alunos como as potencialidades individuais podem ser valorizadas em uma aula ou competição do salto triplo, sem que os menos habilidosos sejam menosprezados; 4. Discutir porque temos um baixo número de mulheres nessa prova. Ao nal da aula, o professor deverá fazer uma avaliação do aprendizado dos alunos para dessa forma planejar as aulas seguintes. Quando pensamos no planejamento do treinamento do atletismo voltado para o alto rendimento, o objetivo principal é a melhoria do desempenho. Dessa forma, para que se obtenha os melhores resultados nos treinamentos, os mesmos devem ser planejados de maneira individualizada. @freepik Assim como no planejamento no âmbito educacional, no alto rendimento a aula ou treino deve ter um objetivo especí co. Vamos imaginar a situação hipotética: Após as avaliações de rotina foi detectado que ele está com di culdade de fazer o segundo salto com a mesma perna devido a um desequilíbrio muscular na perna, além da di culdade em nalizar o salto na areia. Objetivo da sessão de treino: Treino técnico para nalização do salto e treino de força 1. O treino começa com um aquecimento de corrida, por exemplo, ou podendo utilizar outras formas para o aquecimento. 2. Educativos: realiza-se
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