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Gestão Financeira

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Prévia do material em texto

Ana Palloma Rocha Fernandes 
Rodrigo Camloffski
Gestão Financeira
© Universidade Positivo 2018
Rua Prof. Pedro Viriato Parigot de Souza, 5300 – Campo Comprido 
Curitiba-PR – CEP 81280-330
*Todos os gráficos, tabelas e esquemas são creditados à autoria, salvo quando indicada a referência.
Informamos que é de inteira responsabilidade da autoria a emissão de conceitos. 
Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem autorização. 
A violação dos direitos autorais é crime estabelecido pela Lei n.º 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Código Penal.
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Presidente da Divisão de Ensino 
Reitor
Pró-Reitor de Graduação 
Pró-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa
Coordenação Geral de EAD
Coordenação de Metodologia e Tecnologia
Autoria
Parecer Técnico
Supervisão Editorial
Projeto Gráfico e Capa
Prof. Paulo Arns da Cunha
Prof. José Pio Martins
Prof. Carlos Longo
Prof. Ronaldo Vinicius Casagrande
Prof. Everton Renaud
Profa. Roberta Galon Silva
Profa. Ana Palloma Rocha Fernandes 
Prof. Rodrigo Camloffski 
Profa. Katharinny Bione Albuquerque Marinho
Aline Scaliante Coelho Baggetti
Regiane Rosa
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Biblioteca da Universidade Positivo – Curitiba – PR
DTCOM – DIRECT TO COMPANY S/A
Análise de Qualidade, Edição de Texto, Design Instrucional, 
Edição de Arte, Diagramação, Design Gráfico e Revisão.
3Gestão Financeira
Caro aluno,
A metodologia da Universidade Positivo apresenta materiais e tecnologias apropriadas 
que permitem o desenvolvimento e a interação entre alunos, docentes e recursos didáticos e 
tem por objetivo a comunização bidirecional entre os atores educacionais.
O seu livro, que faz parte dessa metodologia, está inserido em um percurso de aprendi-
zagem que busca direcionar a construção de seu conhecimento por meio da leitura, da con-
textualização teórica-prática e das atividades individuais e colaborativas; e fundamentado 
nos seguintes propósitos:
COMPREENDA SEU LIVRO
valorizar suas 
experiências;
incentivar a 
construção e a 
reconstrução do 
conhecimento;
estimular a 
pesquisa;
oportunizar a reflexão 
teórica e aplicação 
consciente dos temas 
abordados.
Metodologia
Gestão Financeira4
COMPREENDA SEU LIVRO
Com base nessa metodologia, o livro apresenta a seguinte estrutura:
Percurso
Pergunta norteadora
Ao final do Contextualizando o cenário, 
consta uma pergunta que estimulará sua 
reflexão sobre o cenário apresentado, 
com foco no desenvolvimento da sua 
capacidade de análise crítica.
Tópicos que serão estudados
Descrição dos conteúdos que serão 
estudados no capítulo.
Boxes
São caixas em destaque que podem 
apresentar uma citação, indicações de 
leitura, de filme, apresentação de um 
contexto, dicas, curiosidades etc.
Recapitulando
É o fechamento do capítulo. Visa sinte-
tizar o que foi abordado, reto mando os 
objetivos do capítulo, a pergunta nortea-
dora e fornecendo um direcionamento 
sobre os questionamentos feitos no 
decorrer do conteúdo.
Pausa para refletir
São perguntas que o instigam a 
refletir sobre algum ponto 
estudado no capítulo.
Contextualizando o cenário
Contextualização do tema que será 
estudado no capítulo, como um 
cenário que o oriente a respeito do 
assunto, relacionando teoria e prática.
Objetivos do capítulo
Indicam o que se espera que você 
aprenda ao final do estudo do 
capítulo, baseados nas necessida-
des de aprendizagem do seu curso.
Proposta de atividade
Sugestão de atividade para que você 
desenvolva sua autonomia e siste-
matize o que aprendeu no capítulo. 
Referências bibliográficas
São todas as fontes utilizadas no 
capítulo, incluindo as fontes mencio-
nadas nos boxes, adequadas 
ao Projeto Pedagógico do curso.
5Gestão Financeira
BOXES
Assista 
Indicação de filmes, vídeos ou similares que trazem informações 
complementares ou aprofundadas sobre o conteúdo estudado. 
Biografia 
Dados essenciais e pertinentes sobre a vida de uma determinada 
pessoa relevante para o estudo do conteúdo abordado.
Contexto 
Dados que retratam onde e quando aconteceu determinado fato; 
demonstram a situação histórica, social e cultural do assunto. 
Curiosidade 
Informação que revela algo desconhecido e interessante sobre 
o assunto tratado. 
Dica 
Um detalhe específico da informação, um breve conselho, um alerta, 
uma informação privilegiada sobre o conteúdo trabalhado. 
Exemplo 
Informação que retrata de forma obje tiva determinado assunto 
abordando a relação teoria-prática.
Afirmação
Citações e afirmativas pronunciadas por teóricos de relevância 
na área de estudo.
Esclarecimento 
Explicação, elucidação sobre uma palavra ou expressão específica 
da área de conhecimento trabalhada. 
7Gestão Financeira
SUMÁRIO
Apresentação 13
A Autoria 14
CAPÍTULO 1
Fundamentos da administração financeira 
e ambiente financeiro brasileiro 17
Contextualizando o cenário 18
1.1. Administração financeira e sua relação com 
o ambiente de negócios 19
1.1.1. Fundamentos da administração financeira e sua evolução 19
1.1.2. A administração financeira e o objetivo da empresa 22
1.1.3. Sistema Financeiro Nacional (SFN) 24
1.2. Principais práticas da administração financeira 26
1.2.1. Responsabilidade e atribuições do administrador financeiro 26
1.2.2. Análise, planejamento e controle financeiro 27
1.2.3. Decisões de investimento 28
1.2.4. Decisões de financiamento 30
1.3. Visão geral de finanças 31
1.3.1. Planejamento financeiro de curto prazo 32
1.3.2. Planejamento financeiro de longo prazo 34
Proposta de Atividade 34
Recapitulando 35
Referências 36
CAPÍTULO 2
Introdução à administração financeira de curto prazo 39
Contextualizando o cenário 40
2.1. Fluxo de caixa: entradas e saídas de caixa 41
2.1.1. Regime de caixa e regime de competência 42
2.1.2. Incertezas do processo de previsão 43
2.1.3. Exemplos clássicos de entradas de caixa 46
2.1.4. Exemplos clássicos de saídas de caixa 47
2.2. O dilema liquidez e rentabilidade 47
2.2.1. Definição de liquidez 48
2.2.2. Abordagens de gestão da liquidez 51
Proposta de Atividade 52
Recapitulando 53
Referências 54
CAPÍTULO 3
Ciclos de atividade e a gestão financeira 57
Contextualizando o cenário 58
3.1. O ciclo operacional 59
3.1.1. Definição e importância do ciclo operacional na administração financeira 59
3.1.2. Cálculo do ciclo operacional 60
3.2. Fases do ciclo operacional 62
3.2.1. Prazo médio de estocagem 63
3.2.2. Prazo médio de produção 64
3.2.3. Prazo médio de venda 65
3.2.4. Prazo médio de cobrança 67
3.3. Ciclo econômico 68
3.3.1. Definição de ciclo econômico 68
3.3.2. Cálculo do ciclo econômico 69
3.4. Ciclo financeiro 71
3.4.1. Definição de ciclo financeiro 71
3.4.2. Cálculo do ciclo financeiro 71
Proposta de Atividade 75
Recapitulando 75
Referências 76
CAPÍTULO 4
Capital de giro e capital circulante líquido 77
Contextualizando o cenário 78
4.1. Capital de giro 79
4.1.1. Capital Circulante Líquido (CCL) 79
4.1.2. Administração do capital de giro 82
4.1.3. Necessidade de Investimento em Giro (NIG) 83
4.2. Gestão do fluxo de caixa e orçamento de caixa 86
4.2.1. Saldo mínimo de caixa 86
4.2.2. Orçamento de caixa 87
4.3. Gestão de estoques 89
4.3.1. Tipos de custos dos estoques e o dilema 
custo x geração de receita 90
4.3.2. Riscos inerentes aos estoques 91
4.3.3. Abordagens de gestão de estoques: Lote Econômico de Compras (LEC) e Curva ABC 91
4.4. Administração do contas a receber e gestão do risco de crédito 93
4.4.1. Risco de crédito 93
4.4.2. Política de crédito 95
4.4.3. Política de cobrança 95
4.4.4. Medidas financeiras das políticas de crédito e cobrança 96
Proposta de Atividade 97
Recapitulando 98
Referências 99
CAPÍTULO 5
Fundamentos da análise de investimentos 101
Contextualizando o cenário 102
5.1. Origens dos projetos de investimento 103
5.1.1. Definição de investimento em gestão financeira 103
5.1.2. A importânciados critérios econômicos na análise da viabilidade de investimentos 104
5.1.3. Classificação dos projetos de investimento de acordo com sua origem 106
5.2. Tipos de investimento 107
5.2.1. Investimentos economicamente independentes 107
5.2.2. Investimentos economicamente dependentes 108
5.2.3. Investimentos com restrição orçamentária 109
5.2.4. Investimentos mutuamente excludentes 110
5.3. Fluxo de caixa dos projetos de investimento 110
5.3.1. Incertezas e impacto na estimativa do fluxo de caixa 111
5.3.2. Mensuração do fluxo de caixa de investimentos 114
5.3.3. Valor do dinheiro no tempo 118
5.3.4. Taxa mínima de atratividade (TMA) 119
Proposta de Atividade 121
Recapitulando 121
Referências 122
CAPÍTULO 6
Métodos quantitativos de avaliação 
de investimentos 123
Contextualizando o cenário 124
6.1. Payback descontado 125
6.1.1. Definição de payback descontado 125
6.1.2. Cálculo do payback descontado 126
6.1.3. Análise da viabilidade segundo o payback descontado 130
6.2. Taxa interna de retorno (TIR) 131
6.2.1. Definição da taxa interna de retorno 131
6.2.2. Cálculo da taxa interna de retorno 131
6.2.3. Análise da viabilidade segundo a taxa interna de retorno 134
6.3. Valor presente líquido (VPL) 135
6.3.1. Definição do valor presente líquido 135
6.3.2. Cálculo do valor presente líquido 136
6.3.3. Análise da viabilidade segundo o valor presente líquido 138
6.4. Índice de Lucratividade (IL) 139
6.4.1. Definição do índice de lucratividade 139
6.4.2. Cálculo do índice de lucratividade 139
6.4.3. Análise da viabilidade segundo o índice de lucratividade 141
Proposta de Atividade 143
Recapitulando 144
Referências 145
CAPÍTULO 7
Decisões de Financiamento e Estrutura de Capital 147
Contextualizando o cenário 148
7.1. Fundamentos das decisões de financiamento 149
7.1.1. Modelo integrado de tomada de decisões de financiamentos e investimentos 149
7.1.2. Fontes de recursos no mercado financeiro e de capitais 150
7.2. Estrutura de capital 151
7.2.1. Definição da estrutura de capital 153
7.2.2. Risco financeiro e estrutura de capital – Teoria de Modigliani e Miller 156
7.2.3. Fontes de financiamento de longo prazo – recursos de terceiros 
(mercado de crédito e dívidas corporativas) 157
7.2.4. Fontes de financiamento de longo prazo – capital próprio 159
7.3. Custo Médio Ponderado de Capital (WACC) 159
7.3.1. Definição de custo de capital e sua importância na geração de valor para o acionista. 159
7.3.2. Custo do capital de terceiros (Ki) 160
7.3.3. Custo do capital próprio (Ke) usando a metodologia do CAPM 161
7.3.4. Cálculo e análise do WACC 163
Proposta de Atividade 165
Recapitulando 165
Referências 166
CAPÍTULO 8
Fontes de financiamento de curto prazo 167
Contextualizando o cenário 168
8.1. Gestão de disponibilidades e o spread bancário no Brasil 169
8.1.1. Gestão financeira e as captações de curto prazo no mercado de crédito 170
8.1.2. Composição do spread bancário no Brasil 173
8.2. Mercado de crédito 174
8.2.1. Antecipação de recebíveis 175
8.2.2. Conta Garantida, Crédito rotativo e Hotmoney 175
8.2.3. Capital de giro 177
Proposta de Atividade 179
Recapitulando 179
Referências 180
13Gestão Financeira
Uma das principais áreas da administração, a gestão financeira é fundamental para o 
desenvolvimento sustentável de qualquer empreendimento, principalmente quando abor-
damos mercados com ampla concorrência, que demandam alto volume de investimentos, 
mas, nem por isso, convivem com abundância de recursos. 
Assim, cabe ao gestor financeiro encontrar as melhores oportunidades para capta-
ção de recursos, otimizando o custo de capital, implementando estratégias que propiciem 
uma gestão equilibrada do caixa, bem como avaliando e selecionando, dentre as alternati-
vas de investimento, aquelas mais rentáveis, com o objetivo de maximizar o resultado dos 
proprietários ou dos acionistas.
Desta forma, ao realizar a leitura do material, o aluno será inserido neste contexto, 
adquirindo as habilidades e competências necessárias para compreender e participar ati-
vamente do processo de planejamento financeiro de uma organização. O gestor financeiro 
atua no que diz respeito à aplicação de métodos, técnicas e conceitos para a gestão das 
finanças de curto e longo prazo, administração do fluxo de caixa e do capital de giro, defini-
ção da estrutura de capital, das fontes de financiamento do negócio e análise da viabilidade 
de projetos de investimento, questões essenciais para o profissional da área. Bons estudos!
APRESENTAÇÃO
Gestão Financeira14
A professora Ana Palloma Rocha Fernandes é Especialista em Gestão Administrativa e 
Financeira pela Universidade Cândido Mendes (UCAM) e Bacharel em Administração pela 
Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). 
Currículo Lattes:
<lattes.cnpq.br/6556330440249544>
A AUTORIA
Dedico esta obra àquele que é a 
Palavra, em reconhecimento de 
que não existe nada que tenha sido 
feito sem Ele. Ofereço-a também a 
meus pais, em gratidão à formação 
crítica recebida para questionar 
realidades e propor sempre um 
novo mundo de possibilidades.
15Gestão Financeira
O Professor Rodrigo Camloffski é Mestre em Administração Estratégica pela Pontifícia 
Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), Especialista em Gestão e Liderança pela Estação 
Business School, Especialista em Finanças pela Faculdade de Administração e Economia do 
Paraná (FAE-PR), e Bacharel em Administração, com Habilitação em Comércio Exterior, pela 
Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Currículo Lattes:
<lattes.cnpq.br/2624207312846854>
A AUTORIA
A todos os profissionais que 
dedicam seu tempo compartilhando 
conhecimentos e acreditando 
que a educação realmente é o 
caminho para, quem sabe um dia, 
desfrutarmos de um mundo melhor. 
17Gestão Financeira
OBJETIVOS DO CAPÍTULO
• Identificar as características do ambiente financeiro brasileiro e sua relação com o 
ambiente de negócios, definir os objetivos e principais práticas da administração 
financeira, identificar as principais responsabilidades do gestor financeiro.
CAPÍTULO 1
Fundamentos da administração financeira 
e ambiente financeiro brasileiro 
Rodrigo Camloffski
TÓPICOS DE ESTUDO
1
Administração financeira e sua 
relação com o ambiente de negócios
3 Visão geral de Finanças
• Fundamentos da administração 
financeira e sua evolução.
• A administração financeira e o obje-
tivo da empresa.
• Sistema Financeiro Nacional (SFN).
• Planejamento financeiro de curto 
prazo.
• Planejamento financeiro de longo 
prazo
2 Principais práticas da administração 
financeira
• Responsabilidade e atribuições do 
administrador financeiro.
• Análise, planejamento e controle 
financeiro.
• Decisões de investimento.
• Decisões de financiamento
Gestão Financeira18
Contextualizando o cenário
Definitivamente, a administração financeira de qualquer negócio não é tarefa para ama-
dores. O ambiente financeiro tem se tornado mais complexo, com o desenvolvimento de 
novos mercados e instrumentos mais sofisticados.Ao mesmo tempo, surgem novas opções 
de financiamento e investimento, tornando o processode tomada de decisão mais dinâmico 
e fazendo com que o custo da decisão incorreta ou tardia seja ainda mais significativo. À 
medida que a disponibilidade e a velocidade da informaçãocontribuem para um novo perfil 
de consumidor, mais consciente, exigente e seguro, emerge também um mercado mais com-
petitivo, onde a inovação já não é mais desejável, mas sim necessária.
Neste contexto, é fundamental para o gestor financeiro entender como funcionam os merca-
dos, avaliando, também, a influência das questões de conjuntura política e econômica. 
Diante desse cenário, questiona-se:como o gestor financeiro pode atuar de forma a miti-
gar o risco do processo decisório e maximizar o resultado da empresa?
19Gestão Financeira
1.1. Administração financeira e sua relação com 
o ambiente de negócios
Fundamental dentro das organizações, a administração financeira édiretamente 
responsável pela sustentabilidade da empresa. Sem uma gestão financeira eficaz, 
assume-se um grau de risco muito elevado no processo decisório, situação incompatível 
com o ambiente de negócios atual.
A administração financeira trata das finanças das organizações e nada mais é do que 
a arte e a ciência da gestão do dinheiro (GITMAN, 2010). Ao avaliar esta definição, o aluno 
pode se questionar se, de fato, a administração das finanças realmente tem caráter cientí-
fico ou é apenas uma mescla de competências e habilidades interpressoais.
1.1.1. Fundamentos da administração financeira e sua evolução
Pois bem, o surgimento da administração científica ocorreu no início do século XX, 
na esteira da Revolução Industrial, com os estudos a respeito da Teoria da Administração, 
desenvolvidos pelo americano Frederick Winslow Taylor, que, por meio dos Princípios da 
Administração Científica, propunha a divisão do trabalho. Outro teórico que contribuiu 
para a Teoria Clássica da Administração foi o francês Henri Fayol, que abordou a estrutura 
organizacional. 
As propostas de Taylor foram fundamentais para o desenvolvimento dos processos 
de controle de qualidade enquanto Fayol foi o responsável por levar o estudo da Adminis-
tração para a direção das empresas.
Posteriormente, na década de 40, surgiram os trabalhos de Elton George Mayo, com 
a Teoria das Relações Humanas, opondo-se à Teoria Clássica e enfatizando a necessidade 
de humanizar a gestão. Em 1950, amparada na Teoria da Burocracia, desenvolvida pelo 
sociólogo alemão Max Weber, desenvolve-se a Teoria Estruturalista, que aborda as carac-
terísticas do homem organizacional, pertencente a vários grupos e organizações. Final-
mente, a partir de 1990, influenciada pela globalização, surge a era da informação, cujos 
estudos deram ênfase à produtividade, à qualidade e ao cliente.
Portanto, as contribuições trazidas pelos trabalhos publicados por estes e outros 
estudiosos na história da administração, cercadas de embasamento teórico e metodoló-
gico, propiciaram não só a ruptura de paradigmas, ou seja, modelos de gestão pré-conce-
bidos, maso desenvolvimento e a validação de novas ideias, ferramentas e métricaspara 
acondução das atividades na organização. 
Gestão Financeira20
Tais teorias, alicerçadas em fatos e hipóteses que podem ser testadas e, inclusive, 
desconstruídas, constituem o que chamamos de teoria científica. Obviamente, conforme 
ressalta Chibeni (2006), as teorias mais bem fundamentadas e seguras devem abranger 
uma ampla área de fatos, pois, assim, maximiza-se a sua resistência a possíveis desconstru-
ções das hipóteses levantadas. 
Para tanto, é fundamental a presença do método científico, por meio do emprego 
de normas e regras básicas como observações, realização de experiências e deduções que 
permitem obter resultados confiáveis para as investigações e estudos realizados. O certo 
é que a ciência está sempre em constante evolução e, desta forma, as teorias existentes 
podem ser superadas por novas teorias. Em suma, a administração financeira preenche 
todos os requisitos para se enquadrar como ciência.
Entretanto, é importante ressaltar que qualquer área de atuação requer algumas 
características pessoais, as quais compõem o perfil dos seus profissionais. Para a área finan-
ceira não é diferente, pois características como organização, disciplina e autocontrole são 
desejáveis e se fazem presentes em muitos profissionais de finanças. Via de regra, sem tais 
características, que moldam uma predisposição a atuar com gestão financeira, somente o 
conhecimento adquirido não é suficiente para que o profissional construa uma carreira de 
destaque. Ainda com base na definição dada, pode-se afirmar que o objeto de estudo das 
finanças é a gestão do dinheiro e, consequentemente, envolve suas transações, ou seja, os 
recebimentos, gastos, transferências e investimentos. Estas transações são realizadas pelos 
agentes do mercado financeiro, que podem ser os indivíduos, as empresas ou o governo. 
Em regra, os indivíduos (pessoas físicas), preocupados com o futuro, buscam for-
mar uma reserva financeira e, portanto, aplicam seus recursos excedentes junto às insti-
tuições financeiras. As empresas (pessoas jurídicas), por sua vez, demandam mais recursos 
do sistema financeiro, pois necessitam investir em seus negócios. O governo, entretanto, 
é o participante mais ativo do mercado, pois emite a moeda, bem como demanda e injeta 
recursos no mercado por meio da negociação de títulos públicos.
Esclarecimento
Utilizados para o financiamento da dívida pública, os títulos públicos são instru-
mentos de renda fixa pelos quais o governo toma empréstimo e, em troca, paga, na data de 
vencimento, o valor investido acrescido de juros.
21Gestão Financeira
Apesar da importância do mercado financeiro para os indivíduos e para as organiza-
ções, o aluno pode ainda não ter se convencido sobre as razões que justificam o interesse 
pelo estudo das finanças. Desta forma, antes de avançarmos, convém responder a seguinte 
pergunta: por que estudar finanças? 
O estudo da gestão finanças propicia 
uma visão sistêmica do mundo dos negó-
cios para quembusca oportunidades de 
carreira, já que os executivos financeiros 
continuam sendo extremamente valoriza-
dos nas organizações. Este conhecimento 
também é essencial para avaliar cená-
rios, mitigar o risco no processo decisório e 
empreender ou gerir negócios.
As razões profissionais devem ser norteadoras para quem pretende aprofundar seus 
estudos, pois, de fato, quando se fala em administração financeira, estamos nos referindo 
à gestão empresarial, ou seja, a administração financeira é um conjunto de ações e proce-
dimentos que abrangem a análise e o planejamento das atividades financeiras da empresa 
(COSTA et al., 2015). 
Conforme destacam Matias e Freitas (2012), a teoria de finanças voltou-se para os 
acontecimentos do dia a dia empresarial, para o fluxo de caixa e para os processos adminis-
trativos financeiros internos. Também podemos destacar atividades referentes ao planeja-
mento financeiro, à captação de fundos,à gestão do créditoe à análise dos demonstrativos 
contábeis. Aliás, os dados contábeis são os principais insumos para a análise e tomada de 
decisão por parte do gestor financeiro.
Entretanto, nem sempre foi desta forma, pois a administração financeira evoluiu ao 
longo dos séculos, crises e guerras pelas quais passou a humanidade. A necessidade que 
as pessoas têm de se organizar para desenvolver suas atividades em prol da sobrevivên-
cia vem desde a Idade Antiga, quando as finanças eram vistas de forma mais abrangente, 
como uma maneira de promover o bem estar social, sendo fortemente influenciadas pela 
visão da igreja e dos filósofos da época.
Na idade moderna, estreitaram-se as relações entre finanças e economia, afinal de 
contas, a gestão financeira, realmente baseia-se em conceitos econômicos. Além disso, a 
gestão empresarial sofre a influência de questões conjunturais relacionadas à macroeco-
nomia como a renda nacional, o nível de preços, volume de investimentos e desemprego. 
Posteriormente, com o desenvolvimento do comércio internacional, também começaram a 
surgir questões como a inflação. 
©
 D
en
ys
 D
ol
ni
ko
v 
/ /
 D
re
am
st
im
e.
Gestão Financeira22
Esclarecimento
A inflação diz respeito à desvalorização do poder aquisitivo ou poder de compra 
da moeda em função do aumento generalizado dos preços. A inflação oficial do país é men-
surada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Hoje em dia, entretanto, com a evolução do mercado, o fortalecimento da governança 
corporativa e, cada vez mais, com a inovação tecnológica, o estudo das finanças ganha 
ainda muito mais importância e abrangência, pois o administrador tem a sua disposição 
uma maior diversidade de opções para captação e aplicação de recursos, sendo fundamen-
tal estar atualizadoe atento às mudanças do mercado para não perder tais oportunidades.
1.1.2. A administração financeira e o objetivo da empresa
A administração financeira abrange o planejamento, a execução, a análise e o con-
trole das atividades financeiras da empresa, as quais envolvem a geração e a gestão dos 
recursos monetários. Uma gestão financeira eficaz resulta na maximização do valor da 
empresa e da riqueza do proprietário. Entretanto, para que isto seja possível, é preciso que 
o gestor financeiro atue de forma sistêmica, interagindo com profissionais de outras áreas.
Uma visão tradicional considera como principais áreas funcionais de uma organização as 
áreas de finanças, marketing, recursos humanos e produção, as quais devem estar alinhadas 
em prol do planejamento estratégico traçado para a empresa. Consequentemente, o mesmo 
se pode dizer dos seus profissionais, pois não adianta o responsável pela área financeira, por 
exemplo, adotar uma postura mais severa com relação à gestão de custos se o profissional 
responsável pela área mercadológica ou comercial não envidar esforços na mesma direção.
Nenhuma área, bem como nenhum 
profissional, é mais ou menos importante 
do que o outro, pois todos têm sua par-
cela de responsabilidade no sucesso ou no 
fracasso da estratégia definida. O certo é 
que a comunicação e a interação entre as 
áreas são fundamentais para a obtenção do 
resultado e, nesta linha, a área financeira 
também pode contribuir com as demais. 
A área financeira pode, por exemplo, avaliar o impacto econômico-financeiro de even-
tuais necessidades de contratação de colaboradores pela área de recursos humanos, da 
aquisição de novas máquinas pela produção e de otimizações no processo de compra ou 
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23Gestão Financeira
dimensionamento do estoque pela gestão comercial. Entretanto, a estratégia a ser imple-
mentada pela organização abrange outros aspectos além do econômico-financeiro.
Já comentamos que a maximização do valor da empresa e da riqueza do proprietário 
é o objetivo perseguido pelo gestor financeiro. Entretanto, conforme Gitman (2010), é natu-
ral que os gestores também se preocupem com a própria riqueza e a segurança no emprego 
e, assim, relutem em assumir riscos mais elevados, caso considerem que isto pode amea-
çar seu emprego ou riqueza pessoal. Tais ações resultariam num retorno inferior ao máximo 
para os proprietários, gerando o que a literatura financeira denomina de dilema da agência.
Este problema pode ser minimizado por meio das forças de mercado, ou seja, o 
receio da tomada de controle da empresa por outros agentes do mercado, e dos custos 
relacionados ao dilema da agência, que vinculam a remuneração do gestor à maximização 
do resultado do negócio. Estes fatores motivam a administração a agir de acordo com os 
objetivos da empresa. Mas qual o objetivo da empresa? 
Bem, sempre ouvimos que o objetivo da empresa é o lucro, uma resposta bem razoá-
vel, pois sem um resultado econômico e, principalmente, financeiro positivo, não há per-
petuação do negócio. Entretanto, é importante que tenhamos em mente que o lucro, por 
si só, há muito tempo, não é mais suficiente para o desenvolvimento ou a continuidade das 
organizações, pois o lucro pelo lucro não é sustentável.
Quando temos consumidores mais bem informados e conscientes, uma sociedade 
cada vez mais atenta às questões sociais e ambientais euma mudança de comportamento 
da população, que passa a adotar uma postura mais fiscalizadora e crítica, é imperativo 
que as organizações respeitem todos os preceitos éticos, legais e morais, de forma que 
a obtenção do lucro não traga nenhum prejuízo futuro para a coletividade. Ou seja, pas-
samos a falar de lucro sustentável, o que é essencial para que a organização cumpra seu 
papel social perante os agentes de mercado.
Corrobora este pensamento o ex-presidente do Banco Bradesco, Marcio Cypriano, 
quando afirmaque“não émais admissível buscar o lucro a qualquer custo, pois é preciso res-
peitar conceitos como sustentabilidade do planeta e ter preocupação com valores univer-
sais” (TOMÉ, 2007, p. 34). Da mesma forma, Jeroen Van de Veer, ex-diretor executivo da 
Shell afirmou que “As empresas não têm de escolher entre lucros e princípios. O sucessoe-
conômico de longo prazo depende de melhorias no nosso desempenho financeiro, ambien-
tal e social” (TOMÉ, 2007, p. 35).
Dessa forma, podemos afirmar que as empresas devem estar voltadas para a obten-
ção do lucro sustentável, pois somente desta forma é possível pensar em perpetuidade do 
negócio, aliando o desenvolvimento econômico e financeiro a questões sociais, ambientais 
e morais,temas centrais para a nossa evolução como sociedade. 
Gestão Financeira24
1.1.3. Sistema Financeiro Nacional (SFN)
A partir do momento que entendemos que a administração financeira envolve a gera-
ção e gestão de recursos financeiros dentro de um ambiente organizacional, é importante 
explorar a estruturação do Sistema Financeiro Nacional, seus mercados e subsistemas,fun-
damentais para que qualquer organização realize suas operações com a devida segurança.
O Sistema Financeiro é essencial para o desenvolvimento econômico de umpaís. Ele 
consiste numconjunto de instituições que, por meio de diversos instrumentos, operacio-
nalizam a transferência de recursos entre agentes superavitários e deficitários, ou seja, 
aqueles que têm recursos disponíveis e, por isto, pretendem remunerá-los, e aqueles que 
precisam destes recursos para financiar suas atividades. Percebe-se, portanto, que tais ins-
tituições devem buscar a otimização da utilização dos recursos financeiros, alocando os 
recursos excedentes para fomentar investimentos, preferencialmente, embons projetos de 
investimento.
O Sistema Financeiro Nacional é subdividido em quatro grandes mercados: 
• mercado monetário;
• mercado de crédito;
• mercado de capitais;
• e mercado de câmbio.
A regulação e a fiscalização dos mercados monetário, de créditoe de câmbio é atri-
buição do Banco Central do Brasil (Bacen), que atua no sentido de regular a quantidade de 
moeda na economia, supervisionando as instituições financeiras de forma a garantir a esta-
bilidade do mercado.
Já o mercado de capitais, que abrange as operações de compra e venda de títu-
los e valores mobiliários, é atribuição da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), respon-
sável por promover o seu desenvolvimento e também pela sua fiscalização, controle e 
normatização.
Dica
A negociação dos títulos e valores mobiliários, no Brasil como as ações de com-
panhias abertas, é realizada na Bolsa de Valores, aB3, resultado da fusão entre a BMF& 
BOVESPA e a CETIP, em 2017. A B3 é uma empresa de classe mundial, maior bolsa de valores 
da América Latina e a principal a operar no Brasil.
25Gestão Financeira
Os órgãos e agentes responsáveis pela fiscalização e regulação do mercado com-
põem o subsistema normativo do Sistema Financeiro Nacional. Além do Bacen e da CVM, 
também podemos citar a Superintendência de Seguros Privados (SUSEP), a Superinten-
dência Nacional de Previdência Complementar (PREVIC), o Banco Nacional do Desenvol-
vimento Econômico e Social (BNDES) e o Banco do Brasil, além do Conselho Monetário 
Nacional (CMN), órgão máximo do Sistema Financeiro, responsável pela definição das dire-
trizes da política monetária, creditícia e cambial no país. 
Já o subsistema de intermediação ou operativo é composto pelas instituições que, 
por meio das regras definidas no subsistema normativo de fato intermediam as operações 
financeiras. Aqui podemos citar, por exemplo, boa parte dos bancos, as cooperativas de 
crédito e as corretoras de valores mobiliários.
Subsistema
normativo
Sistema Financeiro
Nacional (SFN)
Subsistema de
intermediação
Instituições auxiliares
e intermediários
�nanceiros
Conselho monetário
nacional (CMN)
Banco central do
Brasil (BACEN)
Comissão de valores
mobiliários (CVM)Banco do Brasil
Banco nacional do
desenvolvimento econômico 
e social (BNDES)
Superintendência de
seguros privados
(SUSEP)
Superintendência nacional de
previdência complementar
(PREVIC)
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Gestão Financeira26
Em resumo,o Sistema Financeiro Nacional para a economia brasileira é de extrema 
relevância, conforme afirmam Pinheiro e Saddi (2005, p. 264), “não há um país desenvol-
vido sem um bom sistema financeiro”. Um sistema financeiro bem estruturado, com seus 
mercados desenvolvidos, é fundamental para o crescimento econômico, pois propicia 
maiores alternativas de financiamento às empresas e, consequentemente, maiores condi-
ções para a viabilidade de investimentos no mercado produtivo, gerando emprego e renda.
1.2. Principais práticas da administração financeira
Conforme já comentamos, a administração financeira tem por finalidade maximizar a 
riqueza do acionista/proprietário. Conforme Assaf Neto (2002), a empresa deverá propor-
cionar aos seus donos o maior retorno possível sobre seus investimentos.
Para que a atividade empresarial seja um negócio rentável e sustentável, é imprescin-
dível a atuação do gestor financeiro no diaadia, com o controle do caixa e definições com 
relação à concessão de crédito, nível de financiamento e investimentos, por exemplo. O 
planejamento financeiro e, não menos importante, seu acompanhamento, são fundamen-
tais para uma maior segurança na tomada de decisão.
1.2.1. Responsabilidade e atribuições do administrador financeiro
A principal responsabilidade de qualquer administrador ou gestor envolve a tomada 
de decisão. Para o administrador financeiro não é diferente, pois sua rotina envolve deci-
sões de investimento e financiamento para a empresa. Estão entre as suas funções: admi-
nistração do capital de giro, definição de critérios de investimento de capital, avaliação 
financeira de projetos de investimento, controle dos indicadores de endividamento e ren-
tabildiade, avaliação da necessidade, conveniência e opções de financiamento, avaliação da 
exposição do fluxo de caixa e análise de cenários.
A administração do capital de giro é essencial para a sustentabilidade do negócio, 
pois envolve a gestão dos ativos circulantes, aqueles investimentos com maior liquidez, e, 
principalmente, do caixa da empresa. A empresa deve ter recursos à disposição para finan-
ciar o seu ciclo produtivo, que consiste, no caso de uma indústria, por exemplo, no período 
de temponecessário para a fabricação e comercialização do produto. Estes recursos podem 
ser obtidos mediante financiamento próprio ou de terceiros, como dívida não onerosa (for-
necedores) ou onerosa (bancos ou outros agentes de intermediação do sistema financeiro).
27Gestão Financeira
Também é papel do administrador financeiro posicionar-se com relação às questões 
de investimento, avaliando e selecionando, com base em perspectivas e ferramentas dis-
poníveis na literatura financeira, os melhores projetos para a empresa, do ponto de vista 
da viabilidade econômico-financeira. Se necessário, ele deve buscar recursos de terceiros 
para viabilizar tais projetos. Também cabe ao gestor financeiro supervisionar o percentual 
de endividamento empresarial, conforme a teoria da estrutura ótima de capital, avaliando, 
inclusive, a composição das dívidas de curto e longo prazo.
Se a captação de recursos faz parte do cotidiano da empresa e é atividade inerente ao 
dia a dia do gestor financeiro, cabe a ele primar pela otimização do custo financeiro decor-
rente deste endividamento, buscando alternativas que não acarretem despesas demasiadas 
para a organização. Para tanto, é fundamental conhecer todos os instrumentos disponíveis 
no mercado financeiro, avaliando seu impacto no fluxo de caixa, bem como simulando todos 
os cenários possíveis, considerando, para tanto, a conjuntura macroeconômica.
1.2.2. Análise, planejamento e controle financeiro
De acordo com Gitman (2010), o planejamento financeiro é um dos aspectos mais 
importantes da empresa pois,por meio dele, é possível coordenar e controlar suas ações 
para atingir os objetivos propostos. Ou seja, o planejamento financeiro viabiliza o caminho 
para que as metas sejam alcançadas e é fundamental para a sustentabilidade da 
organização. O processo de planejamento financeiro deve estar alinhado com a estratégia 
definida, e a partir daí, deve ser desdobrado para todas as áreas.
Todo processo de planejamento finan-
ceiro deve englobar a gestão do caixa e dos 
orçamentos. Deve iniciar pela receita, ou 
seja, parte da projeção de vendas, para 
definir os investimentos necessários e a pre-
visão de custeio, desdobrando os orçamen-
tos para cada área. Aqui está mais um 
exemplo da relação entre a área financeira e 
a área comercial/marketing, pois para o cor-
reto dimensionamento da receita, a previsão de vendas deve estar alicerçada na previsão 
de demanda, que só pode ser estimada levando-se em consideração aspectos mercadológi-
cos.Além do planejamento, o processo de gestão também envolve a execução, controle e 
análise. De nada adianta um planejamento bem elaborado se a execução é falha. Por isto, o 
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Gestão Financeira28
controle é fundamental, já que possibilita comparar oque foi planejado com os desempe-
nhos reais, fornecendo dados para a realização de ajustes, de forma que o sistema se trans-
forme e atinja a situação esperada (LUCION, 2005).
Esta comparação entre o previsto e o reali-
zado contribui para avaliar a situação financeira 
da empresa e, se for o caso, alterar o planeja-
mento em função de imprevistos. Ela envolve a 
análise de dados do Balanço Patrimonial, que, de 
certa forma, é uma fotografia da situação finan-
ceira e do fluxo de caixa, que evidencia a disponi-
bilidade de recursos, permitindo ao gestor tomar 
decisões de financiamento e investimento.
Pausa para refletir
O Balanço Patrimonial (BP) e a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) são dois dos 
instrumentos mais importantes para se avaliar a situação econômico-financeira da empresa. 
Pesquise um pouco mais sobre eles e responda às seguintes questões:
Quais são e o que significam cada um dos grupos que compõem o Balanço Patrimonial?-
Quais são as principais contas de resultado que integram o DRE e quais as suas diferenças?
1.2.3. Decisões de investimento
Conforme já comentado, as empresas demandam muitos recursos financeiros em 
função da necessidade que têm de investir para manter e consolidar sua posição de mer-
cado. Analisando-se o Balanço Patrimonial, a origem dos recursos financeiros, ou seja, o 
volume de financiamentos, concentra-se do lado direito, no passivo. Se proveniente de 
capital de terceiros, são contabilizados no passivo circulante (curto prazo) e não circulante 
(longo prazo). 
Se provém de capital próprio, por meio de aportes ou reinvestimento dos lucros dos 
proprietários, contabilizam-se no patrimônio líquido, que registra, justamente, o valor con-
tábil pertencente aos proprietários ou acionistas. Os investimentos, por sua vez, são conta-
bilizados no lado esquerdo do Balanço Patrimonial, o ativo.
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29Gestão Financeira
É importante ressaltar que o ativo deve apresentar o mesmo valor que o passivo mais 
o patrimônio líquido. De acordo com Gitman (2010), o balanço patrimonial é uma demons-
tração financeira que iguala os ativos de uma empresa ao seu financiamento proveniente 
de capital próprio e/ou de terceiros.
Composição do Balanço Patrimonial
Ativo Passivo e patrimônio líquido
Investimento (Aplicação dos recursos) Financiamento (origem dos recursos)
Em regra, os investimentos concentram-se em atividades produtivas, realizadas 
com o objetivo de manutenção e ampliação do próprio negócio, pois presume-se que, no 
mínimo, devem ter um retorno superior às taxas correntes no mercado financeiro. Desta 
forma, não é comumempresas com elevadas somas disponíveis em aplicações financeiras, 
as quais, normalmente, são utilizadas como uma reserva de capital. 
Uma empresa pode aplicar seus recursos na atividade operacional, como a compra de 
máquinas, pagamento de fornecedores e compra de 
estoques; ou para fins financeiros, como as aplicações 
bancárias ou a distribuição do lucro aos proprietários.
Assim, é necessário definir quais projetos rece-
berão tais investimentos. Eles podem se concentrar 
no curto prazo, em estoques e contas a receber, por 
exemplo, ou no longo prazo, em máquinas, equipa-
mentos ou, até mesmo, em outras empresas. E aí está 
a atuação do gestor financeiro, avaliando e selecio-
nando tais projetos em função dos valores investidos, 
retornos esperados e dos objetivos e metas traçados, ou seja, tomando decisões de inves-
timento.A aplicação dos métodos de avaliação de investimentos e mecanismos de análise 
pode constituir-se numa forma de decidir, identificando, quantificando e mitigando o risco 
bem como direcionando o gerenciamento do projeto paraquese atinja o desempenho dese-
jado (FREZATTI et al., 2012). 
A ideia é enfatizar o olhar financeiro (financiamentos x investimentos), conforme 
explicitado acima.
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Gestão Financeira30
Portanto, a tomada de decisões de investimento envolve questões como o diagnós-
tico da situação financeira da empresa, a compreensão sobre o seu mercado de atuação, a 
definição de cenários, a projeção do caixa, a definição da taxa mínima de retorno aceitável, 
entre outras. Certamente, uma função que passa longe do trivial, exigindo preparação e 
conhecimento por parte do gestor.
1.2.4. Decisões de financiamento
A tomada de decisão com relação às opções de investimento envolve outras variáveis 
que não somente as financeiras, pois é necessário avaliar aspectos mercadológicos, sociais, 
ambientais e legais, por exemplo. As decisões de financiamento, entretanto, estão sob a 
responsabilidade direta do administrador financeiro, pois dizem respeito à definição das 
fontes de recursos a serem utilizadas para que a empresa viabilize seus projetos de investi-
mento, ou seja, a estrutura de capital a compor o passivo do balanço patrimonial.
Esclarecimento
Estrutura de capital diz respeito à composição das fontes de financiamento 
empresariais, ou seja, refere-se à proporção entre capital próprio e capital de terceiros (dívi-
das) presentes no passivo do Balanço Patrimonial.
O financiamento das atividades empresariais pode ser obtido por meio de capital de 
terceiros (credores) ou capital próprio (proprietários e/ou acionistas). O percentual de capi-
tal de terceiros e de capital próprio utilizado para financiar o negócio define a estrutura de 
capital presente no balanço patrimonial, a qual é influenciada, dentre outros fatores, pelo 
ciclo de vida da empresa. 
Normalmente, empresas em fase de crescimento, com pouco tempo de mercado, 
recorrem mais frequentemente ao capital próprio, pois não têm acesso tão facilitado ao 
crédito, já que possuem um patrimônio menor para ofertar comogarantia e ainda não têm 
uma reciprocidade bancária consolidada.As empresas que já atingiram sua maturidade, ao 
contrário, utilizam mais recursos de terceiros (financiamento bancário), aumentando seu 
índice de endividamento. Desta forma, podem distribuir uma parcela maior dos lucros aos 
seus proprietários e/ou acionistas. A esta parcela do lucro que é distribuída aos proprietá-
rios chamamos dividendos.
31Gestão Financeira
Esclarecimento
É importante diferenciar o conceito de dividendose distribuição de lucros do 
conceito de pró-labore. O pró-labore refere-se à remuneração paga ao administrador da 
empresa, muitas vezes seu proprietário, em função da atividade exercida por ele, ou seja, é 
equivalente ao salário.
Na composição do balanço patrimonial, os passivossão ordenados em ordem decres-
cente deexigibilidade, ou seja, no passivo circulante estão alocados os recursos que serão 
ressarcidos aos credores no curto prazo, normalmente em um ano, como o crédito conce-
dido pelos fornecedores, por exemplo.Aqui também se enquadram as contas rotineiras da 
empresa, como salários e impostos a pagar, também chamadas de passivos de funciona-
mento. O passivo não circulante envolve as dívidas de longo prazo e o patrimônio líquido, o 
capital próprio, que, em sua essência de disponibilidade de recursos, trata-se de recurso de 
longo prazo.
Teoricamente, “as contas de curto prazo devem financiar os ativos de curto prazo, e 
as contas de longo prazo devem financiar os ativos de longo prazo”(CAMLOFFSKI, 2014, 
p. 7). Desta forma, as decisões de investimento e financiamento estão sendo tomadas de 
forma adequada e a empresa está em equilíbrio. Por outro lado, caso os recursos de curto 
prazo sejam utilizados para financiar os investimentos de longo prazo, a empresa terá pro-
blemas financeiros, pois não terá retorno dos seus investimentos (ativos) a tempo de hon-
rar as dívidas contraídas (passivos circulantes).
1.3. Visão geral de finanças
Já vimos que o planejamento financeiro é fundamental para o desenvolvimento e a 
manutenção de qualquer negócio, entretanto, é preciso diferenciar o planejamento de 
longo prazo, alinhado com a estratégia empresarial, e o de curto prazo, que envolve ações 
mais operacionais.
Conforme Gitman (2010), as empresas traçam seus planos financeiros de forma 
a direcionar suas ações e atingir seus objetivos imediatos (curto prazo) e de longo prazo. 
O planejamento financeiro inicia traçando as estratégias de longo prazo, de acordo com 
a visão e missão empresarial, para depois desdobrá-las em questões operacionais ou de 
curto prazo, ou seja, relacionadas ao dia a dia empresarial.
Gestão Financeira32
1.3.1. Planejamento financeiro de curto prazo
Podemos entender como questões de curto prazo aquelas relacionadas à operação 
da empresa, que envolvem as contas integrantes do ativo e passivo circulante do balanço 
patrimonial. O objetivo do gestor financeiro é equilibrar a relação risco x retorno nas suas 
decisões de financiamento e investimento de curto prazo.
Principais contas integrantes do circulante
Ativo Passivo
Circulante
Caixa e equivalentes de caixa
Bancos – conta movimento
Aplicações financeiras
Créditos a curto prazo
Clientes
(–) Ajustes para perdas em créditos
Estoques
Adiantamentos concedidos
Outros créditos a receber
Circulante
Obrigações trabalhistas
Fornecedores e contas a pagar
Obrigações fiscais
Empréstimos e financiamentos
Demais obrigações
As decisões de curto prazo envolvem a administração do caixa, com a previsão de 
vendas e orçamentos para o custeio da atividade, a gestão do estoque, com a definição 
do volume e periodicidade dos pedidos de compras, a gestão das contas a receber, com 
políticas de análise e concessão de créditoe, claro, a administração das fontes de recurso 
dispostas no passivo circulante.A gestão do caixa, por exemplo, diz respeito às disponibi-
lidades, ou seja, à administração dos recursos existentes nas contas bancárias e aplicações 
financeiras de liquidez imediata.O gestor financeiro utiliza como instrumento a projeção do 
fluxo de caixa, com o objetivo de identificar, antecipadamente, eventuais necessidades de 
recursos, bem como para programar aplicações de sobras de caixa futuras. Estas atividades 
englobam as funções de tesouraria.
33Gestão Financeira
Instrumentos do planejamento financeiro de curto prazo
Orçamentos
Orçamentos de
vendas
Orçamentos de
custos
Orçamentos de
despesas
operacionais
Plano geral de
operações
Orçamentos de caixa
Demonstrativo de
resultado do
exercício projetado
Balanço patrimonial
projetado
Fonte: TEIXEIRA; PEREIRA, 2001, p. 44.
Além do orçamento de caixa, também são instrumentos da gestão financeira de 
curto prazo a projeção do balanço patrimonial e da demonstração do resultado do exer-
cício, que apura o resultado das receitas e despesasdoperíodo projetado. De acordo com 
Teixeira e Pereira (2001, p. 44), “o acompanhamento dos diversos itens de receitas, cus-
tos e despesas, ao longo do período projetado, permite um controle sobre a situação da 
empresa de modo a tomar medidas corretivas em tempo hábil”. A administração e a aná-
lise destes dados contábeis, de forma a subsidiar a tomada de decisão do gestor, faz parte 
da função de controladoria.
Pausa para refletir
A demonstração do resultado do exercício evidencia a formação do resultado (lucro/prejuízo) 
em um determinado período, de acordo com o princípio contábil do regime de competência. 
Pesquise sobre o assunto e responda: qual a diferença entre o regime de caixa e o regime de 
competência?
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Gestão Financeira34
1.3.2. Planejamento financeiro de longo prazo
Por meio do planejamento financeiro de longo prazo, são definidas as ações e metas 
para atingir os objetivos estratégicos relacionados aos investimentos em expansão, 
aumento da participação de mercado, diversificação do modelo de negócio e reavaliação 
da estrutura de capital, por exemplo. “O planejamento financeiro a longo prazo auxilia a 
ordenar as alternativas, priorizar objetivos e dar uma direção à empresa” (LUCION, 2005, 
p. 150). 
Pode-se entender longo prazo como o período superior a um ano, mas este prazo 
pode variar de acordo com a empresa e o modelo de negócio, pois, muitas vezes, o próprio 
ciclo produtivo pode superar este período, caso da produção de aeronaves e navios, por 
exemplo. O certo é que o planejamento de longo prazo abrange um alto grau de incerteza 
e, portanto, deve ser subsidiado e constantemente reavaliado à medida que as projeções 
de curto prazo se realizam.
Proposta de Atividade
Reforce seu aprendizado com o exercício sugerido a seguir. A atividade não é avaliativa, 
mas é uma boa oportunidade para testar seus conhecimentos e fixar o conteúdo estudado no capítulo.
Agora é a hora de recapitular tudo o que você aprendeu nesse capítulo. Elabore uma sín-
tese destacando as principais ideias abordadas ao longo do capítulo. Ao produzir a síntese, 
considere as leituras básicas e complementares realizadas. 
Procure evidenciar os instrumentos que o gestor financeiro utiliza para executar suas fun-
ções e de que forma estas atividades podem contribuir para mitigar o risco do processo deci-
sório empresarial.
35Gestão Financeira
Recapitulando
Ao longo do capítulo compreendemos que o ambiente financeiro possibilita a trans-
ferência de recursos entre os agentes superavitários e deficitários, contribuindo para o 
desenvolvimento econômico. Neste ambiente estão inseridas as empresas que, natural-
mente, demandam mais recursos do que ofertam, em função da necessidade constante de 
realizar investimentos para que possam se manter no mercado.
É no ambiente organizacional que se insere a administração financeira que,por meio 
do planejamento, execução, análise e controle das atividades financeiras, busca maximizar 
o resultado da empresa e, consequentemente, a riqueza do acionista, de forma a atingir o 
lucro sustentável. Entre as funções do gestor financeiro estão a administração do capital 
de giro, o controle dos indicadores de endividamento e rentabilidade, a análise da viabili-
dade econômico-financeira de projetos de investimento e o desenvolvimento de cenários, 
atividades que contribuem para mitigar o grau de risco no processo decisório empresarial.
Gestão Financeira36
Referências
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Paulo: Atlas, 2002.
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http://www.tesouro.fazenda.gov.br/tesouro-direto.%20Acesso%20em%2014/01/2018
39Gestão Financeira
OBJETIVOS DO CAPÍTULO
• Compreender as técnicas e perspectivas da gestão financeira de curto prazo, obje-
tivando maximizar a riqueza dos acionistas.
CAPÍTULO 2
Introdução à administração 
financeira de curto prazo 
Ana Palloma Rocha Fernandes 
Rodrigo Camloffski
TÓPICOS DE ESTUDO
1
Fluxo de caixa − 
entradas e saídas de caixa.
2 O dilema liquidez e rentabilidade.
• Regime de caixa e regime de 
competência.
• Incertezas do processo de previsão.
• Exemplos clássicos de entradas de 
caixa.
• Exemplos clássicos de saídas de 
caixa.
• Definição de liquidez.
• Abordagens de gestão da liquidez.
Gestão Financeira40
Contextualizando o cenário
A gestão do caixa é questão essencial para a administração financeira de curto prazo. Mui-
tas organizações, por exemplo, apresentam dificuldades em se manterem competitivas no 
mercado por não disporem de recursos financeiros suficientes para atendimento de suas 
necessidades operacionais em casos de inadimplência dos clientes, falta ou insuficiência de 
estoques ou, ainda, em contextos de aumento atípico da demanda.
Por outro lado, saldos disponíveis elevados, embora aumentem a liquidez, representam cus-
tos de manutenção de fundos inativos ou aplicações em curto prazo, cujas taxas são bas-
tante reduzidas. Logo, em regra, quanto maior a liquidez, menor é a rentabilidade esperada 
da empresa. Diante desse cenário, questiona-se: é possível uma organização maximizar sua 
liquidez e rentabilidade ao mesmo tempo? Esta questão será respondida ao final do capítulo.
41Gestão Financeira
2.1. Fluxo de caixa: entradas e saídas de caixa
O fluxo de caixa é uma ferramenta de suporteaos gestores que exprime a real situa-
ção financeira das empresas, evidenciando as entradas e saídas de recursos em intervalos 
específicos de tempo. Permite a simplificação do entendimento das diversas movimenta-
ções financeiras, possibilitando a otimização do controle financeiro e, consequentemente, 
dos processos de tomada de decisão financeira. Sua utilização traz uma série de vantagens, 
como: programação do recebimento das vendas, controle dos gastos, acompanhamento do 
saldo de caixa, identificação de necessidades de ajustes no preço de venda, entre outras.
As contas de movimento e as aplicações 
financeiras mantidas em instituições financeiras, 
as quais evidenciam o saldo disponível em caixa 
das organizações, estão inseridas no ativo circu-
lante do Balanço Patrimonial, já que, em regra, 
constituem recursos que possuem liquidez ime-
diata. Tais recursos, em regra, são utilizados para 
investimento na operação de curto prazo, como 
em estoques, por exemplo, para o financiamento 
do capital de giro. Por isso, de acordo com Git-
man (2004), em detrimento do lucro o fluxo de 
caixa deve ser a principal preocupação dos administradores financeiros. O lucro não indica 
a efetiva capacidade de pagamento e liquidez da empresa, uma vez que se constitui em 
uma medida econômica de geração de riqueza do negócio em determinado período e não 
necessariamente o saldo disponível em caixa. Então, cabe aos gestores assegurar que sua 
empresa tenha recursos suficientes em caixa principalmente para evitar interrupções nos 
seus processos por questões como falta de estoque, impossibilidade de pagamento de for-
necedores e colaboradores, penalidades de autoridades fiscais, entre outras, que podem 
incorrer em custos financeiros elevados e perda de participação de mercado.
E qual é o nível razoável de caixa a ser mantido pelas organizações? Para responder a 
essa pergunta, os gestores financeiros devem levar em consideração que não há sincronia 
perfeita entre os pagamentos e recebimentos; que há risco do negócio e, portanto, neces-
sidade de provisão de recursos para fazer frente a fatores alheios à gestão; e que há even-
tuais oportunidades de negócio, que somente podem ser realizadas com a utilização de 
recursos financeiros excedentes e disponíveis. Essa visão deve ser prospectiva, pois o obje-
tivo é indicar como será o saldo de caixa para o período projetado, de forma que a empresa 
mantenha sua liquidez, anteveja eventuais necessidades de financiamento e invista possí-
veis excedentes com maior segurança e rentabilidade.
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Gestão Financeira42
Assim sendo, na sequência, detalharemos o processo de elaboração do fluxo de 
caixa, conceituando os regimes de caixa e de competência, apontando as incertezas que 
permeiam o processo de previsão e exemplificando as entradas e saídas de caixa. Por fim, 
apresentaremos uma definição de liquidez a partir de uma perspectiva holística. 
2.1.1. Regime de caixa e regime de competência
Todas as entradas e saídas de recursos devem ser registradas. Como já explicado 
nos tópicos anteriores, o registro desses fluxos é uma informação relevante que confere 
maior assertividade aos processos de planejamento financeiro, impactando positivamente 
o desempenho institucional.
Se o registro das receitas e despesas ocorrer no período em que forem geradas, 
independente do seu recebimento ou pagamento, tem-se um regime de competên-
cia, metodologia amparada por um princípio contábil, sendo obrigatória na elaboração 
de demonstrativos contábeis, como o Balanço Patrimonial, que demonstra o conjunto de 
bens, direitos e obrigações em determinada data-base e a Demonstração do Resultado do 
Exercício (DRE), para a apuração do lucro ou prejuízo da entidade em determinado período.
De outro modo, se a organização considerar as receitas e despesas no período em 
que forem recebidas ou desembolsadas, tem-se o regime de caixa, que é uma metodolo-
gia de gestão, ou seja, não exigida de acordo com as normas contábeis. Contudo, Gitman 
(2004), defende que o regime de caixa propicia ao administrador maior agilidade e melho-
rias visíveis no processo de tomada de decisões. 
Suponhamos que uma empresa de roupas comprou R$ 10.000,00 em mercadorias no 
mês de janeiro, realizando pagamento a prazo em quatro parcelas de R$ 2.500,00. A 1.ª 
vencerá em 30 dias, a 2.ª, em 60 dias, a 3.ª, em 90 dias e a 4.ª, em 120 dias.
Pela ótica do regime de competência, na contabilidade, o valor de R$ 10.000,00 deve 
ser integralmente contabilizado no mês de janeiro como estoque, contra um aumento de 
R$ 10.000,00 no contas a pagar. Já pela perspectiva do regime de caixa, nenhuma despesa 
deve ser contabilizada no exercício relativo a janeiro, pois o registro contábil é feito 
somente no momento em que as despesas forem efetivamente pagas, ou seja, serão lança-
dos quatro desembolsos mensais de R$ 2.500,00 a partir de fevereiro. 
Concluindo, pelo regime de caixa o fluxo de caixa é afetado apenas quando do efetivo 
evento de desembolso. Já de acordo com o regime de competência, o Balanço Patrimonial 
é afetado pela natureza econômica da transação.
43Gestão Financeira
Demonstração do regime de caixa
JAN FEV MAR ABR MAI
R$ 2,5 mil R$ 2,5 mil R$ 2,5 milR$ 2,5 mil
Regime de caixa
Pausa para refletir
Um comerciante adquiriu em março mercadorias no valor de R$ 65.000,00 e as vendeu, no 
mesmo mês, por R$ 100.000,00, recebendo metade do valor no ato e a outra metade em 30 
dias. Qual o saldo de caixa e qual o lucro registrado no período? Qual a razão das diferenças 
encontradas?
Assim, a principal diferença entre o regime de caixa e de competência é que, no pri-
meiro, considera-se a data efetiva da saída ou entrada de caixa, enquanto no segundo, a 
data da compra ou da venda.
2.1.2. Incertezas do processo de previsão
Conforme já comentamos, o fluxo de caixa deve ter uma visão prospectiva, por-
tanto, “[...] é um instrumento de gestão financeira que projeta para períodos futuros 
todas as entradas e as saídas de recursos financeiros da empresa, indicando como será o 
saldo de caixa para o período projetado” (SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO 
E PEQUENAS EMPRESAS, 2011, p. 1). Nesse sentido, as entradas de caixa dependem 
da previsão de vendas, definição de preço e participação de mercado, e os desembolsos, 
do planejamento da produção, das compras de matérias-primas, dos investimentos e dos 
demais gastos. 
Essas estimativas são passíveis de imprecisão, pois nem todas as variáveis capazes 
de afetar as entradas e as saídas de caixa podem ser controladas pelos gestores. Assim, 
são permeadas por incertezas, por exemplo, os possíveis impactos que a organização pode 
sofrer em função de variações no comportamento das variáveis macroeconômicas, como 
taxa de juros, taxa de inflação, taxa de câmbio, Produto Interno Bruto (PIB) e afins.
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Gestão Financeira44
Curiosidade
Semanalmente, o Banco Central do Brasil (BRASIL, [20--]) divulga boletins 
contendo expectativas de mercado a respeito dos indicadores da economia brasileira, con-
templando projeções para diversos índices, como taxa de câmbio, taxa Selic, dívida líquida, 
PIB e outros.
Imaginemos que a taxa básica de juros da economia brasileira foi reduzida logo, espe-
ra-se que o custo dos financiamentos diminua e que as empresas tenham mais facilidade 
em financiar bens e capital. Entretanto, a redução no custo do dinheiro pode induzir um 
aumento generalizado no consumo de todos os agentes econômicos. Todavia, se a oferta 
de bens e de serviços permanecer constante, para que haja novamente um equilíbrio entre 
oferta e demanda no mercado, os preços deverão subir de modo generalizado, gerando um 
cenário de inflação, ou seja, há desvalorização do poder de compra da moeda. 
Conforme Álvares (2001), a inflação é 
uma incerteza definitiva, pois está histori-
camente presente nos países desenvolvidosdesde a Segunda Guerra Mundial. Assim, 
influencia diretamente os cenários defini-
dos para a projeção das receitas do negócio. 
Cavalcante, Pasin e Martelanc (2005), aler-
tam que, desconsiderar os efeitos da infla-
ção, pode levar a avaliações inconsistentes 
de empresas, aprovações e rejeições infundadas de projetos de investimento e erros de 
gestão no dia a dia das organizações. 
Assista
Assista ao documentário Laboratório Brasil (STEFANELLI, 2008), disponível na 
internet, que aborda os acontecimentos econômicos dos anos 1980, quando o Brasil bateu 
recordes de inflação, e as medidas que resultaram na adoção do Plano Cruzado, em 1986.
Em suma, como as projeções de fluxo de caixa estão suscetíveis à influência de variá-
veis alheias ao controle dos gestores financeiros, como o comportamento dos consumido-
res, concorrentes e cenário macroeconômico, é fundamental a análise da sensibilidade do 
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45Gestão Financeira
fluxo de caixa da empresa a essas variáveis e o acompanhamento e a investigação dos des-
vios entre o projetado e o realizado, procedendo ajustes na projeção sempre que o gestor 
julgar necessário. 
É importante lembrar que incerteza se refere ao fato de os investidores/gestores 
ainda não conhecerem o impacto de suas decisões, pois envolvem variáveis, cuja probabi-
lidade de ocorrência não foram ou não podem ser medidas. Risco, por sua vez, é quando 
não somente se conhecem as variáveis envolvidas e, também, as probabilidades de sua 
ocorrência. Portanto, em um processo de gestão bem estruturado, a utilização de proje-
ções financeiras possibilita aos investidores/gestores abandonarem a incerteza e passarem 
a correr riscos.
Ainda assim, há algumas formas de mitigar o risco na tomada de decisão, mesmo 
envolvendo análises prospectivas, como é o caso do fluxo de caixa projetado. Álvares 
(2001, p. 34), por exemplo, aborda a técnica de análise de sensibilidade, reproduzindo os 
resultados da projeção de caixa com base na variação de alguns parâmetros, como a pró-
pria inflação. Segundo o autor,“[...] como a previsão da inflação futura está sempre sujeita 
à forte incerteza, é conveniente a realização de análises de sensibilidade à variação das 
taxas inflacionárias”. Isto consiste, sinteticamente, em analisar as variações provocadas 
no orçamento pela manipulação de variáveis-chave, como inflação, taxa de juros ou nível 
de crescimento econômico, que podem resultar, por exemplo, em redução da receita ou 
aumento dos custos projetados.
Schmeider, Marques e Eyerkaufer (2014), sugerem outros dois métodos. A análise de 
cenário se constitui na especulação dos possíveis cenários nos quais a empresa pode atuar 
em função de prováveis alterações nas variáveis supracitadas. 
Por fim, o método de Monte Carlo é uma metodologia estatística que permite simu-
lar processos sujeitos a fatores aleatórios. Em outras palavras, ele possibilita a realização 
de diversos testes, os quais são repetidos um número suficientemente grande de vezes, de 
forma que os seus resultados indiquem a probabilidade de que venham a ocorrer de fato.
Dica
Para saber mais sobre os métodos para mitigação dos riscos supracitados, leia 
o artigo “Métodos para reduzir incertezas na elaboração do orçamento de caixa” publicado 
pela Revista Eletrônica do Alto Vale do Itajaí.
Gestão Financeira46
Possibilidades de cenários
Realista (%)Cenários
Otimista (%)
Pessimista (%)
Conforme exposto, é possível, com a utilização de metodologia adequada, mitigar os 
riscos previstos no orçamento, “[...] sendo o fluxo de caixa uma relevante ferramenta de 
auxílio nos processos de tomada de decisões” (SCHMEIDER; MARQUES; EYERKRAUFER, 
2014, p. 4). 
Assim, cabe aos administradores aprimorar o processo de planejamento financeiro, 
entendendo que o fluxo de caixa é um instrumento fundamental para a gestão, dimensio-
nando a capacidade de pagamento, melhorando o controle sobre as decisões de investi-
mento e financiamento e contribuindo para o aumento do lucro do negócio.
2.1.3. Exemplos clássicos de entradas de caixa
Os fluxos relativos às entradas de caixa são aqueles que concernem às receitas obtidas 
por meio da produção e venda dos produtos e de serviços da organização e às receitas finan-
ceiras obtidas pela aplicação do excedente de caixa ou por meio atividades não operacionais.
As receitas operacionais são oriundas das atividades correntes da empresa, geradas nas 
vendas à vista ou a prazo, ou seja, relacionadas aos produtos e aos serviços ligados à ativi-
dade operacional. As receitas financeiras, por sua vez, são obtidas com juros ou recebimento 
de dividendos, que dizem respeito ao retorno proporcionado pelo investimento em aplica-
ções financeiras dos excedentes de caixa organizacionais, normalmente, no curto prazo. 
Por fim, as receitas não operacionais são aquelas extraordinárias, não advindas da 
atividade organizacional principal. Como exemplo, temos a renda proveniente de aluguéis 
(para empresas cuja atividade principal não seja a administração de imóveis), os recursos 
obtidos com a alienação ou venda de ativo imobilizado. Por exemplo, quando uma mon-
tadora de veículos vende uma máquina considerada obsoleta pelo departamento de enge-
nharia da produção está gerando uma receita não operacional, pois sua atividade principal 
não é a venda de máquinas, mas de carros)
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47Gestão Financeira
2.1.4. Exemplos clássicos de saídas de caixa
Os principais fluxos de saída de caixa são decorrentes das atividades correntes da 
empresa, bem como de suas operações de investimento e de financiamento.
Os desembolsos correntes exprimem as despesas necessárias para a manutenção da 
atividade da empresa e da sua operação, como compras de matérias-primas, pagamento 
de salários, despesas com vendas, etc.
Os fluxos de investimento, geral-
mente, referem-se à compra de ativos 
imobilizados, como máquinas, móveis 
e imóveis, enquanto os desembolsos de 
financiamento são relativos a contratação 
de empréstimo com terceiros, recompra de 
ações ou pagamento de dividendos.
O fluxo de caixa operacional, por defi-
nição, deve ser suficiente para controlar os 
investimentos da empresa, de modo que haja recursos excedentes no fluxo financeiro, indi-
cando aplicações financeiras ou distribuição dos lucros aos proprietários. Caso contrário, se 
a operação não produz recursos suficientes para bancar os investimentos, há necessidade 
de financiamento ou aporte de recursos no fluxo de caixa financeiro.
2.2. O dilema liquidez e rentabilidade
Cabe ao gestor financeiro buscar equilibrar a relação entre liquidez e rentabili-
dade, mas esta decisão depende do perfil de tolerância ao risco de cada empresa. Se uma 
empresa optar por elevar sua liquidez, por exemplo, a fim de aumentara segurança asso-
ciada ao atendimento de suas necessidades operacionais, precisará manter certo volume 
de recursos sob a forma de disponibilidades, denominados também de “volume mantido 
em caixa ou “disponibilidades de caixa) (numerários, contas correntes e aplicações financei-
ras mantidas em instituições financeiras). 
De acordo com Camloffski (2014, p. 4), “o termo liquidez significa dinheiro na mão”. 
Para uma organização, a manutenção da liquidez está diretamente relacionada ao volume 
de recursos mantidos em caixa, todavia, a sua preservação afeta a rentabilidade, já que os 
recursos inativos (mantidos na forma de disponibilidades sem a devida finalidade) ou apli-
cados em curto prazo proporcionam taxas de retorno menores em relação aos recursos 
aplicados no longo prazo. 
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Gestão Financeira48
Por outro lado, Gitman (2004), alerta que as empresas normalmente se tornam ina-
dimplentes por não preservarem montantes adequados para suas necessidades de giro, 
logo, suas operações diárias transcorrem em um ambiente de relativa insegurança.Por-
tanto,“o administrador financeiro deve levar em conta a liquidez e a rentabilidade da 
empresa, o que é difícil dada à convergência entre esses dois aspectos” (FAGUNDES, 2016, 
p. 24).
É de responsabilidade dos gestores financeiros harmonizar essa relação, que é crítica 
para a continuidade dos negócios e o atendimento dos objetivos organizacionais de acordo 
com o perfil de tolerância ao risco da empresa.
2.2.1. Definição de liquidez
Conforme já comentamos, liquidez significa dinheiro na mão. Nesta linha, Van Horne 
(2002), define liquidez como o tempo necessário para converter um ativo em dinheiro. 
Zago e Mello (2015), classificam-na em: liquidez geral, liquidez corrente, liquidez seca e 
liquidez imediata, que são os quatro índices frequentemente utilizados para medir a saúde 
financeira das organizações, isto é, sua capacidade de saldar seus compromissos, refle-
tindo sua capacidade de pagamento.
Tais indicadores origina-se na análise do 
Balanço Patrimonial, de forma a avaliar se os ativos 
empresariais são suficientes para fazer frente às obri-
gações ou financiamentos, contabilizados no passivo. 
No balanço patrimonial, os ativos são classificados 
em ordem decrescente de liquidez e os passivos em 
ordem decrescente de exigibilidade. Os ativos e pas-
sivos circulantes dizem respeito aos direitos e às obri-
gações que têm liquidez dentro do período corrente 
ou exercício social (geralmente dentro de um ano) ao 
contrário dos não-circulantes, que se referem a recei-
tas e a despesas de períodos futuros.©
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49Gestão Financeira
Exemplos de contas integrantes do Balanço Patrimonial
ATIVO PASSIVO
Circulante Circulante
Caixa e equivalentes de caixa
Bancos – conta movimento
Aplicações financeiras
Créditos realizáveis até 12 meses
Clientes
(–) Ajustes para perdas em créditos
Estoques
Adiantamentos concedidos
Outros créditos a receber
Obrigações trabalhistas
Fornecedores e contas a pagar
Obrigações fiscais
Empréstimos e financiamentos
Demais obrigações
Não Circulante Não Circulante
Realizável a longo prazo
Créditos realizáveis acima de 12 meses
Investimentos
Imobilizado
Imóveis e terrenos
Máquinas e equipamentos
Veículos
Móveis e utensílios
Intangíveis
Obrigações acima de 12 meses
Patrimônio Líquido
Capital social
Reservas de capital
Ajuste de avaliação patrimonial
Reservas de lucro
Prejuízos acumulados
Conforme Camloffski (2014), parece claro que, quanto maior o volume do ativo em 
relação ao passivo, melhor a situação financeira da empresa. O índice de liquidez geral 
mensura essa relação, ou seja, tem como objetivo verificar se os ativos circulantes e não-
-circulantes (excluindo-se as contas investimentos, imobilizado e intangível), são suficien-
tes para honrar as obrigações constantes no passivo circulante e não-circulante. Em outras 
palavras, quanto há de ativo circulante e realizável em longo prazo para cada unidade 
monetária de obrigações totais. O patrimônio líquido não é incluso, porque diz respeito aos 
recursos investidos pelos sócios ou proprietários.
Gestão Financeira50
Dica
No subgrupo investimentos do Ativo Não-Circulante são contabilizados as partici-
pações societárias permanentes em outras empresas e os direitos de qualquer natureza que não 
se classifiquem no ativo circulante e não se destinem à manutenção da atividade empresarial.
Liquidez geral = 
(Ativo circulante + Realizável a longo prazo)
(Passivo circulante + Passivo não-circulante)
 
Por sua vez, a liquidez corrente envolve somente os ativos e passivos circulantes, pois é um 
indicador da capacidade da organização em liquidar seus compromissos no curto prazo com ati-
vos de mesma maturidade. Isto é, o quanto a empresa possui de ativo circulante para cada unidade 
monetária de passivo circulante.
Liquidez corrente = 
Ativo circulante
Passivo circulante
 
A liquidez seca, por sua vez, aumenta a margem de segurança para o resultado 
encontrado, na medida em que não considera os estoques na sua formulação.
Os estoques são os ativos de curto prazo (circulantes) com menor liquidez, visto que 
ainda precisam ser vendidos para, posteriormente, serem convertidos em disponibilida-
des de caixa. Assim, a utilização do índice de liquidez seca é indicada para empresas que 
têm processos produtivos complexos ou produtos que permanecem em estoque por longos 
períodos. Esse índice também pode ser empregado em momentos de crise econômica ou 
retração de mercado, nos quais há uma maior dificuldade para realizar as vendas.
Liquidez seca = 
(Ativo circulante – Estoque)
Passivo circulante
 
Por fim, o índice de liquidez imediata, objetiva verificar a capacidade de pagamento 
no curto prazo, considerando apenas as disponibilidades de caixa (CAMLOFFSKI, 2014). É 
um indicador bastante conservador, pois verifica se a empresa tem condições de honrar 
suas obrigações de curto prazo apenas com os recursos existentes em numerários, contas 
correntes e aplicações financeiras. Ao contrário dos demais, em regra, tal indicador tem 
um resultado inferior a 1,00, indicando que não há disponibilidade de caixa em volume sufi-
ciente para quitar todo o endividamento de curto prazo.
51Gestão Financeira
Essa conclusão é natural, pois, como comentamos anteriormente, as disponibilida-
des apresentam taxas de rendimento baixas frente às alternativas de investimento no pró-
prio negócio (investimentos em ativos não-circulantes, como máquinas, equipamentos, 
pesquisa e desenvolvimento de novos produtos, entre outros). Assim, do ponto de vista 
financeiro, uma empresa não deve manter altos valores em disponibilidades no mercado 
financeiro, pois, desse modo, está aceitando retornos inferiores aos que poderia obter no 
mercado produtivo. Em outras palavras, a empresa existe justamente porque espera-se 
que de sua operação seu proprietário obtenha maior rentabilidade do que se aplicasse seus 
recursos no mercado financeiro)
Liquidez imediata = 
Disponibilidade
Passivo circulante
Pausa para refletir
A análise de índices financeiros compreende indicadores de liquidez, os quais foram aborda-
dos aqui. Com base no que foi comentado, responda às seguintes questões:é possível esta-
belecer uma relação entre liquidez, endividamento e rentabilidade empresariais? São direta 
ou inversamente proporcionais?
Os índices apresentados prestam informações relevantes sobre os recursos que as 
empresas dispõem para atendimento de suas necessidades operacionais. Por isso, éimpres-
cindível conhecê-los para a avaliação da capacidade organizacional de saldar os compro-
missos e se manter estrategicamente no mercado.
2.2.2. Abordagens de gestão da liquidez
Anteriormente, propusemos uma reflexão sobre a possibilidade de uma organização 
maximizar sua liquidez e sua rentabilidade simultaneamente. Trata-se de um grande desa-
fio para os gestores, visto que as empresas devem possuir recursos acessíveis em volume 
suficiente para que tenham condições de honrar os compromissos assumidos e, ao mesmo 
tempo, buscar investir recursos em alternativas que maximizem o retorno dos proprietários.
Diante dessa questão, Pimentel (2008), examinou a relação entre rentabilidade e 
liquidez em um grupo de empresas comerciais e industriais, classificadas entre as maiores 
empresas atuantes no Brasil, no período de 2000 a 2005. Os resultados sugerem a presença 
de correlação e associação positiva entre liquidez e rentabilidade no curto prazo. Ou seja, 
as empresas que apresentavam alta liquidez tinham também elevada rentabilidade, pois foi 
Gestão Financeira52
diagnosticado que uma perfeita gestão dos recursos de giro da empresa poderia gerar ren-
tabilidade elevada, mesmo mantendo grande nível de solvência, quer dizer, capacidade de 
pagamento. Ainda segundo o autor, a se julgar por esse resultado, as empresas não teriam 
um dilema entre liquidez e rentabilidade, mas, sim um objeto de gerenciamento. 
Entretanto, é preciso

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