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arquitetura e trabalho livre (2006) sérgio ferro André de Souza Gonçalves Caetano Pereira Taisnara Alves Santos Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais Instituto de Ciências Sociais - ICS Arquitetura e Urbanismo Teoria da Arquitetura Prof: Laura Fonseca de Castro Sérgio Ferro desenvolve uma série de análises críticas da arquitetura, identificando uma separação entre o desenho e o canteiro de obras. Livros como Arquitetura e Trabalho Livre, e O Canteiro e o Desenho transformaram a percepção da profissão, como dispositivo de dominação classista. Fonte:https://www.archdaily.com.br/br/898895/sergio-ferro-ensino-critica-e-artes-plasticas/5b5883faf197ccd25000039a-sergio-ferro-ensino-critica-e-artes-plasticas-imagem 03 índice: sérgio ferro 01 04 05 06 02 o canteiro solução pensamento marxista conclusões referências bibliográficas sérgio ferro 01 pintor, desenhista, arquiteto e professor sérgio ferro 1938: nasce Sérgio Ferro Pereira, na cidade de Curitiba, Paraná; 1961: funda o Grupo Arquitetura Nova, junto com Rodrigo Lefévre e Flávio Império, responsáveis por uma série de projetos de teor experimental; 1962: forma-se em arquitetura pela FAU-USP, ano em que também é convidado por Vilanova Artigas, a dar aulas de História da Arte; 1972: é exilado na França, onde lecionou na Escola de Grenoble e coordenou o Laboratório Dessin/Chantier (desenho/canteiro) responsável por várias pesquisas, Fonte;https://www.archdaily.com.br/br/898895/sergio-ferro-ensino-critica-e-artes-plasticas/5b5883f1f197cc652900018b-sergio-ferro-ensino-critica-e-artes-plasticas-imagem “O objeto arquitetônico, assim como a pá ou a arma, é um utensílio.” o canteiro e o desenho Dividido em duas partes: a primeira em 1976 e a segunda em 1977; Ideologia marxista; Parte da premissa que qualquer objeto arquitetônico é um dos resultados do processo de valorização do capital. “O material é a matéria mas os homens que a trabalham.” arquitetura e trabalho livre Divide-se em sete partes: Proposta, Corte, Esboço, Tese, Grenoble, Recapitulações Brasileiras e Comentários Finais; Reúne críticas, comentários e pesquisas realizadas por Sérgio e sua equipe; Pesquisa concentrada nos materiais de base de edificações, reduzindo o campo de estudos e escolhendo um aspecto específico. “O mundo construído se parece mais com um amálgama[...].” fusão perfeita de coisas distintas que formam um todo “Os materiais, para nós, são aquilo que, concretamente, sustentam o construído.” Pintor e Modelos, 1982, Sérgio Ferro Reprodução fotográfica autoria desconhecida Fonte: http://enciclopedia.itaucultural.org.br/obra6029/pintor-e-modelos L'ivresse de Noé, 1981, Sérgio Ferro Reprodução fotográfica autoria desconhecida Fonte:http://enciclopedia.itaucultural.org.br/obra12600/livresse-de-noe Adotava um conjunto de técnicas em suas obras inspiradas no trabalho de Michelangelo. Já realizou exposições premiadas nacional e internacionalmente. o canteiro 02 “o lugar de construir é também o lugar da exploração privilegiada da força do trabalho” Ferro participa de uma série de obras em Brasília, onde teve um contato direto com as condições de exploração e precariedade dos trabalhadores. Crítica ao canteiro: a indignação com as condições de trabalho no grande canteiro a céu aberto de Brasília foi o início de um pensamento crítico acerca da produção da arquitetura. Foto: Jesto Puttkamer Fonte: Arquivo Público do DF APCA - Arquitetura Sérgio Ferro (2006) https://www.youtube.com/watch?v=dR40eiHTEUs&feature=youtu.be link externo entrevista Sugestão de minissérie - Mil Dias: A Saga da construção de Brasília, da History Channel https://www.youtube.com/watch?v=n97KwSgEeJc link externo EP01 History/Divulgação pensamento marxista 03 A situação dos canteiros é precária porque é exatamente a exploração do trabalhador que garante as mais altas taxas de lucro necessárias ao equilíbrio estrutural do sistema; “A forma de produção capitalista, baseada na separação entre trabalho manual e intelectual, é antes uma forma de dominação”. (GORZ, apud in: ARANTES, 2002, p. 112) O trabalhador é submetido a uma participação na produção de forma fragmentada, dentro de uma hierarquia rígida e alienadora. A obra arquitetônica também reproduz o capital por meio do fetichismo da mercadoria: Possui todas as suas determinações; Sua forma aparente cria “vida própria” e oculta a história de sua produção. fetiche da mercadoria + relações de produção = dominação de classe fetichismo Sérgio Ferro - Crítica do Canteiro de Obras - Ocupação Flávio Império (2011) https://www.youtube.com/watch?v=GgGHbwen8nU&feature=youtu.be link externo entrevista solução 04 Ferro projetou uma série de casas de forma experimental, aplicando uma experiência construtiva simples, que pudessem ser executadas por construtores pouco qualificados. poética da economia grupo arquitetura nova casas abóbadas Suas experiências exploravam o uso de arcos em catenária, que permitia a construção de uma cobertura em tijolo, que requer o mínimo de armadura de ferro, podendo ser executada manualmente. Fonte:https://www.archdaily.com.br/br/898895/sergio-ferro-ensino-critica-e-artes-plasticas/5b588332f197cc652900018a-sergio-ferro-ensino-critica-e-artes-plasticas-imagem?next_project=no residência issler Fonte:http://www.arquiteturabrutalista.com.br/fichas-tecnicas/DW%201961-59/1961-59-fichatecnica.htm Fonte: residência boris fausto 1962, Butantan, São Paulo; Manufatura heterogênea: elementos construtivos industriais e pré-fabricados montados em obra; Montagem trabalhosa: peças sem padronização adequada, que tiveram que passar depois por ajustes (custoso) 1961, Cotia, São Paulo; Técnicas construtivas populares; Facilmente executada manualmente, diminuindo o uso de máquinas, pré-fabricados e materiais caros. Maior eficiência construtiva e econômica Canteiro livre: transformação das relações de produção, propondo uma distribuição equilibrada de poder e de saber entre projetistas e trabalhadores. Um momento de aprendizado que envolveria todos os produtores, do arquiteto ao servente. “Cada canteiro livre é uma universidade.” Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MTST); Movimento sem Teto (MST); Mutirões de ajuda mútua. Fonte: Projeto Educo Porém, estudiosos acusam o mutirão de contribuir para a desvalorização do arquiteto, enquanto que defensores afirmam que a autoconstrução é apenas parcial. BB - Arquitetura na Periferia (2019) https://www.youtube.com/watch?v=p8qHQqMj2Gc&feature=youtu.be link externo entrevista Fonte: https://arquiteturanaperiferia.org.br/ 1- Você concorda com a visão de que o Sérgio Ferro tem do canteiro de obra ? 2- Você concorda com a prática de mutirões? 3- Você acha que a situação atual da divisão de trabalho nos canteiros está de acordo com o que idealizaram? conclusões 05 a melhora das condições de trabalho não aconteceu pois a exploração do trabalhador em um processo produtivo de manufatura garante taxas mais altas de lucro. 01. aparecimento do pensamento marxista - dá à arquitetura papel central na reprodução do capital pelo fetichismo da mercadoria, pois a obra arquitetônica é mercadoria. 02. Ferro critica os adornos e revestimentos que são usados para apagar e ocultar a história e os traços da obra e dos operários. “apagar as « traces » do trabalho, eliminar a presença do operário na obra que constrói: o revestimento, ao lado de outras muletas, serve a fetichização da mercadoria, faz o construído parecer não construído, o valor parecer atributo da coisa. Mas atenção: não falo aqui contra toda e qualquer decoração. A arte decorativa autêntica é a principal arte popular”. 03. Para erradicar e contrapor à forma de produção capitalista que usa o intelecto como ferramenta de segregação e dominação, surge a tese de Lefèvre que pensa o envolvimento de todos no canteiro, no desenho e na criação. 04. É a partir desses elementos que SérgioFerro faz não apenas uma dura crítica à história da arquitetura, mas à arquitetura moderna produzida e reproduzida a partir de determinado momento histórico, e até hoje reconstrói formas vazias. É nesse momento, segundo a crítica do arquiteto, que a forma na arquitetura chega a “liberdades” jamais vistas, perdendo totalmente sua vinculação com a base da produção. Daí sua análise da divisão entre o canteiro e o desenho, sendo este último não apenas meio de produção, mas elemento essencial para a manutenção da exploração do trabalhador ao submetê-lo à uma participação na produção de forma fragmentada, dentro de uma hierarquia rígida e alienadora. 05. referências bibliográficas 06 AMARAL, Bernardo. Da crítica do canteiro à autogestão: Sérgio Ferro, Usina e os mutirões autogeridos em São Paulo, Brasil. Disponível em: <http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0430-50272020000200009>. Acesso em: 09 de Fev. de 2021. ARANTES, Pedro; FERRO, Sérgio. Arquitetura e trabalho livre. Coleção Face Norte, volume 09. São Paulo, Cosac Naify, 2006. Ferro, Sérgio. O Canteiro e o desenho. São Paulo: Projeto Editores Associados, 1979. Acesso em: 12 de Fev. de 2021 ARQUITETURA BRUTALISTA. Ficha Ténica.Disponível em:<http://www.arquiteturabrutalista.com.br/fichas-tecnicas/DW%2 01961-59/1961-59-fichatecnica.htm>. Acesso em: 13 de Fev. de 2021. AS MÚLTIPLAS FACES DA ARQUITETURA CONTEMPORÂNEA. O canteiro e o desenho. Disponível em: <https://arquiteturaposmoderna.wordpress.com/paineis/convergencias-e-divergencias-dos-caminhos-insurgentes/o-canteiro-e-desenho/>. Acesso em: 10 de Fev de 2021. BENOIT, Lelita Oliveira. Arquitetura e luta de classes: uma entrevista com Sérgio Ferro. Disponível em: <https://www.ifch.unicamp.br/criticamarxista/arquivos_biblioteca/entrevista8EntrevSFerro.pdf>. Acesso em: 09 de Fev. de 2021 BERTRAM, George W. A Teoria Estética de Adorno e a questão da eficácia social da arte. Disponível em: <https://www.ifch. unicamp.br/ojs/index.php/teoriacritica/article/view/3949>. Acesso em: 10 de Fev. de 2021 BONDUKI, Nabil; Koury, Ana Paula. Arquitetura e política – saudações a Sérgio Ferro. 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Acesso em: 10 de Fev. de 2021. image17.png image11.jpg image18.jpg image12.jpg image3.jpg image8.jpg image1.png image10.png image4.jpg image9.jpg image5.jpg image14.jpg image7.jpg image2.png image16.jpg image6.jpg image15.png image13.jpg
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