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DIAGNÓSTICO DA GERAÇÃO DE LODO E DOS RESÍDUOS
SÓLIDOS NO PROCESSO DE GALVANOPLASTIA DE ZINCO
ALCALINO CIANÍDRICO. ESTUDO DE CASO EM EMPRESA
INSTALADA NO MUNICÍPIO DE PANAMBI/RS.
ALMEIDA, Alfeu Jamur Lopes de*. 
LOPES, Rafael Ferreira**. 
RESUMO
Os resíduos na indústria de galvanoplastia ainda são um grande problema, pois
contém alto nível de metal pesado, tais como: Zinco, Cianeto, Ácido, Ferro e
Cromo tornando-os totalmente perigosos. O custo para reciclar o lodo
galvânico ainda é muito alto e por esse motivo ele é enviado para aterro
industrial credenciado, ficando como agente passivo da empresa. Os produtos
químicos são altamente perigosos e contaminantes, sendo assim são
necessárias licenças de vários órgãos inclusive Polícia Federal e Comando do
Exército. O processo de galvanoplastia de Zinco Alcalino Cianídrico é muito
simples de ser manuseado pelos colaboradores e de alta resistência como
película de revestimento em metais como ferro e aço, sendo aplicado
principalmente, no setor agro-indústria e metal-mecânica. O objetivo deste
estudo é relacionar a teoria com à prática com a aplicação em uma galvânica.
A metodologia utilizada é instrumentada pela coleta de dados através de
pesquisa bibliográfica, visita à empresa e análise das licenças ambientais.
Palavras-chave: Galvanização. Lodo Galvânico. Efluentes. Meio Ambiente.
Licenciamento Ambiental.
1. INTRODUÇÃO 
O processo de desenvolvimento impõe aos diferentes setores da
economia uma revisão de seus princípios a fim de buscarem maior
competividade no mercado. A partir deste princípio, a redução de custos
associada à preservação ambiental, vem impondo condições para a
sobrevivência financeira do empreendimento. 
Através do processo produtivo da indústria galvânica, o impacto
ambiental é caracterizado pelo excessivo consumo de água e de energia, além
da geração de emissões atmosféricas, pelos descartes de banhos com grandes
quantidades de metais pesados, devem ser repensados para a adequação do
novo contexto.
* Licenciado em Química – Universidade do Estado do Amazonas (aluno)
** Gestor Ambiental – Faculdades Integradas Simões (orientador)
2
A alternativa de minimização do impacto ambiental voltada ao
tratamento dos efluentes líquidos contaminados por metais pesados, bem
como à disposição final de resíduos sólidos oriundos deste tratamento não são
suficientes na otimização necessária ao mercado competitivo. As indústrias
muitas vezes se obrigam a buscar outras alternativas, uma vez que o custo do
tratamento de efluentes contaminados é elevado.
 Vale dizer que o custo do projeto constitui-se de instalações para o
tratamento, amortização de equipamentos e profissional técnico responsável
para a operação do sistema de tratamento, custo de produtos químicos
galvânicos, resíduo sólido classificado como perigoso gerado no tratamento
das águas contaminadas, o custo decorrente do desperdício da matéria-prima
e dos metais presentes na composição básica dos banhos, o custo com
monitoramento de passivos ambientais gerados, além da responsabilização por
todo e qualquer dano ambiental decorrente da falta de controle operacional.
A região Nordeste do Estado do Rio Grande do Sul se destaca no
cenário industrial por abranger o Polo Metalmecânico. Concentrando, assim,
empresas de diversos setores e atividades que possuem galvanização em seus
processos. Destacam-se as galvanizações: eletrolítica ácida e alcalina, de
cromo, entre outras. Neste estudo trataremos apenas da galvanização
eletrolítica de zinco alcalina. 
A maioria das empresas galvânicas no Estado do Rio Grande do Sul são
altamente poluidoras, pois dentre suas matérias-primas estão a água, a energia
elétrica, produtos químicos. Da manipulação desses ingredientes, surgem os
gases tóxicos, lodo contaminado, efluentes, EPIS (luvas, máscaras, protetores
auriculares, uniformes, óculos, aventais e botas), embalagens contaminadas.
Tudo isso tem um custo financeiro, social e ambiental.
Devido à alta agressividade das névoas ácidas ou alcalinas e à alta
emissão, devem ser adotados três recursos para prevenir a poluiçao:
Eficiente exaustão; O uso de agente tensoativo; O uso de
respiradores adequados.(GALVANOPLASTIA,1995, p.18.13)
Justifica-se a importância deste estudo para possibiltar uma análise mais
aprofundada a respeito da responsabilidade social e ambiental e do custo
financeiro para manter uma empresa de galvanização eletrolítica respeitando a
legislação vigente.
3
E qual a sua importância na geração de riquezas e trabalho, pelo fato de
ser uma atividade com grande potencial para severos impactos ambientais. 
Por se tratar de atividades cujos processos se baseiam totalmente em
reações químicas dirigidas, o Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de
1943 – Consolidação das Leis do Trabalho – em seu artigo 335, prevê
a obrigatoriedade da admissão de químico habilitado e registrado.
(GALVANOTÉCNICA, 2000, p 8).
Este artigo tem por objetivo observar a geração de lodo e dos resíduos
sólidos no processo de galvanoplastia de Zinco Alcalino Cianídrico na Empresa
Galvanotécnica Anduri Ltda, visando propor sua minimização. Bem como,
identificar medidas de mitigação dos resíduos sólidos no processo de
galvanoplastia de Zinco Alcalino Cianídrico, e por fim análisar os diversos
processos de galvanoplastias através de referências bibliográficas.
2. O MEIO AMBIENTE
A Terra está passando por um acelerado processo de aquecimento
global. Esses gases impedem a dissipação do calor, atuando como um
cobertor em escala planetária. O principal responsável pelo incremento do
efeito estufa é o CO2 (dióxido de carbono) produzido na queima de
combustíveis fósseis (carvão, petróleo e gás natural). Também houve aumento
da emissão de óxidos de nitrogênio. Além disso, o desflorestamento reduz a
capacidade de retirar o dióxido de carbono do ar. Esses fatores causam um
gradativo aumento da temperatura média da Terra, o que favorece o fenômeno
do aquecimento global. Entre outros problemas associados enumeram-se a
desertificação, as secas, as inundações e a destruição de ecossistemas.
Observam-se mudanças na distribuição mundial das precipitações: há regiões
em que está chovendo mais; outras, ao contrário, sofrem com a estiagem.
Entre outros efeitos, o fenômeno gera uma redistribuição da fauna e da flora,
além da modificação dos ecossistemas e das atividades humanas.
De modo a proteger o meio ambiente, o princípio da precaução deve
ser amplamente observado pelos Estados, de acordo com suas
capacidades. Quando houver ameaça de danos sérios ou
irreversíveis, a ausência de absoluta certeza científica não deve ser
utlilizada como razão para postergar medidas eficientes e
economicamente viáveis para prevenir a degradação ambiental.
(DECLARAÇÃO DOS PRINCÍPIOS, 2008)
Estima-se que a temperatura média global aumentou 0,6°C entre o final
4
do século XIX e o ano 2000. 
 A produção de resíduos representa um problema desde que o homem
abandonou a vida nômade e tornou-se sedentário. Diariamente, milhões de
toneladas de lixo são lançadas no ambiente, colocando em risco o equilíbrio da
natureza e a qualidade de vida do homem.
A prática de depositar resíduos ao ar livre, isto é, lançá-los em cursos
d’água, descartá-los em terrenos baldios, bem como usar o fogo para eliminar
restos inaproveitáveis, teve início nas civilizações antigas, em que o método de
lidar com resíduos consistiam em depositar bem longe os restos da atividade
humana. Essa solução vigorou por longo tempo, até ficar evidente que o
crescimento da população e do consumo levou a humanidade a uma enorme
produção de resíduos, que causam poluição quando são depositados deforma
inadequada no ambiente. 
Entende-se que o meio ambiente é composto por um espaço e um
sistema de relações de forças dos meios físico, biótico e antrópico,
que se desenvolvem por meio de trocas de enrgia e matéria, cujas
relações podem desencadear reações, modificando sua dinâmica.
O componente cultural decorrente da organização e das ações
humanas faz parte do meio ambiente e participa desta dinamica, que
quando alterado pela instalação ou modificação de determinada
atividade pode acelerar ou retardar processos existentes ou até
mesmo eliminar ou criar novos processos ambientais locais.
(LICENCIAMENTO AMBIENTAL COMO INSTRUMENTO DE
GESTÃO, 2008).
2.1 A QUESTÃO AMBIENTAL NO BRASIL
Na década de 70 a ONU, iniciou uma série de atividades visando
discutir, entender e propor soluções às questões ambientais. Em junho de
1992, no Brasil a cidade do Rio de Janeiro, sediou a Conferência das Nações
Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD), que ficou
conhecida como “Cúpula da Terra” ou ECO-92 que se constituiu de um dos
maiores eventos organizados pela ONU e rendeu uma série de tratados e
acordos de grande importância, tais como: a Convenção do Clima, a
Convenção da Biodiversidade, Agenda 21, bem como, a Rio +20.
2.2 GESTÃO AMBIENTAL
O processo de gestão ambiental inicia-se quando se promovem
5
adaptações ou modificações no ambiente natural, de forma a adequá-lo às
necessidades individuais ou coletivas, gerando dessa forma o ambiente urbano
nas suas mais diversas variedades de conformação e escala.
Nesse aspecto, o homem é o grande agente transformador do ambiente
natural e vem, pelo menos há doze milênios, promovendo essas adaptações
nas mais variadas localizações climáticas, geograficas e topográficas. O
ambiente urbano é, portanto, o resultado de algomerações localizadas em
ambientes naturais transformados, e que para sua sobreviência e
desenvolvimento necessitam dos resultados do ambiente natural.
Conforme Philippi Jr, indaga:
Ora se a realidade de hoje é tipicamente urbana, e a perpectiva de
alterá-la a por de se viver maciçamente no campo é quase nula, como
viver, então, nesses ambientes urbanos? Como continuar a promover
adaptações no ambiente natural, gerando, consequentemente, novos
ambientes urbanos, sem esgotar os recursos naturais disponíveis?
(Curso de Gestão Ambiental – 2004 p.4)
Nesse sentido, tem-se que uma primeira forma de abordagem
organizada é uma Gestão Ambiental consciente. A tomada de consciência e o
ato de conhecer todas as questões que envolvem estes emaranhados de
variáveis que compoem a realidade das cidades é a parte da solução do
problema.
2.3 LICENCIAMENTO AMBIENTAL
O Licenciamento Ambiental é um Instrumento da Política Nacional do
Meio Ambiente, que foi estabelecida pela Lei nº 6.938, de 31 de agosto de
1981, lei esta que estipula a obrigação do empreendedor em buscar o
licenciamento ambiental junto ao órgão competente, desde as etapas iniciais
do planejamento de seu empreendimento e instalação até a sua efetiva
operação.
A principal função desse instrumento é conciliar o desenvolvimento
econômico com a conservação do meio ambiente. A exigência do
licenciamento se deu com a edição da Lei 6.938/81, em seu artigo 9º, inciso IV,
introduzindo-o como instrumento da Política Nacional do Meio Ambiente e, no
âmbito do Estado do Rio Grande do Sul, tem-se a Lei Estadual 7.488/81.
Com referência legal do licenciamento ambiental por excelência, é a
http://www.licenciamentoambiental.eng.br/category/licenciamento-ambiental/
6
Resolução 237/97 CONAMA, a partir da qual edições normativas surgiram para
adequar o procedimento às mais diversas situações de interesse à proteção
ambiental.
Segundo TRENNEPOHL e TRENNEPOHL (2007, p.14), orienta:
A resolução CONAMA n° 237/97 utiliza vários critérios ao mesmo
tempo. No art. 4º, diz que é competência do Ibama o licenciamento de
empreendimentos e atividades localizados no mar territorial ou na
plataforma continental (critério geográfico). Depois, estabelece, ainda
como competência do órgão federal, o licenciamento de atividades
cujos impactos ambientais diretos ultrapasem os limites territoriais do
País ou de um ou mais Estados (critério da abrangência do impacto),
em unidades de conservação do domínio da União (critério da
dominialidade) e, por fim, atividades que envolvam energia nuclear ou
empreendimentos militares (critério da especifidade ou segurança
nacional).
O mérito de trazer à tona tal questão por intermédio desta Resolução é
fazer com que os Municípios se integrem e se comprometam efetivamente com
o SISNAMA e passem a controlar atividades potencialmente poluidoras, que
antes não havia condições de fazê-lo. Ainda, por intermédio do cumprimento
desta Resolução, os Municípios precisam se capacitar, criar os seus órgãos
ambientais e os respectivos Conselhos do Meio Ambiente, fazendo com que o
planejamento da cidade passe a comtemplar o olhar e as exigências do meio
ambiente, com vistas à construção de uma sociedade sustentável.
As cidades com mais de 20 000 habitantes, a teor do que dispõe o art.
182, § 1º da Constituição Federal, devem elaborar seu Plano Diretor,
instrumento básico e fundamental para ordenação das cidades. O Plano Diretor
estabelece regras tanto para o meio urbano quanto para o meio rural, à medida
em que planeja o território municipal. O planejamento ambiental deve estar
contemplado no Plano Diretor, não somente como área específica, mas
refletindo uma efetiva política de proteção ambiental.
Uma efetiva política de preservação ambiental precisa contar com um
bom Plano Diretor que contenha limitações ao direito de propriedade, e de
exploração comercial do espaço, contemplando a função ambiental tanto dos
imóveis individualmente, quanto das regiões da cidade.
Como acontece para a instalação de galvanoplastias, primeiramente é
encaminhado à FEPAM (Fundação Estadual de Proteção Ambiental do Rio
grande do Sul) projeto para análise e aprovação. 
2.4 GESTÃO AMBIENTAL NAS INDÚSTRIAS
7
As sociedades desenvolvidas precisam da indústria para produzir
energia e utensílios que possam manter um determinado estilo de vida. As
atividades abragem processamento de alimentos, mineração, produção da
industria química, de papel e celulose e a manufatura de bens de consumo,
como a televisão entre outros. Por sua vez, a indústria necessita de
matériaprima, como o ferro a água e a madeira, para a produção desses bens.
Em todos esses processos existem a produção de lixo, o qual pode ser
inofensivo ou tóxico.
O lixo gerado pelas atividades agricolas e industriais é conhecido
resíduo, onde os seus geradores são obrigados a cuidar do gerenciamento,
transporte, tratamento e destinação final dos mesmos, sendo essa
responsabilidade para sempre. Conforme o citado acima, o resíduo industrial
varia de acordo com a indústria, assim sendo, as industrias metalurgicas, de
alimentos e químicas produzem um tipo de lixo diferente, o que requer um
tratamento de especial. 
 O resíduo industrial é um dos maiores responsáveis pelas agressões
fatais ao ambiente, por estarem inclusos produtos químicos (cianureto,
pesticidas e solventes), bem como, alguns metais (mercúrio, cádmio, chumbo)
e solventes químicos que ameaçam os ciclos naturais onde são despejados.
Certos resíduos perigosos são jogados no meio ambiente, por não
saberem ao certo como tratá-los, então espera-se que o ambiente absorva as
substancias tóxicas. Mas essa não é uma solução segura para o problema,
pois muitos metais e produtos químicos não são naturais, nem biodegradáveis.
Assim sendo, quanto mais se enterram, despejam residúos mais ciclos naturais
são ameaçados,e o ambiente se torna poluído. 
Em 1998, no Brasil, foi promulgada a Lei dos Crimes Ambientiais, que
estabeleceu pesadas sanções para os responsáveis pela disposição
inadequada de resíduos, o que foi amplamente explicada na Nova Lei dos
Resíduos Sólidos promulgada em 2010, Lei 12305/10 – Política Nacional de
Resíduos Sólidos, conforme abaixo:
Art. 14. Os geradores dos resíduos sólidos industriais, [...], desta Lei,
deverão elaborar e dar publicidade aos seus Planos de Atuação para
os Resíduos Sólidos, com base nos seguintes requisitos mínimos:
[...] XVI - procedimentos e meios pelos quais divulgarão aos
consumidores os cuidados que devem ser adotados no manejo dos
resíduos sólidos reversos de sua responsabilidade, incluindo os
8
resíduos sólidos especiais ou diferenciados [...] (Seção II – Da Gestão
Integrada de Resíduos Sólidos).
2.5 PROCESSOS DE GALVANIZAÇÃO
O processo de tratamento de superfície, em particular, a galvanoplastia,
consiste na depositação de uma fina camada metálica sobre uma superfície,
geralmente metálica, por meios químicos ou eletrolíticos, a partir de solução
diluída do sal do metal correspondente, a fim de conferir um efeito de maior
proteção superficial e decorativa.
Cabe salentar que galvanoplastia é um ramo da industria metal-
mecânica onde se realiza o tratamento de superficies metálicas ou plásticas,
sendo assim considerada uma das mais tóxicas entre os mais diversos tipos de
industrias devido à presença de metais pesados e seu efeito cumulativo, que
pode causar alterações em órgãos do sistema cardiovascular. 
Para o material estar pronto para receber o revestimento eletrolítico,
deve estar limpo, isento de graxa gorduras, óxidos, restos de tintas e outras
impurezas quaisquer, e não deverá ter falhas, nem apresentar poros ou
lacunas, sendo estes últimos os mais perigososos, pois, nestas lacunas se
acumulam sujeitas, por exemplo, resíduos de massa politriz, ou de outra
espécie qualquer, o que impede a depositação da camada de revestimento
(PUGAS, 2004, p.4).
Conforme AMARAL, 2001, o processo de galvanoplastia consiste em
uma sequencia de banhos que envolvem três etapas:
 O pré-tratamento – etapa resposavel por retirar as impefeições e
materiais aderidos da superfície das peças. Podendo ser realizada através do
processo mecânico (jateamento, esmerilhamento, polimento, processo manual)
e pelo processo químico (desengraxamento, decapagem, neutralização).
 O revestimento – segunda etapa do processo galvânico e refere-
se à disposição eletrolítica, também chamada de deposição metálica. Este
processo se dá pela aderência do metal que se desprende do ânodo
atravessando o banho, a qual se chama eletrólitico, pela ação da eletricidade.
Neste processo são usados vários tipos de metais, sendo os mais utiizados o
zinco, a prata, o ouro, o cobre e o alumínio.
9
Por último a passivação azul brilhante – esta etapa tem por finalidade da
um acabamento à peça, tipo espelho. É muito utilizado para fabricação de
peças com utilização em fins decorativos. Após passar por todas essas etapas
as peças ocorrem em tanques, providos de duas barras laterais (barra anódica)
de cobre onde são posicionados os eletrodos positivos (anodos solúveis ou
insolúveis), que se oxidam durante as reações. 
O processo de galvanoplastia utiliza produtos químicos de natureza
tóxica e corrosiva, pois há desprendimento de gases dos banhos alcalinos, dos
tanques de ácidos e dos cromatos. Através do processo camadas metálicas
finas são depositadas sobre superfícies de peças metálicas, por meios
químicos ou eletrolíticos, a partir de soluções aquosas que contêm metais.
Diferentes resíduos são gerados no processo.
Como mostra a figura abaixo, a montagem de um banho de
galvanoplastia de zinco alcalino é composta de: Cianeto de Sódio, Soda
Cáustica, Óxido de Zinco e água. Na montagem dos decapantes é usado Ácido
Muriático e água (solução aquosa de Ácido clorídrico (HCl) e água). Na
montagem dos cromatos utiliza-se, dependendo, às vezes cromatizantes
hexavalentes, no caso mais tóxico, e o trivalente, o de menor agressividade ao
meio ambiente, e água.
Peça metálica bruta
 água emissões gasosas
 processos químicos resíduos 
sólidos
 efluentes líquidos
 energia
 Peça metálica banhada perda de energia
 insumos 
Entre os banhos de zinco alcalino, ácidos e cromatos há tanques de
lavagens das peças, pois um banho não pode entrar no outro, para não haver
contaminação dos banhos. 
Vale lembrar que a lavagem é no processo de eletroposição a certeza de
qualidade, ou seja, ela atua na diluição ou diminuição da quantidade de sais
arrastados pelas peças de um banho a outro, os quais influenciam
negativamente na eletroposição. Com a diminuição e controle do arraste é
ENTRADAS SAÍDAS
Esquema básico do
processo de 
galvanoplastia. 
 Fonte:O AUTOR
10
possível diminuir o consumo de agua utilizado no processo de lavagem.
(PONTE,2000, p.20).
As aplicações do aço galvânico vão desde proteger o substrato contra a
corrosão, através da melhora das propriedades físicas e mecânicas do
mesmo, como por exemplo, resistência à abrasão e condutividade elétrica, bem
como, proporciona e mantem o aspecto decorativo, altera dimensões originais
de determinadas peças e ainda recupera peças que sofreram desgaste.
O constante aumento do uso do aço zincado por imersão a quente tem
sido intensificado, devido ao benefício da proteção dado a chapa pela camada
de zinco. Esses revestimentos zincados oferecem uma triplice proteção ao
metal-base, bem como as seguintes vantagens:
 um revestimento aderente e tenaz;
 quando ocorrer algum dano no recolhimento, de modo a deixar a
superfície do aço exposta, não surge a corrosão, pois as partes
descobertas ficam protegidas pelo zinco;
 quando a exposição à ação da atmosfera é prolongada, a ponto de
eliminar a película protetora e camada externa rica em zinco, as
camadas intermediárias de zinco – ferro continuam dando proteção. 
A excelente resistência à corrosão do zinco, quando exposto a
ambientes naturais como atmosfera e aguas naturais é a razão de sua vasta
utilização. O zinco é o metal mais utilizado em condições de exposição
atmosférica, usado tando em forma de chapas como em peças fundidas, mas
sua aplicação mais importante é como revestimento e proteção contra a
corrosão de estruturas de aço, sendo este tipo de aplicação responsável pela
utilização de aproximadamente 50% de todo o zinco produzido no mundo.
E por fim, a galvanização a fogo, confirma ao longo do tempo que é uma
solução vantajosa também pelo lado econômico, pois se eliminam
manutenções intermediárias, necessárias em outros processos. São várias
situações em que essas caracteristicas são altamente desejáveis, as estruturas
complexas, localizadas em areas de difícil acesso são casos típicos. Os
setores elétricos de telecomunicações, onde é grande a utilização,
principalmente em torres e postes metálicos. 
2.6 RESÍDUOS SÓLIDOS INDUSTRIAIS 
11
O crescimento industrial acelerado dos paises desenvolvidos levou ao
surgimento de graves problemas ambientais. Apartir disso, o setor industrial
preocupou-se apenas em melhorar certos aspectos produtivos que se
traduziram no imediato rendimento econômico. Atualmente, tem ficado clara a
idéia de que não se pode continuar acreditando que o ser humano
interdependencia do meio em que está inserido.
[...] O objetivo final de todas as medidas que estãosendo tomadas no
setor industrial é o de atingir o denominado “desenvolvimento
sustentável” reconhecendo que a continuidade das atividades
humanas e o desenvolvimento econômico e social dependem da
qualidade e da proteção adequada do meio natural.
[...] (RESÍDUOS SÓLIDOS – Resíduos Sólidos Industriais –
FUNIBER, p.2).
As diretrizes a serem seguidas no gerenciamento ambiental dos
resíduos sólidos industriais gerados por uma determinada atividade industrial
fundamenta-se, inicialmente, na classificação dos mesmos. 
2.7 GERENCIAMENTO E MINIMIZAÇÃO DOS RESÍDUOS
Segundo MILLER JR, “reduzir o consumo e reprojetar os produtos são
as melhores formas de diminuir a produção de resíduos e promover a
sustentabilidade”. Sendo assim faz-se necessário utilizar medidas de
minimização dos resíduos sólidos em todos os ambientes produtivos. O mesmo
autor cita seis maneiras de reduzir a utilização de recursos, os resíduos e a
poluição. O que MILLER chama de “os seis passos para a sustentabilidade”:
a) Consumir menos;
b) reprojetar processos de fabricação e produtos para que utilizem
menos materias e energia;
c) reprojetar processos de fabricação para que produzam menos
resíduos e menos poluição;
d) desenvolver produtos fáceis de reparar, reutilizar, remanufaturar,
compostar ou reciclar;
e) projetar os produtos para durarem mais; e
f) eliminar ou reduzir o uso de embalagens.
Considerando que os efluentes e os resíduos sólidos são compostos de
produtos químicos, água e energia, uma diminuição na geração de efluentes
representaria uma economia destes insumos na indústria galvânica, os quais
12
beneficiaria, também, a diminuição do lodo galvânico e consequentemente o
envio para aterros industriais. As medidas de minimização seriam: diminuição
do arraste do banho; substituição de processos ou componentes
problemáticos; lavagens adequadas das peças; utilização de menor distância
entre tanques, além da substituição do processo Zinco Alcalino com Cianeto
para Zinco Alcalino sem Cianeto. O processo sem Cianeto, além de ser menos
perigoso e tóxico ao ser humano, substituiria um produto altamente
contaminante do solo e águas.
2.8 GESTÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS NA GALVANOTÉCNICA 
O lodo galvânico apresenta em média 60 a 75% de água após passar
pelo filtro prensa e em sua composição encontramos: hidróxidos, óxidos
hidratados e sais dos metais como: zinco, cobre, ferro. Além do Cianeto e
Óxido. A remoção da maior parte da água pode ser efetuada passando pelo
filtro prensa ou promovendo a evaporação num leito de secagem projetado
para esse fim. Após seco, o lodo deverá ser armazendo em lugar próprio para
não contaminar o solo e os lençóis freáticos.
O lodo galvânico deverá ser encaminhado para aterro industrial
credenciado por órgãos ambientais. Cabe ressaltar que o lodo galvânico é
considerado carga perigosa e deve acompanhar documentação de envio como
Nota Fiscal, romaneio de transporte e certificado do aterro industrial que vai
receber o lodo.
Além do lodo galvânico, a manutenção do processo gera outros resíduos
sólidos contaminados como: respiradores, purificadores de ar filtrante para
partículas, protetor auditivo de silicone, avental de proteção, luvas e botas de
PVC ou borracha, óculos, lâmpadas fluorescentes e pilhas. Todos esses
resíduos deverão ser encaminhados para aterro industrial ou reciclagem após
descontaminados.
2.9 METODOLOGIA
Este artigo está baseado na observação da geração de lodo e dos
13
resíduos sólidos no processo de galvanoplastia de Zinco Alcalino Cianídrico na
em uma Empresa Galvanotécnica, visando propor sua minimização, através de
orientações buscadas nas referências, em livros e demais artigos que tratam
do assunto.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Apesar da complexidade, das dificuldades e dos perigos encontrados na
galvanoplastia, esta constitui-se numa atividade bastante popularizada. Só no
Rio Grande do Sul existe mais de uma centena, inclui-se aqui as de
revestimento em plástico, metal e semi-jóias. Desde as de fundo de quintal até
às empresas de médio porte. A maioria localiza-se na grande Porto Alegre,
Canoas, Caxias do Sul, no 1º Polo Metal-Mecânico do Estado, aí encontram-se
as maiores indústrias de consumo desse serviço.
 A Galvanotécnica observada está localizada na Região Noroeste do
Estado é uma empresa de pequeno porte, mas seus serviços atendem
empresas de grande porte do setor da agroindústria da região. Seus serviços
são diferenciados, pois as peças que galvanizam chegam a medir mais de 3 m
de comprimento e 150 kg.
Nesse contexto a empresa necessita de um sistema de tratamento de
efluentes que funcione, pois gera em média 10m³ de efluente líquido /dia.
Através do gerenciamento adequado dos resíduos gerados, busca-se cumprir
as responsabilidades inerentes, aperfeiçoando todas as etapas do manejo.
Destacando que a segregação correta dos resíduos permite que os mesmos
sejam manejados de forma segura.
Como é um ramo que demanda utilização de água, recomenda-se que
seja feito um estudo para a efetivação de programas de minimização do uso
deste bem que, em consequência, diminuirá a geração de efluentes líquidos,
fato que também contribuirá para diminuir os custos da produção. O estudo de
reutilização dos banhos poderia levar ainda a maiores economias.
Observou-se também que há funcionários que não sabem os problemas
que sua atividade pode causar à saúde e ao meio ambiente. Faz-se necessário
promover a conscientização de todos os envolvidos, adequando uniformemente
às normas institucionais. Sobretudo por se tratar de uma empresa que
reconhece o perigo que sua atividade oferece para o meio ambiente, e também
14
da importância do adequado gerenciameneo de seus resíduos e efluentes.
A Empresa está com toda a documentação ambiental em dia e segue as
normas de lançamento do efluente líquido no corpo receptor 20%, os outros
80% são reutilizado no processo galvânico. O mais preocupante é o lodo, pois
este vai para aterro industrial. Existem estudos para a transformação do lodo
em tijolos, mas por enquanto nenhuma empresa lançou o produto. Há
também a possibilidade da incineração, mas o custo é muito alto para a
empresa. 
A preocupação com o meio ambiente e com uma produção mais limpa
tem levado vários empresários a repensar, reutilizar, reciclar e reorganizar suas
empresas para que todos possam viver em harmonia, gerando trabalho, renda
e impostos. Sendo assim, fica claro que cada vez mais a comunidade em geral
deve discutir alternativas que melhorem as condições do uso de um bem
comum e tão importante para a sobrevivência e manutenção da vida no
Planeta Terra, que é a Biota. Cabe aos órgãos públicos e fiscalizadores
orientar e disseminar uma cultura que valorize as pequenas atitudes de
mudança cultural de cada ser humano. Desde o cuidado na separação dos
resíduos orgânicos e dos recicláveis até o consumo consciente de água e
energia.
A natureza tem demonstrado que está sofrendo com tanta exploração
indiscriminada através de enchentes, terremotos, furacões. O que será mais
que ela precisará fazer para que mudemos nossas atitudes?
A empresa analizada está caminhando para um processo de produção
mais limpa respeitando o meio ambiente. Isso é um fator positivo, pois a
legislação está limitando o uso de produtos químicos de alto teor poluidor. A
curto prazo o empreendimento que manter o Cianeto de Sódio como matéria-
prima não subsistirá como aconteceu na Europa. Nesse continente há mais de
dez anos não se utiliza e comercializa Cianeto de Sódio e a galvanoplastia é
sem Cianídricos. O que acontecerá brevemente também em nosso país.
REFERÊNCIAS
15
AMARAL, Cristina V. Aplicação do Protocolo de Avaliação deResíduos
Solidificados aos Lodos de Galvanoplastia Incorporados em Matrizes de
Cimento Portland. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal de Santa
Catarina, Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção.
Florianópolis, 2001.
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Acesso em: 23 de março 2009.
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<http://www.semasa.sp.gov.br/Documentos/ASSEMAE/Trab_52.pdf.
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Manole, 2004.
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12305.htm.
Acessado em 15 out 13.
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TRENNEPHOL, Curt; TRENNEPHOL, Terence. Licenciamento ambiental. –
Rio de Janeiro: Impetus, 2007.
http://www.panambi.rs.gov.br/
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12305.htm
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2012.305-2010?OpenDocument
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2012.305-2010?OpenDocument
	2. O MEIO AMBIENTE
	2.2 GESTÃO AMBIENTAL

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