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Gestao Ambiental_web

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Prévia do material em texto

1ª edição
SOCIESC
Joinville
2015
GESTÃO 
AMBIENTAL
Ana Carolina de Moraes
SOCIESC 
Sociedade Educacional de Santa Catarina
Educação a Distância
Rua Albano Schmidt, 3333 – Joinville /SC – 89206-001
Fone: 0800-643-4004
E-mail: ead@sociesc.org.br
Site: www.sociesc.org.br/ead
 
Ficha catalográfica 
(Catalogação na fonte - Biblioteca Marquês da Olinda - UNISOCIESC) 
 Moraes, Ana Carolina de 
M827 Gestão ambiental. / Ana Carolina de Moraes. - Joinville : SOCIESC, 2015. 
 128p. 
 
 Educação a Distância Tupy 
 ISBN: 978-85-5535-010-8 
 
 1. Gestão ambiental 2. Educação ambiental I. Autor II. Título. CDD 363.7 
Ficha catalográfica elaborada por: Telma Tupy de Godoy - bibliotecária crb 14/777 
 
Após a Revolução Industrial, o desenvolvimento de novas 
tecnologias e a difusão da rede de informação facilitaram o 
processo de globalização. O atual conflito entre a globalização 
e o meio ambiente é comprovado através do desenvolvimento 
econômico adotado pelos países industrializados que, após a 
percepção de que o meio ambiente é um bem gratuito, de forma 
indevida degradou os ecossistemas, fazendo com que a poluição 
atingisse elevados níveis, ou seja, agindo de forma inconsciente e 
na contramão do desenvolvimento sustentável.
Nas últimas décadas, percebemos as consequências desse modo 
de vida insustentável: o aquecimento global, a destruição da 
camada de ozônio, a perda da biodiversidade, principalmente 
pelo comprometimento da estabilidade ambiental e pela 
exaustão dos recursos naturais, o que implicou em pesquisas 
para diminuição dos impactos ambientais. Com a crescente 
preocupação sobre as questões ambientais, o objetivo desta 
disciplina é transmitir-lhe habilidades para participar ativamente 
da problemática ambiental através de uma conduta ética e de uma 
consciência crítica, participando intensamente da caracterização 
dos problemas ambientais, na busca de soluções. 
Lembre-se de que a sua passagem por esta disciplina será também 
acompanhada pelo Sistema de Ensino UniSociesc, seja por correio, 
fax, telefone, e-mail ou Ambiente Virtual de Aprendizagem. Entre 
sempre em contato conosco quando surgir alguma dúvida ou 
dificuldade. Toda a equipe terá satisfação em atendê-lo(a), pois 
seu desenvolvimento intelectual e profissional, nesta jornada, é o 
nosso maior objetivo.
Acredite no seu sucesso e bons momentos de estudo!
Apresentação
Equipe EaD UNISOCIESC
Cronograma ...........................................................................................
Plano de Estudos .................................................................................
Unidade 01 - Meio Ambiente...............................................................
Unidade 02 - Resíduos..........................................................................
Unidade 03 - Poluição............................................................................
Unidade 04 - Legislação e Licenciamento Ambiental.......................
Unidade 05 - Educação Ambiental......................................................
Unidade 06 - Gestão Ambiental..........................................................
Referências ............................................................................................ 
Sumário
05 
06 
08 
22
37
55
80
91
118
5
UNISOCIESC - Centro Universitário SOCIESC
Semana Carga horária Unidade
1 Meio Ambiente
2 Resíduos 
3 Poluição 
4 Legislação e Licenciamento Ambiental
5 Educação Ambiental
6 Gestão Ambiental
Agenda Observações
Postagem dos 
Exercícios Unidade 01: ____ / ____ / ____ 
Postagem dos 
Exercícios Unidade 02: ____ / ____ / ____
Postagem dos 
Exercícios Unidade 03: ____ / ____ / ____
Postagem dos 
Exercícios Unidade 04: ____ / ____ / ____
Postagem dos 
Exercícios Unidade 05: ____ / ____ / ____
Postagem dos 
Exercícios Unidade 06: ____ / ____ / ____
Cronograma de Estudos
Acompanhe, no cronograma abaixo, os conteúdos das 
aulas e atualize as possíveis datas de realização de 
aprendizagem e avaliações.
6
Gestão Ambiental
Bases tecnológicas
Valores ambientais: sociedade e natureza, a problemática da 
civilização industrial, os riscos ecológicos da modernidade, 
globalização e sustentabilidade. Desenvolvimento sustentável. 
Estratégias de gestão ambiental. A gestão ambiental frente ao 
desenvolvimento dos setores produtivos.
Objetivo Geral
• Conhecer os conceitos de meio ambiente e ferramentas para 
auxiliar na implantação de um sistema de gestão ambiental 
nas organizações.
Específicos
• Conceituar meio ambiente, reconhecer, descrever os problemas 
ambientais globais e compreender o desenvolvimento 
sustentável;
• Conhecer os tipos de poluição e o modo como afetam o 
ambiente, avaliar as causas e consequências dos diferentes 
tipos de poluição;
• Compreender a legislação ambiental e a política nacional do 
meio ambiente;
• Entender os princípios básicos do licenciamento ambiental, 
buscando garantir qualidade ambiental para toda a sociedade 
brasileira;
• Identificar os principais objetivos das organizações para 
implantação do Sistema de Gestão Ambiental;
• Conhecer os conceitos da Norma 14001;
• Conhecer os requisitos para implantação de um Sistema de 
Gestão Ambiental;
• Conhecer os principais elementos para efetuar um
Plano de Estudos
7
UNISOCIESC - Centro Universitário SOCIESC
• levantamento de aspectos e impactos ambientais;
• Conhecer a metodologia para definição de uma Política 
Ambiental nas organizações.
Carga Horária: 80 horas
MEIO AMBIENTE
Caro(a) estudante!
Nesta primeira unidade, vamos conhecer um pouco mais 
sobre o meio ambiente e entender as principais questões 
ambientais. Vamos introduzir conceitos fundamentais 
que serão necessários ao longo desta disciplina. Descobri-
remos, ainda, a importância do meio ambiente e porque, a 
partir das três últimas décadas, o crescimento mundial da 
preocupação e os impactos no meio ambiente estão sendo 
temas tão difundidos.
Bons estudos!
Objetivos da Unidade 
Ao final desta unidade, você deverá ser capaz de: 
• Conceituar meio ambiente;
• Reconhecer e descrever os problemas ambientais 
globais; 
• Compreender o desenvolvimento sustentável.
Conteúdos da Unidade
Acompanhe os conteúdos desta unidade, se prefe-
rir, assinale-os à medida que for estudando: 
• Questões Ambientais Globais:
 ◦ Efeito Estufa;
 ◦ Destruição da Camada de Ozônio;
 ◦ Perda da Biodiversidade;
 ◦ Crescimento populacional;
• Desenvolvimento Sustentável.
1
U
ni
da
de
9
UNISOCIESC - Centro Universitário SOCIESC
1 CONTEXTUALIZANDO O MEIO AMBIENTE 
De acordo com a definição contida na norma NBR ISO 14001:2004, 
meio ambiente é a circunvizinhança em que uma organização 
opera, incluindo ar, água, solo, recursos naturais, flora, fauna, se-
res humanos e suas inter-relações.
No início do século XXI, a sociedade deparou-se com alguns pro-
blemas inexistentes para as gerações anteriores. Um deles é a po-
luição ambiental. (MANO, 2005)
A deteriorização das condições ambientais, que pode alcançar o 
ar, a água e o solo, chama-se poluição. Este fenômeno nada mais 
é do que a emissão de resíduos sólidos, líquidos e gasosos em 
quantidade superior à capacidade de absorção do meio ambiente. 
Esse desequilíbrio interfere na vida dos animais e vegetais e nos 
mecanismos de proteção do planeta. 
De acordo com Mano (2005, p. 42) “pode-se atribuir a duas causas 
principais a poluição ambiental: o contínuo aumento da popula-
ção e o vertiginoso desenvolvimento industrial”. 
2 QUESTÕES AMBIENTAIS GLOBAIS 
Os grandes problemas ambientais ultrapassam as fronteiras na-
cionais e são tratados de forma global, pois afetam a vida de todos 
no planeta. Isso explica, em parte, porque os países mais desen-
volvidos colocam barreiras à importação de produtos resultantes 
de processos prejudiciais ao meio ambiente.
10
Gestão Ambiental
A atividade industrial, principalmente, é responsávelpor expressi-
va parcela dos problemas globais que incidem no meio ambiente.
2.1 Efeito Estufa
O efeito estufa é um fenômeno natural, benéfico aos seres vivos, 
no qual alguns gases que compõem a atmosfera funcionam como 
o vidro de uma estufa, que deixa passar a luz solar para o interior, 
mas aprisionam grande parte do calor gerado dentro da estufa. 
Em sua ausência essa temperatura seria de 18ºC abaixo de zero. 
Na Figura 1, é possível conferir o funcionamento do efeito estufa.
Figura 1: Efeito Estufa
Fonte: static.publico.clix.pt/fichas/0imagens/efeitoestufa.gif
Você pode acompanhar o funcionamento do efeito estufa, dis-
ponível em: http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/
2001-efeito_estufa-como_ocorre.shtml
Porém, o acréscimo excessivo na quantidade de dióxido de car-
bono e de outros poluentes da atmosfera pode provocar maior 
A radiação solar atravessa a atmosfera. 
A maior parte da radiação é absorvida 
pela superfície terrestre, causando o 
aquecimento.
Alguma radiação solar é refletida pela 
Terra e atmosfera, voltando ao espaço
Parte da radiação infravermelha (calor) é refletida pela 
superfície da terra, mas não volta ao espaço, pois é refletida de 
novo e absorvida pela camada de gases de estufa que envolve 
o planeta. O efeito é o aquecimento da superfície terrestre e da 
atmosfera.
11
UNISOCIESC - Centro Universitário SOCIESC
retenção do calor, que seria irradiado para o espaço, causando 
aquecimento gradual e progressivo da atmosfera terrestre, oca-
sionando o agravamento do efeito estufa. Esse fenômeno pode 
provocar um aumento da temperatura na superfície da Terra, o 
chamado Aquecimento Global.
O incremento acelerado da temperatura média da Terra vem 
ocorrendo desde a Revolução Industrial, devido à maior concen-
tração de gases na atmosfera (principalmente o CO2 – dióxido de 
carbono), decorrente das seguintes atividades:
• Combustão de petróleo, gás, carvão mineral e vegetal;
• Emissão de gases pelas indústrias;
• Desmatamento e queimada da cobertura vegetal;
• Fermentação de produtos agrícolas.
Você pode saber um pouco mais sobre os gases do efeito estufa 
acessando Nossa Atmosfera e os gases do efeito estufa, dis-
ponível em: http://www.cetesb.sp.gov.br/mudancas-climati-
cas/proclima/Efeito%20Estufa/9-Gases%20 do%20Efeito%20
Estufa
Estima-se que as temperaturas possam variar entre 0,06º C e 
0,8º C por década até o ano 2100 e que, em decorrência desse 
aquecimento, o nível dos mares possa aumentar de 1 cm a 24 cm 
por década no mesmo período.
Um aumento dos níveis dos oceanos, por menor e gradual que 
seja, provoca prejuízos incalculáveis em todo o mundo, visto que 
grande parte da população humana vive ao longo da linha lito-
rânea. No Brasil, de acordo com dados do IBGE de 2000, o equi-
valente a 23,93% da população vive na zona costeira. (SEBRAE, 
2004)
 
12
Gestão Ambiental
2.2 Destruição da Camada de Ozônio
Situada na estratosfera, entre 15 e 50 km de altitude, a camada 
de ozônio tem a capacidade de ‘filtrar’ as radiações ultravioleta 
solares. Essa camada é vital para a existência da vida porque, ao 
mesmo tempo em que absorve a radiação ultravioleta de ondas 
curtas (UV-B e UV-C), que é prejudicial, permite a entrada da 
radiação ultravioleta de ondas longas (UV-A), de efeito benéfico, 
sobre a superfície da Terra. 
Você pode aprender mais sobre o Ozônio, acessando o arti-
go Pesquisa sobre efeito estufa numa visão interdisciplinar: 
Física, Biologia e Química, disponível em: http://wwwp.
fc.unesp.br/~lavarda/procie/dez14/angelina/index.htm
De acordo com Mano (2005, p. 47), no século XX, em meados da 
década de 80, confirmou-se que o ozônio estava sendo progressiva-
mente destruído, com consequente rarefação da camada. Essa 
destruição é provocada por produtos químicos liberados na ati-
vidade humana, especialmente os que contêm átomos de cloro 
como os clorofluorcarbonetos (CFCs). Esses gases eram muito 
empregados em refrigeradores, aparelhos de ar refrigerados e ae-
rossol utilizados em vários produtos.
 
Você pode acompanhar o fenômeno da destruição da camada 
de ozônio, disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/fo
lha/ciencia/ult306u9287.shtml
Os CFCs podem subir à estratosfera sem se modificar. Porém, aci-
ma de 12 km de altitude, a radiação ultravioleta emitida pelo Sol 
rompe a ligação química entre o átomo de carbono e o átomo de 
cloro, liberando-o sob forma de radical livre, que ataca o ozônio 
e o destrói, formando oxigênio, como mostra a Figura 2. O enfra-
13
UNISOCIESC - Centro Universitário SOCIESC
quecimento da camada de ozônio favorece a passagem dos raios 
ultravioletas, que, assim, chegam à superfície da Terra em maior 
quantidade.
Chama-se a atenção para o fato de que, embora o ozônio encon-
trado na atmosfera seja de extrema importância para a preserva-
ção da vida no planeta, esse mesmo ozônio, se presente próximo 
à superfície, age como um poluente prejudicial aos seres vivos.
Figura 2: Funcionamento da destruição da Camada de Ozônio
Fonte: www.ucar.edu/learn/images/o3split2.gif
2.3 Perda da Biodiversidade
Pode-se definir biodiversidade como a quantidade de espécies de 
seres vivos existentes no planeta. 
A perda da biodiversidade é um fato incontestável e que se agrava 
dia a dia. A destruição de ecossistemas e a consequente extinção 
CFC
Cloro
O3
O2
CIO
CIOOxigênio
CloroO2
Radiação UV
14
Gestão Ambiental
de espécies da flora e da fauna constituem-se em um grave e irre-
versível problema global.
• A molécula de ozônio O3 é formada por três átomos de 
oxigênio.
• Os clorofluorcarbonetos são compostos químicos 
estáveis, com vida média de 139 anos. Como são 
produtos voláteis de baixa densidade, com o tempo, os 
CFCs chegam à estratosfera.
• Denomina-se ecossistema uma comunidade (conjunto) 
que possui elementos físicos (ar, água, solo, rocha, dentre 
outros) e elementos vivos (animais e vegetais).
Segundo estimativas conservadoras, existem entre 5 e 10 milhões 
de espécies de organismos no mundo, mas há quem calcule, ain-
da, até 30 milhões. Destes, somente 1,7 milhões foram identifica-
dos pelo homem. (SEBRAE, 2004)
Apenas doze nações abrigam 70% da biodiversidade total do pla-
neta e o Brasil está entre os países dotados da chamada megadi-
versidade. A conservação da biodiversidade brasileira tem im-
portância globalmente, e sua relevância é vital para a economia 
do país. 
A extinção de ecossistemas e suas espécies constituintes provocam 
desequilíbrio na natureza, além de impedir o aproveitamento dos 
recursos naturais em benefício do homem, na forma de matéria
-prima, de alimento e de fármacos para a cura de suas doenças. O 
desenvolvimento sustentável implica a preservação do meio am-
biente em condições de equilíbrio, que dependem, por sua vez, da 
conservação dos ecossistemas brasileiros.
O homem é o principal responsável da perda da biodiversidade. 
15
UNISOCIESC - Centro Universitário SOCIESC
Algumas atividades humanas como agricultura, atividades ma-
rítimas, industrialização, transportes e a urbanização de grandes 
partes territoriais prejudicam os ecossistemas, de modo que as 
espécies se encontram cada vez mais ameaçadas, com a conse-
quente diminuição da biodiversidade.
Exemplo: 
• Eliminação ou alteração do habitat pelo homem: é o 
principal fator da diminuição da biodiversidade. A 
eliminação de vegetação local para construção de casas 
ou para atividades agropecuárias altera o meio ambiente.
• Exploração comercial: ameaça muitas espécies marinhas 
e algumas terrestres.
• Poluição das águas, solo e ar: perturbam os ecossistemas, 
matam os organismos.
2.4 Crescimento Populacional 
Há muito tempo, os pesquisadores 
vêm demonstrando preocupação 
com o aumento da população no 
planeta, principalmente pelo com-
prometimento de sua estabilidade 
ambiental e pela exaustão dos seus 
recursos naturais.
Desde o início da era industrial, o 
número de seres humanos multi-
plicou-se, bem como suas respec-
tivas atividades, provocando gran-
de impacto sobre o meioambiente. 
16
Gestão Ambiental
A diversidade de vida na Terra diminuiu. Em menos de 200 anos, 
o planeta perdeu seis milhões de quilômetros quadrados de flores-
tas. Há uma grande quantidade de terras desgastadas pela erosão 
e o volume de sedimentos nos rios cresceu três vezes nas principais 
bacias e oito vezes nas bacias menores e mais utilizadas. 
Os sistemas atmosféricos foram perturbados, gerando ameaça ao 
padrão climático; a poluição invadiu nosso ar, nossa terra e nossa 
água e tornou-se uma ameaça crescente à saúde. (ARANHA, 
2007)
Ainda, segundo o SEBRAE (2004), de acordo com as projeções, 
seguindo o padrão histórico do crescimento demográfico, a po-
pulação mundial poderá passar dos 9 bilhões de habitantes em 
2040. Grandes investimentos são necessários para aumentar 
a produção agrícola e compensar a exaustão dos recursos não-
renováveis como, por exemplo, os combustíveis fósseis (petróleo, 
gás natural, carvão).
3 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
A partir da segunda metade do século XIX, começamos a perce-
ber, em nível planetário, a degradação ambiental e suas catastró-
ficas consequências, originando estudos e as primeiras reações 
no sentido de conseguir fórmulas e métodos de diminuição dos 
danos ao ambiente. (OLIVEIRA, 2008)
Hoje, após o início do século XXI, permanece a inquietação com 
o futuro em um planeta onde a temperatura está cada ano mais 
elevada; grande parte da água doce do planeta está poluída; a 
17
UNISOCIESC - Centro Universitário SOCIESC
quantidade de alimentos, em muitos países, não supre todas as 
necessidades de seus habitantes; grande parte dos solos está con-
taminada, gerando alimentos com baixa qualidade de consumo; 
e a atmosfera, em certos pontos, já apresenta tal grau de polui-
ção que causa sérios problemas respiratórios, principalmente em 
crianças e idosos. (MANO, 2005)
Diante do cenário, a ONU criou, em 
1983, a Comissão Mundial sobre Meio 
Ambiente e Desenvolvimento (conhecida 
como Comissão Brundtland), presidida 
por Gro Harlem Brundtland, primeira 
ministra da Noruega, que tinha os se-
guintes objetivos: reexaminar as questões críticas relativas ao 
meio ambiente, e reformular propostas realísticas para abor-
dá-las; propor novas formas de cooperação internacional nesse 
campo, de modo a orientar as políticas e ações no sentido das 
mudanças necessárias, e dar aos indivíduos, organizações volun-
tárias, empresas, institutos e governos maior compreensão desses 
problemas, incentivando-os a uma atuação mais efetiva. 
Os trabalhos foram concluídos em 1987, com a apresentação de 
um diagnóstico dos problemas globais ambientais. A Comissão 
propôs que o desenvolvimento econômico fosse integrado à ques-
tão ambiental, surgindo, assim, uma nova forma denominada de-
senvolvimento sustentável, que recebeu a seguinte definição:
“Desenvolvimento sustentável é aquele que atende às neces-
sidades dos presentes, sem comprometer a possibilidade de as 
gerações futuras satisfazerem suas próprias necessidades”.
Quanto às recomendações para um efetivo desenvolvimento sus-
tentável, podemos dizer que o relatório Brundtland apresentou 
18
Gestão Ambiental
uma lista geral de medidas que os Estados deveriam tomar, tais 
como (SANTOS, 2008): 
• Limitação do crescimento populacional;
• Garantia de alimentação a longo prazo;
• Preservação da biodiversidade e dos ecossistemas;
• Diminuição do consumo de energia e desenvolvimento 
de tecnologias que admitem o uso de fontes energéticas 
renováveis;
• Aumento da produção industrial nos países não 
industrializados à base de tecnologias ecologicamente 
adaptadas;
• Controle da urbanização selvagem e integração entre 
campo e cidades menores;
• As necessidades básicas devem ser satisfeitas.
Atualmente, a programação das comemo-
rações globais promovidas pelo Programa 
das Nações Unidas para o Meio Ambiente 
(PNUMA) referente ao Dia Mundial do 
Meio Ambiente, celebrado, anualmente, 
em 5 de junho, incluindo a Conferência das 
Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio +20), foi 
sediada no Brasil em 2012. Muitos brasileiros já ouviram falar, 
mas, infelizmente, muitos não sabem o que significa a Rio +20. 
A Rio +20 é assim conhecida porque marca os vinte anos de reali-
zação da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e 
Desenvolvimento, conhecida por Rio 92 ou Eco 92, considerada a 
maior conferência sobre meio ambiente já realizada, que popula-
rizou o conceito de “desenvolvimento sustentável”. 
Vinte anos após a definição do desenvolvimento sustentável 
como uma prioridade global, observamos que novos conceitos 
19
UNISOCIESC - Centro Universitário SOCIESC
surgiram, tal como a economia verde, que engloba o emprego 
verde, os produtos verdes, o dinheiro verde, e até mesmo o pro-
grama bolsa verde. Inclusive, o tema de 2012 para o Dia Mundial 
do Meio Ambiente foi “Economia Verde: Ela te inclui?”. 
O PNUMA define economia verde como “uma economia que 
resulta em melhoria do bem-estar da humanidade e igualdade 
social, ao mesmo tempo em que reduz, significativamente, riscos 
ambientais e escassez ecológica. Em outras palavras, uma econo-
mia verde pode ser considerada como aquela que produz pouca 
emissão de carbono, é eficiente em seu uso de recursos e social-
mente inclusiva”.
É fato que, desde a época da Eco 92, a economia mundial cres-
ceu, porém, também é fato a percepção, em nível planetário, da 
degradação ambiental e das catastróficas consequências: tem-
peratura cada ano mais elevada; a escassez da água em termos 
quantitativos e qualitativos, pois a baixa qualidade da água com-
promete seu os diversos usos; a crise alimentar global; a poluição 
atmosférica e, é claro, a perda da biodiversidade. Consequências 
que vão na contramão da economia verde. Para evitá-las, muitas 
empresas estão cada vez mais levando em consideração a ques-
tão ambiental, e percebendo que, além de benefícios econômicos, 
existem também os benefícios estratégicos, pois o mercado está 
cada vez mais competitivo. 
O conceito de uma “economia verde” não substitui o desenvolvi-
mento sustentável, mas, hoje em dia, existe um crescente reconhe-
cimento de que a realização da sustentabilidade baseia-se quase 
que inteiramente na obtenção do modelo certo de economia. Du-
rante décadas de criação de uma nova riqueza, através de um 
modelo de “economia marrom”, não lidamos de modo substan-
cial com a marginalização social e o esgotamento de recursos, e 
20
Gestão Ambiental
ainda estamos longe de atingir os objetivos de desenvolvimento 
do milênio. A sustentabilidade continua sendo um objetivo vital 
a longo prazo, mas é preciso tornar a economia mais verde para 
chegarmos lá. Para fazer a transição para uma economia verde, 
são necessárias algumas condições facilitadoras específicas. Essas 
condições facilitadoras consistem em um pano de fundo de re-
gulamentos nacionais, políticas, subsídios e incentivos, mercado 
internacional e infraestrutura legal e protocolos comerciais e de 
apoio. No momento, as condições facilitadoras incentivam e têm 
um peso grande na predominante economia marrom que, entre 
outras coisas, depende excessivamente da energia proveniente 
dos combustíveis fósseis. (PNUMA, 2012)
Em 2000, a Organização das Nações Unidas (ONU), ao ana-
lisar os maiores problemas mundiais, estabeleceu 8 Objetivos 
do Milênio – ODM, que, no Brasil, são chamados de 8 Jeitos de 
Mudar o Mundo e devem ser atingidos por todos os países até 
2015.
Ao longo do tempo, o meio ambiente tem mostrado à humani-
dade como preservar as condições propícias à conservação da 
vida, porém, devido à enorme degradação que o meio ambiente 
vem sofrendo, vários fenômenos catastróficos estão acontecendo. 
Devemos maximizar o desenvolvimento sustentável em nosso 
planeta, reduzindo progressivamente as atividades do homem 
nocivas à manutenção da vida. 
Síntese da Unidade
21
UNISOCIESC - Centro Universitário SOCIESC
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Acesse o site: ead.sociesc.org.br e faça as atividades propostas 
da unidade! 
Anotações Importantes:
Atividades Propostas
RESÍDUOS
Caro(a) estudante!
Nesta segunda unidade, vamos conhecer os resíduos sóli-
dos, líquidos e gasosos responsáveis pela poluição. Além 
disso, veremos que os três tipos de resíduos podem acar-
retar o mesmo tipo de poluição. Ainda nesta unidade, es-
clareceremos sobre o lixo eletrônico, para que você faça a 
sua parte na preservação do meio ambiente. 
Bons estudos!
Objetivos da Unidade 
Ao final desta unidade, você deverá ser capaz de: 
• Conceituar resíduos;
• Reconhecer os tipos de resíduos emitidos para o meio 
ambiente;
• Entender a problemática do lixo eletrônico;
• Conhecer alguns métodos de conservação dos recursos 
naturais.
 
Conteúdos da Unidade
Acompanhe os conteúdos desta unidade, se prefe-
rir, assinale-os à medida que for estudando: 
• Definição de resíduos:
• Tipos de resíduos sólidos;
• Lixo eletrônico.
2
U
ni
da
de
23
UNISOCIESC - Centro Universitário SOCIESC
1 DEFINIÇÃO E TIPOS DE RESÍDUOS
Poluição “é toda alteração das propriedades naturais do meio 
ambiente que seja prejudicial à saúde, à segurança ou ao bem-
estar da população sujeita aos seus efeitos, causada por agente de 
qualquer espécie” (MANO, 2005, p.41). A poluição sempre exis-
tirá enquanto os resíduos lançados na natureza (Figura 3), forem 
superiores à capacidade de absorção do meio ambiente, provo-
cando-lhe alterações.
Figura 3: Resíduos
De acordo com o Grupo Serrana Engenharia (2008), resíduo é o 
resultado do processo de diversas atividades da comunidade de 
origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de 
serviços e, ainda, da varrição pública. Os resíduos apresentam-
se nos estados sólido, gasoso e líquido. Nesta definição, incluí-
mos, também, todo o resto dos sistemas de tratamento de água, 
aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de 
poluição, bem como determinados líquidos, cujas particularida-
des tornem inviáveis seu lançamento na rede pública de esgotos 
ou corpos de água, ou aqueles líquidos que exijam para isso solu-
ções técnicas e economicamente viáveis, de acordo com a melhor 
tecnologia disponível.
24
Gestão Ambiental
1.1 Resíduos Sólidos
De acordo com Mano (2005, p. 99), após a produção ou utilização 
de qualquer material sólido, tanto em nível urbano quanto indus-
trial ou agrícola, sobram resíduos. Especialmente em locais menos 
desenvolvidos, esses resíduos são descartados aleatoriamente, 
sendo que apenas em alguns casos, o descarte obedece a um tra-
tamento regular tal como nos países avançados.
“Os resíduos sólidos são, muitas vezes, chamados de lixo, sen-
do considerados pelos geradores como algo inútil, indesejável 
ou descartável; compõem os restos das atividades humanas”. 
(MANO, 2005, p.99)
De acordo com Bourscheit (2008), em 2007, o país coletou 51,4 
milhões de toneladas das 61,5 milhões de toneladas de resíduos 
urbanos que produziu. Se todo o lixo 
coletado segue para aterros certificados, 
dez milhões de toneladas que restaram 
para fechar a conta acabaram em lixões 
clandestinos, entupiram vias públicas e 
emporcalharam águas e matas. 
A origem de todo esse lixo pode ser domiciliar, comercial, pú-
blico, hospitalar, industrial, agrícola, ou, ainda, entulhos origina-
dos da construção civil. Grupo Serrana Engenharia (2008), Mano 
(2005), dentre outros autores, classificam o lixo quanto à presença 
de umidade, à composição química e à toxicidade. 
1.1.1 Origem 
Após a Revolução Industrial, foi possível verificar uma transfor-
mação na origem do lixo que o ser humano produzia, a maior 
25
UNISOCIESC - Centro Universitário SOCIESC
parte constituía-se de matéria orgânica, isto é, de restos da alimen-
tação e dos dejetos humanos. Atualmente, temos diversos ramos 
de atividade que dão origem ao lixo, dentre eles destacam-se: 
• Lixo domiciliar - Orgânico e inorgânico, produzido em 
todos os lares, em quantidade proporcional ao consumo 
de alimentos e produtos em geral. As embalagens, em 
especial, respondem por grande parte deste tipo de lixo.
• Lixo comercial - Quando produzido em estabelecimentos 
comerciais e de serviços, destacam-se os papéis e os 
plásticos.
• Lixo público - Caso seja proveniente dos serviços 
públicos, tais como limpeza urbana, limpeza de área de 
feiras livres, dentre outros.
• Lixo industrial - São os resíduos produzidos por todo tipo 
de atividade industrial, das fábricas de roupas e calçados 
aos frigoríficos, passando pelas indústrias químicas, o que 
deixa entrever a potencialidade poluente desses dejetos.
• Lixo agrícola - Além dos restos das colheitas, aqui se 
incluem as sobras de fertilizantes e agrotóxicos usados nas 
plantações, bem como de rações e produtos veterinários 
utilizados na pecuária. As embalagens desses produtos 
requerem cuidados especiais para que não prejudiquem 
o meio ambiente.
• Lixo hospitalar - Seringas, agulhas, instrumentos 
cirúrgicos, aventais, luvas, isto é, todos os materiais 
empregados nos hospitais podem estar contaminados e 
requerem cuidados tanto no que se refere à coleta quanto 
ao armazenamento.
• Entulho - Resíduos provenientes da construção civil, tais 
como pedras, ladrilhos e caixotes.
26
Gestão Ambiental
1.1.2 Composição química e presença de umidade nos 
resíduos sólidos
A classificação do lixo quanto à composição química considera 
apenas a diferença entre o lixo composto por materiais orgâni-
cos e o lixo composto por materiais inorgânicos. O lixo orgânico 
é aquele formado principalmente por restos de comida e outros 
materiais biodegradáveis. Já o lixo inorgânico é formado por me-
tais, vidros, borracha, plásticos e outros materiais cuja decompo-
sição por processos naturais envolve elevados períodos de tempo. 
Quanto à presença de umidade, o lixo é separado em seco e úmido, 
onde, respectivamente, encontram-se aparentemente sem umidade 
e visivelmente molhados. (EDUCAREDE, 2010; MANO, 2005)
1.1.3 Toxicidade dos resíduos sólidos
Classificação aos riscos potenciais para o meio ambiente, onde, 
de acordo com a Norma ABNT NBR 10004:2004, os resíduos são 
classificados em:
Resíduos classe I – Perigosos
Aqueles que apresentam periculosidade, podendo apresentar ris-
co à saúde pública, provocando mortalidade, incidência de doen-
ças ou acentuando seus índices e/ou riscos ao meio ambiente, 
quando o resíduo for gerenciado de forma inadequada. Partici-
pam, também, da classe I aqueles que apresentam uma das se-
guintes características: inflamabilidade, corrosividade, reativida-
de, toxicidade ou patogenicidade. 
27
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Resíduos classe II - Não perigosos
Resíduos classe II A - Não inertes - Podem ter propriedades 
como combustibilidade, biodegradabilidade ou solubilidade em 
água. Não apresentam perigo ao homem ou ao meio ambiente, 
porém não são inertes. Exemplos: a maioria dos resíduos domés-
ticos, sucatas de materiais ferrosos e não ferrosos; embalagens de 
plástico, dentre outros. 
Resíduos classe II B – Inertes- Não contêm nenhum constituin-
te solubilizável em concentração superior ao padrão de potabili-
dade das águas. Exemplos: entulhos de demolições como pedra, 
areia, concreto e outros resíduos como o vidro. 
1.2 Produção do Lixo e Destino Impróprio 
A natureza trabalha em ciclos, por isso, “nada se perde, tudo se 
transforma”. Animais, excrementos, folhas e todo tipo de mate-
rial orgânico morto se decompõem com a ação de milhões de mi-
crorganismos decompositores, como bactérias, fungos, vermes e 
outros disponibilizando os nutrientes que vão alimentar outras 
formas de vida. 
Até o início do século passado, o lixo gerado – restos de comida, ex-
crementos de animais e outros materiais orgânicos – reintegrava-se 
aos ciclos naturais e servia como adubo para a agricultura. Com 
a industrialização e a concentração da população nas grandes ci-
dades, o lixo foi se tornando um problema. A sociedade moder-
na rompeu os ciclos da natureza: por um lado, extraímos mais e 
mais matérias-primas, por outro, fazemos crescer montanhas de 
lixo. E como todo esse rejeito não retorna ao ciclo natural, trans-
formando-se em novas matérias-primas, pode tornar-se uma pe-
rigosa fonte de contaminação para o meio ambiente ou de doen-
ças. (Consumers International/ MMA/ MEC/IDEC, 2005)
28
Gestão Ambiental
Segundo Bourscheit (2008), a construção e a demolição civis pro-
duzem 73 mil toneladas diárias de entulhos. Para o lixo urbano, 
as regiões que mais contribuem são o Sudeste, o Sul e o Nordes-
te, seguidas por Centro-Oeste e Norte. Dentre as 87 milhões de 
toneladas de lixo industrial geradas anualmente, pelo menos 3,7 
milhões têm substâncias perigosas. Sem destino correto, estes re-
síduos trazem problemas. Em São Paulo, único estado brasilei-
ro com um cadastro público de locais 
contaminados, já são 2.272 áreas afeta-
das. O estado gera 13 mil toneladas de 
resíduos diariamente, sem contar os 
industriais; sendo que deste total, 6,5 
mil toneladas são da construção civil.
Devido à poluição de seus mananciais, a região metropolitana de 
São Paulo já apresenta sérios problemas para garantir água em 
quantidade e qualidade adequada para seus 19 milhões de habi-
tantes.
Mananciais são as fontes, superficiais ou subterrâneas, utiliza-
das para abastecimento humano e manutenção de atividades 
econômicas. As áreas de mananciais compreendem as porções 
do território percorridas e drenadas pelos cursos d´água, desde 
as nascentes até os rios e represas.
Um exemplo é a Represa Billings, uma das principais reservas 
de água da metrópole, ao lado de Guarapiranga, em cujo entorno 
há aproximadamente 40 favelas. Hospitais, clínicas e outros es-
tabelecimentos de saúde brasileiros descartam mil toneladas por 
dia. No entanto, pouco mais de três em cada dez quilos são trata-
dos antes de chegar a aterros e lixões.
 
 
29
UNISOCIESC - Centro Universitário SOCIESC
Represa Billings
Ocupação irregular, na região 
do Braço do Cocaia, da 
Represa Billings
O aumento na geração de resíduos sólidos tem várias consequên-
cias negativas: custos cada vez mais altos para coleta e tratamen-
to do lixo; dificuldade para encontrar áreas disponíveis para sua 
disposição final; grande desperdício de matérias-primas. Por 
isso, os resíduos deveriam ser integrados como matérias-primas 
nos ciclos produtivos ou na natureza. Outras consequências do 
enorme volume de lixo gerado pelas sociedades modernas, quan-
do o lixo é depositado em locais inadequados ou a coleta é defi-
citária, são:
• Contaminação do solo, ar e água;
• Proliferação de vetores transmissores de doenças tal como 
mostra o próximo quadro;
• Entupimento de redes de drenagem urbana;
• Enchentes;
• Degradação do ambiente e depreciação imobiliária.
30
Gestão Ambiental
O lixo e as doenças
Vetores Formas de Transmissão Enfermidades
Rato e pulga Mordida, urina, fezes e 
picada.
Leptospirose; Peste bu-
bônica; Tifo murino.
Mosca Asas, patas, corpo, fezes e 
saliva.
Febre tifóide; Cólera;
Amebíase; Giardíase;
Ascaridíase.
Mosquito Picada. Malária; Febre amarela;
Dengue; Leishmaniose.
Barata Asas, patas, corpo e fezes. Febre tifóide; Cólera;
Giardíase.
Gado e porco Ingestão de carne contami-
nada.
Teníase; Cisticercose.
Cão e gato Urina e fezes. Toxoplasmose.
Fonte: Manual de Saneamento 1999 apud Consumers International/ 
MMA/ MEC/IDEC, 2005.
Recentemente, começamos a perceber que, assim como não pode-
mos deixar o lixo acumular dentro de nossas casas, é preciso con-
ter a geração de resíduos e dar um tratamento adequado ao lixo 
do nosso planeta. Para isso, será preciso 
conter o consumo desenfreado, que gera 
cada vez mais lixo, e investir em tecnolo-
gias que permitam diminuir a geração de 
resíduos, além da reutilização e da reci-
clagem dos materiais em desuso. 
Precisamos, ainda, reformular nossa concepção a respeito do lixo. 
Não podemos mais encarar todo lixo como “resto inútil”, mas, 
sim como algo que pode ser transformado em nova matéria-pri-
ma para retornar ao ciclo produtivo. (Consumers International/ 
MMA/ MEC/IDEC, 2005)
31
UNISOCIESC - Centro Universitário SOCIESC
1.3 Resíduos Líquidos 
 
De acordo com Langanke (2008), resíduos líquidos são aqueles 
materiais não aproveitados que se encontram no estado líquido. 
Um dos principais tipos de resíduos líquidos é o proveniente da 
lixiviação dos materiais encontrados nos lixões e aterros sanitá-
rios, conhecido como chorume. A água, proveniente do próprio 
lixo ou da chuva, entra em contato com os diversos materiais do 
lixo e inicia-se um processo de reações químicas em cadeia. Ao 
fim desse processo, várias substâncias tóxicas são formadas e po-
dem se infiltrar no solo, contaminando o lençol freático, fonte de 
água de uma população próxima. 
Os resíduos líquidos, também chamados lixiviados, variam de lo-
cal para local e dependem de diversos fatores, tais como:
• Teor em água dos resíduos;
• Isolamento dos sistemas de drenagem;
• Clima (temperatura, pluviosidade, evaporação);
• Permeabilidade do substrato geológico;
• Grau de compactação dos resíduos;
• Tempo dos resíduos.
Os resíduos líquidos têm elevada concentração de matéria orgâni-
ca, de azoto e de materiais tóxicos, por isso, deve ser feito o recolhi-
mento e o tratamento, de modo a impedir a sua infiltração no solo. 
Devido à grande distância em que, normalmente, os aterros sa-
nitários se encontram, torna-se, muitas vezes, inviável o acesso a 
esse tipo de destino final. A prática mais generalizada é o enter-
ramento de resíduos em terrenos adjacentes, muitas vezes sem 
preparação, em solos inadequados perto de espécies faunísticas 
e florística de elevada fragilidade, o que dá origem a focos de po-
luição e de contaminação localizados. Uma forma de minimizar 
32
Gestão Ambiental
esses efeitos é selecionar cuidadosamente o local (tipo de solo, 
cobertura vegetal, regime hidrológico), sua impermeabilização e 
seu recobrimento sistemático com terra. (GRUPO SERRANA EN-
GENHARIA, 2008)
1.4 Resíduos Gasosos
Os principais poluentes da atmosfera são aqueles emitidos em 
maiores quantidades e por grande variedade ou número de fon-
te que se apresentam sistematicamente 
em áreas urbanas poluídas, em concen-
trações próximas do limiar de efeitos 
perceptíveis sobre os vários receptores 
(MAZZER, 2008). São eles os principais 
poluentes da atmosfera:
• Material particulado;
• Óxidos de enxofre;
• Óxidos de nitrogênio;
• Monóxido de carbono.
 
Vamos tomar como exemplo um aterro sanitário, que é um reator 
biológico em evolução e produz resíduos gasosos. Os resíduos 
resultam de reações químicas feitas pelas bactérias: fermentação 
aeróbia (com utilização de oxigênio) e anaeróbia (sem oxigênio). 
Entre os principais produtos, encontram-se o dióxido de carbono 
(CO2) e o metano (CH4). As bactérias utilizam, especialmente, o 
lixo proveniente de fontes orgânicas como substrato para suas 
reações. (LANGANKE, 2009) 
Fermentação é o processo de transformação de uma substância 
em outra, produzida a partir de microrganismos,tais como bacté-
rias e fungos, chamados, nestes casos, de fermentos. O objetivo da 
fermentação é quebrar a substância em compostos mais simples.
33
UNISOCIESC - Centro Universitário SOCIESC
2 LIXO ELETRÔNICO
 
Lixo é todo e qualquer material que sobra da atividade humana 
tais como resíduos, sujeira, restos. Todos nós sabemos e temos 
ouvido falar sobre a problemática do lixo, sua destinação e o que 
acarreta ao meio ambiente.
De acordo com Carroll (2008), os seres humanos sempre foram 
muito eficientes na produção e no acúmulo de lixo. Os arqueó-
logos do futuro vão notar que, nas últimas décadas do século 20, 
um novo e nocivo tipo de resíduo passou a acumular-se por todos 
os lados: os detritos de aparelhos eletrônicos, o lixo da era digital.
 
O lixo eletrônico deriva dos componentes e periféricos de com-
putadores, monitores e televisores, que contenham tubos de raio 
catódicos; e lâmpadas de mercúrio e componentes de equipamentos 
eletroeletrônicos de uso pessoal, que contenham metais pesados 
ou outras substâncias tóxicas (VIANA, 2008). 
Nos Estados Unidos, estima-se que mais de 70% dos computado-
res e monitores descartados, e bem mais de 80% dos televisores 
acaba em aterros, com possibilidade de vazamento de chumbo, 
mercúrio, arsênico, cádmio, berílio e outras substâncias tóxicas. 
Além dessas substâncias, o lixo eletrônico contém quantias signi-
ficativas de prata, ouro e outros metais valiosos que são eficientes 
condutores de eletricidade. (CARROLL, 2008)
De acordo com Norton (2005), um fato 
curioso é que há 15 ou 20 anos, a indústria 
de computadores orgulhava-se de sua lim-
peza. Seus processos de produção eram con-
siderados seriamente limpos e os próprios 
34
Gestão Ambiental
computadores eram vistos como um meio eficiente de poupar 
recursos valiosos, especialmente papéis. Uma das maiores revo-
luções computacionais era o escritório sem papel, no qual os da-
dos seriam armazenados eletronicamente. Ao contrário do que se 
pensava, hoje, infelizmente muitos escritórios usam mais papel 
como consequência da informatização. 
Conforme Norton (2005), entre os fabricantes de hardware, a uti-
lização de CFCs na produção de chips é alvo de análises detalha-
das. Já estudamos os problemas relacionados aos CFCs. Atual-
mente, os fabricantes o utilizam para a limpeza dos chips durante 
a fabricação. Felizmente, estão sendo encontradas novas alterna-
tivas para o destino dos CFCs. 
Outras duas fontes de preocupação são o uso de metais pesados 
em pilhas e baterias e ainda o desperdício de energia. Segundo 
Norton (2005), computadores ficam ligados 24 horas por dia, sen-
do que tal atitude se justifica pelo fato de que muitos funcionários 
usam modems para acessar seus sistemas à noite para proteger 
os dados. Existem casos em que o computador é deixado ligado 
todos os dias, pois a máquina sente o impacto do “liga e desliga”. 
Vale ressaltar que existem, é claro, empresas que se preocupam 
com o uso racional de energia.
Em Santa Catarina, os fabricantes, importadores e empresas que 
vendem produtos eletrônicos passaram a ser responsáveis pela 
destinação final ambientalmente adequada dos produtos e seus 
componentes em 2008, quando o então governador Luiz Henri-
que da Silveira sancionou a lei que regulamenta o gerenciamento 
e destinação de lixo tecnológico. A lei estabelece que as empresas 
são responsáveis por apresentar um projeto de coleta e destinação 
final dos produtos que fabrica. A fiscalização é responsabilidade 
dos órgãos ambientais como, por exemplo, da Fundação Estadual 
35
UNISOCIESC - Centro Universitário SOCIESC
do Meio Ambiente (Fatma). 
FAÇA A SUA PARTE!
Norton (2005) indica alguns passos na direção da informá-
tica ambientalmente correta. Acompanhe!
• Recicle todo papel. Mantenha uma caixa no seu 
escritório para jogar especialmente papel branco 
usado. Utilize rascunhos e economize papel.
• Sempre que possível, edite seus documentos na tela ao 
invés de imprimi-los.
• Desligue seu computador e a impressora quando 
não for usá-los por mais de algumas horas, mas 
não o desligue toda vez que sair do escritório. Os 
computadores usam uma quantidade desproporcional 
de energia durante a inicialização.
• Se você utilizar uma impressora a laser, recicle os 
cartuchos de toner ou de tinta.
O problema do acúmulo de lixo surgiu quando o homem se fixou 
em um determinado local. A preocupação com a eliminação dos 
resíduos produzidos implicou na destinação deste para locais 
afastados das aglomerações humanas. O Brasil produziu, somen-
te em 2007, 61,5 milhões de toneladas de resíduos urbanos, por 
isso, devemos saber gerenciar os resíduos, e, sobretudo, sermos 
conscientes da importância de não gerá-los e da importância de 
dar a destinação adequada, evitando impactos maiores no meio 
ambiente. 
Síntese da Unidade
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Gestão Ambiental
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Acesse o site: ead.sociesc.org.br e faça as atividades propostas 
da unidade! 
Anotações Importantes:
Atividades Propostas
POLUIÇÃO
Caro(a) estudante!
Aprendemos sobre algumas questões ambientais globais 
e também sobre os resíduos, responsáveis por toda po-
luição existente. Agora, vamos entender o que é poluição 
e diferenciar seus tipos. A compreensão desta unidade é 
muito importante, pois, diariamente, estamos expostos a 
algum tipo de poluição, sem nem mesmo sabermos que 
ela existe.
Bons estudos!
Objetivos da Unidade 
Ao final desta unidade, você deverá ser capaz de: 
• Conhecer os tipos de poluição e o modo como afetam 
o ambiente;
• Avaliar as causas e consequências dos diferentes tipos 
de poluição;
• Compreender a importância da adequação das 
atividades humanas ao ambiente, visando o 
desenvolvimento sustentável.
Conteúdos da Unidade
Acompanhe os conteúdos desta unidade, se prefe-
rir, assinale-os à medida que for estudando: 
• Introdução;
• Tipos de poluição;
• Poluição e o tipo de resíduo.
3
U
ni
da
de
38
Gestão Ambiental
1 INTRODUÇÃO 
De acordo com Silva (2010), a partir da Revolução Industrial, as 
sociedades humanas pautadas no desenvolvimento científico e 
no capital, adotaram um modelo de desenvolvimento baseado no 
aumento crescente da produção e, consequentemente, do consu-
mo. O crescimento das cidades, em face do aumento populacional, 
proporciona o aumento das catástrofes ambientais, desencadean-
do problemas de suma importância, principalmente no que diz 
respeito à produção de resíduos orgânicos e inorgânicos, revelan-
do a problemática do lixo e seu alto impacto sobre o meio ambiente. 
Além disso, várias espécies de animais desapareceram e outras 
tantas estão ameaçadas de extinção. Dessa forma, atualmente, as 
consequências do crescimento populacional já estão sendo sen-
tidas pela humanidade e, sobretudo, pela natureza. A retirada 
de matéria-prima do meio ambiente desencadeou uma grave cri-
se ecológica promovida por conta do crescimento da população 
mundial (GEWEHR, 2010). Hoje, a sociedade depara-se com al-
gunsproblemas inexistentes para as gerações anteriores, um de-
les é a poluição ambiental, tema que estudaremos a seguir. 
2 TIPOS DE POLUIÇÃO
De acordo com Mano (2005, p. 41), polui-
ção é toda alteração das propriedades na-
turais do meio ambiente que seja prejudi-
cial à saúde, à segurança ou ao bem-estar 
da população sujeita aos seus efeitos, 
causada por agente de qualquer espécie. 
39
UNISOCIESC - Centro Universitário SOCIESC
Podemos dividir os principais tipos de poluição em: poluição do 
solo, do ar, da água, acústica, luminosa, radioativa e visual. Po-
rém, dificilmente os tipos de poluição ocorrem de forma isolada, 
geralmente, sim, há relações de interdependência entre os vários 
tipos de poluição. 
A disposição inadequada de lixo em terrenos baldios pode cau-
sar, simultaneamente, a poluição do solo e da água, através do 
líquido gerado pelo resíduo que circula pelas camadas do solo, 
podendo atingir o lençol freático; do ar por conta da queima e 
dos gases gerados; e do visual pelo aspecto desagradável dos 
resíduos.
Assim, torna-se importante conhecer as diversas formas de polui-
ção, o modo como ocorrem, seus fatores e processos, para fazer 
o devido planejamento ambiental, prevenindo e minimizando os 
impactos das atividades humanas no meio ambiente. 
2.1 Poluição Atmosférica
Denomina-se poluição do ar ou atmosférica a presença de conta-
minantes no ar, em concentrações que impeçam a sua dispersão 
normal e que interfiram direta ou indiretamente na saúde, segu-
rança ou conforto do homem ou no pleno uso e gozo de suas 
propriedades. (FEMA, 2008) 
O nível de poluição atmosférica é medido pela quantidade de 
substâncias poluentes, presentes no ar. De acordo com a Compa-
nhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (CETESB, 2008), a 
variedade das substâncias poluentes que podem ser encontradas 
na atmosfera é muito grande, sendo que alguns desses poluentes 
servem como indicadores de qualidade do ar, foram adotados uni-
versalmente e escolhidos em razão da frequência de ocorrência e 
40
Gestão Ambiental
de seus efeitos adversos. Elencamos alguns exemplos:
Material Particulado (MP): sob essa denominação geral, encon-
tra-se um conjunto de poluentes constituídos de poeiras, fumaças 
e todo tipo de material sólido e líquido que se mantém suspenso 
na atmosfera por causa de seu pequeno tamanho. 
Dióxido de Enxofre (SO2): Resulta, principalmente, da queima 
de combustíveis que contém enxofre, como óleo diesel, óleo com-
bustível industrial e gasolina. É um dos principais formadores 
da chuva ácida, responsável pelas principais consequências da 
poluição do ar. As queimas de carvão ou de petróleo liberam 
resíduos gasosos, como óxidos de nitrogênio e de enxofre. A 
reação dessas substâncias com a água forma o ácido nítrico e o 
ácido sulfúrico, presentes nas precipitações de chuva ácida, como 
mostra a Figura 4.
Figura 4: Chuva Ácida
Fonte: Adaptado de http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/
meio-ambiente-chuva-acida/imagens/chuva-acida5.jpg
Chuva ácida
(ácido sulfúrico e
nítrico diluídos)
Nuvem
(vapor de água)
Dióxido de nitrogênio
Dióxido de enxofre
NO + H O  HNO + NO2 2 2 3
SO + H O  H SO2 2 2 4
2NO + O  2NO 2 2
2SO + O  2SO2 2 4
NO
NO
41
UNISOCIESC - Centro Universitário SOCIESC
Você deve saber que a chuva ácida ocasiona vários prejuízos e efei-
tos, como sérios problemas à saúde humana, corrosão de materiais 
usados nas construções (Figura 5), acidificação dos lagos, perden-
do toda a sua vida, bem como vários prejuízos à agricultura.
Trata-se do acúmulo demasiado de óxido de nitrogênio (NO) e 
dióxidos de carbono (CO2) e enxofre (SO2) na atmosfera que, ao 
reagirem, formam gotículas de chuva e partículas de aerossóis. 
De acordo com Cabral (2008), a chuva ácida não necessariamente 
ocorre no local poluidor, pois tais poluentes aos serem lançados 
na atmosfera são levados pelos ventos, podendo provocar a rea-
ção em regiões distantes. O pH (potencial hidrogeniônico) refere-se 
a uma medida que indica se uma solução líquida é ácida (pH < 7), 
neutra (pH = 7), ou básica/alcalina (pH > 7). A água na forma 
pura apresenta pH 7, enquanto ao contatar agentes poluidores 
reage modificando seu pH para 5,6 e até menos que isso, o que 
provoca reações e deixa consequências. 
Figura 5: Corrosão de monumentos causados pela Chuva Ácida
Fonte: static.hsw.com.br/gif/acid-rain-4.jpg
Monóxido de Carbono (CO): é um gás incolor e inodoro que re-
sulta da queima incompleta de combustíveis de origem orgânica 
(combustíveis fósseis, entre outros). Em geral, é encontrado em 
42
Gestão Ambiental
maiores concentrações nas cidades, emitido, principalmente, por 
veículos automotores. Altas concentrações de CO são encontra-
das em áreas de intensa circulação de veículos.
Hidrocarbonetos (HC): são gases e vapores resultantes da queima 
incompleta e evaporação de combustíveis e de outros produtos 
orgânicos voláteis. Todo hidrocarboneto é um composto orgânico 
que possui apenas carbono e hidrogênio na sua estrutura, como 
por exemplo, o metano (CH4).
Óxido de Nitrogênio (NO) e Dióxido de Nitrogênio (NO2): são 
formados durante processos de combustão. Em grandes cidades, 
os veículos, geralmente, são os principais responsáveis pela 
emissão dos óxidos de nitrogênio que contribuem para a chuva 
ácida.
Dióxido de carbono ou gás carbônico (CO2): é um produto de 
reação em diferentes processos, tais como, a combustão do carvão 
e dos hidrocarbonetos, a fermentação dos líquidos e a respiração 
dos seres humanos e dos animais. É um dos gases que natural-
mente contribui para o efeito estufa normal do planeta, mas, ago-
ra, devido ao seu aumento na atmosfera, pode intensificar esse 
efeito, levando a um maior aquecimento do planeta.
A concentração de poluentes está fortemente relacionada às con-
dições meteorológicas. Alguns dos parâmetros que favorecem al-
tos índices de poluição são: alta porcentagem de calmaria, ventos 
fracos e inversões térmicas (Figura 6), e a baixa altitude. 
Inversão Térmica é um fenômeno natural que pode acontecer 
em qualquer parte do planeta, no entanto, ocorre com maior 
frequência nos centros urbano-industriais, principalmente, nos 
dias frios durante o inverno.
43
UNISOCIESC - Centro Universitário SOCIESC
Figura 6: Inversão Térmica
Fonte: Adaptado de http://www.ens.ufsc.br
De acordo com a Figura 6, podemos ter condições normais e con-
dições de inversão térmica:
• Condições Normais: o Sol aquece a superfície terrestre, 
que libera calor. O ar quente sobe, junto com os poluentes. 
Com o aumento da altitude, o ar poluído se resfria e 
sobe para as camadas ainda mais frias. Os poluentes se 
dispersam com os ventos em altitudes elevadas.
• Inversão Térmica: no inverno, o aquecimento da 
superfície terrestre é menos intenso. Uma camada de ar 
quente fica acima da camada mais próxima do solo, que 
fica mais fria nessa estação. Os poluentes não conseguem 
se dispersar e concentram-se em baixas altitudes. Assim 
como a chuva ácida, a destruição da camada de ozônio e 
o aquecimento global, a inversão térmica também é uma 
consequência da poluição atmosférica;
2.2 Poluição Aquática
De acordo com a Cetesb (2008), a crescente expansão demográfica 
ar quente
ar frio
ar mais frio
ar frio
ar frio
ar quente
(camada de inversão)
44
Gestão Ambiental
e industrial observada nas últimas décadas trouxe como conse-
quência o comprometimento das águas dos rios, lagos e reser-
vatórios. A falta de recursos financeiros nos países em desenvol-
vimento tem agravado esse problema pela impossibilidade da 
aplicação de medidas corretivas para reverter a situação. A po-
luição aquática é uma das mais preocupantes formas de poluição, 
tanto pela sua importância para a sobrevivência do homem como 
também pelas diversas formas como pode ocorrer. A poluição da 
água se dá com adição de esgotos, despejos industriais ou ou-
tro material perigoso ou poluente às águas, em concentrações ou 
quantidades que resultem em degradação mensurável da quali-
dadeda água. (FEMA, 2008)
A poluição das águas pode ser gerada por efluentes domésticos (po-
luentes orgânicos biodegradáveis, nutrientes e bactérias); efluentes 
industriais (poluentes orgânicos e inorgânicos, dependendo da 
atividade industrial); e ainda por carga difusa urbana e agrícola 
(poluentes advindos da drenagem dessas áreas: fertilizantes, de-
fensivos agrícolas, fezes de animais e material em suspensão).
O organograma abaixo apresenta as principais formas de polui-
ção dos cursos de água (COSTA, 2005):
• A poluição sedimentar ocorre com o acúmulo de 
partículas como o solo arrastado pelo processo erosivo, 
por exemplo.
• A poluição biológica é causada pela presença de 
microrganismos patogênicos, devido à deposição 
imprópria de esgotos diretamente nos cursos da água.
• A poluição térmica reduz o oxigênio disponível para que 
os peixes e outros organismos possam respirar e ocorre 
quando grandes volumes de líquido aquecido, geralmente 
originados de processos industriais, são depositados nos 
rios e lagos.
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UNISOCIESC - Centro Universitário SOCIESC
• A poluição causada por despejo de substâncias é bem 
caracterizada quando ocorrem acidentes com grandes 
navios que derramam petróleo ou outras substâncias 
tóxicas nos rios, lagos e oceanos.
2.3 Poluição do Solo
De acordo com a Cetesb (2008), o solo atua frequentemente como 
um “filtro”, tendo a capacidade de depuração e imobilizando 
grande parte das impurezas nele depositadas. No entanto, essa 
capacidade é limitada, podendo ocorrer alteração da qualidade 
do solo, devido ao efeito cumulativo da deposição de poluentes 
atmosféricos, à aplicação de defensivos agrícolas e fertilizantes e 
à disposição de resíduos sólidos industriais, urbanos, materiais 
tóxicos e radioativos. Existem dois tipos de poluição do solo, 
como mostramos no quadro a seguir.
POLUIÇÃO NATURAL
Não associada à atividade humana
POLUIÇÃO ARTIFICIAL
De origem antrópica
Erosão. Urbanização e ocupação do solo.
Desastres naturais como inundações, 
terremotos, maremotos, vendavais, 
entre outros.
Atividades agropastoris, ligadas à 
agricultura e pecuária.
Atividades vulcânicas. Atividades extrativas: mineração.
Áreas com elementos inorgânicos 
(principalmente metais) ou com irra-
diação natural.
Armazenamento de produtos e resí-
duos, principalmente perigosos.
Reservas de água
Produção Qualidade
Poluição
Sedimentar Biológica Térmica Despejo de substâncias
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Gestão Ambiental
--------
Acidentes no transporte de cargas: 
derrame ou vazamento de produtos 
ou resíduos perigosos.
--------
Lançamento de águas residuais, 
como esgotos sanitários e efluentes 
industriais.
--------
Disposição de resíduos sólidos de di-
versas origens.
Fonte: BRINGHENTI, 2008
A liberação descontrolada de poluentes para o ambiente e sua 
consequente acumulação no solo e nos sedimentos sofreu uma 
mudança drástica, explicada pelo uso intensivo dos recursos na-
turais e dos resíduos gerados pelo aumento das atividades urba-
nas, industriais e agrícolas. (CETESB, 2008)
2.4 Poluição Sonora
A poluição sonora é uma perturbação provocada pela emissão 
de sons e ruídos em níveis que prejudicam a saúde e as ativida-
des humanas, podendo, inclusive, causar danos à integridade do 
meio ambiente e do homem. 
A poluição sonora se dá através do ruído, que é o som indeseja-
do. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o limite 
tolerável ao ouvido humano é de 65 decibéis (dB). Acima disso, 
nosso organismo sofre estresse, aumentando, assim, o risco de 
doenças. Os ruídos acima de 85 decibéis (dB) aumentam o risco 
do comprometimento auditivo. 
De acordo com Rocha (2008), as consequências sobre a saúde são 
variáveis e podem ter diferentes níveis de gravidade, dentre as con-
sequências, citam-se a irritabilidade, insônia, depressão e problemas 
de audição, que podem ir até a surdez passageira ou definitiva.
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As fontes de poluição sonora são diversas, podemos classificá-las 
em fonte mecânica pontual, como exemplo, máquinas e usinas; 
fontes mecânicas móveis, provocada pela circulação dos carros, 
caminhões, helicópteros, ferrovias, rodovias e aeroportos; e ainda 
manifestações e eventos públicos como festas, fogos de artifícios, 
e locais públicos com grande frequência.
2.5 Poluição Visual 
De acordo com Ribeiro (2008), poluição visual é a degradação da 
qualidade ambiental resultante da atividade que, direta e indire-
tamente, afeta as condições estéticas do meio ambiente urbano 
ou rural. A poluição visual pode ser definida como a proliferação 
indiscriminada de outdoors, cartazes, neon, letreiros e formas di-
versas de propaganda e outros fatores que causem prejuízos à 
paisagem urbana local.
Esse tipo de poluição degrada os centros 
urbanos pela falta de harmonia de anún-
cios, logotipos e propagandas que con-
correm pela atenção do espectador, cau-
sando prejuízo a todos. (CRISPIM, 2008)
2.6 Poluição Luminosa
De acordo com Silvestre (2008), a poluição luminosa pode ser de-
finida como qualquer efeito adverso causado ao meio ambiente 
pela luz artificial excessiva ou mal direcionada. 
Essa luz, emitida para o espaço, reflete-se nas nuvens, em gotículas 
de água e nas poeiras em suspensão, criando nas camadas atmos-
féricas um sério obstáculo à observação das estrelas, que prejudica 
ou mesmo impossibilita totalmente o trabalho dos astrônomos.
48
Gestão Ambiental
Para saber mais sobre a poluição luminosa e ainda sobre astro-
nomia, no site do astrônomo Roberto Silvestre, acesse: 
www.silvestre.eng.br/astronomia/polumin/
2.7 Poluição Radioativa 
Em 06 de agosto de 1945, Hiroshima e o mundo conheciam o po-
der da bomba atômica com o final da Segunda Guerra Mundial. 
Surgiu, desse modo, mais uma forma de poluição criada pelo ho-
mem, a poluição radioativa, configurada pelo aumento dos ní-
veis naturais de radiação por meio da utilização de substâncias 
radioativas naturais ou artificiais.
Segundo Mano (2005, p. 78), as usinas nucleares não liberam para 
a atmosfera poluentes químicos, fumaças ou cinzas de grande im-
pacto ambiental. Entretanto, são gerados rejeitos radioativos de 
baixa, média ou alta atividade, tais como combustível irradiado 
ou rejeitos de reprocessamento. A presença de usinas nucleares 
causa forte impacto psicológico negativo na população das 
redondezas. 
De acordo com Ponzetto (2002, p. 44), existem muitos efeitos 
nocivos que a radiação pode causar no ser humano, dentre eles 
destaca-se a interrupção do desenvolvimento das células, que dá 
origem a alguns tipos de câncer.
3 POLUIÇÃO E TIPO DE RESÍDUO
Quando falamos em poluição das águas, devem ser consideradas 
não só as águas superficiais como também as subterrâneas. Uma 
das principais fontes de poluição das águas são os resíduos urba-
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nos, tanto os industriais quanto os rurais, despejados voluntária 
ou involuntariamente (CAMPOS, 2008). Os poluentes mais co-
muns das águas (Figura 7) são os fertilizantes agrícolas, esgotos 
domésticos e industriais, compostos orgânicos sintéticos, plásti-
cos, petróleo e metais pesados, entre os quais se encontram tanto 
resíduos sólidos, quanto líquidos.
Figura 7: Poluição das águas por diferentes tipos de resíduos
Fonte: http://educar.sc.usp.br/licenciatura/
2003/poluentes/agua.ppt
A contaminação dos solos dá-se, principalmente, por resíduos só-
lidos e líquidos, águas contaminadas, efluentes sólidos e líquidos, 
efluentes provenientes de atividades agrícolas, dentre outros. 
Assim, pode-se dizer que a contaminação do solo ocorrerá sem-
pre que houver adição de compostos ao solo, modificando suas 
características naturais e as suas utilizações, produzindo efeitos 
negativos, chamados poluição. (CAMPOS, 2008)
Dificilmente, os tipos de poluição ocorrem de forma isolada, 
50
Gestão Ambiental
geralmente ocorrem em conjunto com várias relações de inter-
dependência, sendo que um mesmo resíduo pode interferir na 
qualidade de dois meios poluídos.Tomando como exemplo a poluição da água e do solo e ilustrando 
o metal pesado como resíduo, sabemos que, no solo, os metais pe-
sados tendem a ligar-se fortemente às argilas e outras partículas, 
concentrando-se e acumulando-se nas camadas superiores. No 
entanto, se esses elementos se tornarem mais móveis, podem ser 
“lavados”, acumulando-se nas águas subterrâneas. Neste caso, a 
qualidade das águas subterrâneas, que muitas vezes podem ser 
utilizadas no abastecimento doméstico, industrial, dentre outros, 
pode ser comprometida.
De acordo com Costa (2008), os metais pesados são elementos de 
grande toxicidade para o homem, pois poluem os ecossistemas e 
entram na cadeia alimentar, tendo sua concentração aumentada, 
à medida que avançam os níveis tróficos, causando malefícios à 
saúde humana, como mostra o quadro abaixo.
Metal pesado Origem Malefícios à saúde
Cádmio Usado na galvanização de 
outros metais para evitar 
corrosão, algumas peças de 
motores, baterias de cád-
mio, níquel, foguetes, mís-
seis e aviões.
A fumaça desse minério pode 
causar envenenamento e mor-
te. A partir da contaminação, a 
provável consequência é febre 
alta, queimação na garganta, 
tosse, náuseas, dentre outros.
Cobre (Cu)
Cádmio (Cd)
Chumbo (Pb)
Manganês (Mn)
Mercúrio (Hg)
Níquel (Ni)
Zinco (Zn)
Acúmulo
em solos
Plantas
Água
Subterrânea
Cadeia
Alimentar Homem
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Chumbo Usado em cátodos de bate-
ria, na construção, em tintas 
e vernizes, latas, pesticidas 
e inseticidas.
Pode provocar lesões nos rins 
e no fígado, de modo que al-
guns compostos de chumbo 
podem provocar câncer.
Mercúrio Usado na fabricação de 
termômetros, barômetros, 
bombas de vácuo, extração 
de ouro, dentre outros.
O envenenamento provoca 
inchaço das glândulas saliva-
res e pode resultar em queda 
dos dentes e úlceras na boca e 
na gengiva.
Níquel Usado em ligas com o aço 
na produção de máquinas, 
automóveis e componentes 
elétricos. Baterias, acumu-
ladores e na fabricação de 
moedas.
Agente cancerígeno, poden-
do atingir os pulmões, a ca-
vidade nasal, os ossos e o 
estômago. A exposição pro-
longada pode causar até a 
morte.
Zinco Usado na fabricação de ba-
terias, pilhas, liga de latão, 
bronze e galvanização.
Causa irritações digestivas, 
provocando náuseas, vômito 
e tontura.
Fonte: PONZETTO, 2002
Kraemer (2008) relata que a indústria é responsável por grande 
quantidade de resíduos – sobras de carvão mineral, refugos da 
indústria metalúrgica, resíduos químicos, gás e fumaça lançados 
pelas chaminés das fábricas. O resíduo industrial é um dos maio-
res responsáveis pelas agressões fatais ao ambiente. Nele estão 
incluídos produtos químicos (cianureto, pesticidas, solventes), 
metais (mercúrio, cádmio, chumbo) e solventes químicos que 
ameaçam os ciclos naturais onde são despejados.
De forma incorreta, os resíduos sólidos são amontoados e enter-
rados; os líquidos são despejados em rios e mares; os gases são 
lançados no ar. Assim, a saúde do ambiente e, consequentemen-
te, dos seres que nele vivem, torna-se ameaçada, podendo levar a 
grandes tragédias. Para minimizar a disposição incorreta de resí-
duos industriais, a NR 25 dispõe normas para resíduos gasosos, 
líquidos e sólidos.
52
Gestão Ambiental
As Normas Regulamentadoras, também conhecidas por NRs, 
regulamentam, fornecem parâmetros e instruções sobre Saúde 
e Segurança do Trabalho. São de observância obrigatória pelas 
empresas privadas e públicas e pelos órgãos públicos da admi-
nistração direta e indireta, bem como pelos órgãos dos poderes 
Legislativo e Judiciário, que possuam empregados regidos pela 
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT.
NR 25 - Resíduos Industriais (125.000-0)
25.1. Resíduos gasosos.
25.1.1. Os resíduos gasosos deverão ser eliminados dos locais 
de trabalho através de métodos, equipamentos ou medidas 
adequadas, sendo proibido o lançamento ou a liberação nos 
ambientes de trabalho de quaisquer contaminantes gasosos sob 
a forma de matéria ou energia, direta ou indiretamente, de for-
ma a serem ultrapassados os limites de tolerância estabelecidos 
pela Norma Regulamentadora - NR 15. (125.001-9 / I4)
25.1.2. As medidas, métodos, equipamentos ou dispositivos de 
controle do lançamento ou liberação dos contaminantes gaso-
sos deverão ser submetidos ao exame e à aprovação dos órgãos 
competentes do Ministério do Trabalho, que, a seu critério ex-
clusivo, tomará e analisará amostras do ar dos locais de traba-
lho para fins de atendimento a estas Normas. (125.002-7/ I3) 
25.1.3. Os métodos e procedimentos de análise dos contaminan-
tes gasosos estão fixados na Norma Regulamentadora - NR 15.
25.1.4. Na eventualidade de utilização de métodos de controle 
que retirem os contaminantes gasosos dos ambientes de traba-
lho e os lancem na atmosfera externa, ficam as emissões resul-
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tantes sujeitas às legislações competentes nos níveis federal, 
estadual e municipal.
25.2. Resíduos líquidos e sólidos.
25.2.1. Os resíduos líquidos e sólidos produzidos por processos 
e operações industriais deverão ser convenientemente tratados 
e/ou dispostos e e/ou retirados dos limites da indústria, de 
forma a evitar riscos à saúde e à segurança dos trabalhadores. 
(125.003-5 / I4)
25.2.2. O lançamento ou disposição dos resíduos sólidos e lí-
quidos de que trata esta norma nos recursos naturais - água e 
solo - sujeitar-se-á às legislações pertinentes nos níveis federal, 
estadual e municipal.
25.2.3. Os resíduos sólidos e líquidos de alta toxicidade, peri-
culosidade, os de alto risco biológico e os resíduos radioativos 
deverão ser dispostos com o conhecimento, a aquiescência e o 
auxílio de entidades especializadas/públicas ou vinculadas e 
no campo de sua competência. 
Uma das consequências do aumento populacional é a poluição, 
que se dá quando os resíduos lançados pelo homem na natureza 
são superiores à capacidade de absorção do meio ambiente, pro-
vocando-lhe alterações. A poluição está relacionada, então, com 
os processos de industrialização e a consequente urbanização da 
humanidade. 
Síntese da Unidade
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Acesse o site: ead.sociesc.org.br e faça as atividades propostas 
da unidade! 
Anotações Importantes:
Atividades Propostas
LEGISLAÇÃO E LICENCIAMENTO 
AMBIENTAL
Caro(a) estudante!
Nesta quarta unidade, vamos introduzir a legislação am-
biental que traduz um sistema de princípios e normas ju-
rídicas capazes de disciplinar as relações do homem com 
o meio que o envolve, com o objetivo de conservar a natu-
reza, a manutenção dos equilíbrios ecológicos, o combate 
às diversas formas de poluição em busca do desenvolvi-
mento sustentado.
Bons estudos!
Objetivos da Unidade 
Ao final desta unidade, você deverá ser capaz de: 
• Compreender a legislação ambiental e a política 
nacional do meio ambiente;
• Entender os princípios básicos do licenciamento 
ambiental, buscandogarantir qualidade ambiental 
para toda a sociedade brasileira.
Conteúdos da Unidade
Acompanhe os conteúdos desta unidade, se prefe-
rir, assinale-os à medida que for estudando: 
• Contextualizando licenciamento ambiental;
• As 17 leis ambientais mais importantes;
• Política Nacional do Meio Ambiente – PNMA;
• Licenciamento ambiental;
• Órgãos licenciadores;
• Processo de licenciamento ambiental.
4
U
ni
da
de
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Gestão Ambiental
1 CONTEXTUALIZANDO A LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 
Legislação Ambiental é o conjunto de normas jurídicas que se 
destinam a disciplinar a atividade humana, para torná-la compa-
tível com a proteção do meio ambiente. No Brasil, as leis voltadas 
para a conservação ambiental começaram a ser votadas a partir 
de 1981, com a lei que criou a Política Nacional do Meio Ambien-
te. Posteriormente, novas leis foram promulgadas, formando um 
sistema bastante completo de proteção ambiental. 
Para atingir seus objetivos de preservação, a legislação ambiental 
brasileira criou direitos e deveres para o cidadão, instrumentos 
de conservação do meio ambiente, nor-
mas de uso dos diversos ecossistemas, 
normas para disciplinar atividades re-
lacionadas à ecologia e ainda diversos 
tipos de unidades de conservação. 
Para entendermos melhor esta unidade, devemos conhecer o or-
denamento jurídico, sabendo que Constituição Federal (CF) é a 
maior norma do país, limitando os poderes e organizando o Es-
tado. No Brasil, a atual Constituição Federal foi promulgada em 
1988 e, além do já mencionado, prevê direitos e garantias fun-
damentais. A Constituição Federal pode sofrer alterações e, para 
tanto, faz uso das emendas constitucionais. 
Pela hierarquia, na sequência, vem as leis complementares* (que 
acrescentam ou explicam conteúdos da constituição), leis ordiná-
rias e as medidas provisórias. Uma medida provisória é uma nor-
ma jurídica editada em caso de relevância e urgência, pelo Presi-
dente da República, com força de lei, devendo ser submetida de 
imediato ao Congresso Nacional.
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Lei complementar é um tipo de Lei que possui a finalidade 
de complementação das normas expressamente previstas na 
Constituição Federal, podendo ser aprovada somente se obti-
ver aprovação da maioria absoluta dos membros de cada Casa 
do Congresso Nacional (acima de 50 % dos votos). Uma lei 
ordinária denomina-se apenas “lei”, fazendo-se necessária a 
inclusão do adjetivo “ordinária” para diferenciá-la de lei com-
plementar e de lei delegada, pois reside na mesma escala hie-
rárquica que as outras leis comuns.
Temos, ainda, os decretos (ato administrativo emanado do Poder 
Executivo, para regulamentar a lei propriamente dita), as normas 
complementares com suas portarias e resoluções e as normas in-
dividuais como contratos e sentenças. Vale lembrar que as nor-
mas ditam padrões a serem adotados.
A base legal para as leis ambientais está na Constituição Federal, 
Título VII, Capítulo VI, artigo 225, que convoca todos a comparti-
lhar ações para o bem comum:
Capítulo VI – MEIO AMBIENTE
Artigo 225 – Todos têm direito ao meio ambiente ecologica-
mente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à 
sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à cole-
tividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes 
e futuras gerações.
Diante desta convocação, as políticas nacionais, estaduais e mu-
nicipais foram traçadas e regulamentadas nos seus diferentes 
aspectos e a participação de todos os segmentos para dar conta 
desse desafio caminha de forma lenta, mas progressiva.
58
Gestão Ambiental
2 LEIS AMBIENTAIS MAIS IMPORTANTES
O quadro a seguir mostra as 17 principais leis que disciplinam as 
relações do homem com o meio ambiente.
1 Lei 7.347 de 
24/07/1985
Disciplina a Ação Civil Pública de responsabilidade por 
danos causados ao meio ambiente, ao consumidor, e ao 
patrimônio artístico ou turístico. A ação pode ser requeri-
da pelo Ministério Público, a pedido de qualquer pessoa, 
ou por uma entidade constituída há, pelo menos, um ano. 
2 Lei 7.802 de 
11/07/1989
Lei dos 
Agrotóxicos
Regulamenta desde a pesquisa e fabricação dos agrotó-
xicos até sua comercialização, aplicação, controle, fiscali-
zação e também o destino da embalagem. Impõe a obri-
gatoriedade do receituário agronômico para venda de 
agrotóxicos ao consumidor. Também exige registro dos 
produtos nos Ministérios da Agricultura e da Saúde e 
no IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos 
Recursos Naturais Renováveis). Qualquer entidade pode 
pedir o cancelamento desse registro, encaminhando 
provas de que um produto causa grave prejuízo à saúde 
humana, meio ambiente e animais. A indústria tem direi-
to de se defender. O descumprimento da lei pode render 
multas e reclusão, inclusive, para os empresários.
3 Lei 6.902 de 
27/04/1981
Área de 
Proteção 
Ambiental
Criou a figuras das “Estações Ecológicas”, áreas repre-
sentativas de ecossistemas brasileiros, sendo que 90% 
delas devem permanecer intocadas e 10% podem sofrer 
alterações para fins científicos. Criou, também, a “Áreas 
de Proteção Ambiental” (APA) que permanecem como 
propriedades privadas, com a intervenção do poder 
público que limita as atividades econômicas para fins 
de proteção ambiental. Ambas podem ser criadas pela 
União, Estado ou Município. 
4 Lei 6.453 de 
17/10/1977
Lei de 
Atividades 
Nucleares
Dispõe sobre responsabilidade civil por danos nucleares e 
a responsabilidade criminal por atos relacionados com as 
atividades nucleares. Entre outros, determina que quando 
houver um acidente nuclear, a instituição autorizada a 
operar a instalação nuclear tem a responsabilidade civil 
pelo dano, independentemente da existência de culpa. Se 
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UNISOCIESC - Centro Universitário SOCIESC
for provada a culpa da vítima, a instituição apenas será 
exonerada de indenizar os danos ambientais. Em caso de 
acidente nuclear não relacionado a qualquer operador, os 
danos serão suportados pela União. A lei classifica como 
crime produzir, processar, fornecer, usar, importar, ou 
exportar material sem autorização legal, extrair e comer-
cializar ilegalmente minério nuclear, transmitir informa-
ções sigilosas neste setor, ou deixar de seguir normas de 
segurança relativas à instalação nuclear.
5 Lei 9.605 de 
12/02/1998
Crimes 
Ambientais
Reordena a legislação ambiental brasileira no que se 
refere às infrações e punições. A partir dela, a pessoa 
jurídica, autora ou coautora da infração ambiental, pode 
ser penalizada, chegando à liquidação da empresa, se 
ela tiver sido criada ou usada para facilitar ou ocultar 
um crime ambiental. Por outro lado, a punição pode ser 
extinta quando se comprovar a recuperação do dano 
ambiental e - no caso de penas de prisão de até 4 anos 
- é possível aplicar penas alternativas. A lei criminaliza 
os atos de pichar edificações urbanas, fabricar ou soltar 
balões (pelo risco de provocar incêndios), maltratar as 
plantas de ornamentação (prisão de até um ano), dificul-
tar o acesso às praias, ou realizar um desmatamento sem 
autorização prévia. 
Saiba mais no site do IBAMA, disponível em: 
www.ibama.gov.br
6 Lei 8.974 de 
05/01/1995
Engenharia 
Genética
Regulamentada pelo Decreto 1752, de 20/12/ 1995, 
a lei estabelece normas para aplicação da engenharia 
genética, desde o cultivo, manipulação e transporte de 
organismos geneticamente modificados (OGM), até sua 
comercialização, consumo e liberação no meio ambiente. 
Define engenharia genética como a atividade de mani-
pulação em material genético que contém informações 
determinantes de caracteres hereditários de seres vivos. 
A autorização e fiscalização do funcionamento de ativi-
dades na área, e da entrada de qualquer produto gene-
ticamente modificado no país, é de responsabilidade de 
vários ministérios: do Meio Ambiente, Recursos Hídricos 
e da Amazônia Legal, da Saúde, da Reforma Agrária. 
60
Gestão Ambiental
7 Lei 7.805 de 
18/07/1989
Exploração 
Mineral
Regulamenta a atividade garimpeira.

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