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TCC serviço social na saude

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21
Serviço SOCIAL
IVONE NUNES FERREIRA
AS COMPETÊNCIAS E RESPONSABILIDADES DO ASSISTENTE SOCIAL NO AMBIENTE HOSPITALAR 
Ji Paraná - RO
2023
IVONE NUNES FERREIRA
AS COMPETÊNCIAS E RESPONSABILIDADES DO ASSISTENTE SOCIAL NO AMBIENTE HOSPITALAR 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para a obtenção do título de Graduado em Serviço Social.
Orientador: Prof. Valquiria Aparecida Dias Caprioli 
Ji Paraná - RO
2023
Ferreira, Ivone Nunes. As competências e responsabilidades do assistente social no ambiente hospitalar. 2023. 31 folhas. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Serviço Social) – (Unopar), Ji-Paraná, 2023.
RESUMO
O Presente trabalho foi desenvolvido para demonstrar as habilidades e responsabilidades que os assistentes sociais profissionais trazem para o ambiente hospitalar. Além disso, partindo de questões como quando os assistentes sociais se tornam profissionais indispensáveis ​​na área da saúde e como intervir, atentando-se para a legitimidade da base de avaliação do comportamento profissional. Desta forma, abordam-se as limitações e desafios que delimitam o cumprimento das funções profissionais no momento da materialização da intervenção no ambiente hospitalar. O objetivo geral deste trabalho é contribuir para a compreensão do papel do assistente social em termos das suas competências e responsabilidades profissionais no ambiente hospitalar e sugerir medidas a serem tomadas para satisfazer as necessidades dos pacientes e das instituições e a relação a equipe multidisciplinar presente no dia a dia da área. O método utilizado neste estudo foi uma revisão bibliográfica qualitativa e descritiva. Além de citações de autores consagrados na área de serviço social, também foram utilizadas obras, publicações e artigos relacionados ao tema publicados nos últimos quinze anos. Ressalta-se que a característica essencial deste livro é fornecer ao leitor diversas referências sobre um tema específico, além de ajudar a ampliar o conhecimento e transformar esse estudo em um documento fundamentado teoricamente.
Palavras-chave: Serviço Social. Saúde. Hospital. 
Ferreira, Ivone Nunes. The skills and responsibilities of the social worker in the hospital environment. 2023. 31 folhas. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Serviço Social) – (Unopar), Ji-Paraná, 2023.
ABSTRACT
This work was developed to demonstrate the skills and responsibilities that professional social workers bring to the hospital environment. Furthermore, starting from questions such as when social workers become indispensable professionals in the health sector and how to intervene, paying attention to the legitimacy of the basis for evaluating professional behavior. In this way, the limitations and challenges that limit the fulfillment of professional functions when implementing the intervention in the hospital environment are addressed. The general objective of this work is to contribute to the understanding of the role of the social worker in terms of their professional skills and responsibilities in the hospital environment and to suggest measures to be taken to satisfy the needs of patients and institutions and the relationship with the multidisciplinary team present on the day. the day of the area. The method used in this study was a qualitative and descriptive literature review. In addition to quotes from renowned authors in the area of ​​social services, works, publications and articles related to the topic published in the last fifteen years were also used. It should be noted that the essential characteristic of this book is to provide the reader with several references on a specific topic, in addition to helping to expand knowledge and transform this study into a theoretically based document.
.
Keywords: Social Work. Health. Hospital.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
	CFESS
LOAS
SUS
ABEPSS
	Associação Brasileira de Normas Técnicas
Lei Orgânica de Assistência Social
Sistema Único de Saúde
Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social
	
	
	
	
	
	
	
	
SUMÁRIO
1	INTRODUÇÃO	7
2	DESENVOLVIMENTO	8
2.1	O ASSISTENTE SOCIAL E SUA INSTRUMENTALIDADE TÉCNICA NO ÂMBITO HOSPITALAR	11
2.2	AS AÇÕES PROFISSIONAIS DE O ASSISTENTE SOCIAL FRENTE ÁS DEMANDAS HOSPITALAR	16
2.3	SERVIÇO SOCIAL EM EQUIPE MULTIDISCIPLINAR: DESAFIOS E POSSIBILIDADES	22
3	CONCLUSÃO	26
REFERÊNCIAS	28
INTRODUÇÃO
O seguinte trabalho visa as competências e responsabilidades que os profissionais da assistência social trazem para a área da saúde, particularmente para o ambiente hospitalar. Dessa forma citar os desafios que são acometidos aos profissionais bem como a sua atuação e os limites que devem ser cumpridos no exercício de sua função. 
O trabalho se torna importante, pois é capaz de agregar conhecimento acima do serviço social no meio hospitalar. Sua introdução no tema acontece por meio das competências e atribuições que permitem melhorias sociais no tempo de hospitalização do paciente e da sua família, que fica como acompanhante, de forma que também auxilia o indivíduo para que o mesmo saiba quais são seus direitos e seus deveres. Assim, partimos da provocação de como demonstrar que o assistente social é extremamente importante na área da saúde e a forma que ele trabalha. Há necessidade de aprimorar a discussão deste tema de forma crítica, com foco na legitimidade da base de avaliação da conduta profissional do assistente social. 
Assim, coloca-se a seguinte questão: Quais os limites que definem o cumprimento e execução de deveres quando se intervém em ambiente hospitalar? 
O objetivo geral desse trabalho é contribuir para a compreensão do papel do assistente social em termos das suas competências e responsabilidades profissionais no ambiente hospitalar, além de refletir sobre as ferramentas de trabalho utilizadas pelos assistentes sociais em ambiente hospitalar, introduzindo uma nova abordagem para atender às necessidades dos pacientes e atividades realizadas em resposta às necessidades de cuidado da família e refere-se à relação de trabalho do assistente social com uma equipe multidisciplinar de outros profissionais de saúde.
A metodologia aplicada nesta pesquisa é a revisão bibliográfica qualitativa e descritiva. Como objeto de pesquisas foram utilizados trabalhos, artigos publicados e publicações dos últimos 20 anos. Foram utilizados trabalhos, publicações e artigos publicados nos últimos quinze anos referentes ao tema. Destaca-se a citações de autores renomados em Serviço Social como, Bravo, Martinelli e Iamamoto. As buscas aconteceram em sites da internet como Google Acadêmico e Scielo. 
DESENVOLVIMENTO
Segundo Bravo (2007), o setor saúde concentra um número considerável de assistentes sociais. Acredita-se que esse fato está relacionado à realidade de que a saúde está integrada à produção e reprodução do capital, realidade em que o profissional está determinado a atuar em instituições médicas para administrar as tensões existentes com o capital. As demandas e os recursos dos trabalhadores são insuficientes para fornecer os serviços necessários. Portanto, segundo o autor, no setor do trabalho em saúde, esse profissional desenvolve atividades relacionadas à avaliação das condições de vida dos trabalhadores e à sua seleção para a assistência social.
No que diz respeito aos setores sociais e técnicos em que atuam os assistentes sociais, Guerra (2009) destaca que as instituições sempre exigiram de profissionais que fornecessem respostas e soluções imediatas às suas necessidades. Para fazer face a estas exigências e seguir os rumos sociais traçados pelo projeto ético-político, o trabalho dos assistentes sociais necessita de estar enraizado em fundamentos teórico-metodológicos, conhecimentos de intervenção, competências técnicas e apoiado numa perspectiva ético-política e estratégica do trabalho. Esta incorporação na divisão sócio técnica do trabalho propiciaos servidores sociais a ter um lugar na estrutura e função das profissões sociais na sociedade capitalista, e o papel mediador entre os diferentes interesses de classe confere à sua intervenção um carácter político. Desta forma, os assistentes sociais cumprem as suas responsabilidades sociais profissionais através de políticas sociais e/ou serviços regulados pelo Estado burguês, criando assim condições propícias à reprodução da força de trabalho e tornando-se os principais responsáveis ​​pela mediação do acesso das pessoas aos serviços na sociedade.
Guerra (2009) afirma que o exercício profissional do assistente social é permeado pelas determinações históricas, estruturais e vinculantes da sociedade capitalista. A sua atuação será constituída por diversas dimensões que configuram a riqueza e a amplitude que caracterizam o modo de ser da profissão, nomeadamente: teórico-metodológica, ético-política e técnico-operacional. Devido à complexidade da realidade social, estas dimensões não podem ser formas estáticas e independentes, mas precisam estar inter-relacionadas para poder responder com competência às diferentes exigências sociais e institucionais colocadas pelos profissionais. O autor discute essas diferentes dimensões – técnico-operacional, teórico-metódica, ético-política, mas ressalta que a dimensão técnico-operacional é a forma pela qual a profissão será conhecida e reconhecida, e pela qual sua imagem e autoimagem serão refletidas.
Portanto, segundo (GUERRA, 2009, p. 40), a ligação desta dimensão com a dimensão da ideologia política é muito importante:
A dimensão técnico-operativa é a que dá visibilidade social à profissão, já que dela depende a resolutividade da situação que, às vezes, é mera reprodução do instituído, e em outras constitui a dimensão do novo. Não é supérfluo lembrar que a dimensão técnico-operativa vela a dimensão político-ideológica da profissão, como aquela pela qual o Serviço Social atua na reprodução ideológica da sociedade burguesa ou na construção da contra-hegemonia. O que se pretende enfatizar é que a intervenção de natureza técnico-operativa não é neutra, ela está travejada pela dimensão éticopolítica e esta, por sua vez, encontra-se aportada em fundamentos teóricos, donde a capacidade de o profissional vir a compreender os limites e possibilidades não como algo interno ou inerente ao próprio exercício profissional, mas como parte do movimento contraditório constitutivo da realidade social.
Também é importante ressaltar que neste sentido há implementação e os estados capitalistas implementam políticas sociais face às manifestações dos chamados problemas sociais. Nesta realidade, o assistente social é um trabalhador assalariado que liga as pessoas aos serviços sociais e está inserido no processo dos serviços sociais. A força de trabalho que sustenta a produção e reprodução do sistema. É necessário, portanto, considerar a especificidade do trabalho desta profissão e a sua forma de inserção na divisão social e técnica do trabalho, e apontar as tensões que existem entre o projeto ético-político profissional e as suas próprias limitações. Atuar através da situação dos trabalhadores assalariados (GUERRA, 2009; IAMAMOTO, 2009). 
Sobre o trabalho dos assistentes sociais na área da saúde pública, Costa (2000) afirma que este conjunto de processos de trabalho tem as características gerais do trabalho sob capital, mas apresenta algumas especificidades devido à sua associação com o setor de serviços. De qualquer forma, a inserção desse profissional é mediada pelo reconhecimento social da profissão e por um conjunto de necessidades definidas e redefinidas de acordo com as condições históricas do desenvolvimento da saúde pública no Brasil. A atuação dos profissionais do serviço social depende, portanto, também da tensão entre as ações tradicionais do modelo assistencial privado e as reivindicações contidas nos sistemas unificados de atenção, que exigem mudanças técnicas, organizacionais e políticas e exigem novas formas organizacionais do trabalho em saúde.
O ASSISTENTE SOCIAL E SUA INSTRUMENTALIDADE TÉCNICA NO Ambiente HOSPITALAR
Nos dias de hoje entende-se que o caráter social interfere de forma direta no conceito do processo de saúde/doença da população, tal entendimento acontece pelas várias expressões da questão social. Destaca-se que o papel do assistente social é trabalhar para a que a transformação social aconteça, e em casos onde foi perdida ela se estabeleça.
A assistência social é um direito do cidadão e dever do Estado, caracteriza - se como uma Política de Seguridade Social não contributiva, que provê os mínimos sociais, realizada através de um conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da sociedade, que venham a garantir o atendimento às necessidades básicas (BRASIL, 1993, p. 07).
Situações que vão além de questões de risco e/ou comprometimento da saúde física são comuns na área da saúde especificadamente no âmbito hospitalar, essas são fatores econômicos, sociais e culturais, que vem acompanhado das sequelas pertinentes a condições de vida decorrentes da falta ou precariedade do trabalho, renda, moradia que fazem parte da vida destas pessoas.
a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário as ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação‖. (CF, 1988, artigo 196).
Segundo BRAVO; MATOS (2012), o assistente social na função de mediador entre a instituição e a população, exerce o papel de garantidor de direitos, benefícios e serviços, buscando o aperfeiçoamento da realidade. Ainda conforme BRAVO (1996, apud, MATOS, 2003) o Serviço Social está inserido na área da saúde em um primeiro momento no contexto curativo, pensando no atendimento individual, pois alguns anos atrás a saúde não era classificada como direito universal, o que levava a seleção e exclusão de pessoas de acordo com sua classe. As mudanças foram acontecendo a partir da promulgação da Constituição Federal de 1988 portando como premissa básica no art. 196 que define “a saúde é direito de todos e dever do Estado”.
Assim, o Servidor Social afirmou-se legalmente como um profissional da área da saúde a partir da década de 1990, de acordo com as Resoluções do Conselho Nacional de Saúde n. 218, de 6 de março de 1997, e do Conselho Federal de Serviço Social n. 383, de 29 de março de 1999, além da Resolução n. 196, de 1996, que trata da ética em pesquisa, envolvendo seres humanos (Rosa et al.,2006, p. 6364). Nesse momento o assistente social passa a atuar no meio hospitalar viabilizando encaminhamentos, concessão de benefícios e orientações previdenciárias. (BRAVO; MATOS, 2012).
Segundo Costa (2000), a inserção dos assistentes sociais nos serviços de saúde é mediada pelo reconhecimento social da profissão e por um conjunto de necessidades que se definem e redefinem a partir das condições históricas sob as quais a saúde pública se desenvolveu no Brasil. A implementação do SUS, a partir dos de 1990, vai exigir novas formas de organização do trabalho em saúde, a partir das reivindicações históricas do movimento sanitário, que são exemplos à universalização, a descentralização e a participação popular‖. (COSTA (2000), citado pelo Cfess, 2010, pg. 42).
A importância do documento é destacada pelo documento, Parâmetros para Atuação de Assistentes Sociais na Política de Saúde, desenvolvidos com a participação da própria classe e aceitos oficialmente pelo Conselho Federal de Serviço Social (CFESS), a fim de “referenciar a intervenção dos profissionais da área da saúde” (CFESS, 2010 , p. 11 ), esses parâmetros, juntamente com o Projeto Ético-Político do Serviço Social e o Código de Ética do Assistente Social de 1993 (baseado na Lei de Regulamentação Profissional nº 8.662) fortalecem a orientação e a padronização da atuação profissional.
Nos termos da Lei nº 8.742/93 de Assistência Social (LOAS) e da Lei nº 8.662 de Regulamentação dasProfissões, seus artigos 4º e 5º estipulam algumas das competências e responsabilidades exigidas dos profissionais, como preparação, coordenação, implementação e avalia planos, programas e projetos no âmbito de suas atividades; fornece orientação social a indivíduos, grupos e populações; planeja, organiza, realiza e avalia pesquisas que contribuem para a mudança social; realiza inspeções, avaliações técnicas, relatórios e pareceres; fornece sugestões e são prestados serviços de consultoria a empresas privadas e outras entidades para identificar as necessidades existentes na sociedade, com o objetivo de desenvolver respostas profissionais para enfrentar os problemas sociais, tendo em conta a nova relação entre o público e o privado (amador, 1996).
No entanto, para realizar a intervenção profissional, seja em ambiente hospitalar ou em qualquer outro espaço profissional, os assistentes sociais utilizam ferramentas necessárias e fundamentais porque caracterizam a identidade da profissão, como o seu comportamento, valores, princípios, posições, projetos profissionais e muito mais. Segundo CAVALLI (2012, p.4), as ferramentas do assistente social são construídas diariamente de forma competente e crítica, pois:
“[...] os objetivos da profissão são construídos e reconstruídos no cotidiano profissional, por meio da visão profissional da realidade e sua capacidade de decifrar a realidade e identificar criticamente as situações que surgem Exigir. Esta construção depende da finalidade do trabalho do profissional, ou seja, da direção social implícita na sua intervenção.
Portanto, para os serviços sociais, a instrumentalidade é adequadamente dirigida a investigação sobre a realidade social, a sua concretude e complexidade, requer meios técnicos, destacando-se especialmente as dimensões técnico-operacionais, teórico-metodológicas e político-éticas. A dimensão ética é específica da identidade profissional, assim como as dimensões técnico-operacionais e de abordagem teórico-profissional, tendo o poder, a ação e o conhecimento como mediadores da prática profissional e expressão da prática humana. Segundo CHAUI (2000), a ética profissional surge da vários aspectos que são cruciais em todo o campo da saúde, particularmente na ética do cuidado, na ética da proteção social e na ética militante.
Conforme MARTINELLI (2007, p.23), o assistente social exerce a profissão atuando com pessoas em situação o assistente social atua com pessoas em condição de vulnerabilidade e apenas um olhar, um gesto, uma palavra, um sorriso, um ombro para acolhimento e uma escuta atentam são capazes de fortalecer a humanidade. No que diz respeito aos instrumentos de trabalho utilizados pelos assistentes sociais especificamente em ambiente hospitalar, estabelece a relevância de alguns que permitem ao assistente realizar um atendimento exatidão teórica, humanizado e ético, além de contextualizar seu trabalho de acordo com as demandas apresentadas em seu cotidiano.
Dessa forma, pode-se constatar que a escuta qualificada é uma ferramenta importante, pois permite ao profissional compreender verdadeiramente a realidade social do paciente e/ou família e encontrar soluções diante das inúmeras situações que surgem no cotidiano. Além das visitas ao leito hospitalar e da proximidade e observação, constatamos a necessidade de uma leitura crítico-reflexiva deste paciente que apresentava inúmeros dilemas envolvendo questões familiares, sociais e culturais. 
É importante ressaltar que o assistente social tem tarefas adicionais após a enfermagem e o acolhimento e acompanhamento social, pois isso, além de mostrar que o profissional é qualificado, também ajuda a fazer com que o paciente se sinta bem-vindo e confortável durante sua permanência no hospital, além de que o hospital precisa oferecer atendimento humanizado com capacidade de construir relacionamentos entre pacientes e/ou familiares e equipe profissional.
A fala do profissional deve ser clara, técnica e objetiva, pois o profissional depende de sua aptidão para promover e/ou fortalecer uma interação entre ele e o paciente, o uso da linguagem gestual e verbal é de grande importância, pois compactua para a comunicação eficiente com aqueles que se relaciona. Se a linguagem é um meio para um determinado grupo social criar identidade social, então as profissões que utilizam a linguagem como principal recurso de trabalho não são exceção.(Souza, 2008)
Segundo Mioto e Lima (2009) as ações dos profissionais da área de assistência social são simplesmente relacionadas ao uso da linguagem. Dessa forma, o relatório social do paciente permite registrar as condições sociais e deixar o assistente social em uma situação de ser mediador de conflitos existentes entre família, paciente, profissionais da instituição ou acompanhantes, pois, todas essas situações favorece a garantia de acesso dos usuários a determinados serviços sociais, dentre eles aqueles que são fundamentais no que tange a igualdade social. Silva (2011) diz que os diretos sociais são:
[...] prestações positivas proporcionadas pelo Estado direta ou indiretamente, enunciadas nas normas constitucionais, que possibilitam melhores condições de vida aos mais fracos, direitos que tendem a realizar a igualização das situações sociais desiguais. São, portanto, direitos que se ligam ao direito de igualdade. Valem como pressupostos do gozo dos direitos individuais na medida em que cria condições materiais mais propícias ao aferimento da igualdade real, o que, por sua vez, proporciona condição mais compatível com o exercício efetivo da liberdade. (SILVA, 2001, p. 285).
No entanto, não é viável classificar um instrumento de trabalho como o mais relevante, pois, a competência de compreensão a realidade social em sua totalidade buscando eficácia, justiça e responsabilidade na intervenção instrumental do assistente social.
ATuação profissional do assistente social diante das exigências hospitalares
A intervenção profissional dos assistentes sociais reforça o seu significado. A sociabilidade consiste na sua relação com práticas sociais mais amplas, particularmente aquelas destinadas a responder a situações de violação de direitos que afetam as condições de vida da população em geral, especialmente as camadas mais pobres da sociedade. Entre as áreas da sociedade onde ocorrem violações de direitos, a saúde é a que mais se destaca, devido à sua instabilidade, que afeta não só a saúde, mas também o direito à vida, a dignidade humana, a igualdade e a discriminação da maioria da população. Porém os assistentes sociais têm amplas qualificações para intervir nesta situação porque, segundo COSTA (2000), a intervenção dos assistentes sociais na área da saúde é mediada pelo reconhecimento social da profissão e por um conjunto de necessidades que são definidas e redefinidas regulamentadas sob condições históricas para o desenvolvimento da saúde pública no Brasil.
No contexto da saúde o assistente social tem função de assegurar a integralidade e o cumprimento das ações previstas na Lei Orgânica de Saúde (LOAS), Lei nº 8.080/90 de 19 de Setembro de 1990 que cita as condições para promoção, proteção e melhora da saúde, funcionamento e organização dos serviços correspondente. Além disso, suas atividades são orientadas pelo Código de Ética do Serviço Social de 1993 e pela Lei de Regulamentação das Profissão (Lei nº 8.662/93), que envolve o reconhecimento da liberdade como valor moral fundamental e suas exigências políticas inerentes, tais como como autonomia, Sociedade, Emancipação e pleno desenvolvimento do indivíduo; posicionamento a favor da equidade e da justiça social, garantindo o acesso universal a bens e serviços relacionados com programas e políticas sociais e administração democrática (CFESS, 1993). Portanto, as opções de atuação dos assistentes sociais são muitas e, desde que sigam os princípios e diretrizes do código de ética profissional, podem alcançar uma prática inovadora e diversificada e afastar-se do conservadorismo.
Na perspectiva da ruptura entre a práticado serviço social e o conservadorismo Vasconcelos (2001) afirma que os assistentes sociais assumem novos posicionamentos em suas ações, como a participação nos processos de gestão em saúde, a atuação nos comitês de saúde, a formulação, o planejamento, o monitoramento e a avaliação de políticas. Além de demonstrarem que a sua atuação se insere num espaço de participação e igualdade social e de exercício de reivindicações coletivas, afastam-se de aspetos excludentes, nomeadamente obrigações, triagem, encaminhamentos, concessão de benefícios e orientação previdenciária. Iamamoto (2001) apontou ao analisar esse problema:
(...) um dos maiores desafios que o assistente social vive no presente é desenvolver sua capacidade de decifrar a realidade e construir propostas de trabalho criativas e capazes de preservar e efetivar direitos, a partir de demandas emergentes no cotidiano. Enfim, ser um Profissional propositivo e não só executivo”. (2001p20).
De acordo com CFESS (2010, p.39) “[...]alguns conceitos são fundamentais para a ação dos assistentes sociais na saúde como a concepção de saúde, a integralidade, a intersetorialidade, a participação social e a interdisciplinaridade”. Portanto, devem combinar as necessidades dos projetos profissionais com os projetos sociais onde o cotidiano exigirá que os assistentes do serviço social tomem medidas para atender às necessidades decorrentes principalmente das contradições de uma sociedade capitalista.
As ações profissionais do assistente social no campo da saúde, assim como em outros, não ocorrem de forma isolada, mas se articulam em eixos/ processos à medida que se diferenciam ou se aproximam entre si, e particularmente na saúde integram o processo coletivo do trabalho em saúde. [...] estas estão pautadas na lógica do Direito e da Cidadania, mais, ainda, na lógica do direito a ter direitos, o que, na área da saúde, reflete uma visão de cidadania estratégica, baseada na organização em torno das necessidades de saúde, que, no caso, não estão reduzidas unicamente à atenção médica – paradigma que dominou muito tempo o setor (MIOTO; NOGUEIRA, 2009, p.282).
Desse modo, em cada ação profissional são mobilizados conhecimentos, saberes e práticas mediante uma ampla cadeia de demandas. Dentre as principais necessidades que existem no cotidiano dos assistentes sociais em ambiente hospitalar, é importante destacar que eles proporcionam a oportunidade de marcar consultas e exames, fazer solicitações de internação, alta e transferência, e ouvir as reclamações dos pacientes que estão por vezes desempregados e em condições desfavoráveis de estabilidade, habitação, violência doméstica e abandono. Ressalta-se que alguns requisitos fogem à competência do profissional, como a alta, que cabe ao médico e não ao assistente social. Contudo, ao se engajarem em ações de educação social, mobilização, participação, controle social, investigação, planejamento, gestão, consulta e credenciamento, o objetivo dos assistentes sociais profissionais é atender às necessidades de cuidado dos pacientes e/ou familiares. Acompanhar como acompanhante, além de fornecer orientações necessárias sobre serviços e benefícios aos quais está adequado.
Os assistentes sociais mencionam com maior frequência as atividades sociais e educativas porque, transpõem o caráter emergencial e burocrático e definem rumos socioeducativos ao refletir sobre as condições sócio-históricas enfrentadas pelos pacientes e mobilizar a participação na luta pela salvaguarda do direito à saúde (CFESS, 2008). Como apontou Mioto (2009), a implementação destas ações requer dois processos, nomeadamente o processo de reflexão e o processo de socialização da informação. Essas ações também conhecidas como educação em saúde, incluem orientação reflexiva e socialização de informações para pacientes e seus familiares por meio de métodos individuais, grupais ou coletivos. Devem ter uma intencionalidade emancipatória na construção de uma nova cultura e enfatizar a participação dos pacientes no conhecimento crítico da sua própria realidade, permitindo-lhes desenvolver estratégias coletivas, ou seja, através da reflexão, os pacientes desenvolvem uma compreensão crítica de si mesmos e da realidade social e agem de forma transformadora.
No que diz respeito às ações de mobilização, participação e controle social, o principal objetivo dessas ações é integrar pacientes e familiares em espaços democráticos de controle social e desenvolver estratégias que incentivem a participação e a defesa de direitos. A avaliação socioeconómica dos pacientes pretende ser um meio de mobilizar os pacientes para resguardar os seus direitos, e não uma ferramenta que impede o acesso aos serviços. Por outras palavras, a avaliação socioeconômica não deve servir como critério de elegibilidade e/ou seleção estrutural. Vale ressaltar que o controle social envolve cidadania, consciência crítica, pensamento político, republicanismo, democracia, Constituição Federal (Brasil, 1988), recursos públicos e exercício de leis primárias. Como já enfatizado, nessas ações a população estará envolvida na formulação e controle de políticas de saúde pública.
Em relação às ações de investigação, planejamento e gestão, o foco é fortalecer a gestão democrática e participativa, capaz de fazer recomendações em equipe e entre setores, promovendo e fortalecendo uma gestão que beneficie usuários e trabalhadores de saúde, resguardando os direitos sociais. Para os assistentes sociais, o planeamento é uma ferramenta de gestão que proporciona sensibilidade ao longo do tempo para identificar ações necessárias face a estrangulamentos e desafios institucionais que devem ser superados em favor de uma intervenção de alta qualidade. As Ações de Consultoria, Qualificação e Formação Profissional são atividades de qualificação profissional que incluem a formação, preparação e formação de recursos humanos destinadas para educação continuada de funcionários, representantes comunitários, chefes Intermediários e consultores.
O atendimento individual ou em grupo é um ato de transmissão em linha reta entre assistentes sociais, pacientes, familiares e/ou acompanhantes entre si e pela instituição. Tal atuação é fundamental, pois deve ser respeitada a vontade dos familiares e/ou acompanhantes que procuram o serviço social para obter orientação e facilitar seu acesso às políticas sociais e aos serviços públicos, bem como para cumprir e atender às prioridades a serem alcançadas no âmbito do hospital. Assim, as instituições “interferem na definição dos papéis e funções que constituem o trabalho diário institucional”. Porque “a instituição não é um condicionante a mais do trabalho do assistente social. Ela organiza os processos de trabalho do qual ele participa” (IAMAMOTO, 2009, p. 63).
Enfatiza-se que o desafio para os assistentes sociais profissionais não é guiar-se pela psicoterapia de pacientes e famílias, mas fortalecer uma orientação social para expandir o acesso aos direitos sociais para indivíduos e comunidades. É importante enfatizar, como já foi referido, alguns campos profissionais têm-se dedicado à terapia familiar e individual, insistindo que o campo terapêutico é uma extensão do espaço profissional do assistente social, posicionando-o como serviço social clínico. Esta abordagem foi anunciada como uma redefinição do trabalho social e foi apoiada por uma “visão holística da humanidade”, uma vez que estas ações estão fora da competência dos assistentes sociais e não estão previstas na legislação profissional, seja referente ao ensino de graduação, nas diretrizes curriculares aprovadas pelo MEC, ou nas leis que regulamentam a profissão (IAMAMOTO, 2002).
Portanto, no ambiente hospitalar, os serviços sociais posicionam-se como receptores e acolhe com satisfação todas as solicitações que chegam a outros departamentos, um desafio recorrente e enorme, pois, em última análise, procura respostas para questões que estão além das suas capacidades e competências, mas necessárias porque a instituição não consegue navegar sozinhana sua vasta burocracia dos serviços ligados à rede. Nesse sentido, Vasconcelos (2011) afirma:
As demandas manifestadas pelos usuários por inserção na rotina são consideradas demandas individuais/particulares de usuários que, por diferentes motivos, não conseguem inserção na rotina institucional. Assim, os assistentes sociais negam o caráter coletivo dessas demandas, que são coletivas não só porque vivenciadas por todos, mas, também porque só coletivamente poderão ser enfrentadas tendo em conta os interesses e necessidades dos trabalhadores. Da mesma forma é negado o caráter institucional dessa demanda, ou seja, também não são reconhecidas como demandas da própria unidade de saúde.
Observa-se como ação sendo um dos espações e ferramentas para estabelecer a comunicação entre instituição e usuários é conhecido como a “ouvidoria”. A Ouvidoria do Sistema Único de Saúde (SUS) é um canal de comunicação entre os cidadãos e a administração pública de saúde, visando melhorar a qualidade dos serviços prestados. Suas responsabilidades incluem: receber solicitações, reclamações, reclamações, elogios e sugestões dos cidadãos e levá-los ao conhecimento das autoridades competentes. Acreditamos que os assistentes sociais, ao atuarem como ouvidores, devem consolidar os dados obtidos nas consultas por meio de relatórios e resumi-los à diretoria da unidade e/ou à direção da unidade, e estabelecer coordenação com a diretoria da unidade, comités e locais de saúde, a fim de realizar uma análise coletiva das necessidades e adaptar as mudanças necessárias para influenciar as operações do setor da saúde e a política de saúde. É importante ressaltar, porém, que a função de ouvidor não é exclusiva dos assistentes sociais, podendo ser desempenhada também por outros profissionais.
No entanto, observar os pacientes se descobre que eles estão sofrendo cada vez mais. A ociosidade na espera por atendimento médico, encontrada nas salas de espera dos hospitais, requer intervenção social e interdisciplinar para passar o tempo e sugerir medidas preventivas para restabelecer e controlar o processo saúde/doença. Segundo Veríssimo e Valle (2006), as salas de espera caracterizam-se como uma forma produtiva de passar o tempo livre nas instituições, transformando o tempo de espera por consultas médicas em tempo de trabalho; um espaço no qual podem desenvolver-se os processos educativos e a troca de experiências compartilhadas entre pacientes e familiares possibilitando a interação do saber popular com o dos profissionais de saúde.
Equipes multidisciplinares no serviço social: DESAFIOS E POSSIBILIDADES
Hospitais são instituições que prestam serviços de saúde onde se reúne conhecimento, experiência, tecnologia e infraestrutura diversificados. Suas necessidades e problemas exigem leitura sobre fenômenos relacionados à prática na área da saúde e apontamento de diferenças entre equipes profissionais. Nesse contexto, é importante que este trabalho seja realizado por uma equipe multidisciplinar, pois se caracteriza pela inter-relação entre diferentes intervenções e pela interação de profissionais de diversas áreas, estabelecendo mediações para esclarecimento de ações. Contudo, as equipes multidisciplinares existentes no cotidiano dos hospitais são formadas pelas seguintes categorias: medicina, enfermagem, serviço social, psicologia, nutrição, fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional e técnicos de enfermagem.
Segundo Maldonado e Canella (2009), saúde não é uma prática de um único profissional, mas interdisciplinar, na qual profissionais de diferentes áreas, representantes de diferentes ciências, devem se reunir em uma equipe de saúde com o objetivo comum de estudar as interações somáticas e psicossociais para encontrar formas adequadas de proporcionar uma prática integrada, com foco em todos os aspectos relacionados a saúde e doença. Segundo Pinho (2006), quando falamos em trabalho em equipe, existem diversas definições, porém, existem alguns pontos em comum que são a base da formação de equipes, são eles: desempenho coletivo, responsabilidade coletiva, tomada de decisão coletiva, uso de habilidades e completa conhecimento. Segundo Peduzzi (2001):
O trabalho em equipe ocorre no contexto das situações objetivas de trabalho, tal como encontradas na atualidade, nas quais se mantêm relações hierárquicas entre médicos e não médicos e diferentes graus de subordinação, ao lado da flexibilidade da divisão de trabalho e da autonomia técnica com interdependência. (p.6)
Dentre as diferentes áreas de atuação dos assistentes sociais, destaca-se a área de saúde. Costa (2000) argumenta que o contexto de trabalho do profissional é a exigência de expressar tensões entre as ações tradicionais de saúde. Para alcançar uma atuação competente e crítica, o serviço social na área da saúde utiliza o documento “Parâmetros de atuação dos assistentes sociais na área da saúde” bem como o projeto ético político da profissão. Da mesma forma, o Código de Ética dos Serviços Sociais afirma que os assistentes sociais devem esforçar-se e encorajar práticas interdisciplinares, uma vez que estas são fundamentais para uma prática eficaz, uma vez que procuram interpretar as particularidades dos problemas sociais a partir de uma perspectiva holística, sem perder as nuances da vida dos sujeitos sociais (CFESS, 2012). Ressalta-se que os assistentes sociais das equipes multidisciplinares são profissionais que, além de ajudar a equipe a decifrar diversos aspectos da esfera social, também são responsáveis ​​por identificar as necessidades e as condições sociais em que o paciente se encontra, a fim de tentar atender às necessidades e desejos do paciente e prestar atenção adequada a partir de uma perspectiva holística, indo além do diagnóstico clínico. 
É claro que a assistente social está preocupada em avançar nesta direção que significa cooperar com outras áreas de conhecimento, porque entendem que as condições sociais também devem ser levadas em consideração pelos demais profissionais de saúde para possibilitar o trabalho em equipe interdisciplinar. Portanto, um profissional da assistência social implementa a sua intervenção na área das relações sociais, e para uma prática eficaz deve procurar uma visão ampla proporcionada por uma leitura crítica da realidade. Para abordar adequadamente esta realidade complexa, é necessário superar a disciplina e avançar para a prática interdisciplinar, pois, segundo Vasconcelos (2012), é difícil para um único profissional lidar com todos os aspectos de uma realidade tão complexa que no cuidado integrado, isso leva ao recurso ao trabalho multidisciplinar. A interdisciplinaridade aproximará a equipe ao permitir que os profissionais tomem conhecimento das atividades específicas do serviço social, ao impedir que o assistente social execute atividades que não são de sua responsabilidade e ao permitir que os profissionais da equipe reconheçam o desempenho laboral do assistente social. 
Segundo Angerami-Camon (2000), a equipe que é interdisciplinar trabalha para que todos os profissionais atuem de maneira uniforme e em equipe, ou seja, os membros da equipe cooperam entre si em busca de melhor qualidade de vida aos pacientes. Portanto, deve-se construir uma relação entre os profissionais em que o paciente seja percebido de forma holística, incluindo um cuidado humanizado. Dessa forma, a atenção está voltada para as necessidades do paciente e a equipe se esforça para atender às necessidades pensando no bem-estar do paciente.
Enfatiza a importância que todo profissional tem devido conhecimento teórico e prático das suas competências e responsabilidades inerentes à sua categoria profissional. Contudo, desconhecem-se as reais competências do assistente social no âmbito do trabalho profissional junto de uma equipe de saúde, que deve definir claramente os objetivos e as responsabilidades particulares do especialista em assistência social, respaldadas e legitimadas pelo Código de Ética da profissão (AMADOR, 2009). O artigo 2.º do Código de Ética do ServiçoSocial estabelece que os assistentes sociais têm ampla autonomia no exercício da sua profissão e não estão obrigados a prestar serviços profissionais incompatíveis com as suas atribuições, cargo ou funções.
Art. 2º Constituem direitos do/a assistente social: a- garantia e defesa de suas atribuições e prerrogativas, estabelecidas na Lei de Regulamentação da Profissão e dos princípios firmados neste Código; b- livre exercício das atividades inerentes à Profissão.(Código de Ética do/a Assistente Social 1990/93).
Mas o objetivo de evitar distorções de pontos de vista deve ser mantido, resultando em sentimentos românticos ou residuais sobre a performance, focando apenas na escuta e na redução da tensão (CFESS, 2009, p. 26). Segundo Iamamoto (2002) é preciso desmentir a ideia de que, ao realizar ações coordenadas, as equipes criam uma identidade entre os participantes que leva a uma diluição da sua especificidade profissional. 
Enfatiza-se a relevância do diálogo, que facilitará aos assistentes sociais que trabalhe com profissionais dedicados às suas habilidades e responsabilidades Além de levar a uma melhor compreensão do serviço social, este diálogo pode mudar o caráter da equipe de multidisciplinar para interdisciplinar. Segundo Cavalcante (2011), a complexidade dos problemas sociais com os quais os profissionais lidam diariamente exige diálogo, colaboração e constitui a possibilidade de trabalho em equipe em aliança com outras áreas do conhecimento, a partir de uma visão mais ampla sobre o acesso efetivo à informação, direitos, como a cidadania, e não apenas o direito de realizar os serviços prestados. É este diálogo que se faz necessário para que os assistentes sociais possam ganhar autonomia profissional e cumprir as suas responsabilidades.
A inserção do serviço social e sua relação com a equipe é atribuída ao lado positivo, o assistente social tem a vantagem teórica de poder identificar dilemas assistenciais e, além de auxiliar a equipe nos aspectos administrativos e familiares, também auxilia na resolução de problemas relacionados à legislação e à proteção dos direitos dos pacientes dentro do hospital. Os pacientes e as suas famílias muitas vezes não compreendem os seus direitos como pacientes e cidadãos, especialmente os direitos de autonomia, dos idosos, das crianças e dos deficientes.
A equipe multidisciplinar organiza reuniões, palestras, oficinas e atendimentos para familiares e acompanhantes, informando-os sobre o estado clínico do paciente e orientando sobre os serviços que a instituição deve prestar, sob responsabilidade de um assistente social. Acompanhando a família, principalmente o paciente, durante toda a sua internação, o foco está na tomada de ações necessárias, o que os diferencia dos demais profissionais da área. Para além dessas ações, a integração da equipe com o paciente e o toque humano do cuidado tecem uma teia de confiança e solidariedade entre as pessoas.
Desta forma, os fluxos de trabalho podem ser reorganizados e os serviços e redes médicas podem ser melhorados. Campos (1995) reforçou a premissa de que a saúde é um tema de preocupação para muitos profissionais, afirmando que a abordagem em equipe deve ser comum a todos os cuidados de saúde. Isso porque o principal aspecto positivo do trabalho em equipes interdisciplinares é a possibilidade de colaboração entre diferentes profissões que representam diferentes conhecimentos e qualificações.
CONCLUSÃO
	Através desta pesquisa, podemos aprender mais sobre o papel dos assistentes sociais na saúde, especialmente em ambientes hospitalares. Adjacente a este estudo, foram também alcançados os objetivos do estudo, nomeadamente compreender o contributo que os profissionais assistentes sociais dão para a área de acordo com as suas competências e responsabilidades, apresentar as atividades desenvolvidas em resposta às exigências das instituições e pontos relacionados aos muitos aspectos do campo.
	Não distinto dos diversos espaços sócio ocupacionais de atuação do assistente social, no contexto hospitalar, o serviço social realiza diversas atividades que promovem o progresso social e ajudam a ampliar a compreensão dos indivíduos sobre seus direitos e responsabilidades.
	A prática reflexiva dos assistentes sociais está melhorando a cada dia, como os problemas sociais se apresentam em todos os seus aspectos, é preciso evolução para atender às necessidades que surgem na contemporaneidade. Vale ressaltar que essa atuação oferece à profissão as seguintes conquistas: abrir diferentes campos de atuação, reconhecer o caráter crítico e investigativo da profissão, elucidar a aquisição de informações para defesa dos direitos sociais e ampliar a teoria e a prática da classe, bem como outros profissionais e gestores de políticas de saúde na área.
	Quanto às ferramentas técnicas utilizadas pelos profissionais assistentes sociais em ambiente hospitalar, pode-se determinar a sua relevância porque são essenciais e fundamentais, pois retratam a identidade da profissão, como suas ações, valores, princípios, postura política, projetos profissionais, etc . Por se basear na realidade social e na sua concretude e complexidade, são necessários meios técnicos, sendo enfatizadas as operações técnicas, os métodos teóricos e as dimensões éticas e políticas.
	Relaciona-se com ações realizadas por assistentes sociais dentro do âmbito hospitalar, entende-se que esses espaços estão inseridos nos espaços de participação e igualdade social, bem como aspectos que estão longe de ser exclusivos no exercício das reivindicações coletivas. Dessa forma, em toda ação profissional são mobilizados saberes, conhecimento e práticas por meio de uma ampla cadeia de demandas.
	Assim, o surgimento de uma relação de trabalho do assistente sócia e equipes multidisciplinares surge com base nas necessidades entre diferentes formas de intervenção e interação de profissionais de diversas áreas, estabelecendo mediação para esclarecimento de ações. A saúde não é responsabilidade apenas de um único profissional, mas uma prática interdisciplinar na qual representantes de diferentes ciências devem se unir com o objetivo comum de estudar as interações somáticas e psicossociais e encontrar métodos adequados que permitam uma prática integradora.
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