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SEMIOLOGIA DE GRANDES ANIMAIS-convertido

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SEMIOLOGIA DE GRANDES ANIMAIS 
 
 
Fichas clínicas 
Adote uma ficha clínica e atente para a sequência, a objetividade e a clareza das suas anotações. Conhecimentos de termos 
técnicos e dos métodos de exploração clínica são fundamentais. 
Exceto em casos emergenciais (sangramentos, contusões, asfixia) o exame clínico deverá ser realizado na sequência da ficha 
clínica adotada. 
Exame Clínico: é a reunião das informações necessárias para o estabelecimento preciso do diagnóstico do animal. 
Métodos de Exploração Clínica 
Direto: sem o uso de equipamentos 
Indiretos: com o uso de equipamentos 
 
Partes do exame clínico: 
Identificação ou Resenha: é o registro das características do animal e a sua procedência (espécie, raça, sexo, idade, 
proprietário). 
Anamnese: é o levantamento do histórico do caso e de outras informações fornecidas pelo proprietário ou tratador. 
Deve fornecer ao clínico os antecedentes da doença. Queixa, história médica pregressa, condição ambiental e de manejo, 
histórico do rebanho. 
Informações sobre: Sistema digestório, Sistema Cardiorrespiratório, Sistema geniturinário, Sistema nervoso, Sistema Locomotor, 
Pele e anexos. 
_Qual a queixa principal? 
_Como e quando começou o problema? 
_Como evoluiu? Onde se manifestou? 
_A anormalidade ou a doença coincidiu com alguma alteração da rotina do animal? 
_O animal já demonstrou problema semelhante em alguma fase da sua vida? 
_Outros animais ( se for o caso) também apresentam o sintoma? 
_Foi realizado algum tratamento? Teve alteração no quadro após o tratamento? 
Exame físico: é a coleta de sinais clínicos por meio dos meios de exploração clínica. Incluíndo o estado geral do animal, funções 
vitais (FR, FC, T, MR, MC) exame de mucosas, linfonodos, e todos os sistemas do corpo do animal. 
Geral: observações importantes que já poderão nos fornecer excelentes informações. 
Especial: avaliação dos diversos sistemas. 
Exames complementares: Exames laboratoriais (Hematológicos, bioquímicos, microbiológicos) radiográficos, endoscópicos, 
cirurgias exploratórias, os quais muitas vezes são imprescindíveis para o diagnóstico definitivo. 
 
Exame Físico Geral 
• O exame físico geral permite avaliar e monitorar o estado atual de saúde do paciente; 
• Muitas vezes a queixa principal não apresenta relação direta como o sistema primariamente comprometido; 
• Desta forma o exame físico constitui um passo decisivo para a realização do exame físico específico. 
 
Inspeção do Animal 
 
• Nível de Consciência: alerta; diminuído; 
aumentado. 
“Importante levar em consideração o comportamento 
de cada categoria da espécie e raça.” 
• Postura e Locomoção: normal; anormal. 
• Comportamento: avalia a resposta do animal aos 
estímulos do meio (apático, adequado, excitabilidade 
aumentada). 
• Condição física e corporal: obeso; normal; magro; 
caquético. 
• Pele e anexos: pelos limpos; eriçados; ecto e 
endoparasitas. 
• Forma Abdominal: normal; anormal. 
• Características Respiratórias: eupneia; taquipnéia; dispneia; secreção nasal. 
• Outros: apetite; sede; defecação; secreções; micção. 
 
 
 
 
Avaliação da desidratação (elasticidade de pele (turgor cutâneo), TPC, enolftalmia, exames laboratoriais). 
 
Mucosas Visíveis: oculopalpebral; nasal; vulvar; prepucial; anal. “Sempre avaliar mais que uma”. 
 
A Inspeção pode ser direta (olho do observador) ou indireta: Realizada por meio de instrumentos: espéculos, oftalmoscópios, 
laringoscópio, otoscópio, radiografias, ultra-sonografia, registros gráficos. 
 
 
Palpação 
Deve ser feita com: 
• Mão espalmada ou parte ventral dos dedos; 
• Usando-se o polegar e o indicador; 
• Com o dorso da mão para temperatura. 
Palpação direta: com as mãos 
Palpação indireta: Realizada por meio de instrumentos: bastão, pinça de casco, sonda 
pescadora. Geralmente com o objetivo de avaliar sensibilidade. 
 
Auscultação 
• Ruídos Respiratórios; 
• Bulhas Cardíacas (normal ou alterações); 
• Sopros; 
• Sons do sistema digestório (descargas ruminais e do ceco). 
 
Auscultação Cardíaca 
Frequência cardíaca e Pulso 
Taquicardia: aumento da frequência cardíaca 
Bradicardia: redução da frequência cardíaca 
Pulso: detectado pela palpação de uma artéria periférica. Geralmente corresponde à frequência cardíaca. (Ex: artéria safena; 
artéria maxilar externa em bovinos (30 a 60 seg); artéria digital palmar e plantar em equinos). 
Obs. O desvio acentuado da FC implica uma minuciosa avaliação do sistema circulatório. 
 
A frequência cardíaca é um bom indicador da severidade do caso. 
Se inferior a 40 BPM - dor leve a moderada (obstruções, alterações não estrangulantes) 
Superior a 120 BPM: mau prognóstico 
Geralmente acima de 80 BPM sugere lesão estrangulante. 
 
 
 
 
Auscultação Respiratória 
Frequência Respiratória: observada à distância 
levando-se em consideração os movimentos 
arco-costais ou com o uso de estetoscópio. 
Taquipnéia: aumento da frequência respiratória 
Bradipnéia: redução da frequência respiratória 
Obs. O desvio acentuado da FR implica uma 
minuciosa avaliação do sistema respiratório. 
 
Termometria 
Estudo da variação térmica. Para correta aferição da temperatura o animal deve estar adequadamente contido. O termômetro 
deve se introduzido adequadamente via retal. Cuidado com os erros comuns. 
Variações normais: ciclo cicardiano, cio, ingestão de alimentos, ingestão de água, esforço físico. 
• Normometria: valores nos limites normais da espécie; 
• Hipertermia: temperatura corporal acima do normal; 
• Hipotermia: temperatura corporal abaixo do normal. 
Síndrome Febre 
Elevação da temperatura corporal acima da temperatura máxima normal. 
Indicativo de doença subjacente. É benéfica na maioria das doenças, pois 
estimula a formação de anticorpos. 
Febre é uma síndrome!! Mucosas congestas, secas, aumento da FC, FR, 
focinho seco, oligúria, depressão, polidipsia. 
“MUITO IMPORTANTE: temperatura superior a 42,5°C ocorre a perda da função celular e perda da consciência, risco de óbito”. 
 
Sistema Linfático 
É uma via acessória pelos quais os líquidos circulam para o sangue. 
Linfonodos: São gânglios com função de filtrar possíveis infecções. São muitas vezes palpáveis e nos fornecem orientação 
sobre o local onde está ocorrendo o processo infeccioso ou inflamatório. 
Devemos observar: aumento de volume; sensibilidade dolorosa; consistência e aderência. 
• Linfonodo Mandibular: lateral a faringe; tamanho de avelã a noz; drena a metade inferior da cabeça; se estiver normal não é 
palpável. 
• Linfonodo Paratídeo: abaixo da articulação mandibular; drenam parte superior da cabeça. 
• Linfonodo Retrofaríngeo: caudo dorsal à faringe; não são palpáveis; drenam linfa da parte inferior cabeça. 
• Linfonodo Cervical: situados mais altos e cranial a articulação do ombro; espessura de um dedo; orelha, pescoço, peito, 
escápula. 
 
Avaliação dos linfonodos internos na espécie bovina 
 
 
 
 
 
 
 
7. Ilíaco interno 
8. Isquiático 
 
Percussão: 
 
Tipos de sons: 
Timpânico: som grave - quando se percute áreas repletas de ar ou gás e cujo órgão esteja distendido. Ex: órgãos ocos 
Hipersonoro: é observado em casos de pneumotórax e fase inicial de timpanismo gasoso. 
Claro: som intermediário - quando a resposta atinge uma área com ar no seu interior. Ex: pulmão 
Submaciço: sobrepondo uma área compacta. 
Maciço: som agudo - percussão no limite entre vísceras maciças e ar. Ex: musculatura 
 
Percussão direta: com as pontas dos dedos, com a articulação interfalangeana do dedo Médio (dígito digital). 
Punho fechado (grandes animais). 
Percussão indireta: Realizada por meio de instrumentos: martelo percussor ou com o martelo e o plexímetro. 
A finalidade da percussão é a localização topográfica ou avaliação da alteração do som 
 
Olfação 
Método de exploração clínica que se baseia na exploração pelo olfato do clínico, empregado no exame das transpirações 
cutâneas,do ar expirado e das excreções. É de menor interesse que os outros meios já citados, porém, em certos casos, pode 
ser de grande ajuda no encaminhamento do diagnóstico. 
 
Sintoma: é todo fenômeno anormal pelo qual a doença se revela ( sentida pelo paciente). Ex: dor, náusea, dormência 
Sinal clínico: É uma alteração objetiva que pode ser notada pelos métodos exploratórios. Ex: sopro cardíaco leva o clínico a 
pensar em uma insuficiência cardíaca, edema, cianose, claudicação. 
Síndrome: é o conjunto de sintomas que se repetem de maneira simultânea em várias enfermidades e que podem não 
caracterizar nenhuma delas. Ex: Febre (gastroenterite, febre aftosa, pneumonia). 
Diagnóstico: é a identificação e constatação da doença. 
Prognóstico: é a estimativa da evolução da enfermidade. Sequelas, incapacitações, morte. Pode ser bom, reservado ou 
desfavorável. 
 
SEMIOLOGIA DO SISTEMA LOCOMOTOR DE GRANDES ANIMAIS 
 
EQUINOS 
Os membros dos equinos formam um conjunto perfeitamente harmônico, com participação ativa de cada componente. O 
esqueleto se constitui no arcabouço de todo o organismo do cavalo, 
sendo o alicerce para o sistema de alavanca que as articulações 
exercem. Os músculos atuam como transmissores da cinética do 
movimento aos tendões, possibilitando a movimentação de todas as 
estruturas que formam e mantêm a estabilidade da articulação. 
São duas as principais funções corporais do OSSO: a primeira, a 
formação do esqueleto, que atua como suporte mecânico, protegendo 
os órgãos vitais, atribuindo formato aos tecidos moles, possibilitando o 
movimento dos músculos e a locomoção dos equinos; a segunda 
função dos ossos no organismo está relacionada com a importância na 
homeostase do cálcio. 
As ARTICULAÇÕES realizam a união de um ou mais ossos; os músculos esqueléticos se inserem por meio de seus tendões 
nos ossos, os quais atuam como alavancas em movimento. Essa união pode ser (1) móvel, (2) pouco móvel ou (3) imóvel. 
Os TENDÕES e os LIGAMENTOS localizados na região distal dos membros dos equinos têm notória importância anatômica, 
funcional, clínica e patológica. 
Os MÚSCULOS atuam ativamente na locomoção, no movimento dos membros, na postura e na estabilidade articular. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EXAME PARA DIAGNÓSTICO DE CLAUDICAÇÃO 
Claudicação é o sinal clínico de um distúrbio estrutural ou funcional que se manifesta em um ou mais membros, geralmente 
durante a locomoção. A claudicação na espécie equina é um assunto de grande importância, tanto do ponto de vista médico 
como financeiro. Em equinos atletas, as enfermidades osteo muscula res são a principal causa de diminuição de desempenho e 
de interrupção precoce da carreira, resultando em perdas econômicas significativas na criação. 
As principais causas de enfermidades ortopédicas que levam à claudicação são trauma, excesso de exercício, anomalia 
congênita ou adquirida, infecção, distúrbio metabólico, alteração circulatória ou nervosa ou, ainda, a combinação dessas. 
IDENTIFICAÇÃO E ANAMNESE 
A identificação do animal é realizada ao verificar as características ou a aparência externa, utilizando aspectos como raça, idade, 
sexo, nome do proprietário e procedência. 
Inicialmente, deve-se, em poucas palavras, registrar a queixa principal que levou o proprietário a procurar o hospital ou o 
veterinário. Quando o proprietário perceber que o animal estava claudicando? Qual foi a duração dos sinais clínicos? A 
claudicação teve aparecimento súbito ou gradativo? Qual foi a causa da claudicação? O animal melhorou ou piorou desde o 
início da claudicação? O animal claudica mais durante o período de trabalho? Saber se o proprietário notou aumento de volume 
ou alteração na postura do animal. Se o animal foi casqueado ou ferrado recentemente. O animal tropeça frequentemente? O 
animal passou por algum tratamento? Por quanto tempo? Melhorou ou pirou após esse tratamento? 
EXAME FÍSICO 
O exame físico do paciente compreende inspeção, palpação e manipulação dos membros em repouso e em movimento, além da 
utilização de alguns instrumentos que facilitem o exame. Os principais objetivos do exame do aparelho locomotor são: 
determinar qual o membro claudicante, localizar a lesão no membro e diagnosticar a enfermidade. 
Inicialmente, realiza-se inspeção panorâmica do equino em estação, seguida de inspeção localizada dos segmentos corporais, 
fixando-se a atenção em áreas restritas. Nessa fase, é possível observar assimetrias de conformação e aprumos, deformações, 
aumentos de volume, atrofias musculares, soluções de continuidade, cicatrizes ou posturas anormais, visualizadas de frente, de 
ambos os lados e de trás. Para verificar a simetria, o membro deve ser inspecionado e comparado ao contralateral. 
Nos membros anteriores, aquele com menor casco, talão alto e atrofia da musculatura externa é geralmente o membro 
claudicante. O casco é menor em virtude da alteração crônica no aprumo; e a atrofia muscular decorre da diminuição funcional 
do membro. Nos membros posteriores, a atrofia do glúteo médio e/ou músculo grácil indica o desuso do membro. 
Na sequência, o equino será examinado em movimento, uma vez que algumas enfermidades exibem seus sinais clínicos apenas 
nesse estado. O examinador deve ser capaz de observar todos os membros em conjunto, inicialmente, e então cada um 
individualmente, para facilitar o diagnóstico de claudicação (Figura 12.22). O principal objetivo durante o exercício é identificar o 
membro ou membros envolvidos e o grau de claudicação, além de uma possível incoordenação do animal em movimento. 
Geralmente, nas claudicações de apoio do membro anterior, o animal eleva a cabeça quando apoia o membro lesado no solo, 
na tentativa de aliviar o peso aplicado sobre ele na fase de apoio e, em seguida, abaixa a cabeça quando apoia o membro 
normal. Já nas claudicações do membro posterior, a garupa do lado afetado se eleva ao apoio do membro lesado e desce ao 
apoio do membro são. Em casos de claudicação bilateral, quando a movimentação da cabeça é mínima, o equino compensa a 
dor reduzindo a fase de sustentação para ambos os membros, produzindo assim um andar geralmente arrastando a pinça do 
casco. 
GRAU DE CLAUDICAÇÃO 
 
 
 
 
 
TESTES DE FLEXÃO 
Os testes de flexão podem auxiliar na identificação do membro e/ou do local afetado. Nessa fase do exame, devem ser 
realizados movimentos passivos de flexão, a fim de exacerbar um foco de dor. Na maioria dos testes, a flexão é feita por 30 a 
60s. A força (pressão) e o tempo da flexão devem ser os mesmos em todas as articulações, para não distorcer a interpretação 
dos resultados. Os movimentos de extensão, adução e abdução também são utilizados. Após a flexão das articulações, o cavalo 
é submetido ao trote ou até mesmo ao passo. 
 
EXAME POR INSPEÇÃO E PALPAÇÃO ESPECÍFICAS 
O animal deve ser colocado em estação e deve ter os membros palpados, iniciando pela porção distal, avaliando: massa 
muscular, assimetria, tumefações, ferimentos e outros, de preferência com o animal relaxado. Além disso, deve-se avaliar a 
temperatura das articulações ao toque. 
CASCO: o casco deve ser inspecionado para assimetria, conformação, altura do talão, espaço entre os talões, anéis de 
crescimento, rachaduras do estojo córneo e drenagem de exsudato da região coronária. Realiza-se ainda, a pressão e a 
percussão aplicadas na sola e na parede do casco pela pinça de casco. 
QUARTELA: A amplitude do pulso das artérias digitais palmares e plantares laterais e mediais na quartela pode ser palpada 
principalmente em inflamações podais, como laminite. Deve-se rea li zar uma pressão leve, adequada, comparando-se sempre 
com o pulso contralateral. À inspeção e à palpação podem ser observados aumentos de volume, seguidos de aumentos 
discretos de temperatura e sensibilidade nas superfícies. 
BOLETO: A inspeção do boleto deve ser realizada visando detectar aumento de volume nas regiões dorsal e palmardessa 
estrutura. A palpação dessa articulação auxilia na avaliação do grau de dor, da existência de líquidos, fibroses ou tecidos 
calcificados no interior das cavidades sinoviais, do grau de espessamento da cápsula ar ticular e da bainha do tendão. O boleto 
é flexionado por 1 min e então o animal é submetido ao trote, com resultado positivo caso claudique. 
III METACARPO: Por sua superficialidade, a inspeção e a palpação dos planos anatômicos que integram essa região são de 
fácil exploração visual e sensitiva. A palpação é realizada inicialmente com o membro em apoio e posteriormente com o membro 
semi flexionado e elevado, 
REGIÃO DA ARTICULAÇÃO DO CARPO: Com a flexão do carpo, realiza-se mais facilmente a palpação da articulação do 
carpo e estruturas ósseas relacionadas. 
ARTICULAÇÕES UMERORRADIOULNAR E ESCAPULOUMERAL 
TARSO (JARRETE) 
ARTICULAÇÃO FEMOROTIBIOPATELAR 
REGIÕES COXAL E LOMBAR: observação da simetria das 1013 tuberosidades coxal, isquiá tica e sacral em cada lado do 
animal. Os movimentos de flexão, extensão e abdução, associados à auscultação com estetoscópio, podem auxiliar na detecção 
de crepitação. Identificação de pulso das artérias ilíacas, palpado por via retal. 
 
EXAMES COMPLEMENTARES 
Radiografias, ultrassonografias, artrocentese e avaliação do líquido sinovial, biópsias, artroscopia, termografia, cintilografia, 
bloqueios anestésicos intra-articulares. 
 
CAUSAS COMUNS DE COMPROMETIMENTO LOCOMOTOR 
FRATURA: Geralmente tem histórico de trauma, dor, crepitação, 
aumento de volume; Fraturas espontâneas suspeitar de 
envolvimento metabólico (desbalanço nutricional, neoplasia) 
TENDINITE: Comum em equinos de esporte por conta das 
constantes exigências 
ARTRITE: Dor, aumento de volume e temperatura local 
LAMINITE: atinge o sistema locomotor de equinos. Na pata afetada 
com laminite ocorre uma isquemia (diminui o suprimento de sangue) 
no interior do casco, as lâminas ficam inflamadas e podem necrosar, 
gerando muita dor. Em casos mais sérios o animal pode perder o 
estojo córneo. 
MIOSITE POR ESFORÇO 
 
BOVINOS 
Preliminarmente, as claudicações na espécie bovina devem ser definidas como um distúrbio do padrão biomecânico de 
locomoção em um ou mais membros, causado frequentemente pela ocorrência de dor. Frequentemente, a ocorrência de 
processos dolorosos em um membro induz movimentos compensatórios discretos nos outros membros e cabeça, durante o 
andamento, manifestada durante a progressão ou quando o animal permanece em posição quadrupedal; esses movimentos 
compensatórios podem auxiliar na localização da lesão. 
A utilização de bretes e de troncos para o exame do aparelho locomotor apresenta-se como uma ótima alternativa de contenção, 
pois possibilita a inspeção e a palpação sem a necessidade imediata de sedação ou anestesia. Recomendam-se os modelos de 
bretes destinados ao casqueamento de bovinos em posição quadrupedal ou em decúbito lateral. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SEMIOLOGIA DO SISTEMA DIGESTÓRIO 
 
Aparelho ou sistema digestório é o nome dado ao conjunto de órgãos responsáveis pela captação, digestão e absorção de 
substâncias nutritivas. É constituído de um tubo digestivo (boca, esôfago, estômago – pré-estômagos e abomaso, em animais 
ruminantes –, alças intestinais, reto e ânus) e de órgãos anexos (glândulas salivares, pâncreas, fígado e vesícula biliar). A maior 
cavidade corporal é a abdominal, intermediária entre a torácica e a pélvica, separada anteriormente pelo diafragma e, em 
sentido caudal, pelas estruturas que constituem a pelve. 
F. Feitosa explica que, “há diferença semiológica no significado dos termos fome e apetite, pois são duas sensações diferentes: 
o apetite é desejo do alimento e a fome por sua vez é a desagradável sensação de vazio no estômago, a necessidade 
do alimento. 
 
Alterações do Apetite 
Polifagia: aumento da ingestão de alimentos acima do normal. Ex: Diarréias, amamentação, dietas pobres. 
Anorexia: diminuição da ingestão de alimentos abaixo do normal. Ex: Lesões de mucosa, dentes, febres, dor. 
Normorexia: Apetite normal. 
Parorexia: Ingestão de substâncias estranhas à alimentação normal da espécie. 
Disfagia: É a dificuldade durante o ato de deglutição. 
Normodipsia: ingestão normal de água. 
Polidipsia: aumento da ingestão de água. 
Hipodipsia: diminuição da ingestão de água. 
IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE 
 O paciente é identificado por suas características externas, utilizando-se aspectos como idade (forte correlação com o 
desenvolvimento anatomofuncional do sistema digestório em bovinos), sexo, cor, raça, espécie (o deslocamento abomasal e a 
reticulite traumática são comumente encontrados em vacas de leite), procedência, dentre outros. 
 
ANAMNESE 
Devem ser considerados três aspectos fundamentais com relação aos transtornos digestivos: (1) o animal; (2) o ambiente; e (3) 
a alimentação. 
O animal: A primeira pergunta deve ser ‘’ Qual a queixa principal? ‘’. Deve-se perguntar se o animal apresentou o mesmo 
problema anteriormente, se foi feita alguma medicação e qual foi a resposta obtida após a sua realização. O tempo de evolução 
do processo patológico é bastante. De maneira geral, os transtornos fermentativos aparecem e se desenvolvem de modo rápido 
e assustador (acidose, timpanismo espumoso), ao passo que alguns distúrbios motores e de origem parasitária apresentam 
quadro mais longo e de intensidade branda. A disfunção digestiva é primária ou secundária a outra enfermidade? O problema 
digestivo é brando, moderado ou grave? O animal foi vermifugado recentemente? Já foi tratato? Qual o medicamento? Por 
quanto tempo foi administrado? 
O ambiente: Os animais são criados em regime extensivo de pastagem ou são confinados? Esse questionamento é 
importante, pois os animais podem apresentar problemas digestivos por diferentes causas, tais como: Suplementação 
inadequada de concentrados Fornecimento de alimentos mofados ou estragados Ingestão de sal mineral molhado ou úmido 
Ingestão de plantas tóxicas, água ou pasto contaminados por herbicidas e/ou outros produtos tóxicos. 
A alimentação: 0ual o tipo de alimentação? 0ual a relação volumoso e concentrado? Houve mudança no 
tratamento alimentar? Se sim, há quanto tempo? 0ual a quantidade que o animal se alimenta? 0ual a frequência que o animal se 
alimenta? Deve-se verificar a existência de novos trabalhadores na propriedade e a sua participação no manejo dos animais. A 
quantidade e a consistência das fezes também devem ser lembradas e proveem a evidência da quantidade e do tipo de material 
recentemente consumido. 
 
AVALIAÇÃO FÍSICA GERAL 
O exame físico geral deve incluir, sobretudo, o sistema circulatório (frequência cardíaca, qualidade do pulso arterial, pulso 
venoso patológico e tempo de preenchimento capilar), visto que a avaliação desse sistema fornece dados consistentes sobre o 
estado geral do animal. A desidratação (acentuada e rápida costuma ser visto nos casos de acidose rumenal) do animal pode 
ser evidente ao avaliar-se a elasticidade da sua pele ou pela retração do globo ocular na órbita. Frequência respitatória também 
deve ser avaliada 
Na maioria dos casos de problemas digestivos, a temperatura corporal fica dentro dos limites de normalidade. Durante a aferição 
da temperatura, deve-se observar a cauda e a porção distal dos membros pélvicos, a fim de verificar se há fezes, sangue e/ou 
muco. Fezes enegrecidas por sangue (melena) indicam hemorragia na porção proximal ou anterior do sistema digestório. 
Quando as fezes estão recobertas ou entremeadas com sangue (hematoquezia), sugerem perda de sangue na porção distal ou 
final do sistema digestório, tais como intestino grosso e reto, 
A coloração de mucosas também é um item importante, visto que vasos episclerais injetados ou ingurgitados, caracterizados por 
vasos distendidos e vermelho-escuros, podem sugerir condições gastrintestinais septicêmicas. Verifica-se palidez quandohá 
distúrbio hemorrágico do sistema digestório, ocasionado por úlceras abomasais (gástricas em equinos), parasitismo (coccidiose, 
haemonchus), dentre outras. 
 
EXAME FÍSICO ESPECÍFICO 
A avaliação do sistema digestório deve ser sempre iniciada pelo exame da cavidade bucal Na boca, operam-se três funções de 
extrema importância para a digestão: (1) apreensão; (2) mastigação; e (3) insalivação dos alimentos. A inspeção externa 
possibilitará observar se a boca está ou não adequadamente fechada, se existem lesões aparentes (tais como fístulas, feridas e 
edemas), bem como assimetria dos lábios ou da rima labial, fechamento da cavidade bucal, sialorreia, acúmulo de alimentos 
fibrosos, odor desagradável (halitose) na olfação da cavidade bucal. Invariavelmente, nos processos dolorosos que acometem a 
língua e os lábios, o emagrecimento progressivo é facilmente perceptível. Observar se há alteração de postura da cabeça à 
deglutição, 
Feita a inspeção externa, deve-se abrir a cavidade bucal para observar língua, bochechas, arcadas dentárias, gengivas e palato, 
na tentativa de constatar a existência de congestão, corpos estranhos, vesículas, úlceras e/ou de outras lesões aparentes. 
Durante a abertura, deve-se notar a resistência oferecida pelos maxilares ao procedimento. 
 
 
 
 
Para observação da faringe, muitas vezes, é necessária a utilização de um abaixador de língua em virtude do tórus lingual (em 
ruminantes). A faringe pode ser palpada externa e internamente (com a colocação de um abre-boca), observando a existência 
de aumento de sensibilidade e de corpos estranhos na região de orofaringe. 
Para a observação do esôfago realiza-se a inspeção externa do esôfago do lado esquerdo do animal. A palpação do esôfago 
pode ser feita. 
Fígado: A avaliação do fígado deve ter como base principalmente dados da anamnese, inspeção de mucosas aparentes, 
palpação e percussão da região hepática e realização de exames complementares (p. ex., provas de função hepática e biopsia). 
Alças intestinais: Por inspeção para avaliar aumentos de volume. Palpação da parede abdominal para identificar possíveis 
dores ao toque. Contudo, a palpação retal é bem mais elucidativa e oferece dados importantes, tais como quantidade e grau de 
umidade do material fecal, estreitamento, sensibilidade, torções etc. 
 
Exames complementares 
Ao término do exame físico específico, o examinador pode desejar realizar um diagnóstico diferencial ou confirmar a sua 
suspeita diagnóstica por meio de exames complementares, como: Paracentese abdominal (coleta e a avaliação do líquido 
peritoneal), laparotomia exploratória (abertura da parede abdominal e exploração), exame do líquido ruminal (o método ideal de 
coleta é feito por meio da passagem de uma sonda apropriada por via nasoesofágica ou oroesofágica, mas também pode ser 
coletado através de fístula e é feita avaliação de cor, consistência, odor, sedimentação e flutuação, pH e população 
microbiológica e outros), detector de metais, exame de fezes, provas de avaliação hepática, radiologia, ultrassonografia, exames 
de sangue, endoscopia e laparoscopia 
 
RUMINANTES 
 
Atualmente, os ruminantes domésticos têm sido alimentados com rações concentradas, tendo à disposição cada vez menos 
alimentos fibrosos de alta qualidade. Em decorrência dessa intensificação dos processos de produção, as enfermidades 
digestivas se tornaram mais frequentes e bem mais conhecidas. 
 
Fluxo do alimento pós-consumo: 
 
Boca – Esôfago - Rúmen (separação de partículas) – Boca (mastigação) 
– Esôfago – Rúmen (fermentação) – Retículo – Omaso – Abomaso 
(percurso do capim). 
 
Ração não volta a ser remastigada, pois alimentos com partículas pequenas 
permanecem na face ventral do rúmen e é fermentada. 
A ruminação inicia-se 30 a 90 min após a alimentação e demora entre 10 e 60 
min por vez; cerca de 7 h são despendidas/dia com isso. 
 
Desenvolvimento dos pré-estomagos 
Ao nascer, o bezerro já apresenta os quatro compartimentos gástricos, contudo, o compartimento ruminorreticular é pouco 
desenvolvido nessa fase, ocupando cerca de 30% do volume total dos reservatórios, ao passo que omaso e abomaso ficam com 
os 70% restantes. Nessa etapa da vida a sua alimentação se assemelha à de um animal monogástrico, já que por conta do 
sulco reticular o leite passa quase que diretamente para o abomaso, impedindo que aconteça sua degradação microbiana. 
Posteriormente esse sulco é fechado por ato reflexo estimulado pela percepção do ato de mamar do animal. 
Em um animal adulto, essas proporções são invertidas, com o rúmen e o retículo perfazendo mais de 80%. O desenvolvimento 
do rúmen, desde a fase de neonato até o seu pleno desenvolvimento, depende, quase exclusivamente, de quão cedo o animal 
manterá o seu primeiro contato com alimentos fibrosos (+/- na segunda semana de vida). Os ruminantes alimentados 
exclusivamente com leite por um longo período podem apresentar menor desenvolvimento dos pré-estômagos, caracterizado 
por: (1) capacidade física do rúmen diminuída; (2) paredes ruminais finas; e (3) mucosa e papilas ruminais com reduzido poder 
de absorção. 
 
Principais funções dos reservatórios gástricos 
Rúmen: fermentação microbiana e maceração 
Retículo: separação dos alimentos 
Omaso: absorção de água, minerais e maceração dos alimentos 
Abomaso: digestão química 
 
Exame do abdômen 
 
Rúmen: Em geral, o flanco esquerdo apresenta-se moderadamente tenso, um pouco mais distendido que o flanco do lado 
oposto. 
A palpação da parede abdominal esquerda deve ser realizada da fossa paralombar dorsal esquerda em sentido à prega lateral 
(prega do flanco) e pode ser superficial, profunda e retal. 
É importante lembrar que a auscultação do rúmen fornece informações sobre a atividade do rúmen e também dos outros 
reservatórios gástricos, tanto da sua frequência quanto da sua intensidade e se assemelha ao som de uma trovoada. 
A ausculta deve ser realizada por 2 minutos (2 a 3 contrações serão observadas). 
 
A cada 5 min os bovinos apresentam de 7 a 10 movimentos ruminais; os ovinos, de 7 a 14; e os caprinos, de 6 a 12. 
A ausência de som normal percebida na ausculta por 5 min é caracterizada como atonia ruminal. O som normal é 
subtimpânico, se o som se apresentar timpânico há quantidade de gás aumentada, se estiver maciço há quantidade aumentada 
de alimento e se estiver metálico é característico de peritonite ou deslocamento de abomaso. A combinação da percussão com a 
auscultação (percussão auscultatória), utilizando-se os dedos ou o cabo do martelo, é de grande valia para identificar acúmulo 
excessivo de gás dentro do compartimento ruminal ou em áreas vizinhas ao rúmen. Percussão do rúmen tem som subtimpânico. 
Retículo: está localizado na região medial (retro-esternal) - 5º ao 7º EIC ventral. É feita apenas a inspeção de posições do 
animal que sugerem que este órgão está comprometido. É praticamente inacessível. A reticulite traumática aguda compreende a 
inflamação do retículo por algum objeto perfurante. Para 
identificar essa alteração, faz-se o teste de rampa ou de barra, a 
manifestação de desconforto é confirmação do diagnóstico. 
Pode ocorrer também a reticúlo-peritonite traumática. 
Omaso: está localizado sob o gradil costal, praticamente 
inacessível aos métodos usuais por conta da sua localização. 
Abomaso: O abomaso em ovinos e caprinos é relativamente 
maior e mais longo que o de bovinos. O exame do abomaso 
Visa, principalmente, observar possíveis alterações no seu 
posicionamento dentro da cavidade. A palpação externa 
(ventralmente lateralizado para a direita) é eficiente apenas em 
pequenos ruminantes e em bezerros. Em bovinos adultos, 
realiza-se a sucussão ou o baloteamento (auscultação + 
palpação). A percussão é realizada e o som normal do abomaso é submaciço em virtude da existência de líquido e gases no seu 
interior. 
Intestinos: Ocupam 2/3 caudais do abdome direito; IntestinoDelgado porção ventral; Intestino Grosso porção dorsal. 
 
Palpação Retal em Bovinos 
Complementa o exame dos reservatórios gástricos. 
Palpação de órgãos da cavidade pélvica e abdominal através da parede do reto. 
 
Exames complementares 
Paracentese 
Avaliação do Líquido ruminal; 
Punção de abomaso; 
Exame de Fezes; 
Laparotomia ou Laparo-ruminotomia 
 
EQUINOS 
 
O equino é um herbívoro de ceco funcional e, para que o processo 
digestório ocorra adequadamente, um grande volume de líquido é 
movimentado no interior das alças, sendo secretado e absorvido, e qualquer alteração nesse ciclo provoca desequilíbrios 
hídricos e eletrolíticos rapidamente. 
Aspectos anatômicos: volume do estômago 8 - 15L/ incapacidade de vomitar /prolongamento do palato mole/ mesentério longo/ 
flexuras/ mucosa retal/ ceco funcional. 
A digestão do equino é dividida em pré e pós-cecal. Na pré-cecal há grande atuação de sucos digestivos produzidos pelo próprio 
cavalo com quebra de alimento em partículas nutritivas em um tamanho adequado à sua absorção, sendo rapidamente 
absorvidos. Na digestão pós-cecal, há atuação dos microrganismos da flora microbiana, que habita o intestino grosso e é 
responsável pela digestão de fibras longas da alimentação natural do cavalo, disponibilizando os nutrientes para que o cavalo 
possa absorvê-los. 
 
Considerações para contenção, identificação e anamnese do caso 
 
Estabilizar o animal 
Muitas vezes o quadro é uma urgência/emergência 
Medicamentos 
Sondagem nasogástrica 
 
Exame físico especial (digestório) 
Cavidade oral, Faringe e Esôfago (preensão dos alimentos, mastigação, deglutição) (inspeção, palpação, olfação) 
Cavidade abdominal (inspeção, palpação externa 
Percussão, Auscultação abdominal, palpação interna, sondagem nasogástrica e 
palpação retal). 
 
Dentes: Cavalos dispõem de 24 dentes decíduos (temporários), os quais podem 
ser representados pela fórmula: 2 [I 3⁄3 C 0⁄0 P 3⁄3 ] = 24. A fórmula para a dentição 
permanente em equinos adultos é: 2 [I 3⁄3 C 1⁄1 P3 ou 4⁄3 M 3⁄3 ] = 40 ou 42. sendo 
I = incisivos, C = caninos, P = pré-molares, M=molares. Na égua, os caninos 
costumam ser muito pequenos ou não irrompem, reduzindo assim o número de 
dentes para 36 ou 38. Cada dente é constituído de corpo, coroa e raiz. 
https://www.youtube.com/watch?v=kCYI7Pxr9Ss 
 
Exame do abdômen: 
 
Sinais de dor abdominal 
Retenção de mecônio 
Úlceras gástricas 
Hérnias Umbilicais 
Ruptura de bexiga 
 
Na inspeção deve-se verificar modificação do formato, distensões e contrações (peritonite) – inspecionar lateralmente, por trás e 
pela frente. 
O Estômago e o intestino delgado apresentam pouca alteração. 
O Ceco alterado formará distensão do lado direito, enquanto o cólon, do lado esquerdo – encarceramento no ligamento 
nefroesplênico. 
https://www.youtube.com/watch?v=kCYI7Pxr9Ss
*Dorsal (gases) ventral (líquido ou ingesta) 
 
A palpação da parede abdominal é importante nos casos em que há suspeita de peritonite e nesses casos o animal pode 
apresentar contratura da musculatura abdominal e responderem com dor. É importante para perceber sensibilidade, 
consistência, grau de distensão. 
A percussão do abdômen irá indicar a existência de gases ou líquidos dentro das alças ou na cavidade peritoneal. É necessário 
percutir alternadamente os dois lados do animal. (Macicez – ingesta, líquido; Timpânico – gás). 
A ausculta deve ser efetuada cuidadosamente nos quatro quadrantes abdominais (no mínimo, 30s em cada um desses pontos): 
 -ventral direito e esquerdo; 
-dorsal direito (válvula íleo cecal e ceco cólica) → Motilidade Cecal: 2 – 4 mov / minuto 
-dorsal esquerdo; 
-dorsoventralmente, em pelo menos três pontos de ausculta, avaliando intensidade e frequência (tipo e quantidade de comida/ 
tempo decorrido da última alimentação). 
Nos timpanismos intestinais, um ruído metálico ressonante é auscultado por toda a cavidade abdominal. 
Obstruções iniciais – aumento de motilidade 
Cólicas espasmódicas – aumento da motilidade, som ás vezes audível sem o estetoscópio 
Peritonites, inflamações (duodeno jejunite proximal) – diminuição ou ausência de ruídos (ileo adinâmico). 
Boca → esôfago → rúmen → esôfago →boca (mastigação) → esôfago →rúmen (fermentação) →reticulo → omaso 
→abomaso → intestino → ambiente. 
 
Anatomia: 
Lado Esquerdo 
Flanco: Cólon menor 
Cranial a região do flanco: Intestino delgado 
Ventral: Cólon maior esquerdo. 
 
Lado Direito 
Flanco dorsal e ventral: Ceco 
Cranial a região do flanco indo até a linha limite das 
costelas: Cólon maior direito 
 
Exame retal 
Ceco: Ligeiramente palpável caudalmente á direita do abdômen, a base do ceco pode ser palpada e geralmente é mole de com 
fluido e gás. 
Baço: a sua borda caudal pode ser palpada esquerda 
Rim esquerdo: Dorsal e medial ao baço. Tentar localizar o ligamento nefro esplênico 
Partes do Cólon maior: especialmente flexura pélvica pode ser palpada caudal e ventralmente ao abdômen com o seu 
conteúdo de ingesta. 
 
Sondagem naso-gástrica 
É utilizada para diagnóstico de distensões gástricas; evitar ruptura de estômago; aplicação de medicamentos (óleo mineral, 
sementes de linhaça, umidificador); avaliar o fluido: quantidade, pH, presença de sangue, medicamentos previamente utilizados 
*O refluxo contínuo pode significar obstrução intestinal. 
 
Exames complementares 
HEMOGRAMA E PPT 
VG e PPT: elevados: desidratação 
Redução de PPT pode indicar perda de líquido para o lúmem ou espaço peritoneal 
Leucograma: Leucocitose ou Leucopenia. 
BIOQUÍMICOS 
Importante para o estabelecimento de fluidoterapias 
Atividade enzimática: pouco significado 
Uréia e creatinina: função renal e estado de hidratação ( Azotemia pré-renal evolução para Insuficiência renal aguda) 
Lactato: Acidose respitatória / alcalose metabólica 
ANÁLISE DE LÍQUIDO PERITONEAL (ABDOMINOCENTESE) 
ULTRA SONOGRAFIA/ ENDOSCOPIA/ RADIOGRAFIAS/ LAPAROSCOPIA 
 
SEMIOLOGIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO 
 
O sistema respiratório é constituído anatomicamente por Narinas, coanas, seios paranasais, laringe, traquéia, brônquios, 
bronquíolos e alvéolos. O ar inalado, entra pelas duas narinas, é aquecido e umidificado pelas coanas e seios paranasais, vai à 
laringe e daí à traqueia, que o conduz para os pulmões. É capaz de desenvolver varias funções no organismo do animal. A 
principal delas, é a hematose, onde há a oxigenação sanguínea e liberação do gás carbônica. Além disso, participa do equilíbrio 
ácido-base, filtragem de êmbolos, metabolismo de substâncias como serotonina, prostaglandinas, leucotrienos e glicocorticoides 
e a fonação. 
 
Exame do sistema respiratório 
É de grande importância o diagnóstico precoce de uma afecção para a instituição de tratamento e da prevenção de novos 
episódios da doença. 
Uma das primeiras finalidades do exame clínico é saber se a manifestação clínica ocorre realmente no sistema respiratório ou se 
é reflexo de patologias que ocorrem em outros sistemas. Como por exemplo, problemas cardíacos podem exigir mecanismos de 
compensação respiratória para compensar a dificuldade de oxigenação sanguínea causada pela desordem circulatória. 
Outra grande finalidade do exame, é a localização da patologia dentro do sistema respiratório, ou seja, se está localizado nas 
vias aéreas anteriores ou posteriores, através de métodos semióticos. 
Anamnese 
Na anamnese, são realizadas perguntas no intuito de conseguir informações que deem suporte ao clínico no estabelecimento do 
diagnóstico. Enfocando o sistema respiratório, é importante que se extraia se o problema é individual ou coletivo. Doenças em 
um indivíduo pode afetar somente a ele, ou pode dar indício de acometimento do rebanho. Também é importante observar se o 
inicio do processo foi em surto ou ao longo do tempo, pois o tempo e a evolução do caso, podem está ligados com a 
patogenicidade e gravidade do caso. 
Tratamentos anteriores também devem ser explorados paraeventuais modificações no curso do tratamento. 
Normalmente afecções do sistema respiratório podem ser percebidas pelo acompanhamento de tosse, espirro, corrimento nasal, 
fadiga ao exercício, respiração rápida e superficial, dificuldade respiratória e ruídos adventícios. 
A tosse poderá estar exarcerbada principalmente durante a alimentação, o que poderá ter relação com o tupo de alimento 
utilizado, o que muitas vezes poderá ser pulverulento. Também está relacionada durante os exercícios devido à inflamações 
traqueobrônquicas. 
O corrimento nasal, fica mais evidente quando o animal abaixa a cabeça para comer devido a facilitação da drenagem pela 
gravidade. 
 
Inspeção 
A inspeção é o método semiológico em que se faz a observação do animal como um todo, e nesse caso, particularmente, do 
sistema respiratório. 
Deve-se observar o animal, preferencialmente sem tocá-lo e sem excitá-lo, pois isso poderá provocar modificações na 
frequência respiratória e até no tipo de respiração. 
Em um animal de grande porte, o examinador deve olhá-lo obliquamente, colocando-se de preferência na parte posterior ou na 
dianteira do animal, de maneira que possa observar o ponto de transição costoabdominal. 
Oscilações fisiológicas da frequência respiratória (FR). Quanto menor a idade do animal, maior será a FR, que diminui com o 
avançar da idade. Animais de grande porte e animais obesos apresentam FR menores que os de pequeno porte e magros. 
Oscilações patológicas da frequência respiratória. Caracterizadas por: 
• Taquipnéia: é o aumento da FR. Ocorre em situações de febre, dor ou diminuição da oxigenação sanguínea. 
• Bradipnéia: é a diminuição da FR. Pode ocorrer nas depressões do sistema nervoso central ou próximo à morte do animal. 
• Apnéia: é a ausência total de respiração. 
*Eupineia: respiração normal. 
A classificação da dispneia pode ser de grande auxílio na localização do processo respiratório. 
O ritmo respiratório normal é constituído por inspiração, pequena pausa, expiração, pausa maior e, em seguida, nova inspiração. 
As durações da expiração e da inspiração são muito semelhantes. 
Dispneia Inspiratória: caracteriza-se por uma fase inspiratória prolongada e trabalhosa, com atividade intercostal exagerada. 
-Obstrutiva (extratorácica): Pode ocorre obstrução das vias aéreas superiores, da cavidade nasal, laringe ou traqueia cervical. 
-Restritiva (intratorácica): decorre de problemas no parênquima pulmonar (como fibrose); na pleura 
(efusão/massa/pneumotórax) ou relacionada a respiração rápida e superficial. 
Dispneia Expiratória: caracteriza-se por fase expiratória prolongada e trabalhosa, com esforço abdominal exagerado. 
-Obstrutiva (intratorácica): Decorre de obstrução da traqueia torácica, dos brônquios ou dos bronquíolos 
Dispineia Mista: pode está relacionada a anormalidades no parênquima pulmonar: edema, pneumonia ou neoplasia/metástase. 
 
Padrão da respiração: costoabdominal ou toracoabdominal. 
-Torácico (afecção abdominal) 
-Abdominal (afecção torácica) 
A Inspeção nasal é de grande importância no exame do sistema respiratório. Deve-se observar alterações do espelho nasal. 
Na fossa nasal, deve-se verificar modificações na coloração e umidade da mucosa e procurar lesões como úlceras, erosões, 
pólipos, tumores e corpos estranhos, que podem ser vistos na inspeção direta da cavidade nasal. A mucosa nasal sadia é de cor 
rósea, úmida e não tem lesões visíveis. 
No exame das narinas deve-se atentar para o odor da respiração e para o fluxo do ar exalado. O odor pútrido da respiração está 
relacionado a lesões nas quais há destruição tecidual, tais como na laringite necrótica, em abscessos pulmonares ou na 
pneumonia por aspiração. Fluxo de ar desigual nas narinas implica em diminuição de calibre de uma delas, que pode ser 
encontrado em obstruções por corpos estranhos, tumores ou quaisquer outros problemas que provoquem estenoses no lúmen 
da narina com menor fluxo de ar. Da mesma maneira é importante sentir, com as costas das mãos, a temperatura do ar exalado. 
O aumento da temperatura, no fluxo de ar saído de uma das narinas, é indicativo de processo inflamatório na cavidade nasal 
correspondente. 
Palpação, percussão e auscultação 
Palpação e percussão da cavidade nasal e seios paranasais 
O pescoço deve ser palpado em busca de evidência de massas ou doença adjacente que possa envolver a traqueia. Na maioria 
dos animais, a traqueia pode ser palpada desde a laringe até a entrada do tórax. Em alguns animais mais obesos ou com 
musculatura mais desenvolvida, pode ser mais difícil esse reconhecimento. Normalmente, a traqueia é uma estrutura que não 
colaba e nenhuma borda evidente deve ser palpada. 
Observar a existência de reflexo da tosse (crise +) ao palpar os anéis traqueais. Os animais que apresentam receptores de tosse 
ativados podem tossir em resposta à palpação traqueal, sem que isso caracterize uma afecção específica. A indução da tosse 
pode ser útil para que o proprietário reafirme sua queixa clínica, diferenciando-a de outro sinal clínico (engasgo, ânsia de vômito, 
espirro reverso). *Equinos não vomitam. 
 
Tórax 
-Palpação (mão espalmada e dedos apoiados). O tórax deve ser palpado para detectar ferimentos, fraturas de costelas e dor 
torácica. Algumas feridas penetrantes podem ser mascaradas pela pelagem. As lesões devem ser criteriosamente examinadas e 
avaliadas quanto à extensão do envolvimento. Enfisema de subcutâneo pode ser caracterizado pela palpação de uma 
tumefação móvel e crepitante no tecido subcutâneo (semelhante a bolhas). Normalmente, é um processo indolor, que pode estar 
associado a traumatismos no trato respiratório. 
-Percussão com martelo e plexímetro em grandes animais nas áreas intercostais. Aplicam-se dois golpes seguidos, rápidos e 
firmes, retirando-se instantaneamente para não abafar o som. A percussão deve ser feita de maneira sistemática, começando na 
face crânio-dorsal do tórax e movendo-se no sentido dorsal para ventral dentro de cada espaço intercostal. A percussão também 
é um procedimento comparativo entre os dois hemitórax. 
Quando existe desequilíbrio na relação normal ar:tecidos, a percussão resulta em sons diferentes. Havendo > quantidade de ar 
em relação à quantidade de tecido, a percussão produz som mais ressonante e com duração maior do que o normal. O som 
produzido nessas condições é chamado de hipersonoro; quando o som é exageradamente ressonante, é chamado de timpânico. 
Se a relação ar:tecidos está reduzida, o som produzido à percussão do tórax é curto e seco, como se a percussão estivesse 
sendo realizada sobre um órgão sólido, como o fígado. O som assim produzido é chamado de submaciço ou maciço, 
dependendo do grau de ressonância. 
Sons percutidos: maciço, submaciço, claro, timpânico (tórax). 
Ex: área de macicez ventral – efusão; hérnia diafragmática. 
-Auscultação (muito importante!) 
Posicionamento e ambiente de repouso 
Direta e indireta (estetoscópio) 
Deve-se auscultar toda a área pulmonar (craniocaudal / dorsoventral) 
Os ruídos respiratórios podem ser mais audíveis em animais magros. Além disso, maior audibilidade de ruídos respiratórios 
normais sobre o campo pulmonar é decorrente, com mais frequência, da hiperventilação (por aumentar a velocidade de fluxo 
respiratório). Exercício físico, febre, temperatura ambiental elevada e ansiedade são algumas causas de hiperventilação. Da 
mesma maneira, a velocidade de fluxo do ar pode estar aumentada em algumas doenças pulmonares, causando aumento de 
intensidade dos sons normais. 
A diminuição na audibilidade dos ruídos respiratórios sobre o tórax (sons abafados) é comum em animais obesos. Alguns 
processos pulmonares exsudativos, efusão pleural e hérnia diafragmática proporcionam quadro semelhante. É importante 
considerar que, alguns animais normais em repouso podem apresentar ruídos respiratórios quase inaudíveis. 
Sons auscultados: 
Laringotraqueal: éprovocado pela vibração da laringe e da traqueia, sendo ouvido sobre a região da traqueia cervical. 
Traqueobrônquico: é produzido pela passagem do ar na porção final da traqueia e grandes brônquios, é ouvido no terço 
anterior do tórax. 
Broncobronquiolar: é produzido pela vibração das paredes de brônquios menores e bronquíolos. É ouvido na inspiração, nos 
dois terços posteriores do tórax. 
SONS ANORMAIS: 
Crepitações- sons de curta duração, não musicais, descontínuos em sua ocorrência. 
-Grosseiras – são altas, de curta duração, semelhante a bolhas (bolhas de ar através de secreções nas grandes vias 
respiratórias) 
-Finas – são de curta duração e menos intensos (esfregar cabelos) 
Sibilos– são sons musicais contínuos de assobio. Ar flui por vias aéreas estreitadas (paralisia de laringe; colapso de traqueia). 
Roce pleural– pleura parietal e visceral estão inflamadas e se roçam, formando um som 
* Ronco (secreção viscosa na laringe e traqueia). É um som alto e grosseiro que resulta de quantidade excessiva de palato mole 
ou massas na região faríngea. É mais comumente observado em raças caninas braquicefálicas com prolongamento de palato 
mole e em animais mais obesos. Em gatos, é um achado mais raro, muitas vezes associado a pólipos na região retrofaríngea, 
que podem ser causas de sinais vestibulares em felinos (desequilíbrio,queda, nistagmo, cabeça pendente). 
** Ruídos acessórios (tremor, TGI, ronronar dos felinos) 
O ronronar em gatos pode atrapalhar a auscultação por obscurecer os sons respiratórios. Tal processo é resultante da ativação 
dos músculos laríngeos intrínsecos. Algumas vezes, um estímulo desagradável leve (como o odor de álcool) pode fazer com que 
o gato pare de ronronar. 
Exames Complementares 
Rinoscopia: exame das fossas nasais, feito pelas narinas ou pela faringe, com auxílio de um espelho introduzido atrás do véu 
do palato. 
Broncoscopia: técnica de diagnóstico por imagem utilizada na avaliação das vias respiratórias. Permite avaliar algumas 
anormalidades, como: colapso de traqueia, estenoses, massas, lacerações, torções de lobos pulmonares, hemorragias, 
inflamações, colapso brônquico, corpos estranhos e parasitas. Para sua realização, é necessário que o paciente seja 
anestesiado. 
Radiografia/ Ultrassonografia e tomografia 
Toracocentese: realizada mantendo-se o animal em uma postura menos estressante (normalmente em decúbito lateral ou 
esternal). É realizada no 7º ou 8º espaço intercostal, sendo o local submetido à tricotomia prévia e preparado assepticamente. 
Normalmente, a aspiração de qualquer lado do tórax drena adequadamente o lado contralateral. Contudo, em alguns casos de 
piotórax ou quilotórax podem ocorrer efusões unilaterais. 
Lavado traqueobrônquico/ broncoalveolar: fornece importante material destinado à citologia, cultura ou outras técnicas 
especiais, contribuindo para a avaliação diagnóstica de pacientes com doença em vias respiratórias menores, alvéolos ou 
interstício pulmonar. 
Hemogasometria: a mensuração das pressões parciais de oxigênio e de dióxido de carbono no sangue arterial, podendo 
fornecer informações sobre a função pulmonar. Entretanto, é importante considerar que, por causa de potentes mecanismos que 
visam compensar alguns estados patológicos, o comprometimento respiratório deve estar acentuadamente afetado para que 
determinadas anormalidades sejam mensuradas. 
Biopsia pulmonar e Necropsia 
SEMIOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO 
Ocorrendo a suspeita de uma disfunção neurológica, durante a realização do exame físico geral do paciente, uma avaliação 
minuciosa de sistema nervoso deve ser realizada. 
OBJETIVOS DO EXAME NEUROLÓGICO 
Este animal apresenta anormalidades neurológicas? Em caso afirmativo, qual é o local mais provável? 
Quais são os diagnósticos diferenciais mais prováveis para lesões neste local? Associar as informações relativas à identificação 
do animal (idade, espécie), evolução dos sinais clínicos e informações epidemiológicas. 
Qual é o prognóstico? O tratamento é possível e viável economicamente? Como prevenir a ocorrência desta enfermidade em 
outros animais do rebanho? 
Entretanto, o exame é dificultado pelo escasso acesso para avaliação direta, quando comparado a outros sistemas. Além disso, 
é difícil a utilização de meios exploratórios de rotina. 
Em grandes animais existe uma limitação da utilização de vários tipos de teste comumente utilizados na avaliação de cães e 
gatos. 
Como proceder se o animal apresenta anormalidades neurológicas? Localizar o problema: se sistêmico, ósteomuscular ou 
nervoso. 
Ex: Um decúbito lateral com grande apatia compreende uma lesão em sistema nervoso central ou uma anemia ou desidratação 
severa? 
Ex: Salivação ou disfagia, corresponde a um sinal de encefalite ou devido a um corpo estranho na faringe ou esôfago? 
Ex: Uma cegueira é resultado de encefalopatias de diferentes origens ou de um deslocamento de retina ou de uma severa 
catarata? 
Quanto grave é a lesão? Prognóstico? Tratamento é viável? Custo? 
 
Localizar dentro do sistema qual a área afetada! 
CENTRAL →Encéfalo e Medula 
PERIFÉRICO →Pares de nervos craniais e Nervos espinhais 
Exame neurológico 
Identificação do Animal 
Anamnese (Início, curso) 
Exame físico (Inspeção, teste de reflexos) 
Exames complementares (hemograma, coleta de líquor, mielografias, radiografias, tomografias). 
ANAMNESE 
Quanto maior for o conhecimento das enfermidades que acometem os animais, melhor será a anamnese realizada. 
Inicio dos sinais clínicos 
Evolução 
Principais anormalidades 
observadas 
Alimentação 
Vacinação 
Tratamentos realizados 
Doenças anteriores 
Número de animais acometidos 
Ambiente e manejo dos animais 
Número de mortes 
 
“Todas as enfermidades do sistema nervoso devem ser consideradas como problema de rebanho”. 
Início –Curso –Localização dos sinais neurológicos 
Início: LENTO OU RÁPIDO? 
Curso: ESTÁVEL OU PROGRESSIVO? 
Local: FOCAL OU DIFUSO? 
Processos patológicos (Início –Curso –Localização) 
Traumático: edema, derrame (R) (E) (F) 
Infeccioso: (R) (E) (D) 
Abscesso paravertebral (F) 
Tóxicos: (R) (E) (D) 
Degenerativos: (L) (P) (D) 
Doença do neurônio motor ( F) 
Neoplásico: (L) (P) (F) 
Quando há metástase (D) 
Arco reflexo: é uma resposta básica à realização de um estímulo. Por meio da avaliação dos reflexos parte do exame 
neurológico é efetuado. 
Estímulo → Neurônio sensitivo → Encéfalo ou medula → Neurônio motor → Músculo/Víscera. 
 
-Reflexo palpebral – toca o canto medial dos olhos 
-Reflexo de ameaça – aproxima a mão aos olhos do animal 
-Sensibilidade facial – toque na face, palpação 
- Tração da língua - colocar a língua para fora 
-Assimetria de face 
-Mastigação, apreensão, deglutição. 
 
Avaliação de funções encefálicas 
 
Alterações encefálicas 
→ Comportamento (estado mental) 
→Posicionamento da cabeça 
→Integridade na função dos nervos cranianos 
* Geralmente, quando alterações encefálicas estão presentes, ao menos dois destes itens apresentam anormalidades. 
 
A função encefálica é a primeira a ser avaliada, sendo o comportamento e o estado mental os primeiros aspectos a serem 
observados. Preferencialmente avaliados juntamente a uma pessoa familiarizada com o animal. 
 
Variações do comportamento 
 
→Apático, agressivo, assustado, sonolência, excitado, alterações dos hábitos (comer, dormir, andar, urinar, etc.), vocalizações. 
→Andar em círculos 
Postura 
→Posturas anormais de cabeça. 
 
Opstótono: é um termo utilizado para designar a posição de extensão caudal da cabeça e pescoço devido a um espasmo 
muscular e geralmente é decorrente de lesões cerebelares ou cerebrais. 
Inclinação da cabeça 
 
Integridade na função dos nervos cranianos 
 
Dentre os 12 pares de nervos cranianos alguns se destacam pelas excelentes informações fornecidas que indicam 
comprometimento encefálico. 
Olfação, visão, movimentação de orelhas, pálpebras, lábios, simetriae tônus da musculatura facial, apreensão e mastigação de 
alimentos, movimentação de língua e deglutição. Se estas funções estão integras, dificilmente teremos envolvimento encefálico. 
A maioria dos nervos cranianos parte do tronco encefálico, sendo assim, o comprometimento dessa estrutura acarretará em 
comprometimento de vários nervos. 
A assimetria da face pode está associada a uma lesão de nervo periférico. No entanto é necessário realizar os teste para 
descobrir a origem. 
 
I Par – Nervo olfatório 
II Par – Nervo óptico (importante) 
Teste acuidade visual 
Teste de ameaça 
Teste do reflexo pupilar 
 
III Par – Nervo óculo motor 
Teste pupilar 
Ptose palpebral 
 
IV Par – Nervo Troclear 
Posições anormais do globo ocular 
 
V Par – Nervo Trigêmeo 
Teste por meio do oferecimento de alimentos (dificuldade 
de apreensão) 
Teste de sensibilidade da face 
 
VI Par – Nervo abducente 
Presença de estrabismo 
 
VII Par – Nervo Facial (frequentemente afetado) 
Teste por meio de avaliação da movimentação da orelha, 
tocar as pálpebras, anormalidade da movimentação das 
narinas e dos lábios. 
Redução da secreção lacrimal (ceratite). 
 
VIII Par – Nervo Vestíbulo coclear (Importante) 
Inclinação da cabeça e Nistágmo 
 
IX Par – Nervo Glossofarígeo 
Avaliar mastigação e deglutição 
 
XII Par – Nervo Hipoglosso 
Teste de tração da língua e movimentação voluntária. 
 
XI Par – Nervo acessório 
Avaliar musculatura do pescoço (pouco significante o teste 
de eletromiografia) 
 
XII Par – Nervo Hipoglosso 
Teste de tração da língua e movimentação voluntária. 
 
Propriocepção: Capacidade de percepção do posicionamento dos membros. Essa percepção depende do correto 
funcionamento de ambos os sistemas (central e periférico). 
 
 Déficit em membro pélvico 
Deslocamento lateral dos membros 
 
Manobras e avaliações para avaliação da locomoção e postura 
Postura 
Simetria de pescoço e tronco 
Andar em linha reta 
Trotar em linha reta 
Afastar 
Andar em círculos abertos 
Andar em círculos fechados 
Descer e subir rampas 
Ultrapassar pequenos obstáculos durante a locomoção 
Andar com pescoço estendido ou flexionado 
Palpação do pescoço e coluna dorsal 
Sensibilidade do pescoço 
Reflexo músculo cutâneo 
Deslocamento dos membros torácicos 
Inspeção atrofias musculares 
Deslocamento de garupa com o animal parado e em 
movimento 
Avaliação de tônus anal, movimentação de cauda 
Palpação retal. 
 
Avaliação da marcha: Colocar o animal para andar a 
passo, puxando a cauda lateralmente. 
A marcha perfeita depende da integridade de todos os membros, e consequentemente, do funcionamento tanto do SNC quando 
do SNP. 
 
Sinais que evidenciam padrão anormal de locomoção 
Ataxia – incoordenação, aumento do deslocamento lateral torácico e/ou pélvico. 
Paresia – fraqueza muscular, tropeço, tremores musculares. 
Espasticidade – redução da flexão articular. 
Hipermetria – aumento da flexão articular. 
Avaliação dos reflexos espinhais 
Arco reflexo 
Reflexo retardado ou ausente: NMI 
Reflexo exacerbado: NMS 
O animal sente o estímulo, processa e responde. A avaliação desses reflexos irá avaliar a integridade do arco reflexo. 
-Reflexo músculo cutâneo (reação de sensibilidade ao toque da pele) 
-Reflexo patelar (mais comum em pequenos animais, mas pode ser realizado em grandes animais quando em decúbito lateral) 
-Reflexo da cauda 
-Reflexo anal 
-Testes de tendões são utilizados com maior frequência em pequenos animais. Não se justifica colocar um grande animal em 
decúbito para avaliá-los 
-Centros medulares: micção, defecação 
e ereção. 
*Toda a extensão da medula deve ser 
inspecionada e palpada em busca de 
sensibilidade dolorosa. 
 
Exame neurológico e localização da 
lesão 
O animal apresenta dificuldades 
locomotoras ou incoordenação? 
-Realizar avaliação ósteo muscular 
 
-Iniciar o exame detalhado da medula 
Divisão morfo-funcional → 
 
 
 
 
 
Síndrome da cauda equina: existe comprometimento de movimentação de cauda, tônus anal, incontinência urinária. 
 
Análise dos Nervos Periféricos 
-Deve-se avaliar a sensibilidade a dor superficial e profunda dos membros. 
Após o exame detalhado da medula se apenas um membro pélvico está acometido: 
-fala a favor de lesão periférica do membro afetado → lesão do Nervo ciático. 
 
Se apenas um membro torácico está acometido e membros pélvicos normais: 
-lesão de nervo periférico do membro afetado; Nervo Braquial. 
-lesão de nervos periférico do membro afetado; Nervo radial. 
 
 
 
 
 
Prognóstico é desfavorável, considerando: 
 
Deficiência de Propriocepção 
Perda da capacidade motora voluntária 
Ausência da sensibilidade superficial 
Ausência da sensibilidade a profunda 
 
Exames complementares 
Hemograma 
Análise do líquor 
Radiografia (mielografia) 
Ressonância magnética e tomografia 
CONTENÇÃO DE GRANDES ANIMAIS 
 
EQUINOS 
-Antes de abortar os equinos, deve-se observar o comportamento do animal. Atentando-se para o posicionamento das orelhas. 
O veterinário ou o ajudante deve se aproximar posicionando-se à esquerda desse animal (em virtude da colocação de 
equipamentos ser realizada deste lado). 
-Deve se aproximar do animal lentamente com corda ou cabresto. Uma vez permitida a aproximação, deve-se fazer a 
abordagem manual, acariciando o animal, e assim passando o braço ao redor de seu pescoço com uma corda. 
*Quando estiver num local pequeno e fechado (baia) nunca fechar a porta, para eventuais emergências. 
*Nunca amarrar o animal pelo pescoço, pois em queda acidental ou uma tentativa de fuga poderá resultar em óbito por asfixia. 
Contenção de Potros: 
Deve-se contê-lo na posição quadrupedal. 
-posicionando-se ao seu lado, passando uma mão em volta da musculatura peitoral e 
outra por trás da coxa ou na base da cauda (suspendendo-a). 
1-Tronco de Contenção: a superfície não deve ser escorregadia e o local de exame deve 
ser alto para evitar traumas cranioencefálicos. O proprietário ou o condutor do animal, 
deve entrar juntamente com o animal dentro do tronco, e em determinado momento deve 
se fechar o tronco, com uma barra na parte frontal e uma porta na parte traseira. 
2-Cachimbo ou Pito: utilizado em animais não cooperativos, pois sua passagem no lábio 
inferior ou superior, com posterior torção, induzirá a uma dor considerável, o que obrigará 
o animal a se manter quieto. 
Como colocar: 
-segure o cabo do cachimbo com a mão que possua maior firmeza e agilidade 
-coloque os dedos da mão oposta a laçada e segure o lábio superior, elevando-o 
discretamente. 
-deslize a laçada por entre os seus dedos, envolvendo o máximo que puder o lábio 
-aperte a laçada rapidamente 
-fique atento para possíveis reações do animal 
3-Torção de Orelha: para uma contenção rápida 
*cuidar para não causar dano à cartilagem aural, o que causará uma alteração irreversível do seu posicionamento (orelha caída). 
4-Mão ou Pé-de-amigo: tira-se um dos membros do solo, tirando-lhe o apoio. 
*geralmente os animais não permitem a elevação de um dos membros posteriores por muito tempo. 
Derrubamento de Equinos 
Geralmente utiliza-se cordas. 
-Método dos Travões 
-Método Antigo 
-Método Nacional 
 
BOVINOS 
A maioria dos procedimentos de exame físico podem ser realizados com o animal em 
posição quadrupedal, desde que se faça uma boa contenção da cabeça e limite os 
movimentos dos membros e do corpo. 
*fêmeas de bovinos deve-se fazer a aproximação pelo lado direito, por onde são 
normalmente ordenhadas. 
1-Tronco de Contenção: é diferente em relação ao dos equinos. Pois pode se fixar a 
cabeça do bovino e limitar sua ação. 
2-Formiga: pode ser feita com o dedo médio e o polegar ou com um instrumento de ferro. Onde 
se introduz os dedos ou o instrumento no nariz do animal, e pressiona-se o septo nasal, 
exercendo uma pressão considerável. Normalmente utilizado em animais não cooperativos.Derrubamento: 
-Deve-se tomar cuidado na derrubada de bovinos para evitar traumas aos chifres, costelas, 
ossatura pélvica e/ou abortos. 
-O animal deve ser lentamente derrubado em local macio, segurando-se sua cabeça com cuidado. 
-Método de Rueff 
-Método Italiano

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