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Saneamento_Apostila_Unibta_2024_521p_Part1

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Prévia do material em texto

Saneamento Ambiental e sua importância socioambiental
Apresentação
Saneamento ambiental é o conjunto de ações voltadas ao manejo das águas e resíduos, garantir 
disponibilidade de água potável e tratar a mesma após o uso bem como gerenciar os resíduos 
sólidos são algumas das ações fundamentais para garantir o desenvolvimento da saúde e da 
qualidade de vida da população bem como promover a proteção do meio ambiente. Por este 
motivo, tal conhecimento torna-se fundamental para os futuros gestores ambientais, assim como 
para o desenvolvimento mais sustentável dos centros urbanos. 
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai aprender a identificar o que é saneamento ambiental, 
sua importância para a população e também perceber que o desenvolvimento social caminha em 
paralelo com a aplicação das ações de saneamento.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Identificar o que é saneamento ambiental.•
Reconhecer a importância do saneamento básico para a população.•
Relacionar o desenvolvimento social com ações de saneamento ambiental.•
Aula 1.1
1.1 - Saneamento Ambiental e sua importância socioambiental
1.2 - Padrões de qualidade e classificação das águas
2.1 - Características dos efluentes
2.2 - Autodepuração de recursos hídricos
3.1 - Remoção de compostos orgânicos na água
3.2 - Processos gerais e estações de tratamento de esgoto
4.1 - Técnicas de tratamento para fins domésticos e industriais
4.2 - Redes coletoras
Conteúdo Complementar (não conta p/ avaliações, mas conta p/ frequência) 
__ C.1 A importância dos reservatórios
__ C.2 Emissários submarinos de esgoto
__ C.3 Diretrizes Nacionais de Saneamento Básico – Parte I
__ C.4 Diretrizes Nacionais de Saneamento Básico – Parte II
elm = Avaliação da aula. Ruim. Assinalada opções: - Erros no conteúdo; - Precisei 
pesquisar mais. - Vídeo muito curto. - Conteúdo livro difícil. - Links não abrem. - 
Erros nos exercícios.
_1.1_
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Desafio
O tratamento do esgoto é um dos maiores desafios do saneamento ambiental. Esse efluente 
contém microrganismos que podem contaminar as águas superficiais e causar diversas doenças, as 
quais chamadas de doenças de veiculação hídrica.
Maresia é um município litorâneo com pouco mais de 50.000 habitantes, mas chega a dobrar nos 
meses mais quentes com a atividade turística. No entanto, nos últimos dois anos o número de 
visitantes e consequentemente de receita vem diminuindo e o Prefeito convocou uma reunião com 
os distintos departamentos para verificação de o porquê isso está ocorrendo. O departamento de 
meio ambiente na ocasião apontou que nos últimos dois anos as águas foram classificadas como 
impróprias para banho. O departamento de saúde complementou que no verão o hospital fica 
lotado e a maior parte das doenças são de veiculação hídrica. O departamento de esgoto realmente 
indicou que não houve obras ou ações nos últimos cinco anos para ampliar o sistema de tratamento 
de esgoto e atender a população no período do verão e, assim, praticamente metade do esgoto é 
descartado irregularmente na praia durante os meses mais quentes. Você, gestor ambiental, então 
pergunta se o município possui Plano Municipal de Saneamento Básico, o que foi dito que sim, no 
entanto, fora realizado e engavetado há muito tempo atrás e não condiz mais com a realidade. 
O Prefeito, já bastante perdido e irritado, então pergunta como esse Plano está relacionado com a 
falta de turistas. 
Seu desafio é responder ao Prefeito. Explique a importância do Plano Municipal de Saneamento 
Básico, mostre ao prefeito que garantir o tratamento de esgoto é garantir a qualidade de vida e o 
retorno dos turistas. Utilize as informações dadas pelos distintos departamentos e indique ao 
prefeito o que deve ser feito imediatamente!
_1.1_
elm = Atualizar, refazer urgentemente o plano municipal de saneamento e implementá-lo, 
sobretudo na coleta e tratamento de esgotos. Os esgotos não coletados, desaguam nas 
praias, contaminam as praias, que ficam impróprias para banho, atraindo menos turistas e 
causando contaminação / doenças de veiculação hídrica nos frequentadores e elevado número 
de atendimentos nos hospitais locais. Com melhora da coleta e tratamento, haverá praias 
mais limpas, mais turistas, menos doentes, melhores condições de vida, mais receitas para 
o município.
Padrão de resposta esperado
O Plano Municipal de Saneamento Básico é um documento que diagnostica e planeja 
todas as ações de saneamento para a cidade de acordo com a realidade local. É um 
plano que deve ser integrado com todas as políticas e planos do município, 
assegurando a correta aplicação dos recursos para o melhoramento dos sistemas ao 
longo do tempo. Por isso, deve ser revisado a cada 4 anos, focando nos objetivos 
estabelecidos, sua contemplação ou não, e planejamentos futuros. Dessa forma, e sem 
o Plano Municipal de Saneamento Básico, o município está perdido com respeito ao 
atual senário, que dobra no verão, não existe capacidade para tratar o esgoto 
produzido, contaminando as águas da praia, principal atração e chamarisco de 
turistas para a cidade. Mas vai além, águas contaminadas provocam doenças e 
turistas doentes vão embora e não voltam mais. O registro de super lotação do 
hospital justamente no período do verão, e vinculado ainda às doenças de veiculação 
hídrica provam o colocado. Precisamos urgentemente reavaliar o Plano Municipal de 
Saneamento Básico ao atual cenário e ampliar o sistema de tratamento de esgoto do 
município.
Infográfico
O saneamento ambiental, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), é o controle de todos 
os fatores do meio físico que exercem ou podem exercer efeitos nocivos sobre a saúde das 
pessoas, essa definida como o estado de completo bem-estar físico, social e mental, e não apenas a 
ausência de doenças. O objetivo é melhorar as condições do meio ambiente e consequentemente 
de saúde das pessoas. Os municípios são responsáveis pelos serviços de saneamento das cidades, 
que compreendem o chamado Saneamento Básico.
Acompanhe no infográfico o conceito, os serviços e os objetivos do Saneamento Básico, essenciais 
para a manutenção da qualidade de vida nas cidades.
_1.1_
SANEAMENTO BÁSICO
Compreende os serviços de:
> Abastecimento de água
> Coleta e tratamento de esgotos
> Coleta e destinação de resíduos
> Limpeza urbana
> Drenagem e manejo da água das chuvas
A falta de saneamento causa inúmeros problemas ao meio ambiente, como 
poluição das águas e do solo, e, consequentemente, promove um impacto 
negativo na saúde da população.
Dessa forma, as ações de saneamento ambiental buscam solucionar os problemas 
de higiene das cidades.
As ações e serviços de saneamento básico possuem como objetivo melhorar a 
saúde e qualidade de vida da população.
Conteúdo do livro
A Política Nacional do Meio Ambiente, estabelecida pela Lei Federal no. 6.938, de 31 de agosto de 
1981, define poluição como a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que, 
direta ou indiretamente, ameacem à vida e a qualidade ambiental. Além disso, em seu Art. 225, cita 
que todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado e cabe ao Poder Público e à 
coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. Diante 
dessa premissa, o Saneamento Ambiental e Básico é urgente e de fundamental importância para o 
desenvolvimento e bem-estar da sociedade, bem como para a proteção do meio ambiente.
No capítulo Saneamento Ambiental e sua Importância Socioambiental da obra Saneamento, vamos 
agora acompanhar a leitura do capítulo produzido para essa unidade de aprendizagem para 
entender melhor sobre o saneamento ambiental e básico, sua importância no contexto 
socioambiental e melhoria de vida. 
_1.1_
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Adm
Highlight
~SUMÁRIO ] 
1Unidade1 
Introdução à ecologia ..............................................................................15 
Ronei Tiago Stein 
Ecologia definições gerais ··-·-·-·-········-········-·-·-·-········-··-·-···-···-·--·-········-·-·-········-··········-·-·-·········· 15 
Níveis de organiLação biológica ....................................................................................................... 19 
Ecologia e acontecimentos atuais ................................................................................................... 23 
Conceito de meio ambiente e meio ambiente 
como bem jurídico ..................................................... ............................... 31 
Magnum Koury de Figueiredo Eltz 
Conceito de meio ambiente ..... ·-··-·-·-······-·--·······-···-·-····-·-······-·-······-·-·······-·-·-·-····-·-···-·-·-·-·-·-·-··-······· 32 
Meio ambiente natural, artificial e cultural. ............................................................................... .34 
Meio ambiente como bem jurídico ................................................................................................ 37 
IGerenciamento de resíduos sólidos .................................................. .43 1 
Ronei Tiago Stein 
Resíduos sólidos - definições gerais ........................................................................................... 43 
Gestão dos resíduos sólidos urbanos ............................................................................................ 47 
Tratamento dos resíduos sólidos urbanos .................................................................................. 52 
Gerenciamento e tratamento de resíduos sólidos 
industriais .................................................................................................... 61 
Ronei Tiago Stein 
Classificação dos resíduos gerados na indústria .................................................................... 61 
Etapas para a elaboração de um Plano de Gerenciamento 
de Resíduos Sólidos (PGRS) ............................................................................................................. 66 
L Vantagens do gerenciamento ambiental em indústrias ................................................... ~ 
Unidade 2 
Diretrizes Nacionais de Saneamento Básico - Parte 11 ................. 81 
Ronei Tiago Stein 
Importância da Lei n°. 11.445/2007 para o saneamento ................................................... 81 
Diretrizes nacionais para o saneamento básico ...................................................................... 85 
Atividades e estruturas contempladas no saneamento básico .................................... 89 
Indicadores microbianos: qualidade da água e do solo .............. 97 
Ronei Tiago Stein 
Importância da qualidade da água e do solo .......................................................................... 98 
Legislação aplicada para garantir a qualidade da água e do solo ........................... 103 
Fatores importances na escolha de bioindicadores para água e solo ................... 10 5 
Dimensionamento de redes de distribuição de água ................ 115 
Lé/is E5partel 
Associação de condutes ...................................................................................................................... 116 
Vazão de distribuição ............................................................................................................................. 119 
Redes de abastecimento ..................................................................................................................... 121 
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Unidade 3 
Redes coletoras ........................................................................................ 129 
Eliane Conterato 
Definições básicas e órgãos acessórios ..................... ................................................................. 129 
Unidades do sistema ................................................................................... ........................................... 133 
Noções de dimensionamento e manutenção de um 
sistema de esgotamento sanitário ................................................................................ ........... 13 7 
Saneamento ambiental e sua importância socioambiental. ... 145 
Eliane Conterato 
Saneamento ambiental .................................................................................... ................................... 146 
Saneamento e desenvolvimento ..................................... ............................................................. 148 
Ações voltadas para o saneamento ....................................................... ....................................... 150 
Qualidade da água para consumo humano .................................. 157 
Eliane Conterato 
A água e sua classificação ..... ...................................... .................................................. ..................... 158 
Tra tamento da água ................................................................................................................................ 161 
Unidade 4 
Processos gerais e estações de t ratamento de esgoto .............. 175 
Eliane Conterato 
O tratamento de esgoto e sua importância ............................................................................ 175 
Processos de tratamento de esgoto ................................................................... ......................... 179 
Esgotos: t ratamento .............................................................................. 195 
Eliane Conterato 
O esgoto sanitário ................................................................................................................................... 195 
Tratamento de esgoto sanitário ...................................................................................................... 197 
Dimensionamento dos elementos de um sistema de tra tamento 
de esgoto individual ............................................................... .......................................................... 20 O 
Gaba rito ..................................................................... 212 
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1. c
2. d
3. c
4. a
5. b
Conceito de meio ambiente e meio 
ambiente como bem jurídico
1. a
2. e
3. e
4. e
5. d
Gerenciamento de Resíduos Sólidos
1. d
2. e
3. e
4. d
5. c
Gerenciamento e Tratamento de 
Resíduos Sólidos Industriais
1. e
2. d
3. e
4. e
Gabaritos 
Introdução à Ecologia
5. e
Diretrizes Nacionais de 
Saneamento Básico – Parte II
1. b
2. a
3. a
4. e
5. b
Indicadores microbianos: 
qualidade da água e do solo
1. b
2. a
3. d
4. a
5. c
Dimensionamento de redes de 
distribuição de água
1. d
2. b
3. e
4. a
5. e
Redes coletoras
1. e
2. a
3. a
4. a
5. c
Saneamento ambiental e sua 
importância socioambiental
1. c
2. d
3. a
4. e
5. c
Qualidade da água para 
consumo humano
1. c
2. e
3. d
4. b
5. a
Processos gerais e estações de 
tratamento de esgoto
1. b
2. e
3. c
4. a
5. c
Esgotos: Tratamento
1. d
2. c
3. b
4. c
5. b
Adm
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Saneamento ambiental 
e sua importância 
socioambiental
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Identificar o que é saneamento ambiental.
 � Reconhecer a importância do saneamento básico para a população.
 � Relacionar o desenvolvimento social com as ações de saneamento 
ambiental.
Introdução
Você já parou para pensar o quanto o saneamento interfere no desen-
volvimento social e ambiental da sociedade? O quanto a falta desse 
serviço interfere na qualidade de vida da população? Conforme Ataide 
e Borja (2017), pensar em justiça social é pensar no impacto socioam-
biental que representa o acesso a bens e serviços de um cidadão. A 
falta de saneamento, que é um serviço básico que deve ser oferecido a 
um cidadão, pode trazer diversos impactos como poluição dos recursos 
hídricos, transmissãode doenças, aumento da mortalidade infantil, baixa 
do rendimento escolar, entre outros. 
As ações de saneamento são de fundamental importância para o de-
senvolvimento e bem-estar da sociedade, bem como para a proteção do 
meio ambiente. Neste texto, você vai estudar o conceito de saneamento 
ambiental e sua importância socioambiental.
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Saneamento ambiental
Segundo Rosen (2006), o saneamento — considerado, em seu aspecto físico, 
uma luta do homem em relação ao ambiente — existe desde o início da huma-
nidade, ora se desenvolvendo ora retrocedendo, de acordo com o surgimento, 
evolução, queda e renascimento das civilizações.
Jordão e Pessoa (2014) enfatizam que o instinto e a necessidade levaram 
o homem a se fixar próximo às fontes de energia, mas não de medir a ne-
cessidade de afastar ou condicionar os resíduos refugados por ele. Com isso, 
historicamente, verifica-se a poluição das fontes de energia pelo homem até 
se tornarem, nos piores casos, inadequadas à vida.
Figura 1. Energia – Homem – Resíduos.
Fonte: Adaptada de Jordão e Pessoa (2014, p. 02).
LIXO
ESGOTO
ALIM
EN
TO
ÁG
UA
AR
HOMEM
Em resumo, desde que o ser humano passou a viver por longos períodos 
em um mesmo espaço, passou também a conviver com a poluição causada 
por seus rejeitos e as consequências disso para a saúde e o meio ambiente. A 
Política Nacional do Meio Ambiente, estabelecida pela Lei Federal nº. 6.938, 
de 31 de agosto de 1981, define poluição como a degradação da qualidade 
ambiental resultante de atividades que, direta ou indiretamente:
Saneamento ambiental e sua importância socioambiental2
a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população;
b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas;
c) afetem desfavoravelmente a biota;
d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente;
e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais
estabelecidos.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) define saúde como um estado 
de completo bem-estar físico, social e mental, e não apenas a ausência de do-
enças. A organização define ainda o saneamento ambiental como o controle 
de todos os fatores do meio físico do homem que exercem ou podem exercer 
efeitos nocivos sobre a saúde.
O Ministério das Cidades define saneamento ambiental como o con-
junto de ações técnicas e socioeconômicas que, quando aplicadas, resultam 
em maiores níveis de salubridade ambiental. Essas ações compreendem o 
abastecimento de água em quantidade e em qualidade adequada; a coleta, o 
tratamento e a disposição adequada dos resíduos sólidos, efluentes líquidos e 
emissões atmosféricas; o manejo de águas pluviais; o controle ambiental de 
vetores e reservatórios de doenças; a promoção sanitária e o controle ambiental 
do uso e ocupação do solo; e a prevenção e controle do excesso de ruídos.
Para o desenvolvimento dessas ações, são necessárias diversas obras e 
serviços: 
 � O abastecimento de água compreende a escolha de um manancial 
que tenha qualidade e volume suficiente, a construção de adutoras e 
estações de tratamento de água e a construção de reservatórios e redes 
que levem a água potável até as residências. 
 � Para a coleta de esgoto, são necessárias construções de redes de coleta e 
acessórios, interceptores, emissários e estações de tratamento de esgoto. 
 � Para a destinação adequada de resíduos sólidos, é necessário um 
sistema de coleta adequado e a construção e aterros sanitários. 
 � Para a drenagem urbana, é necessária a construção de redes de coleta 
pluviais e obras para amenizar o efeito de chuvas intensas e inundações. 
Além dessas obras, também é necessária a gestão adequada de todos esses 
serviços, seja pelo poder público, seja por concessionária. Como você pode 
observar nessas definições, o saneamento ambiental compreende uma gama 
de ações visando desde a conscientização da população até a elaboração e 
execução de políticas públicas. 
3Saneamento ambiental e sua importância socioambiental
Saneamento e desenvolvimento
A existência de saneamento adequado é uma condição primordial para o 
desenvolvimento de uma nação, sendo um fator essencial para o país ser cha-
mado de “desenvolvido”. A falta de saneamento afeta as áreas de preservação, 
turismo, trabalho, saúde, educação e cidadania.
Segundo o Instituto Trata Brasil, em estudo realizado em 2015, as perdas de 
água devido a condições insatisfatórias de funcionamento de redes e desvios 
de água atingem 38,1% no Brasil, ou seja, de toda a água tratada para a distri-
buição, quase 40% se perdem antes de chegar ao consumidor (INSTITUTO 
TRATA BRASIL, 2015). Essa perda demonstra um descaso com o meio am-
biente, uma vez que a água é retirada dos mananciais, tratada e desperdiçada 
antes mesmo de ser utilizada. No setor de turismo, o instituto indica que, em 
2015, deixaram de ser gerados R$ 5,8 bilhões de renda do trabalho por conta 
da degradação ambiental de áreas por falta de saneamento básico.
Em relação ao trabalho, o investimento no setor de saneamento gera renda 
que movimenta diversos setores, como construção civil e comércio. Em re-
lação à saúde, o investimento gera economia, já que diminui as internações 
causadas, principalmente, por doenças de origem ou transmissão hídrica. 
Segundo informações do Trata Brasil, a cada R$ 1 investido em saneamento 
é gerada uma economia de R$ 4 em saúde. Existem estatísticas que mostram 
também que doenças vinculadas com a falta de saneamento geram prejuízos por 
afastamentos das atividades diárias de trabalhadores no mercado de trabalho. 
Outro índice importante que cabe apresentar é a mortalidade infantil. O gráfico 
da Figura 2 mostra uma relação entre a população com acesso ao esgotamento 
sanitário e a taxa de mortalidade infantil (dados da UNICEF e OMS).
A educação é outra área afetada diretamente pela falta de saneamento. 
Conforme o Instituto Trata Brasil (2017), moradores de áreas sem acesso 
à rede de distribuição de água e de coleta de esgotos têm um aumento do 
atraso escolar Uma menor escolaridade implica em perda de produtividade e 
de remuneração das gerações futuras. Somente o custo desse atraso escolar 
devido à falta de saneamento alcançou R$ 16,6 bilhões em 2015. 
Saneamento ambiental e sua importância socioambiental4
Figura 2. Relação entre saneamento e mortalidade infantil (dados de 2015).
Fonte: Instituto Trata Brasil (2017).
180
150
120
90
60
30
0
0 20 40 60 80 100
População com acesso ao esgotamento sanitário (%)
Ta
xa
 d
e 
m
or
ta
lid
ad
e 
in
fa
nt
il 
* 
(%
)
Brasil
Outro dado importante disponibilizado é a falta de saneamento básico 
nas escolas: na zona rural, 14,7% das escolas de ensino fundamental não têm 
esgoto sanitário e 11,3% não têm abastecimento de água. Na zona urbana, 
esses percentuais são 0,3% e 0,2%, respectivamente. Esse dado é preocupante 
considerando-se que a escola deveria ser exemplo para o aluno, o que, mais 
uma vez, demostra a importância do saneamento.
Em relação à cidadania e à informação da população, os dados são preo-
cupantes no Brasil. Pesquisas mostram que parcela significativa da população 
desconhece o que é saneamento e não sabe o destino do esgoto que produz; 75% 
das pessoas entrevistadas disseram nunca ter cobrado do órgão responsável 
uma providência em relação à falta de saneamento.
5Saneamento ambiental e sua importância socioambiental
Adm
Pencil
Pelo link e código a seguir, você pode acessar o site do 
Instituto Trata Brasil e conhecer mais sobre as principais 
áreas afetadas pela falta de saneamento e as estatísticas 
sobre elas.
https://goo.gl/EpMq9k
Ações voltadas para o saneamento
Para falarmos de ações voltadas para o saneamento, é necessário primeiro 
entendermos como são avaliadas as condições do município pelo gestor mu-
nicipal para verificar quais ações devem ser realizadas. Para uma correta 
análise dessa situação, o gestor precisa ter indicadores reais. O estudo queembasou a proposta do Plano Nacional de Saneamento Básico (PLANSAB), 
cuja elaboração é prevista na Lei do Saneamento Básico (Lei nº. 11.445, de 5 
de janeiro de 2007), considera, além da infraestrutura implantada, aspectos 
socioeconômicos e culturais e a qualidade dos serviços prestados. 
A população que conta com oferta de serviço coletivo nem sempre recebe 
esse serviço em condições adequadas. Por exemplo, a oferta de água tratada 
deve ser feita dentro dos padrões e de forma ininterrupta; contudo, existem 
casos de cidades que passam por frequentes interrupções, seja por problemas 
no sistema ou por racionamento. Nessa parcela da população, ainda existe 
quem não utiliza o serviço público, mesmo o tendo disponível, como no caso 
de faltas de ligações prediais na rede coletora de esgoto.
A parcela de população sem oferta de serviço, ou ainda que não usa o 
serviço público disponível, em parte tem solução individual. Esse tipo de 
solução conta, por exemplo, com coleta de água em poços (dentro dos padrões 
de potabilidade) e descarte de esgoto após tratamento em sistema individual 
adequado, como fossa e filtro.
A pior das situações é a que não utiliza situação sanitária alguma, ou seja, 
que não tem garantia de qualidade da água que ingere, não possui descarte 
adequado dos resíduos e, muitas vezes convive com a própria poluição. 
Saneamento ambiental e sua importância socioambiental6
https://tratabrasil.org.br/principais-estatisticas/
Adm
Pencil
Conhecer a parcela da população que se encontra em cada um dos casos 
citados acima é o primeiro passo para propor ações visando a regulação dos 
serviços de saneamento. A Lei nº. 11.445/2007 coloca o município como 
competente por legislar sob o amparo da Constituição Federal. A lei define 
quatro funções básicas para a gestão (BRASIL, 2007): 
 � planejamento;
 � prestação de serviços;
 � regulação;
 � fiscalização.
A função planejamento é de responsabilidade do município. Ele que formu-
lará a política municipal de saneamento básico e elaborará o plano municipal 
de saneamento básico, fundamental para contratar ou conceder os serviços. 
As demais funções de regulação, fiscalização e prestação de serviços são de 
responsabilidade do titular do serviço de saneamento, com o município atuando 
de forma direta (concessão ou permissão) ou indireta (cooperação e contrato).
A Figura 3 mostra os principais princípios da Lei do Saneamento Básico, 
que devem ser abordados na política municipal.
Figura 3. Principais princípios da Lei do Saneamento Básico.
Universalização
Integralidade
Equidade
Participação e
controle social
Titularidade
municipal
Intersetorialidade
Gestão pública
7Saneamento ambiental e sua importância socioambiental
Perceba que a universalização pressupõe que toda a população tenha acesso 
de forma igual aos serviços de saneamento. A integralidade requer interseto-
rialidade, ou seja, diferentes setores dentro do município atuando em conjunto. 
A equidade possibilita igualdade e justiça, alcançadas com a prestação de 
serviços. A participação e o controle social devem estar presentes em todo o 
processo, a fim de democratizá-lo. A titularidade municipal estabelece que o 
município tem autonomia e competência para organizar, regular, controlar e 
promover a realização dos serviços dentro de seu território. A intersetorialidade 
permite compatibilizar e racionalizar diversas ações, aumentando a eficácia. 
Em relação à gestão pública, entende-se que os serviços de saneamento são 
essenciais para a elevação da qualidade de vida e da salubridade ambiental, 
por isso as ações e serviços de saúde pública são considerados de obrigação 
do estado.
Veja o texto completo da Lei do Saneamento Básico, Lei nº. 
11.445/2007, que estabelece as diretrizes nacionais para o 
saneamento básico acessando o link ou o código a seguir. 
https://goo.gl/Bt55F
O plano municipal, que é elaborado pelo município, deve englobar os 4 
eixos descritos a seguir: 
 � abastecimento de água;
 � esgotamento sanitário;
 � drenagem urbana;
 � limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos.
O planejamento deve ser integrado com todas as políticas e planos do 
município, e deve ser feito para um período de 20 anos, considerando revisão a 
cada 4 anos. O plano municipal deve assegurar a correta aplicação dos recursos 
e usar indicadores de saneamento para a elaboração e o acompanhamento do 
processo de implantação.
Saneamento ambiental e sua importância socioambiental8
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11445.htm
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Um plano municipal de saneamento básico deve conter pelo menos o 
diagnóstico da situação do município, os objetivos e metas, os programas, as 
projeções e ações para o alcance dos objetivos e o mecanismo para avaliação 
sistemática e eficácia das ações.
A situação do saneamento no Brasil ainda é preocupante, mas existem municípios 
que vêm se destacando como exemplos positivos. Um deles é o município de Jundiaí, 
no interior de São Paulo. Conforme indicadores do Instituto Trata Brasil, o município 
vem mostrando, ano a ano, evolução nos índices de coleta e tratamento de esgotos. 
Atualmente, a cidade é referência no tratamento de esgotos, com 100% do esgoto 
coletado tratado e com abastecimento de mais de 97% da população com água 
tratada. Veja a seguir os índices apresentados pela cidade no período de 2008 a 2015.
Indicador de 
atendimento 
total de água (%)
Indicador de 
atendimento total 
de esgoto (%)
Indicador de esgoto 
tratado por água 
consumida (%)
2008 95 91 95
2009 97 98 91
2010 100 100 88,94
2011 98,28 98,30 91,38
2012 98 97,71 97,71
2013 98,28 98,30 98,28
2014 97,80 97,80 91,94
2015 97,80 97,80 100
A boa classificação de Jundiaí é resultado de investimentos realizados ao longo dos 
anos. É um exemplo de cidades de aderiram a um planejamento para o desenvolvi-
mento de saneamento e assim melhoraram o abastecimento de água, a coleta e o 
tratamento dos esgotos e, principalmente, a qualidade de vida da população.
9Saneamento ambiental e sua importância socioambiental
1. Sobre saneamento ambiental, 
assinale a alternativa correta. 
a) É um conjunto de ações 
realizadas individualmente, 
apenas pelo poder público.
b) É um conjunto de ações 
realizadas de forma coletiva, pelo 
poder público e por técnicos.
c) É um conjunto de ações 
realizadas de forma coletiva, pelo 
poder público, com participação 
popular e de técnicos.
d) É um conjunto de ações 
realizadas de forma coletiva, 
pelo poder público e com 
participação popular.
e) É um conjunto de ações realizadas
individualmente, apenas por 
técnicos especializados.
2. Marque a alternativa INCORRETA 
quanto às causas da degradação 
ambiental das águas superficiais, 
imprescindível para o adequado 
saneamento básico.
a) O crescimento populacional 
e o aumento da pobreza.
b) O uso de fertilizantes 
na agricultura.
c) Lançamento de 
efluentes industriais.
d) A retirada da mata ciliar.
e) Lançamento de resíduos sólidos.
3. Marque a alternativa INCORRETA 
quanto à destinação de resíduos:
a) O lixão é a técnica adequada 
de disposição de resíduos 
sólidos urbanos.
b) A queima de resíduos a 
céu aberto é proibida.
c) Uma das principais ações de 
saneamento ambiental é a 
limpeza urbana e o manejo 
adequado de resíduos sólidos.
d) Uma das principais dificuldades 
para a construção de uma 
política de saneamento 
ambiental sustentável é 
a baixa conscientização 
ambiental da população.
e) O despejo irregular de efluentes 
industriais provoca a poluição e 
a contaminação das águas e é 
considerado crime ambiental.
4. São exemplos de obras com 
a finalidade de melhorar o 
saneamento básico:
a) sistema de gestão ambiental, 
sistema de abastecimento de 
água e sistema de esgoto.
b) recomposição da mata 
ciliar e aterros sanitários.
c) sistema de esgoto, sanitários 
públicos e lixão.
d) pavimentação pública e 
sanitários públicos.
e) sistema de esgoto, sanitários 
públicos e aterros sanitários.
5. A eutrofização é umprocesso 
acelerado pela poluição hídrica. A 
esse respeito, qual das alternativas 
a seguir é consequência desse 
processo e contribui para a 
diminuição da qualidade da água 
disponível para consumo?
a) O despejo de efluentes industriais.
b) A proliferação de zooplâncton.
c) A proliferação de algas 
unicelulares e cianobactérias.
d) O despejo de efluentes 
domésticos.
e) O despejo de fertilizantes 
oriundos da agricultura.
Saneamento ambiental e sua importância socioambiental10
ATAIDE, G. V. de T. L.; BORJA, P. C. Justiça social e ambiental em saneamento básico: 
um olhar sobre experiências de planejamento municipais. Ambiente & Sociedade, v. 
20, n. 3, p. 61-78, set. 2017. Disponível em <http://www.scielo.br/pdf/asoc/v20n3/
pt_1809-4422-asoc-20-03-00061.pdf>. Acesso em: 21 maio 2018.
BRASIL. Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007. Estabelece diretrizes nacionais para o 
saneamento básico. Lex: Legislação federal, Brasília, DF, p. 1-2, 5 jan. 2007. 
JORDÃO, E. P.; PESSÔA, C. A. Tratamento de esgotos domésticos. 7. ed. Rio de Janeiro: 
ABES, 2014.
INSTITUTO TRATA BRASIL. Casos de sucesso: Jundiaí é referência no tratamento de 
esgotos. 2017. Disponível em: <http://www.tratabrasil.org.br/blog/2017/07/27/casos- 
de-sucesso-jundiai/>. Acesso em: 10 jun. 2018.
INSTITUTO TRATA BRASIL; REINFRA CONSULTORIA. Ociosidade das redes de esgotamento 
sanitário no Brasil. 2015. Disponível em: <http://www.tratabrasil.org.br/datafiles/estu-
dos/ociosidade/relatorio-completo.pdf>. Acesso em: 10 jun. 2018.
ROSEN, G. Uma história da saúde pública. 3. ed. São Paulo: Hucitec, 2006.
Leituras recomendadas
BORJA, P. C. Procedimentos metodológicos para elaboração de planos municipais 
de saneamento básico. In: BRASIL. Ministério das Cidades. Peças técnicas relativas a 
planos municipais de saneamento básico. Brasília, DF: Ministério das Cidades, 2011. p. 
53-85. Disponível em:<http://www.cidades.gov.br/images/stories/ArquivosSNSA/
Arquivos_PDF/Pe%C3%A7as_Tecnicas_WEB.pdf>. Acesso em: 10 jun. 2018.
NUVOLARI, A. (Coord.). Esgoto sanitário: coleta, transporte, tratamento e reúso agrícola. 
2. ed. São Paulo: Blucher, 2011.
PROJETO Acertar Manual de Melhores Práticas de Gestão da Informação sobre Sa-
neamento. Brasília, DF: Ministério das Cidades, 2017. Disponível em: <http://www.
snis.gov.br/downloads/arquivos/Manual-de-Melhores-Praticas-dos-Prestadores-de- 
Servicos-Agua-e-Esgoto-MARCO2018.pdf>. Acesso em: 10 jun. 2018.
UNITED NATIONS CHILDREN’S FUND; WORLD HEALTH ORGANIZATION. 25 years: Pro-
gresso n Sanitation and Drinkig Water. Geneva, Suíça, 2015. Disponível em: <http://files.
unicef.org/publications/files/Progress_on_Sanitation_and_Drinking_Water_2015_
Update_.pdf>. Acesso em: 10 jun. 2018.
11Saneamento ambiental e sua importância socioambiental
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Dica do professor
O Saneamento Ambiental é um conjunto de ações e políticas voltadas ao controle da poluição e 
manutenção da saúde coletiva, impactando diretamente, dessa forma, na vida das pessoas. A falta 
de água potável, de esgotamento sanitário ou mesmo de coleta de resíduos sólidos são alguns dos 
exemplos que geram problemas de saúde nas populações, ou seja, causa problemas 
socioambientais originados pela falta de saneamento.
Acompanhe no Dica do Professor mais informações a respeito do Saneamento Ambiental e sua 
importância socioambiental.
_1.1_
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/
cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/276c40dc01720f3fb7126cac2d17c7ff
5min
elm = conteúdo descritivo bem 
básico, tudo já descrito no 
Conteúdo do Livro...
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Exercícios
1) Sobre saneamento ambiental, assinale a alternativa correta.
A) É um conjunto de ações realizadas individualmente, apenas pelo poder público.
B) É um conjunto de ações realizadas de forma coletiva, pelo poder público e por técnicos.
C) É um conjunto de ações realizadas de forma coletiva, pelo poder público, com participação
popular e de técnicos.
D) É um conjunto de ações realizadas de forma coletiva, pelo poder público e com participação
popular.
E) É um conjunto de ações realizadas individualmente, apenas por técnicos especializados.
_1.1_
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2) Marque a alternativa INCORRETA quanto às causas da degradação ambiental das águas
superficiais, imprescindível para o adequado saneamento básico.
A) O crescimento populacional e o aumento da pobreza.
B) O uso de fertilizantes na agricultura.
C) Lançamento de efluentes industriais.
D) A retirada da mata ciliar.
E) Lançamento de resíduos sólidos.
elm = NDA. Todas opções são possíveis causas da 
degradação de águas superficiais.
Assinalei D por estar no gabarito do livro...
elm = a rigor, nenhuma das opções contribui NECESSARIAMENTE para a degradação das águas 
superficiais...
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3) Marque a alternativa INCORRETA quanto à destinação de resíduos:
A) O lixão é a técnica adequada de disposição de resíduos sólidos urbanos.
B) A queima de resíduos a céu aberto é proibida.
C) Uma das principais ações de saneamento ambiental é a limpeza urbana e o manejo adequado
de resíduos sólidos.
D) Uma das principais dificuldades para construção de uma política de saneamento ambiental
sustentável é a baixa conscientização ambiental da população.
E) O despejo irregular de efluentes industriais provoca a poluição e a contaminação das águas e
é considerado crime ambiental.
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4) São exemplos de obras com a finalidade de melhorar o saneamento básico:
A) sistema de gestão ambiental, sistema de abastecimento de água e sistema de esgoto.
B) recomposição da mata ciliar e aterros sanitários.
C) sistema de esgoto, sanitários públicos e lixão.
D) pavimentação pública e sanitários públicos.
E) sistema de esgoto, sanitários públicos e aterros sanitários.
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5) A eutrofização é um processo acelerado pela poluição hídrica. A esse respeito, qual das
alternativas a seguir é consequência desse processo e contribui para a diminuição da
qualidade da água disponível para consumo?
A) O despejo de efluentes industriais.
B) A proliferação de zooplâncton.
C) A proliferação de algas unicelulares e cianobactérias.
D) O despejo de efluentes domésticos.
E) O despejo de fertilizantes oriundos da agricultura.
https://www.biologianet.com/ecologia/eutrofizacao.htm
A eutrofização consiste no aumento dos nutrientes, como nitrogênio e fósforo, em um 
ecossistema aquático, o que leva ao aumento da produtividade e, consequentemente, a 
alterações em todo esse ecossistema.
O aumento da produtividade é ocasionado, principalmente, pela proliferação excessiva de 
algas. Essas algas podem produzir toxinas, o que pode acabar contaminando a água, os 
organismos que vivem ali e os que deles se alimentam, inclusive o homem. No entanto, mesmo 
que não produza toxinas, essa proliferação excessiva de algas pode causar muitos problemas.
Com esse processo, as algas formam uma densa camada sobre a superfície da água, impedindo a 
passagem da luminosidade para a realização de fotossíntese por parte de algas e plantas que 
estão abaixo delas, causando-lhes a morte. A morte desses organismos acarreta em um aumento 
de matéria orgânica e em um aumento de bactérias decompositoras, que utilizam o oxigênio no 
processo de decomposição. Isso provoca, então, a diminuição da concentração de oxigênio na 
água e ocasiona a morte de diversos outros organismos, como peixes. Com isso, o processo de 
decomposição da matéria orgânica passa a ser anaeróbica devido à falta de oxigênio e, por 
esse motivo, leva à produção de gases tóxicos nesses ambientes.
Tipos de eutrofização:
> Natural: os nutrientes são carreados naturalmente para os ambientesaquáticos com a ação 
das águas superficiais e da chuva, que lavam a superfície terrestre. É um processo lento, 
que pode levar centenas de anos, também conhecido como “envelhecimento natural” desses 
ambientes.
> Artificial: os nutrientes apresentam as mais diversas origens, como esgoto doméstico e 
atividades agrícolas. Dessa forma, o processo ocorre de forma dinâmica, o que leva a um 
“envelhecimento precoce” desses ambientes, alterando suas características naturais e 
tornando a água indisponível para diversos usos.
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Na prática
A água é essencial à vida, no entanto, uma grande parcela da população ainda não tem acesso a 
água potável e muito menos ao tratamento de esgoto, o que provoca contaminação do solo e da 
água e aumento dos problemas de saúde das pessoas, principalmente em países em 
desenvolvimento e em áreas de periferia. A precariedade do acesso à água e esgotamento sanitário 
coloca em situação de risco essa população, aumentando a incidência de doenças infecciosas 
agudas e crônicas, inclusive em crianças.
Augusto é Gestor Ambiental e trabalha no Departamento de Meio Ambiente de Verinha. Vamos 
acompanhar agora, em Na Prática, como as atividades potencialmente poluidoras podem causar 
problemas socioambientais inclusive a longas distâncias.
_1.1_
Santos e Verinha são cidades que se desenvolveram ao longo do curso do Rio 
Vera, no entanto, Santus está localizada há a montante da cidade de Verinha e 
tem como principal atividade econômica a suinocultura.
Ocorre que o Departamento de Águas e Esgoto de Verinha detectou altos níveis 
de poluentes na água do Rio Vera, desse que é utilizada para abastecer de 
abastecimento de água da cidade.
Augusto, do Departamento de Meio Ambiente, foi acionado. Diante dos laudos 
apresentados, a água estava com altos níveis de nitrogênio (N), fósforo (P), 
metais pesados, como zinco (Zn), além de microrganismos patogênicos.
Augusto sabe que o saneamento básico da cidade é excepcional e que as 
atividades potencialmente poluidoras também são controladas e monitoradas 
adequadamente, mas os municípios vizinhos não segem o mesmo rigor.
Dessa forma, foi realizar Foi realizada uma pesquisa de notícias da região e 
descobriu-se que uma pequena população ribeirinha que fica entre as cidades 
de Santus e Verinha estão com surto de diarreia, o que sugeriu para Augusto 
que a contaminação está vindo de alguma cidade rio acima.
Resolve então fazer uma campanha com seus técnicos rio acima para 
verificação das condições de saneamento irregular. Chegando na cidade de 
Santus, observa várias canalizações diretamente voltadas para o rio. A 
verificação inicial de odor indicou o despejo incorreto de dejetos e 
contaminações encontradas na água indicavam que poderiam ser oriundas da 
atividade de suinocultura desenvolvida na área.
Augutso então fotografou as irregularidades e elaborou um relatório 
ambiental que enviou para a cidade de Santus, informando as irregularidades 
e relacionando com os problemas socioambientais que estão causando na saúdde 
da população ribeirinha e também na qualidade da água que chega no município 
de Verinha, solicitando providências imediatas para a regularização da 
atividade e fechamento dos despejos do dejeto dos animais diretamente no 
rio.
O Departamento de Meio Ambiente de Santus logo procedeu a fiscalização das 
atividades de suinocultura da sua região e autuou os produtores a sanar as 
irregularidades.
Além disso, integrou em seu planejamento ações de saneamento ambiental para a 
população ribeirinha e, em seis meses, os níveis de contaminantes na água 
estavam normalizados.
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Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
Saneamento básico e Saúde
Confira um artigo que se propôs a analisar a relação entre as condições de saneamento básico e a 
autoavaliação de saúde nas capitais brasileiras.
A importância da Fundação Nacional de Saúde – FUNASA
Acesse o site da Funasa, instituição atualmente do governo federal responsável em promover e 
fomentar soluções de saneamento e confira informações e o vídeo promocional que explica a 
importância do saneamento para a vida das pessoas.
Planos Municipais de Saneamento básico
Acesse um vídeo disponibilizado pela TV Brasil para saber mais sobre os Planos Municipais de 
Saneamento básico.
_1.1_
https://www.scielo.br/j/rbepid/a/kHqLbYTVZrsXFFmSPNmhV3r/?lang=pt
http://www.funasa.gov.br/saneamento-para-promocao-da-saude%20
https://www.youtube.com/embed/xn4riYMizkM%20%20
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E CRÉDITOS DE IMAGENS
ROSA, André Henrique; FRACETO, Leonardo F.; MOSCHINI-CARLOS, Viviane. Meio ambiente e 
sustentabilidade. Porto Alegre: Bookman, 2012.
Banco de imagens Shutterstock.
SAGAH, 2015.
EQUIPE SAGAH
Coordenadora de Curso
Vanessa de Souza Machado
Professor
Daniel Araújo
Gerente Unidade de Negócios
Rodrigo Severo
Analista de Projetos
Fernanda Osório
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Padrões de qualidade e classificação das águas
Apresentação
Esta Unidade de Aprendizagem apresenta reflexões relacionadas a um importante recurso natural: 
a água. Esse recurso, de fundamental importância para a existência da biodiversidade na Terra, está 
cada vez mais escasso e ameaçado. A fim de entender melhor esse cenário negativo e promover 
ações que o minimizem, torna-se fundamental que um gestor ambiental compreenda os padrões de 
qualidade e a classificação das águas.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Identificar características, padrões de qualidade e classificação das águas.•
Reconhecer os indicadores de qualidade física, química e biológica da água.•
Diferenciar as classes de água doce, segundo as diretrizes da Resolução no 357/2005 do
Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA).
•
_1.2_
elm = Avaliação da aula. Regular. Assinalada opções: - Erros no conteúdo; - Precisei 
pesquisar mais. - Vídeo muito curto.
Aula 1.2
1.1 - Saneamento Ambiental e sua importância socioambiental
1.2 - Padrões de qualidade e classificação das águas
2.1 - Características dos efluentes
2.2 - Autodepuração de recursos hídricos
3.1 - Remoção de compostos orgânicos na água
3.2 - Processos gerais e estações de tratamento de esgoto
4.1 - Técnicas de tratamento para fins domésticos e industriais
4.2 - Redes coletoras
Conteúdo Complementar (não conta p/ avaliações, mas conta p/ frequência) 
__ C.1 A importância dos reservatórios
__ C.2 Emissários submarinos de esgoto
__ C.3 Diretrizes Nacionais de Saneamento Básico – Parte I
__ C.4 Diretrizes Nacionais de Saneamento Básico – Parte II
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Desafio
Você é o gestor ambiental em uma indústria. Ao lado desse local, há um arroio com água de cor 
esverdeada e cheiro desagradável.
Alguns moradores do entorno lhe informaram que tiveram contato com a água e se sentiram mal, 
com náuseas e vômitos. Por essa razão, seu diretor contatou um laboratório especialista na 
realização de análise da qualidade da água.
A partir de suas respostas, o técnico terá condições de separar os materiais adequados para 
realizar a coleta das amostras de água e efetuar as análises laboratoriais?
_1.2_
Ao conversar com o técnico por telefone, foi solicitado que você respondesse 
algumas perguntas.
Quais indicadores químicos, físicos ou biológicos podem estar causando as 
alterações na água?
Você teria uma ideia de qual poderia ser a classificação da água do arroio 
nas proximidades da empresa, segundo as diretrizes da Resolução no. 357/2005 
do CONAMA?
elm = i) Indicadores não são causa de nada, seus valores podem indicar a causa do mal-estar 
das pessoas que tiveram contato com a água. ii) Na condição que está, essa água só pode ser 
classificada como V. classe 4, pois as classificações melhores (especial, 1, 2 e 3) permite 
ocontato de pessoas com a água.
Padrão de resposta esperado
Sim, com os indicadores a seguir, o técnico poderá separar o materiais 
adequados para fazer a coleta das amostras de água, além de efetuar as 
análises laboratoriais.
Os indicadores possíveis de serem vistos sem o uso de microscópio são:
Físicos: cor, odor e turbidez.
Biológicos: algas.
Classificação da água: classe 3 ou 4.
Infográfico
O infográfico mostra os principais pontos relacionados aos padrões de qualidade e à classificação 
das águas, foco desta Unidade de Aprendizagem.
_1.2_
elm - ilustração descartada, apenas lista os tópicos da aula...
QUALIDADE DA ÁGUA
> Indicadores físicos
> Indicadores Químicos
> Indicadores Biológicos
> Tipos de classificação
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Conteúdo do livro
O trecho selecionado é do livro Meio ambiente e sustentabilidade. Nele, há uma 
interessante abordagem sobre características, padrões de qualidade e classificação das águas.
_1.2_
elm = parte do livro usado em Aula 1.2 ; 2.2 ; 3.1 ; C.3
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Sumário 
1 Prefácio ....................................................................................................................................... ix 
ARLINDO PHILIPPI Jr. 
Apresentação ............................................................................................................................ xiii 
ANDRÉ HENIUQUE ROSA, LEONARDO FERNANDES FRACETO e VIVIANE MOSCHINI-CARLOS 
1 Poluição aquática ...................................................................................................................... 17 
SONIA DOS SANTOS, LUCIANA CAMARGO DE OLIVEIRA, 
ADEMIR DOS SANTOS, JULIO CÉSAR ROCHA e ANDRÉ HENRIQUE ROSA 
2 O abastecimento de água e o esgotamento sanitário: propostas 
para minimizar os problemas no Brasil .................................................................................. 47 
MARCELO LUIZ MARTfNS POMPÊO e VIVIANE MOSCHfNI-CARLOS 
3 Contaminação do solo: aspectos gerais e contextualização na química ambiental .............. 67 
WILSON TADEU LOPES DA SILVA, LILIAN FERNANDA DE ALMEIDA MARTELLI, 
TÂNIA LEME DE ALMEIDA, DÉBORA M. B. P. MILORI e LADISLAU MARTIN NETO 
4 Atmosfera e química no planeta Terra .................................................................................... 88 
ARNALDO ALVES CARDOSO 
5 Recursos hídricos e indicadores hidrológicos ...................................................................... 103 
MANUEL ENRJQUE GAMERO GUANDIQUE e LEANDRO CARDOSO DE MORAIS 
6 Recursos energéticos e meio ambiente .................................................................................. 126 
SANDRO DONNIN I MANCINI e NILSON CRJSTINO DA CRUZ 
7 Saúde e meio ambiente ........................................................................................................... 155 
MARCELA PELLEGRINI PEÇANHA, NOBEL PENTEADO DE FREITAS, 
ROBERTO WAGNER LOURENÇO, MARIA RITA DONALISIO CORDEIRO, 
RICARDO CARLOS CORDEIRO e MARIA APARECIDA VEDOVATO 
8 Modelagem ambiental ............................................................................................................ 177 
SANDRA REGINA MONTEIRO MASALSKJENE ROVEDA, 
LEONARDO FERNANDES FRACETO e JOSÉ ARNALDO FRUTUOSO ROVEDA 
9 Análise espacial de dados geográficos .................................................................................... 198 
ROBERTO WAGNER LOURENÇO, ANTONIO CESAR GERMANO MARTINS, 
SANDRA REGINA MONTEIRO MASALSKIENE ROVEDA, 
JOSE ARNALDO FRUTUOSO ROVEDA e PAULO MILTON BARBOSA LANDIM 
1 O Análise de impactos e riscos ambientais ............................................................................... 219 
L FLÁVIO HENRIQUE MINGANTE SCHLITTLER 
11 
12 
13 
L 
Manejo de solos degradados por ação antrópica .................................................................. 238 
WANDERLEY JOSÉ DE MELO, GABRIEL MAURÍCIO PERUCA DE MELO, 
VALÉRIA PERUCA DE MELO, REGINA MÂRCLA LONGO, ADMILSON ÍRIO RIBEIRO 
e LIANDRA MARIA ABAKER DERTIPAGLIA 
Restauração de áreas degradadas ........................................................................................... 283 
OSMAR CAVASSAN 
Tratamento de emissões gasosas ............................................................................................ 301 
LEANDRO CARDOSO DE MORAIS, VALQUÍRIA DE CAMPOS, JO DWECK, 
MANUEL ENRJQUE GAMERO GUANDIQUE e PEDRO MAURÍCIO BÜCHLER _j 
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1 4 Tratamento de água e efluentes líquidos ............................................................................... 322 1 
JOSÉ ROBERTO GUIMARÃES e MILE A GUEDES MANIERO 
1 5 Resíduos sólidos ..................................................................................................................... 346 
SANDRO DONNINI MA CINI , JOSÉ LÁZARO FERRAZ e WALDIR ANTÔNIO BIZZO 
1 6 Gestão ambiental ................................................................................................................... 3 75 
GERSON ARAUJO DE MEDEIROS, LUCILIA DO CARMO GIORDANO 
e FABIO AUGUSTO GOMES VIEIRA REIS 
Índice ....................................................................................................................................... 407 
Apresentação 
O livro Meio ambiente e sustentabilidade é tuição física e química de solos, destacando 
uma contribuição de uma equipe multidis- as peculiaridades de solos alagados, ácidos, 
ciplinar constituída por profissionais da salinos e sódicos, a ocorrência de intempe-
área da Biologia, Ecologia, Engenharia, Físi- rismo do solo e suas consequências. Além 
ca, Geografia, Geologia, Matemática e Quí- clisso, são apresentados os principais tipos 
mica, entre outras, que tem trabalhado, en- de contaminantes inorgânicos e pesticidas 
sinado e pesquisado em cliferentes áreas re- em solos, cliscorrendo sobre alguns proces-
lacionadas às Ciências Ambientais. O livro sos que vêm sendo utilizados na sua reme-
foi clividido em 16 capítulos, os quais estão cliação. O Capítulo 4 («Atmosfera e química 
apresentados em uma sequência didática, no planeta Terra") leva o leitor a uma retle-
de acordo com a relação entre os assuntos xão do quanto as atividades antrópicas mo-
tratados, visando um aprofundamento do clificam a atmosfera afetando a qualidade 
leitor. A seguir, é apresentada a sequência e do ar respirado nos centros urbanos e o am-
os principais aspectos a serem tratados em biente físico em escala regional e global. Ca-
cada um dos capítulos. No Capítulo 1 (ccPo- pítulo 5 ("Recursos hídricos e inclicadores 
luição aquática") são abordadas as princi- hidrológicos") apresenta informações atuali-
pais fontes e tipos de poluição em sistemas zadas das conclições brasileiras em relação 
aquáticos, destacando as características e aos recursos hídricos e apresenta a aplicação 
propriedades dos principais contaminantes de algumas metodologias de análise de dados 
orgânicos, inorgânicos e emergentes pre- utilizando-se princípios de hidrologia apli-
sentes em sistemas aquáticos. Os aspectos cada. No Capítulo 6 («Recursos energéticos e 
gerais relacionados ao transporte, à reativi- meio ambiente" ) é discutida a necessidade 
dade e aos processos que os poluentes da exploração dos recursos energéticos vi-
podem sofrer no corpo hídrico são discuti- sando à sustentabilidade ambiental, desta-
dos, assim como a questão da preocupação cando as principais fontes alternativas de 
atual em relação à contaminação de águas energia atualmente clisponíveis. O Capítulo 
subterrâneas. O Capítulo 2 (ccO abasteci- 7 («Saúde e meio ambiente") mostra a ne-
mento de água e o esgotamento sanitário: cessidade de um maior enfrentamento das 
propostas para minimizar os problemas no alterações an1bientais e de seus efeitos sobre 
Brasil") discute a situação atual do sanea- a saúde humana, buscando alternativas por 
mento básico no Brasil, em articular a meio de políticas públicas das clistintas esfe-
f--~~~~~~~~~~~-!c~~~~~~~~~-' 
oferta de água potável e o esgotamentosa- ras envolvidas, para auxiliar na dinâmica do 
nitário nas grandes metrópoles, apresen- binômio ambiente-saúde e o desenvolvimen-
tando sugestões com vistas a minimizar o to de ações corretivas e preventivas. No Capí-
problema. No Capítulo 3 ("Contaminação tulo 8 («Modelagem ambiental") são apre-
do solo: aspectos gerais e contextualização sentados conceitos e definições importantes 
na química ambiental") São abordados os sobre a construção de modelos que perrni-
principais aspectos relacionados à consti- tam inferências sobre processos que ocor-
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1 rem no ambiente, visando projeções de fu­
turos impactos e eventos que podem ocor­
rer ou afetar o ambiente em função de 
situações presentes ou passadas. O Capítulo 
9 ("Análise espacial de dados geográficos") 
traz considerações sobre as principais ca­
racterísticas da formulação teórica e meto­
dológica na construção de informações 
produzidas na forma de mapas por meio de 
técnicas de geoprocessamento e conduzidas 
com o uso de ferramentas de Sistemas de 
Informação Geográfica, visando melhor 
entendimento de processos ambientais e/ ou 
avaliação de possíveis impactos ambientais. 
No Capítulo 1 O ("Análise de impactos e ris­
cos ambientais") são discutidas as bases 
para a avaliação da análise de riscos e im­
pactos ambientais visando ao planejamento 
~à formulação de propostas que minimi-
1 zem agressões ao ambiente e que permitam 
a identificação, a avaliação, o gerenciamen­
to e a contenção de potenciais riscos ao am­
biente e também à saúde pública. O Capítu­
lo 11 ("Manejo de solos degradados por 
ação antrópica") discute o quanto o uso 
inadequado do solo em atividades agrope­
cuárias, industriais e de mineração pode 
levar o solo a um estado de degradação, tor­
nando-o inapto para fins de produção de 
alimentos ou colocando em risco a saúde 
do ambiente e do homem. Além disso, são 
discutidas as diferentes técnicas que podem 
ser utilizadas para a recuperação do am­
biente degradado. Neste contexto, o assunto 
é ampliado no Capítulo 12 ("Restauração 
de áreas degradadas") onde se discute a ne­
cessidade do conhecimento estrutural e di-
1 nâmico em condições de áreas não pertur-
badas e sua capacidade de restauração nat~ 
ral, visando à definição dos métodos mais 
adequados para a restauração de áreas de­
gradadas, que agreguem procedimentos 
técnicos, legislação ambiental e políticas 
públicas com o mínimo de impacto am­
biental. Os Capítulos 13 a 15, os quais tra­
tam respectivamente do Tratamento de 
emissões gasosas, Tratamento de água e 
efluentes líquidos e resíduos sólidos, apre­
sentando uma reflexão da problemática 
atual associada à geração de efluentes/resí­
duos, destacando as principais formas de 
tratamentos que têm sido utilizadas, levan­
do à reflexão da necessidade do desenvolvi­
mento e emprego de tecnologias mais lim­
pas no processo produtivo, visando à sus­
tentabilidade ambiental. Já no Capítulo 16, 
sobre "Gestão ambiental", são exploradas ~ 
diferentes visões e conceituações relaciona- ! 
das à gestão ambiental, de um contexto ter­
ritorial até uma abrangência voltada ao 
meio empresarial. No contexto da gestão 
ambiental territorial brasileira, os aspectos 
legais envolvidos e as suas principais abran­
gências como a gestão dos recursos hídricos 
e bacias hidrográficas, a gestão da zona cos­
teira, a gestão urbana e o zoneamento eco­
lógico e econômico. Enquanto na gestão 
ambiental empresarial são abordados o sis­
tema de gestão ambiental e a série de nor­
mas da ISO 14000, especialmente a ISO 
14001, e outros modelos como a Produção 
Mais limpa, a Ecoeficiência, a Produção 
Limpa e a Rotulagem Ambiental. 
André Henrique Rosa 
Leonardo Fernandes Fraceto 
Viviane Moschini-Carlos 1 
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INTRODUÇÃO
Nos últimos 50 anos, devido ao elevado 
crescimento populacional associado à busca 
por melhor qualidade de vida, ocorreu um 
aumento na produção industrial e agrícola 
caracterizada pela intensa fabricação e utili-
zação de compostos químicos sintéticos 
(inseticidas, herbicidas, plásticos, entre ou-
tros). Seja de maneira natural ou antrópica, 
os resíduos gerados por esses compostos 
aportam aos recursos hídricos com conse-
quente alteração da qualidade da água.
Por ser um recurso natural de fonte 
esgotável, a Organização Mundial da Saúde 
estima que a água se tornará cada vez mais 
uma fonte de tensão e competição por parte 
de diversas nações, fazendo com que os pro-
blemas referentes à deterioração da quali-
dade da água se tornem objeto de preocu-
pação. O conhecimento e a compreensão 
das fontes de poluição, interações e efeitos 
dos poluentes aquáticos são essenciais para 
o controle destes em um ambiente seguro e
economicamente sustentável.
O planeta Terra é o único do nosso 
sistema solar que apresenta moléculas de 
água na forma líquida, na maior parte da 
superfície, sendo 97,5% da água existente 
no planeta, marinha, enquanto apenas 2,5% 
restantes são de água doce. Ressalta-se que a 
maior parcela dessa água doce (68,9%) 
forma as calotas polares, geleiras e neves. Os 
29,9% restantes constituem as águas sub-
terrâneas. A umidade dos solos e as águas 
dos pântanos representam cerca de 0,9% do 
total, e a água de rios e lagos aproximada-
mente 0,3% (Rebouças et al., 2006).
De acordo com relatório divulgado 
pela Organização das Nações Unidas para 
Educação Ciência e Cultura (UNESCO), du-
rante a terceira edição do Fórum Mundial da 
Água ocorrido em Kyoto em 2003, o Brasil é 
o país mais rico do mundo em recursos hí-
1
Poluição aquática
SONIA DOS SANTOS, LUCIANA CAMARGO DE OLIVEIRA, 
ADEMIR DOS SANTOS, JULIO CÉSAR ROCHA e ANDRÉ HENRIQUE ROSA
Objetivos do capítulo
Neste capítulo são abordadas as principais fontes e tipos de poluição em sistemas 
aquáticos, destacando as características e propriedades dos principais contaminan-
tes orgânicos, inorgânicos e emergentes em águas superficiais e subterrâneas. Os 
aspectos gerais relacionados ao transporte, à reatividade e aos processos que os 
poluentes podem sofrer no corpo hídrico são discutidos, assim como a preocupa-
ção atual em relação à contaminação de águas subterrâneas.
18 Rosa, Fraceto e Moschini-Carlos (Orgs.)
dricos, com 6,2 bilhões de m3 de água doce 
(17% do total disponível no planeta) (Água: 
Fórum Econômico Mundial, 2008).
Sabe-se, porém, que a distribuição de 
água em nosso país é bastante desigual, pois a 
maior parte desse recurso está disponível em 
regiões com baixa densidade populacional 
(região norte), sendo frequentes os problemas 
de abastecimento nas regiões mais populosas 
(grandes capitais da região sudeste).
A água própria para o consumo huma-
no se chama água potável e, para ser conside-
rada como tal, ela deve obedecer a certos pa-
drões de potabilidade necessitando muitas 
vezes de tratamento para se adequar ao con-
sumo. Os métodos vão desde a simples fer-
vura até operações mais complexas.
A água potável e de boa qualidade é 
fundamental para a saúde dos seres huma-
nos (o corpo humano é constituído por 70 
a 75% de água e, na ausência dela, alguns 
órgãos vitais deixam de funcionar), entre-
tanto, a maioria da população mundial não 
tem acesso a esse bem precioso.
Apesar da importância da água para 
os seres humanos, ela também é considera-
da um dos meios mais comuns de transmis-
são de doenças. Se a água que utilizamos, 
seja para aliviar a sede ou para regar os ali-
mentos, não apresentar a qualidade neces-
sária, estes serão igualmente infectados e, 
consequentemente, o corpo que os ingere 
será alvo de inúmeras doenças. O Quadro 
1.1 apresenta algumas doenças infecciosas 
de veiculação hídrica.
Muitas das doenças transmitidas por 
veiculação hídrica podem ser prevenidas 
por um tratamento adequado da água antes 
de seu uso.As estações de tratamento de 
água se utilizam de vários procedimentos 
como a decantação, a filtração, além da clo-
ração para eliminar os microrganismos 
causadores de doenças.
DEFINIÇÃO, FONTES 
E TIPOS DE POLUIÇÃO
A Lei de Política Nacional do Meio Ambiente 
(Lei No 6.938, de 31 de agosto de 1981) defi-
ne como poluição:
(...) a degradação da qualidade ambiental 
resultante de atividades que direta ou indi-
retamente:
a) Prejudiquem a saúde, a segurança e o 
bem-estar da população.
QUADRO 1.1
Doenças de veiculação hídrica
DOENÇAS TRANSMISSÃO PREVENÇÃO
Cólera, febre tifoide Contaminação no Desinfecção adequada 
 sistema de distribuição 
Sarna, infecções Falta de água suficiente para Provisão de quantidades suficientes para 
oculares, diarreia um consumo adequado banhos e limpezas gerais
Esquistossomose Invertebrados aquáticos Distribuição de água potável, e 
 educação sanitária
Malária, febre Organismos patogênicos Aplicação de inseticidas, evitar acúmulo 
amarela, dengue de água em recipientes abertos, drenar 
 áreas inundadas e evitar saturação de 
 áreas agrícolas
 
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b) Criem condições adversas às atividades 
sociais e econômicas. 
c) Afetem desfavoravelmente a biota. 
d) Afetem as condições estéticas ou sanitá­
rias do Meio Ambiente. 
e) Lancem matéria ou energia em desacor­
do com os padrões ambientais estabeleci­
dos (art.3°, III). 
A poluição das águas é consequência 
principalmente de atividades humanas (an­
trópicas) como: lançamento de efluentes 
domésticos e industriais sem tratamento 
prévio. Condições geoquímicas específicas, 
como chuvas e atividade vulcânica, também 
podem elevar a concentração de alguns 
com ostos em determinado ecossistema 
podendo causar problemas locais (poluição 
natural). 
A poluição aquática pode ser classifi­
cada em: 
• Poluição térmica: proveniente do des­
carte nos rios de grandes volumes de 
água aquecida utilizada em processos 
de refrigeração em refinarias, siderúrgi­
cas e usinas termoelétricas. Como con­
sequências têm-se: diminuição do tem­
po de vida de espécies aquáticas e altera­
ção nos ciclos reprodutivos, diminuição 
da solubilidade dos gases, inclusive a 
concentração de oxigênio dissolvido di­
ficultando a respiração de peixes e ani­
mais aquáticos. O aumento de tempera­
tura também pode potencializar a ação 
de poluentes presentes na água, poi~ 
menta a ve oc1 a e as reaçoes, em 
como a solubilidade de compostos. 
• Poluição sedimentar: se dá mediante o 
acúmulo de partículas em suspensão 
(partículas de solo e/ou produtos quí­
micos orgânicos ou inorgânicos irisolú­
veis). Tais partículas bloqueiam a entra­
da de raios solares na lâmina d'água, in­
terferindo na fotossín tese de plantas 
aquáticas, podendo também carregar 
poluentes químicos e biológicos absor­
vidos em sua superfície. 
Meio ambiente e sustentabilidade 19 
O assoreamento dos corpos d'água é 
uma das consequências mais graves da 
poluição sedimentar e deve ser evitado 
com medidas preventivas no controle da 
erosão. 
• Poluição biológica: resulta da presença 
de microrganismos patogênicos causa­
dores de doenças que se encontram fre­
quentemente presentes nos excrementos 
humanos e animais, tais como: 
a) Bactérias: provocam infecções intesti­
nais epidêmicas e endêmicas (febre 
tifoide, cólera, leptospirose); 
b) Protozoários: amebíase e giardíase; 
c) Vírus: provocam hepatites e infecções 
nos olhos; 
Vermmoses: esqu1stossomose. 
Por meio de águas residuárias, os mi­
crorganismos aportam em corpos aquá­
ticos receptores podendo contamirlar 
outros indivíduos. Medidas de saúde 
pública como desinfecção da água desti­
nada ao consumo humano, coleta e tra­
tamento de efluentes (esgotos) têm sido 
adotadas visando mirlimizar os efeitos 
de tais doenças. 
• Poluição radioativa: a existência de ra­
dioatividade natural na água não traz 
efeitos nocivos para a saúde por apre­
sentar níveis muito baixos. A poluição 
por resíduos radioativos lançados ao 
mar, afundamento de arsenais nuclea­
res, explosões atômicas submarinas ou 
fugas radioativas, porém, têm consequ­
ências graves. Em geral, os tecidos mais 1 
prejudicados pela radiação são os que se 
reproduzem em velocidade rápida, 
como a medula óssea, os tecidos forma­
dores do sangue e os nódulos linfáticos. 
Compostos radioativos não apresentam 
cor, sabor e odor na água, sendo de difí­
cil detecção e, geralmente, o principal 
efeito da exposição prolongada a baixas 
doses de radiação é o câncer. 
• Poluição química: causada pela presença 
de compostos químicos indesejáveis, tais 
como: 
20 Rosa, Fraceto e Moschini-Carlos (Orgs.) 1 
---------------1 
a) Compostos biodegradáveis: produtos 
químicos que, após determinado tem­
po, são decompostos pela ação de bac­
térias. Alguns exemplos desses contami­
nantes são: matéria orgânica, sabões, 
proteínas, carboidratos e gorduras. 
b) Compostos persistentes: milhões de 
toneladas de compostos químicos 
são produzidos e utilizados mundial­
mente na produção de plásticos, fi­
bras sintéticas, tintas, borracha, sol­
ventes, agroquímicos, agentes preser­
vantes em geral, entre outros. Em 
função de sua estrutura química, são 
muito estáveis (resistentes), caracte­
rística desejável que torna tais com­
postos de grande utilidade. Tal pro­
priedade, porém, tem se tornado um 
grave problema ambiental visto que 
esses compostos não se degradam fa­
cilmente. Os efeitos de tais compos­
tos sobre a biota aquática estão sendo 
estudados e muitos ainda são desco­
nhecidos, particularmente no caso 
de exposições prolongadas a concen­
trações muito baixas (toxicidade crô­
nica) podem ser mutagênicos, carci­
nogênicos ou teratogênicos (proble­
mas em recém-nascidos), podendo 
ainda causar disfunções nos rins e fí­
gado, esterilidade e problemas neu­
rológicos. 
Os poluentes alcançam águas superfi­
ciais e subterrâneas de diversas formas, 
que podem ser classificadas para efeitos 
de legislação como: 
• Fontes pontuais: são fontes de fácil iden­
tificação e monitoramento. É possível 
identificar a composição dos resíduos, 
bem como prever seu impacto ambien­
tal e responsabilizar o agente produtor. 
Como exemplos, pode-se citar: a descar­
ga de efluentes de indústrias e de esta­
ções de tratamento água/efluentes. 
• Fontes difusas: apresentam característi­
cas diferenciadas e se espalham por inú­
meros locais sendo difíceis de serem de­
terminadas em função das característi­
cas intermitentes de suas descargas e da 
abrangência sobre extensas áreas. As ati­
vidades agrícolas, deposições atmosféri­
cas, os resíduos de construção civil são 
exemplos de fontes difusas de poluição. 
POLUENTES AQUÁTICOS 
Efluente (esgoto) é o termo usado para as 
águas que, após a utilização humana, apre­
sentam as suas características naturais alte- I 
radas. São constituídos por excretas huma­
nos (fezes e urina) e água de origem domés­
tica, comercial e industrial. 
Um dos principais problemas enfren­
tados pelo Brasil, no que diz respeito à pre­
servação de seus recursos hídricos, é a po­
luição por efluen tes domésticos, apesar de 
ser bastante difundida a crença de que os 
efluentes industriais sejam os grandes res­
ponsáveis pela degradação de tais recursos 
(Rocha et al., 2009). 
O Brasil apresenta um quadro bastan­
te crítico com relação à coleta e tratamento 
de efluentes. A população brasileira estin1a­
da pelo IBGE em 2007 é de 183.987.291 de 
habitantes, distribuídos em 5.564 municí-1 
pios. As Figuras 1.1 e 1.2 mostram a situa­
ção do Brasil com relação ao tratamento e 
coleta de efluentes. 
Com relação ao tratamento de efluen­
tes, dos 184 milhões de brasileiros apenas 
59,8 milhões (32,5%) têm seus efluentes tra­
tados, enquanto a maioria, 124,2 milhões 
(67,5%) não é beneficiada com o sistema de 
tratamento como mostra a Figura 1.2. 
Na Figura 1.3 tem-se um panorama 
nacional mostrando o índice de atendimen­
to de efluentes em 2007, tal parâmetro indica 
apenas o percentual de efluente coletado, 
não incluindo o tratamento do mesmo.• 
Figura 1.1 
Coleta de eflue ntes no Brasil. 
Meio ambiente e sustentabilidade 21 
77,3 milhões 
42% 
Fontes: IBGE e Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento, 2007. 
No Brasil, os sistemas locais de trata­
mento de efluentes ainda são caracterizados 
principalmente pelo uso de fossas e sumi­
douros. Tais procedimentos são utilizados 
nas zonas rurais, onde a densidade popula­
cional é baixa, e na zona urbana, principal­
mente nas periferias, onde o nível socioeco-
Figura 1.2 
• 
• 
Tratamento de efluentes no Brasil. 
nômico da população é baixo, não existindo 
rede pública para coleta e tratamento de 
efluentes. 
De maneira geral, os poluentes aquáti­
cos podem ser divididos em categorias. No 
caso de efluentes domésticos os principais 
poluentes são: matéria orgânica e organis-
59,8 
milhões 
32,5% 
Fontes: IBGE e Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento, 2007. 
22 Rosa, Fraceto e Moschini-Carlos (Orgs.) 
Índice de atendimento 
total de efluerrtes 
< 10,0% 
SS:S 10,0 a 20% 
• • 
10,0a 20% 
40,1a70% 
> 70% 
Figura 1.3 
IN056 índioo de atcnd]mcnto total do esgotos. n:o Brasil. 
IFonte: Sistema Nacional de l'nfonnações sabr;e Saneamento,, :2007. 
mos patogênicos. Com relação aos efluentes 
industriais, a contaminação, além da maté­
ria orgânica, envolve espécies metálicas ( es­
senciais e/ou potencialmente tóxicas) e 
compostos organossintéticos. O Quadro 1.2 
apresenta a classificação dos poluentes 
aquáticos discutidos neste capítulo e os 
possíveis efeitos que podem causar ao am­
biente. 
Poluentes inorgânicos 
Metais: 
essencialidade X toxicidade 
Os metais apresentam propriedades físicas 
comuns como: maleabilidade, ductibilida­
de, conduzem eletricidade e calor, além de, 
via de regra, serem sólidos (com exceção do 1 
Meio ambiente e sustentabilidade 23 
QUADRO 1.2 
Classificação e efe itos ao ambiente por poluentes aquáticos. 
CLASSES DE POLUENTES EFEITOS AO AMBIENTE 
Poluentes inorgânicos 
Espécies metálicas essenciais 
Espécies metálicas potencialmente tóxicas 
Amônia, cianeto, compostos de enxofre 
Alterações na biota aquática e toxicidade 
Alterações na biota aquática e toxicidade 
Alterações na biota aquática e toxicidade 
e dióxido de carbono 
Fosfatos e nitratos Eutrofização 
Poluentes orgânicos 
Tensoat ivos: sabões e detergentes Eutrofização, alterações na biota, alterações 
estéticas 
Petróleo e BTX 
Interferentes endócrinos 
Bifenilas policloradas 
Pesticidas 
Alterações na biota, alterações estéticas 
Efeitos biológicos 
Dioxinas 
Toxicidade e efeitos biológicos 
Toxicidade e efeitos biológicos 
Toxicidade e efeitos biológicos 
mercúrio que é líquido). Algumas caracte­
rísticas químicas também são comuns aos 
metais, dentre elas podemos citar: presença 
de 1 a 4 elétrons no orbital mais externo, 
baixo potencial de ionização com formação 
de cátions por perda de elétrons, são bons 
agentes redutores, apresentam estados de 
oxidação positivos, reatividade frente a áci­
dos, formam óxidos básicos e halogenetos 
iônicos (Atkins, 2006). 
Os metais se diferenciam dos poluen­
tes orgânicos por serem não degradáveis 
podendo se acumular nos diversos compar­
timentos ambientais influenciando em sua 
toxicidad e. São amplamente utilizados na 
indústria, particularmente na laminação de 
metais, estando também presentes nas for-
mulações de pesticidas e até mesmo em me­
dicamentos podendo ser utilizados em pig­
mentos, esmaltes, tintas e corantes. 
Devido ao vasto espectro de utilização, 
tais elementos podem chegar aos sistemas 
aquáticos mediante várias fontes sendo em 
sua maioria transportados de um lugar a 
outro por via aérea, como gases ou espécies 
adsorvidas sobre ou absorvidas no material 
particulado em suspensão. A persistência 
dos metais no ambiente garante os efeitos ao 
longo do tempo ou de longo praw mesmo 
depois de interrompidas as emissões. 
As fontes de metais para o ambiente 
podem ser de origem natural (geoquímica) 
ou antrópica. Muitos metais presentes no 
ambiente são originários de rochas sendo 
extraídos por processos naturais (atividades 
geológicas) como: intemperismo e vulca­
nismo. Em relação às atividades antrópicas 
(oriundas de ações humanas), as principais 
fontes de poluição por metais são: minera­
ção, efluentes industriais, domésticos e agrí­
colas (Alloway e Ayres, 1997). Além dessas 
fontes, os metais podem se distribuir no 
ambiente devido a: 
a) impurezas em fertilizantes: cádmio, cro­
mo, molibdénio, chumbo, urânio e va­
nádio (cádmio e urânio em fertilizantes 
fosfatados); 
b) formulação de pesticidas: cobre, mercú­
rio, chumbo, manganês, zinco (cobre, 
zinco e manganês em fungicidas); 
c) preservativos de madeira: cobre e crômio. 
1 24 Rosa, Fraceto e Moschini-Carlos (Orgs.) 
d) dejetos da produção intensiva de porcos e 
aves: cobre e zinco. 
A toxicidade do metal está diretamen­
te relacionada à dose ou tempo de exposi­
ção, à forma físico-química do elemento e 
da via de administração, podendo esses me­
tais serem classificados de acordo com o 
grau de toxicidade em metais essenciais ou 
potencialmente tóxicos. 
Metais essenciais são importantes para 
a vida vegetal e animal em baixas concen­
trações se tornando tóxicos quando encon -
trados em altos níveis: sódio, potássio, cál­
cio, cobre, ferro e zin co são exemplos de 
metais essenciais. Tais espécies químicas são 
utilizadas para manter funções fisiológicas 
vitais e sua deficiência impede um ciclo de 
vida normal, pois m uitos estão presentes 
em proteínas que exercem funções biológi­
cas importantes como é o caso do ferro na 
hemoglobina, proteína responsável pelo 
transporte de oxigênio pelo corpo humano. 
Alguns m etais, no entan to, não apre­
sentam nenhuma função fisiológica conhe­
cida sendo denominados não essen ciais, 
muitos deles como: chumbo, mercúrio e ar­
sênio são considerados potencialm ente tó­
xicos, pois os organismos vivos tendem a 
ser toleran tes na presença de baixas concen­
trações, se tornando tóxicos e até letais em 
altas concentrações. 
Um aspecto importante a ser consi­
derado quando nos referimos aos metais 
diz respeito à forma físico-química na qual 
se encontram em solução, sendo tal consi­
deração denominada especiação química. A 
compreensão da especiação de um ele­
mento metálico é fundamental, pois in­
fluencia diretamente as propriedades, a 
biodisponibilidade e a toxicidade dos mes­
mos tanto em águas naturais como em 
águas residuárias. 
Os metais potencialmente tóxicos estão 
entre os mais perigosos poluentes aquáti­
cos, principalmente pelas altas concentra-
ções em que podem ser encontrados em 
águas superficiais e/ou subterrâneas, bem 
como pela sua capacidade de se acumular 
ao longo da cadeia trófica. Em geral, são 
metais de transição e alguns elementos re­
presentativos como chumbo e estanho, 
além de metaloides (elementos localizados 
entre metais e não metais) como, por exem­
plo, o arsênio e antimónio. 
Os metais potencialmente tóxicos: 
mercúrio (Hg), chumbo (Pb), cádmio (Cd) 
e arsênio (As), nas suas formas de elemen­
tos livres condensados (exceto o vapor de 
mercúrio) não são particularmente tóxi­
cos, porém, em suas formas catiônicas e 
também quando ligados a cadeias curtas de 
átomos de carbono são considerados peri­
gosos. 
Compostos orgânicos de mercúrio, 
por exemplo, possuem grande afin idade 
por componentes celulares de organismos 
vivos (baixa solubilidade em água e grande 
afinidade por gorduras) podendo ser bioa­
cumulados em tecidos biológicos (concen­
trados na biomassa de seres vivos) . 
Muitos metais poten cialmente tóxicos 
apresentam forte afinidade por enxofre al­
terando a velocidade de reações metabóli­
cas importantes para o corpo humano ao 
formar ligações com grupos sulfidrila 
(-SH). Grupos carboxílicos e amino de p ro­
teínas também são quimicamente atraídos 
por mercúrio (Hg), chumbo (Pb), cádmio 
(Cd) e arsênio (As). 
Ions cádmio, cobre, chumbo e mercú­
rio são <lanosos para membranas celulares, 
dificultando o processo de

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