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Tema 02 – Os educandos portadores de necessidades educacionais especiais Bloco 1 Profª Mª Taís Buch Pastoriza AEE para a Sala de Recursos Multifuncionais W BA0223_V1.0 Terminologia • Necessidades Educacionais Especiais. • Surge na década de 1960/1970. • Questão do preconceito. Terminologia • O aluno com necessidades educacionais especiais é aquele que apresenta “[...] algum problema de aprendizagem ao longo de sua escolarização, que exige atenção mais específica e maiores recursos educacionais do que os necessários para os colegas de sua idade” (MARTÍN et al, 1995, p. 11). Público-alvo da Educação Especial O público-alvo do AEE compõe: 1. Pessoas com deficiência: visual, física, auditiva, intelectual e múltipla. 2. TGD: autismo, psicose infantil e transtornos do espectro autista (segundo a Política Nacional de Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva). 3. Altas Habilidades/Superdotação. Deficiência visual Deficiência visual: cegueira e baixa-visão. • Exemplos de serviços: transcrição/ensino de braille, ampliação de materiais, adaptação de materiais em alto-relevo, etc. • Ensino de alunos com cegueira: crítica em relação à ideia de compensação pelo tato. Vygotsky defende uma compensação social centrada na linguagem (fala/ significado). Ex: apreensão das diferentes cores – significado. Deficiência visual • Sylvia da Silveira Nunes, em sua dissertação intitulada “Desenvolvimento de conceitos em cegos congênitos: caminhos para aquisição do conhecimento” afirma que a aprendizagem “[...] não se restringe aos estímulos sensoriais, mas envolve, como em todo ser humano, a totalidade de seu pensamento e vivências” (NUNES, 2004, p. 54). Deficiência visual • Importância dos professores conhecerem as representações e formas de entender o mundo dos alunos com cegueira. • Principalmente em casos de cegueira congênita (diferenças nas imagens mentais formadas para perceber o mundo). Deficiência auditiva • Diferentes níveis de deficiência auditiva e surdez. • Traço comum: existência da perda auditiva (distintos graus). • Diferenças: o momento em que ocorre essa perda, o grau da perda auditiva. • Os recursos (ajudas técnicas e pessoal de apoio). Fonte: Artigo: “Nem toda pessoa cega lê em braille, nem toda pessoa surda se comunica em língua de sinais”, de Elisabeth Torres, Alberto Mazzoni e Anahi de Mello. Deficiência auditiva • O contexto em que a pessoa se desenvolve. • A capacidade de fala e leitura labial dessa pessoa e a preferência dela por um determinado método de comunicação em situações específicas (com os familiares, na sala de aula, em contato com estranhos, etc.). Fonte: Artigo: “Nem toda pessoa cega lê em braille, nem toda pessoa surda se comunica em língua de sinais”, de Elisabeth Torres, Alberto Mazzoni e Anahi de Mello. Deficiência auditiva • Essas diferenças determinam distinções nas necessidades e possibilidades de comunicação dessas pessoas. Fonte: Artigo: “Nem toda pessoa cega lê em braille, nem toda pessoa surda se comunica em língua de sinais”, de Elisabeth Torres, Alberto Mazzoni e Anahi de Mello. Surdez • Por exemplo: as famílias podem optar em educar uma criança surda prioritariamente pela língua de sinais, enquanto outras contam com recursos que lhes permitem potenciar a comunicação oral para essa criança. Surdez • Leitura labial: ora apoio (por ex., no caso daquelas que possuíam o domínio da língua oral anteriormente à perda auditiva ou a adquiriram posteriormente à perda) ora pode não ser um meio válido para aquelas outras que tiveram acesso à língua oral. Surdez A qualidade da leitura labial depende de alguns fatores: • Habilidade de leitura da pessoa surda. • Capacidade do emissor de articular corretamente os fonemas, ou até mesmo o tipo de grafia labial do emissor, interferem nesse processo de leitura. Ex: bigode ou fala “pouco articulada” dificultam. Surdez • Surdos oralizados: usam uma língua oral (fala). • Surdos não-oralizados: utilizam a Língua Brasileira de Sinais como primeira língua. Diferentes necessidades e reinvindicações: • Surdos não oralizados: reivindicam prioritariamente a ação de intérpretes da língua de sinais. Surdez • Questão da Escola Bilígue para Surdos. • Surdos oralizados: reivindicam recursos tecnológicos que realizem a transcrição eletrônica, em tempo real, da fala em texto. Características TGD Algumas características dos Transtornos Globais do Desenvolvimento, presentes de forma mais típica no Autismo. Os aspectos semelhantes são: • Ansiedade diante de pequenas alterações no entorno. • Insistência em detalhes da rotina. • Condutas estereotipadas e repetitivas. Características TGD • Interesse centrado em detalhes ou parte de informações de forma perseverante. • Dificuldade de perceber o todo e de integrar aspectos isolados. Transtornos globais do desenvolvimento Autismo Mito: • Até a década de 1960 o autismo foi considerado um transtorno emocional, causado pela incapacidade de mães e/ou pais de oferecerem o afeto necessário durante a criação dos filhos. Isso produziria alterações graves no desenvolvimento de crianças. • Estudos comprovaram que isso era falso. Características próprias do autismo • Interação social prejudicada. • Prejuízos na comunicação: fala imatura, repetitiva e muitas vezes sem sentido. • Quando a fala se desenvolve, o timbre, a entonação, a velocidade, o ritmo ou a ênfase podem ser diferentes (ex.: o tom de voz pode ser monótono ou elevar-se de modo interrogativo ao final de frases afirmativas). Características próprias do autismo • Autistas tendem a ser inflexíveis com mudanças na rotina. Considerações finais É preciso e fundamental: • Oportunizar a estes alunos as experiências promotoras de desenvolvimento das funções mentais. • Investir no potencial deles. • Não apenas no caso desses alunos, mas de todos. Tema 02 – Os educandos portadores de necessidades educacionais especiais Bloco 2 Profª Mª Taís Buch Pastoriza AEE para a Sala de Recursos Multifuncionais AH/SD Fonte: “A Construção de Práticas Educacionais para Alunos com Altas Habilidades/Superdotação. Organização: Denise de Souza Fleith. Volume 1: Orientação a Professores. MEC. Brasília, DF. 2007.” AH/SD Conforme documento “Subsídios para Organização e Funcionamento de Serviços de Educação Especial – Área de Altas Habilidades” (Brasil, 1995, p. 17): AH/SD “Portadores de altas habilidades/superdotados são os educandos que apresentam notável desempenho e elevada potencialidade em qualquer dos seguintes aspectos, isolados ou combinados: capacidade intelectual superior; aptidão acadêmica específica; pensamento criativo ou produtivo; capacidade de liderança; talento especial para artes e capacidade psicomotora.” Mudanças na área • Desconstrução de mitos. • Em relação à inteligência: visão unidimensional para multidimensional. • Críticas aos “testes de inteligência”. • Uma das teorias de inteligência mais conhecidas e que vem influenciando a discussão a respeito do superdotado é a teoria das múltiplas inteligências, proposta por Gardner (1983). Inteligências Múltiplas – Gardner • Linguística: maior intensidade por escritores, poetas e advogados. • Musical: cantar, compor, apreciar música, tocar instrumentos musicais. • Lógico-matemática, expressa em atividades de matemáticos e cientistas: facilidade de reconhecimento e solução de problemas lógico matemáticos. Inteligências Múltiplas – Gardner • Espacial, apresentada por jogadores de xadrez, navegadores, pilotos. • Cinestésica, exibida especialmente na dança, artes dramáticas, esportes. • Interpessoal: maior habilidade em compreender e responder adequadamente às motivações, emoções e ações de outras pessoas. Inteligências Múltiplas – Gardner • Intrapessoal: melhor compreensão de si mesmo, de estados emocionais, etc. AH/SD – Inteligências –Abordagens • Essa teoria vem reafirmar a importância de uma de se considerar às múltiplas inteligências na concepção da superdotação, ao invés de ressaltar somente a cognitiva. • Gardner considera que os indivíduos diferem entre si, tanto por razões genéticas como culturais nas distintas inteligências. AH/SD – Inteligências – Abordagens • A criatividade passou a se constituir em um dos componentes presentes em distintas concepções de superdotação. A escola deve promover: • Oportunidades variadas para o desenvolvimento. • Expressão das diversas inteligências. AH/SD – Mitos 1. SUPERDOTADO E GÊNIO COMO SINÔNIMOS O indivíduo deverá apresentar necessariamente um desempenho surpreendentemente significativo e superior desde a mais tenra idade ou dar contribuições originais na área científica ou artística, reconhecidas como de inestimável valor para a sociedade. AH/SD – Mitos • Não é raro a família questionar se seu filho é superdotado. Ex.: Mozart, Leonardo da Vinci e Picasso. AH/SD – Mitos 2. O SUPERDOTADO TEM RECURSOS INTELECTUAIS SUFICIENTES PARA DESENVOLVER POR CONTA PRÓPRIA O SEU POTENCIAL SUPERIOR (AUTODIDATA) AH/SD – Mitos Importante: • Promover uma variedade de experiências de aprendizagem enriquecedoras, que estimulem o seu desenvolvimento e favoreçam a realização de seu potencial para não desestimular o aluno. • Respeitar o seu ritmo de aprendizagem. AH/SD – Mitos 3. O SUPERDOTADO SE CARACTERIZA POR UM EXCELENTE RENDIMENTO ACADÊMICO Muitas vezes, observa-se uma discrepância entre o do aluno potencial e o desempenho real – fatores possíveis: • Fatores Individuais: baixa autoestima, depressão, ansiedade, necessidade de ser aceito pelos colegas, agressividade, etc. AH/SD – Mitos • Fatores familiares: baixas expectativas, excessiva pressão dos pais, conflitos familiares, etc. • Fatores do sistema educacional: currículo e métodos utilizados, desestimulantes, repetições, baixas expectativas por parte do professor, etc. AH/SD – Mitos • Fatores sociais: cultura anti-intelectualista, pouca valorização da inteligência feminina se comparada à beleza, etc. AH/SD – Mitos 4. A ACELERAÇÃO DO ALUNO SUPERDOTADO RESULTA MAIS MALEFÍCIOS DO QUE BENEFÍCIOS • Pesquisas indicam que é benéfico quando o processo de aceleração é bem conduzido, levando-se em conta as suas necessidades e características intelectuais, sociais e emocionais. AH/SD – Mitos • Paralelamente a professores adequadamente preparados para apoiá-lo em suas necessidades. AH/SD – Mitos 5. O SUPERDOTADO TEM MAIOR PREDISPOSIÇÃO A APRESENTAR PROBLEMAS SOCIAIS E EMOCIONAIS • Estes problemas tendem a ocorrer quando esses alunos não têm oportunidades de interagir com colegas com características similares. AH/SD – Mitos • Ou quando não encontram, nos ambientes de sua família, escola e sociedade onde vivem, o apoio necessário ao seu melhor desenvolvimento acadêmico, emocional e social. • Importância de inscrever esses alunos em um programa educacional que leve em conta suas habilidades, interesses e nível de desenvolvimento. AH/SD – Serviços • Enriquecimento escolar e de aprofundamento de estudos, cuja finalidade é de ajustar o ensino ao nível do desenvolvimento real dos alunos. • Enriquecimento curricular: tanto nas salas de aulas regulares como nas salas de atendimento educacional especializado ou salas de recursos por áreas de talento ou de interesse. AH/SD – Serviços • Aceleração dos estudos [...] “independentemente de escolarização anterior, mediante avaliação feita pela escola que defina o grau de desenvolvimento e experiência do candidato”, seja permitido ao aluno sua inscrição na série ou etapa adequada, conforme regulamentação do respectivo sistema de ensino (BRASIL, 1996, Cap. II, Seção I, Art. 24, II, “c”) – LDBEN. AH/SD – Serviços • A LDBEN também prevê a necessidade de acesso igualitário aos programas sociais para os alunos com altas habilidades/superdotação. • “Acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais suplementares disponíveis para o respectivo nível de ensino regular” (BRASIL, 1996, Art. 59, V). Considerações finais Neste sentido, Clarke (citado em Koshy & Casey, 2005) ressalta: “Nenhuma criança nasce superdotada – somente com o potencial para superdotação. (continua) Considerações finais Embora todas as crianças tenham um potencial surpreendente, apenas aquelas que tiverem a sorte de terem oportunidades para desenvolver seus talentos e singularidades em um ambiente que responda a seus padrões particulares e necessidades serão capazes de atualizar de forma mais plena suas habilidades” (p. 298).
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