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Prof: Rodrigo Fernandes Art. 1º. É competência do FISIOTERAPEUTA, elaborar o diagnóstico fisioterapêutico compreendido como avaliação físico-funcional, sendo esta, um processo pelo qual, através de metodologias e técnicas fisioterapêuticas, são analisados e estudados os desvios físico- funcionais intercorrentes, na sua estrutura e no seu funcionamento, com a finalidade de detectar e parametrar as alterações apresentadas, considerados os desvios dos graus de normalidade para os de anormalidade... ...prescrever, baseado no constatado na avaliação físico-funcional as técnicas próprias da Fisioterapia, qualificando-as e quantificando-as; dar ordenação ao processo terapêutico baseando- se nas técnicas fisioterapêuticas indicadas; induzir o processo terapêutico no paciente; dar altas nos serviços de Fisioterapia, utilizando o critério de reavaliações sucessivas que demonstrem não haver alterações que indiquem necessidade de continuidade destas práticas terapêuticas. Art. 2º. O FISIOTERAPEUTA deve reavaliar sistematicamente o paciente, para fins de reajuste ou alterações das condutas terapêuticas próprias empregadas, adequando-as à dinâmica da metodologia adotada Art. 3º. - O FISIOTERAPEUTA é profissional competente para buscar todas as informações que julgar necessárias no acompanhamento evolutivo do tratamento do paciente sob sua responsabilidade, recorrendo a outros profissionais da Equipe de Saúde, através de solicitação de laudos técnicos especializados, como resultados dos exames complementares, a eles inerentes.” A avaliação fisioterapêutica é, se não a mais importante, uma das mais importantes etapas dos atendimentos de fisioterapia. É neste momento que o profissional poderá avaliar seu paciente para iniciar o tratamento com os melhores métodos e prescrições específicas para cada caso. Além disto, é o primeiro contato que o fisioterapeuta tem com o seu cliente; é o momento em que ele coletará dados que são primordiais para prestar um bom atendimento, como históricos de traumas e doenças, intenções e objetivos do paciente com o tratamento. Identificação das queixas trazidas pelo paciente e também na investigação da história atual e pregressa de como a patologia se instalou, assim como o relato das atividades que praticadas no dia a dia e das praticadas ao longo da vida. Avaliar a condição clínica das articulações, músculos e tendões para verificar se o indivíduo pode aplicar força ou se necessita passar por algum tipo de tratamento antes que tenha condições para tal. Avalia-se, também, se há boa predisposição para a recuperação – prognóstico, entre outras informações, para, por fim, prescrever dentro das ferramentas que possuímos a melhor forma de tratamento que podemos oferecer. Apresentar a anamnese e sua importância junto ao exame físico; Apresentar diretrizes para uma avalição consciente e abrangente; Relacionar a avaliação físico-funcional com o diagnóstico cinesiológico funcional Do Grego: Entrevista realizada pelo profissional de saúde ao seu paciente, que tem a intenção de ser um ponto inicial no diagnóstico de uma doença. É o relato sobre os antecedentes e a evolução de uma doença até o momento da avaliação. Ana: trazer de novo Mnesis: memória Independentemente de qual sistema ou órgão do corpo humano seja selecionado para avaliação, nós devemos estabelecer um método sequencial, a fim de assegurar que nada passe despercebido. A avaliação deve ser organizada, abrangente e reprodutível. Respeitar algumas etapas na avaliação nos dá segurança e domínio para reproduzir a avaliação em outro momento, verificando a recuperação, ou não, do indivíduo. Caso não se observe uma recuperação, a reavaliação possibilita uma nova prescrição de tratamento. Vejamos uma proposta de sequencia para a avaliação: Histórico do paciente – anamnese; Observação; Exame físico – estático e dinâmico; Reflexos e distribuição cutânea; Movimentos do jogo articular; Palpação; Testes especiais; Análise dos exames complementares (Magee, 2010). Anamnese “Ouvir o paciente” é uma habilidade que devemos ter, pois a escuta, muitas vezes, possibilita fazer o diagnóstico. Mesmo que o diagnóstico seja óbvio, o histórico do paciente nos possibilita ter informações valiosas sobre a doença, seu prognóstico e a tomada de decisão para prescrição do tratamento. identificaremos pontos chave para orientação ao nosso paciente. Este nunca deverá sair do espaço terapêutico sem uma orientação de mudanças de hábito – postura para dormir, trabalhar, carregar peso ou orientações para a continuidade do tratamento. Anamnese Início do relacionamento com o paciente. Adquire-se: nome, idade, sexo, etnia, estado civil, profissão atual, profissão anterior, local de trabalho, naturalidade, nacionalidade, residência atual e residência anterior. Relato do paciente sobre o motivo que o levou a procurar a assistência fisioterapêutica. É geralmente a descrição sintomática dada pelo paciente. São os sintomas relatados pelos quais o paciente está procurando auxílio ou orientação Descrição dos acontecimentos recentes relacionado com a QP. É importante seguir algumas regras para objetivar a coleta adequada da HDA: 1. Identifique o sintoma principal do paciente; 2. Identifique a época de início; 3. Use esse sintoma como fio condutor da história, estabelecendo suas relações com as possíveis outras queixas do cliente; 4. Verifique se a história coletada tem início, meio e fim racionais. Indagação e registro sobre quais são os medicamentos utilizados rotineiramente pelo paciente, para que o fisioterapeuta tenha conhecimento quanto ao controle da doença de base ou das comorbidades que possam interferir no fisiodiagnóstico ou no tratamento fisioterapêutico. É o relato ou coleta de informações sobre doenças preexistentes ou comorbidades apresentadas pelo paciente é escrito em algumas anamneses, como antecedentes pessoais fisiológicos. São dados primordiais, pois esclarecem o transcorrer da doença atual ou justificam alterações encontradas na avaliação fisioterapêutica. Os antecedentes devem incluir qualquer doença, cirurgia, acidente ou alergia importante. História patológica pregressa (HPP) E a descrição sobre os hábitos de vida, as condições socioeconômicas e culturais do paciente. As principais informações devem identificar os seguintes aspectos: Alimentação; Habitação; Profissão ou ocupação atual e anterior; Atividade física; Hábitos (tabagismo, etilismo); Nível socioeconômico e escolaridade; Vida conjugal e familiar. Conjunto de dados relativos aos antecedentes pessoais fisiológicos e antecedentes familiares. Antecedentes pessoais fisiológicos: Informações pessoais sobre a gestação, nascimento, desenvolvimento físico e psíquico (quando começou a andar, como era o aproveitamento escolar); Antecedentes familiares: informações sobre a saúde ou doenças dos pais, irmãos, filhos e cônjuge. Começar uma entrevista com uma pergunta aberta, ou seja, perguntas que extraem respostas com mais de uma palavra é aconselhável mesmo que isto dê ao paciente a oportunidade de controlar e direcionar a entrevista. EX: Diga-me por que você está aqui? Quando e como iniciou esse quadro? Técnicas de Entrevista Quando o avaliador deseja ter informações mais específicas sobre a natureza do problema, ele pode começar a usar perguntas fechadas, ou seja, perguntas que pedem respostas “sim” ou “não” a fim de caracterizar os sintomas mais claramente. A passagem de perguntas abertas para as perguntas fechadas é denominada técnica de funil ousequência do funil. 1. Como a posição deitada afeta sua dor nas costas? 2. Diga-me como você lida com o estresse e que tipo de fatores estressantes você enfrenta diariamente? 3. O que faz a dor melhorar ou piorar? 4. Como você dormiu a noite passada? 1. Você sente alguma dor após ficar deitada a noite inteira? 2. Você está sob algum estresse? 3. A dor é aliviada com repouso? 4. Você dormiu bem a noite passada? Dói assim que você sai da cama? Melhor forma: Quando as suas costas doem? A dor se irradia para a sua perna? Melhor forma: Você sente essa dor em algum outro lugar? Você tem dor na região lombar? Melhor forma: Aponte para o local exato da sua dor. Diagnóstico Fisiodiagnóstico Prognóstico Fisiológico / Fisiopatológico Descrição minuciosa de algo, feita pelo examinador, com base nos dados e/ou informações deste obtidos por meio de exames. (Quadro clínico) Enquanto o médico trata de uma questão patológica básica fundamental e primária, o diagnóstico do Fisioterapeuta está ligado a função. É a definição ou o apontamento do problema encontrado ou da situação na qual uma pessoa se encontra num determinado momento. Para se chegar ao diagnóstico da maneira mais eficiente, deve-se fazer um levantamento do maior número de informações possíveis, muitas vezes uma pesquisa qualitativa ou quantitativa também deverá ser realizada, a partir dessas informações levantadas e então se fará uma análise/estudo para que possa finalmente apresentar o diagnóstico. O Fisioterapeuta não identifica a doença no sentido da patologia básica, mas grupos de sinais e sintomas relacionados a comportamentos motores e limitações funcionais físicas do paciente. A essência da Fisioterapia é a restauração da função do movimento e da postura e a natureza dos fenômenos envolvidos na disfunção do movimento e da postura é que constitui o foco da intervenção do fisioterapeuta e o esquema de classificação diagnóstica. O tratamento fisioterapêutico é baseado no diagnóstico cinesiológico funcional feito pelo próprio fisioterapeuta. Este pode buscar em outros diagnósticos, quando julgar necessário a complementação para o melhor encaminhamento fisioterapêutico. Porém há de se ficar bem claro que em momento algum existe situação de dependência para as ações fisioterapêuticas. Realizar consultas, avaliações e reavaliações do paciente colhendo dados, solicitando, executando e interpretando exames propedêuticos e complementares que permitam elaborar um diagnóstico cinetico-funcional, para eleger e quantificar as metodologias recursos e condutas fisioterapêuticas apropriadas, objetivando tratar as disfunções no campo da Fisioterapia, em toda sua extensão e complexidade, estabelecendo prognóstico, reavaliando condutas e decidindo pela alta fisioterapêutica; Prestar esclarecimentos, dirimir dúvidas e orientar o indivíduo e os seus familiares na seqüência do processo terapêutico; · Manter a confidencialidade das informações, na interação com outros profissionais de saúde e o público em geral; · Encaminhar o paciente, quando necessário, a outros profissionais relacionando e estabelecendo um nível de cooperação com os demais membros da equipe de saúde; V - respeitar o natural pudor e a intimidade do cliente; VI - respeitar o direito do cliente de decidir sobre sua pessoa e seu bem estar; VII - informar ao cliente quanto ao diagnóstico e prognóstico fisioterápico e/ou terapêutico ocupacional e objetivos do tratamento, salvo quanto tais informações possam causar-lhe dano; VIII - manter segredo sobre fato sigiloso de que tenha conhecimento em razão de sua atividade profissional e exigir o mesmo comportamento do pessoal sob sua direção; É a previsão do que irá ocorrer caso a pessoa realize de fato as ações propostas pelo profissional de saúde elaboradas a partir do diagnóstico feito. Palavra utilizada para a previsão do curso provável de uma doença. Grego e significa 'saber antecipadamente'. Sinais e sintomas de uma doença são coisas distintas, pois dependem da perspectiva de quem está relatando a história clinica ou avaliando a situação na relação profissional de saúde-paciente. SINTOMA São os relatos, as queixas, aquilo que o paciente expõe durante a anamnese. É uma queixa subjetiva. É o que o paciente sente e relata durante uma consulta. Não há uma tradução no exame físico. Exemplo: dor torácica (dor no peito), dor irradiada pelo membro inferior. SINAL É um achado no exame físico – um dado objetivo – que pode ou não ser relatado pelo paciente. São as imagens, os sons e outros dados objetivos que o profissional vê, escuta, ausculta (com o auxílio do estetoscópio) e sente quando realiza o exame físico. É o que se consegue de dados pela observação direta. Exemplo: movimento e deformidade articular, edema, acúmulo de secreção pulmonar. SÍNDROME É um conjunto de sinais e sintomas típicos de uma determinada doença. Ex: características físicas específicas da síndrome de Down (olhos amendoados, mãos com prega única na palma, membros mais curtos, tônus muscular mais baixo e língua protrusa) ou sinais e sintomas típicos da síndrome da insuficiência cardíaca congestiva (falta de ar – dispneia e edema nos membros inferiores). Dor Rigidez Fraqueza Tontura Parestesias Insônia Fadiga Limitação de Mov. e Instabilidade Atitude do corpo em repouso em um plano horizontal Utilizado na área da saúde para alguém que está deitado sem necessariamente estar dormindo. É aquela em que o paciente se encontra deitado de costas, com as pernas estendidas e os braços estendidos e apoiados em talas. O dorso do paciente e a coluna vertebral estão repousando na superfície do colchão da maca. É aquela em que o paciente se encontra deitado de bruços sobre o abdômen, com a cabeça voltada para um dos lados. É aquela em que o paciente se encontra deitado de lado com ambos os braços para frente e os joelhos e quadris fletidos. O peso é suportado pela lateral do ilíaco e pela escápula. Posição ereta, em uma cadeira ou na maca com as mãos repousando sobre as coxas. Eficaz e Eficiente. Termos Significados Proximal “mais próximo ao tronco” Distal “mais distante do tronco” Superficial “mais próximo da” ou “na superfície” Interno “em direção ou no interior de um órgão ou cavidade” Externo “em direção ou no exterior de um órgão ou cavidade” Ipsilateral “no mesmo lado do corpo” Contralateral ”no lado oposto do corpo” Essas informações são valiosas para a prescrição do tratamento. Esse paciente pode procurar a fisioterapia em decorrência de uma dor cervical, mas na sua história clinica pode relatar que tem alguns problemas na próstata (ainda em pesquisa de diagnóstico) e essas informações são de fundamental importância para a prescrição de um aparelho de eletroterapia que tenha como contraindicação o câncer. Informações sobre doenças na família também possibilitam contraindicar alguns procedimentos, quando se evidenciam diversos membros da família com câncer ou doenças cardiovasculares. Fiquem atentos às informações colhidas com o paciente. O examinador também deve prestar atenção a quaisquer sinais e sintomas “bandeiras vermelhas” potenciais, que indiquem a necessidade de um outro profissional de saúde (MAGEE, 2010). Dor persistente à noite; Dor constante em alguma parte do corpo; Perda inexplicável de peso; Nódulos ou tumorações incomuns; Fadiga injustificada. Cardiovasculares Falta de ar / Tontura; Dor – um sensação de peso no tórax; Dor pulsátil em qualquer parte do corpo; Nódulos ou tumorações incomuns; Fadiga injustificada. Dor constante e intensa na panturrilha ou braço; Péscom alteração de cor ou dolorosos; Edema (sem histórico de trauma). Dor abdominal frequente ou intensa; Azia ou indigestões frequentes; Febres ou suores noturnos; Perturbações emocionais graves recentes; Edema ou rubor em qualquer articulação sem histórico de trauma; Gravidez Náuseas ou vômitos frequentes; Irregularidades menstruais incomuns. Alterações na audição; Cefaleias frequentes ou graves; Problemas de deglutição ou alterações na fala; Alterações da visão ( visão turva ou perda da visão); Problemas de equilíbrio, coordenação ou queda; Desmaios; Fraqueza súbita O exame físico geral é a primeira etapa do exame clínico e, além de complementar a anamnese (entrevista clínica), fornece uma visão do paciente como um todo, não segmentada. A inspeção pode ser dividida em duas partes: estática e dinâmica e com a chegada do paciente no ambiente de avaliação alguns dados já podem ser observados: nível de consciência, fácies, fala, confusão mental, postura, mobilidade, entre outros. A sequência lógica do exame físico é a seguinte: Observar o tipo de rosto do pacientes (fácies). Existem alguns característicos em que o padrão pode levar à suspeita de algumas doenças como, por exemplo, hipocráticas (extremamente emagrecido), lúpica (vermelhidão em “borboleta”) e também faces com edema, paralisia muscular, movimentos involuntários, nódulos/tumores e outras lesões e deformidades. Avaliação do padrão respiratório – observar se há dificuldades para respirar ou se está usando força excessiva (uso de musculatura acessória) para inspirar. O paciente pode estar eupneico ou dispneico (com dificuldades de respirar). Observar a frequência respiratória (o paciente pode estar bradipneico – “poucas inspirações”, ou taquipneico – “muitas inspirações”).. Nessa etapa, deseja-se averiguar observar o paciente, buscando na região abdominal lesões, distribuição anormal de pelos, estrias, circulação colateral venosa (veias ao redor da cicatriz umbilical), cicatrizes. O formato do abdômen também deve ser observado na inspeção – plano, globoso, batráquio – presença de ascite, obesos, escavado – muito emagrecido Nessa etapa, deseja-se averiguar observar o paciente, buscando na região abdominal lesões, distribuição anormal de pelos, estrias, circulação colateral venosa (veias ao redor da cicatriz umbilical), cicatrizes. O formato do abdômen também deve ser observado na inspeção – plano, globoso, batráquio – presença de ascite, obesos, escavado – muito emagrecido Locomoção bípede ou marcha é uma tarefa funcional que exige interações complexas e coordenação entre muitas das principais articulações do corpo, especialmente da extremidade inferior. A deambulação ou marcha deve ser avaliada quanto a deslocamento linear, deslocamento rotacional (graus), passos, ciclo da marcha (apoio e balanço, comprimento do passo, comprimento da passada, largura e duração do passo). A palpação é a utilização do sentido do tato com o objetivo de explorar a superfície corporal – palpação superficial – e os órgãos internos – palpação profunda. A palpação confirma dados da inspeção e permite a obtenção de novos indícios como alteração da textura, tamanho, forma, consistência, sensibilidade (tátil, térmica e dolorosa), elasticidade, temperatura, posição e característica de cada órgão, resistência muscular, presença de massas e outros. Sinais vitais são medidas que fornecem dados fisiológicos indicando as condições de saúde da pessoa. As alterações das funções corporais geralmente se refletem na temperatura do corpo, na pulsação, na respiração e na pressão arterial, podendo indicar enfermidades. Por essa razão, são chamados sinais vitais. Sua verificação tem como objetivo auxiliar na coleta de dados e avaliação das condições de saúde da pessoa, bem como instrumentalizar na tomada de decisão sobre intervenções específicas. Deverão ser verificados na admissão, durante o tratamento e após o tratamento fisioterapêutico. pulso (frequência cardíaca), respiração (frequência respiratória), pressão arterial temperatura corporal. Alguns autores já incluem a avaliação da dor junto aos sinais vitais, como o 5º sinal vital. nem sempre as medidas serão equivalentes. Para aferição da FC, pode-se auscultar o coração e contar os batimentos cardíacos em 1 minuto. Para aferição do pulso, normalmente se palpa a artéria radial com o 2° e 3° dedos, contando os batimentos em 1 minuto (figura 2). É importante também comparar a frequência cardíaca e o pulso. Nunca verifique o pulso com o polegar, pois ele tem pulsação própria e poderá mascarar sua avaliação. Na palpação do pulso, além da frequência, podemos verificar o ritmo, a intensidade, a forma. A unidade de medida utilizada é: batimentos por minuto (bpm) (MELO; NAKAMURA; POLHO; CAVALIERI, 2012). : Bebês < 1 ano 100 a 160 bpm Crianças de 1 a 10 anos 80 a 120 bpm Crianças > 10 anos 60 a 100 bpm Atletas bem treinados 40 a 60 bpm Adulto 60 a 100 bpm Locais mais comuns para obtenção (palpação) do pulso: Radial – punho; Carótida – pescoço; Femoral - região inguinal; Braquial - face interna do braço; Apical - ausculta cardíaca Contar a quantidade de inspirações em 1 minuto, observando movimentos da caixa torácica ou parede abdominal. Não se deve informar ao paciente que sua frequência respiratória está sendo verificada, pois inconscientemente ele mudará o padrão respiratório. É importante verificar também o ritmo da respiração, que pode conter pausas, períodos de inspiração/expiração profunda ou ser arrítmica; uso de musculatura acessória, tiragem (retração dos espaços intercostais, da fossa supraclavicular ou da região epigástrica) – que evidenciam dificuldade para respirar. Observar se não há tempo expiratório prolongado (o normal é o tempo da inspiração ser maior do que o da expiração, o que pode se inverter em situação de broncoespasmo – “crise de asma”). A unidade de medida utilizada é incursões respiratórias por minuto (irpm) (MELO; NAKAMURA; POLHO; CAVALIERI, 2012). Respiração (frequência respiratória) normal, pela idade: Recém-nascidos: 44 irpm Bebês: 30 a 60 irpm Crianças em idade pré-escolar: 20 a 30 irpm Crianças mais velhas: 16 a 25 irpm Verificar: batimentos ou respirações; Adultos: 12 a 20 irpm Verificar batimentos ou respirações; Idosos: 19 a 26 irpm Verificar batimentos ou respirações. Eupneia: respiração normal; Taquipneia: respiração rápida, acima dos valores da normalidade, frequentemente pouco profunda; Bradipneia: respiração lenta, abaixo da normalidade; Dispneia: é a respiração difícil, trabalhosa ou curta. É sintoma comum de várias doenças pulmonares e cardíacas; pode ser súbita ou lenta e gradativa; Ortopneia: é a incapacidade de respirar facilmente, exceto na posição ereta; Apneia: ausência da respiração; A aferição da PA requer preparação do paciente e escolha do material adequado. Antes de aferir a PA, deve-se fazer as seguintes perguntas ao paciente: Fumou ou bebeu café ou outros estimulantes há menos de 30 minutos; Está sentindo dor; Está com a bexiga cheia; Está em repouso há menos de 3 minutos. Se a resposta para todas as perguntas for “não”, podemos prosseguir com o procedimento. O braço que terá a PA aferida deverá estar apoiado sobre um suporte, na altura do coração. Não deve estar pendente. O paciente pode estar em pé, sentado ou deitado (para o diagnóstico de hipertensão arterial sistêmica, utilizamos os resultados quando o paciente está sentado). Esse braço não pode ter manga de roupa e não pode estar edemaciado ou ter fístula arteriovenosa. Podemos, então, colocar o manguito. Para isso, devemos escolher aquele cuja câmara tenha uma largura de cerca de 40% da circunferênciado braço e um comprimento de cerca de 80% da circunferência do braço (na prática, a maioria dos pacientes encaixa-se na faixa normal; se ele for obeso, faça as medições e peça o manguito de obeso, se ele for muito magro, solicite o manguito infantil). Após palpar o pulso da artéria braquial (fica logo abaixo do bíceps), para verificar se há pulso viável, o manguito correto deve ser posicionado obedecendo à sinalização da “artéria braquial”, uns quatro dedos acima da prega do cotovelo. Uma vez preparado o paciente, a aferição da PA (que é medida em mmHg) segue o seguinte protocolo: 1. Com uma das mãos, palpe a artéria radial (fica do lado do osso rádio, próximo à mão, 2. e, com a outra, insufle o manguito. A pressão sistólica estimada será aquela em que você deixar de sentir o pulso radial; 2. Coloque o estetoscópio sobre o local onde você palpou o pulso da artéria braquial e insufle o manguito cerca de 30 mmHg acima do valor estimado de pressão sistólica; 3. Esvazie o manguito à razão de 2 a 3 mmHg/seg e atente-se aos sons de Korotkoff (uma espécie de “TUM” que surge durante a sístole). OBS: os sons de Korotkoff possuem várias fases, mas o importante é saber que: Fase I (aparecimento do som, o primeiro “TUM”): momento em que a pressão no manguito se iguala à maior pressão na artéria braquial, que corresponde à pressão sistólica. Fase V (desaparecimento dos sons): a pressão no manguito se iguala à menor pressão na artéria, que corresponde à pressão diastólica (MELO; NAKAMURA; POLHO; CAVALIERI, 2012) Através de estudos, descobriu-se que a pressão arterial varia ao longo da vida, seguindo quatro fases bem distintas, sempre em relação ao padrão de 120 x 80 mmHg: um rápido aumento durante o crescimento do adolescente; um suave aumento no início da idade adulta; um aumento na meia-idade (em geral, ao redor dos 40 anos); um aumento lento e uma reversão da pressão arterial na terceira idade Classificação PAS PAD Normal ≤120 ≤80 Pré-Hipertensão 121-139 81-89 Hipertensão 1 140-159 90-99 Hipertensão 2 160-179 100-109 Hipertensão 3 ≥180 ≥110 Fonte: SBC, 2016 Convergente: a sistólica e a diastólica se aproximam; Divergente: a sistólica e a diastólica se afastam. temperatura é a medida do calor do corpo: é o equilíbrio entre o calor produzido e o calor perdido. Varia de pessoa para pessoa. A temperatura corporal é geralmente menor de manhã e maior à tarde. Material: termômetro de mercúrio – deve ser lavado com água e sabão a cada uso, secado e colocado em solução antisséptica. Antes da tomada de temperatura, a coluna de mercúrio deve ser baixada até o nível mínimo. Fatores que alteram a temperatura: atividades físicas; fatores emocionais; distúrbios da glândula tireoide; alimentação; ambiente; vestuário; efeito da ovulação sobre a temperatura; medicamentos; doenças; traumas. Valores da temperatura média de cada local do corpo: Temperatura axilar 36,0 à 36,8 ◦ Temperatura bucal 36,2 à 37,0 ◦ Temperatura retal 36,4◦ à 37,2 ◦ A Associação Internacional para o Estudo da Dor (IASP, International Association for the Study of Pain) conceitua dor como sendo "uma experiência sensitiva e emocional desagradável, associada a uma lesão tecidual atual, potencial ou descrita em termos de tal lesão". Já McCaffery, em uma visão mais humanística, diz que "dor é o que o paciente diz ser e existe quando ele diz existir", colocando a ideia de uma experiência pessoal e peculiar a cada indivíduo. Márquez (2008) procura uma conceituação mais abrangente, referindo que: Dor é a consciência de uma sensação nociceptiva, induzida por estímulos químicos ou físicos, de origem exógena ou endógena, assim como por disfunções psicológicas, tendo como base um mecanismo biopsicossocial, causando emoções normalmente desagradáveis, com possibilidades de variáveis graus de comportamentos aversivos. A dor não é um aspecto simples de se avaliar, pois é sempre subjetiva: não conseguimos visualizar a dor por meio de um exame de imagem, por exemplo. Assim, toda a avaliação do paciente com dor é feita com base em seu próprio relato. Muitos estudos têm apontado a importância da avaliação da dor, alguns deles sugerindo que seja considerada como o quinto sinal vital. Dessa forma, a equipe de profissionais de saúde de qualquer hospital ou clínica, ao registrar os sinais do paciente (pressão, temperatura, frequência cardíaca e frequência respiratória), deveria também fazer o registro da dor. Para se medir a intensidade da dor que o paciente sente, há escalas específicas. As mais simples e utilizadas são a Escala Visual Analógica (EVA) e a Escala Visual Numérica (EVN) (figura 1.4). Através delas, o paciente pode apontar para o profissional de saúde o quão intensa é a sua dor: em um extremo, está a condição sem dor ou dor "nota zero". No extremo oposto, está a dor pior que a pessoa já sentiu ou "dor nota dez". A dor é uma condição complexa e exige que a sua avaliação aborde diversos aspectos. Além da intensidade, é fundamental saber as características da dor, o que a faz piorar ou melhorar e quais são seus impactos na vida do paciente. É importante obter do paciente a descrição exata da dor. Como ela varia de intensidade e qualidade, torna-se difícil para o paciente descrevê-la. O questionário de Dor de McGill (MPQ) foi a primeira tentativa sistemática de usar expressões verbais para avaliar a qualidade dos sintomas e foi o instrumento mais utilizado na prática e pesquisa da dor (DUTTON, 2010). É importante diferenciar as dores agudas das crônicas. As dores agudas são consideradas fisiológicas, como um sinal de alerta da maior importância para a sobrevivência. Tem duração limitada no tempo e espaço, cessando com a resolução do processo agressivo. Já as dores crônicas não têm a finalidade biológica de alerta e sobrevivência, podendo-se dizer que se constituem como verdadeiramente uma doença. Com relação ao aspecto temporal, as definições variam quanto à sua conceituação, da duração de mais de três ou seis meses ou as que persistem após a cura da lesão inicial. Algumas vezes não se consegue uma causa evidente e clara, o que não invalida o seu diagnóstico e sua existência. Um instrumento bastante utilizado na avaliação do paciente com dor é a Escala de Qualidade de Vida, SF-36. Trata-se de um questionário com 36 itens, que aborda diferentes dimensões da vida da pessoa, como capacidade funcional e estado geral de saúde, além de aspectos físicos, emocionais e sociais. Numa avaliação funcional, quando a queixa principal do paciente é a dor, dados sobre ela são muito relevantes. As principais perguntas que se referem à dor dão bons indicativos para continuação da anamnese. São elas: Onde dói? (o paciente deve mostrar o local) Quando começou? Como começou? (súbito ou progressivo) Como evoluiu? (como estava antes e como está agora) Qual o tipo da dor? (queimação, pontada, pulsátil, cólica, constritiva, contínua, cíclica, profunda, superficial) Qual a duração da crise? (se a dor for cíclica) É uma dor que se espalha ou não? Qual a intensidade da dor? (forte, fraca ou usar escala de 1 a 10) A dor impede a realização de alguma tarefa? Em que hora do dia ela é mais forte? Existe alguma coisa que. faça a dor melhorar ou piorar? A dor é acompanhada de mais algum sintoma? TIPO DE DOR ESTRUTURA Cãibra, indistinta, contínua Músculo Aguda em tiro Raiz nervosa Aguda, viva, como um relâmpago Nervo Ardente, pressionando, ferroando, contínua Nervo simpático Profunda, importuna, indistinta Osso Nítida, intensa, intolerável Fratura Latejante, difusa Vascular RAIZ NERVOSA MOVIMENTO C1-C2 Flexão de pescoço C3 Flexão lateral do pescoço C4 Elevação do ombro C5 Abdução do braço C6 Flexão do cotovelo e extensão do punho C7 Extensão docotovelo e flexão do punho C8 Extensão e desvio ulnar do polegar T1 Abdução do quinto dedo (mindinho) L2 Flexão de quadril L3 Extensão do joelho L4 Dorsiflexão do tornozelo L5 Extensão do hálux L6 Pantiflexão do tornozelo, eversão do tornozelo e extensão do quadril S2 Flexão do joelho – os nervos periféricos constituem um tipo de tecido inerte, pelo fato de que não são tecido contrátil, mas são necessários para o funcionamento normal do músculo voluntário. O examinador deve estar alerta para uma potencial lesão do tecido nervoso, quando estiver examinando tanto o tecido contrátil como o inerte. Os nervos periféricos são mais comumente afetados por pressão, tração, atrito, anoxia ou corte. Como exemplos, podemos citar compressão do nervo mediano, no túnel do carpo; tração do nervo fibular comum na cabeça da fíbula durante uma entorse em inversão de tornozelo. Resfriamento, congelamento, lesão térmica ou elétrica também podem afetar os nervos periféricos (MAGEE, 2010). os movimentos ativos têm seu próprio valor pelo fato de combinarem testes de amplitude articular (goniometria), controle, força motora e disposição do paciente de executar o movimento. Tecidos contráteis, inertes e nervosos são envolvidos ou movidos durante o movimento ativo. Devemos observar quais os movimentos que causam dor ou outro sintoma e a quantidade e qualidade do movimento. Deve-se observar, também, o ritmo do movimento juntamente com qualquer dor, limitação ou movimentos substitutos (truques) que ocorram. Deve-se observar, no arco do movimento (tabela 1.5), o grau que apresenta a dor ou disfunção, sempre comparando os dois hemicorpos.
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