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ESTUDO DIRIGIDO DE PSI DO TRÂNSITO docx

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1-Conceitue a Psicologia do trânsito.
-É uma área da Psicologia que busca compreender o comportamento humano dentro do
contexto de trânsito.
-A Psicologia do trânsito e transporte é o estudo científico dos comportamentos dos
participantes do trânsito e dos processos psicológicos associados (p. ex., cognições e
emoções), bem como de suas relações recíprocas com seus ambientes físico e social,
considerando o contexto global no qual essas relações ocorrem (p.ex., cultural e
econômico).
-A Psicologia do Tráfego pode ser conceituada como o estudo do comportamento do
usuário das vias e dos fenômenos e processos psicossociais subjacentes ao
comportamento
2-Quais os três sistemas principais que constituem o objeto de estudo da
Psicologia do Trânsito?
-Para alcançar os seus objetivos a Psicologia do trânsito entende que o trânsito é
composto pela interação entre três grandes subsistemas: o homem, a via e o veículo e
que uma locomoção segura e organizada envolve três elementos principais: engenharia,
educação e policiamento/legislação.
Rozestraten caracteriza três eixos fundamentais no trânsito:
1. a via, que indica a pista, englobando o tipo de perímetro, a sinalização e todo o
ambiente que rodeia o veículo ou o pedestre;
2. o veículo - caminhão, automóvel, moto -, com seus dispositivos próprios para
determinar
direção, regular a velocidade e frear, e ainda como meio de comunicação, uma vez que
o
condutor manifesta suas intenções ao acionar pisca-pisca, luz de freio, buzina, etc.;
3. o comportamento do participante, o subsistema considerado mais complexo.
• Para Günther (2003), no contexto de trânsito, deve ser priorizado o comportamento
adequado e seguro.
• Günther distingue três dimensões prévias para predizer o comportamento no
trânsito:
1. grau de conhecimento - conhecimento das regras de trânsito e de certas leis da física,
devendo estes
serem colocados em prática;
2. prática - habilidade adquirida com o tempo;
3. atitudes - prontidão, presteza ou disposição na utilização do conhecimento e na
prática em benefício do
comportamento no trânsito que priorize não pôr em perigo outras pessoas ou
prejudicá-las (Günther,2003, p.51).
3-Pontue os aspectos relevantes nos estudos voltados ao comportamento
adequado no trânsito.
Dentre os aspectos que possuem grande relevância nos estudos voltados aos
comportamentos adequados na direção, destacamos:
● Tempo de reação: é aquele que transcorre desde o perigo ser visto, até que
o motorista realize alguma ação. Mesmo estando preparados para enfrentar
as condições adversas que possam interferir na estrada, não basta
simplesmente ver o perigo, é preciso tomar uma decisão e reagir.
● Orientação espacial: é a capacidade do indivíduo situar-se no tempo e
espaço. As pessoas se orientam com a ajuda de sistemas cognitivos, nos
quais células neurais específicas são responsáveis pelo reconhecimento de
locais e distâncias.
● Processamento de informação e tomada de decisão: é a capacidade de
perceber e interpretar sinais específicos do contexto do trânsito, avaliando
também a inteligência voltada à resolução de problemas, relação entre
ideias, indução de conceitos e compreensão de implicações.
● Verificação do equilíbrio entre aspectos da
personalidade: principalmente os relacionados ao controle emocional,
ansiedade, impulsividade e agressividade, levando em consideração que
estes influenciam diretamente no comportamento dos motoristas
● Percepção das ações adequadas ou não ao trânsito: é a identificação dos
valores e julgamentos que levam os condutores a atitudes seguras ou
indevidas no trânsito.
4-Em que consiste a Avaliação Psicológica no trânsito (Entrevista Psicológica
e Testes psicológicos).
A Avaliação Psicológica no contexto do Trânsito é um processo técnico-científico de
coleta de dados, estudos e interpretação de informações a respeito dos fenômenos
psicológicos dos indivíduos. É um processo de conhecimento do outro de forma
científica e especializada. Dentre os instrumentos psicológicos utilizados para a
avaliação psicológica encontram-se os testes, entrevistas, questionários e observações.
Para os candidatos a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) a entrevista individual e
os testes psicológicos são obrigatórios para a realização da avaliação psicológica.
O modelo atual de avaliação psicológica no trânsito no Brasil está restrito à avaliação
psicológica da capacidade para dirigir veículos (denominada de aptidão), na obtenção da
CNH e na renovação da licença, para condutores que pretendem realizar alguma
atividade remunerada no trânsito (Wit, Souza, & Cruz, 2016).
A avaliação médica e psicológica da capacidade para dirigir veículos está vinculada a
dois direitos legais: o direito à proteção dos participantes do trânsito, em geral, de
condutas abusivas e inadequados de determinados condutores e o direito do indivíduo à
mobilidade, seja ele habilitado ou não.
A avaliação médica e psicológica, nesse contexto, deve estar orientada para prover os
melhores indicadores técnico-científicos acerca da capacidade para dirigir, no sentido de
atender ao pressupostos da segurança viária coletiva e da preservação da vida, o que
significa dispor de métodos e instrumentos de avaliação das habilidades dos aspirantes a
condutor e dos que já estão habilitados, necessárias e suficientes ao enfrentamento dos
riscos inerentes ao trânsito. Cada profissional, portanto, deve estar envolvido e
atualizado sobre os melhores fundamentos e técnicas disponíveis, buscando orientar-se
por diretrizes, protocolos e evidências úteis à avaliação dessas habilidades.
A avaliação psicológica de condutores, em diferentes países, especialmente no modelo
europeu, prevê a assistência médico-psicológica para avaliação da competência de
mobilidade (mobi-lity competence) e tratamento de condutores com prejuízos
funcionais (Risser et al., 2008).
Considerando os padrões internacionais e a experiência dos psicólogos do trânsito no
Brasil, o processo de avaliação psicológica para conduzir veículos de condutores deve
avaliar o potencial ofensivo ao risco e às exigências na condução de veículos por meio
dos seguintes indicadores:
a) Velocidade de reação a estímulos visuais e, se possível, auditivos;
b) Atenção seletiva e retenção de estímulos;
c) Percepção de velocidade;
d) Controle inibitório e nível de impulsividade;
e) Vulnerabilidade psicológica;
f) Flexibilidade cognitiva;
g) Tomada de decisão;
h) Nível de risco subjetivamente aceito;
i) Internalização de padrões morais de compromisso com a vida e com a
segurança no trânsito.
O conjunto desses critérios de verificação das condições das condições psicológicas
para dirigir e manter-se, ao longo dos anos, como condutor de veículos, constitui
preditores da condução segura, desejável e cuidadosa.
5-Relacione trânsito e personalidade.
-A personalidade compreende um sistema intrapsíquico que abrange processos
inconscientes e conscientes, que desenvolve modos diferentes de comportamentos entre
condutores
-As emoções e a personalidade são fatores que influenciam nas atitudes do homem, no
contexto do trânsito, as mesmas são consideradas também como possíveis fatores de
risco para acidentes.
-A probabilidade de acidentes com veículos acontecerem, sendo eles cometidos por
pacientes com algum tipo de transtorno de personalidade é de até seis vezes mais que o
de pacientes do grupo controle, segundo estudos realizados em pacientes com
transtornos psiquiátricos para saber o diferencial no envolvimento com acidentes de
trânsito.
-A irresponsabilidade, a agressividade, o egocentrismo, a intolerância a frustração e
impulsividade são traços que poderiam estar associados a direção.
-A personalidade refere-se à relação dos comportamentos das pessoas com as situações
ao longo do tempo e sua singularidade.
-As condições e estado emocional contribuem para causas direta e indiretamente,
podendo afetar negativamente as informações necessárias para segurança ao conduzir
um veículo.
-Dentre as emoções pode-se relacionar com a personalidadea angústia, a ansiedade e a
agressividade.
6-Descreva a importância da Psicologia do trânsito na prevenção de
acidentes.
-Observam e registram comportamentos nas ruas; entrevistam usuários do trânsito;
aplicam questionários ou, ainda, pesquisam documentos oficiais e relatórios técnicos
para diagnosticar determinada situação; realizam experimento de campo e de laboratório
para estabelecer possíveis relações de causa e efeito e aplicam testes psicológicos para
avaliar características dos futuros motoristas.
- Sua finalidade é produzir novos conhecimentos (p.ex. estudar processos de tomada de
decisão e relações de poder), e também aplicá-los para melhorar a qualidade de vida das
pessoas (p.ex., diminuir/evitar acidentes e estimular transportes sustentáveis, como a
bicicleta).
-
7-Cite e explique os principais fatores humanos acidentogênicos.
-Os principais fatores de risco no trânsito apontados são relacionados ao comportamento
humano: excesso de velocidade; condução sob influência de álcool; falta de
equipamento de segurança por parte de motociclistas; não utilização ou uso inadequado
de sistemas de retenção para crianças e de cintos de segurança para os demais ocupantes
dos veículos.
-Comportamentos desatentos, inadequados e indesejáveis no trânsito são responsáveis,
em grande medida, pelos denominados eventos críticos no trânsito, entre os quais os
incidentes (desvios de condutas sem danos pessoais evidentes, embora possam ser
perigosos) e os acidentes de trânsito (com danos pessoais e/ou materiais) – neste último
caso, com implicações na perda da capacidade dos participantes do trânsito, em função
de lesões ou distúrbios neurofuncionais e motores (Cruz, Wit, & Souza, 2017).
- A inexperiência dos condutores, a direção em alta velocidade, o consumo de bebidas
alcoólicas e outras substâncias psicoativas, o uso de telefones celulares e outros
distratores e as condutas imprudentes, impulsivas e abusivas, em geral (Wit, Souza, &
Cruz, 2016; Almeida et al., 2013; Araújo, Malloy-Diniz, & Rocha, 2009; Kweon &
Kockelman, 2003).
Sub-avaliação da probabilidade de acidente A exposição desnecessária ao risco é
uma tendência freqüente, especialmente no caso dos condutores masculinos e também
dos pedestres, ainda mais quando jovens: autoconfiança nos próprios reflexos, procura
de sensações fortes, menor percepção do perigo.
Desatenção Uma longa viagem, um percurso cotidiano eternamente repetido, o uso do
telefone celular, podem ter o mesmo resultado: uma desatenção ao que está acontecendo
e a incapacidade a reagir de modo a evitar o acidente. Isto é considerado, junto com o
cansaço do condutor, como a primeira causa de acidente nas rodovias interurbanas.
Cansaço Um condutor cansado pode adormecer ou ficar sonolento, com capacidade de
reação extremamente reduzida. É um fator conhecido, que deve dar lugar a
regulamentações do tempo de trabalho dos condutores de caminhões e a recomendações
a todos condutores quanto à freqüência e a duração das paradas. Veja as informações
sobre a campanha em curso, promovida por ABRAMET, com o título: “O cansaço
mata”.
Deficiências Pode ser lentidão: muitos pedestres atropelados são pessoas idosas. Pode
ser uma deficiência visual: ma avaliação da distância ou da velocidade de um veículo se
aproximando. Pode ser uma deficiência auditiva: para um pedestre, não percepção de
um veiculo chegando por trás.
Consumo de álcool Efeitos negativos: euforia, com sensação de potência e
superestimação das próprias capacidades, diminuição dos reflexos, estreitamento do
campo visual, alteração da capacidade de avaliação das distâncias e das larguras, maior
sensibilidade ao deslumbramento.
Consumo de droga Efeitos similares.
Excesso de velocidade A velocidade incide sobre a freqüência e a gravidade dos
acidentes. É fato comprovado que qualquer aumento da velocidade autorizada aumenta
estes dois parâmetros. Por exemplo, no caso dos atropelamentos, os maiores causadores
de vitimas fatais, a velocidade tem um papel determinante. Dela dependem os tempos
de reação do motorista e do pedestre e, obviamente, a violência do choque. Se o tempo
de reação do motorista for insuficiente para parar o carro e o tempo de reação do
pedestre for insuficiente para chegar ao outro lado da rodovia, o acidente é quase
inevitável. Qualquer travessia de zona urbana ou em curso de urbanização exige uma
redução drástica da velocidade, salvo se houverem passarelas permitindo a travessia.
Desrespeito à distância entre veículos É um erro extremamente freqüente e grave,
presente na maioria das colisões traseiras, o tipo de acidente mais freqüente na rede
federal: 25% dos acidentes, 14% dos acidentes com feridos, 7% dos acidentes com
mortos. Ficando próximo demais do veiculo que lhe precede, o motorista reduz o
próprio tempo de reação, renunciando a qualquer possibilidade de evitar o acidente em
caso de freada do veículo que vai à frente dele.
Ultrapassagem indevida A colisão frontal fica em segundo lugar na classificação dos
tipos de acidentes com vítimas fatais e o abalroamento lateral de sentido oposto, que
tem as mesmas causas, fica em quarto lugar. Juntos, eles são responsáveis por 23% dos
acidentes com vítimas fatais.
Outras infrações de motoristas
Nao-uso de cinto, de capacete, de proteção par criança. Grandes progressos foram
feitos pelos construtores de veículos e, infelizmente, são pouco aproveitados para
reduzir a gravidade e a frequência dos acidentes. O exemplo mais típico é o não uso do
cinto no banco traseiro.
Imprudência de pedestres, de ciclistas, de motociclistas.
8-Analise os impactos dos acidentes de trânsito no SUS.
9-Descreva os tipos de acidentes de trânsito
“Acidente é uma desavença não intencionada no trânsito, que implica algum dano e é
noticiada à polícia”.
Shinar (1978) Sinistro – “Todo evento que resulte em dano ao veículo ou à sua carga
e/ou em lesões a pessoas e/ou animais, e possa trazer dano material ou prejuízo ao
trânsito, à via, ou ao meio ambiente, em que pelo menos uma das partes está em
movimento nas vias terrestres ou nas vias abertas ao público”. (ABNT NBR 10697 de
16.11.2020) Sinistro de trânsito: sem vítima, sem vítima fatal, com vítima fatal e
incidente no trânsito
Colisão, abalroamento, tombamento, capotagem, atropelamento, choque com objeto
fixo, são os tipos de acidentes adotados pelo DENATRAN para descrever os acidentes e
classificá-los.

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