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ROTEIRO DE ESTUDOS DIREITO EMPRESARIAL

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FACULDADE UNINASSAU 
CURSO DE GRADUAÇÃO EM CONTÁBEIS/ADMINISTRAÇÃO
DISCIPLINA: DIREITO EMPRESARIAL
	 ROTEIRO DE ESTUDOS AVALIAÇÃO
 Prof.ª Marta Magalhães
ROTEIRO DE ESTUDOS
DIREITO EMPRESARIAL
Prof.ª MARTA MAGALHÃES
ALUNO (A): ___________________________________________________________
TÓPICOS
DIREITO DE EMPRESA/CÓDIGO CIVIL E LEGISLAÇÕES ESPECÍFICAS
A Parte Especial do Código Civil é dividida em cinco livros, e o segundo deles apresenta ampla regulação sobre o Direito de Empresa. Esse segundo livro, composto de quatro seções regulamenta a figura do Empresário (Título I), a constituição das Sociedades (Título II), o Estabelecimento (Título III) e traz disposições sobre Institutos Complementares (Título IV).
· ATIVIDADE EMPRESARIAL
· O conceito de atividade empresarial está diretamente ligado ao conceito de empresário. A atividade desenvolvida de forma organizada com caráter econômico e profissional, constituída com o fim de produzir lucro. Uma empresa é uma unidade econômico-social, integrada por elementos humanos, materiais e técnicos, que tem o objetivo de obter utilidades através da sua participação no mercado de bens e serviços. Nesse sentido, faz uso dos fatores produtivos (trabalho, técnica e capital). Para que haja qualquer sociedade é necessário a existência de dois pressupostos: Affectio societatis, disposição que toda pessoa manifesta ao ingressar em uma sociedade, de lucrar ou suportar os prejuízos em conjunto. Sem este pressuposto não haverá a conjugação de esforços indispensável à criação e desenvolvimento da sociedade. Pluralidade de sócios: (no mínimo dois). Este pressuposto decorre da inexistência no direito brasileiro de sociedade unipessoal.
· 
Conceito de Empresa. Art. 966 caput e § único, do Código Civil: “Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços."
· Na concepção jurídica do direito empresarial, atividade empresarial ou empresa é uma atividade econômica exercida profissionalmente pelo empresário por meio da articulação dos fatores produtivos para a produção ou circulação de bens ou de serviços. O conceito jurídico de empresa não pode ser confundido com o de um sujeito de direito (ativo ou passivo), o de uma pessoa jurídica, tampouco com o local onde aquela atividade econômica é desenvolvida (estabelecimento). Os recursos econômicos originados na atividade empresarial são denominados RECEITA.
1. DIREITO SUBJETIVO E DIREITO OBJETIVO
O Direito subjetivo refere-se ao direito que a pessoa apresenta, quanto a certa relação jurídica, a qual decorre de norma jurídica assim prevendo. O Direito subjetivo é o poder, ou seja, a prerrogativa que a pessoa (no caso, o titular do direito subjetivo) tem de obter certo efeito jurídico, em conformidade e em razão de norma jurídica. Trata-se da faculdade conferida ao individuo de invocar a norma a seu favor, ou seja, da faculdade de agir sob a sombra da regra, isto é, a facultas agendi. 
O Direito objetivo é entendido como o conjunto de normas jurídicas que prescrevem condutas e regulam a vida em sociedade, formando o ordenamento jurídico. É entendido como a “norma da ação humana, isto é, a norma agendi.
1.1. O direito subjetivo à vida, reconhecido pelo Estado, tem seu fundamento na natureza, antecedendo à existência cultural do ser humano. Já o direito à liberdade religiosa, também reconhecido pelo Estado, tem fundamento na cultura, sendo construído pelos seres humanos.
1.2. 1.2. Direito objetivo é o conjunto de regras jurídicas obrigatórias, em vigor no país, numa dada época e direito subjetivo a faculdade ou possibilidade que tem uma pessoa de fazer prevalecer em juízo a sua vontade, consubstanciada num interesse. 
2. PESSOAS JURÍDICAS
2.1. As pessoas jurídicas começam a ser reguladas no artigo 40 do Código Civil, apresentando-se, logo em seu caput, a distinção entre as de direito público — interno e externo — e as de direito privado.
2.2. PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PRIVADO
As pessoas jurídicas de direito privado vêm relacionadas nos incisos I, II e III do artigo 44 do Código Civil, isto é, as associações, as sociedades e as fundações.
2.2.1. Qualquer que seja a espécie de pessoa jurídica de direito privado, sua existência legal tem início com a realização do registro de seu ato constitutivo.
2.2.2. Registro de Pessoas Jurídicas – Requisitos:
a) Informações sobre a empresa (denominação, fins, sede, tempo de duração da empresa e, se houver, a instituição de um fundo social);
b) Sócios e gestores (nome e individualização dos fundadores ou instituidores, acompanhados da relação de diretores);
c) Forma de ser administrada e representada (ativa e passivamente, judicial e extrajudicialmente);
d) Alcance da responsabilidade dos sócios (subsidiariamente ou não pelas obrigações da sociedade);
e) Requisitos para extinção da empresa e os fins a serem dados ao patrimônio.
· CONTRATO SOCIAL
Para abrir uma empresa, é preciso passar por diversas etapas obrigatórias. E o Contrato Social é a primeira delas. Este documento é essencial e pode ser a fonte de muitos problemas, caso não seja realizado.
· O Contrato Social está para uma empresa como a Constituição está para um país, ou uma certidão de nascimento está para um cidadão. Ele é o documento constitutivo que dá origem à empresa e diz como ela vai funcionar. É um documento que possui informações da pessoa jurídica. Também diz qual é o tipo de estrutura societária, como será distribuído e utilizado seu patrimônio, quem são seus sócios, entre outras informações essenciais para o cotidiano do negócio. É a partir dele, também, que a pessoa jurídica poderá ser cadastrada no CNPJ (Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica) e iniciar suas atividades de forma legalizada.
No Contrato Social, é importante que sejam definidos o objetivo e o ramo da empresa, além dos aspectos societários e das informações do Capital Social. São cláusulas essenciais do contrato social, dentre outros, a forma de produção de bens e o capital social.
2.2.3. RESPONSABILIDADE DA PESSOA JURÍDICA
2.2.3.1. O tema da responsabilidade das pessoas jurídicas por atos de seus agentes tem breve apontamento no artigo 43, ao se indicar que serão responsáveis por causarem danos a terceiros. “direito regressivo”, trata-se do direito, conferido por lei, a quem satisfaz obrigação de outrem, ou a totalidade de obrigação comum, para ter das pessoas anteriormente vinculadas o ressarcimento que lhe couber. 
2.2.3.2. PESSOA JURÍDICA – RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA e LIMITADA (adstrita ao capital social ou cota).
A vantagem de constituir uma pessoa jurídica é que esta (EIRELI ou sociedade empresária) tem personalidade e patrimônio próprios, distintos dos que a constituíram (titular da EIRELI ou sócios da sociedade empresária). O patrimônio só pode ser executado após a execução dos bens da pessoa jurídica, se for o caso (art. 1024 CC). Os bens particulares não podem ser executados por dividas da pessoa jurídica, ressalvadas as hipóteses excepcionais pela prática de atos ilícitos e pela desconsideração da pessoa jurídica (art. 50 CC).
2.2.3.3. DESCONSIDERAÇÃO DA PESSOA JURÍDICA
· De acordo com o art. 1.024 CC, “os bens particulares dos sócios não podem ser executados por dívidas da sociedade, senão depois de executados os bens sociais”. Esta regra trata da autonomia patrimonial das sociedades, estabelecendo a responsabilidade subsidiária dos sócios pelas obrigações sociais, que pode ser também limitada, a depender do tipo societário. 
· Caso a sociedade não possua mais bens, deve-se verificar o tipo de responsabilidade dos sócios: se for ilimitada (como ocorre na sociedade em nome coletivo, por exemplo,), seus bens particulares poderão ser executados; se for limitada (como ocorre na sociedade limitada e na sociedade anônima), seus bens particulares, a princípio, não podem ser executados.
· Entretanto, se for verificado o uso abusivo da personalidade jurídica da sociedade em detrimentodos credores, poderá ser determinada a desconsideração da personalidade jurídica, o que permitirá a execução dos bens pessoais dos sócios, mesmo que se trate de sociedade limitada.
· Art. 5º CC – “em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica”. 
a) Teoria menor da desconsideração da pessoa jurídica – nomenclatura proposta inicialmente por Fábio Ulhoa Coelho – usada para os casos em que se admite a desconsideração quando há mero prejuízo do credor, ou seja, a simples insolvência da pessoa jurídica.
b) Teoria maior da desconsideração da pessoa jurídica – seguindo a mesma nomenclatura proposta por Fábio Ulhoa Coelho, costuma-se usar a expressão quando a desconsideração ocorre por abuso da pessoa jurídica. 
· Aplicação da regra geral do art. 50 CC – que tem incidência no âmbito das relações civis e empresariais, em que as regras de Responsabilidade subsidiária e limitada dos sócios devem ser respeitadas, sendo desconsideradas apenas em casos excepcionais. Assim, o legislador pátrio adotou a teoria da maior desconsideração, que exige demonstração da ocorrência do elemento objetivo. (Vide André Santa Cruz, p. 129-130).
· A desconsideração da pessoa jurídica tem os seus efeitos adstritos ao caso concreto em que foi requerida, não acarretando a dissolução da mesma., pois se trata de um ato de efeito provisório.
· A aplicação da teoria da desconsideração da personalidade jurídica não significa a possibilidade de execução de todos os sócios e/ou administradores da sociedade, mas somente daqueles que se beneficiaram do uso abusivo da pessoa jurídica. 
2.2.3.4. PESSOA FÍSICA – RESPONSABILIDADE DIRETA e ILIMITADA 
O empresário individual, por ser pessoa física, não goza dessa separação patrimonial, respondendo com todos os seus bens, inclusive os pessoais, pelo risco do empreendimento.
3. CONCEITO DE EMPRESÁRIO
Empresário, assim definido no artigo 966 CC: “considera-se empresário que exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção de bens ou de serviços”.
O empresário pode ser uma pessoa física (pessoa natural) ou pessoa jurídica. No primeiro caso, tem-se o empresário individual. No segundo, tem-se uma EIRELI (empresa individual de responsabilidade limitada) ou uma sociedade empresária (que pode adotar um dos seguintes tipos societários: sociedade em nome coletivo, sociedade em comandita simples, sociedade limitada, sociedade em comandita por ações ou sociedade anônima). 
4. ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL – O Código Civil é expresso neste sentido, dispondo que se considera estabelecimento todo complexo de bens organizado, para exercício da empresa, por empresário, ou por sociedade empresária. Saliente-se que a organização do conjunto de bens é um requisito para a caracterização do estabelecimento. Sobretudo, a organização assume relevância, pois é fator que aquilata o valor da propriedade empresarial e que reflete na figura do fundo de comércio. A própria caracterização da figura do empresário exige que o mesmo exerça profissionalmente atividade econômica organizada, ou seja, a empresa é uma organização de fatores de produção (capital, mão de obra, matéria prima, capacidade empresarial e capacidade tecnológica) que parte do estabelecimento empresarial para a concretização do objeto social da sociedade empresária. Entende-se por principal estabelecimento o lugar onde o empresário centraliza as suas atividades e a administração de seu negócio. Para a exploração da atividade econômica, há a necessidade de o empresário organizar os fatores de produção aplicando capital num conjunto mínimo de bens (materiais e imateriais). A este conjunto de bens organizado, que dá suporte à atividade econômica, dá-se o nome de estabelecimento empresarial - elemento indissociável da sociedade empresária.
5. O estabelecimento empresarial passou a ser considerado como categoria jurídica moderna durante o século XIX, na França, com o advento de um dispositivo fiscal, estabelecido na lei de 28 de fevereiro de 1872, em seu artigo 7º, que submetia "as transferências de propriedade a título oneroso do fundo de comércio ou de clientela" a uma alíquota de dois por cento de impostos a recolher. O estabelecimento empresarial também é denominado como fundo de comércio, e depois da edição desta norma passou a ser estudado pelo Direito.
· Os elementos do estabelecimento empresarial são os meios através dos quais o empresário irá exercer a sua atividade econômica para cumprir a sua finalidade principal: a obtenção de lucro. Eles são, em última análise, os instrumentos de que dispõe o empresário para realizar sua atividade empresarial.
· Na classificação geral dos bens, conforme Código Civil, o estabelecimento empresarial é uma universalidade de fato, por encerrar um conjunto de bens pertinentes ao empresário e destinados à mesma finalidade, de servir à exploração de empresa.
6. NOME EMPRESARIAL
· O Departamento Nacional de Registro do Comércio ao tratar da matéria esclarece que nome empresarial é aquele sob o qual o empresário e a sociedade empresária exercem suas atividades e se obriga nos atos a elas pertinentes, obedecendo ao princípio da veracidade e da novidade, incorporando os elementos específicos ou complementares exigidos ou não proibidos em lei. Equipara-se ao nome empresarial, para os efeitos da proteção da lei, a denominação das sociedades simples, associações e fundações.
· Considera-se nome empresarial a firma ou a denominação adotada para o exercício de empresa. Equipara-se ao nome empresarial, para os efeitos da proteção da lei, a denominação das sociedades simples, associações e fundações. Estes nomes não se confundem, pois possuem definições próprias, nome empresarial designa o Empresário, ou seja, aquele que exerce a atividade empresarial, ou ainda uma sociedade empresária. Título do estabelecimento, como o próprio nome diz, designa o estabelecimento, isto é o conjunto de bens utilizado pelo empresário para os fins do exercício da atividade empresarial. No tocante à marca, designa o produto ou o serviço oferecido pelo empresário ao seu público-alvo.
· A sociedade em conta de participação não pode ter firma ou denominação.
· A sociedade limitada pode adotar firma ou denominação, integradas pela palavra final “limitada” ou sua abreviatura.
· A sociedade em comandita por ações pode, em lugar de firma, adotar denominação designativa do objeto social, aditada da expressão “comandita por ações”. 
· A sociedade cooperativa funciona sob designação integrada pelo vocábulo “cooperativa”. 
6. ESPÉCIES DE EMPRESÁRIO
6.1. EMPRESÁRIO INDIVIDUAL – pessoa física, possui CNPJ (cadastro fiscal que o equipara a pessoa jurídica de direito privado somente para fins tributários. O empresário individual é aquele que exerce em nome próprio uma atividade empresarial. É a pessoa física titular da empresa. O patrimônio da pessoa física e o do empresário individual são os mesmos, logo o titular responderá de forma ilimitada pelas dívidas. Importante salientar que o empresário individual pode obter diversos benefícios ao se registrar. As pessoas jurídicas de direito privado estão listadas no art. 44 do CC (nesse rol não consta o empresário individual). O Empresário Individual deve registrar-se no órgão competente (a Junta Comercial de sua respectiva unidade federativa) – ANTES de iniciar suas atividades (art. 967 CC). Essa obrigação é extensiva à EIRELI e à sociedade empresária.
· Tal registro tem função apenas declaratória e não constitutiva, isto e, não é o registro que caracteriza alguém como empresário, mas o efetivo exercício da atividade econômica organizada para a produção e circulação de bens ou serviços.
· A irregularidade no exercício da atividade empresarial acarreta consequências negativas: a) a impossibilidadede requerer a recuperação judicial, em caso de crise (art. 48 da lei 11.101/2005 – exigência de exercer a atividade regular por mais de dois anos).
· ATUALIZAR OS VALORES ABAIXO:
6.1.1. MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUAL (MEI) é a pessoa que trabalha por conta própria e que se legaliza como pequeno empresário. Para ser um microempreendedor individual, é necessário faturar no máximo até R$ 81.000,00[footnoteRef:1] por ano e não ter participação em outra empresa como sócio ou titular. O MEI também pode ter um empregado contratado que receba o salário-mínimo ou o piso da categoria. Entre as vantagens está o registro no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ), o que facilita a abertura de conta bancária, o pedido de empréstimos e a emissão de notas fiscais. Além disso, o MEI será enquadrado no Simples Nacional e ficará isento dos tributos federais (Imposto de Renda, PIS, Cofins, IPI e CSLL). Assim, pagará apenas o valor fixo mensal (comércio ou indústria), prestação de serviço ou comércio e serviços, que será destinado à Previdência Social e ao ICMS ou ao ISS. Essas quantias serão atualizadas anualmente, de acordo com o salário-mínimo[footnoteRef:2].[footnoteRef:3] Com essas contribuições, o Microempreendedor Individual tem acesso a benefícios como auxílio maternidade, auxílio-doença, aposentadoria, entre outros. [1: O limite de faturamento MEI para 2023 é de R$ 81 mil. Projeto de Lei em tramitação para alterar os limites do MEI prevê como novo limite de facturamento do MEI de até R$ 130 mil e contratação de até 2 funcionários.] [2: O MEI paga três impostos: o INSS, como contribuição para garantir a cobertura da Previdência Social do empreendedor, ICMS, tributo estadual voltado para empresas de comércio ou indústria, e o ISS, tributo voltado para indivíduos prestadores de serviços. Todos eles são reunidos em uma guia unificada e seu valor é definido no início do ano, variando de acordo com o salário-mínimo estabelecido. Essa guia recebe o nome de DAS, ou Documento de Arrecadação do Simples Nacional.] [3: A tabela a seguir mostra os valores de 2023:
MEI – atividade	INSS – R$	ICMS/ISS – R$	 Total – R$
Comércio e indústria (INSS + ICMS)	R$66	R$1	R$67
Empresas de serviços (INSS + ISS)	 R$66	R$5	R$71
Comércio e Serviços (INSS + ISS + ICMS)	R$66	R$6	R$72
*Quando o MEI paga ICMS, ele está contribuindo para o imposto sobre circulação de mercadorias e prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e comunicação. Já o ISS é o Imposto Sobre Serviços.
Um dos maiores incentivos para a contabilidade do MEI é que com o DAS o microempreendedor fica isento de pagar impostos federais como PIS, IPI, CSLL, Cofins e IRPJ.
] 
6.2. MICROEMPRESAS E EMPRESAS DE PEQUENO PORTE (ME e EPP/Tratamento favorecido das ME e EPP)
O art. 170, Inciso IX da CF/88 também prevê como princípio geral da atividade econômica o “tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no país”.
O art. 179 da CF/88 determina que “a União, os Estados, O Distrito Federal e os Municípios dispensarão às microempresas e às empresas de pequeno porte, assim definidas em lei, tratamento jurídico diferenciado, visando a incentivá-las pela simplificação de suas obrigações administrativas, tributárias, previdenciárias e creditícias, ou pela eliminação ou redução destas por meio da lei”. A Emenda Constitucional 42/2003 instituiu que o tratamento diferenciado para as ME EPP fossem feitos por Lei Complementar. Foi editada então a LC 123/2006.
A Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006, implantou no ordenamento jurídico brasileiro o novo Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, obedecendo a previsão da Constituição Federal de 1988, que assegura o tratamento diferenciado e favorecido às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (art. 170, IX e 179).
De acordo com o art. 3º da LC 123/2006, “consideram-se microempresas ou empresas de pequeno porte , a sociedade empresária , a sociedade simples, a empresa individual de responsabilidade limitada e o empresário a que se refere o art. 966 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), devidamente registradas no Registro de Empresas Mercantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas , conforme o caso, desde que: no caso da microempresa, aufira, em cada ano-calendário receita bruta igual ou inferior a 360.000,00; e II – no caso da empresa de pequeno porte, aufira, em cada ano calendário receita bruta superior a 360.000,00 e igual ou inferior a 4.800.000,00.
O.B.S: As sociedades por ações não se incluem no regime diferenciado das microempresas e empresas de pequeno porte.
· INSCRIÇÃO DO EMPRESÁRIO – registro no órgão competente, antes de iniciar a atividade: Junta Comercial da sua unidade federativa. Obrigação do Empresário individual, extensiva à EIRELI e à sociedade empresária.
· REQUISITOS PARA EXERCER A ATIVIDADE EMPRESARIAL: capacidade civil e ausência de impedimento legal.
· Empresário individual incapaz – o art. 972 CC estabelece que o incapaz não pode exercer atividade empresarial, mas o art. 974 CC abre duas exceções: quando a incapacidade for superveniente e quando herdar a atividade empresarial de alguém.
6.3. EMPRESA INDIVIDUAL DE RESPONSABILIDADE LIMITADA (EIRELI)[footnoteRef:4] [4: Alteração de EIRELI para Sociedade Limitada Unipessoal (alteração da natureza jurídica). Até agosto de 2021, os empreendedores que desejavam começar o seu negócio sem a companhia de outros sócios tinham alguns modelos para optar. Mas desde então, a EIRELI foi extinta e substituída de vez pela Sociedade Limitada Unipessoal (SLU).] 
· A empresa individual de responsabilidade limitada (EIRELI) é aquela constituída por uma única pessoa titular da totalidade do capital social, devidamente integralizado, que não poderá ser inferior a 100 (cem) vezes o maior salário-mínimo vigente no País. O titular não responderá com seus bens pessoais pelas dívidas da empresa.
· A pessoa natural que constituir empresa individual de responsabilidade limitada somente poderá figurar em uma única empresa dessa modalidade. Ao nome empresarial deverá ser incluído a expressão "EIRELI" após a firma ou a denominação social da empresa individual de responsabilidade limitada.
· A Empresa individual de responsabilidade limitada será regulada, no que couber, pelas normas aplicáveis às sociedades limitadas. 
· Para abertura, registro e legalização do EIRELI, é necessário registro na Junta Comercial e, em função da natureza das atividades constantes do objeto social, inscrições em outros órgãos, como Receita Federal (CNPJ), Secretaria de Fazenda do Estado (inscrição estadual e ICMS) e Prefeitura Municipal (concessão do alvará de funcionamento e autorização de órgãos responsáveis pela saúde, segurança pública, meio ambiente e outros, conforme a natureza da atividade).
· Faça o registro de EIRELI e o seu enquadramento como Microempresa (ME) ou Empresa de Pequeno Porte (EPP). Ocasião em que se deve apresentar para arquivamento (registro) o Requerimento de Empresário e o enquadramento como ME ou EPP na Junta Comercial, desde que atenda ao disposto na Lei Complementar 123/2006. Recomenda-se a realização de pesquisa prévia de nome empresarial e consulta prévia de endereço para evitar colidência de nome empresarial e pendências junto à Prefeitura Municipal e aos demais órgãos envolvidos.
· A pesquisa do nome empresarial deve ser a primeira providência a ser tomada antes do registro (Requerimento de Empresário) da empresa. Essa medida é para certificar-se que não existe outra empresa já registrada com nome igual ou semelhante ao que você escolheu. Isso evita que o processo de registro tenha que mudar de nome, após iniciado.
6.4. SOCIEDADES EMPRESARIAIS
6.4.1. CONCEITO: Art. 981 CC: “celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens ou serviços, para o exercício da atividade econômica e a partilha, entre si, dos resultados”. 
· A Sociedade Empresária abrange vários tipos de sociedades,mas no sentido geral, é a reunião de pessoas que têm como objetivo exercer profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou serviços, visando ao lucro, que deve ser compartilhado. Faz-se necessário lembrar eu nem toda sociedade é uma empresa, da mesma forma que nem todas as empresas são sociedades.
· Como salienta o Professor Fábio Ulhoa Coelho, Empresário é a sociedade e não os sócios, para efeitos de direito, desse modo, ela tem as mesmas obrigações de se registrar na Junta, manter escrituração e levantar demonstrações contábeis periódicas.
· Pode-se definir sociedade como pessoa jurídica de direito privado (art. 44 CC), decorrente da união de pessoas (universitas personarum), que possui fins econômicos, ou seja, é constituída com a finalidade de exploração de uma atividade econômica e repartição dos lucros entre seus membros.
· As sociedades personificadas - art. 997 a 1.101 do CC/2002 - possuem personalidade jurídica, que é adquirida com o registro, nos termos do art. 985 e do art. 1.150, ambos do CC/2002. 
· É nula a estipulação contratual que exclua qualquer sócio de participar dos lucros e das perdas. 
· A sociedade adquire personalidade jurídica com a inscrição, no registro próprio e na forma da lei, dos seus atos constitutivos.
· São justamente a finalidade econômica e o intuito de lucros que diferenciam as sociedades das associações. 
· A expressão PESSOAS deixa claro que as sociedades pressupõem pluralidade de sócios (duas ou mais pessoas). 
· EXCEÇÕES – Sociedades unipessoais: a subsidiária integral, a sociedade anônima que tem como único acionista uma sociedade brasileira (art. 251. Da lei 6.404/1976); e a sociedade unipessoal de advocacia (art. 15 da Lei 8.906/1994).
· Embora o caput do art. 981 CC mencione a possibilidade de os sócios contribuírem com bens ou serviços, para a constituição da sociedade, ressalte-se que certos tipos societários não admitem a contribuição em serviços. Ex.; A Sociedade Limitada (art. 1.055, parágrafo 2º CC) e com a Sociedade Anônima (art. 2º da Lei 6.404/1976). 
· O art. 981, parágrafo único CC prevê a possibilidade de uma sociedade ter por objeto a realização de um ou mais negócios determinados, caso em que ela pode, por exemplo, ter prazo determinado de duração. Ex.: SOCIEDADES DE PROPÓSITOS ESPECÍFICOS – SPE (esta denominação não constitui um tipo de sociedade, mas apenas sugere a característica de uma sociedade determinada).
· Ao contrário do que ocorre com as pessoas naturais, cujo reconhecimento da personalidade independe do registro, já que “a personalidade civil começa do nascimento com vida “(art. 3º CC), as sociedades só adquirem personalidade a partir do registro do ato constitutivo no órgão competente.
· O ordenamento jurídico brasileiro ate reconhece a sua existência (SOCIEDADE EM COMUM), mas não lhe confere personalidade jurídica. 
· Se o inicio da personalidade jurídica se dá com o seu registro, o término se dá com a sua dissolução e consequentes liquidação e dissolução. 
6.4.2. CLASSIFICAÇÕES DAS SOCIEDADES
A principal classificação das sociedades é a que leva em conta o seu objeto social. Art. 982 CC: “salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade que tem por objeto o exercício da atividade própria de empresário sujeito a registro (art. 967); e, simples, as demais”. 
A) Segundo o seu objeto social: 
· Sociedade Simples e Sociedade Empresária:
· SOCIEDADE SIMPLES – Sociedade simples são sociedades que exploram a atividade de prestação de serviços decorrentes de atividades intelectuais e de cooperativa. Na Sociedade Simples, organizada por no mínimo duas pessoas, tem o objeto lícito descrito em seu contrato social, de natureza essencialmente não mercantil, onde para a execução de seu objeto, os sócios recaiam na exceção prevista acima, ou seja, exerçam profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, mesmo que para a execução necessitem de auxiliares ou colaboradores. Exemplos: Cooperativas e representações comerciais. As sociedades simples foram introduzidas pelo Código Civil de 2002. Em substituição às sociedades civis (art. 982 CC). Seu objeto social é a prestação de serviços profissionais, prevalecendo a característica particular deste como intelectual pelos integrantes da sociedade.
· Adquire personalidade jurídica com a inscrição de seus atos constitutivos no registro próprio, em até trinta dias subsequentes à sua constituição. 
· Pessoas jurídicas podem ser sócias em sociedades simples. 
· A cláusula que exclua um dos sócios de participar dos lucros é considerada nula.
· Não havendo mais condições de a sociedade se manter, os sócios devem saber o momento de encerrar aquilo que não está mais dando certo. Para que se dê o encerramento sem que haja problemas futuros, devem ser seguidos os procedimentos regulamentados pela legislação. Para a dissolução e liquidação de sociedade simples, o Ministério Público está legitimado a, em situações especiais, promover a liquidação judicial da sociedade.
· O traço distintivo entre as SOCIEDADES SIMPLES e as SOCIEDADES EMPRESÁRIAS é o objeto social delas: na sociedade empresária, o objeto é o exercício de uma empresa (atividade econômica organizada para produção ou circulação de bens ou serviços) – o registro é feito na Junta Comercial; na sociedade simples, uma atividade econômica não empresarial (por exemplo, o exercício de profissão intelectual dos sócios que a integram). O registro é feito em cartório. 
· IMPORTANTE: Algumas sociedades são simples ou empresárias independentemente de seu objeto social, conforme previsto no art. 982, parágrafo único do CC: “independentemente do objeto, considera-se empresária a sociedade por ações, e, simples, a cooperativa”. 
B) Segundo a responsabilidade dos sócios:
· De responsabilidade ilimitada e de responsabilidade limitada.
· leva em conta a responsabilidade dos sócios. Segundo esse critério classificatório, as sociedades podem ser de responsabilidade ilimitada (por exemplo, a sociedade em nome coletivo), de responsabilidade limitada (por exemplo, a sociedade anônima e a sociedade limitada), ou mistas (por exemplo, a sociedade em comandita simples e a sociedade em comandita por ações). 
C) Segundo o regime de constituição e dissolução:
· Contratuais ou Institucionais:
D) regime de constituição e dissolução, as sociedades podem ser contratuais (por exemplo, a sociedade limitada), que são constituídas por um contrato social e dissolvidas segundo as regras previstas no Código Civil; ou institucionais (por exemplo, a sociedade anônima), que são constituídas por um ato institucional ou estatutário (estatuto social) e dissolvidas segundo as regras previstas na Lei 6.404/1976.
E) Segundo a composição (ou quanto às condições de alienação da participação societária):
· De pessoas (intuitu personae) ou de capital (intuitu pecuniae):
· Nas sociedades de pessoas, é marcante a presença da affectio societatis, de modo que as características pessoais dos sócios são determinantes para a formação do vínculo societário, sendo a entrada de estranhos no quadro social dependente da anuência dos demais. 
· Nas sociedades de capital, as características pessoais dos sócios são irrelevantes para a formação do vínculo societário, sendo livre a entrada de estranhos no quadro social.
· A dissolução da sociedade comercial deve ser entendida como sendo o procedimento de extinção da pessoa jurídica, sendo um ato declaratório originado de fato ocorrido após a constituição da sociedade. A legislação ordinária e específica apresenta as causas autorizadoras da dissolução sociedade comercial e apresenta as seguintes fases: Dissolução propriamente dita - (desencadeia as demais fases, pode ser judicial ou extrajudicial) , liquidação - (fechamento de contas – art. 1.102 e ss. do CC), partilha do capital entre os sócios - (somente é possível após o pagamento dos credores da sociedade), extinção – Com a aprovação das contas, encerra-se a liquidação e extingue-se a sociedade, averbando-se a ata da assembleia noregistro próprio. Feito isso, a sociedade perde a personalidade jurídica. 
6.4.3. TIPOS SOCIETÁRIOS
· De acordo com o art. 983 do CC, “a sociedade empresária deve constituir-se segundo um dos tipos regulados nos art. 1.039 a 1.092; a sociedade simples pode constituir-se de conformidade com um desses tipos, e, não o fazendo, subordina-se às normas que lhes são próprias”. 
· As expressões sociedade empresária e sociedade simples não designam tipos societários, mas a natureza da sociedade, que variará, conforme o seu objeto social. Dissolução e liquidação de sociedade simples. O Ministério Público está legitimado a, em situações especiais, promover a liquidação judicial da sociedade simples.
· PARA AS SOCIEDADE EMPRESÁRIAS, o legislador criou cinco tipos societários específicos, cada qual com seu regime jurídico próprio: (i) sociedade em nome coletivo (art. 1.039 a 1.044 CC); (ii) sociedade em comandita simples (art. 1.045 a 1.051 CC); (iii) sociedade limitada (art. 1.052 a 1.087 CC); (iv) sociedade anônima (art. 1.088 e 1.089 CC e Lei 6.404/1976); (v) sociedade em comandita por ações (art. 1.090 a 1.092 CC e Lei 6.404/1976). 
· Os sócios que quiserem constituir uma sociedade empresária terão que escolher um desses cinco tipos, não é permitido constituir uma sociedade empresária atípica.
· Para as SOCIEDADES SIMPLES, o legislador não criou nenhum tipo societário específico, permitindo a constituição de uma sociedade simples atípica (art. 997 a 1.038 CC)., que a praxe empresarial costuma chamar de sociedade simples “pura” (sociedade simples que não adota um tipo societário específico). Entretanto, o legislador permitiu que a sociedade simples use “emprestado” um dos tipos societários previstos para as sociedades empresárias (com exceção das sociedades por ações, já que estas são sempre empresárias, nos termos do art. 982, parágrafo único CC). 
· O parágrafo único do art. 983 ressalva os casos da sociedade em conta de participação (que na verdade não é uma sociedade, mas um contrato especial de investimento), sociedade cooperativa 
(que é uma sociedade simples, independentemente do objeto social, e é regida por lei própria, a Lei 5.764/1971) e das sociedades que devem adotar um determinado tipo societário por determinação legal (caso das instituições financeiras, por exemplo, que devem adotar a forma de sociedade anônima, nos termos do art. 25 da Lei 4.595/1964.
· Empresas Societárias
· O.B.S: Quando se está diante de uma sociedade empresária, é importante saber que os seus sócios não são empresários: o empresário, nesse caso, é a própria sociedade, ente ao qual o ordenamento jurídico confere personalidade própria, e, consequentemente, capacidade para adquirir direitos e contrair obrigações. 
A Sociedade Empresária abrange vários tipos de sociedades. No sentido geral, é a reunião de pessoas que têm como objetivo exercer profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou serviços, visando ao lucro, que deve ser compartilhado. Faz-se necessário lembrar eu nem toda sociedade é uma empresa, da mesma forma que nem todas as empresas são sociedades. A sociedade adquire personalidade jurídica com a inscrição, no registro próprio e na forma da lei, dos seus atos constitutivos. 
Empresário é a sociedade e não os sócios, para efeitos de direito, desse modo, ela tem as mesmas obrigações de se registrar na Junta, manter escrituração e levantar demonstrações contábeis periódicas.
As sociedades personificadas - art. 997 a 1.101 do CC/2002 - possuem personalidade jurídica, que é adquirida com o registro, nos termos do art. 985 e do art. 1.150 – CC /2002.
É nula a estipulação contratual que exclua qualquer sócio de participar dos lucros e das perdas.
A sociedade limitada empresária poderá reduzir o seu capital. 
Na sociedade limitada empresária, depende da deliberação dos sócios a aprovação das contas da administração.
A sociedade em conta de participação não funciona sob firma ou denominação, integradas pela expressão “em conta de participação”.
Pode a sociedade limitada adotar firma ou denominação, integradas pela palavra final “limitada” ou a sua abreviatura.
A sociedade em comandita simples por ações pode, em lugar de firma, adotar denominação designativa do objeto social, aditada da expressão “comandita por ações”
A sociedade cooperativa funciona sob a denominação integrada pelo vocábulo “cooperativa”.
· Os art. 1.123 a 1.141 CC tratam das sociedades dependentes de autorização, deixando claro que essa matéria é de competência do Poder Executivo Federal (art. 1.123, parágrafo único). Têm o prazo de 12 meses para funcionar, contados da publicação da lei ou do ato administrativo autorizador, salvo se nesses foi estipulado prazo distinto (art. 1.124 CC). A autorização pode ser cassada pelo poder concedente se a sociedade “infringir disposição de ordem pública ou praticar atos contrários aos fins declarados no seu estatuto” (art. 1.126 CC). 
· SOCIEDADE NACIONAL – art. 1.126 CC, “é nacional a sociedade organizada em conformidade com a lei brasileira e que tenha no País a sede de sua administração”. Para a mudança da nacionalidade, será necessário o consentimento unânime de seus sócios. 
· SOCIEDADE ESTRANGEIRA – a sociedade que não preencha os requisitos do art. 1.126 CC., necessitando de autorização governamental para entrar em funcionamento no Brasil. Poderá, no entanto, ser acionista de sociedade anônima brasileira sem que precise de autorização (art. 1.134 CC). Depois de autorizada, deverá a sociedade proceder ao respectivo registro na Junta Comercial do Estado onde irá desenvolver suas atividades. Cumpridas as formalidades, do registro e iniciadas as atividades, ela se submeterá às leis e aos tribunais brasileiros, quanto aos atos e operações praticados em território brasileiro (art. 1.137 CC). Deverá funcionar com o nome que tiver em seu País de origem, “podendo acrescentar as palavras ‘do Brasil’ ou ‘para o Brasil’” (art. 1.137 parágrafo único CC). - - “está obrigada a ter, permanentemente, representante no Brasil, com poderes para resolver quaisquer questões e receber citação judicial pela sociedade” (art. 1.138). A sociedade estrangeira autorizada a funcionar no Brasil pode obter autorização do Poder Executivo para nacionalizar-se, transferindo sua sede para o território de nosso País (art. 1.141 CC).
· SOCIEDADES NÃO PERSONIFICADAS
· Parece contraditória a expressão não personificada, uma vez que a sociedade possui personalidade jurídica. André Santa Cruz sugere a expressão “ente não personificado”. Tais sociedades estão disciplinadas no Código Civil, na parte das sociedades empresárias. 
a) SOCIEDADE EM COMUM – art. 986 CC: “enquanto não inscritos os atos constitutivos, reger-se-á a sociedade, exceto por ações em organização, pelo disposto neste Capítulo, observadas, subsidiariamente e no que com ele forem compatíveis, as normas da sociedade simples”. Como é o registro que confere personalidade jurídica às sociedades (art. 985 CC), a sociedade em comum não possui personalidade jurídica. 
· É importante distinguir a sociedade em comum da sociedade de fato e da sociedade irregular. A primeira não possui sequer contrato escrito e já está exercendo as suas atividades, sem que os sócios estejam providenciando a sua regularização. Sociedade irregular é a sociedade com contrato escrito e registrado, que já iniciou suas atividades, mas que apresenta irregularidade superveniente ao registro (por exemplo, não averbou alterações do contrato social). 
· Nada impede que eventualmente se apliquem as normas da sociedade em comum (art. 986 a 990 CC) às sociedades de fato e às sociedades irregulares, por analogia. 
· Não possuindo personalidade jurídica, não possuem bens em seu nome. Daí, será contra os bens de cada um de seus sócios que os credores deverão se voltar, além de terem de provar (art. 987 CC) a existência da sociedade por qualquer meio de prova.
b) SOCIEDADE EM CONTA DE PARTICIPAÇÃO
Está definida no art. 991 CC: “na sociedade em conta de participação, a atividade constitutivado objeto social é exercida unicamente pelo sócio ostensivo, em seu nome individual e sob a sua própria e exclusiva responsabilidade, participando os demais dos resultados correspondentes”. Trata-se, na verdade, não de uma sociedade propriamente dita, mas de um contrato especial de investimento que o sócio ostensivo (geralmente um empresário individual ou sociedade empresária) faz com os sócios participantes (podem ser empresários ou não), a fim de desenvolver determinado negocio especifico. É o sócio ostensivo (uma sociedade limitada, por exemplo) que vai colocar em prática o negocio em questão, praticando todos os atos necessários para tanto (contratar terceiros, por exemplo). Os terceiros não contratarão com a sociedade em conta de participação, mas com o sócio ostensivo, e é por isso que a responsabilidade decorrente deste negócio é apenas do sócio ostensivo (art. 991 CC). 
· De acordo com o art. 992 CC, “a constituição da sociedade em conta de participação independe de qualquer formalidade e pode provar-se por todos os meios de direito”. 
· Podemos citar como características da sociedade em conta de participação: (i) não possui personalidade jurídica; (ii) sua natureza é secreta; (iii) não tem nome empresarial; (iv) não possui um patrimônio social e sim especial (art. 994 CC); (v) o sócio ostensivo não pode admitir novo sócio sem o consentimento expresso dos demais.
· O art. 993 CC prevê que “o contrato social produz efeito somente entre os sócios, e a eventual inscrição de seu instrumento em qualquer registro não confere personalidade jurídica à sociedade”. Caso exista contrato escrito (que não é obrigatório), não precisa ser registrado para que produza efeito entre as partes. E ainda que seja registrado em um local (Cartório de Títulos e Documentos, por exemplo), isso não confere personalidade jurídica à sociedade em conta de participação, que será sempre uma sociedade não personificada. 
· O sócio participante não pode tomar parte nas relações de negócio do sócio ostensivo, sob pena de responder solidariamente com este pelas obrigações (art. 993 CC). Isto não significa que não possa fiscalizar a gestão dos negócios da sociedade. 
· Não possui bens e dívidas em seu nome. Existe um patrimônio especial formado por contribuições dos sócios, mas que não impacta terceiros.; “a especialização patrimonial somente produz efeitos em relação aos sócios” (art. 994 CC). O art. 995 CC dispõe: “salvo estipulação em contrario, o sócio ostensivo não pode admitir novo sócio sem o consentimento expresso dos demais”. 
· Se o sócio ostensivo falir, a sociedade em conta de participação será dissolvida, e eventual credito que o sócio participante tenha para receber será habilitado nos autos da falência, na classe dos credores quirografários (art. 994, parágrafo 2º CC). 
· Se o sócio participante falir, a sociedade em conta de participação não é dissolvida automaticamente. Caberá ao administrador judicial decidir, nos termos da Lei 11.101/2005, se mantém a vigência do contrato de conta de participação ou se o rescinde (art. 993, parágrafo 3º CC). 
· Ressalte-se que art. 996 CC disponha que a sociedade em conta de participação será regida pela norma da sociedade simples, SUBSIDIARIAMENTE, E NO QUE COM ELA FOR COMPATÍVEL. Como a sociedade em conta de participação não se trata de. Uma sociedade propriamente dita, sua liquidação não segue o rito das demais sociedades, mas o da ação de prestação de contas.
· A sociedade em conta de participação não funciona sob firma ou denominação, integradas pela expressão “em conta de participação”.
6.4.4. CONSTITUIÇÃO DA SOCIEDADE
· Aprovação prévia de órgãos e entidades governamentais, quando for o caso. (ANVISA, POR EXEMPLO);
· Secretaria da Receita Federal do Brasil – Inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ). Em quase todas as Juntas Comerciais essa inscrição pode ser feita juntamente com o arquivamento do Requerimento de Empresário. Caso o sistema da sua cidade ou estado não esteja integrado, essa inscrição deve ser efetuada após o registro na Junta Comercial. Secretaria de Fazenda do Estado.
· Secretaria de Fazenda do Estado – Se a empresa exercer atividade industrial ou comercial, faça a inscrição na Secretaria Estadual da Fazenda como contribuinte do Imposto sobre Circulação de Mercadorias (ICMS). Essa inscrição deve ser feita após o arquivamento do Requerimento de Empresário na Junta Comercial e da inscrição na Receita Federal do Brasil. 
· Prefeitura Municipal – Se a empresa exercer atividade de serviços, providencie a inscrição na Secretaria de Finanças ou de Fazenda da Prefeitura. Em vários municípios essa solicitação se dá simultaneamente com a solicitação do Alvará de Funcionamento. Depois de efetuar o registro e as inscrições fiscais da empresa, assim como as exigências para emissão do Alvará, solicite à Prefeitura Municipal a emissão do Alvará de Funcionamento.
· Inscrição no FGTS (Caixa Econômica Federal).
· Inscrição nos conselhos de classe, quando for o caso (CREA, CRM, CRC etc.).
· Nesse momento, é importante, também, informar-se na Prefeitura sobre quais as licenças que deverão ser obtidas para a concessão do Alvará de Funcionamento referente às atividades que serão desenvolvidas. Em seguida deve-se procurar cada órgão responsável pelo licenciamento (Vigilância Sanitária, Meio Ambiente, Corpo de Bombeiros, etc.) e obter informações sobre quais são as exigências de cada um deles para a concessão da licença que for necessária para as atividades, além da documentação que é exigida.
· Se alguma atividade da empresa for considerada de alto risco, serão efetuadas exigências específicas para cada caso e vistorias prévias ao início de funcionamento da empresa. Nesse caso, o Alvará de Funcionamento somente será concedido se as exigências forem atendidas.
· Para as empresas que não tenham atividades consideradas de alto risco, algumas Prefeituras concedem o Alvará de Funcionamento Provisório com a realização e a aprovação da “Consulta Prévia”. É exigida a assinatura dos responsáveis pela empresa do Termo de Ciência e de Responsabilidade, por meio do qual o empresário se compromete a cumprir as exigências para a emissão do Alvará de Funcionamento.
7. FALÊNCIA E RECUPERAÇÃO DE EMPRESAS
· A Lei no 11.101, de 09 de fevereiro de 2005, de acordo com seu Capítulo I (“Disposições Preliminares”), regula a recuperação judicial, a recuperação extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária.
· O Direito Falimentar é um sub-ramo específico do Direito Empresarial, ou seja, só se aplica aos empresários, sejam pessoas físicas (empresários individuais) ou pessoas jurídicas (EIRELI ou sociedades empresárias).
· Podem ser submetidas à recuperação judicial ou à falência as empresas mercantis. A sociedade mercantil é a registrada na Junta Comercial e esse registro se torna necessário se ela se dedicar à produção de mercadorias para colocá-las à disposição do mercado consumidor. Pode ela não se dedicar à produção, mas apenas à distribuição de mercadorias ao mercado consumidor; exerce também atividade mercantil. Empresa mercantil é aquela que trabalha com mercadorias. 
· Não são reguladas pelas normas da Lei nº 11.101/05, que regula a recuperação judicial, a extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária a administração de imóveis, as cooperativas, a agricultura, etc.
· Artigo 1º: Termo síntese da novíssima Lei de “Quebras” é devedor – é assim que tanto o empresário quanto a sociedade empresária são identificados.
· Artigo 2o: afasta da aplicação da Lei de “Quebras” a empresa pública, a sociedade de economia mista, instituições financeiras de qualquer natureza, entidades de previdência complementar, de plano de saúde, de seguros, de capitalização e demais equiparadas.
· Artigo 3º: indica o juízo do local do principal estabelecimento devedor ou da filial de empresa que tenha sede fora do Brasil como competente para homologar o plano de recuperação extrajudicial, deferir a recuperação judicial ou decretar a falência
· Falência é concluídamediante sentença judicial, declarando-se a extinção das obrigações do falido.
· Disposições penais na falência, na recuperação judicial ou na recuperação extrajudicial de empresas/ Seção III (“Do Procedimento Penal”):
· A sentença decretadora da falência, concessora da recuperação ou homologatória da recuperação extrajudicial representa a condição objetiva de punibilidade das infrações
· Para que os efeitos da condenação (inabilitação para o exercício de atividade profissional, impedimento para o exercício de cargo ou função ou conselho de administração, diretoria ou gerência e impossibilidade de gestão de empresa por mandato ou por gestão de negócio) sejam aferidos, a sentença penal condenatória deverá ser levada ao Registro Público de empresas, para evitar novo registro em nome dos inabilitado.
· Segundo o art. 97 da LFRE, “podem requerer a falência do devedor: I – o próprio devedor, na forma do disposto nos art. 105 a 107 desta Lei; II – o cônjuge sobrevivente, qualquer herdeiro do devedor ou o inventariante; III – o cotista ou acionista do devedor na forma da lei ou do ato constitutivo da sociedade; IV- qualquer credor”. 
7.1. RECUPERAÇÃO: Princípio da preservação da empresa
· A recuperação judicial é uma medida para evitar a falência de uma empresa. É pedida quando a empresa perde a capacidade de pagar suas dívidas. É um meio para que a empresa em dificuldades reorganize seus negócios, redesenhe o passivo e se recupere de momentânea dificuldade financeira, previsto na Lei nº. 11.101/05. A Recuperação Judicial é, portanto, uma medida legal destinada a evitar a falência. Ela proporciona ao empresário devedor a possibilidade de apresentar aos seus credores, em juízo, formas para quitação do débito.
· Recuperação judicial é a reorganização econômica, administrativa e financeira de uma empresa, feita com a intermediação da Justiça, para evitar a sua falência. Em linhas gerais, uma empresa precisa passar por um processo de recuperação quando está endividada e não consegue gerar lucro suficiente para cumprir suas obrigações, como pagar seus credores, fornecedores, funcionários e impostos. A negociação de um plano de recuperação interessa não apenas ao devedor que deseja evitar a falência, mas também às partes com as quais a empresa está em dívida, já que a recuperação é uma forma de garantir os interesses dos credores e dos empregados, graças à possibilidade de recuperação dos créditos e de manutenção dos empregos. 
· Os membros do Comitê de credores não terão sua remuneração custeada pelo devedor em recuperação. 
· Em geral, é possível se recuperar uma organização, mas esta é uma tarefa que o empresário não pode realizar sozinho. A recuperação da empresa, na maioria das vezes, atravessa um cenário com as seguintes características: (i) Insolvência ou pré-insolvência, (ii) desordem administrativo-financeira, (iii) baixa moral dos funcionários, (iv) sérios problemas tributário/fiscais e (v) incapacidade de geração de valor.
7.1.1. REQUISITOS LEGAIS PARA O PEDIDO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL
No art. 48 da LRE (Lei nº 11.101 de 09 de fevereiro de 2005) estão delineados os requisitos:
· Regula a recuperação judicial, a extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária.
· Art. 48. Poderá requerer recuperação judicial o devedor que, no momento do pedido, exerça regularmente suas atividades há mais de 2 (dois) anos e que atenda aos seguintes requisitos, cumulativamente:
I - não ser falido e, se o foi, estejam declaradas extintas, por sentença transitada em julgado, as responsabilidades daí decorrentes;
II - não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de recuperação judicial;
III - não ter, há menos de 8 (oito) anos, obtido concessão de recuperação judicial com base no plano especial de que trata a Seção V deste Capítulo;
III - não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de recuperação judicial com base no plano especial de que trata a Seção V deste Capítulo; (Redação dada pela Lei Complementar nº 147, de 2014)
IV- não ter sido condenado ou não ter, como administrador ou sócio controlador, pessoa condenada por qualquer dos crimes previstos nesta Lei.
§ 1º A recuperação judicial também poderá ser requerida pelo cônjuge sobrevivente, herdeiros do devedor, inventariante ou sócio remanescente. (Renumerado pela Lei nº 12.873, de 2013).
§ 2º - Tratando-se de exercício de atividade rural por pessoa jurídica, admite-se a comprovação do prazo estabelecido no caput deste artigo por meio da Declaração de Informações Econômico-fiscais da Pessoa Jurídica - DIPJ que tenha sido entregue tempestivamente. (Incluído pela Lei nº 12.873, de 2013).
7.2. RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL
· A recuperação extrajudicial de empresa é um procedimento muito mais rápido e financeiramente mais atrativo que a Recuperação Judicial. Pode ser muito interessante para empresas pequenas, médias e de grande porte, com credores privados, como instituições financeiras, fornecedores e outros. Podemos citar ainda como característica deste tipo de recuperação o seguinte: a grande vantagem da Recuperação Extrajudicial é que ela não precisa de unanimidade entre os credores. Se três quintos dos credores assinarem o plano, os demais são obrigados a aceitá-lo.
· Com ela, o empresário devedor não poderá negociar diretamente com seus credores sem a participação do juiz. 
7.2.1. REQUISITOS LEGAIS DA RECUPERAÇÃO EXTRAJUDICIAL
Para fazer jus ao benefício da recuperação extrajudicial, o devedor deverá preencher os mesmos requisitos da recuperação judicial, constantes no art. 48 da LFRE.
Além destes, há outro previsto no art. 161, parágrafo 3º da LFRE: “o devedor não poderá requerer a homologação de plano extrajudicial, se estiver pendente pedido de recuperação judicial ou se houver obtido recuperação judicial ou homologação de outro plano de recuperação extrajudicial há menos de 2 (dois) anos”.
QUESTÕES:
1. Conceitue empresário e atividade empresarial.
Na empresa (atividade) há uma organização dos fatores da produção (capital, trabalho, terra e tecnologia). O empresário é quem se apropria e organiza esses fatores da produção, para o exercício da atividade econômica no mercado.
2. Cite a diferença conceitual entre empresário e comerciante; empresa e comércio.
O conceito de comerciante, no ordenamento jurídico brasileiro, remonta a meados do século XIX. O termo surgiu com a edição do Código Comercial de 1850, que considerava comerciante a pessoa que praticava a mercancia, prática profissional de atos de comércio, atividades relacionadas em um rol taxativo que elencava: compra para posterior revenda (comércio “strictu senso”), compra para transformação e posterior revenda (indústria), transporte de mercadorias, espetáculos públicos, incorporações imobiliárias, seguros, armação e expedição de navios e atividade bancária.
Naquele rol, estavam excluídas diversas figuras que, de fato, praticavam atividades comerciais, tais como os prestadores de serviços, extrativistas, pecuaristas, mineradores, agentes imobiliários, agentes de transporte de pessoas, entre outros. Esta exclusão tornava o mercado desigual, haja vista a natureza igualmente lucrativa entre aqueles que eram considerados comerciantes e estes que, embora não fossem, de fato praticavam atividades equivalentes.
O art. 966, do Código Civil, define empresário como aquele que “desenvolve atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou serviços”.
A diferença entre o comércio e a empresa, os quais se assemelham mais possuem uma grande diferença de critérios que se pode entender com uma construção histórica, critérios esses que se resumem numa ampliação da atividade comercial que se iniciou como uma produção caseira, passando por relações de troca, almejou o lucro e evoluiu para o caráter empresarial, abrangendo prestações de serviços e atividades econômicas relacionadas com a terra e também negociação de imóveis, a mesma atividade também passou a ser disciplinada por princípios de ordem morale assim como dever também conferiu direitos. Essa evolução é que marca a diferença entre o comércio e a empresa.
3. Complete:
O Direito COMERCIAL tem origem nos Costumes. O Direito EMPRESARIAL, no Brasil, é estabelecido pelo Estado e se insere no Código CIVIL.
4. As teorias que orientam o Direito Comercial e o Direito Empresarial, são, respectivamente: DOS ATOS DE COMÉRCIO; DA EMPRESA.
5. No Brasil, a matéria nuclear do direito de empresa está no (a).
A regulamentação do Direito Empresarial está prevista em diversas normas, tais como: Código Civil, Código Comercial Brasileiro, Lei da Recuperação Judicial, Extrajudicial e Falência nº 11.101/2005, Código de Defesa do Consumidor, Lei de Locações, Instruções Normativas do Departamento de Registro Empresarial e Integração, Lei Complementar nº 123/2006, dentre outros.
6. As pessoas jurídicas de direito privado vêm relacionadas nos incisos I, II e III do artigo 44 do Código Civil: as associações, as sociedades e as fundações. Qualquer que seja a espécie de pessoa jurídica de direito privado, sua existência legal tem início com a realização do registro de seu ato constitutivo. 
Qual? 
Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo (CC/02, art. 45).
Assim temos:
Elaboração do ato constitutivo: Estatuto - para associação; Contrato social – para sociedades; escritura pública ou testamento – para fundações.
Registro do ato constitutivo: as sociedades empresárias se inscrevem no Registro Público de Empresas Mercantis (Junta Comercial) e as demais registram no Registro Civil de Pessoas Jurídicas.
Importante: o registro de pessoa jurídica tem natureza constitutiva, pois sua personalidade decorre daquele.
8. Localize no Código Civil Brasileiro os artigos que se referem aos crimes falimentares, listados abaixo e transcreva o que cada artigo dispõe sobre cad
9. a crime:
A Lei 11.101/2005 regula a recuperação judicial, extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresarial. Nela, estão tipificados os chamados crimes falimentares. 
Entende-se por crimes falimentares aqueles que decorrem de qualquer atividade fraudulenta, praticada pelo devedor ou terceiro, que resulte ou possa resultar em prejuízo aos credores da empresa falida ou recuperanda.
Estes crimes podem ser cometidos antes ou depois da sentença que declara falência, que concede a recuperação judicial ou homologa a recuperação extrajudicial. Ressaltamos que, sem essa decisão, não há que se falar em crime falimentar, podendo as condutas citadas serem caracterizadas como crimes de outra natureza.
Os crimes falimentares estão previstos nos artigos 168 a 178, da Lei de Falências e Recuperação Judicial. Apesar de a legislação brasileira não fornecer um conceito claro, ela tipifica crimes que podem ser considerados como tais, devido a sua íntima relação com o processo de recuperação ou falência.
a) Fraude aos credores;
Esse conceito consiste no ato de “praticar ato fraudulento de que resulte ou possa resultar prejuízo aos credores, com o fim de obter ou assegurar vantagem indevida para si ou para outrem” (art. 168).
b) Violação de sigilo empresarial;
Violação de sigilo empresarial O artigo 169 da Lei nº 11.101 de 9 de fevereiro de 2005 define o crime de violação de sigilo empresarial como violar, explorar ou divulgar, sem justa causa, sigilo empresarial...Faz-se importante destacar que o segredo empresarial deve ser compreendido como aquilo que dá alguma vantagem ao empresário em relação aos demais agentes econômicos....Por fim, necessário esclarecer ainda que o crime será devidamente consumado com a pratica de qualquer ato que viole o sigilo empresarial, independente do resultado obtido.
c) Divulgação de informações falsas; 
Divulgação de informações falsas (art. 170): Objetividade jurídica: novamente, procura-se salvaguardar um ambiente favorável para que o devedor mantenha a viabilidade de seus negócios, bem como a estabilidade...Se faltar, porém, ao agente a intenção de provocar a falência ou obter vantagem, descaracterizado estará o crime de divulgação de informação falsa....Ocorrendo a prestação de informação falsa por escrito, assim que recebida pela autoridade estará consumado o delito.
d) Indução a erro; 
O crime de indução ao erro consiste em “sonegar ou omitir informações ou prestar informações falsas no processo de falência, de recuperação judicial ou de recuperação extrajudicial, com o fim de induzir a erro o Juiz, o Ministério Público, os credores, a assembleia geral de credores, o Comitê ou o administrador judicial” (art. 171, caput).
e) Favorecimento de credores; 
O favorecimento de credores, que é o “ato de disposição ou oneração patrimonial ou gerador de obrigação, destinado a favorecer um ou mais credores em prejuízo dos demais” (art. 173, caput).
f) Desvio, ocultação ou apropriação de bens; 
Desvio, ocultação ou apropriação de bens é conduta que consiste, respectivamente, em desviar, esconder ou exercer a posse direta indevida sobre bens pertencentes ao devedor sob recuperação judicial ou à massa falida, inclusive por meio da aquisição por interposta pessoa (art. 173, caput).
g) Aquisição, recebimento ou uso ilegal de bens; 
Aquisição, recebimento ou uso ilegal de bens é conduta que consiste em adquirir, receber ou usar, ilicitamente, bem que sabe pertencer à massa falida ou influir para que terceiro, de boa-fé, o adquira, receba ou use (art. 174, caput). O sujeito passivo é a Administração da Justiça.
h) Habilitação ilegal de crédito; 
Artigo 175 - Apresentar, em falência, recuperação judicial ou recuperação extrajudicial, relação de créditos, habilitação de créditos ou reclamação falsa, ou juntar a elas título falso ou simulado:
Pena – Reclusão, de (dois) a quatro anos, e multa.
 Trata-se de crime pós-falimentar, ou seja, passível de punibilidade após a concessão da recuperação judicial, da homologação da recuperação extrajudicial ou da decretação da falência. É crime comum, pois o próprio devedor, ou até mesmo terceiros, podem juntar ou apresentar títulos falsos. O sujeito passivo é a Administração da Justiça.
i) Exercício ilegal de atividade; 
Esta conduta consiste em “realizar tarefas ou desempenhar funções para as quais tiver sido inabilitado ou incapacitado por decisão judicial, nos termos da lei falimentar” (art. 176).
j) Violação de impedimento; 
Art. 177. Adquirir o juiz, o representante do Ministério Público, o administrador judicial, o gestor judicial, o perito, o avaliador, o escrivão, o oficial de justiça ou o leiloeiro, por si ou por interposta pessoa, bens de massa falida ou de devedor em recuperação judicial, ou, em relação a estes, entrar em alguma especulação de lucro, quando tenham atuado nos respectivos processos:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
k) Omissão dos documentos contábeis obrigatórios.
A omissão de documentos contábeis obrigatórios consiste em “deixar de elaborar, escriturar ou autenticar os documentos obrigatórios da escrituração contábil da empresa” (art. 178).
8. O direito subjetivo à vida, reconhecido pelo Estado, tem seu fundamento na natureza, antecedendo à existência cultural do ser humano. Já o direito à liberdade religiosa, também reconhecido pelo Estado, tem fundamento na cultura, sendo construído pelos seres humanos. 
Diante de tal situação que definição podemos dar ao direito objetivo e direito subjetivo:
•a) Direito objetivo é o conjunto de regras jurídicas não obrigatórias em vigor no país e direito subjetivo a faculdade ou possibilidade que tem uma pessoa de fazer prevalecer em juízo a sua vontade, consubstanciada num interesse.
•b) Direito objetivo é o conjunto de regras jurídicas obrigatórias, em vigor no país, numa dada época e direito subjetivo a faculdade ou possibilidade que tem uma pessoa de fazer prevalecer em juízo a sua vontade, consubstanciada num interesse.• c) Direito objetivo é o conjunto de princípios constitucionais e direito subjetivo fixa norma de conduta com a sociedade.
•d) Direito objetivo não possui qualquer sistematização de regras jurídicas e direito subjetivo é a faculdade ou possibilidade que tem uma pessoa de fazer prevalecer em juízo a sua vontade, consubstanciada num interesse.
•e) O Direito objetivo não tem caráter obrigatório enquanto o direito subjetivo é um produto da própria consciência social, ou seja, regula o comportamento humano na sociedade
9. A dissolução da sociedade comercial deve ser entendida como sendo o procedimento de extinção da pessoa jurídica, sendo um ato declaratório originado de fato ocorrido após a constituição da sociedade. A legislação ordinária e específica apresenta as causas autorizadoras da dissolução sociedade comercial e apresenta as seguintes fases:
•a) Dissolução propriamente dita - (desencadeia as demais fases, pode ser judicial ou extrajudicial), liquidação - (fechamento de contas- Art 1.102 e ss. do CC), partilha do capital entre os sócios - (somente é possível após o pagamento dos credores da sociedade), extinção – Com a aprovação das contas, encerra-se a liquidação e extingue-se a sociedade, averbando-se a ata da assembleia no registro próprio. Feito isso, a sociedade perde a personalidade jurídica.
•b) Apenas a partilha dos bens.
•c) Dissolução propriamente dita - (desencadeia as demais fases, pode ser judicial ou extrajudicial) e liquidação - (fechamento de contas- Art 1.102 e ss. do CC).
•d) Apenas a liquidação - (fechamento de contas- Art 1.102 e ss. do CC) e a partilha do capital entre os sócios - (somente é possível após o pagamento dos credores da sociedade).
•e) Partilha do capital entre os sócios - (somente é possível após o pagamento dos credores da sociedade), extinção – Com a aprovação das contas, encerra-se a liquidação e extingue-se a sociedade, não precisando averbar a ata da assembleia no registro próprio. Feito isso, a sociedade perde a personalidade jurídica.
10. A recuperação extrajudicial de empresa é um procedimento muito mais rápido e financeiramente mais atrativo que a Recuperação Judicial. Pode ser muito interessante para empresas pequenas, médias e de grande porte, com credores privados, como instituições financeiras, fornecedores e outros. Podemos citar ainda como característica deste tipo de recuperação o seguinte:
•a) O plano de recuperação extrajudicial produz efeitos antes da homologação judicial
• b) A grande vantagem da Recuperação Extrajudicial é que ela não precisa de unanimidade entre os credores. Se três quintos dos credores assinarem o plano, os demais são obrigados a aceitá-lo.
•c) Em que pese a rapidez deste tipo de recuperação, ela é uma solução mais burocrática e menos amigável.
• d) As dívidas tributárias, trabalhistas e outras, serão incluídas nessa negociação.
• e) Com ela, o empresário devedor não poderá negociar diretamente com seus credores sem a participação do juiz.
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