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14 Gustavo Urzêda Vitória R1 DE PSIQUIATRIA - Emergências Psiquiátricas: Fonte: Aula R1. Avaliação do paciente: • 1°: garantir segurança. • 2°: avaliação efetiva. • 3°: intervenção adequada. • Anamnese: o Identificação. o Queixa principal. o HDA. o Histórico psiquiátrico. o Antecedentes pessoais patológicos. o Antecedentes familiares patológicos. o Hipótese diagnóstica. o Conduta. • Exame neurológico básico: o Estado mental. 15 Gustavo Urzêda Vitória o Pares cranianos. o Motricidade. o Reflexos. o Coordenação. o Sensibilidade. o Marcha. • Suspeita de organicidade: o Início após 45 anos. o Início agudo. o > 65 anos. o Resistência ao tratamento. o Início recente de medicações novas. o Sintomas de intoxicação ou abstinência. o Antecedentes de epilepsia. o Antecedentes de abuso de drogas ou medicamentos. o Alterações de sinais vitais. o Catatonia. o Alucinações não auditivas. • Diagnóstico diferencial: o Metabólicas. o Neurológicas. o Toxicológicas. o Infecciosas. o Endocrinológicas. o Desnutrição. o Aids. • FIND ME: o F: funcional. o I: infeccioso. o N: neurológico. o D: drogas. o M: metabólico. o E: endocrinológicas. • Primeiro contato: o SBV. o Triagem inicial: ▪ Comportamento agitado ou violento: • Sim: o Segurança, manejo verbal, considerar contenção física e/ou química. • Não: o Alteração dos sinais vitais. ▪ Sim: • Tratamento específico. ▪ Não: • Exame clínico detalhado. 16 Gustavo Urzêda Vitória ▪ Suspeita de condição clínica ou apresentação psiquiátrica atípica: • Sim: o Delirium, neuropatias agudas, intoxicação ou abstinência, infecções, efeitos adversos de psicofármacos, outras condições agudas. • Não: o Hipótese de transtorno mental: ▪ Manejo agudo dos sintomas, investigar risco psiquiátrico e definir encaminhamento. Agressividade e agitação psicomotora: Definição: • Agitação psicomotora: todo estado de aumento da atividade com ou sem propósito, de diferentes gravidades. • Agressividade: aumento da atividade motora com intuito de causar dano a algo, seja objeto ou pessoa. Fatores de risco: • 15-24 anos. • Homens. • Associação a violência e drogas. • Baixa tolerância a frustrações. • Baixa escolaridade. Prevenção: • Segurança pessoal. • Sistemas de alarme. • Limitar acesso. • Educação do cuidador. Sinais de violência iminente: • Comportamento provocativo. • Comportamento irritado. • Comportamento exigente. • Fala aumentada, agressiva ou resmungada. • Ameaçando sair. • Postura tensa. • Mudança frequente de posição do corpo, ritmo. • Atos agressivos. 17 Gustavo Urzêda Vitória Desescalada verbal: • Respeite o espaço pessoal. • Não seja provocativo. • Estabeleça contato verbal. • Use uma linguagem concisa e simples. • Identifique sentimentos e desejos. • Ouça atentamente o que ele está dizendo. • Concordar ou concordar em discordar. • Estabelecer regras e limites claros. • Ofereça opções e otimismo. • Informe o paciente e equipe. Teoria dos 3Fs: • “Eu entendo como você pode se sentir assim. Outros na mesma situação também se sentiram assim. A maioria descobriu que fazer (solução proposta) pode ajudar”. Filosofia do Sim: • Encorajar o médico a responder afirmativamente ao paciente, mas sem mentir. Avaliação: • O que está acontecendo? • Por quanto tempo? • Por que hoje? • Quais são as hipóteses diagnósticas plausíveis? Manejo medicamentoso: • Tranquilização rápida: o Não medicar em excesso. o Monitorar após medicar. o Não manter contenção física por longos períodos. o Evitar ao máximo EV. o Priorizar VO → requer aceitação e demora. ▪ Não é possível: IM → se necessário, EV. • Antipsicóticos típicos: o Haloperidol: ▪ Menor risco de sedação e de hipotensão. ▪ VO, IM ou EV. ▪ 2,5-10mg. o Droperidol: ▪ Parenteral. 18 Gustavo Urzêda Vitória ▪ 2,5-5mg, IM. o Clorpromazina: ▪ Hipotensão ortostática, taquicardia reflexa, sedação e sonolência. ▪ Usado em casos refratários. ▪ VO e IM. ▪ 25-100mg (1/2 ampola IM). o Lemopromazina: ▪ Comprimido ou solução. ▪ 1 comprimido de 100mg. • Antipsicóticos atípicos: o Aripiprazol. o Olanzapina. o Quetiapina. ▪ Sem eficácia comprovada na tranquilização rápida. o Risperidona. ▪ Melhor relação risco/benefício. o Ziprasidona. • Benzodiazepínicos: o Diazepam. ▪ NUNCA IM → absorção errática. ▪ VO ou EV (convulsão por síndrome de abstinência alcoólica grave). o Lorazepam. ▪ Hepatopatas, comorbidades clínicas, polifarmácia. o Midazolam. ▪ Agitação psicomotora severa. ▪ Sozinho ou associado a antipsicótico. o Clonazepam. • Anticolinérgicos e anti-histamínicos: o Biperideno: ▪ IM: distonia aguda ou síndrome extrapiramidal agudos e/ou acentuados após uso de neurolépticos. ▪ 2-16mg/ ▪ A noite: atrapalha o sono REM. o Prometazina: ▪ Eficaz mais haloperidol: efeito somático e diminui síndrome extrapiramidal. • Crianças: o Preferir não farmacológicas. o VO. • Epilepsia: o Benzodiazepínicos. o Antipsicóticos podem diminuir o limiar convulsivo. • Idosos: o Ajustar para 1/3-1/2 da dose. 19 Gustavo Urzêda Vitória o VO. o Parenteral: haloperidol em monoterapia. • Intoxicados: o Drogas depressoras: haloperidol em monoterapia. o Drogas excitatórias: benzodiazepínicos. • Gestantes: o Haloperidol apenas. • Síndrome de abstinência alcoólica: o Benzodiazepínicos. o Antipsicóticos podem diminuir o limiar → ajustar anticonvulsivantes. Contenção física: • Técnicas verbais sem sucesso. • Nunca por conveniência ou punição. • Remover o mais rápido possível. • Indicações: o Danos iminentes a terceiros. o Danos iminentes ao paciente. o Interrupção significativa do tratamento. 20 Gustavo Urzêda Vitória o Danos ao ambiente. o Continuação de um programa de tratamento comportamental. • Equipe de 5 pessoas, sendo uma delas a líder. • Retirar objetos que pessoais que possam servir de arma. • Equipes mistas (sexos diferentes). • 4 pontos, 8 pontos ou torácica. • Sempre medicar para abreviar o tempo de contenção. Delirium: • Confusão aguda por alteração da consciência com diminuição do foco, sustentação ou desviar atenção. • Evitar: causas conhecidas, modificação ambiental, mobilização precoce, minimizar restrições físicas, aparelhos auditivos e visuais. • Doença identificada → tratamento específico. • Restrição física como o último recurso. • Haloperidol em dose baixa e evitar em parkinsonismo. • Algoritmo CAM: o Misto, hipo ou hiperativo. Intoxicação por psicotrópicos e outras substâncias: • Investigar. • Suporte, avaliação clínica e antídotos. • Álcool: o Identificar e corrigir hipovolemia e hipoglicemia, monitoramento rigoroso, vias aéreas. o Benzodiazepínico + tiamina (500mg EV, 8/8h, 2-3 dias). 21 Gustavo Urzêda Vitória o Mais difíceis: carbamazepina. • Cocaína e estimulantes: o Maioria autolimitado. o Mais graves: tratamento específico. o Doses altas e recente: lavagem gástrica + carvão ativado. • Maconha: o Sintomas psicóticos e ansiedade aguda. o Mesmo princípio da cocaína. • Benzodiazepínicos: o Depressão respiratória. o Flumazenil. • Opioides: o Naloxona. o Tratamento de acordo com o grau de intoxicação. Componente suicida: • Hospitalar. • Avaliar fatores de risco: • Classificar em risco alto, médio ou baixo: 22 Gustavo Urzêda Vitória • Orientar cuidadores: • Estabilizado: abordar causas subjacentes. • Lítio → age na prevenção de suicídio de depressão bipolar e unipolar. Ansiedade aguda: • Começa com manejo verbal. • Treino respiratório e psicoeducação. • Benzodiazepínicos. • Diagnóstico diferencial de dor torácica. Transtorno conversivo: • Um ou mais sintomas de alterações motoras ou sensoriaissem comprometimento anatômico que justifique. • Fatores psicológicos associados ao início e/ou exacerbação do quadro. 23 Gustavo Urzêda Vitória Transtorno dissociativo: • Perturbação e/ou descontinuidade da integração normal da consciência (controle motor, identidade, representação corporal, memória, emoção, comportamento e percepção). • Varia com estresse, cultura, conflitos internos e dinâmicos. Luto e adaptação: • Luto: o Mais sinais de gravidade (psicose, suicídio, depressão, uso de substâncias). o Medicina narrativa e psicoterapia. o Antidepressivos. • Adaptação: o Resposta disfuncional a um estresse emocional, 3-6 meses depois e até 6 meses após eliminar. o Várias manifestações. o Benzodiazepínicos para ansiedade, manejo da insônia e psicoterapia. - Emergências psiquiátricas: Fonte: Tratado de Psiquiatria da ABP; Antônio Egídio Nardi, Antônio Geraldo da Silva, João Quevedo, 2021. Conceitos: • Condição em há um distúrbio de pensamento, emoções ou comportamento, na qual um atendimento médico se faz necessário 24 Gustavo Urzêda Vitória imediatamente, com o objetivo de evitar maiores prejuízos à saúde psíquica, física e social do indivíduo ou eliminar possíveis danos a outros. • São complicações das doenças mentais → agravamentos da própria patologia por primeiro episódio, abandono de tratamento, falta de resposta à terapêutica, desassistência, fatores estressores, abuso de substâncias etc. • Serviços de emergências psiquiátricas (SEPs) eficientes e bem conduzidos → diminuir admissões hospitalares desnecessárias e promover o suo mais eficiente dos leitos. • Exige treinamento específico e permanente atualização dos profissionais. Epidemiologia: • 10% de todos os atendimentos de emergências e urgências de hospitais gerais e dos serviços de PS no SUS. Tipos de locais de atendimento: • SEP pode ser definido como uma unidade de atendimento em saúde destinada a prestar as funções essenciais de acesso imediato para avaliação e tratamento. • Prioritariamente são vinculados a hospitais psiquiátricos ou unidades de emergências em hospitais gerais. • SAMU deve ser o veículo de transporte, para evitar deslocamento em veículos não preparados e para ser acompanhado por equipe treinada. • Leitos masculinos e femininos devem ser segregados. • Cuidado com objetos que possam ser destruídos e usados como arma. • Treinamento da equipe com protocolos específicos e com a determinação dos papéis de cada profissional. • É comum a necessidade de contenção física → treinamento específico da equipe. • Internação involuntária pode ser um recurso necessário, sendo a emergência psiquiátrica uma das poucas áreas cuja coerção clínica é eticamente justificável em medicina. • Convocação de familiares ou pessoas relevantes para o paciente em crise é uma prioridade. • Definição dos cursos de encaminhamentos e interconsultas. Agitação psicomotora: • A agitação psicomotora é uma situação frequente e clinicamente relevante. • Primeiro passo para a abordagem é a avaliação → exame inicial de estado mental o mais breve possível, depois uma avaliação mais completa após acalmar o paciente. Causas: 25 Gustavo Urzêda Vitória Manejo: • A abordagem sempre deve ser acompanhada de medidas de proteção ambiental para a equipe e o paciente. • Começar sempre pela medida menos invasiva possível. • Abordagem verbal – desescalada verbal: o Progressiva com o intuito de atenuar as defesas e a agressividade do paciente. 26 Gustavo Urzêda Vitória o Caso falhe → medicamentosa. • Medicamentosa: o Primeiro VO → falha → IM e contenção física. ▪ EV não é recomendado. ▪ VO requer colaboração do paciente, capacidade de deglutição e maior tempo de espera do efeito (em média 60min). ▪ Parenteral tem efeito em torno de 30min, mas apresenta maior número de efeitos colaterais e requer monitoramento mais rigoroso. o VO: 27 Gustavo Urzêda Vitória 28 Gustavo Urzêda Vitória o IM: 29 Gustavo Urzêda Vitória 30 Gustavo Urzêda Vitória • Contenção física: 31 Gustavo Urzêda Vitória o Abordagem controversa → não é recomendada por alguns especialistas, mas pode ser necessária para proteção do paciente em estado de agitação com ou sem agressividade grave. o Sempre acompanhada de abordagem medicamentosa. o Liberar o paciente assim que se tranquilizar. o Monitoramento rigoroso a cada 15min na primeira hora e a cada 30min nas 4h subsequentes. o Reclusão (colocar o paciente em um ambiente fechado e protegido), não demonstrou ser superior a contenção física. Comportamento suicida: • OMS: suicídio é um grave problema de saúde pública e uma das principais causas de morte no mundo. • Comportamento suicida é uma emergência médica e uma das mais frequentes no sistema de saúde. Definições: • Altamente variáveis, imprecisas e costumam mudar. • Suicídio completo: o Um comportamento autolesivo que resultou em fatalidade e foi associado a pelo menos alguma intenção de morrer como resultado do ato. • Atos preparatórios ou plano de suicídio: o O individuo toma medidas para ferir a si mesmo, mas é impedido por ele mesmo ou outros de iniciar o ato autolesivo antes que o potencial de dano tenha começado. • Tentativa de suicídio: o Um comportamento potencialmente autolesivo, associado a pelo menos alguma intenção de morrer, por causa do ato. 32 Gustavo Urzêda Vitória o Evidência de pretensão de se matar pode ser até certo ponto, explícita ou inferida do comportamento ou circunstância. o Pode ou não resultar em lesão real. • Ideação suicida: o Pensamentos passivos sobre querer estar morto ou pensamentos ativos sobre se matar, não acompanhados de comportamento preparatório. Fatores de risco: • Multifatoriais. • Não existem fatores de risco universais e, isoladamente, não preveem tentativas de suicídio ou morte → aproximadamente metade de todos os suicídios tem probabilidade de ocorrer em grupos de baixo risco e 95% dos pacientes de alto risco não cometem suicídio. 33 Gustavo Urzêda Vitória • O uso de antidepressivos melhora os sintomas e faz efeito protetor. • Avaliar o suicídio em relação a resultados negativos não demonstrou efeitos iatrogênicos da triagem (falar sobre o comportamento suicida) → fator de proteção. Fatores de proteção: • Podem reduzir a chance de nova tentativa ou óbito, porém não substituem a presença de diversos fatores de risco → melhor abordagem é a vigilância + tratamento. 34 Gustavo Urzêda Vitória Avaliação de um paciente com comportamento suicida: • Focada no desenvolvimento de uma aliança terapêutica. • Primeiro passo → descartar outras emergências médicas que requeiram atendimento imediato, como traumas e intoxicações. • Apresentação atual e passada de comportamento suicida: o Devem perguntar sobre pensamentos, planos e comportamento suicida → métodos específicos e a expectativa do paciente sobre eles. o Evidencia de desesperança, impulsividade, anedonia, ataques de pânico ou ansiedade, motivos de vida e planos para o futuro. o Uso de álcool e outras substâncias. o Pensamentos, planos ou intenção de violência contra os outros. • Doença mental: o Determinar a presença ou ausência de sinais e sintomas associados a diagnósticos psiquiátricos específicos e identificar sintomas psiquiátricos específicos que possam influenciar. • História pregressa: o História psiquiátrica, tratamentos anteriores, tentativas previas, avaliar fora e estabilidade das relações terapêuticas atuais e passadas. • História familiar: o De suicídio e de tentativas, hospitalizações psiquiátricas e doenças mentais. o Determinar a infância e o ambiente familiar atual → uso de substâncias, separações, problemas legais, violência doméstica, abusos físicos/sexuais.• Situação psicossocial: o Avaliar reações emocionais severas ou estressores psicossociais crônicos que podem aumentar o risco → dificuldades financeiras e legais, LGBTQIA+, desemprego, fracasso educacional etc. • Pontos fortes e vulnerabilidades individuais: o Habilidades de enfrentamento, traços de personalidade, estilo de pensamento e necessidades de desenvolvimento e psicológicas podem afetar o risco de suicídio do paciente da formulação do plano de tratamento. o Plano de Segurança. Escalas: • Nenhum instrumento é capaz de prever de forma satisfatória o suicídio. Intervenção: • Tratamento específico → medidas preventivas são muito importantes, mas não devem substituir a doença subjacente. • Seguimento: 35 Gustavo Urzêda Vitória o 1° semana: ▪ Explicação do programa ao paciente e estabelecimento de relacionamento. ▪ Obtenção da história. ▪ Avaliação do estado atual. ▪ Se necessário, desenvolvimento/revisão do Plano de Segurança. ▪ Trabalho com o paciente na construção de valores e no começo de uma vida baseada nesses valores. o 2° semana: ▪ Avaliação do estado atual do paciente. ▪ Se necessário, revisão do Plano de Segurança. ▪ Continuação da discussão sobre a vida baseada em valores. ▪ Ajuda ao paciente no desenvolvimento de um Plano de Vida → monitorar e reduzir/eliminar os fatores de risco potenciais. ▪ Obtenção de permissão do paciente para entrar em contato com outras pessoas significativas. ▪ Ênfase na importância do monitoramento colaborativo e da resolução de problemas com outras pessoas importantes. o 3° semana: ▪ Explicação do programa ao paciente e estabelecimento de relacionamento. ▪ Levantamento de outras preocupações. ▪ Realização de psicoeducação breve em relação ao suicídio e fatores de risco. ▪ Apresentação de plano de vida/segurança a outras pessoas. o 4°, 10°, 22°, 34° e 48° semanas: ▪ Avaliação do risco de suicídio e da presença de sintomas psiquiátricos. ▪ Revisão do Pano de Segurança e adesão do paciente ao tratamento. ▪ Discussão/resolução informal dos problemas/fatores de risco identificados. o 8°, 20°, 32° semanas: ▪ Revisão de outras preocupações e percepções significativas do paciente. ▪ Revisão do Plano de Segurança e adesão do paciente ao tratamento. ▪ Discussão/resolução informar dos problemas/fatores de risco identificados. • Buscar o PS se: o Vários fatores de risco associados à falta de apoio familiar. o Vários fatores de risco associados à falta de acesso a serviços de saúde ambulatoriais. o Tentativas de suicídio recentes e frequentes. o Verbalização do plano de suicídio. 36 Gustavo Urzêda Vitória o Comportamento suicida + doenças baseadas em recompensas, colapso psicótico, estado maníaco ou agravamento de depressão apesar do tratamento. o Mudança no status da observação ou do cenário de intervenção. o Piora gradual ou sem melhora, apesar do tratamento. • Cuidados na emergência ou durante uma internação: o Paciente não pode ser deixado sozinho. o Banheiros não podem ter trancas nas portas. o Abordagem multidisciplinar. o Ambiente livre de qualquer objeto ou substancia que o paciente possa usar para tentar tirar a própria vida → locais de grande altura, produtos de limpeza. o Possibilidade de alta → acesso ao acompanhamento na comunidade e a possibilidade de que um membro da família ou companheiro de confiança possa continuar a supervisão. • Abordagem de pacientes intoxicados e com comportamento suicida: o Altamente sugestiva de tentativa de suicídio por intoxicação de álcool ou outras drogas → ambiente seguro até ter certeza que a intoxicação passou → reavaliação do suicídio. • Psicoterapias: o Não há abordagem psicoterápica que substitua por si só o tratamento individualizado e o seguimento do Plano de Segurança. 37 Gustavo Urzêda Vitória • Psicofármacos: • Neuromodulação: o ECT → gravemente deprimidos → TAB, esquizofrenia, gestantes com depressão e risco de suicídio, bem como, TAB e psicóticos, idosos com depressão e doença de Parkinson. o Estimulação magnética transcraniana repetitiva → depressão. • Posvenção: o Intervenção conduzida após um suicídio → gerenciar suas consequências e prevenir fatalidades. o Combate o estigam da tragedia, operacionaliza as consequências confusas e promove a recuperação dos cuidados. o Há poucas evidências. 38 Gustavo Urzêda Vitória • Prevenção e promoção da saúde: Delirium: • Síndrome neurocognitiva marcada pela alteração da consciência (obnubilação, redução da clareza quanto ao ambiente) e da atenção (redução da capacidade de direcionar, focalizar, manter ou deslocar a atenção), acompanhada de déficit cognitivo (memória, desorientação, transtorno de linguagem) que não pode ser explicado por um quadro demencial preexistente. • Curto período, e a intensidade de sintomas tende a flutuar durante o dia. Fatores de risco: • Fatores ambientais → prejuízo funcional, imobilizações, história de quedas, baixos níveis de atividade e uso de drogas e medicamentos com propriedades psicoativas, genéticos e fisiológicos. • Baixo nível de escolaridade, idade avançada, presença de muitas comorbidades, deficiência visual, imobilidade, história de abuso de álcool, depressão, desnutrição e uso abusivo de opioides ou benzodiazepínicos. Avaliação: 39 Gustavo Urzêda Vitória • O reconhecimento e a intervenção precoces costumam reduzir sua duração. • Avaliação clínica cuidadosa. • Pode progredir para estupor, coma, convulsões ou morte → sem tratamento. • CAM é um instrumento útil. Abordagem: Uso e abuso de substâncias: Intoxicação: 40 Gustavo Urzêda Vitória Abstinência: 41 Gustavo Urzêda Vitória • Certo grau de comprometimento nutricional → tiamina VO ou parenteral antes de aporte de glicose. • Sintomas psiquiátricos induzidos, como mania e psicose, devem receber tratamento específico. Aspectos éticos e legais: 42 Gustavo Urzêda Vitória • Nenhum estabelecimento de saúde pode se recusar a atender por alegar que o paciente tem doença mental. • Não deve sobrepor as doenças físicas às mentais. • Se não puder obter consentimento → condutas imediatas para evitar danos devem ser relatadas em prontuário e buscar consentimento de representante legal. • Respeitar sigilo. • Internação → voluntária, involuntária e compulsória. o Involuntária: ▪ Incapacidade grave de autocuidado. ▪ Risco de vida ou de prejuízos graves a saúde. ▪ Risco de autoagressão ou de heteroagressão. ▪ Risco de prejuízo moral ou patrimonial. ▪ Risco de agressão à ordem pública.
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