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Gado de Corte

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III Simpósio Nacional de Melhoramento Animal 
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MESA REDONDA: PROGRAMAS DE MELHORAMENTO 
DE BOVINOS DE CORTE 
 
Moderador: Prof. Raysildo Barbosa Lôbo – USP-FMRP 
 
 
PROGRAMAS DE MELHORAMENTO DE RAÇAS TAURINAS NO BRASIL 
 
Flávio Schramm Schenkel 
 
Departamento de Zootecnia, UFRGS 
Av. Bento Gonçalves, 7712 
91540-000 - Porto Alegre, RS 
E-mail: flavio@vortex.ufrgs.br 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
O melhoramento de bovinos de corte no Brasil mudou e vem mudando significativamente nos 
últimos anos. O melhoramento científico-tecnológico vem substituindo gradativamente aquele 
realizado de forma empírica. Isto tem ocorrido por uma série de razões, das quais pode-se 
listar a popularização do conhecimento científico na área de melhoramento genético, o 
aumento do número de pesquisadores na área e de melhoristas em atividade, a maior 
disponibilidade de computadores cada vez mais velozes e de menor custo e a disponibilização 
de muitos aplicativos para análise de parâmetros e valores genéticos. A questão principal 
parece ser, agora, para onde devemos orientar nossos esforços para atingir objetivos genéticos 
claramente definidos. No caso particular dos programas de melhoramento de raças taurinas, 
parece fundamental que se busque a integração de bases de dados com aquelas provenientes 
de programas de raças sintéticas/compostas e de programas de cruzamento industrial e, 
através destes, integrar-se também com bases de dados de raças zebuínas, com ênfase especial 
na raça Nelore, que possui o maior banco de dados do país e vem sendo utilizada 
intensamente em programas de cruzamento. No Brasil, tem-se um enorme potencial para 
ganhos genéticos, utilizando-se, ainda, tecnologias relativamente simples e bem conhecidas, 
sem que haja a necessidade de utilização de tecnologias de alto custo. 
 
Neste trabalho, pela limitação de espaço, pretende-se comentar alguns aspectos gerais dos 
programas de melhoramento das raças taurinas no Brasil, fornecer algumas informações sobre 
o Programa de Melhoramento de Bovinos de Carne da Associação Nacional de Criadores 
"Herd Book Collares" e apresentar algumas perspectivas para o futuro. 
 
 
PROGRAMAS DE MELHORAMENTO 
 
Existem vários exemplos de programas de melhoramento genético de raças taurinas no Brasil 
que praticam o melhoramento baseado no conhecimento científico-tecnológico. Em geral, eles 
caracterizam-se pela aplicação da metodologia dos modelos mistos na obtenção de predições 
dos valores genéticos com propriedades BLUP (na prática, tem-se um BLUP empírico, pois 
os componentes de (co)variância paramétricos são substituídos por estimativas). Também, o 
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uso da inseminação artificial é uma característica destes programas, pela própria necessidade 
de otimização da utilização de touros superiores e da intensificação dos laços genéticos. Em 
programas que envolvem um grande número de vacas controladas, o uso de grupos de touros 
(RMs) na reprodução é bastante usual e necessário por razões econômicas e de manejo. A 
transferência de embrião, em algumas raças, tem-se popularizado, embora a contribuição 
desta tecnologia para o aumento custo-efetivo da taxa de melhoramento genético nos 
rebanhos não tenha sido objetivamente mensurada. 
 
Em geral, as características consideradas nos programas de avaliação genética envolvem 
capacidade/velocidade de crescimento (ganho de peso pré e pós-desmama ou dias para atingir 
determinado peso ao desmame e no pós-desmama), habilidade materna (especialmente 
produção de leite da vaca), fertilidade (perímetro escrotal, idade ao primeiro parto, intervalo 
entre partos), facilidade de parto (peso ao nascer), aspectos qualitativos do crescimento 
(principalmente escores visuais relacionados com conformação, musculosidade, tamanho e 
precocidade de acabamento de carcaça). Para este rol de característica, diferenças esperadas 
na progênie (DEPs) ou valores genéticos são preditos e utilizados na elaboração de índices 
que são utilizados como critério de seleção. 
 
Como existem vários programas de melhoramento de raças taurinas que mereceriam ser 
apresentados, optou-se pelo fornecimento de algumas informações sobre o programa de 
melhoramento de raças taurinas que está disponível para atender aos produtores de 
reprodutores em geral e tecer algumas considerações sobre as perspectivas futuras dos 
programas de melhoramento de raças taurinas. 
 
O PROMEBO®, Programa de Melhoramento de Bovinos de Carne, executado pela 
Associação Nacional do Criadores (ANC) "Herd Book Collares", está aberto à participação de 
qualquer produtor de raças taurinas, desde que este atenda aos controles mínimos exigidos. O 
PROMEBO (Http://www.herdbook.org.br/promebo.html) tem abrangência nacional e 
promove a seleção massal dentro e/ou entre rebanhos puros por origem, puros por cruza, 
cruzamentos e gado comercial. Os animais são criados e avaliados nas condições normais de 
cada criador. Todos os animais do rebanho participam (a pré-seleção é desencorajada) do 
controle. A metodologia dos modelos mistos é utilizada nas avaliações genéticas. 
 
As principais raças/grupamentos raciais (GR) controlados e avaliados pelo PROMEBO, em 
1999, estão apresentados na Tabela 1. Nota-se que, acompanhando uma tendência mundial, as 
raças Hereford e Aberdeen Angus são as que mais participam com animais controlados no 
programa. 
 
 
As avaliações genéticas conduzidas pelo PROMEBO apresentam dois níveis de abrangência 
com relação aos relatórios: 
 
1. Relatórios intra-rebanhos: 
1.1. Nos rebanhos com adequada conexão genética, pertencentes aos principais 
raças/GR controlados, o usuário do programa recebe Relatórios de touros pais, ventres 
e produtos (animais jovens), nas fases de desmama e pós-desmama, contendo DEP’s 
preditas obtidas utilizando-se o cadastro geral (total) da raça/GR. A classificação dos 
animais, entretanto, é apresentada dentro do rebanho de cada usuário. 
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1.2. Nos rebanhos desconexos ou sem conexão genética suficiente para participar das 
avaliações entre rebanhos da sua raça/GR, ou animais de raça/GR sem avaliação entre 
rebanhos, as DEP’s são estimadas dentro de rebanho. 
 
2. Relatório inter-rebanhos: 
 
DEP’s são relatadas ao nível de raça/GR, englobando todos os rebanhos conectados, no 
Sumário de touros pais, Relatórios de recursos genéticos (machos e fêmeas de 2 anos de idade 
e classificados entre os 40% melhores), e na Pesquisa de ventre superiores (em fase de 
delineamento e implementação). 
 
Tabela 1 Número de animais controlados pelo PROMEBO no ano de 1999 nos principais 
raças/ grupamentos raciais 
GRUPAMENTO RACIAL Rebanhos Inscrições Desmama1 Final2 % Des1 
 Hereford/Braford 55 17430 15872 8064 52,44 
 Angus/Brangus 61 9234 8183 4912 27,04 
 Devon 9 2652 2276 1322 7,52 
 Cruzamentos (3) 3 2166 1673 556 5,53 
 Santa Gertrudis 6 1034 931 502 3,08 
 Charolês 6 674 609 533 2,01 
 Shorthorn 3 212 178 174 0,59 
 Outras (4) 5 601 542 238 1,79 
 Totais 148 34003 30264 16301 100,00 
1Número ou % de animais controlados ao desmame; 
2Número de animais controlados no pós-desmame; 
3Cruzamentos diversos; 4Canchim, Nelore, Normando, Búfalo Mediterrâneo. 
Fonte: Campos2 
 
Segundo Campos1, o custo para participar do programa é de R$ 2,00 por produto avaliado 
(com DEP) na desmama. Já estão incluídas, neste valor, as avaliações para peso ao nascer e 
no pós-desmama. Este valor contempla, também, as avaliações inter-rebanhos e qualquer 
outra publicação que o programa venha a fazer a nível de raça/GR. Anualmente, os produtores 
pagam uma taxa de manutenção de R$ 100,00. O PROMEBO oferece desconto por número 
de animais inscritos no programa e para dados digitalizados repassados em disquete ou via 
Internet no “lay-out” básico definido pelo programa. 
 
O PROMEBO exige apenas duas pesagens, uma ao desmame e outra no pós-desmama. O 
peso ao nascer é de caracter opcional. Outras características, além das ponderais, também 
podem seravaliadas: escore de conformação, de musculatura, de tamanho e de precocidade e 
o perímetro escrotal. Adicionalmente, vacas ativas com produção nos últimos dois anos são 
avaliadas para idade ao primeiro parto, intervalo entre partos, eficiência reprodutiva (em 
relação ao peso metabólico), capacidade real de produção e para o índice maternal do 
PROMEBO. Os touros também são avaliados para mérito maternal, com base na produção de 
suas filhas. 
 
As avaliações genéticas são realizadas na própria ANC, sob coordenação técnica de Leonardo 
Campos (promebo@conesul.com.br). 
 
2 Leonardo Talavera Campos (Coordenador Técnico do PROMEBO) – Comunicação pessoal. 
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Outros programas de melhoramento de gado de corte, dos quais alguns estão disponíveis para 
raças taurinas, foram apresentados por Velloso (1997). Como já mencionado por Packer 
(1997), tem-se observado cada vez mais o envolvimento de grandes empresas e grupos no 
melhoramento genético de gado de corte, bem como o desenvolvimento de programas que 
envolvem vários rebanhos associados, especialmente após ter sido instituído o Certificado 
Especial de Identificação e Produção (CEIP) pelo Minsitério da Agricultura. Entretanto, uma 
característica da estrutura atual dos programas de melhoramento das raças taurinas (sendo 
também uma realidade de todas as raças de corte) é, ainda, a falta de integração e a 
diversidade de objetivos de seleção entre as várias raças e programas. Isto pode refletir 
diferenças reais de aptidão entre raças ou de realidade criatória entre os produtores, mas, 
certamente, reflete também a falta de organização e objetivos básicos comuns aos diversos 
programas, o que contrasta com outras espécies, tais como aves e suínos. 
 
Diferentemente do PROMEBO, alguns programas de melhoramento delegam, através de 
acordos ou convênios, a realização das avaliações genéticas a grupos vinculados à 
universidades estrangeiras. Excetuando o impacto comercial que isto possa ter, sob o ponto de 
vista de domínio metodológico, estas avaliações poderiam ser realizadas por instituições ou 
grupos nacionais que têm condições para assessorar, desenvolver e/ou realizar tais análises 
genéticas. Além disto, grande parte dos aplicativos utilizados para estimação de componentes 
de (co)variância e predição de valores genéticos estão disponíveis na Internet sem custo ou 
com custo muito baixo. Como exemplo, entre outros, veja os seguintes sites: 
 http://www.tzv.fal.de/institut/genetik/vce4/vce4.html; 
 http://www.student.wau.nl/~janthijs/breedingsite/bodygibanal.html; 
 ftp://nce.ads.uga.edu/pub/ignacy; ftp://ftp.res.bbsrc.ac.uk/pub/aar; 
 ftp://aipl.arsusda.gov/pub/mtgsam; ftp://aipl.arsusda.gov/pub/mtdfreml; 
 ftp://cgel.agsci.colostate.edu/pub/abtk. 
 
 
PERSPECTIVA PARA O FUTURO 
 
Dr. Charles Smith (antigo professor da Universidade de Guelph, Canadá) costumava afirmar 
que a grande diferença entre o progresso genético possível e o realizado, quando se compara 
aves ou suínos com gado de corte (o realizado está muito mais próximo do possível nas duas 
primeiras espécies), está, principalmente, na diversidade e na errônea definição dos objetivos 
de seleção que se encontra nesta última espécie. Os programas de melhoramento avícola e 
suinícola sempre foram muito competitivos entre si, mas todos tinham e têm objetivos básicos 
alicerçados no produto final a ser oferecido no mercado, especialmente em relação a 
eficiência produtiva (conversão alimentar, ganho de peso em carne magra, etc.). Os 
programas de melhoramento de gado de corte deveriam ter objetivos básicos bem definidos e 
associar esforços, a fim de competir de forma mais eficiente com outras espécies produtoras 
de carne. Kemp (1998), no 30º Encontro Anual da BIF, afirmou que a definição de metas e 
objetivos de seleção requer o foco nos consumidores finais e usuários da genética melhorada e 
não no próprio rebanho, como tem sido a regra nos programas de melhoramento de gado de 
corte. 
 
Na associação de esforços, um ponto crucial seria a integração de bases de dados de 
produtores de uma mesma raça com aquelas provenientes de programas de raças 
sintéticas/compostas e de programas de cruzamento e, através destas, integrar-se, também, 
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com bancos de dados de outras raças taurinas e raças zebuínas. Pollak e Quaas (1998) 
mostram como as avaliações genéticas entre raças e GR estão se tornando mais e mais 
comuns e descrevem o que esta acontecendo a nível mundial. No Brasil e, em geral, no 
mundo, as avaliações genéticas das raças taurinas são, ainda, mais freqüentemente realizadas 
e vinculadas somente a uma determinada raça. Estes programas serão forçados a mudar, pois 
o grande mercado já é e será mais ainda no futuro o de reprodutores para uso comercial em 
cruzamento industriais, bem como em programas de formação de compostos e sintéticos. Os 
produtores de reprodutores, no Brasil, já estão identificando como seu produto genético 
comercial um genótipo multi-racial, como, por exemplo, pode-se citar os programas Natura, 
com Aberdeen Angus, e a Conexão Delta G, com Hereford. A integração de dados não só 
traria maior acurácia para as avaliações genéticas, mas permitiria também maximizar o 
diferencial de seleção praticado. Esta integração também seria um veículo para a definição de 
objetivos básicos para o melhoramento genético que atendam aos consumidores da genética 
melhorada e a industria de produção de carne bovina. 
 
No Brasil, tem-se um enorme potencial para ganhos genéticos, através de uma reorganização 
e reorientação do sistema de informação (que engloba desde os controles básicos nas 
propriedades até a realização, divulgação e uso das avaliações genéticas) sem a necessidade 
imediata da busca e implementação de sistemas moleculares e reprodutivos (que englobam as 
novas biotecnologias, tais como a seleção assistida por marcadores moleculares diretos e 
indiretos e programas de múltipla ovulação e transferência de embrião) para garantir taxas de 
progresso genético adequadas e competitivas. Diferentemente, os países Norte Americanos e 
Europeus, pelo reduzido tamanho médio de rebanho, pelo próprio estádio de progresso 
genético e pelos altos custos de produção, estão buscando tecnologias que permitam agregar 
novas possibilidades de melhoria genética e, especialmente, de conquistas mercadológicas. 
 
Com relação a uma outra características dos programas de melhoramento de raças taurinas (e 
de bovinos de corte em geral), no Brasil, que é o uso de RMs no manejo reprodutivo, existe a 
oportunidade de avançar-se no que tange aos modelos de avaliação genética. Como o uso de 
RMs é uma condição imposta em programas que controlam um número grande de ventres, 
tem-se que utilizar as informações geradas pelo uso de RM da forma mais adequada possível. 
É muito comum, entretanto, a eliminação de registros de filhos de RM das avaliações 
genéticas, quando esta seria a pior alternativa (Sullivan, 1995). O uso de grupos genéticos ou 
de uma matriz média de parentesco, considerando a probabilidade de paternidade, no modelo 
de avaliação seriam procedimentos que potencialmente trariam maior progresso genético 
(Perez-Enciso e Fernando, 1992; Sullivan, 1995). No futuro, é provável que a determinação 
da paternidade incerta, gerada pelo uso de RMs, possa ser realizada por testes moleculares 
(utilizando polimorfismo de microsatélites) a um custo economicamente viável (Penna, V.M. 
et al., 1998). Isto, associada com a possibilidade de checagem sistemática das informações de 
pedigree, traria substancial aumento da acurácia das avaliações genéticas. 
 
A seleção assistidas por marcadores moleculares (SAM), tanto diretos como indiretos, pode, 
teoricamente, aumentar resposta a seleção. A idéia básica da SAM é de que podem existir 
genes com efeito significativo sobre caracteres de importância econômica (muito delesquantitativos) que poderiam ser objetivados especificamente na seleção através dos genótipos 
dos marcadores. A seleção seria baseada na informação do marcador e das usuais informações 
fenotípicas e de pedigree dos animais, associando-se uma ponderação para cada uma das 
fontes de informação (a molecular e a usual). Esta ponderação dependeria, além de outros 
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fatores, do tipo de característica (quantitativa ou qualitativa, ligada ou não ao sexo, etc.), da 
magnitude do efeito e freqüência dos genes associados ao marcador e do horizonte em que se 
considera a maximização do ganho genético. Trabalhos de simulação têm mostrado que no 
curto e médio prazos, a SAM pode trazer ganhos genéticos significativamente superiores a 
seleção clássica baseada no BLUP, mas no longo prazo, as respostas poderiam se inverter, 
com a seleção clássica produzindo ganhos genéticos superiores devido a perda ou a redução 
da freqüência de poligenes com efeitos favoráveis, o que pode ocorrer com o uso da SAM. O 
valor da SAM para características que podem ser facilmente melhoradas por métodos 
quantitativos clássicos parece ser limitado, especialmente no longo prazo (Van der Werf, 
2000). Entretanto, para caracteres de baixa herdadilidade e especialmente para caracteres 
expressos por apenas um dos sexos ou limitados em sua observação fenotípica (expressos 
somente quando os animais são maduros, exigem o abate dos animais, difíceis de medir, etc.), 
a SAM poderia incrementar significativamente o progresso genético. 
 
Para Webb (1998) é evidente que os métodos quantitativos correntes com ou sem a assistência 
de marcadores moleculares podem continuar a fornecer taxas competitivas de melhoramento 
genético para, pelo menos, a próxima década, de modo que as companhias (suinícolas) não 
estarão sob grande pressão para se arriscar, precipitadamente, com tecnologias moleculares. 
 
Banks (2000), analisando o melhoramento genético de rebanhos na Austrália, afirmou que, no 
século 21, o melhoramento genético de rebanhos continuará utilizando informações de 
desempenho e de pedigree e ferramentas estatísticas poderosas, muito provavelmente 
complementados com o uso custo-efetivo de marcadores genéticos e tecnologias relacionadas. 
 
No Brasil, tem-se, ainda, muito para fazer no que se refere as informações coletadas, a 
organização dos programas de melhoramento de bovinos de corte e a aplicação efetiva das 
ferramentas estatísticas disponíveis, para que se possa refinar estes programas com as novas 
biotecnologias disponíveis a um custo-benefício favoráveis. 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Utilizando-se tecnologias relativamente simples e bem conhecidas, tais como a metodologia 
dos modelos mistos, potencializada pela intensificação do uso de inseminação artificial e 
transferência de embriões e pela clara definição dos objetivos de seleção, que considere os 
consumidores e usuários do produto melhorado, podemos alcançar taxas adequadas e 
competitivas de progresso genético. 
 
No Brasil, temos uma estrutura populacional bovina que permite altos diferenciais de seleção 
e que apresenta grande diversidade genética, o que potencializa nossas possibilidades de 
ganho genético e nos diferencia dos países Norte-Americanos e Europeus. 
 
 
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