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Biossegurança Conceitos Biossegurança: área multidisciplinar – condição de segurança alcançada por um conjunto de ações destinadas a prevenir, controlar, reduzir ou eliminar riscos inerentes às atividades que possam comprometer a saúde humana, animal e o meio ambiente. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa): condição de segurança alcançada por um conjunto de ações destinadas a prevenir, controlar, reduzir ou eliminar riscos inerentes às atividades que possam comprometer a saúde humana, animal e o meio ambiente. Conjunto de ações voltadas para a prevenção, minimização ou eliminação de riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, visando à saúde do homem, dos animais, à preservação do meio ambiente e à qualidade dos resultados. Níveis de Biossegurança Símbolo de risco biológico colocado em portas de laboratório. Risco biológico: Entrada permitida somente para pessoal autorizado. Nível de segurança biológica. Profissional responsável:.............. Em caso de emergência, chamar por: Telefone interno: Telefone residencial: A permissão para entrar no laboratório deve ser solicitada ao responsável acima. Nível de Biossegurança 1 (NB-1): agentes biológicos de classe de risco 1 – não descritos como causadores de doença – baixo risco individual, coletivo ou ambiental – ex.: lab. ensino. Boas Práticas Laboratoriais – Obrigatoriedade de Equipamentos de Segurança; 1. Barreiras primárias: Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) – proteção de olhos, luvas, máscaras, aventais de manga longa etc.; 2. Barreiras secundárias: cabines de segurança biológica (CSB) e fluxo laminar não são exigidas nesse nível de biossegurança; 3. Estrutura física: não separada, sem ventilação, pias, lava-olhos e chuveiro de emergência. Nível de Biossegurança 2 (NB-2): agentes biológicos associados a doenças humanas – risco moderado. Ex.: laboratórios clínicos e de diagnóstico. 1. Barreiras primárias: EPIs – proteção de olhos, luvas, máscaras, aventais de manga longa etc.; 2. Barreiras secundárias: obrigatoriedade de capela de segurança biológica – agente infeccioso com possibilidade de formação de aerossóis e respingos; 3. Estrutura física: bancadas impermeáveis, cantos entre paredes, piso e teto devem ser arredondados, superfícies facilmente laváveis, revestimento não poroso, portas trancáveis, localização separada, ventilação direcionada, ar deve ser filtrado e descartado longe de casas e de locais de circulação de pessoas. Nível de Biossegurança 3 (NB-3): agentes biológicos associados a doenças humanas com possibilidade de graves enfermidades – risco individual elevado e baixo risco para a comunidade. Ex.: lab. clínicos, diagnósticos, pesquisa ou de produção 1. Barreiras primárias: EPIs – proteção de olhos, luvas, máscaras, aventais de manga longa, mais máscaras de proteção respiratória = Pff2 S Mod N95. 2. Barreiras secundárias: capela de segurança biológica requisitos de controle e segurança mais rígidos. – funcionários com experiência em NB-2 – equipe treinada para manejo de agentes patogênicos – supervisão por profissional altamente qualificado, com grande experiência. Manutenção: empresas especializadas. Estrutura física: prédio separado ou em uma área completamente isolada, ventilação e sistemas de gerenciamento de lixo evitam a liberação de agentes viáveis no meio ambiente, sistemas de ar condicionado com pressão do ar negativa dentro do prédio. Laboratórios com antessala com portas duplas, fechaduras de segurança, janelas herméticas para desinfecção gasosa, se necessário, acessos ao laboratório com pias com torneiras de acionamento automático, sistemas de água e esgoto apresentam válvulas antirrefluxo, esgoto tratado antes de ser lançado no sistema público. Nível de Biossegurança 4 (NB-4): agentes biológicos com classe de risco 4 – causam graves doenças – risco individual e coletivo elevado. Ex.: lab. com agentes altamente infecciosos e que se propagam facilmente podendo levar à morte, como o vírus Ebola, entre outros. **Difícil tratamento em caso de contágio – isolamento do ambiente e dos trabalhadores deve ser completo. **Exposição respiratória aos aerossóis infecciosos, exposição da membrana mucosa ou da pele. Obrigatoriedade: cabine de segurança biológica e/ou com um macacão individual suprido com pressão de ar positivo. Perigo X Risco Perigo: qualquer agente que cause danos à saúde ou à integridade física das pessoas – classificado, quanto à severidade, em baixo, médio ou alto. Risco: refere-se à probabilidade de ocorrência do perigo – classificado em baixo, médio ou alto. 1. Riscos físicos a) Temperaturas extremas: alta ou baixa – equipamentos instalados corretamente – EPIs. b) Radiação – ionizante: raios X, iodo 31, tratamento de doenças com Césio-136; ou não ionizante: UV (radiação solar). c) Umidade: risco de contaminação por bactérias e fungos. d) Ruídos e vibrações: até 60 decibéis – protetores auriculares. e) Perfurocortante: descarte correto. 2. Riscos químicos: Portaria n. 25/1994 – substância com capacidade de penetrar no organismo ou que apresente risco de explosão e incêndios. Ex.: gases (asfixia), vapores (d’água), névoas (sprays, aerossóis, produtos de ebulição), poeiras. Perigo químico – é avaliado de acordo com suas características físico-químicas, reatividade, toxicidade, condições de manipulação, possibilidade de exposição e vias de penetração no organismo (BINSFELD, 2004). 1. Difusividade no ar: capacidade de uma substância de se espalhar pelo ar; 2. Inflamabilidade: capacidade de o produto químico se incendiar; 3. Toxicidade é a capacidade de um produto químico produzir efeitos nocivos, tanto no meio ambiente quanto nos organismos vivos – Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) 14725; 4. Ecotoxicidade: ação dos produtos químicos quando liberados no meio ambiente, sobre os constituintes vivos dos ecossistemas – Ibama, Portaria n. 84 de 1996. 3. Riscos biológicos Causam infecções, caracterizadas pela invasão e multiplicação de organismos indesejáveis no objeto de trabalho ou no próprio trabalhador. Ex.: animais, bactérias, fungos, parasitas. Manual de Segurança em Laboratório, da Organização Mundial da Saúde (OMS, 2004), sugere parâmetros na avaliação dos perigos biológicos: 1. Patogenicidade do agente: capacidade de o microrganismo causar doenças; virulência associada à mortalidade causada por esse agente; 2. Dose infecciosa: quantidade mínima inoculada de um microrganismo capaz de provocar uma doença; 3. Via de exposição: os mecanismos mais comuns são a inoculação direta (por acidentes com agulhas), a inalação de aerossóis (quando alguém espirra ou tosse), o contato com membranas ou mucosas e a ingestão; 4. Concentração do agente: grande quantidade a ser manipulada – grande concentração = maior risco de contaminação; 5. Informação disponível: agentes infecciosos exóticos ou pouco conhecidos implicam riscos maiores; 6. Tipo de atividade executada: a atividade executada, por exemplo: o uso de ultrassom gerar aerossóis, o risco de contaminação e o raio de ação do agente são maiores; 7. Disponibilidade de profilaxia: os que possuem tratamento ou vacina apresentam menores riscos que os microrganismos cujas doenças não possuem tratamento. Classificação dos microrganismos: a) Classe 1: não apresentam nenhum risco de causar doenças; b) Classe 2: não causam doenças graves em humanos ou animais – doenças possuem um tratamento eficaz, e o risco de a infecção se alastrar é pequeno; c) Classe 3: causam doenças graves que podem levar à morte, a propagação é limitada – existem tratamentos e medidas de prevenção; d) Classe 4: causam doenças graves, com risco de morte, são transmitidos facilmente, principalmente por via aérea. 4. Riscos ergonômicos Normativa-17 (NR9-17) – Ministério do Trabalho – Ergonomia: objetivo: “estabelecer parâmetros que permitama adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente” (BRASIL, 2021). Lesões causadas por esforços repetitivos (LER) e doenças osteomusculares relacionadas ao trabalho (Dort): fadiga muscular, dor, mal-estar, processos inflamatórios em tendões, ligamentos etc. Causas: excesso de horas trabalhadas, mobiliários baixos ou altos, ruídos, temperaturas, ambiente de trabalho precário e insalubre. ** Importante: doenças de notificação obrigatória Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) EPI: todo meio ou dispositivo de uso pessoal destinado a proteger a integridade física do trabalhador durante a atividade de trabalho. Função: neutralizar ou atenuar um possível agente agressivo contra o corpo do trabalhador; evitar lesões ou minimizar sua gravidade em casos de acidente ou exposição ao risco; proteger o corpo contra substâncias tóxicas, alérgicas ou agressivas. EQUIPAMENTOS Touca descartável Óculos de segurança Máscara descartável Protetor facial Máscara filtrante Avental para proteção contra radiação Avental descartável Avental para lavagem de vidrarias Jaleco médico Equipamentos de Proteção Coletiva (EPCs) Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC): dizem respeito ao coletivo, devendo proteger todos os trabalhadores expostos a determinado risco. EPCs essenciais aos laboratórios: extintores de incêndio, capela, coletores de resíduos, chuveiro de emergência, lava-olhos e saída de emergência. EQUIPAMENTOS *Extintores de incêndio Capela para exaustão de gases Coletores de resíduos Chuveiro de emergência e lava-olhos Capela de fluxo laminar (promove a recirculação de 100% do ar, criando áreas de trabalho estéreis para o manuseio de materiais biológicos que não podem sofrer contaminação do meio externo, garantindo a proteção das amostras manipuladas.) Cabine ou Cabine de Segurança Biológica (CSB) (é utilizada para promover proteção tanto dos usuários quanto das amostras manipuladas e do meio externo, com renovação de 100% do ar. Esse processo acontece porque a cabine opera com pressão negativa, evitando a saída do ar contaminado para o ambiente. Vale destacar que esse efeito é possível apenas com substâncias de baixo e moderado risco biológico, não comportando o manuseio de produtos tóxicos ou voláteis.) Legislação em biossegurança Fundamento básico da biossegurança: assegurar o avanço dos processos tecnológicos e proteger a saúde humana e animal e o meio ambiente. Lei n. 8.794, de 5 de janeiro de 1995 – primeira lei brasileira – tecnologias derivadas de DNA ou RNA recombinantes. REVOGADA Lei n. 11.105, de 24 de março de 2005 – inclusão do uso terapêutico de células-tronco embrionárias e o uso comercial de alimentos transgênicos. Lei n. 11.105/2005: estabelece normas de segurança e mecanismos de fiscalização sobre a construção, o cultivo, a produção, a manipulação, o transporte, a transferência, a importação, a exportação, o armazenamento, a pesquisa, a comercialização, o consumo, a liberação no meio ambiente e o descarte de Organismos Geneticamente Modificados (OGMs) e seus derivados. Lei n. 11.105/2005 – criação da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) – acompanhar o desenvolvimento e progresso técnico/científico nas áreas de biossegurança, biotecnologia e bioética – aumentando a proteção da saúde humana, animais e meio ambiente. Conselho Nacional de Biossegurança (CNBS): analisar, a pedido da CTNBio, os pedidos de liberação para uso comercial de OGM e seus derivados de interesse nacional. Boas Práticas de Laboratório (BPL) BPL: conjunto de normas, procedimentos e atitudes de segurança – objetivo: minimizar acidentes graves, lesões e contaminações que possam comprometer a saúde das pessoas em ambiente laboratorial, aumentando assim a segurança no local de trabalho. Avaliar o potencial de riscos e o nível de toxidade dos produtos visando à promoção à saúde humana, animal e ao meio ambiente. Procedimento Operacional Padrão (POPs) POP – documento – planejamento do trabalho. Objetivos: padronizar e minimizar a ocorrência de erros durante as atividades – garantir que a qualidade da atividade prestada seja a mesma em todas as etapas do processo, em qualquer momento. Itens: listagem dos equipamentos, peças e materiais utilizados na tarefa; descrição dos procedimentos da tarefa por atividades críticas e de operação; roteiro de inspeção periódica dos equipamentos.
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