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APRENDENDO_A_GOSTAR_DA_BÍBLIA_NATAL,_PÁSCOA_E_OUTROS_TEMAS_CARNIO

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Aprendendo a Gostar da Bíblia
NATAL, PÁSCOA 
E OUTROS TEMAS
 
HAMILTON CARNIO JR
 
Copyright © 2018
Hamilton Carnio Jr
São Paulo
2018
Aprendendo a Gostar da Bíblia – Natal, Páscoa e Outros Temas
de Hamilton Carnio Jr
Editor
Eldes Saullo
Revisão
Zelinda Consuelo O. Carnio
Projeto Gráfico e Editorial
Casa do Escritor
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITOS AUTORAIS. Este livro está protegido por leis de direitos autorais. Todos os
direitos sobre o livro são reservados. Você não tem permissão para vender este livro nem
para copiar/reproduzir seu conteúdo em sites, blogs, jornais ou quaisquer outros veículos de
distribuição e mídia. Qualquer tipo de violação dos direitos autorais estará sujeita a ações
legais.
Sumário
Apresentação
 
O Natal
O Natal chegou! Chegou?
O Natal no Ano Zero
É Natal!
Uma noite incomum
 
A Páscoa
A Páscoa – instituição e uso
Semana Santa x Ovo de Páscoa
Páscoa – ontem e hoje
 
Temas Diversos
Há vagas
Lições de Matemática... De Deus
A soberania é de Deus
Curiosidades Bíblicas - I
Curiosidades Bíblicas - II
Mãe é mãe
Presente para o Dia dos Pais
Trilogia da Vida
Trilogia da Vida
Trilogia da Vida
Estudo Bíblico
O Rei dos Reis
BBBíblico
Manifesto: Projeto para o Brasil
Um homem chamado Noé
O dia de amanhã
O final da história
 
O Autor
Depoimentos de Leitores
Um conteúdo riquíssimo e interessante como este só poderia ser produzido
por alguém que aprendeu a gostar da Bíblia, de verdade. Hamilton Carnio
Júnior se tornou um biblicista por tanto amor que tem a Deus e à Sua Palavra.
APRENDENDO A GOSTAR DA BÍBLIA não é fruto de leituras mecânicas
da Bíblia. É resultado de um olhar panorâmico, cronológico, sinóptico,
reflexivo, apaixonante, detalhado, comparativo, profundo, antropológico,
histórico, divertido e envolvente das páginas milenares das sagradas
Escrituras.
Ao ler esta obra de Carnio Jr, senti a sensação de estar interagindo com os
principais personagens bíblicos e com o próprio Deus encarnado em Jesus
Cristo. Tive a sensação de estar incluído nos cenários e de estar participando
das situações e eventos descritos.
E os artigos? Todos foram escritos por um coração que aprendeu a amar tanto
a Palavra de Deus, que é capaz de trazê-la para os nossos dias
contextualizando-a de maneira natural e inteligente, sem fazer o menor
esforço. Valorosos artigos!
Recomendo a leitura de APRENDENDO A GOSTAR DA BÍBLIA como um
livro de cabeceira, junto com a Bíblia Sagrada, para leitura diária em
capítulos, antes de dormir. Duvido que seus leitores não aprendam a amar o
Livro dos livros com os olhos do coração e com os olhos da alma! 
 
Olney Basílio Silveira Lopes
Escritor e pastor batista
Associação Apascentar
A conclusão de gostar ou não gostar depende de um prévio experimentar.
Muitas crianças antes de saborearem uma fruta vão logo dizendo: não gosto!
Então a mãe insiste: “mas, experimenta; você ainda não experimentou!
Experimenta que você vai gostar...” Assim é também com a Bíblia. Muitos
vão logo dizendo: eu não gosto da Bíblia... E dizem coisas que nada têm a ver
com o seu conteúdo e importância para os dias atuais.
Nesta obra, o autor, por experiência própria, relata como desde a infância
tomou gosto pela Bíblia. Apresenta uma foto de sua primeira Bíblia,
exemplar que ganhou dos seus pais quando começou a ler. Mostra como
aprendeu a amar a Bíblia, tendo sublinhado versículos em suas páginas.
O autor foi muito feliz em tornar os grandes personagens bíblicos reais e
atuais. Assim é com Adão, que se apresenta, dizendo: meu nome é... alguém
que não teve pai nem mãe, irmãos, nem sogra etc. E assim faz com Abraão e
com outros personagens.
Cada um fala de si mesmo e apresenta a sua ficha e o que fez. Apresenta o
Dilúvio como fato sobrenatural, e como Deus salvou a raça humana e todas
as espécies através do grande navio que a Bíblia chama de “arca”. Descreve o
livramento do povo de Deus do Egito, e vai até culminar com a vinda da
figura central da Bíblia que é Jesus Cristo.
A leitura desta obra há de ser de altíssimo proveito para todos! Será também
um motivo para gostar ainda mais deste tesouro que Deus fez questão de
deixar para todos como registro escrito de sua revelação.
 
João Reinaldo Purin
Escritor e pastor batista
Mano, finalmente consegui ler o seu livro. Ele tem realmente a sua cara. Eu
ouvi a sua voz o tempo todo, lendo para mim. Sua maneira de expor o
assunto, tudo. Pra mim foi como uma noitada de Fileo*.
Mano, em tempos modernos, com imagens do passado apenas descritas pelos
criadores de imagens e filmes, as pessoas realmente não fazem ideia do que é
ter um “Deus conosco”. Seu trabalho de descrever os eventos bíblicos como
fatos tangíveis ao homem moderno, abre os olhos do indivíduo para a
realidade dos acontecimentos dentro da nossa época.
A sua paráfrase expandida será de grande valor na evangelização do nosso
povo. A curiosidade é aguçada e o interesse se tornará real, não só para o
conhecimento, mas também para a compreensão da narrativa bíblica. Seus
“insights” são muito bons e estimulantes. Eles pedem continuação da
conversa, dentro do assunto.
Mano, que Deus continue a usá-lo com essa capacidade e disciplina de
concluir seus projetos! O seu coração em Cristo tem resultado em uma
influência sobre todos para conhecer e amar cada vez mais a Deus.
Muito feliz e orgulhoso de você, mano! Parabéns pelo excelente livro! Não
pare de escrever! Há muito mais ainda!
Com amor e saudades, seu irmão menor,
 
Rubim Tapajós
Califórnia, EUA
 
*Nota do autor: Fileo - grupo que se reunia semanalmente lá em casa, para estudo bíblico
e comunhão, sem hora para acabar (só para começar).
Agradecimentos
A Deus, que permite, em pleno Século XXI da Era Cristã, que Sua Palavra
(com Seus princípios, vontade e plano de salvação) chegue ao conhecimento
do ser humano para convertê-lo em Seu filho.
À Zelinda Consuelo de O. Carnio, esposa fiel e amiga, a quem amo de todo o
coração, que também me apoiou nesta obra literária, além de revisar todos os
textos.
A Ricardo Agreste, pastor presbiteriano, que tem sido instrumento de Deus
para me desafiar na carreira cristã a crescer mais, alcançando outras pessoas.
Apresentação
Olá, amigos!
Este livro contém a compilação de vários textos com comentários baseados
na Bíblia, levando em conta pessoas, fatos e acontecimentos lá citados e
narrados. Já observei que há diferenças entre o que se acredita, o que é
ensinado, e o que nela está escrito. Por outro lado, várias tentativas foram
feitas para tornar sua leitura mais palatável, de modo que os textos pudessem
ser melhor entendidos pelo leitor, daí surgindo várias versões.
Em qualquer que seja a versão, aqui você pode encontrar mensagens,
princípios de vida, mas principalmente o plano de Deus para resgatar o ser
humano desconectado dele a partir do Éden, através da morte e ressurreição
de Seu Filho, encarnado, Jesus Cristo.
A Bíblia Sagrada tem sido o livro mais vendido em toda a história, apesar de
nunca aparecer na lista dos “best-sellers”. Mas também tem sido um livro
pouco lido, talvez por conta de alguma dificuldade com sua linguagem
erudita, apesar de seus escritores nem sempre terem sido formados nas
universidades das respectivas épocas, mas sim por conta dos tradutores
iniciais.
A partir de Moisés, o escritor dos cinco primeiros livros bíblicos (conjunto
chamado Pentateuco), até João, o evangelista, autor do último livro
(Apocalipse ou Revelação), transcorreram de 15 a 20 séculos, e a estrutura
dos 66 livros que a compõem (daí o nome Bíblia ou biblioteca) tem sido
preservada até hoje, e nos mostra poesia, história, princípios de saúde,
trabalho, relações humanas, área financeira etc. Mas, principalmente,
apresenta o amor de Deus pela humanidade, e a forma como Ele buscou
revelar Sua vontade através dos séculos.
Neste livro procuro mostrar, através de uma linguagem contemporânea, que é
possível gostar da leitura bíblica em qualquer versão, e que é muito
importante prestar atenção aos fatos narrados, “linkando” os textos, fazendo
comparações e deduções, e tornando-nos mais curiosospela sequência e
desfecho, sem deixar-nos “passar batidos” por um detalhe, achando ser
dispensável ou sem importância.
Assim, procurei ser um leitor comum, utilizando apenas a Bíblia em minha
leitura e pesquisa, comparando narrativas e criando um certo cenário, além de
procurar contextualizar as narrativas, mesmo porque a cultura das épocas em
que os antigos manuscritos foram redigidos (desde alguns séculos a.C até o
século I d.C), é completamente diferente da nossa, sem alterar a verdade
bíblica original, mas mostrando que Deus sempre esteve no controle do
universo e de toda a população, desde o princípio.
Se você é um leitor assíduo da Bíblia, vai encontrar aqui alguns detalhes
destacados e que ajudam a entender o texto original. Se não, poderá ser
estimulado a fazê-lo para encontrar aqueles princípios, mensagens e plano de
salvação citados.
Viaje no túnel do tempo comigo e conclua que a Bíblia é um livro que deve
ser lido integral e constantemente. Descubra seus mistérios, redirecione sua
vida profissional, relacional e afetiva, e encontre Deus e Seu plano de resgate
da humanidade anunciado no Éden e concluído na morte (em meu e em seu
lugar) e na ressurreição de Seu Filho, Jesus Cristo, realinhando sua vida
espiritual através da aceitação do Seu sacrifício na cruz do Calvário, única
forma de salvação e viabilização da vida eterna com Deus Pai, Deus Filho e
Espírito Santo.
Boa leitura!
Hamilton Carnio Jr.
O Natal
 
O nascimento atípico do Salvador e o estabelecimento do
plano de salvação da humanidade
 
O Natal chegou! Chegou?
Para começo de conversa, a data só pode estar errada! Na região onde Jesus
nasceu, faz um frio tremendo em Dezembro! E a Bíblia relata que no mesmo
dia desse nascimento, uns pastores guardavam seus rebanhos durante a noite
(Evangelho de Lucas cap. 2 v. 4), e não se põe rebanho no pasto numa noite
de inverno. Quando muito, poderia ter lua cheia para compensar a falta de
faroletes, tochas (e a função de “Segurança do Trabalho” ainda não tinha sido
criada) ou outro artefato de iluminação.
E Ele (Jesus) nasceu à noite, quando os recursos de apoio médico,
farmacêutico etc. são mais escassos também. José assumiu a função de
parteiro (não há confirmação bíblica nem desmentido), e foi o primeiro a
tocar no bebê.
O que será que ele pensou nessa hora? Já tinha admitido a gravidez
sobrenatural de sua prometida (Evangelho de Mateus cap. 1 v. 22 a 25), a
desconfiança e a gozação dos amigos e colegas profissionais da carpintaria.
Só tinha mesmo Maria, sua noiva, desposada ou o que mais possa ser descrito
para essa situação de não casada (sem falar nos cartórios, inexistentes então),
que por sua manifestação séria e com os fatos que foram vividos pelo casal
ao longo dos nove meses (alguém duvida que foram nove?), davam-lhe a
confiança de estar no caminho certo.
E ainda por cima, veio aquela convocação do Império Romano para o
recenseamento, de última hora (Evangelho de Lucas cap.2 v. 1 a 3). A
viagem de Nazaré (onde moravam) a Belém (terra de Davi, o rei do passado e
o ancestral familiar mais importante) não foi nada fácil. Maria, com seu
barrigão, deve ter ido montada em algum animal, o que não significava
conforto, propriamente; apenas não foi andando como a maioria dos viajantes
da época fazia. E por se tratar de recenseamento, o movimento nas estradas
devia ser muito grande, além da poeira levantada.
Sem telefone nem “e-mail” etc. (essas modernidades!), o serviço de reserva
dos hotéis não existia. Assim, José e Maria chegaram a Belém e não acharam
onde se hospedar – hotéis, albergues, pensões, casas de repouso etc., todos
lotados. Amigos e parentes não havia. Mas, uma “alma bondosa” vendo a
situação do casal desesperançado, com Maria já mostrando as primeiras dores
de parto, abriu mão do seu quintal, onde ficavam os animais ou onde eles
buscavam alimento e água durante a noite. José humildemente aceitou. E ali
pelas tantas horas da noite, improvisou o cenário, procurando limpar um
pouco aqui e ali, arranjando uns panos na bagagem.
O primeiro choro do nenê foi acompanhado de um coro no céu (Evangelho de
Lucas cap. 2 v.13 e14). Agora, ele (José) segurava o nenê em seus braços
enquanto Maria fazia seu asseio corporal pós-parto, e via que o bebê não era
sobrenatural; não era mais que um garoto perfeito, lindo de feições, com
dobrinhas nas pernas, e bochechas rosadas. “Será que me enganei quanto ao
anjo que me relatou ser essa criança o filho de Deus gerado em minha
mulher”? (deve ter pensado José).
O coro garantia que Ele era o próprio filho de Deus, nascido entre os homens
para cumprimento de Sua promessa desde o Edem e ao longo da história
através de vários profetas. E José assumiu a paternidade perante a sociedade.
No campo, alguns pastores ouviram o coro e vieram a Belém para ver o que
estava acontecendo (Evangelho de Lucas cap. 2 v. 15 e 16). Havia luzes
nunca vistas, como fogos de artifício em noite de virada de ano na praia de
Copacabana (Evangelho de Lucas cap. 2 v. 9). Não foi difícil encontrar o
lugar onde estavam Maria e José com o bebê, apesar de que na cidade de
Belém, um fato estranho como esse não havia sido notado. O bebê dormia na
manjedoura, sobre os panos que o isolavam da palha e da madeira. Maria e
José estavam ali, e provavelmente alguns animais também.
Vamos um pouco mais adiante na narrativa dos Evangelhos.
Quando os pastores vieram a Belém, encontraram o nenê envolto em panos e
deitado na manjedoura. Quando os magos chegaram a Belém, encontraram
Maria e o menino na casa (Evangelho de Mateus cap. 2 v. 11). Uma grande
diferença não acham? A estrela que apareceu no instante do nascimento de
Jesus foi vista pelos magos no Oriente, onde moravam e clinicavam. Muito,
muito distante de Belém.
Vejam bem: eles não estavam preparados para esse evento – foi surpresa total
constatar o surgimento de uma nova estrela no firmamento, além do que,
devia ser uma das mais expressivas dentre todas as existentes, e por isso eles
subentenderam ser devido ao nascimento de um rei. Pesquisaram nas
“bibliotecas das universidades” locais e constataram em algumas cópias de
manuscritos judaicos (provavelmente no livro do profeta Isaías), que isso
havia sido predito, e até... o lugar do nascimento. Prepararam suas malas,
mochilas, animais, suprimentos alimentícios, colchonetes, redes etc. para a
longa viagem até Israel.
Na minha conta, isso durou meses. Tanto é que, ao chegarem a Belém,
encontraram o menino, e não mais o bebê – confira no Evangelho de Mateus
cap. 2 vers. 9 a 12. José estava ausente na ocasião (alguém tinha que sustentar
a casa, não é?), e Maria os recebeu em casa. Jesus talvez engatinhasse, ou
andasse, ou balbuciasse as primeiras palavras.
Os magos não conheceram o “presépio”! Herodes, para confirmar essa ideia
de que o menino já era “grandinho”, mandou matar os garotos abaixo de dois
anos naquela região (o que não atingiu Jesus, porque José já havia tirado sua
família de lá) – Evangelho de Mateus cap. 2 v. 13 a 16.
CONCLUSÕES:
1. Não se encante com lendas, crendices e informações que circulam
por aí sobre fatos bíblicos sem comprovar pela leitura da Bíblia, com
muita atenção;
2. Quando ler, procure entender o objetivo de cada descrição,
refletindo sobre os motivos que levaram Deus a mandar Seu único
filho em forma humana para nascer, viver e morrer entre a
humanidade, mas, principalmente, ressuscitar ao terceiro dia;
3. Se você aceitar a Jesus como seu único Salvador pessoal, acontecerá
um novo nascimento em sua vida, sobrenatural; esse nascimento lhe
dará uma credencial intransferível para a Vida Eterna, e estará
registrada no “Cartório Celestial”, com um novo nome também,
porque você passou a ser cidadão dos céus (vida sem fim, nova
língua, sem lágrimas, sem trabalho, só louvor a Deus); tudo
começará no instante do novo nascimento, mas com plenitude de
uso após a morte terrena.
O Natal no Ano Zero
Depois que os estudiosos descobriram que existe uma diferença de uns
poucos anos (cinco ou seis) na contagem retroativa até o Ano Zero, acho
mesmo quese perdeu o significado para definir quando isso realmente
aconteceu.
O importante, mesmo, é que o “marco” zero da história foi definido com o
nascimento de Jesus Cristo, não aceito por algumas religiões orientais (quase
todas se originaram no Oriente médio ou extremo), inclusive o Cristianismo.
Mas, qual é a data máxima da Cristandade? O nascimento ou a ressurreição
de Cristo?
Alguns fatos apresentados pela Bíblia, segundo os evangelistas Mateus e
Lucas, merecem ser destacados neste comentário “natalino”:
- Jesus nasceu à noite – no momento do seu nascimento esse fato foi
anunciado por um anjo aos pastores de rebanhos no campo, e a Bíblia
informa o horário como sendo as “vigílias da noite”, ou seja, de madrugada
(Lucas cap.2).
- José, o marido de Maria, deve ter sido o parteiro, por falta de apoio médico,
da família e da comunidade belenense – o casal havia chegado a Belém sem
conhecer o povo da cidade, apesar de ser originário de lá (por razões de
linhagem familiar), e foi acolhido por uma “alma bondosa” que o alojou no
quintal onde os animais se recolhiam à noite (Lucas cap. 2); não havia lugar
para o casal na “rede” de hospedarias em Belém.
- O berço de Jesus foi o cocho onde os animais encontravam sua “ração”,
conhecido como manjedoura – o improviso foi total, porque não havia água
corrente nas casas, quanto mais no quintal; assim, Jesus foi limpo com alguns
panos, e outros mais serviram como sua primeira vestimenta (Lucas cap. 2).
- Jesus não nasceu no final do ano – como os pastores estavam guardando
seus rebanhos à noite, isso ficava totalmente improvável devido às baixas
temperaturas locais em Dezembro.
- A viagem de Nazaré a Belém, localidades correspondentes à residência
familiar de José e Maria, e destino, por razões de recadastramento, ordenado
por César Augusto, a autoridade romana em exercício – Maria com seu
barrigão de nove meses pode ter tido até o processo de gravidez acelerado em
uns dias, tentando equilibrar-se na montaria, com grande desconforto, por
mais de 150 km. Nossos médicos podem atestar se isso seria possível – uma
vez que hoje em dia até viajar de avião é proibido após o 7º mês de gravidez.
- Jesus nasceu de uma virgem – hoje em dia isso é perfeitamente possível
pela tecnologia, onde a inseminação pode ser exercida a qualquer tempo e
idade – esse fato foi fartamente anunciado pelos profetas do Velho
Testamento e até por citações no livro de Salmos, o que representava algo
sobrenatural; mas todos os fatos eram de conhecimento e aceitação da
maioria do povo judeu, por serem ensinamentos bíblicos (pelos livros escritos
e conhecidos na época, e não como hoje com o total de 66 livros na Bíblia),
mas principalmente aceitos pelo casal José/Maria – daí a citação de que José
não teve relações sexuais com Maria até que ela deu à luz seu filho, Jesus
(Mateus cap. 1).
- Jesus não foi o único filho de José (pai adotivo) e Maria – Lucas cap.2
revela que Maria deu à luz seu primogênito – primogênito é o primeiro filho
e unigênito é o único (ver citações de irmãos e irmãs, inclusive com nomes,
em Lucas cap. 8, João cap. 7 e outros).
- Boas novas de grande alegria – os pastores, ao receberem a mensagem do
anjo, ficaram inicialmente aterrorizados (qualquer pessoa diferente do normal
que surja à nossa frente repentinamente, pode meter-nos medo!). Mas,
depois, entusiasmaram-se com a notícia e a necessidade de sua confirmação -
o nascimento do rei e libertador do povo – e deixaram os rebanhos, correndo
para Belém, com uma pista de onde encontrá-lo. Acharam tudo e todos como
anunciado. Adoraram o bebê na sua simplicidade campestre. Confira no
Evangelho de Lucas cap. 2.
Saindo do “presépio”, voltaram às suas bases anunciando a todos que
encontraram pelo caminho essa boa nova predita há centenas de anos, e que
agora começava a se formalizar e se humanizar.
- O engano – entre as coisas e fatos que se sucederam após o nascimento de
Jesus relatadas pelos evangelistas, estão a circuncisão do bebê ao 8º dia de
vida (quando recebeu o nome Jesus), a apresentação no templo em Jerusalém
confirmada com o sacrifício de dois pombinhos (ou rolinhas) conforme
previsto na Lei Mosaica por ser um filho homem, as profecias de Simeão e de
Ana, no templo, e a volta a Nazaré, na Galileia (Evangelho de Lucas cap. 2).
Mas a vinda dos magos do Oriente (relatada no Evangelho de Mateus cap. 2),
que também comentei em outro artigo, trouxe sinais de predição: ouro,
presente para rei – e que teve o caráter de subsistência para a família, por
conta da fuga empreendida em seguida por José e Cia. para o Egito, devido à
ordem do rei Herodes para serem sacrificados os meninos (homens) com
idade inferior a dois anos; o incenso, como o elemento espiritual, assim como
a oração que sobe ao céu feito fumaça; e a mirra, elemento utilizado na
cerimônia de embalsamamento dos corpos desde o Egito antigo, antevendo,
desde então, a morte de Cristo na cruz do Calvário.
Não preciso ser matemático nem professor de línguas para comparar os textos
que se referem a Jesus como bebê (no nascimento) e menino (na visita dos
magos), para entender que ele podia ter até dois anos, como entendeu
Herodes na conversinha que teve com os magos no seu palácio em Jerusalém.
Para frustração de muitos, os magos não estiveram no presépio.
- O inexplicável em tudo isso – é o amor de Deus, pai – ou mesmo
inacreditável – porque Ele deu Seu Filho Unigênito por amar tanto a
humanidade (passada, presente e futura), de modo que todo aquele que nEle
crer, tem a vida eterna. Confirme no Evangelho de João cap. 3 versículo 16.
Sem qualquer sacrifício, contribuição, doação, voto, pena ou qualquer outra
coisa sua que não seja a fé e a aceitação do Senhor Jesus, aquele bebê que se
tornou o Salvador de toda a humanidade que creu, crê e ainda crerá.
É Natal!
Começo a ler minha Bíblia logo na primeira página. É o livro do Gênesis. E
gênese quer dizer início, princípio. Portanto, onde, quando e como tudo
começou.
No princípio, Deus, portanto pré-existente, criou todo o universo em cinco
dias. E olhe que nós nem o conhecemos todo, ainda. Vira e mexe, algum
novo planeta é descoberto. E nada existia antes; foi como num estalar dos
Seus dedos “mágicos” e as coisas foram surgindo: além dos animais e
vegetais, mares e rios etc. etc., só para mencionar este nosso planeta. Faltava
alguém para cuidar de uma pequena parte da Terra - um extenso jardim.
Então, no sexto dia, Ele juntou um pouco de pó da terra (deve ter molhado
um pouquinho para dar liga, não é?) e criou um novo ser que chamou de
homem, à Sua imagem e semelhança. Um pouco mais adiante Ele criou a
mulher, tomando uma parte do homem. Foram os únicos seres criados por
suas próprias mãos; tudo o mais foi por Sua ordem explícita, falada.
Tudo ia muito bem até que apareceu um ser habitual no jardim em que
moravam e cuidavam, falante e maneiroso (a essa altura o homem se
chamava Adão e ela, Eva). A Bíblia chama-a de serpente. Pois não é que a tal
serpente convenceu a mulher de que a ordem de Deus para que o casal não
comesse do fruto de certa árvore nada tinha a ver com eles (aliás, eram duas
as árvores que não podiam ser tocadas: a do bem e do mal – Gênesis cap. 2
vers. 16 e 17 - e a da vida – cap. 3 vers. 22 !). Ela comeu primeiro e levou
também o fruto para Adão que também o comeu. Pronto! Estava selado o
rompimento das relações entre o Criador e a criatura, pela desobediência da
ordem divina que eles receberam anteriormente.
 
Deus repreendeu o casal (Gênesis cap. 3 vers. 10 a 13) e também falou com a
serpente (vers. 14 e 15) quando anunciou a vitória sobre ela (que
personificava o Diabo) por “alguém” que esmagaria sua cabeça, e retirou o
casal do Jardim do Éden ou Paraíso, como querem alguns, quando passaram a
“trabalhar para comer”, em lugar de só desfrutar do que já estava plantado.
Anos mais tarde, ou melhor, séculos, encontramos novas e muitas referências
a esse “alguém” no Antigo Testamento bíblico: livros de Salmos, Isaias,
Jeremias, Daniel, Oséias, Miquéias, Malaquias, Zacarias (pelo menos), com
informaçõessobre Seu nascimento (inclusive o local), Sua vida e Sua morte
(inclusive o tipo de sacrifício), e também a Sua ressurreição.
As referências a “essa pessoa” que o profeta Isaias faz são tão reais que nos
surpreendem depois que lemos sobre a vida de Cristo nos Evangelhos. Tudo
foi integralmente cumprido em Sua vida do nascimento à morte e
ressurreição.
Quando os magos, aqueles astrólogos (ou sábios) orientais que os Evangelhos
relatam (os textos bíblicos não informam tratar-se de reis) identificaram o
aparecimento de uma nova estrela no céu, a mais brilhante de todas, trataram
de conferir os textos proféticos que conheciam, e logo entenderam tratar-se
do nascimento de um rei. Aprontaram suas bagagens e a condução
(camelos?), uns presentes, mantimentos, e resolveram seguir o facho de luz
que ela emitia, mesmo sem saber para onde iam. E não é que ela parecia se
deslocar à medida que eles procuravam viajar na sua direção?
O tempo de viagem não foi curto (Meses? Talvez mais de um ano?) e quando
chegaram a Jerusalém, logo se dirigiram ao palácio real, porque a estrela dera
uma “estacionada” por lá. Ora, rei nasce em palácio, era a lógica para eles (e
para nós também)! Ninguém havia nascido recentemente lá no palácio de
Herodes, o rei imposto pelo governo romano dominante naquele país e
vizinhanças. Saíram para repensar o que fariam. À noitinha, a estrela voltou a
brilhar e deslocar-se para o sul. E lá foram eles, até que a estrela parou de vez
sobre uma vila. Era Belém, a terra natal do mais importante dos reis daquele
país, Davi, cuja fama percorreu o mundo conhecido, bem como a de seu
filho, Salomão.
Lá chegando, ficaram sabendo de um acontecimento sobrenatural ocorrido
algum tempo antes, porque uns pastores que estavam guardando os rebanhos
no campo anunciaram ter visto e ouvido um coro de anjos no céu, que
anunciava o nascimento daquele que salvaria o povo, conforme as profecias.
E eles encontraram um bebê em um cocho (local em que se colocava a
forragem para os animais comerem), no fundo de quintal de uma casa. Quase
ninguém deu importância ao fato por conta da simplicidade daquele
acontecimento, da falta de pompa e de anúncio geral ao povo – rei não nasce
em fundo de quintal, nem se deita em manjedoura, nem fica enrolado em
panos como os pastores relataram!
Quem ia acreditar naqueles “pobres de marré”, disseram alguns moradores da
vila quando os magos perguntaram, inclusive informando quanto tempo já
teria transcorrido (calculado pelo tempo dos preparativos e da viagem)? Mas
a estrela estava lá, e seu facho de luz incidia sobre uma casa.
Bateram à porta e Maria os atendeu, mostrando o garoto a quem procuravam.
Eles o adoraram e entregaram os presentes que trouxeram do Oriente: ouro
(presente para rei), incenso (simbolizando oração e culto era também usado
para ungir um novo sacerdote) e mirra (usava-se para embalsamar um morto
e para curar ferimentos). Tudo isso foi usado na vida de Jesus: o ouro, por
exemplo, foi muito útil para bancar a viagem de fuga da família (José, Maria
e o menino Jesus) para o Egito (país vizinho, mas distante), por conta do
despacho de Herodes para matar todos os meninos hebreus abaixo de dois
anos de idade.
Vale lembrar que José e Maria vieram de Nazaré a Belém para cumprir com o
dever de cidadãos - um recenseamento obrigatório na cidade de origem dos
ancestrais, ou seja, o rei Davi – uma espécie de “prova de vida” que a
Previdência ainda hoje impõe a certos correntistas. Daí a solução alternativa
de se alojarem no curral de uma casa por falta de condição de hospedagem na
vila, uma vez que Maria já apresentava sinais do parto próximo. Era outro
cumprimento de profecia.
A Bíblia não menciona se os animais estavam por lá, mas acredito que não,
porque o bebê seria molestado no cocho em que o colocaram (o primeiro
bercinho do primogênito). Pequena cobertura na área, pouca higiene, falta de
água corrente... enfim, tudo era muito simples, rudimentar. Os pastores foram
bem recebidos pelo casal, que facilitou a visita, permitindo que eles vissem o
bebê e o adorassem. Caso o nascimento tivesse ocorrido no palácio, os
pastores nem teriam passado do portão de entrada!
O Salvador anunciado pelos profetas “furou” o esquema de luxo esperado
para um nascimento real, não porque o Pai (Deus) nem tivesse condição de
“bancar” o atendimento por médicos, enfermeiros, hospital de primeira etc.,
dando conforto à parturiente e ao bebê, mas para cumprir as profecias que já
mencionei. Ele dera Seu próprio Filho, encarnado, para cumprir uma missão
especial e única – a de salvar o ser humano, redimindo seus pecados e
tornando-o filho também, com direitos iguais de vida eterna. Esse Filho,
também pré-existente como o Pai (Façamos o homem à nossa imagem e
semelhança – Gênesis cap. 1 vers.26 e O homem se tornou como um de nós –
Gênesis cap. 3 vers. 22) é Jesus.
A fuga para o Egito nem foi bem percebida pelos habitantes da vila, também
por ter sido de madrugada. Afinal, eles nem conheciam bem o povo da vila e
tiveram que se adaptar por algum tempo – José procurando emprego (era
carpinteiro) e Maria cuidando do menino e da casa depois que se mudaram
para lá. Depois passaram a ter a mesma “vidinha” lá no Egito, ao que parece.
Até que um dia José teve uma nova visão (parecida com o anúncio da
gravidez sobrenatural de Maria) sobre a morte de Herodes, o rei que mandara
matar os garotos, e decidiu voltar com a família, só que para Nazaré (terrinha
boa e acolhedora, onde cresceram e tiveram ótimos relacionamentos). E aí,
cumpriu-se mais uma das profecias – a de que Jesus seria chamado Nazareno
pelo profeta, conforme citação em Mateus cap. 2 vers. 23 (essa é uma das
profecias não escritas – por tradição oral).
Qual das estrelas que admiramos (ou pesquisamos) no céu, entre milhões e
milhões delas, é a “estrela de Belém”? O importante é que ela continua lá,
brilhando (nunca mais se apagou), porque Cristo está vivo e continua sendo
anunciada a mensagem de seu nascimento, vida, morte e ressurreição, para
salvar os que o aceitam como Salvador, através do Seu sacrifício na cruz do
Calvário, em nosso lugar.
Natal é tempo de louvar a Deus e agradecer tudo o que tem feito. É tempo de
Cristo nascer no coração de cada um. Dê sua vida de presente a Ele! Vamos
comemorar o aniversário de Cristo, mesmo que a data não seja confirmada
pelos estudiosos, mas porque separamos esse dia para lembrar que Ele é
nosso Redentor, Mestre e Irmão.
Que Deus o abençoe!
Feliz Natal!
Feliz Ano Novo (com Jesus no coração)!
Uma noite incomum
- Boa noite, “seu” José!
- Boa noite!
- Vocês estão bem?
- Sim. Agora tudo está mais calmo. Maria, minha mulher, está descansando e
o bebê está dormindo há algum tempo. Nem chorou mais!
- Que bom! O senhor poderia atender alguns homens que o procuram? Não se
preocupe; eles parecem ser gente simples, do bem, e estão muito curiosos
para saber o que aconteceu por aqui. Leve esta lamparina para clarear um
pouco.
- Claro. Vou atendê-los. Muito obrigado por nos acolher assim de modo tão
repentino. Acabamos de chegar de Nazaré; Maria já estava com as dores do
parto. Obrigado também pelos panos e a bacia, que foram muito úteis na hora
do parto. E pela faquinha. Depois eu lavo tudo e lhe devolvo.
- Não se preocupe. Sabemos bem o que é nascer uma criança. Pena que vocês
não tenham encontrado um lugar melhor, mas é o que pudemos arrumar aí
nos fundos. Ao menos é um lugar coberto. A cidade está cheia de muitos
peregrinos nestes dias.
- Está tudo bem; obrigado, mais uma vez.
- Se pudermos fazer algo mais, é só pedir.
- Fiz uns improvisos lá nos fundos. O cocho dos animais eu preparei para
servir de bercinho. Ainda bem que está quente e os animais não voltaram do
pasto. Também procurei juntar a serragem e forrar com uma manta para
minha mulher poder se deitar um pouco. Agora vou atender as visitas.
- Olá, senhores. Em que posso ajudar?
- Desculpem-nos pela hora que chegamos. Já devem estar todos dormindo.
- Acabamos de chegar do campo aqui pertinho de Belém. Somos pastores de
ovelhas. É que aconteceram coisassurpreendentes e incríveis por lá.
- Primeiro, foi um coro como de anjos cantando no céu durante a noite e com
muita luz ao redor deles. Eram músicas maravilhosas!
- E um dos anjos nos disse para não ficarmos assustados, mas que tinha uma
ótima notícia. Ele disse que tinha nascido bem pertinho, aqui em Belém, o
prometido nas Sagradas Escrituras, o Salvador. E que o sinal para
confirmarmos é que o bebê estava envolto em panos e deitado numa
manjedoura.
- Viemos perguntando aqui e ali, até sabermos que um casal vindo de fora
tinha se alojado nesta casa, e que o bebê que esperavam já tinha nascido.
- Podemos vê-lo? Podemos?
José respondeu:
- Claro. É um menino! Venham comigo até o curral. Ele está lá. Falem baixo,
por favor, para não o acordarem.
Apressadamente eles seguiram José até os fundos, a um rancho coberto e bem
simples, e... eles o viram! Imediatamente se ajoelharam perante o bebê e não
podiam conter a alegria.
- Nossa, que maravilha! Tudo conforme o anjo nos relatou agorinha mesmo!
- E como é lindinho!
- Glória a Deus Jeová porque confirmou suas promessas e nos deu esse
privilégio de vermos com nossos olhos o próprio Messias, o Filho de Deus!
Disse José:
- O menino se chamará Jesus, porque Ele salvará o povo dos seus pecados.
Ele foi concebido em Maria, minha mulher, também por um anjo, antes
mesmo de nos casarmos. Estamos aqui em Belém para atender ao decreto do
governador romano, César Augusto, para nos alistarmos. E como somos da
descendência do rei Davi, tivemos que viajar para sua terra natal.
- Precisam de alguma ajuda? Somos pobres, mas gostaríamos de poder ajudá-
los.
- Não, obrigado. Só acho que precisarei arrumar um emprego por aqui para
que eu possa sustentar a família, até saber que rumo “as coisas” tomarão.
Mas, por enquanto, está tudo bem.
- Vamos indo, então. Não podemos conter nossa alegria.
- Podemos contar aos nossos amigos o que aconteceu e o que vimos?
- Claro. Voltem quando puderem!
- Até logo!
- Até logo! Que Deus os acompanhe!
Os pastores saíram cantando pelas ruas, naquelas altas horas da noite, a
música que os anjos cantaram no céu:
“GLÓRIA A DEUS NAS ALTURAS,
E PAZ NA TERRA AOS HOMENS
A QUEM ELE CONCEDEU SEU FAVOR”
À medida que iam cantando, caminhando e saltitando, alguns vizinhos foram
saindo das casas para ver o que estava acontecendo. E os pastores contavam a
todos, quase gritando:
- Nasceu Jesus, o Salvador prometido! Nasceu Jesus!
E aquela noite ficou marcada para sempre! Era noite de Natal!
ALELUIA!
A Páscoa
 
A libertação do povo hebreu do cativeiro egípcio
e a comemoração simbólica desse fato
A Páscoa – instituição e uso
A primeira referência à Páscoa está no livro do Êxodo, o segundo livro da
Bíblia, cap. 12: foi a instituição dessa cerimônia pelo próprio Deus. No
primeiro mês do ano judaico (nada a ver com o Janeiro atual, aceito por quase
todos os países e povos como o primeiro mês do ano) devia ser sacrificado
um animal de pequeno porte (cordeiro ou cabrito), assado ao fogo e comido
com ervas amargas acompanhado de pão sem fermento, ao pôr do sol (que
corresponde às 18h, quando começa o dia judaico). Em outras palavras, um
churrasco com carne fresquinha e verduras. Não valia cozinhar a carne nem
servir mal assada. Curiosamente, o animal devia ser assado por completo e
comido idem (cabeça, corpo, miúdos etc.). E não podia sobrar um pedaço
sequer, mesmo que fosse servido a mais de uma família. O animal deveria
estar confinado há quatro dias para verificação de sua qualidade, pureza etc.
Caso as pessoas não dessem conta de comer tudo, o resto da carne voltaria ao
fogo e seria torrado (queimado).
A esta “cerimônia” Deus chamou Páscoa do Senhor, e deu ordem ao líder do
povo hebreu (na época eram escravos dos egípcios) para comunicar a ordem
a todos que assim fizessem no 14º dia desse mês. Entre outras
recomendações, Deus disse a Moisés (o líder do povo hebreu), que, nessa
primeira comemoração, o sangue do animal sacrificado deveria ser espargido
nos batentes das portas de entrada das casas onde seria realizada a celebração,
com um caniço de hissopo.
 
E outra coisa mais: todos os participantes deveriam estar completamente
vestidos e prontos para sair (nada de “pijamas” e sem calçados nos pés). Deus
também comunicou que nessa noite da celebração Ele mandaria um anjo, um
anjo de morte, que entraria nas casas cujos batentes não estivessem
devidamente sinalizados com sangue, e mataria o primogênito da família e
dos animais (lembro que na cultura hebreia e judaica, o primogênito era
detentor de vários privilégios na família, além de ter sido dedicado ao Senhor
– coisa que outros povos também adotaram, dedicando-o aos seus deuses).
Essa primeira cerimônia significou a libertação do povo hebreu do cativeiro
egípcio, porque nessa noite todas as moradias dos egípcios foram “visitadas”
pelo anjo de morte, além das casas dos hebreus que não tivessem sinalizado
suas portas, com o filho mais velho sendo morto. E o choro, a lamentação e a
dor foram tão grandes, que essas famílias ficaram sem ação para agir.
Essa comemoração se perpetuou; tanto é que uns 1600 anos depois, ainda era
respeitada e cumprida (exceto o espargimento do sangue nos batentes). Prova
disso é que os evangelistas bíblicos (Mateus, Marcos e Lucas) narram essa
celebração com detalhes, numa reunião de Jesus Cristo com os apóstolos, às
vésperas de sua crucificação e morte.
Nesses relatos, os discípulos foram incumbidos de preparar a Páscoa em uma
casa emprestada, ao anoitecer. Jesus, então, anunciou sua morte próxima
(ocorreria em menos de 24 horas) e estabeleceu como símbolos os próprios
elementos desse jantar: o pão representaria seu corpo, e o vinho, seu sangue.
Nessa mesma noite Jesus foi entregue pelo traidor (Judas) aos guardas e à
multidão de judeus que os acompanhavam, insuflados por autoridades
religiosas que o levaram aos governantes romanos. Estes, no dia seguinte,
através de um julgamento totalmente irregular e muito rápido, condenaram-
no e o crucificaram por volta do meio dia. Era 6ª feira, véspera do final de
semana sagrado e feriado de Páscoa. Durante a viagem do povo de Israel pelo
deserto, que demorou 40 anos, do Egito à Terra Santa, foi também instituído
por Deus o sacrifício de animais e de aves, pelos sacerdotes, em favor do
perdão dos pecados dos hebreus.
Comparações entre a primeira Páscoa e esta com a participação de Jesus: uma
das figuras da primeira Páscoa era o animal a ser morto e comido; nesta nova
Páscoa instituída por Jesus, ele era o substituto do animal, cujo “corpo” era
comido e o “sangue” bebido, simbolicamente; em lugar de se espargir o
sangue do animal nos batentes das portas da primeira Páscoa, nesta, o sangue
real de Jesus correu pela cruz. O “anjo da morte” atingiu apenas a Jesus, que
representava o Cordeiro e o primogênito perante o Pai (Deus), que a essa
altura O tinha deixado só, com toda a carga de pecados da humanidade
passada, presente e futura.
Esse sofrimento de Cristo já tinha sido relatado por profetas (ver Isaías cap.
53) e até nos Salmos (cap. 22). Também a Páscoa de Jesus foi comida à noite,
como que em família (com seus 12 discípulos). O hissopo também se repetiu,
quando os guardas ofereceram uma cuia de vinagre na ponta de um caniço a
Jesus na cruz.
A Páscoa sempre simbolizou libertação. Para os antigos hebreus, foi a saída
da escravidão egípcia. Para os contemporâneos de Jesus e de todas as
gerações anteriores e posteriores à sua morte, significou e ainda significa a
libertação dos pecados, oferecida a todo aquele que aceita o sacrifício dele
(morte) em seu lugar. Veja I Coríntios cap. 5 vers. 7b.
Uma nova Páscoa está prometida por Jesus para aquele dia em que vai
receber em seu reino todos que o aceitaram como Salvador pessoal e Senhor
de suas vidas. Veja Mateus cap. 26 vers. 29; Marcos cap. 14 vers. 25; Lucas
cap. 22 vers.16. Você estará lá?
Semana Santa 
x Ovo de Páscoa
Coelhinho da Páscoa que trazes pra mim?
Um ovo, dois ovos, três ovos assim? (X2)
Coelhinho da Páscoa que cor eles têm?
Azul, amarelo, vermelho também?(X2) (Olga B.
Pohlmann)
Aí, já começo a me confundir – o que o coelho ou o ovo têm a ver com a
Páscoa?
Convido Você a acompanhar meu raciocínio “engenheiril” (como dizia um
professor de arquitetura na antiga Escola de Engenharia Civil nos anos 60 – e
eu era um dos seus alunos).
Primeiro, o ovo: ovo tem o sentido de continuação da espécie. Não de
perpetuação, mas de continuidade. Ovíparos botam ovos que, se estiverem
“galados”, são chocados e geram outros seres da mesma espécie. Outros
animais, como os humanos, também são gerados a partir de um ovo (o óvulo
da mulher). Aí nasce um novo “exemplar” da raça humana. As características
de pai e de mãe são transmitidas aos filhotes, o que aprendemos ser o tal
DNA.
Várias são as expressões na língua portuguesa que usam o ovo como mote:
pisar em ovos, ovo de Colombo e até o ovo de Páscoa. Os ovos de Páscoa,
primeiramente, vieram pintados; depois, vieram os ovos de açúcar e, mais
recentemente, os de chocolate, cada vez maiores e mais recheados,
embrulhados em folhas multicoloridas.
Segundo, a Páscoa: Páscoa tem o sentido de libertação e está ligada à
formação do povo judeu – desde que os hebreus cativos no antigo Egito (no
tempo dos faraós – veja Êxodo cap. 1 vers. 8 e seguintes) foram libertos sob o
comando de Moisés, caminhando por 40 anos no deserto do Sinai até
chegarem à Terra Prometida, tem sido comemorada essa libertação
anualmente (veja Êxodo cap.12 vers. 8 a 11 e evangelho de Mateus cap. 26
vers. 17). Eles comiam pão sem fermento, carne assada com ervas amargas e
bebiam vinho.
Acontece que foi exatamente numa dessas comemorações que Jesus Cristo
foi morto, por um sistema cruel criado pelo Império Romano: a cruz. Com a
chegada dos “feriados” de Páscoa, o seu julgamento foi acelerado,
ultrapassando os requintes malévolos de manipulação do sistema jurídico
local e internacional da época, e das pessoas envolvidas na decisão. Pilatos,
governador que tinha o poder de libertar Jesus, declarou-o inocente, mas...
lavou as mãos, entregando-o aos inimigos, que o crucificaram.
Assim, o ovo (óvulo) de Maria fecundado por obra divina, e que gerou Jesus
como homem, mas com o DNA de Deus Pai, morreu em meu e em seu lugar,
para nos dar a Páscoa da libertação no dia da Sua ressurreição, o domingo de
Páscoa (“Porque Deus tanto amou a humanidade que deu o Seu Filho
Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a Vida
Eterna” - evangelho de João cap. 3 vers. 16)! E com a diferença maior de
perpetuar (após a morte) a espécie agora gerada – a dos salvos por Jesus
Cristo – dando-nos Vida Eterna.
Por isso, digo que a festa máxima da cristandade é a comemoração da
ressurreição de Cristo, no domingo de Páscoa.
 
Páscoa – ontem e hoje
O período da Quaresma foi instituído para ser um tempo de recolhimento
espiritual e de algumas privações, principalmente gastronômicas (não comer
carne e derivados, por exemplo), o que devia levar o fiel religioso a uma
sensação de fraqueza física. A Quaresma corresponde aos quarenta dias que
antecedem a Páscoa (festa religiosa cristã). Façam as contas no calendário,
retroativamente, e chegarão ao Carnaval (festa profana), criada alguns
séculos mais tarde.
O “start” das comemorações da Páscoa pode ser lido em sua Bíblia, no livro
do Êxodo cap 12: o povo israelita tinha crescido enormemente em termos
populacionais, no exterior, a partir de um jovem vendido por seus próprios
irmãos. A caravana que o adquiriu, revendeu-o a algum egípcio e lá (no
Egito) ele passou sua juventude, com pontos altos e quedas, até a prisão. Mas
por sua fidelidade aos princípios de Deus que marcaram sua mente desde a
infância, galgou o mais alto posto político: chegou a ser governador do Egito
(logo abaixo do Faraó)!
Por conta de um tempo de “vacas magras” mundial, e como ele tinha
preparado os celeiros egípcios para enfrentar esse período (por revelação de
Deus), muitos estrangeiros chegaram para comprar mantimento, inclusive sua
própria família. Sem ressentimentos, ele os convenceu a permanecer no
Egito. Só que depois, com o crescimento populacional dos hebreus ao longo
dos anos, surgiu uma preocupação que chegou ao novo Faraó (José, o “rapaz”
em questão, já havia falecido) e tudo foi conduzido para transformar esses
imigrantes em escravos. Foram tempos difíceis para todos eles.
Daí vem a Páscoa, ou tempo de libertação: Deus providencia um plano no
qual todos que marcassem os batentes das portas da frente com sangue de
cordeiro seriam livres de uma maldição – a morte dos primogênitos. Isso
valia para nativos (que não foram informados da “senha”) e hebreus. Estes
estavam preparados com bagagem e provisão (pão sem fermento). Houve
choro e dor por todo o Egito naquela noite. Foi a noite da libertação, quando
todo o povo hebreu saiu de suas casas e cidades em direção à Terra
Prometida, vagando pelo deserto por quarenta anos (por sua própria
desobediência ao longo do caminho) – o percurso poderia ter sido abreviado
para uns poucos meses.
Na comemoração dos hebreus, a Páscoa sempre teve a importância de
relembrar o passado de escravidão e libertação, e se perpetuou pelos séculos
chegando a nós, ano após ano. Com algumas diferenças.
Lembram como na aproximação das caravelas (Santa Maria, Pinta e Nina) da
costa brasileira depois de meses singrando os mares ao sul de Portugal, logo
foi dado o nome a um monte que aparecia ao longe, de Monte Pascoal? Pois
é, era a Semana Santa, na tradição religiosa portuguesa. Só que tradição
acaba se deteriorando com o tempo, sendo substituída por outras “coisas”,
relegada ao segundo e terceiro planos, e só uns poucos permanecem fiéis aos
princípios.
Na véspera da Páscoa ocorreu a morte; e a ressurreição de Cristo, nosso
Senhor e Salvador, no domingo: o próprio Deus que havia encarnado e nos
ensinou o Caminho de volta ao Pai, de quem nos desligamos desde Adão no
Paraíso. Na Páscoa original, um animal tinha que ser morto para pintar os
batentes das portas com seu sangue, e se comia pão sem fermento com ervas
amargas. Na Páscoa de hoje tem coelho (que não morre e só serve para
brincadeiras das crianças), e o que se come é chocolate.
Quando João Batista, o primo de Jesus, filho da tia Isabel, que batizava os
que se mostravam arrependidos dos pecados, anunciou a aproximação de
Jesus - “Vejam. É o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”
(evangelho de João cap. 1 vers. 29) – já estava pré-anunciando o que
aconteceria com “esse” cordeiro. Pois foi na comemoração da Páscoa judaica
que Jesus foi sacrificado, tendo ressuscitado no domingo – o domingo de
Páscoa.
A coisa mais importante do cordeiro a ser sacrificado nas comemorações
pascoais era que ele fosse perfeito; nem uma manchinha era permitida,
porque Deus seria ofendido com uma oferta de “segunda”. A forma da
comemoração foi dada por Deus a Moisés no deserto do Sinai (durante a
caminhada dos 40 anos) e podia ser celebrada por israelitas e também pelos
estrangeiros.
Jesus (várias vezes na Bíblia é mencionado como Cordeiro) era o único sem
pecados no mundo (antes e depois dele), e só Ele, perfeito como o Pai tinha
criado, podia ser sacrificado em nosso lugar, perdoando nossos pecados e
abrindo o caminho para a Vida Eterna.
 
Paralelos:
Roteiro original (como de filme ou peça de teatro): morte do cordeiro
(animal), sangue sobre a madeira (batente), salvação com o caminho para a
Terra Prometida.
Roteiro modificado: morte do cordeiro (Jesus), sangue sobre a madeira
(cruz), salvação com o caminho para a Vida Eterna.
Para a libertação do povo israelita do Egito teve que “rolar” sangue de um
animal. Para a libertação da humanidade do pecado, da justiça e do juízo,
também teve que “rolar” sangue - de um “cordeiro humano”. Por isso só por
Ele há salvação: “Não há salvação em nenhum outro, pois, debaixo do céu
não há nenhum outro nome dado aos homens pelo qual devamos ser salvos”
(discurso do apóstolo Pedro registrado no livro de Atos cap. 4 vers. 12).
Porque comemorar de forma diferente? Vejam uma boa receita no conselho
do apóstoloPaulo em sua Primeira Carta aos Coríntios cap. 5 vers. 7 e 8:
“Livrem-se do fermento velho, para que sejam massa nova e sem fermento,
como realmente são. Pois Cristo, nosso cordeiro pascal, foi sacrificado. Por
isso celebremos a festa, não com fermento velho, nem com o fermento da
maldade e da perversidade, mas com pães sem fermento, os pães da
sinceridade e da verdade.”
 
GLORIA IN EXCELSIS DEO! AMÉM!
 
 
 
 
 
 
 
Temas Diversos
Coletânea de artigos escritos
nos últimos anos
Há vagas
THURMON EARL BRYANT, missionário batista norte americano (já
falecido) e que falava a língua adotiva (o português) melhor do que muitos
brasileiros natos, concluía cada cerimônia de batismo na igreja com uma
expressão que terminava assim: “... e ainda há lugar”.
Afinal, o que é que ele queria dizer? Que havia lugar em sua casa? Na igreja?
Na escola? No “trem da vida”? Em algum lugar? Claro - havia lugar em
algum lugar presumido por ele.
Quando Jesus Cristo declarou a seus discípulos “vou preparar lugar para
vocês” (Evangelho de João cap. 14 vers. 2 e 3), Ele quis dizer que a casa do
Pai (Deus Pai) tinha muitos aposentos (ou moradas), mas que precisavam de
um acabamento, de uma decoração, de complementos, de arrumação, talvez
de uma identificação com o futuro morador. Esse lugar aonde Cristo ia é que
chamamos CÉU. Não o céu firmamento onde os astros, estrelas, nuvens,
aviões, naves, satélites etc. flutuam e se movem. Era o céu descrito no último
livro da Bíblia, o Apocalipse, fruto das visões do final dos tempos pós vida
terrena, escrito pelo mesmo João, evangelista e apóstolo que acompanhou
Cristo por todo o Seu ministério de três anos, ainda jovem, e agora no exílio
na Ilha de Patmos, na Grécia, com 90 anos.
Esse céu tem luz ambiente (o próprio Deus presente é a luz – Apocalipse cap.
21 v. 23 e cap. 22 v. 5), tem moradas (como referido acima), tem ruas (a
avenida principal é de ouro puro – Apocalipse cap. 21 v. 21), tem árvores
(como a árvore da vida, criada no Jardim do Éden – Gen. cap. 2 v. 9 – e
“transplantada” para o céu – Apocalipse cap. 22 v. 2), tem rios limpíssimos
como cristal (Apocalipse cap. 22 v. 1), tem instrumentos musicais
(Apocalipse cap. 9 v. 1 entre outros), tem gente e roupas (Apocalipse cap. 22
v. 4 e outras referências). Tem até comida e bebida (prometidas por Jesus no
Evangelho de Mateus cap. 26 v. 29) para a “cerimônia de casamento” com a
igreja (chamada de noiva), representada por todos os salvos – uma espécie de
inauguração do Céu!
Sem relógio e sem noite, não há como controlar ou contar o tempo. Sem
corpo físico não há doença, imperfeição, deficiência, cor, raça. Nem homem
nem mulher. Assim é o Céu.
Deus “deseja que todos sejam salvos e cheguem ao conhecimento da
verdade” (1ª Carta do Apóstolo Paulo a Timóteo cap.2 v. 4). Isso vale para
todos que viveram no passado, todos que vivem hoje, todos que um dia
nascerão e viverão futuramente. Isso também significa que os “muitos
aposentos” deveriam hospedar todos. Esse era o desejo declarado de Deus.
Mas nem todos entenderam, nem todos aceitaram a mensagem de salvação
cujo teor está na aceitação do sacrifício de Jesus Cristo na cruz do Calvário
em meu e em seu lugar, no lugar de cada ser humano.
Noé foi citado por Jesus, fazendo uma analogia entre a salvação da
humanidade pela arca e a salvação por Ele mesmo – os que estavam na arca
(oito pessoas) se salvaram; os que estavam fora dela pereceram (Evangelho
de Mateus cap. 24 v. 38).
Não perca a sua chance. Não perca seu lugar. Os braços abertos de Cristo na
cruz do Calvário podem fechar-se em torno de você para abraçá-lo, para
acolhê-lo... lá no Céu. As vagas estão abertas. Faça seu cadastramento com
Jesus Cristo em oração pessoal, com a declaração de fé e de aceitação do Seu
sacrifício em seu lugar, e de submissão à Sua vontade. A admissão é
imediata, e dará direito à vida eterna com Ele no Céu. Para sempre!
Lições de Matemática...
De Deus
Não são muitas as pessoas que gostam de estudar Matemática. Uns, por
dificuldade pessoal com os números; outros, por falta de entenderem e
acreditarem que isso vai ter influência em toda a sua vida; e ainda outros,
porque não receberam a informação adequada na época da formação escolar,
ou por influência de terceiros predispondo-os contra a Matemática.
A Matemática tem várias divisões e versões, como a Aritmética e a Álgebra.
Lá se aprendem os numerais, os cardinais, as quatro operações básicas etc.
(coisas às quais fomos estimulados a abrir mão em favor das teclas das
calculadoras – e nem estou incluindo aí as científicas).
Deus sempre usou a Matemática em sua “vida” e “obra”. O homem, ser
criado por Deus à sua imagem e semelhança, foi descobrindo isso ao longo
da história, usando a inteligência e outros sentidos dos quais foi dotado já no
ato da criação, quando Deus soprou a “vida” em seu nariz, estufando seus
pulmões e ativando todo o sistema vital. Depois, o “homem” criou a escola,
para passar o que tinha aprendido aos descendentes.
Vários desses homens escreveram textos inspirados por Deus e que vieram a
compor a Bíblia mais tarde, revelando a relação do próprio Deus com o ser
humano, buscando resgatá-lo para junto de Si depois da sua “queda” no
Jardim do Éden.
Os fatos foram transmitidos desde a criação, de pais para filhos (os primeiros
seres humanos viveram por nove séculos!) até o primeiro escritor,
provavelmente Moisés, o libertador do povo de Israel do Egito onde era
escravo, terminando com João, o Evangelista, apóstolo que viveu e
acompanhou o ministério do Senhor Jesus Cristo, no final do primeiro século
de nossa era.
Vejamos alguns textos bíblicos que nos ensinam como “funciona” a
Matemática de Deus: P. ex. Os sete dias da semana – Deus trabalhou seis dias
e descansou no sétimo. Ref. Gênesis cap. 2 vers. 2: “No sétimo dia Deus já
havia concluído a obra que realizara, e nesse dia descansou.” (versão NVI).
A partir dessa primeira semana, vieram o mês, o ano, o século.
Vamos perceber que a Matemática de Deus difere da dos homens em vários
aspectos, mudando substancialmente os valores e o resultado das operações,
o que nos coloca em desvantagem para entendê-la, porque usamos a Lógica
em nossa “inteligência”. Vamos a alguns exemplos:
Quando se soma 1 + 1 o resultado é 2, coisa que qualquer criança do
“prezinho” já sabe. Com Deus é diferente: 1 + 1 = 1. Veja o evangelista
Mateus cap. 19 vers. 4 a 6: “Vocês não leram que, no princípio, o Criador
‘os fez homem e mulher’ e disse: ‘Por esta razão o homem deixará pai e mãe
e se unirá à sua mulher, e os dois se tornarão uma só carne? (referência de
Jesus a Gênesis cap. 2 vers. 24). Assim, eles já não são dois, mas sim uma só
carne. Portanto, o que Deus uniu ninguém separe.” Confirmado na Carta de
Paulo aos Efésios cap. 2 vers. 14 a 16: “Pois Ele é a nossa paz, o qual de
ambos fez um e destruiu a barreira.” (versão NVI)
Quando se fala em espaço, dimensões de um objeto, logo vêm as
coordenadas x, y e z, ou seja, as três dimensões – comprimento, largura e
altura. Com Deus também é diferente: são quatro as dimensões. Veja na Carta
de Efésios cap. 3 vers. 17 a 19: “E oro para que, estando arraigados e
alicerçados em amor, vocês possam, juntamente com todos os santos,
compreender a largura, o comprimento, a altura e a profundidade, e
conhecer o amor de Cristo que excede todo conhecimento, para que vocês
sejam cheios de toda a plenitude de Deus.” (versão NVI)
Em qualquer classificação no nosso dia a dia, o primeiro é o primeiro, e o
último é o último (ou lanterninha nas nossas brincadeiras, principalmente as
relacionadas ao futebol). Com Deus, o primeiro não vale mais que o último.
Veja no livro do evangelista Mateus cap. 19 vers. 30: “Contudo, muitos
primeiros serão últimos, e muitos últimos serão primeiros.” (versão NVI)
O que recebemos por serviços prestados, geralmente é proporcional ao tempo
dedicado a isso. Para Deus, o pagamento por um dia de serviço é igual ao de
uma hora trabalhada.
Veja no Evangelho de Mateus cap. 20 vers. 11 a 15: “Quando receberam (o
pagamento da diária), começarama queixar-se ao senhor da vinha, dizendo-
lhe: ‘Estes homens contratados por último trabalharam apenas uma hora, e
o senhor os igualou a nós, que suportamos o peso do trabalho e o calor do
dia’. Mas ele respondeu a um deles: ‘Amigo, não estou sendo injusto com
você. Você não concordou em trabalhar por um denário? Receba o que é seu
e vá. Eu quero dar ao que foi contratado por último o mesmo que lhe dei.
Não tenho o direito de fazer o que quero com o meu dinheiro? Ou você está
com inveja porque sou generoso?” (versão NVI)
Sobre perdas e ganhos, Deus é muito diferente de nós. Veja no Evangelho de
Lucas cap. 12 vers. 19 a 21, a propósito de alguém que tinha ganhado muito:
“E direi a mim mesmo: Você tem uma grande quantidade de bens,
armazenados para muitos anos. Descanse, coma, beba e alegre-se. Contudo
Deus lhe disse: ‘Insensato! Esta mesma noite a sua vida lhe será exigida.
Então, quem ficará com o que você preparou?’ Assim acontece com quem
guarda para si riquezas, mas não é rico para com Deus” e evangelho de
Lucas Cap. 14 vers. 33: “Da mesma forma, qualquer de vocês que não
renunciar a tudo o que possui não pode ser meu discípulo.”
Ainda no Evangelho de Lucas cap. 18 vers. 29 e 30: “Digo-lhes a verdade:
Ninguém que tenha deixado casa, mulher, irmãos, pai ou filhos por causa do
Reino de Deus deixará de receber, na presente era, muitas vezes mais, e, na
era futura, a vida eterna.”
No Evangelho de Mateus cap. 19 vers. 21: “Jesus respondeu: Se você quer
ser perfeito, vá, venda os seus bens e dê o dinheiro aos pobres, e você terá
um tesouro nos céus. Depois, venha e siga-me.”
Na Carta do Apóstolo Paulo aos Filipenses cap. 3 vers. 7 e 8: “Mas o que
para mim era lucro, passei a considerar como perda, por causa de Cristo.
Mais do que isso, considero tudo como perda, comparado com a suprema
grandeza do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor, por quem perdi
todas as coisas. Eu as considero como esterco para poder ganhar Cristo e
ser encontrado nele.” (versão NVI)
E quando se compara o valor de uma pessoa com outra coisa? Deus revela no
Evangelho de Marcos cap. 8 vers. 35 a 37: “Pois quem quiser salvar a sua
vida, a perderá; mas quem perder a sua vida por minha causa e pelo
evangelho, a salvará. Pois, que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro e
perder a sua alma? Ou, o que o homem poderia dar em troca de sua alma?”
(versão NVI)
Enfim, tudo nos parece loucura total. E até o termo loucura tem outro
significado para Deus. Veja na 1ª Carta de Paulo aos Coríntios cap. 1 vers.
25: “Porque a loucura de Deus é mais sábia que a sabedoria humana, e a
fraqueza de Deus é mais forte que a do homem.” (versão NVI)
Agora é com você: chegou a sua hora de pesquisar na Bíblia através da
leitura e com a intenção de aceitar a sabedoria de Deus seja nos números, seja
em qualquer outro tema. Que Deus o abençoe e o inspire nessa busca.
 
A soberania é de Deus
(OU, QUEM É QUE MANDA AQUI?)
 
Alguns livros bíblicos, dentre os 66 do total, foram escritos por profetas. Esse
termo profeta não está exatamente ligado a quem prediz o futuro (em parte
eles fizeram isso), mas aos que transmitiam a outros as palavras que Deus
lhes tinha dito.
Alguns desses profetas foram chamados “maiores” porque escreveram mais
textos que os “menores”. É aí que se encaixa Daniel, nome israelita ou
judaico, também conhecido como Beltessazar, nome babilônico, pois na
Babilônia viveu parte de sua vida como um escravo “light”.
No sistema de conquistas dos reis antigos, às vezes tudo terminava numa
grande matança e saqueamento geral. Para não deixar dúvidas quanto aos
métodos reais, quem resistisse a um ataque de outro reino sofreria essas
consequências. Outros preferiam levar parte da população, seus tesouros,
deixando os que eram inválidos, improdutivos, fracos, inaptos etc. com o que
tinha “sobrado”.
Numa situação parecida com esta última, Nabucodonosor, rei de Babilônia,
conquistou o reino de Judá, segundo a Bíblia, com o consentimento divino
(pode ler no livro de Daniel cap. 1 vers. 1 e 2). Aparentemente sem luta, sem
sangue. Só cercando a capital, Jerusalém. Jeoiaquim, rei local, entregou-se.
Não porque era um rei “fracote”, mas porque não estava “plugado” com
Deus, na dependência dEle. Mas tudo acabou com acontecimentos
memoráveis, interessantes, sobrenaturais.
Nabucodonosor determinou ao seu chefe de gabinete que levasse alguns
jovens israelitas da família real e da nobreza local para a Babilônia. Foram
escolhidos a dedo: sem defeito físico, de boa aparência, cultos, inteligentes, e
que dominassem vários campos do conhecimento, além de capacitados para
servir no palácio real babilônico. Eram uns “gatos” esses jovens
universitários destinados a fazer um “estágio” de três anos no “BRP”
(Babylon Royal Palace – invenção minha à moda “hollywoodiana”). Veja
Daniel cap. 1 vers. 3 e 4. Lá, eles passaram a aprender a língua local, seus
costumes, cultura e literatura.
Posso relembrar aos leitores que a Babilônia ficou famosa por ter uma das
sete maravilhas do mundo antigo: os jardins suspensos (com inovações
fantásticas como a irrigação “automatizada”, por exemplo).
Outras maravilhas foram construídas por lá, como aqueduto, estradas,
edifícios etc. Era o que se pode chamar de um povo “adiantado” para a época,
culturalmente, politicamente etc. Tinham também sua religião (ou suas
religiões), como todos os povos existentes, com seus deuses naturais ou
esculpidos. E Nabucodonosor não podia deixar passar a oportunidade de dar
um “agradinho” ao seu deus, levando-lhe alguns dos utensílios do templo de
Deus em Jerusalém, depositando-os na “casa do tesouro” (Daniel cap. 1 vers.
2).
Parece que todo o tratamento dado a esses jovens “transferidos” para a
Babilônia era de um hotel de sete estrelas, porque a comida e a bebida
vinham da mesa de jantar “nabucodonosoriana” (Daniel cap. 1 vers. 5).
Todos estavam no “bem bom”. E não era ilusão!
Alguns desses jovens que vieram de Judá (uma das tribos originais do povo
israelita) eram Daniel (o autor do livro), Hananias, Misael e Azarias.
Está chegando o diretor da peça e nos convida a dar uma “olhadinha” no
cenário, porque algum evento está em andamento, e diz que não podemos
perder essa cena. Ah! É o “batismo” dos jovens, adquirindo um nome
babilônico em substituição ao israelita/judeu, ou seja, a cerimônia de
obtenção do RG local.
Lá vamos nós dar aquela olhada e (sem surpresas) vemos que Daniel passa a
ser chamado Beltessazar, Hananias passa a ser Sadraque, Misael para
Mesaque, e Azarias para Abede-Nego. Para mim, os nomes já eram
complicados antes e não trouxeram novidades, a não ser que tivessem algum
significado na língua local.
Voltemos para a narrativa geral. Percebe-se que o povo babilônico tinha uma
excelente formação, também, além de respeito a alguns dos direitos humanos,
de modo que era possível “negociar” com os gerentes locais sobre o
andamento do dia a dia dos jovens.
Vamos para outra “olhadinha” na sala do chefe de cozinha real:
Daniel/Beltessazar está procurando Aspenaz, o “chefe”.
Aumento o som para captar a conversa: ele está pedindo ao gerente geral para
não ser obrigado a comer a comida real, mas um outro tipo, como a
vegetariana, com água para beber em lugar de vinho. Aspenaz o chefe dos
oficiais está argumentando com Daniel que seu próprio pescoço pode ser
cortado se Sua Majestade vier a saber, mas Daniel lhe pede um tempo de
teste de dez dias (Daniel cap. 1 vers. de 8 a 14). Aspenaz aceita, arriscando-
se: alguma coisa em Daniel mostrava que ele podia estar certo.
Roda mais rápido o “VT” para dez dias depois e... nova “olhadela”: é o dia da
inspeção de Aspenaz na cozinha, nos funcionários e na “garotada importada”.
Vamos ao “close” dos “cameramen” sobre os nossos jovens: hum! Não é que
aqueles quatro (Beltessazar, Sadraque, Mesaque e Abede-Nego) estão com
melhor aspecto que os demais? Seus aspectos de saúde, força e disposição
são ainda melhores que os dos outros que comeram a comida da mesa do rei e
tomaram seu vinho.
LIÇÕES:
1- Deus pode agir em nosso favor mesmo quando achamos que estamosna
“pior”;
2- A “comida” que o mundo moderno oferece para a nossa mente, nosso
físico, nosso ânimo, pode não ser a melhor opção; vale a pena buscar outra
alimentação como a Palavra de Deus, fonte de “vitaminas, sais minerais etc.”,
como a sabedoria e princípios de vida;
3- Trocar de nome, de língua, de hábito, não é nada – deixe Deus agir em
você, e aí você verá que coisas maravilhosas estão a caminho de sua vida.
Curiosidades Bíblicas - I
Baseado no Livro do Gênesis e outras referências
Ao longo das leituras bíblicas nos deparamos, vez ou outra, com informações
que aguçam nossa curiosidade. Esse é o caso logo a seguir, buscando
entender a genealogia de Jesus Cristo descrita nos evangelhos de Mateus
cap.1 e de Lucas cap. 3, aparentemente diferentes.
Ao mesmo tempo, procurando entender quando é que o homem surgiu na
face da terra, isto é, quando foi criado por Deus, sendo colocado como
administrador do Jardim do Éden, fui levado a conferir algumas informações
e inferir outras.
Aí vai meu resumo, com alguns comentários relacionados a algumas
conclusões pessoais:
PERSONAGEM
BÍBLICO
TEMPO DE
VIDA 
(anos)
IDADE EM
QUE GEROU
O
ASCENDENTE
DE JESUS
ADÃO 930 130
SETE 912 105
ENOS 905 90
CAINÃ 910 70
MAALEEL 895 65
JAREDE 962 162
ENOQUE 365 65
MATUSALÉM 969 187
LAMEQUE 777 182
 
Até aqui já se passaram aproximadamente 1000 anos, e nove gerações se
sucederam a partir de Adão.
PERSONAGEM
BÍBLICO
TEMPO DE
VIDA
(anos)
IDADE EM
QUE GEROU
O
ASCENDENTE
DE JESUS
NOÉ 950 502
 
Nesta 10ª geração, completam-se aproximadamente 1600 anos desde o
“nascimento” de Adão até Sem (primeiro filho de Noé). A Bíblia não informa
com quantos anos Adão teria sido criado (“construído” a partir do pó da terra
por Deus), apenas que isso aconteceu no 6º dia da Criação.
Aliás, também não informa em que dia Eva foi criada.
Como podemos observar, todas essas gerações foram longevas – cerca de
nove séculos de vida para cada ser humano, exceto Enoque que foi arrebatado
aos 365 anos, porque tinha “andado” com Deus (Gênesis cap. 5 vers. 22 e
23), e Lameque, com uma morte “prematura” aos 777 anos.
Fica fácil entender como a história era contada de pai para filho, para neto,
para tataraneto, para... Vejam bem: quando Matusalém nasceu, Adão ainda
era vivo! E Adão pode ter recebido do próprio Deus as explicações sobre seu
“nascimento”, naqueles passeios de final de tarde pelo Jardim do Éden, e
sobre toda a criação do Universo, passando as informações a seus filhos,
netos etc.
Quando uma criança (ou adulto) mostrava dúvida sobre algum fato, dizia seu
pai: “Vamos fazer uma visitinha a seu tataravô para esclarecer tudo isso!” E
não venham me dizer que os anos eram diferentes dos atuais, porque dias e
noites foram criados na 1ª semana de nosso sistema solar. Também podemos
conferir pelos dados já expostos, que Matusalém (avô de Noé) morreu no ano
do Dilúvio, mas Lameque (pai de Noé) cinco anos antes.
Outro dado que pode ser constatado é que a data de nascimento dos filhos (da
linha genealógica de Jesus Cristo) era variável, e que se tornou cada vez mais
cedo, até certo ponto, e também que não era proporcional à idade dos pais
atuais: Noé quebrou a regra, tendo seu primeiro filho aos 502 anos (lembro
que aos 600 anos de idade ocorreu o Dilúvio).
No capítulo 5 de Gênesis que estamos vendo, a Bíblia informa que outros
filhos e filhas tinham nascido (antes e depois do filho citado), mas nem
sempre menciona seus nomes, nem suas idades. A preocupação do escritor,
por revelação divina, sempre foi a de indicar a genealogia até Jesus Cristo.
Curiosidades Bíblicas - II
Depois de Noé, passadas mais 10 gerações, o tempo transcorrido foi de
aproximadamente 1000 anos.
Continuando nossa pesquisa a partir do cap. 5 do livro do Gênesis, formamos
nova tabela a partir de Noé:
PERSONAGEM
BÍBLICO
TEMPO
DE VIDA 
(anos)
IDADE EM
QUE GEROU
O
ASCENDENTE
DE JESUS
SEM 600 100
ARFAXADE 438 35
SALÁ (ou SELÁ) 433 30
HEBER (ou
ÉBER) 464 34
PELEGUE (ou
FALEQUE) 239 30
REÚ ( ou
RAGAÚ) 239 32
SERUGUE 230 30
NAOR 148 29
TERÁ 205 70
 
Observamos que a idade das pessoas foi bastante reduzida, conforme Deus já
tinha determinado após o Dilúvio (a idade passaria a ser de 120 anos, no
máximo – ver Gênesis cap. 6 vers.3), coisa que aconteceu algumas gerações
depois de Noé, e não imediatamente.
Também a idade de pais na geração de seus filhos ligados à genealogia de
Jesus Cristo foi bastante reduzida, chegando aos níveis atuais
(aproximadamente 30 anos para o primeiro filho).
Também podemos observar que alguns dos personagens mais importantes na
história do povo não participaram da ascendência de Jesus Cristo, como foi o
caso de José, filho de Jacó, que foi o 2º homem em importância no antigo
Egito, tendo inclusive providenciado reservas de mantimento que
sustentaram, não só o povo local, mas também os hebreus em anos de
escassez mundial; outro caso foi o de Moisés, libertador do povo hebreu do
cativeiro no Egito e líder na recondução dele até a Terra Prometida, atual
Israel.
Continuamos com nossa tabelinha:
PERSONAGEM
BÍBLICO
TEMPO
DE VIDA
(anos)
IDADE EM
QUE GEROU
O
ASCENDENTE
DE JESUS
ABRÃO (depois
ABRAÃO) 175 100
ISAQUE 180 60
JACÓ (depois
ISRAEL) 147 
JUDÁ 
PEREZ 
ESROM 
AARÃO (ou
RÃO/RAM) 123 
 
Os espaços em branco poderão ser preenchidos, caso seja possível localizar
nos textos bíblicos a informação que fiquei devendo. Em 26 gerações
chegamos a Moisés, escritor dos cinco primeiros livros bíblicos (o chamado
Pentateuco), existindo a possibilidade de ele mesmo ter sido o autor do livro
mais antigo inserido na Bíblia, o livro de Jó. Moisés era o irmão de Arão,
eleito por Deus para guiar o povo de Israel desde a saída do Egito até a Terra
Prometida. Estamos, aproximadamente, no ano 3600 desde a criação, ou
1600 a.C.
Fica evidente pela relação levantada, que nem sempre o filho primogênito era
o elo de ligação com as gerações que antecederam a Jesus Cristo. A partir
dessa última tabela, e relendo o texto bíblico, vimos que Jacó e Judá não
eram os primogênitos das respectivas famílias.
Assim, nessa contagem, concluímos com facilidade que o “aparecimento” do
ser humano sobre a face da terra ocorreu entre 6000 e 7000 anos atrás.
Mãe é mãe
Esta é a vida de uma mãe, conforme relatos bíblicos nos Evangelhos.
Lemos nos evangelhos de Mateus e Lucas, capítulo 1: “Maria estava
prometida em casamento a José; mas, antes que se unissem achou-se grávida
do Espírito Santo.” Eles moravam em Nazaré (Galileia). Essa estranha
história de José (carpinteiro) e Maria (do lar) confirmava os relatos proféticos
a respeito do menino que iria nascer daí. Ela, provavelmente ainda
adolescente, mas já com corpo e funções de mulher, virgem e em condição de
reprodução, confirmou essa gravidez com os “recursos médicos” da época.
Como contar a José? Seria o final da relação ainda não iniciada sexualmente
com o casamento.
Como Deus não faz coisas incompletas, providenciou a mesma revelação
(feita a Maria) a José, informando que se tratava de um menino, e a
importância que ele teria na história da humanidade, promovendo o
reatamento das relações entre Ele (Deus) e a humanidade. Tudo resolvido
entre os dois, José e Maria, seguiu-se a vida, agora conjugal, mantendo a
ausência de contato sexual até o nascimento de Jesus, conforme os relatos
bíblicos.
A segunda referência a Maria na Bíblia foi sua visita à prima Isabel, que
morava na região montanhosa da Judeia, e que estava grávida de seis meses.
Quando Isabel ouviu a voz de Maria chegando à sua casa, relatou que a
criança em seu ventre se agitou de uma forma incomum, anormal,
confirmando a ela de “quem” Maria estava grávida. Então, Maria cantou uma
canção de louvor a Deus, provavelmente, de sua autoria (Lucas cap. 1.
Uma nova menção a Maria aparece no nascimento de Jesus, em Belém
(Judéia), cidade próxima à capital, Jerusalém, para onde o casal José e Maria
tinha ido por conta de um decreto do governo romano, dominador do seu país
naquela época, para um recenseamento, cumprindo-se assim uma profecia de
Miqueias (capítulocinco), escrita uns setecentos anos antes, de que isso
aconteceria assim, porque essa era a cidade de Davi, o mais importante e
querido rei de Israel, de quem eram ambos descendentes.
No dia do nascimento, coisas anormais aconteceram no Universo, como a
aparição de uma estrela altamente reluzente, um coro de anjos no “céu” etc.
Quando os pastores de rebanhos deixaram o campo na calada da noite
(avisados por um coro de anjos) e foram a Belém, encontraram José, Maria e
o nenê, este deitado no cocho de alimentação do gado; todos estavam nos
fundos de uma casa (onde eram recolhidos os animais) que aceitou recebê-
los, tal o estado adiantado de gravidez de Maria (Mateus cap. 1 e Lucas cap.
2).
Oito dias depois, cumprindo o costume e a lei judaica, o casal levou o nenê
para sua apresentação e a cerimônia da circuncisão no Templo do Senhor,
tendo sido reconhecida a criança como a que foi prometida por Deus para a
salvação da humanidade (segundo as profecias bíblicas) por dois profetas
presentes lá naquela hora, Simeão e Ana (Lucas cap. 2).
A visita dos magos do Oriente ainda ocorreu em Belém, algum tempo depois,
quando o casal já morava em uma casa, estando José ausente na ocasião. A
Bíblia chama Jesus de menino, então (Mateus cap. 2).
O rei Herodes, designado pelo império romano para o governo local, decretou
a morte dos meninos da região de Belém e cercanias, abaixo de dois anos
(enganado que foi pelos magos, que não retornaram para contar onde estava o
“menino”, chamado Rei dos Judeus pela tradição religiosa), o que nos leva a
crer que Jesus já estaria “grandinho”, levando José e Maria a fugirem à noite
para o Egito, só voltando depois da morte desse rei. Quando voltaram,
fixaram residência em Nazaré, de onde tinham saído anos atrás (Mateus cap.
2).
Novamente a Bíblia menciona o casal José e Maria indo com o menino Jesus
a Jerusalém todos os anos para as comemorações da Páscoa, a festa de
libertação do povo cativo no Egito, ocorrida cerca de catorze séculos antes.
Em uma dessas viagens, o casal é mencionado procurando o menino, agora
com doze anos, porque o havia “perdido” na saída de Jerusalém, voltando
para Nazaré. Ele estava no Templo, conversando e questionando os Mestres
da Lei Judaica.
Nessa ocasião, logo que Maria o encontra, repreende-o; e Jesus responde que
“estava tratando de assuntos do seu Pai”, referindo-se a Deus. Maria “engole”
e continua guardando essas referências em seu coração, conforme os relatos
bíblicos. Essa pode ter sido a primeira tentativa de interferência dela no
ministério divino do filho, usando seu “direito” de mãe. Mas, nada agradável
para ela, não é? (Lucas cap. 2).
A partir da próxima referência a Maria, os relatos bíblicos não citam mais o
nome de José.
Perto de Jesus começar seu ministério de aproximadamente três anos em
terras de Israel, já adulto (com cerca de 30 anos), a Bíblia refere-se a Ele e a
Maria em uma festa de casamento na cidade de Caná (Galileia), talvez de
algum parente, porque ela parece ser uma espécie de cerimonialista, dando
ordens a empregados que serviam o vinho. Quando ela se dirige a Jesus
referindo-se à falta de vinho na festa, Ele novamente dá uma dura resposta à
mãe (teria dito algo como “E eu com isso?”), mostrando que ela não estava
inserida em seu ministério divino. Novamente, uma resposta desagradável
que Maria teve que guardar em silêncio (João cap. 2).
A próxima referência bíblica a Maria se dá quando Jesus estava em pleno
trabalho de pregação e discipulado. Seus discípulos o avisam de que “sua
mãe e irmãos estão lá fora e o procuram”, e Ele fala que sua mãe e irmãos são
os que estão diante dele, fazendo a vontade de Deus. E não atende sua
família! Subentende-se que de há algum tempo ele não morava mais com a
família. (Mateus cap. 12, Marcos cap. 3 e Lucas cap. 8).
Novamente a família de Jesus é mencionada por habitantes de Nazaré em
reunião na sinagoga local onde Jesus ensinava, quando são mencionados
Maria, sua mãe, Tiago, José, Simão e Judas como irmãos, e irmãs, estas sem
citar nomes (Mateus cap. 13 e Marcos cap. 6).
A última referência bíblica a Maria é ao pé da cruz onde Jesus estava sendo
crucificado. Dolorida com o final da vida do filho, ouviu palavras carinhosas
quando Jesus pediu a João, o discípulo mais “chegado” a Ele, que a recebesse
e cuidasse dela como sua própria mãe. Maria teria no máximo uns cinquenta
anos, então, provavelmente viúva e com um filho sendo morto da forma mais
cruel e ultrajante naquela época (João cap. 19).
Essa é a história de uma mãe que acompanhou a vida do filho desde a
anunciação de sua gravidez até a morte dele. Participou de sua criação (a
Bíblia menciona que Jesus “era-lhes sujeito”), mas não em seu ministério,
sabendo conformar-se com isso. Mas, Maria sempre esteve próxima.
MÃE É MÃE!
Presente para o Dia dos Pais
“Que presente darei a meu Pai, lembrando de tudo que dele já recebi?”
(adaptação de Salmos 116 versículos 12 a 14, e 86 versículos 12 e 13)
Todo mundo tem pai. Podem ser conhecidos ou não (daqueles filhos que nem
têm o nome do seu pai no RG). Podem ser pais de concepção normal ou de
proveta. Podem ser participativos ou ausentes na criação dos filhos. Podem
ser adotivos e que independem de raça, cor, credo ou religião, de time de
futebol etc., etc. O pai transmite pelos cromossomos parte de sua natureza ao
filho.
Pai ama seu filho (nem todos os pais, nem todos os filhos) como regra geral.
É lindo ver um pai acompanhando a evolução do filho, desde o dia em que
ficou sabendo que é pai. E aí começa uma forte relação, mesmo sem o ver,
porque ainda está sendo gerado e preparado para o nascimento. Depois que
nasce, vem o crescimento, físico e mental, dia a dia. Fazendo gracinhas,
estripulias, aprontando...
Deus gerou seu primeiro filho humano sobre a face deste nosso planeta, a
quem chamou Adão, “construindo-o” com barro, soprando em suas narinas o
fôlego da vida e transmitindo parte do seu DNA, da sua natureza, a alma.
 
Como qualquer filho, Adão também desobedeceu ao Pai, estabelecendo uma
relação difícil, de separação, mudando-se da “casa original” e tendo que
“ganhar o pão de cada dia com o suor do seu rosto” para sustentar a família.
Estava criada a forma de gerar filhos, não mais com barro, mas com o amor
de homem (pai) e mulher (mãe) no ato sexual.
Deus, o Pai, sempre esteve presente e acompanhou a evolução da
humanidade, dirigindo a vida e a natureza, dia a dia, até hoje.
Quando Ele gerou um novo filho sobre a face do nosso planeta, também
como um ato de amor com cada ser humano, buscou estabelecer a chance de
nos religarmos ao Pai. Esse Filho foi sacrificado em nosso lugar, levando
sobre si toda a carga de pecados passados (desde Adão), presentes e futuros,
de toda a humanidade, com o consentimento e aprovação do Pai (Deus).
Esse Filho (Jesus), após sua morte e ressurreição milagrosa e sobrenatural ao
terceiro dia, disse que voltava ao Pai para “arrumar” a casa que tinha muitas
dependências para receber os filhos que voltariam para Ele. Esses filhos,
adotivos por terem aceitado o sacrifício de Jesus em seu lugar, herdaram os
mesmos direitos, voltando a morar com o Pai, Deus, eternamente.
Quando oramos “Pai nosso que estás nos céus”, estamos reconhecendo-o
como Pai. É como se tornássemos a ser crianças, dependentes dele para tudo.
Deus, o Pai, nos ama, acima de qualquer nível de amor de que tenhamos sido
alvo em nossas vidas, por parte de nossos pais naturais ou adotivos. Esse Pai
não tem Dia dos Pais a ser comemorado, porque todos os dias para Ele são
Dias do Pai. “Deus, o Pai, tanto amou a humanidade que deu seu único Filho,
Jesus, para que todo aquele que nele crer não pereça, mas tenha a vida
eterna.” (evangelho de João capítulo 3 versículo 16)
Que presente darei a esse PAI que continua a me amar, a cuidar de mim dia a
dia, mesmo que eu não seja um bom filho, um filho exemplar ou mesmo
melhor que meus irmãos?
O exemplo de presente que Jesus deu ainda é o único e o melhor, citando o
primeiro e maior dos mandamentos: “Ame a Deus, o Pai, acima de todas as
coisas, de

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