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Ensino de Paleontologia em Mata

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eISSN2179-426X 
 10.26843/rencima.v12n1a19 
 
Recebido em 12/11/2020 | Aceito em 19/12/2020 | Publicado em 11/03/2021 
 
 
O ensino de Paleontologia: interpretações de uma abordagem 
contextualizada à realidade local 
 
Rômulo Hohemberger1 
Jéssica de Góes Billar2 
Cibele Schwanke3 
Renato Xavier Coutinho4 
 
Resumo: O estado do Rio Grande do Sul é reconhecido por pesquisadores que se dedicam 
à paleontologia pelo significativo registro de fósseis. Nesse cenário, destaca-se a cidade de 
Mata, conhecida como a cidade de pedra que foi madeira, devido à vasta ocorrência de 
fósseis vegetais do Período Triássico. O presente artigo propõe-se a investigar de que 
maneira ocorre a abordagem da Paleontologia nas unidades escolares em Mata, a partir de 
uma pesquisa-ação, que analisou as concepções prévias dos educandos e buscou retomar 
possíveis conceitos paleontológicos abordados pelos professores, enfocando a riqueza 
paleontológica do município, a partir de uma proposta de ensino contextualizada à realidade 
local. Valendo-se de uma abordagem qualitativa/indutiva, foram aplicados questionários pré 
e pós intervenção a estudantes de 5 escolas públicas (municipais e estaduais), em turmas 
de 6° ano do ensino fundamental ao 3° ano do ensino médio, totalizando 101 alunos. A 
intervenção pedagógica seguiu a metodologia do Arco de Maguerez. Os resultados indicam 
que as ideias prévias dos alunos mostravam um conhecimento superficial sobre a temática 
paleontológica e que a intervenção pedagógica possibilitou um aprofundamento dos 
conhecimentos de forma contextualizada, baseado na realidade local dos educandos e 
proporcionando, assim, uma aproximação do conhecimento científico com o cotidiano. 
Palavras-chave: Ensino de Paleontologia. Educandos. Realidade Local. Contexto. 
The teaching of Paleontology: interpretations of a contextualized 
approach to local reality 
Abstract: The state of Rio Grande do Sul is recognized by paleontologists by the wide fossil 
record. In this context, Mata is known as the city of “stone that was wood”, due to the vast 
occurrence of vegetable fossils from the Triassic Period. This article investigates how 
Paleontology is approached in the public schools of Mata. Based on an action-research 
which analyzed the students' prior knowledge and sought reformulations on paleontological 
concepts used by teachers. The study is focused on the fossil record of the city from a 
 
1 Doutorando em Educação em Ciências: Química da Vida e Saúde pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). 
Rio Grande do Sul, Brasil.  romuloiff@gmail.com https://orcid.org/0000-0002-1376-5219. 
2 Mestranda em Educação em Ciências: Química da Vida e Saúde pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). 
Rio Grande do Sul, Brasil.  jessicaiffsvs@gmail.com https://orcid.org/0000-0002-7164-8571. 
3 Doutora em Geociências. Professora do Mestrado Profissional em Educação Profissional e Tecnológica do Instituto 
Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS), campus Porto Alegre. Professora do Programa 
de pós-graduação Educação em Ciências: Química da Vida e Saúde da Universidade Federal de Santa Maria (UFMS). 
Rio Grande do Sul, Brasil.  cibele.schwanke@poa.ifrs.edu.br https://orcid.org/0000-0003-4518-3229. 
 
4 Doutor em Educação em Ciências: Química da Vida e Saúde. Professor do Mestrado Profissional em Educação 
Profissional e Tecnológica do Instituto Federal Farroupilha, campus São Vicente do Sul. Professora do Programa de pós-
graduação Educação em Ciências: Química da Vida e Saúde da Universidade Federal de Santa Maria (UFMS). Rio 
Grande do Sul, Brasil.  renato.coutinho@iffarroupilha.edu.br https://orcid.org/0000-0001-6602-2120. 
 
https://doi.org/10.26843/rencima.v12n1a19
https://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0/deed.pt_BR
mailto:romuloiff@gmail.com
https://orcid.org/0000-0002-1376-5219
mailto:jessicaiffsvs@gmail.com
https://orcid.org/0000-0002-7164-8571
mailto:cibele.schwanke@poa.ifrs.edu.br
https://orcid.org/0000-0003-4518-3229
mailto:renato.coutinho@iffarroupilha.edu.br
https://orcid.org/0000-0001-6602-2120
 
 
 
2 REnCiMa, São Paulo, v. 12, n. 1, p. 1-23, jan./mar. 2020 
teaching proposal contextualized with the local reality. Using a qualitative/inductive 
approach, pre- and post-intervention questionnaires were applied to 101 students from 5 
public schools. The pedagogical intervention followed the methodology of Arco de 
Maguerez. The results indicate that the preliminary concepts of the students showed a 
superficial knowledge about the paleontological themes, and that the pedagogical 
intervention made it possible to deepen the knowledge in a contextualized way, providing 
an approximation of scientific knowledge with daily life. 
Keywords: Teaching of Palentology. Educandos. Local Reality. Context. 
La enseñanza de la Paleontología: interpretaciones de un enfoque 
contextualizado de la realidad local 
Resumen: El estado de Rio Grande do Sul es reconocido, por investigadores dedicados a 
la paleontología, por el importante registro de fósiles. En este escenario, destaca la ciudad 
de Mata, conocida como la ciudad de la piedra que era madera, debido a la gran ocurrencia 
de fósiles vegetales del Triásico. Este artículo tiene como objetivo indagar cómo se da el 
abordaje de la Paleontología en las unidades escolares de Mata, a partir de una 
investigación acción, que analizó las concepciones previas de los estudiantes y buscó 
resumir posibles conceptos paleontológicos abordados por los docentes, con foco en la 
riqueza. Paleontología del municipio, a partir de una propuesta didáctica contextualizada a 
la realidad local. Con un enfoque cualitativo / inductivo, se aplicaron cuestionarios pre y post 
intervención a estudiantes de 5 escuelas públicas (municipales y estatales), en las clases 
desde 6 ° de primaria hasta 3 ° de secundaria, totalizando 101 estudiantes. La intervención 
pedagógica siguió la metodología Arco de Maguerez. Los resultados indican que las ideas 
previas de los estudiantes mostraron un conocimiento superficial sobre el tema 
paleontológico y que la intervención pedagógica permitió profundizar en el conocimiento de 
manera contextualizada, a partir de la realidad local de los estudiantes y así brindar una 
aproximación del conocimiento científico con la vida cotidiana. 
Palabras clave: Docente de Paleontología. Aprendices. Realidad Local. Contexto. 
Introdução 
O ensino de ciências pressupõe interpretar e compreender o meio ao qual o indivíduo 
está inserido, de maneira que sua realidade seja entendida como uma fração da ciência, 
dando um significado aos fenômenos científicos e cotidianos. Como destacado por Adams 
et al. (2016), a contextualização do conhecimento permite articular o ensino à vida do aluno, 
formando um cidadão a partir da consideração das suas dimensões sociais e individuais, 
oportunizadas pelas vivências na escola e fora do ambiente escolar. 
Segundo a Base Nacional Comum Curricular (BRASIL, 2017), a contextualização 
deve ocorrer através de sua associação com os currículos das disciplinas, a fim de 
aproximar os conteúdos dos componentes curriculares às situações de vida dos 
estudantes. Ao professor impõe-se o desafio de identificar estratégias para apresentar, 
representar e/ou exemplificar os conteúdos conectando-os às realidades dos espaços e 
dos tempos nos quais as aprendizagens estão situadas, aproximando-os dos alunos e 
 
 
 
3 REnCiMa, São Paulo, v. 12, n. 1, p. 1-23, jan./mar. 2020 
atribuindo-lhes significados. 
Observando a realidade das cidades sul-rio-grandenses de Mata e São Pedro do 
Sul, Manzig e Weinszchütz (2012) destacaram que nesses municípios ocorrem abundantes 
e importantes registros fósseis de madeiras petrificadas. Nessas localidades, os fósseis 
integram a paisagem local, onde a quantidade de troncos fossilizados é tanta que dificulta, 
inclusive, o estabelecimento de fundações das casas e plantações. 
Mata representa apenasum exemplo da riqueza paleontológica nacional e, por isso, 
diversos estudos vêm sendo realizados para incentivar a compreensão e efetivar a 
abordagem dessa área científica na educação básica (DUARTE et al. 2016; SCHWANKE, 
2002; NOVAIS et al. 2015; SOUZA et al. 2016; MENDES, NUNES e PIRES, 2015; 
IZAGUIRRY et al. 2013), de modo a proporcionar momentos para que os alunos 
compreendam a evolução da vida e entendam a sua existência no planeta, desmistificando 
alguns conceitos religiosos e falsos dogmas propagados no dia a dia (DUARTE et al. 2016, 
p. 125). 
No entanto, a paleontologia ainda está distante das salas de aulas. Como destacado 
por Novais et al. (2015), o ensino de Ciências na educação básica apresenta uma visão 
limitada a respeito da paleontologia. Possuindo um forte componente articulador e 
integrador das ciências biológicas e geológicas, os estudos dos fósseis não apenas 
contribuem para a compreensão da origem e da evolução da vida na Terra, mas também 
possibilitam referências à composição da atmosfera, à geografia, à geologia e às 
modificações climáticas ao longo do tempo geológico, destacando seu caráter 
interdisciplinar e multidisciplinar (MATOS, CASTRO e COUTINHO, 2012). Dessa maneira, 
considera-se que a abordagem destes conceitos de forma contextualizada deva ocorrer 
sempre que possível, de forma a proporcionar aos sujeitos o reconhecimento da 
procedência dos conceitos científicos, além de conseguir interpretá-los e valorizá-los 
enquanto patrimônios científicos e culturais. 
Nesse aspecto, considerando-se a riqueza fossilífera da cidade de Mata, é possível 
reconhecer a possibilidade de aproximação da Paleontologia aos alunos da educação 
básica da região de forma contextualizada. O presente artigo tem o objetivo de identificar 
como os alunos transitam no universo paleontológico e, a partir de suas concepções iniciais, 
desenvolver uma prática educativa que oportunize momentos para ressignificação do 
conhecimento sobre os fósseis e sua relevância para o município. 
 
 
 
 
4 REnCiMa, São Paulo, v. 12, n. 1, p. 1-23, jan./mar. 2020 
Metodologia 
Como estratégia metodológica e para analisar os dados, optou-se por utilizar uma 
abordagem qualitativa/indutiva. A pesquisa qualitativa, segundo Lüdke e André (1986), é 
aquela que se desenvolve em uma situação natural, possui dados descritivos, tem um plano 
aberto e flexível e busca descrever a realidade de maneira complexa e contextualizada. Já 
o objetivo dos argumentos indutivos é levar a conclusões cujo conteúdo é muito mais amplo 
do que o das premissas nas quais se basearam (MARCONI; LAKATOS, 2009, p. 86). 
Para tanto, o percurso investigativo contou com diferentes instrumentos de pesquisa, 
aplicados em três momentos distintos: inicialmente, na pré-intervenção, sob a forma de um 
questionário, teve-se o intuito de analisar as concepções prévias dos estudantes (Apêndice 
1); após ocorreu uma intervenção pedagógica com os alunos; e para finalizar, a aplicação 
de um questionário pós-intervenção (Apêndice 2). Os questionários foram compostos por 
questões discursivas, objetivas e foram aplicados a 101 alunos, de 5 escolas municipais e 
estaduais do município de Mata. Dessas escolas, 3 estavam presentes na cidade e 2 no 
interior do município. 
Sendo assim, selecionou-se uma turma de cada escola, do sexto ano do ensino 
fundamental (EF) ao terceiro ano do ensino Médio (EM), exceto em uma das escolas, que, 
por ser a única escola de ensino médio da cidade, teve a abordagem desenvolvida em 3 
turmas, correspondendo ao primeiro, segundo e terceiros anos. 
A intervenção ocorreu nos meses de junho e julho de 2018, totalizando 6 horas/aula, 
em horários que correspondiam às atividades dos professores de Ciências/Biologia na 
semana, para possibilitar a abordagem com todas as turmas citadas anteriormente. A 
pesquisa foi baseada na metodologia do Arco de Maguerez, descrita por Berbel (2012) a 
qual se constitui de 5 etapas: Observação da realidade e elaboração do problema; Pontos-
chave; Teorização; Hipóteses de solução; Aplicação à realidade. Além disso, embora a 
estrutura permaneça constante, com as etapas do Arco, a sua aplicação é flexível, por 
adaptar-se às circunstâncias que cada grupo possui para estudar/investigar (BERBEL, 
2011). As atividades estão apresentadas a seguir, e as relações com as etapas do arco de 
Marguerez podem ser visualizadas na Figura 1. 
1º — Observação da Realidade: Aplicação do questionário (pré-intervenção), 
visando investigar as concepções dos educandos sobre o tema. Após, os educandos foram 
questionados e instigados a pensarem sobre o contexto geral da paleontologia, para isso 
foi colocado o termo PALEONTOLOGIA no quadro e solicitado aos alunos que citassem 
 
 
 
5 REnCiMa, São Paulo, v. 12, n. 1, p. 1-23, jan./mar. 2020 
possíveis palavras que remetessem ao seu significado. 
Figura 1: Representação da abordagem segundo o Arco de Maguerez 
 
Fonte: Organizado pelos Autores 
2º — Pontos-chave: Na sequência, as turmas foram divididas em grupos (o número 
de grupos dependeu do número de alunos) e cada um formulou questões referentes ao 
tema. Depois de formuladas as questões, essas foram socializadas com a turma para que 
se construísse um questionário único. Este instrumento foi utilizado como estrutura para 
uma entrevista, a qual foi realizada com familiares, amigos e/ou vizinhos, a fim de investigar 
o conhecimento que possuíam sobre os processos de fossilização que ocorreram em Mata. 
Na aula seguinte, os alunos trouxeram as respostas para discussão em sala, e assim 
desenvolveu-se a próxima etapa, buscando aprofundar os conhecimentos sobre a realidade 
local, partindo dos seguintes questões: O que temos em Mata? Qual o processo de 
fossilização típico do material que ali se encontra? Qual o período geológico representado 
na cidade? Qual a história para os fósseis estarem ali? O que os museus mostram sobre 
isso? Qual a importância dos fósseis de Mata? Qual a importância de preservação desses 
fósseis? 
3º — Teorização: Foram debatidas as questões elencadas anteriormente, 
conectando o tema paleontologia ao conteúdo que o professor de ciências estava 
trabalhando, bem como a retomada da discussão das palavras mencionadas pelos alunos, 
fazendo a relação dessas com o assunto principal. Logo após, ocorreu a entrega de um 
material informativo (Apêndice 3). Nesse momento, foram discutidas as dúvidas e 
curiosidades da turma sobre o tema. 
 
 
 
6 REnCiMa, São Paulo, v. 12, n. 1, p. 1-23, jan./mar. 2020 
4º — Hipóteses de solução: Fora proposto aos alunos que representassem o evento 
de fossilização que ocorreu com os fósseis presentes no município, através da construção 
de materiais como uma maquete, cartaz etc. 
5º — Aplicação à realidade: Ocorreu a apresentação dos trabalhos dentro da própria 
turma. Após essa atividade, um questionário (pós-intervenção) foi aplicado com todas as 
turmas, elaborado a partir do primeiro questionário, que teve como finalidade avaliar a 
intervenção pedagógica e de que forma os estudantes passaram a compreender a 
importância dos fósseis para a cidade de Mata (Apêndice 2). 
Para analisar as respostas das questões discursivas, utilizou-se o método de análise 
de conteúdo proposto por Bardin (2016), composto por três etapas: a pré-análise; a 
exploração do material; e o tratamento dos resultados, envolvendo a inferência e a 
interpretação. Já as questões objetivas foram analisadas de maneira descritiva. Durante a 
etapa de pré-análise, os instrumentos da pesquisa foram lidos duas vezes e, logo, iniciou-
se o processo de codificação. Durante a exploração do material, as respostas (unidades de 
registro), foram agrupadas em categorias definidas a priori. Após a organização dos dados 
e categorias, ocorreu o processo de inferência e interpretação das respostas dos 
educandos. 
Resultados e discussões 
As atividades contemplaram um total de101 alunos na etapa inicial e 89 alunos na 
etapa final, já que, segundo consta nos termos de compromisso, esses não seriam 
obrigados a participar das atividades e que poderiam deixar de participar da atividade em 
qualquer momento. Além disso, a descrição dos dados foi dividida em dois momentos: 
percepções inicias dos educandos sobre paleontologia e percepções dos educandos 
acerca da intervenção pedagógica. 
As percepções inicias dos educandos sobre paleontologia 
 Analisando as respostas do questionário pré-intervenção a partir das categorias 
definidas (Quadro 1), a questão 1: “Descreva com suas palavras o que você entende por 
Paleontologia”, identifica-se, para a categoria — O que é Paleontologia, a identificação de 
uma ciência que estudo os fósseis e formas de vida em períodos geológicos anteriores. 
 
 
 
 
 
7 REnCiMa, São Paulo, v. 12, n. 1, p. 1-23, jan./mar. 2020 
Quadro 1: Apresentação das categorias e unidades 
Categorias Definição Unidades de 
contexto 
Unidades de 
registro/frequência de 
respostas 
Questão 
Pré-intervenção 
O que é 
Paleontologia 
Entendimento 
do conceito de 
Paleontologia 
Ciência que 
estuda os fósseis 
Estudo dos fósseis 
(65). Descreva com 
suas palavras o 
que você 
entende por 
Paleontologia 
Ciência que 
estuda formas de 
vida antigas 
Ciência que estuda as 
formas de vida em 
períodos geológicos 
anteriores (30) 
O que é fóssil 
Compreensão 
sobre o que 
representa um 
fóssil 
Representação 
de riqueza 
cultural e/ou 
científica 
Preservação do 
patrimônio local (31) 
Você acha 
importante saber 
como ocorre a 
formação de um 
fóssil? Se sim, 
por quê? 
Representação 
de formas de 
vidas do passado 
Obter conhecimento 
sobre o passado (34) 
Resultado de 
processos 
diferenciados que 
preservam restos 
ou vestígios de 
vida pretérita 
Saber como ocorre a 
formação de um fóssil. 
(13) 
Por que 
aprender 
Paleontologia 
Importância da 
Paleontologia 
Saber científico 
Aprender mais sobre 
esta ciência (83) 
O que você 
gostaria de 
conhecer sobre 
paleontologia? 
Justifique. 
Saber 
popular/local 
Sobre os fósseis de 
mata (7) 
Proteção do 
patrimônio 
fossilífero 
Compreensão 
que fósseis 
representam 
patrimônios da 
humanidade 
Importância da 
preservação 
Importância da 
preservação 
patrimonial (90) 
Você acha 
importante 
preservar os 
fósseis? Por 
quê? 
Pós-intervenção 
Aproximação da 
temática à 
realidade do 
aluno 
Atribuição de 
significado da 
temática à 
realidade local 
e científica 
Relação com 
realidade 
Explicar o que ocorreu 
no município (74) 
Diante do que foi 
abordado, você 
considera 
importante saber 
como ocorre a 
formação de um 
fóssil? Se sim, 
por quê? 
Saber científico 
Importância da 
compreensão sobre os 
fósseis (12) 
Contextualiza- 
Ção 
Significado da 
Paleontologia à 
realidade local 
Valor cultural 
Riqueza histórica local 
(63) 
O que os fósseis 
de Mata 
significam para 
você? 
Valor científico e 
econômico 
Preservação, valor e 
turismo (26) 
Saberes 
construídos 
Análise da 
abordagem da 
intervenção 
Fóssil 
Processo de 
fossilização (60) 
Descreva o que 
você aprendeu 
com as 
atividades 
realizadas sobre 
a paleontologia. 
Importância fóssil (25) 
Fonte: Organizado pelos Autores 
Verifica-se, portanto, que a maioria dos estudantes (65) demonstra conhecimentos 
prévios relacionando à paleontologia, à ciência que estuda os fósseis. Tal fato pode ser 
exemplificado nas respostas a seguir: 
 
 
 
8 REnCiMa, São Paulo, v. 12, n. 1, p. 1-23, jan./mar. 2020 
Educando 1 (9° ano/EF): “É a ciência que estuda os fósseis”. 
Educando 2 (2° ano/EM): “É o estudo dos fósseis que foram fossilizados ou 
petrificados”. 
Educando 3 (3° ano/EM): “Paleontologia é o estudo de fósseis, mas não só de 
fósseis, dentro disso também tem as plantas”. 
Pode-se notar que os educandos associam diretamente a Paleontologia aos fósseis, 
muito em razão da sua realidade e disponibilidade dos fósseis, bem como sua importância 
para o estudo paleontológico. Os dados encontrados ainda corroboram estudos anteriores, 
como Matos, Castro e Coutinho (2012) que evidenciaram que 30% dos educandos 
investigados atribuem a Paleontologia ao estudo de fósseis. Autores como Mendes, Nunes 
e Pires (2015), também, encontraram dados similares em suas análises, em que 40% dos 
estudantes relacionaram a Paleontologia ao estudo dos fósseis. 
As respostas na unidade de registro: “Ciência que estuda as formas de vida em 
períodos geológicos anteriores”, obteve 30 respostas. Pode-se inferir que os educandos 
conseguiram explorar outros conceitos importantes à paleontologia, pois, além de 
remeterem às formas de vidas existentes no passado, apresentam noções de períodos 
geológicos, demonstrando uma compreensão mais ampla do tempo geológico e da 
manifestação e diversidade de vida na Terra. Tais observações ficam evidentemente 
expostas nos relatos a seguir: 
Educando 4 (2° ano/EM): “é o que estuda as formas de vida em períodos geológicos”. 
Educando 5 (8° ano/EF): “é o estudo especial da vida dos animais no passado”. 
Considerando os dados referentes à questão: “Cite alguns exemplos de fósseis”, o 
Quadro 2 demonstra que alguns educandos citaram mais de um exemplo. Nota-se uma 
clara dissociação da relação entre os termos vegetal, madeira e pedra, mesmo que todas 
façam referência à realidade local do município de Mata e suas madeiras silicificadas, como 
representado no relato anteriormente apresentado do “educando 3”. 
Quadro 2: Quantitativos citados pelos educandos, onde N representa o número de referências ao termo 
Exemplos N Exemplos N 
Vegetal 30 Ossos 29 
Animal 30 Madeira 26 
Peixes 9 Pedra 24 
Ossos de dinossauros 34 Carapaça 2 
Fonte: Organizado pelos Autores 
 
 
 
9 REnCiMa, São Paulo, v. 12, n. 1, p. 1-23, jan./mar. 2020 
A categoria que procurou analisar as concepções relacionadas ao significado dos 
fósseis pelos estudantes foi obtida a partir da questão: “Você considera importante saber 
como ocorre a formação de um fóssil? Se sim, por quê?” demonstrou unidades de registro 
relacionadas à preservação do patrimônio local, obter conhecimentos sobre o passado e 
compreender o processo de fossilização. 
Com relação à “Preservação do patrimônio local”, obtiveram-se 31 respostas, os 
alunos reconhecem a importância da preservação do patrimônio fóssil, relacionando-a ao 
contexto do local e mundial. Tal percepção pode ser identificada nos relatos do educandos 
6: 
Educando 6 (3° ano/EM) “Sim, porque sou da cidade de Mata [sic] e ela é conhecida 
por ser a cidade da madeira petrificada, então seria meio irônico achar que isso não 
é importante”. 
Nesse sentido, Santos e Carvalho (2011), em seus estudos, ainda encontraram 
dados que corroboram a esta ideia, 79% dos entrevistados creem que é relevante para a 
preservação do Parque Paleontológico de São José de Itaboraí, visto que possuem 
consciência da importância da participação da população para a preservação do patrimônio 
geológico. Sommer e Scherer (2002) ainda ressaltam que as comunidades com rara e sábia 
sensibilidade em relação à importância da preservação dessas florestas petrificadas, as 
protegem, ao nível institucional, por meio da criação de centros comunitários, pequenos 
museus e a regulamentação de leis municipais. Logo, atividades de reflexão sobre a 
realidade local e compreensão sobre o potencial existente nessas comunidades, colabora 
para o entendimento da paleontologia e uma valorização do patrimônio geológico. 
Alguns alunos (34) destacaram a importância dos fósseis para “obter conhecimento 
sobre o passado” o que mostrou a intenção de compreender mais profundamente a vida 
que existiu na cidade de Mata e em locais que possuem fósseis, bem como suas relações 
com o presente e como um meio de transformação e/ou modificação de sua realidade, 
como pode ser verificado a partir da resposta: 
Educando 7 (7° ano/EF): “Eu acho importante,porque devemos conhecer a história 
da nossa cidade”. 
A partir do relato acima, podemos ainda afirmar que a realidade local deve ser 
preservada e que esta preservação deve ocorrer pela conscientização. Para Nunes e 
Piokar-Hara (2018), uma forma de se promover a divulgação científica é através de 
iniciativas com o público escolar, por meio de ferramentas lúdicas que despertem nos 
 
 
 
10 REnCiMa, São Paulo, v. 12, n. 1, p. 1-23, jan./mar. 2020 
estudantes o interesse pelo acervo fóssil. Morais, Ferreira e Simões Neto (2019) destacam 
que a aprendizagem, desenvolvida nesses espaços não-formais de ensino, apresenta um 
caráter mais abrangente que o conceitual, oportunizando o desenvolvimento de 
competências atitudinais e habilidades como criatividade e afetividade. Nesse contexto, a 
cidade de Mata possui dois espaços institucionalizados relacionados à Paleontologia: O 
Museu Padre Daniel Cargnin e o Jardim Paleobotânico, esse último considerado um museu 
a céu aberto. Acredita-se que tais espaços promovem uma integração escola-museu, sendo 
fundamentais para ampliar a divulgação do acervo paleontológico da região. 
O interesse em conhecer o processo de fossilização que ocorreu na região foi 
também um destacado pelos estudantes (13), como a seguir representado: 
Educando 8 (2° ano/EM): “Sim, porque geralmente não estudamos isso na escola”. 
Educando 9 (8° ano/EF): “Acho importante saber, pois seria legal saber como se 
formou os fósseis da região onde moramos”. 
A realidade, colocada pelo educando 9, vai ao encontro com o que relata Schwanke 
(2002) que, em acompanhamentos realizados com alunos de graduação e professores de 
Ciências e Biologia do Estado do Rio de Janeiro, evidenciou uma série de lacunas 
envolvendo o saber paleontológico, uma ciência que envolve conhecimentos oriundos da 
área geológica e biológica. Uma grande dificuldade encontrada reveste-se na compreensão 
do Tempo Geológico. 
Nesse sentido, a questão: “Qual a idade da Terra?”, considerando que a idade 
deveria contemplar os 4,6 bilhões de anos (Ga), os dados obtidos foram interpretados em 
dois grupos: próximo (de 3 Ga a 6 Ga) e distante (os demais dados), como por exemplo: 
“76 bilhões de anos” ou “500 anos”. O primeiro grupo obteve 43 e o segundo 49 das 
respostas apresentadas. Considerando que alguns alunos não responderam a questão, 
verifica-se a falta de compreensão acerca da vastidão do tempo geológico. Corroborando 
com esta ideia, Leal, Meirelles e Rôças (2019) ressaltam que o não uso da relação dos 
conteúdos com o dia a dia dos estudantes e a dependência dos livros didáticos pelos 
docentes afastam o conhecimento aprendido em sala de aula, do conhecimento de mundo. 
Matos, Castro e Coutinho (2012) encontram, em seu estudo, dados diferentes ao 
averiguar o tempo geológico, verificando que 82% dos alunos compreendiam que o planeta 
existe há pelo menos cinco bilhões de anos. Cervato e Fordeman (2013) ainda ressaltam 
que, apesar de ocupar um papel importante na cultura contemporânea, ocorre certa 
confusão na sua ordem de magnitude. Considerando que boa parte dos alunos não possui 
 
 
 
11 REnCiMa, São Paulo, v. 12, n. 1, p. 1-23, jan./mar. 2020 
uma noção precisa sobre a idade da Terra, o entendimento sobre fósseis, paleontologia e 
evolução pode apresentar equívocos conceituais. 
A questão: “Você considera que os dinossauros e os seres humanos viveram 
juntos?” procurou colaborar no entendimento das percepções dos alunos. Dos dados 
obtidos, 92 educandos relatam que esses não viveram no mesmo momento, no entanto 9 
repostas consideram que humanos e dinossauros foram contemporâneos. Duarte et al. 
(2016) também encontraram dados semelhantes. No entanto, Matos, Castro e Coutinho 
(2012) encontraram dados divergentes, destacando que não houve correlação dos alunos 
sobre a coexistência de humanos e dinossauros em suas pesquisas. 
Considerando que, para os alunos da educação básica e até mesmos para aqueles 
que ingressam nos cursos de graduação na área das ciências biológicas, as únicas 
imagens ensinadas sobre Paleontologia são de restos de ossos de dinossauros que são 
apresentados pela mídia (LIMA et al. 2015). 
Quanto à questão: “Você já estudou sobre paleontologia em sala de aula? Se sim, 
em que série/ano e de que forma o professor abordou esse conteúdo?” procurou analisar 
a aproximação da temática em sala de aula. Apenas 86 dos alunos responderam a questão, 
em que 48 responderam que não estudaram paleontologia em sala de aula e 38 
responderam que estudaram em sala de aula. 
Com relação aos anos de escolaridade, 5 relatarem que tiveram contato com a 
temática no 5° ano, 8 em seu 6° ano, 6 em seu 7° ano, 1 em seu 9° ano, 2 em seu 1° ano 
(EM) e 12 em seu 2° ano (EM). O número de alunos que afirmam não terem visto conteúdos 
sobre paleontologia em sala de aula remete a Mendes, Nunes e Pires (2015), Duarte et al. 
(2016), Antunes, Costa e Ruivo (2013), que obtiveram dados semelhantes, demonstrando 
o distanciamento dessa temática da sala de aula. No caso de Mata, em especial, a 
Paleontologia poderia ser abordada de forma contextualizada, podendo contribuir com a 
conservação do patrimônio local (ANTUNES; COSTA; RUIVO, 2013). 
Na categoria que procurou entender a opinião dos alunos sobre "Por que aprender 
Paleontologia", os alunos destacaram a possibilidade de aprender mais sobre esta ciência 
e sobre os fósseis de Mata. 
Na unidade de registro relacionada a “Aprender mais sobre esta ciência”, foram 
obtidas 83 respostas que destacaram o interesse pelo processo de formação dos fósseis, 
como pode-se observar nos relatos: 
Educandos 10 (1° ano/EM): “Os fósseis, pela história que contém neles”. 
 
 
 
12 REnCiMa, São Paulo, v. 12, n. 1, p. 1-23, jan./mar. 2020 
Educandos 11 (9° ano/EF): “Como os fósseis duram tanto tempo, porque já faz muito 
tempo que os dinossauros existiram”. 
Em especial pelos fósseis de Mata, menções dos educandos buscam compreender 
melhor os fósseis existentes em Mata, como ocorreu sua fossilização/preservação e sua 
importância para o município: 
Educando 12 (6° ano/EF): “Como a madeira virou pedra”. 
Educando 13 (9° ano/EF): “Tudo, é bom porque nós moramos numa cidade que tem 
isso, mas poucos sabem o que é isso mesmo morando aqui e nem ligam porque não 
sabem como é importante isso”. 
Como aponta o educando 13, percebe-se a importância de desenvolver iniciativas 
que efetivem a divulgação científica na comunidade de Mata, visto sua importância para 
valorizar o patrimônio fossilífero de toda a região. Além disso, houve algumas respostas de 
alunos que disseram que não se interessam em ter conhecimento sobre paleontologia. 
Com vistas a perceber de que forma os museus da cidade se aproximam dos alunos, 
foi realizada a pergunta: “Você já realizou alguma atividade educativa no Museu 
Paleontológico Daniel Cargnin ou no Museu Paleobotânico de Mata? Esta visita foi proposta 
pelo professor de ciências/biologia?”. Quanto à realização das visitas, 83 dos educandos 
disseram que sim, porém 18 relataram que não. Acerca da disciplina que proporcionou a 
visita, 31 respostas dos educandos citaram que foi a disciplina de Ciências/Biologia, porém 
outros 8 disseram que foi proposta pelo professor de matemática, além de 4 educandos 
que também citaram os professores de história, e ainda 2 citaram o professor de geografia. 
Além disso, 2 educandos relataram que foram visitar o museu com suas famílias, 30 foram 
em visitas propostas pela escola e 2 participaram de palestras. 
De maneira a conhecer de que forma os alunos reconhecem os fósseis como 
patrimônios da humanidade, a questão: “Você acha importante preservar os fósseis? Por 
quê?” mostrou que os alunos conseguem identificar os fósseis como registros da história 
do município e de seu patrimônio: 
Educando 14 (3° ano/EM) “Sim, porque são registros históricos, que mostram muito 
sobre o passado do planeta terra”. 
Educando 15 (8°ano) “Sim, porque é algo que simboliza a cidade de Mata”. 
Educando 16 (7° ano) “Sim, porque é um patrimônio nosso, antigamente, pegavam 
e levavam caminhões cheios de fósseis daqui”. 
Observando as respostas, muitos relatos remetem às especificidades da realidade 
 
 
 
13 REnCiMa, São Paulo, v. 12, n. 1, p. 1-23, jan./mar. 2020 
local, demonstrando a relevância dos fósseis na paisagem que permeia a cidade. Duarte et 
al. (2016) ressaltam que o ensino da Paleontologia contribui para que os alunos comecem 
a despertar a conscientização com relação à preservação dos sítios e bens paleontológicos 
do país. Além disso, Santos e Carvalho (2011), em seu estudo, também verificaram que 
15% de seus entrevistados acreditam que os conceitos paleontológicos e de preservação 
do patrimônio devem ser estudados junto às crianças, através da educação básica, 
buscando criar uma identidade e preservação do patrimônio de São José de Itaboraí. 
Nesse sentido e com relação ao destaque do “educando 16”, o Instituto do 
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN (2018) zela pelo cumprimento dos marcos 
legais, efetivando a gestão do Patrimônio Cultural Brasileiro e dos bens reconhecidos pela 
Unesco, como Patrimônio da Humanidade. Pioneiro na preservação do patrimônio na 
América Latina, o Instituto possui um vasto conhecimento acumulado ao longo de décadas 
e tornou-se referência para instituições assemelhadas de países de passado colonial, 
mantendo ativa cooperação internacional. 
Percepções dos educandos acerca da intervenção pedagógica 
Ao início da intervenção pedagógica, mais especificamente na observação da 
realidade, ao questionar os educandos sobre possíveis palavras que poderiam estar ligadas 
ao termo “Paleontologia”, obtiveram-se diversos resultados, os quais se encontram 
expressos em uma nuvem de palavras (Figura 2) produzida online, no site “Wordart” 
(https://wordart.com/nwl5dq0aletg/nuvem-de-palavras). Tal forma de expressão foi utilizada 
por considerar-se que a nuvem de palavras também fornece uma representatividade do 
conteúdo temático e que a frequência em que os dados emergem também oferecem 
significância para análises qualitativas. 
A partir dos termos presentes na nuvem, percebe-se que os alunos demonstram 
claramente noções básicas sobre o tema. Logo, as palavras fósseis, osso e dinossauro 
foram as mais frequentes, representando termos relevantes para o estudo e a compreensão 
desta ciência. 
Além disso, as citações feitas à palavra pedra remetem à realidade na qual este 
grupo social encontra-se envolvido, mesmo que de forma distorcida e informal, como pode 
ser visto até em uma espécie de “slogan” da cidade: “Mata, a cidade da pedra que foi 
madeira”. Porém, é compreensível, na medida em que este termo seja utilizado no sentido 
de falar sobre as “madeiras ou árvores petrificadas” que existem no município. Entretanto, 
nota-se que outros educandos também denominam os fósseis através da palavra rocha, o 
 
 
 
14 REnCiMa, São Paulo, v. 12, n. 1, p. 1-23, jan./mar. 2020 
que remete a uma dualidade, sendo que a maioria adota um conceito equivocado ou 
desconhece o conceito científico. Novais et al. (2015) ressaltam que é comum os 
estudantes apresentarem dificuldades em conceituar de forma científica a Paleontologia, 
embora consigam apresentar concepções pouco satisfatórias e baseadas no senso comum. 
Figura 2: Palavras que para os alunos remetem à Paleontologia 
 
Fonte: Organizado pelos Autores 
Outro ponto que merece destaque é a ocorrência das palavras árvores e dinossauro, 
sendo dinossauros mais citados que árvores, mesmo com grande registro de troncos de 
árvores fossilizados que ocorrem no município. Logo, alguns fatores podem ter causado 
essa dissociação: a ação da mídia enquanto um difusor de conhecimentos e o museu da 
cidade que possui alguns exemplares de fósseis de animais. Corroborando com essa ideia, 
Tavares et al. (2007), em seus estudos, verificaram que os alunos envolvidos na pesquisa 
escolhem mais os fósseis de dinossauros, pois esses chamam muita atenção dos 
estudantes (83%). Em outro estudo investigando a realidade local, Santos e Carvalho 
(2013) entrevistaram 100 moradores, 22% acreditavam que um fóssil se tratava de ossos 
de dinossauros. Isso mostra a grande influência da palavra “dinossauro” no imaginário 
popular que, muitas vezes, é considerada como sinônimo de fósseis e, também, de 
Paleontologia. 
Apesar de não ter sido muito citada, o termo “tráfico” chama a atenção e ainda 
representa uma realidade, apesar de todas as leis federais e estaduais existentes. Sobre 
esta problemática, Sommer e Scherer (2002) ressaltam que a conscientização das 
comunidades é fundamental para a preservação dos fósseis. 
Com relação aos dados obtidos por meio do questionário pós-intervenção, as 
categorias elencadas procuraram analisar a aproximação da temática à realidade do aluno, 
 
 
 
15 REnCiMa, São Paulo, v. 12, n. 1, p. 1-23, jan./mar. 2020 
a contextualização e verificar se a abordagem possibilitou a construção de saberes. 
A aproximação da temática à realidade local foi destacada pelos alunos ao 
responderem a questão: “Diante do que foi abordado, você considera importante saber 
como ocorre a formação de um fóssil? Se sim, por quê?”. Conteúdos de 74 respostas 
identificaram pertinência, demonstrando que os educandos consideram importante 
conhecer os processos de fossilização que ocorreram no município, de maneira que lhes 
auxilie a compreender a sua realidade: 
Educando 16 (3° ano/EM) “Sim, porque nos ajuda a entender como ocorreu a 
formação dos fósseis de nossa cidade”. 
Educando 17 (2° ano/EM) “Sim, para explicar para um turista ou até mesmo um 
morador de mata”. 
Nesse contexto, Sessa e Trivelato (2017) ressaltam que a ciência deve facilitar a 
compreensão do mundo, contribuindo para a apropriação de uma alfabetização mais vasta, 
que considere outras extensões além de conhecer/saber teorias científicas, ou seja, os 
contextos sociais, históricos e culturais e que possibilite a criticidade. Algumas respostas 
mostram esta aproximação oportunizada pela apropriação de saberes de forma 
contextualizada: 
Educando 18 (3° ano/EM) “Sim, é importante porque, na maioria das vezes, achamos 
que é só ir lá e ver o fóssil, com sua placa de descoberta e deu. Só que aí que se 
enganamos, eu não imaginava que seria tão legal descobrir as tais etapas do 
processo de fossilização”. 
Educando 19 (8° ano/EF) “Sim, eu considero importante, pois estamos rodeados de 
fósseis em nossa cidade e é bom sabermos sobre isso”. 
Educando 20 (8° ano/EF) “Sim, acho importante, pois assim se toda população 
souber ela irá compreender o valor científico das peças”. 
No tocante à contextualização, a questão: “O que os fósseis de Mata significam para 
você?” demonstrou o reconhecimento do patrimônio fossilífero do município enquanto valor 
cultural, científico e econômico. Como "Riqueza histórica local”, a maioria dos alunos (63) 
remetem à grande quantidade de material disponível no local e sua importância para 
elucidar a história da vida que habitou o passado, ao qual o município se encontra, além de 
proporcionar o estudo da constituição desses materiais, como é possível notar nos relatos: 
Educando 21 (6° ano/EF) “que eles são muito importantes para mim, principalmente 
para mostrar como era o passado, e como eles viraram fósseis”. 
Educando 22 (8° ano/EF) “Eles significam simplesmente uma história que faz de mata 
uma cidade rica em conhecimentos”. 
 
 
 
16 REnCiMa, São Paulo, v. 12, n. 1, p. 1-23, jan./mar. 2020 
Educando 23 (8° ano/EF) “Para mim, significam uma marca para a cidade, pois a 
cidade é conhecida como a ‘cidade da pedra, que foi madeira”. 
Além disso, pode-se perceber que com a atividade os estudantes conseguiram 
atribuir mais significado aos fósseis da cidade e que, a partir da contextualização, podem-
se abordar outros conceitos e fenômenos que são importantespara compreender mais 
profundamente esta ciência. É interessante destacar o entendimento dos alunos acerca da 
importância dos fósseis para setores da cidade: 
Educando 22 (3° ano/EM) “Um símbolo da cidade, fonte para estudar, turismo, 
contribui para a economia do município, bem como para aquisição de conhecimento”. 
Educando 23 (7° ano/EF) “Significam estudo, sabedoria, riqueza natural, os fósseis 
são muito importante para o turismo da cidade”. 
Educando 24 (3° ano/EM) “São uma riqueza natural do município que devem ser 
explorados para aumentar a renda com o turismo que os fósseis proporcionam”. 
Como se percebe, os educandos evidenciaram a importância do estudo dos fósseis, 
além da sua utilização para alavancar o turismo no município. Nesse sentido, o ensino de 
paleontologia neste local deve ser desenvolvido e incentivado nas escolas, de maneira a 
proporcionar maior entendimento sobre a realidade local e despertar a curiosidade destes 
educandos para que contribuam para o estudo e preservação do patrimônio. 
 Apesar disso, alguns educandos ainda não demonstraram um entendimento sobre 
a complexidade da paleontologia e para os fósseis de Mata, tal qual se encontra 
exemplificado abaixo: 
Educando 25 (3° ano/EM) “Apenas fósseis, nada mais”. 
Nesse sentido, observa-se que para alguns, ainda, não foi percebida a relevância 
dos fósseis de sua cidade. Novais et al. (2015) mostram que, no município vizinho de Santa 
Maria, apesar da riqueza fossilífera, poucas são as atividades realizadas nesse aspecto 
com alunos do ensino fundamental, propiciando a carência de conhecimento nessa área. 
Tal fato pode estar também ocorrendo no município de Mata. 
Com o intuito de verificar os saberes construídos, a questão: “Caso algum visitante 
chegasse a Mata e perguntasse a você algo sobre os troncos fossilizados espalhados pela 
cidade. Você saberia responder? ( ) Sim ( ) Não. Caso sim, o que você diria a ele?” foi 
analisada conforme a complexidade das respostas. Assim, foram divididos dois grupos: um, 
com definições mais complexas, que agrega diferentes conceitos e relações; já outro, com 
respostas menos elaboradas que não possibilitam estabelecer conexões entre os conceitos 
 
 
 
17 REnCiMa, São Paulo, v. 12, n. 1, p. 1-23, jan./mar. 2020 
explicitados. Com relação à definição mais complexa, foram obtidas 20 respostas que 
demonstram uma argumentação mais detalhada do processo de fossilização que ocorreu 
no município, como se segue: 
Educando 26 (6° ano) “Eu diria que eles eram árvores [sic] e com o tempo caíram e 
foram sendo cobertas por várias [sic] camadas, e elas foram fossilizadas, e depois 
de muito tempo começaram a aparecer e foram encontradas”. 
Educando 27 (7° ano) “Que no período Triássico as árvores [sic] foram derrubadas e 
soterradas por várias camadas, e foi fossilizadas [sic] com o passar dos anos, assim 
ela ficou petrificada”. 
Educando 28 (7° ano) “Sim, que eles foram causados por causa de um derrubamento 
de árvores [sic] e foram soterradas e um material chamado sílica entrou dentro das 
árvores assim as transformando em fósseis”. 
Já na categoria definição de pouca complexidade, obtiveram-se 42 respostas e 
abrange citações menos detalhadas, como se pode ver abaixo: 
Educando 29 (2° ano/EM) “Eu diria a ele que aqueles troncos foram fossilizados a 
[sic] milhares de anos e para isso acontecer houve [sic] uma série de fatores”. 
Educando 30 (1° ano/EM) “Explicaria o processo de fossilização que ocorreu”. 
Além disso, 36 educandos disseram que não saberiam explicar. Diante desta 
situação, afirma-se que, mesmo com a intervenção, essa ainda não foi suficiente para todos 
os educandos se apropriarem do conhecimento, visto sua complexidade. 
Procurando estabelecer relações com temas abordados em sala de aula pelos 
professores, a questão: “Cite exemplos de assuntos que você estuda em sala de aula e que 
consegue relacionar com a paleontologia” mostrou uma diversidade de respostas, 
compiladas no Quadro 3. 
Quadro 3: Exemplos citados, onde N representa o número de referências ao termo 
Exemplo N Exemplo N 
Células 22 Evolução 11 
Animais 31 Formação Geológica 6 
Plantas 27 Continentes 1 
Fósseis 3 Bactérias 10 
Nenhum 3 Fungos 12 
Algas 4 Minerais 5 
Fonte: Organizado pelos Autores 
Observando o Quadro 3, pode-se afirmar que os educandos conseguiram relacionar 
a Paleontologia a diversos termos. Algumas dessas citações podem-se atribuir ao local em 
 
 
 
18 REnCiMa, São Paulo, v. 12, n. 1, p. 1-23, jan./mar. 2020 
que se encontram como, por exemplo: as “plantas” e “minerais”, devido à grande 
quantidade de “madeiras fossilizadas” que há no município e a constante relação com o 
processo de silicificação. Acredita-se que as referências às células ocorreram devido ao 
fato de que, durante o desenvolvimento desta abordagem, utilizou-se um vídeo que 
demonstra o funcionamento e a estrutura das células vegetais e sua relação com a 
fossilização, bem como a relação do município como lenhos vegetais que estão presente 
nele. Quanto à menção aos “animais”, pode-se relacionar com a quantidade significativa 
destes fósseis presentes no museu da cidade, além da divulgação midiática sobre o tema. 
Esses assuntos, citados acima, podem ser usados em sala de aula para 
contextualizar o ensino de Paleontologia, tal como foram na abordagem até aqui descrita. 
Para que isso ocorra, deve-se buscar inicialmente compreender a origem dos diferentes 
assuntos, ou seja, o professor deve fazer-se as seguintes perguntas: qual a relação da 
Paleontologia com o assunto que desejo abordar? Temos estudos sobre isso? Qual sua 
relação com a evolução do planeta? Esse pode ser o primeiro passo para instigar o aluno 
e introduzir o tema, e dessa maneira, proporcionar a compreensão das diversas relações 
existentes entre seus cotidiano, o meio em que vivem e a constante transformação da vida. 
A partir da questão: “Descreva o que você aprendeu com as atividades realizadas 
sobre a paleontologia”, destaca-se referência aos processos de fossilização (60), tema 
enfatizado para explicar a ocorrência de fósseis no município e presente na atividade final 
elaborada pelos alunos em seus cartazes e maquetes: 
Educando 32 (1° ano/EM) “Processo de fossilização, após a morte vem o 
soterramento com isso vem a mineralização. Esse processo demora milhões de 
anos, depois vem o surgimento”. 
Educando 33 (6° ano) “Que fósseis viverão[sic] a milhões de anos e que demorou 
muito até chegarem ao estado de fossilização, como as árvores petrificadas também 
passaram por um processo”. 
Corroborando com essa ideia, Tavares et al. (2007) também encontrou dados 
parecidos após sua intervenção, mais da metade dos alunos compreenderam como ocorre 
o processo de fossilização, o que corresponde a um aumento de 20% no nível de 
conhecimento sobre o assunto abordado. Logo, verifica-se que a realidade local pode ser 
um suporte para o ensino e a aprendizagem em sala de aula. 
Na categoria N “Importância fóssil”, obtiveram-se 25 resultados e remetem à 
importância dos fósseis de maneira geral para o estudo desta ciência. 
 
 
 
19 REnCiMa, São Paulo, v. 12, n. 1, p. 1-23, jan./mar. 2020 
Educando 34 (8° ano) “O quanto é importante as madeiras petrificadas de Mata”. 
Nesse mesmo contexto, Santos e Carvalho (2011) encontraram dados parecidos, na 
medida em que a pesquisa e difusão do conhecimento científico foram compartilhadas por 
16% dos conhecedores de São José de Itaboraí, que acreditam que a maior importância do 
parque está voltada para os estudos científicos e sua difusão em diferentes escalas. Logo, 
a preservação é importante, tanto para o estudo, como para a compreensão dos eventos 
ocorridos nesses locais. 
Considerando as etapas finais do Arco de Maguerez, caracterizadas pelas etapas de 
“hipóteses de solução” e “Aplicação à realidade”, foram construídos os materiais por parte 
dos educandos, reunidos na Figura 3. Estes materiais deveriamretomar o evento de 
fossilização que ocorreu no município, da maneira que achassem melhor. Os resultados 
obtidos foram cartazes e maquetes. 
Na imagem abaixo, verifica-se que existem diversos tipos de manifestação por parte 
dos educandos, as quais demonstram o que compreenderam das atividades. A partir da 
observação, tornam-se evidentes alguns quesitos presentes como: o desenvolvimento das 
árvores, sua queda/soterramento, o passar do tempo e as camadas de deposição que as 
cobriram e sua exposição novamente. Através desses desenhos, infere-se que os 
estudantes conseguiram visualizar que o processo de fossilização demora a ocorrer e que 
o solo está sempre em deslocamento o que, indiretamente, retoma a história do ambiente 
em que eles vivem. 
Figura 3: Materiais construídos pelos educandos 
 
Fonte: Organizado pelos Autores 
 
 
 
20 REnCiMa, São Paulo, v. 12, n. 1, p. 1-23, jan./mar. 2020 
Conclusões 
A ciência apresenta-se de diferentes formas no cotidiano dos sujeitos. Na cidade da 
Mata, os fósseis da região fazem parte da paisagem dos moradores da região, mas nem 
sempre são vistos, reconhecidos e abordados em sala de aula de forma que os alunos 
percebam a real importância do patrimônio científico e cultural que a região possui. A partir 
dos resultados obtidos com a pesquisa, tal fato ficou evidenciado nas etapas iniciais da 
investigação, podendo-se afirmar que os educandos possuem algum conhecimento sobre 
a paleontologia, porém não conseguem estabelecer relações com a riqueza paleontológica 
do município. No entanto, a partir de uma abordagem científica contextualizada, verificou-
se que os educandos, em sua maioria, melhoraram sua argumentação sobre o tema. A 
proposta desenvolvida, portanto, mostrou-se eficiente para o desenvolvimento da 
compreensão do tema, auxiliando os educandos a compreenderem melhor os eventos que 
ocorreram no município e suas características. 
Porém, ressalta-se que o ensino de Paleontologia no município deveria ser revisto e 
que a abordagem paleontológica, valorizando o patrimônio local, está distante da realidade 
dos alunos. Tal processo deve ocorrer de maneira contínua e gradual conforme avançam 
os níveis de ensino, tornando a sua experiência mais complexa e significativa. Nesse 
contexto, seria interessante propor uma aproximação pelos professores, através de um 
processo de formação continuada sobre o tema, como meio de propiciar maior 
entendimento e valorização da Paleontologia pela comunidade. 
Agradecimentos 
À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, pelo apoio financeiro. À 
Secretaria de Educação, escolas municipais e estaduais de Mata, pelo espaço, apoio e 
receptividade. 
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SCHWANKE, C. A divulgação da Paleontologia através de atividades de Ensino e 
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USP, Anais Perspectivas do Ensino de Biologia, v. 24179, p. 1-3, 2002. 
SOMMER, M. G.; SCHERER, C. M. S. Sítios paleobotânicos dos Arenito Mata (Mata e São 
Pedro do Sul) RS: uma das mais importantes “florestas petrificadas” do planeta. In: 
Schobbenhaus, C.; Campos, D. A.; Queiroz, E. T.; Winge, M. SIGEP. Sítios geológicos e 
paleontológicos do Brasil, p. 3-10, 2002. 
SOUZA, R. C. et. al. O ensino de paleontologia nas escolas públicas estaduais de floriano-
pina concepção dos docentes. III Congresso Nacional de Educação, 2016. 
TAVARES, S. A. S. et al. O Museu de Paleontologia de Monte Alto como disseminador 
doconhecimento paleontológico. In: Carvalho (Org.) Paleontologia: Cenários de Vida. 01 
ed. Rio de Janeiro: Editora Interciência, v. 02, p. 199-208, 2007. 
— APÊNDICES — 
Apêndice1: Questionário dos educandos Pré-intervenção 
1- Descreva com suas palavras o que você entende por Paleontologia. 
2- Cite alguns exemplos de fósseis. 
3- Você acha importante saber como ocorre a formação de um fóssil? Se sim, por quê? 
4- Qual a idade daTerra? 
5- Você acha que os dinossauros e os seres humanos viveram juntos? 
6- Você já estudou sobre paleontologia em sala de aula? Se sim, em que série/ano e de 
que forma o professor abordou este conteúdo. 
7- O que você gostaria de conhecer sobre paleontologia? Justifique. 
8- Você já realizou alguma atividade educativa no Museu Paleontológico Daniel Cargnin 
ou no Museu Paleobotânico de Mata? Esta visita foi proposta pelo professor de 
ciências/biologia? 
9- Você acha importante preservar os fósseis? Por quê? 
 
Apêndice 2: Questionário dos educandos - Pós-intervenção 
1- Diante do que foi abordado. Você considera importante saber como ocorre a formação 
 
 
 
23 REnCiMa, São Paulo, v. 12, n. 1, p. 1-23, jan./mar. 2020 
de um fóssil? Se sim, por quê? 
2- O que os fósseis de Mata significam para você? 
3- Caso algum visitante chegasse a Mata e perguntasse a você algo sobre os troncos 
fossilizados espalhados pela cidade. Você saberia responder? ( ) Sim ( ) Não. Caso sim, 
o que você diria a ele? 
4- Cite exemplos de assuntos que você estuda em sala de aula e que consegue relacionar 
com a paleontologia. 
5- Descreva o que você aprendeu com as atividades realizadas sobre a paleontologia. 
 
Apêndice 3: Acesso às reportagens utilizadas. 
— Árvores fossilizadas formam jardim de pedra em município gaúcho. 
Disponível em: <http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/nossa-terra/2012/noticia/201 2/12 
/arvores-fossilizadas-formam-jardim-de-pedra-em-municipio-gaucho.html>. Acesso em 10 
Abr. 2018. 
— Jardim paleobotânico de 200 milhões de anos é tombado na cidade de Mata. 
Disponível em: <https://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/jardim-paleobotanicode-
200-milhoes-de-anos-e-tombado-na-cidade-de-mata.ghtml>. Acesso em 10 Abr. 2018. 
— É pau, é pedra - Fósseis de árvores ajudam a entender como eram as florestas do 
passado 
Disponível em: <http://chc.cienciahoje.uol.com.br/e-pau-e-pedra/>. Acesso em 10 Abr. 
2018. 
— Floresta de fósseis 
Disponível em: <http://chc.org.br/acervo/floresta-de-fosseis/>. Acesso em 10 Abr. 2018. 
http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/nossa-terra/2012/noticia/201%202/12%20/arvores-fossilizadas-formam-jardim-de-pedra-em-municipio-gaucho.html
http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/nossa-terra/2012/noticia/201%202/12%20/arvores-fossilizadas-formam-jardim-de-pedra-em-municipio-gaucho.html
https://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/jardim-paleobotanicode-200-milhoes-de-anos-e-tombado-na-cidade-de-mata.ghtml
https://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/jardim-paleobotanicode-200-milhoes-de-anos-e-tombado-na-cidade-de-mata.ghtml
http://chc.cienciahoje.uol.com.br/e-pau-e-pedra/
http://chc.org.br/acervo/floresta-de-fosseis/

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