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Atendimento Pré - Hospitalar Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré-Hospitalar Diretor Executivo DAVID LIRA STEPHEN BARROS Gerente Editorial ALESSANDRA VANESSA FERREIRA DOS SANTOS Projeto Gráfico TIAGO DA ROCHA Autoria MARCOS RODOLFO DA SILVA AUTORIA Marcos Rodolfo da Silva Olá! Sou graduado em Enfermagem, pós-graduado em Enfermagem do Trabalho, técnico em Radiologia e instrumentador cirúrgico pelo Centro Universitário da Fundação de Ensino Octávio Bastos (Unifeob), em 2010, 2012 e 2008, respectivamente. Além disso, ao longo de minha carreira, participei de cursos na área de urgência e emergência e atuei como enfermeiro supervisor no Pronto Socorro Municipal Dr. Oscar Pirajá Martins, em São João da Boa Vista, São Paulo, entre 2011 e 2014. Atualmente, sou acadêmico do 5° ano do curso de Medicina no Centro Universitário das Faculdades Associadas de Ensino (Unifae), em São João da Boa vista/SP. Além disso, desenvolvo materiais didáticos como professor conteudista nas áreas de saúde pública, saúde do idoso, direito à saúde e a elas correlatas. Sou apaixonado pelo que faço e adoro transmitir minha experiência de vida àqueles que estão iniciando em suas profissões. Por isso fui convidado pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo! ICONOGRÁFICOS Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez que: OBJETIVO: para o início do desenvolvimento de uma nova competência; DEFINIÇÃO: houver necessidade de apresentar um novo conceito; NOTA: quando necessárias observações ou complementações para o seu conhecimento; IMPORTANTE: as observações escritas tiveram que ser priorizadas para você; EXPLICANDO MELHOR: algo precisa ser melhor explicado ou detalhado; VOCÊ SABIA? curiosidades e indagações lúdicas sobre o tema em estudo, se forem necessárias; SAIBA MAIS: textos, referências bibliográficas e links para aprofundamento do seu conhecimento; REFLITA: se houver a necessidade de chamar a atenção sobre algo a ser refletido ou discutido; ACESSE: se for preciso acessar um ou mais sites para fazer download, assistir vídeos, ler textos, ouvir podcast; RESUMINDO: quando for preciso fazer um resumo acumulativo das últimas abordagens; ATIVIDADES: quando alguma atividade de autoaprendizagem for aplicada; TESTANDO: quando uma competência for concluída e questões forem explicadas; SUMÁRIO Diretrizes do Cuidado de Emergência ................................................ 12 O Papel da Área de Compras nas Empresas ............................................................ 12 Diretrizes ............................................................................................................................. 16 As Fases do Processo de Socorro .........................................................22 As Fases .................................................................................................................................................22 Serviços Especializados em Primeiros Socorros ........................... 32 Os Serviços ..........................................................................................................................................32 Atendimento Pré - Hospitalar a Doenças do Trabalho ................ 41 Atendimento Pré - Hospitalar em Ambiente de Trabalho ................................. 41 Unidades de Atendimento ................................................................................... 46 9 UNIDADE 02 Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré-Hospitalar 10 INTRODUÇÃO Você sabia que a área de atendimento de primeiros socorros é uma das mais importantes no atendimento imediato hospitalar e é responsável pela grande quantidade de pacientes que possuem a chance de dar entrada em hospitais conseguirem atendimento adequado e especializado quando da necessidade. Sua principal responsabilidade é assegurar que as equipes de profissionais de primeiros socorros possuam conhecimento e experiência suficientes para garantir atendimento de qualidade e segurança em momentos de pânico e acidentes. Além disso, é necessária a presença de todos os profissionais participantes desse serviço para ser realizado de maneira integrada e com o apoio de todos os setores. Durante esta unidade, você será capaz de aprofundar seu conhecimento a respeito dos atendimentos pré-hospitalares. Entendeu? Vamos mergulhar neste universo! Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré-Hospitalar 11 OBJETIVOS Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 2. Atendimento pré-hospitalar. Nosso objetivo é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o término desta etapa de estudos: 1. Analisar as diretrizes do cuidado de emergência. 2. Interpretar as fases do processo de socorro. 3. Classificar os tipos de serviços especializados em primeiros socorros. 4. Discutir e validar o atendimento pré-hospitalar a doenças do trabalho. Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? Ao trabalho! Durante esta unidade, você terá a oportunidade de mergulhar nesse conhecimento e ter acesso e experiência nessa temática. Espero que você possa aproveitar ao máximo e desfrutar da sensação boa de adquirir conhecimento. Vamos nessa! Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré-Hospitalar 12 Diretrizes do Cuidado de Emergência OBJETIVO: Ao término deste capítulo, você será capaz de entender como funcionam as diretrizes do cuidado de emergência e como esse assunto se relaciona com a área. Isso será fundamental para o exercício de sua profissão. As pessoas que tentaram debater sobre a temática sem a devida instrução tiveram problemas ao exercer suas funções. E então? Motivado para desenvolver essa competência? Vamos lá. Avante!. O Papel da Área de Compras nas Empresas Sabendo da importância existente em torno dos serviços de atendimento de emergência, as unidades de atendimento possuem uma alta demanda nos serviços por causa da quantidade de pacientes que dão entrada. Vimos conceitos básicos a respeito dos serviços de primeiros socorros na unidade anterior, então, é válido relembrar de alguns pontos bem importantes para associar os assuntos. Revisando: Primeiros socorros é um termo associado aos procedimentos utilizados e realizado de maneira básica e necessária, apenas com o intuito de manter a condição de vida de um paciente até a chegada a um centro hospitalar ou de um médico profissional, ou uma equipe multiprofissional médica. Com a finalidade de conseguir oferecer um tratamento específico ou que se enquadre nas necessidades de cada paciente. É necessário que exista uma base para direcionar os serviços e decisões. Dessa maneira, os serviços de atendimento de emergência Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré-Hospitalar 13 também possuem princípios/diretrizes que fundamentam os atendimentos e tipo de serviço realizados por toda a equipe e corpo profissional. Para que você possa compreender como foi aplicado e decidido os princípios, é fundamental entender a trajetória. As unidades de atendimento a serviços de emergência e urgência contam com uma enorme quantidade de usuários em busca de tratamento, consequentemente, é preciso existir uma manutenção da qualidade do serviço oferecido. Dessa maneira, a Secretaria da Atenção à Saúde (SAS) salienta como finalidades essenciais do gerenciamento atual a maior acessibilidade e a melhor da qualidade da atenção e cuidado à saúde no Sistema Único de Saúde (SUS). Em 2003, surgiu a Política Nacional de Urgência e Emergência com o objetivo de constituir e coordenar essa rede. Desde lançamento da portaria que estabeleceu essa política, a finalidade foi a de integralizar a atenção e cuidado às urgências. Figura 1 – Atendimento Fonte: Freepik SuporteEmergencial à Vida e Atendimento Pré-Hospitalar 14 As atenções atualmente possuem divisões, são eles: • Atenção primária. • Nível intermediário. • Atendimento de média e alta complexidade. Essas atenções são compostas por equipes e centros de atendimento. A atenção primária é constituída por Equipes de Saúde da Família (ESF) e unidades básicas de saúde (UBS). O nível intermediário é composto por uma equipe constituinte do Serviço de Atendimento Móvel às Urgências (SAMU 192) e também Unidades de Pronto Atendimento (UPA 24h). Já o atendimento de média e alta complexidade é realizado pelas equipes que compõem as unidades hospitalares. Figura 2 – Divisões das atenções Fonte: Elaborada pelo autor (2022). As Unidades de Pronto Atendimento (UPA) são organizações de nível médio entre as Unidades Básicas de Saúde (UBS). As alas de urgência e emergência dos hospitais, quando trabalham em união com essas outras unidades constituem uma rede integrada de Atenção às Urgências. Assim, segundo a Portaria nº 10, de 3 de janeiro de 2017, há uma transfiguração nas diretrizes de método de assistência e financiamento das Unidades de Pronto Atendimento como constituinte da Rede de Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré-Hospitalar 15 Atenção às Urgências, quando nos referimos ao Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo o Ministério da Saúde: CAPÍTULO II DAS DIRETRIZES DA UPA 24h Art. 3º São diretrizes da UPA 24h: I) - Funcionamento ininterrupto 24 (vinte e quatro) horas e em todos os dias da semana, incluindo feriados e pontos facultativos; II) - Equipe Assistencial Multiprofissional com quantitativo de profissionais compatível com a necessidade de atendimento com qualidade, considerando a operacionalização do serviço, o tempo - resposta, a garantia do acesso ao paciente e o custo-efetividade, em conformidade com a necessidade da Rede de Atenção à Saúde - RAS e as normativas vigentes, inclusive as resoluções dos conselhos de classe profissional; III) - Acolhimento; IV) - Classificação de risco. No Art. 5º: Considerar-se-á a UPA 24h em efetivo funcionamento quando desempenhar as seguintes atividades: I) - Acolher os pacientes e seus familiares em situação de urgência e emergência, sempre que buscarem atendimento na UPA 24h; II) - Articular-se com a Atenção Básica, o SAMU 192, a Atenção Domiciliar e a Atenção Hospitalar, bem como com os serviços de apoio diagnóstico e terapêutico e outros serviços de atenção à saúde, por meio de fluxos lógicos e efetivos de referência e contrarreferência, ordenados pelas Centrais de Regulação de Urgências e complexos reguladores instalados nas regiões de saúde; III) - Prestar atendimento resolutivo e qualificado aos pacientes acometidos por quadros agudos ou agudizados de natureza clínica, e prestar o primeiro atendimento aos casos de natureza cirúrgica e de trauma, estabilizando os pacientes e realizando a investigação diagnóstica inicial, de modo a definir a conduta necessária para cada caso, bem como garantir o referenciamento dos pacientes que necessitarem de atendimento; Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré-Hospitalar 16 IV) - Funcionar como local de estabilização de pacientes atendidos pelo SAMU 192; V) - Realizar consulta médica em regime de pronto atendimento nos casos de menor gravidade; VI) - Realizar atendimentos e procedimentos médicos e de enfermagem adequados aos casos demandados à UPA 24h; VII) - Prestar apoio diagnóstico e terapêutico conforme a sua complexidade; e VIII) - Manter pacientes em observação, por até 24 horas, para elucidação diagnóstica ou estabilização clínica, e encaminhar aqueles que não tiveram suas queixas resolvidas com garantia da continuidade do cuidado para internação em serviços hospitalares de retaguarda, por meio da regulação do acesso assistencial. (BRASIL, 2017, online) Na conformação da Rede de Atenção ás Urgências, o Componente Hospitalar tem como propósito a competência das portas de entradas hospitalares de urgência e emergência, dos leitos que acomodam pacientes de cuidados prolongados, das enfermarias, dos leitos de unidade de terapia intensiva (UTI). Esse componente aumenta e reforça a oferta de boa qualidade dos serviços de diagnóstico de quadros clínicos por meio de imagem ou de laboratório, e pela reestruturação e qualidade dos aspectos de cuidado prioritário, são elas cerebrovascular traumatologia e cardiovascular. Diretrizes Podemos dizer que se classificam como diretrizes, de acordo com o Ministério da Saúde: 1) Universalidade, equidade, integralidade no atendimento ás urgências; 2) Atendimento priorizado, mediante a Classificação de Risco segundo grau de sofrimento, urgência e gravidade do caso; 3) Humanização da atenção, centrado no cuidado integral do usuário; Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré-Hospitalar 17 4) Regionalização do atendimento ás urgências, com articulação dos diversos pontos de atenção e acesso regulado aos serviços de saúde; 5) Atenção multiprofissional, instituída por meio de práticas clínicas cuidadoras e baseada em gestão de linhas de cuidados. (BRASIL, 2017, online) Figura 3 – Diretrizes Fonte: Freepik A Rede de Atenção às Urgências tem como prioridade e finalidade reorganizar e manter a ordem nos variados pontos de atenção participantes desse conjunto, assim, com o objetivo de melhorar a assistência, estabelecendo os fluxos e as decisões corretas para cada situação e unidade de atendimento. Um dos problemas ainda bem recorrentes é a complexidade de casos que dão entrada nessas unidades. Por esse motivo, é necessário existir uma variedade de centros e unidades de atendimento. A figura a seguir apresenta as unidades de atendimento que dão apoio. Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré-Hospitalar 18 Figura 4 – Unidades de atendimento e apoio Fonte: Elaborada pelo autor (2022). Dessa maneira, com o intuito de que a rede ofereça apoio de ótima qualidade aos pacientes, é preciso que seus aspectos de importância funcionem de forma conjunta, planejada e delineada. Assim, sendo substancial a implantação e execução da qualidade de formação profissional, do método de acolher e atender os pacientes, da informação e da regularização de garantia ao acesso aos aspectos que a compõe. Figura 5 – Acolhimento de paciente Fonte: Freepik Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré-Hospitalar 19 Em conformidade com a Portaria de Consolidação nº 6/GM/MS, de 28 de setembro de 2017, o componente hospitalar será capaz de receber incentivo de custeamento particularizado, para: • Porta de entrada hospitalar de urgência. • Enfermaria clínica das urgências. • Leitos de Terapia Intensiva (UTI) essenciais para às portas de entrada hospitalares de urgência. As portas de entrada dos Sistema Único de Saúde (SUS) são os locais nos quais as complicações que não conseguem e não podem ser totalmente finalizados são direcionados para consultas ou exames com profissionais especialistas, atendimento nas Unidades de Pronto Atendimento, hospitais, ou unidades necessárias para suprir a necessidade do paciente. Essas portas de entrada devem receber incentivos, podem variar de acordo com a especialidade ou tipo da unidade de atendimento. Figura 6 – Tipologia da porta de entrada Fonte: Elaborada pelo autor (2022). O diagrama anterior representa os três tipos de portas de entrada de urgência que recebem incentivo. A seguir, você observará os valores e os tipos que recebem mais incentivos. • Geral I – R$100.000,00. • Especializada I – R$200.000,00. • Especializada II – R$300.000,00. Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré-Hospitalar 20 As unidades hospitalares, sejam elas do setor público ou do setor privado, com leitos de retaguarda aos locais que atendem como Portas de Entrada Hospitalares de Urgência, por meio de enfermarias, conseguirão obterincentivo de valor diferente, assim, irão receber R$ 300,00 por dia do leito novo ou qualificado. Figura 7 – Leito hospitalar Fonte: Freepik EXPLICANDO MELHOR: São os leitos de terapia intensiva servem como retaguarda às portas de entrada de urgências e emergências criados, leitos novos, ou leitos existentes, em hospitais acima de 50 leitos localizados na região de saúde em que estão inseridos, podendo ser implantados em hospitais estratégicos de alta complexidade ou em hospitais de menor adensamento tecnológico, desde que deem suporte às portas de entrada hospitalares, prontos-socorros, unidades de pronto atendimento e UPA 24h, devendo, como pressuposto, ser regulados, pela Central de Regulação Hospitalar e prioritariamente servir como retaguarda aos usuários dos serviços de urgências. Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré-Hospitalar 21 RESUMINDO: E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido que os atendimentos emergenciais possuem uma grande importância, assim como, a qualidade dos serviços oferecidos por essa área. Dessa maneira, aprendemos que, como tantas outras áreas, o cuidado de emergência e urgência possuem suas diretrizes e são fundamentadas em alguns pontos. Existem várias Portas de Entrada que permitem e dão apoio ao paciente que dá entrada em algumas dessas unidades e necessita de atendimento, o objetivo dessas Portas de Entrada é assegurar que os usuários possuam uma boa qualidade de atendimento e possam ser encaminhados para algum centro especializado na necessidade. Algumas dessas portas são as UPAs, SAMU, centros hospitalares de média capacidade. As Unidades de Pronto Atendimento ganharam uma visibilidade muito boa com a portaria que estabelece as diretrizes e direitos do local que oferecerá o serviço. Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré-Hospitalar 22 As Fases do Processo de Socorro OBJETIVO: Ao término deste capítulo, você será capaz de entender como funcionam as fases do processo de socorro. Isso será fundamental para o exercício de sua profissão. As pessoas que tentaram compreender como funcionam as fases do socorro e sua aplicação sem a devida instrução tiveram problemas ao exercer suas funções. E então? Motivado para desenvolver essa competência? Vamos lá. Avante!. As Fases Vejamos a citação a seguir sobre primeiros socorros, conforme Feliciano (2013): Pode-se definir primeiros socorros como sendo os cuidados imediatos que devem ser prestados à vítima de acidentes ou mal súbito, com o fim de manter as funções e evitar o agravamento de suas condições, até a chegada do Suporte Avançado. Qualquer pessoa treinada poderá prestar os primeiros socorros, conduzindo-se com serenidade, compreensão e confiança. Manter a calma e o controle da situação é imprescindível. (FELICIANO, 2013, p. 2) Como vimos na unidade anterior, os atendimentos de primeiros socorros exigem um conjunto de técnicas, profissionais e cuidados a serem seguidos de acordo com o protocolo estabelecido. Todos os profissionais devem possuir conhecimento pleno e amplo acerca da área e dos atendimentos de primeiros socorros, isso inclui saber desde normas e regras para serem colocadas em prática e o local até o atendimento direto com o paciente. Sendo assim, é fundamental compreender e diferenciar o tipo de atendimento, pois ele pode ter duas variações, são elas: Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré-Hospitalar 23 Figura 8 – Variação do atendimento Fonte: Elaborada pelo autor (2022). A clínica faz referência a situações que necessitam de atendimento por causa de circunstâncias do quadro de saúde da vítima, por exemplo: • Mal-estar. • Ataque cardíaco. • Desmaios. • Intoxicações. Já o trauma, é o tipo de atendimento de referência a situações causadas por atos de troca de energia, por exemplo: • Acidentes automobilísticos. • Quedas. • Queimaduras. • Choques. A decisão primordial a ser realizada no ambiente do acidente é analisar os riscos ao próprio profissional presente no local. Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré-Hospitalar 24 Figura 9 – Ambiente do acidente Fonte: Freepik Se existe e for verificado algum tipo de perigo em grande escala, é recomendado esperar a chegada do socorro e equipe profissional especializada. Dessa maneira, observa-se a possibilidade da causa do acidente, o número de vítimas e pessoas envolvidas no local, e também, a complexidade do quadro e todas as outras informações colhidas para auxiliar na investigação do acidente. Assim, há uma série de atitudes a serem tomadas pelos profissionais de socorro presentes no local do acidente: • Manter a vítima deitada em posição confortável. • Certificar-se de que a lesão não tem gravidade. • Investigar particularmente a existência de algum evento no quadro clínico do paciente que precise de atenção, por exemplo: hemorragia, ataque cardíaco, parada respiratória, envenenamento, ferimentos, queimaduras e fraturas. Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré-Hospitalar 25 • Em caso de existência de alguns dos eventos citados, o socorro deve ser imediato. • Verificar se há lesão na cabeça (paciente inconsciente ou semiconsciente). • Não dar líquidos a pessoas inconscientes. • Recolher, em caso de amputação, a parte seccionada, envolvê-la em um pano limpo para entrega IMEDIATA ao médico. • Ter certeza de que nenhuma atitude ou serviço realizado no momento poderá piorar o quadro clínico do paciente. • Chamar o médico ou transportar a vítima. • Passar todas as informações do quadro clínico da vítima à equipe. • Passar todas as informações sobre o local. • Evitar pânico e estresse. • Comunicar a ocorrência à autoridade policial local. A observação antecedente da cena do acidente é importante, uma vez que, por meio dessa decisão, determinam-se os riscos existentes no local, tornando menos provável e evitando que o profissional do socorro sofra algum trauma e se coloque em risco. Como vimos também, para que o local esteja seguro para receber o profissional de socorro, é necessário que ele passe por quatro fases de avaliação, todas elas com o objetivo de assegurar a segurança de todos. São elas: • Segurança. • Cinemática. • Apoio. • Bioproteção. A partir dessas etapas, analisa-se a segurança do local para efetuar o atendimento. É muito importante saber também como o acidente aconteceu e cada detalhe possível. O profissional, e qualquer outra Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré-Hospitalar 26 pessoa no local, deve buscar formas de diminuir ou evitar infecções por meio do contato direto com o sangue das vítimas. Assim como procurar ajuda de pessoas próximas da área, com o intuito de auxiliar a fornecer o espaço preciso para o atendimento, e chamar o socorro especializado de imediato. A partir disso, se for necessário chamar uma equipe de auxílio, é recomendado seguir algumas normas. A segunda fase do socorro é conhecida como solicitação do auxílio. Requisitar outra pessoa para chamar socorro especializado, alegando a possível causa do acidente, a quantidade de vítimas, a complexidade das vítimas e todas as outras informações que forem necessárias. Figura 10 – Auxílio médico Fonte: Freepik A terceira fase do socorro é chamada de sinalização, pois marca o ambiente do acidente para impossibilitar a eventualidade de novos acidentes. A sinalização deve ser feita com cones, fita zebrada, ou objetos que consigam chamar mais a atenção de outras pessoas para o cuidado e atenção com o local do acidente. Na ausência desses recursos, é permitido pedir para que alguma pessoa fique sinalizando a uma certa distância da cena. Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré-Hospitalar 27 A quarta fase é o atendimento. Nesse momento,o profissional deve ter em mente o que fazer e o que não fazer. Estabelecer o autocontrole é fundamental nesse processo. Não é permitido mentir para a vítima. É preferível buscar exprimir segurança e confiança no serviço oferecido. No atendimento, o profissional prestador dos primeiros socorros deve realizar os dois exames básicos: • Exame primário. • Exame secundário. A quinta fase é o exame primário, que analisa: • Se a vítima está consciente. • Se a vítima apresenta pulso. • Se as vias aéreas estão desobstruídas. • Se a vítima está respirando. Esse exame deve ser realizado de dois em dois minutos. Se o paciente não consegue respirar, mas apresenta pulso, é necessário a respiração artificial, feito segundo o protocolo de atendimento. Em caso de o paciente não apresentar sinal de pulso, deve ser iniciado a RCP segundo o protocolo de atendimento. A sexta fase do socorro é o exame secundário, que analisa: • Avaliar o nível de consciência. • Escala de Coma de Glasgow. Avaliar os quatro sinais vitais: • Pulso. • Respiração. • Pressão arterial. • Temperatura. Avaliar os três sinais diagnósticos: • Tamanho das pupilas. Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré-Hospitalar 28 • Enchimento capilar (perfusão sanguíneas das extremidades). • Cor da pele. Além disso, o exame que verifica as pupilas deve ser feito da seguinte maneira: • Quando as pupilas estiverem com o tamanho normal e contornos regulares: situação normal. • Quando as pupilas não estiverem com o tamanho normal e contornos irregulares: possível acidente vascular encefálico, traumatismo craniano. • Quando as pupilas estão dilatadas e não conseguem responder a luz: hipóxia cerebral ou o paciente pode chegar a óbito. • Quando as pupilas estão dilatadas e conseguem responder a luz: hipóxia cerebral grave, pode ter passado por recente processo de AVE ou RCP, ou o paciente pode ter tido traumatismo craniano. • Quando as pupilas estão contraídas e com contornos irregulares: o paciente pode ter presença de uso de substâncias psicotrópicas. EXPLICANDO MELHOR: De acordo com a Câmara dos Deputados (2010): As drogas psicotrópicas podem ser divididas em três grupos, de acordo com os efeitos sobre a atividade cerebral. O primeiro grupo é o das depressoras, que diminuem a atividade cerebral, o segundo grupo estão as estimulantes, que fazem com que a pessoa fique “ligada” e o terceiro grupo é o das perturbadoras, que alteram o funcionamento cerebral. No grupo das drogas depressoras estão o álcool, os soníferos ou hipnóticos (barbitúricos, alguns benzodiazepínicos); os ansiolíticos (calmantes, como benzodiazepínicos), os opiáceos ou narcóticos (morfina, heroína, codeína ou meperidina) e os inalantes ou solventes (colas, tintas ou removedores). (CÂMARA DOS DEPUTADOS, 2010) Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré-Hospitalar 29 Ainda no exame secundário, deve ser realizado o exame físico no paciente: • Pescoço. • Cabeça. • Tórax. • Abdômen. • Pelve. • Membros inferiores. • Membros superiores. • Dorso. Quando o profissional estiver prestando o socorro, é preciso dar atenção a alguns aspectos no pulso e respiração. Quanto ao pulso: a frequência deve ser aferida em batimentos por minuto, assim, pode estar normocárdico, bradicárdico ou taquicárdico. Quanto ao ritmo: pode estar regular ou irregular, deve ser verificado no intervalo entre um batimento e outro. Quanto a intensidade: deve ser analisada por meio da força da pulsação. Pode estar cheio quando o pulso estiver forte, ou fino quando o pulso estiver fraco. Quanto a respiração: a frequência deve ser aferida em respirações por minuto, dessa forma, pode ser eupneico, bradipneico ou taquipneico. Quanto ao ritmo: pode ser verificado por meio do intervalo entre uma respiração e outra, dessa forma, pode ser regular ou irregular. Quanto a profundidade: é necessário analisar se a respiração é profunda ou superficial. Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré-Hospitalar 30 Figura 11 – Profissional socorrista Fonte: Freepik Depois da avaliação, é feita uma análise da condição da vítima de causa: acidente ou problema clínico, para que, assim, seja realizado o procedimento correto, atendendo às necessidades da situação e do quadro clínico. A seguir, segue um diagrama com as seis fases do socorro: Figura 12 – Fases do socorro Fonte: Elaborada pelo autor (2022). Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré-Hospitalar 31 RESUMINDO: E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido que existem as fases do socorro. Cada uma se resume a um único objetivo: garantir que os pacientes consigam ter a melhor qualidade de atendimento possível. As fases giram em torno da avaliação da cena, ou seja, verificar se o espaço está seguro para que o profissional tenha acesso e possa executar seus serviços; a solicitação do auxílio, necessidade de pedir que o socorro ou serviço especializado chegue até o local; a sinalização deve ser feita por algum objeto (cone, fita) ou, na ausência deles, algum indivíduo no local com certa distância pode sinalizar; o atendimento deve ser realizado de forma íntegra oferecendo a melhor qualidade possível; o exame primário verifica os sinais vitais da vítima e o exame secundário, os sinais vitais, mas também o quadro clínico aprofundado. Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré-Hospitalar 32 Serviços Especializados em Primeiros Socorros OBJETIVO: Ao término deste capítulo, você será capaz de entender como funcionam e como atuam os serviços especializados em primeiros socorros. Isso será fundamental para o exercício de sua profissão. As pessoas que tentaram compreender como atuam os serviços especializados em primeiros socorros e sua aplicação sem a devida instrução tiveram problemas ao exercer suas funções. E então? Motivado para desenvolver essa competência? Vamos lá. Avante! Os Serviços O atendimento de primeiros socorros deve ser prestado em todas as situações em que a vítima não possui condições de cuidar de si, dessa maneira, recebe um atendimento e, logo, será solicitado o atendimento especializado. Esses serviços existem na maioria das cidades e deve chegar ao local do acidente em pouco tempo. Sabendo da complexidade dos atendimentos e de como devem ser realizados os serviços de primeiros socorros, é necessário compreender que deve existir a presença de outros serviços especializados e com atendimentos a chamados de primeiros socorros. O profissional que realiza o atendimento de emergência é conhecido como socorrista. Ele deve ter formação e equipamentos especializados, assim como os paramédicos. Ainda temos o atendente de emergência, pessoa que fez e completou um curso básico de primeiros socorros. Dessa maneira, há setores e posições do estado experientes em examinar casos de emergência, e em toda situação devem ser solicitados, sem exceção, mesmo que os atendimentos de primeiros socorros já se encontrem executados. Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré-Hospitalar 33 Essa comunicação acontece, pois toda situação de quadro acidental ou clínico, deve ter passagem por uma análise médica para descartar possíveis consequências, a fim de recuperar de maneira completa o quadro clínico da vítima. Existem alguns serviços que podem ser contatados em casos de atendimento de primeiros socorros, que estão dispostos na figura que se segue. Figura 13 – Serviços especializados em primeiros socorros Fonte: Elaborada pelo autor (2022). O corpo de bombeiros deve ser contatado em situações de emergências, incêndios domésticos, emergência de trânsito, resgate de pessoas acidentadas, visto que não é possível receber os primeiros socorros, eles são os responsáveisem fazer o transporte da vítima a uma unidade de saúde especializada que consiga atender as necessidades do quadro clínico do paciente. A polícia militar são os encarregados em realizar os atendimentos precedentes, nos casos de serem os primeiros a chegar no local do acidente. Deve estabelecer a organização e ordenamento do fluxo de Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré-Hospitalar 34 pessoas e carros, averiguar ocorrências e fatos do acidente e, em casos particulares e se for realmente preciso, realizar o transporte de vítimas. O SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) é um serviço específico de atendimentos de urgência, desenvolvido pela portaria do Ministério da Saúde (MS), é administrado pela Secretaria de Saúde de cada município. Desempenha atendimento aos pacientes de acidentes e estados clínicos que precisam de acompanhamento, efetuando um atendimento precedente no próprio local de acidente ou no interior de ambulâncias, ao mesmo tempo que a vítima é levada a um hospital ou unidade de saúde mais perto. A Polícia Rodoviária Federal atua em situações em acontecem acidentes em rodovias mais distantes de cidades ou de locais mais urbanizados, é aconselhável solicitar o serviço da PRF, porque, geralmente, é a organização mais perto da situação de acidente, posto que é a polícia quem deve assegurar e zelar o bom fluxo em nas estradas. Figura 14 – Polícia Rodoviária Fonte: Wikimedia commmons A Defesa Civil é a associação nacional encarregada por sistematizar providências e cuidados de futuros acidentes e desastres naturais ou de grandes dimensões e atividades de resposta a essas situações, como Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré-Hospitalar 35 providências de retirada de pessoas e famílias moradores de áreas potencialmente de risco de desmoronamentos ou deslizamentos. Ainda podemos citar mais um serviço: o Disque Intoxicação, serviço desenvolvido pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). O disque intoxicação tem como finalidade principal explicitar, e deixar claro para as pessoas e profissionais da área de saúde, situações que envolvem intoxicações dos mais variados tipos. Ao solicitar esse tipo de atendimento, serão realizadas algumas perguntas, são elas: • Identificação (nome e telefone). • Local em que ocorreu o acidente. • A origem da emergência (como aconteceu). • Quantidade de pessoas envolvidas. • O que foi feito até a chegada do serviço. Figura 15 – Perguntas feitas na solicitação do atendimento Fonte: Elaborada pelo autor (2022). É necessário que, nos locais de acidentes, exista um cuidado dos profissionais e pessoas com possíveis doenças transmissíveis. São as mais graves: • Hepatite B. • Hepatite C. • AIDS. Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré-Hospitalar 36 Para que os profissionais no local possuam um cuidado e atenção para evitar entrar em contato com essas doenças transmissíveis, é necessária a utilização de alguns materiais de proteção: • Uso de luva e máscara (EPI). • Limpar a área. • Dispensar material utilizado. • Manter áreas corporais limpas. • Chamar médico especializado, se for o caso. EXPLICANDO MELHOR: Conforme o Ministério da Saúde: O equipamento de proteção individual (EPI) deve ser usado quando se prevê uma exposição a material biológico e a produtos químicos tóxicos. Tem por objetivo a proteção do funcionário, podendo também ser utilizado na proteção do paciente ou de materiais que se esteja manipulando e se deseje garantir a não contaminação. A adequação do EPI está diretamente vinculada a atividade desenvolvida. São indicados nas áreas clínicas e de apoio diagnóstico. Deve-se almejar a proteção total quando se identifica um risco aumentado de exposição. Os EPIs devem possuir registro no Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). O registro dos mesmos é emitido após testagem que assegure a efetividades desses equipamentos, sendo posteriormente emitido um certificado de aprovação (CA) dos mesmos. (BRASIL, 2010, online). Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré-Hospitalar 37 Figura 16 – Profissionais Fonte: Freepik Os acidentes acontecem, na maioria das vezes, de forma imprevisível e contingente, nem todos os casos é possível ter a acompanhamento e assistência do médico e do enfermeiro no momento do atendimento inicial ao paciente. Então, observar a relevância de ter presente profissionais com conhecimento aprofundado e experiência, seja na empresa ou no corpo social, para a contribuição de primeiros socorros, com origem por acidente ou de forma súbita pode colaborar no atendimento. As instituições incorporadas no corpo social possuem suas finalidades e precisam se desenvolver com facilidade para conseguirem ter um conveniente sistema de contribuição de primeiros socorros cooperando com a situação, como também com serviços semelhantes ou de aprimoramento, por exemplo: hospitais e ambulatórios de urgência, tanto para solução de suas emergências como ajuda no treinamento de seus profissionais socorristas. Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré-Hospitalar 38 A decisão das escolhas dos indivíduos, treinados para se tornarem profissionais socorristas, deve ser tratada com bastante cautela, pois as atividades desempenhadas são de extrema importância e complexidade. As instituições que apresentam no corpo clínico enfermeiros e médicos que trabalham em grande parte do tempo, possuem relevância, assim como as atribuições do profissional socorrista que não diminui, devido a importância desse profissional ao assegurar o suporte básico de vida numa situação de alta gravidade. Mesmo nas circunstâncias mais descomplicadas, é este profissional encarregado pela prevenção da habilidade e redução do prejuízo em um paciente que sofreu o acidente. O engajamento dos profissionais é extremamente importante na formação da equipe de socorristas. Uma equipe de profissionais socorristas deve ser composta por pessoas com desenvoltura e maior agilidade para a execução dessas atividades, é prioridade desenvolver seus trabalhos em ambientes de risco, como técnicos de segurança do trabalho, seguranças, guardas, bombeiros ou outras áreas já citadas. Figura 17 – Profissionais de socorro Fonte: Freepik Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré-Hospitalar 39 Há profissionais específicos formadores de profissionais de serviços de socorros. Na equipe de socorristas que realizam atendimento médico, esse profissional da área de saúde tem obrigação de estar muito bem treinado, mas sem esquecer profissionais que executam seus serviços no “primeiro atendimento”, por exemplo: bombeiros, segurança, Defesa Civil, Polícia Militar e outros atuantes no controle do local, a dimensão do acidente e da área que deve ser isolada. Em conformidade com a estruturação da equipe, formação e equipamentos, existe a possibilidade de não ter médico no local do acidente, entretanto, é necessário que ele se faça presente na retaguarda, orientando os procedimentos até o momento da chegada das vítimas. Figura 18 – Profissionais em unidade Fonte: Freepik Ainda que os postos sejam diferentes, nenhum deles é melhor, todos possuem sua importância e contribuição para os serviços de atendimento às necessidades de primeiros socorros. Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré-Hospitalar 40 RESUMINDO: E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido que os profissionais socorristas desenvolvem um papel muito importante. Muitas vezes, é necessário existir um auxílio na hora do atendimento, por isso, há os serviços especializados em atendimento de primeiros socorros, geralmente, atuam de maneira bem eficaz e ajudam no atendimento, que já foi dado início pelosocorrista no local do acidente. O SAMU, Polícia Militar, Polícia Rodoviária Federal, Corpo de Bombeiro e Defesa Civil são exemplos de serviços especializados que possuem suas funções, mas todas com o mesmo objetivo de garantir a qualidade e o bom estado clínico da vítima. É bom relembrar da importância da formação desses profissionais, a qual deve ser recheada de conhecimento, para que assim, possa assegurar a qualidade e a confiança da vítima na hora da execução de sua função. Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré-Hospitalar 41 Atendimento Pré - Hospitalar a Doenças do Trabalho OBJETIVO: Ao término deste capítulo, você será capaz de compreender como funciona o atendimento pré-hospitalar a doenças. Isso será fundamental para o exercício de sua profissão. As pessoas que tentaram compreender como ocorre o atendimento pré-hospitalar e sua aplicação sem a devida instrução tiveram problemas ao exercer suas funções. E então? Motivado para desenvolver essa competência? Vamos lá. Avante!. Atendimento Pré - Hospitalar em Ambiente de Trabalho Primeiramente, compreenderemos o que é atendimento pré- hospitalar (APH). O Atendimento Pré-Hospitalar diz respeito ao atendimento efetuado no ambiente externo ao ambiente hospitalar, de maneira geral, em casos de extrema urgência. Se porventura o quadro clínico do paciente for grave, o atendimento pode ser o aspecto diferencial entre a vida e a morte da vítima. Há uma metodologia estável de triagem e que controla onde é realizada a avaliação inicial da situação, apontando o tipo de equipe mais adequada e que será deslocada para realizar o atendimento, seja ela básica ou avançada. Existem unidades móveis que podem se deslocar até o local de socorro e prestam a assistência necessária para a vítima, a complexidade depende da triagem realizada, do material disponibilizado e da equipe disponível no momento. Para além de proporcionar uma organização e método de transporte, o Atendimento Pré-Hospitalar (APH) possibilita o primeiro contato no ambiente do problema/acidente, ainda antes da vítima ser encaminhada a um serviço médico especializado ou para alguma unidade de atendimento. Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré-Hospitalar 42 Refere-se a uma perspectiva multidisciplinar, pois compreende estímulo público do sistema por meio do SAMU (192), assim, um médico deve solicitar ambulâncias que possuam equipes básicas ou avançadas relacionadas a outros serviços e atendimentos referência, por exemplo: • Hospitais. • Bombeiros. • Defesa Civil. • Transporte aéreo. • Equipes terrestres de salvamento. Os acidentes de trabalho são caracterizados pelo desempenho do trabalho a serviço da instituição, ocasionando até lesão corporal ou irregularidade e desregulação funcional que pode chegar a causar a morte, redução, seja ela permanente ou ainda temporária, da habilidade do trabalho. Podemos considerar também como acidente de trabalho: Figura 19 – Doenças decorrentes do trabalho Fonte: Elaborada pelo autor (2022). Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré-Hospitalar 43 A doença ocupacional está relacionada ao exercício do trabalho particular a certa atividade. Por exemplo, o trabalho com manuseio de areia, sem a correta proteção e orientação, pode ocasionar o surgimento de uma doença conhecida por silicose. A essencial atividade é suficiente para comprovar e fundamentar a relação de causa e efeito existente entre o trabalho e a doença. Já a doença do trabalho é aquela obtida, ou tem surgimento, por meio de situações especiais em que o cargo é executado e como ele se conecta de maneira direta. Por exemplo, o trabalho em um ambiente com bastante barulho ou ruído e sem a proteção e a segurança necessárias e recomendadas podem ocasionar o surgimento de uma surdez. Em caso como esses, é preciso que seja comprovado a relação de causa e efeito entre o trabalho e a doença. Figura 20 – Relevância do profissional e seu atendimento Fonte: Freepik Há uma diferenciação com o objetivo de diminuir o engano, dessa forma, segue um diagrama com acidentes que não se encaixam como de trabalho: Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré-Hospitalar 44 Figura 21 – Acidentes que não se encaixam como acidentes de trabalho Fonte: Elaborada pelo autor (2022). Essas doenças citadas são adquiridas, na maior parte dos casos, ao longo da vida, e não em ambientes de trabalho. Como exemplos de doenças endêmicas, podemos citar a malária. EXPLICANDO MELHOR: Conforme explica Silva (2003, p. 44-47): Essas doenças foram e são, a malária, a febre amarela, a esquistossomose, as leishmanioses, as filarioses, a peste, a doença de Chagas, além do tracoma, da bouba, do bócio endêmico e de algumas helmintíases intestinais, principalmente a ancilostomíase. Essas doenças, predominantemente rurais, constituíram a preocupação central da saúde pública brasileira por quase um século, até que diversos fatores, notadamente a urbanização, desfizeram as razões de sua existência enquanto corpo homogêneo de preocupação. Neste artigo, procuramos analisar a evolução das políticas e estratégias de seu controle. (SILVA, 2003, p. 44-47) Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré-Hospitalar 45 Corresponde a fatos ligados aos acidentes de trabalho, de acordo com Feliciano (2013, p. 14): I - O acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja contribuído diretamente para a morte do segurado, para a redução ou perda da sua capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para sua recuperação; II - O acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em consequência de: a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de trabalho; b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada ao trabalho; c) ato de imprudência (excesso de confiança), de negligência (falta de atenção) ou de imperícia (inabilitação) de terceiro ou de companheiro de trabalho; e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos (quedas de raios) ou decorrentes de força maior (enchentes); III - A doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de sua atividade: Exemplo: A AIDS adquirida por profissional de saúde ao manipular instrumento com sangue ou outro produto derivado contaminado. IV - O acidente sofrido pelo segurado, ainda que fora do local e horário de trabalho: a) na execução de ordem ou na realização de serviço sob a autoridade da empresa; b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou proporcionar proveito; c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada por esta dentro de seus planos para melhorar capacitação da mão-de-obra, independentemente do meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do segurado; e Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré-Hospitalar 46 d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado; V - Nos períodos destinados à refeição ou ao descanso, ou por ocasião da satisfação de outras necessidades fisiológicas, no local de trabalho ou durante este, o empregado é considerado no exercício do trabalho. (FELICIANO, 2013, p. 14) Unidades de Atendimento As unidades de atendimento podem ser divididas em duas classificações: • Unidade de atendimento básico. • Unidade de atendimento avançado. A unidade de atendimento básico é a unidade a qual a equipe de profissionais deve estar capacitada e pronta para desempenhar sistemas e serviços de maior facilidade e que não sejam tão desagradáveis, por exemplo: • Imobilização. • Controle de algum ponto hemorrágico externo. • Identificar e ajudar na recuperação do quadro clínico de uma perdade consciência, por exemplo. Já nas Unidades de atendimento avançado, a equipe se assegura com a presença de um médico no local e já é adequada e compatível para a execução de procedimentos invasivos, como: • Intubação traqueal. • Uso de drogas. • Procedimentos de execução de serviços médicos exclusivos. A divisão entre as unidades de atendimento básico e as unidades de atendimento avançado acontecem, auxiliando a determinar aspectos que devem ser levados em consideração. Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré-Hospitalar 47 Figura 22 – Profissionais e a execução das suas funções Fonte: Freepik Não são todas as situações atendidas e solicitadas por uma equipe de atendimento avançada, pois toda a equipe móvel está pronta para disponibilizar um atendimento adequado e necessário, incluso nos critérios citados, muitos casos são responsáveis pelo sucesso e bom quadro clínico no final do caso. Essa função precisa que sejam disponibilizados um bom tempo de treinamento técnico, situações simuladoras, atualização sempre em dia e preservação do emocional para conseguir atravessar as situações de acidentes e intercorrências clínicas de maior complexidade. A eficácia da equipe de profissionais deve ser assegurada por treinamento e certificados de boa qualidade oferecidos pelos programas reconhecidos como padrão ouro no atendimento pré-hospitalar (APH). A assistência da área de saúde é apresentada pela equipe de enfermeiros, nos casos ocorridos, no momento do atendimento, deve haver um médico, estabelecido pela regulação, isso é um aspecto importante dos cuidados pré-hospitalares. Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré-Hospitalar 48 Figura 23 – Consulta médica Fonte: Freepik Independentemente da situação ou quadro clínico da vítima, é preciso que os primeiros profissionais no local repassem todas as informações a respeito da situação do paciente para o serviço especializado. Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré-Hospitalar 49 RESUMINDO: E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido que o atendimento pré-hospitalar tem sua importância no desenrolar do quadro e na evolução do paciente solicitante do serviço de atendimento aos primeiros socorros. Muitos acidentes acontecem no ambiente de trabalho devido a fatores que, na maioria dos casos, não é algo esperado. Os acidentes de trabalho são caracterizados pelo desempenho do trabalho a serviço da instituição. No entanto, algumas doenças não podem ser classificadas como causadas decorrentes do trabalho, exemplo: diabetes, doenças endêmicas, miopia, reumatismo e outras. Além disso, vimos também que existem duas classificações atribuídas às Unidades de atendimento. A unidade básica de atendimento é aquela a qual a equipe de profissionais deve estar capacitada e pronta para desempenhar atividades e serviços de maior facilidade, já a unidade de atendimento avançado consegue admitir e auxiliar necessidades que vão além do básico. Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré-Hospitalar 50 REFERÊNCIAS BRASIL. Portaria nº 10, de 3 de janeiro de 2017. Redefine as diretrizes de modelo assistencial e financiamento de UPA 24h de Pronto Atendimento como Componente da Rede de Atenção às Urgências, no âmbito do Sistema Único de Saúde. Disponível em: http://bvsms.saude. gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prt0010_03_01_2017.html. Acesso em: 25 jun. 2020. CÂMARA DOS DEPUTADOS. Substâncias psicotrópicas podem ser divididas em três grupos. Agência Câmara de Notícias, 2010. Disponível em: https://www.camara.leg.br/noticias/139997-substancias- psicotropicas-podem-ser-divididas-em-tres-grupos. Acesso em: 11 jun. 2022. FELICIANO, F. Suporte emergencial à vida, 2013. Disponível em: http://www.ifcursos.com.br/sistema/admin/arquivos/18-24-38- sup0rteemergencialavida.docx.pdf. Acesso em: 10 jun. 2022. SILVA, L. O controle das endemias no Brasil e sua história. Ciência & Cultura, São Paulo, v. 55, n. 1, p. 44-7, jan./fev. 2003. Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré-Hospitalar http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prt0010_03_01_2017.html http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prt0010_03_01_2017.html https://www.camara.leg.br/noticias/139997-substancias-psicotropicas-podem-ser-divididas-em-tres-grupos https://www.camara.leg.br/noticias/139997-substancias-psicotropicas-podem-ser-divididas-em-tres-grupos Diretrizes do Cuidado de Emergência O Papel da Área de Compras nas Empresas Diretrizes As Fases do Processo de Socorro As Fases Serviços Especializados em Primeiros Socorros Os Serviços Atendimento Pré - Hospitalar a Doenças do Trabalho Atendimento Pré - Hospitalar em Ambiente de Trabalho Unidades de Atendimento
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