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CONTRATO DE ESTIPULAÇÃO EM FAVOR DE TERCEIRO: · Quando a gente coloca o terceiro para ser o nosso beneficiário dizemos que estamos diante de um contrato de estipulação em favor de terceiro; · Maria Helena Diniz diz que “ocorre quando se estabelece em um contrato que o benefício decorrente deste se reverta em todo ou em parte para alguém estranho ao contrato”. 1- Ex.: seguro de vida – qualquer pessoa pode ser beneficiária do seguro de vida, independentemente dos laços sanguíneos. Só tem efeito se eu, enquanto contratante, pagar periodicamente. 2- O terceiro não só vem como beneficiário, mas como alguém que pode reivindicar a obrigação (apólice). 3- Se a pessoa não souber que o seguro de vida está em seu nome? Como faço? · O responsável por cumprir essa obrigação é a seguradora. · Nos contratos como um todo colocamos que nós seremos o beneficiário, e é por isso que esse é um exemplo de um contrato atípico. CONTRATO DA PROMESSA DE FATO DE TERCEIRO: · Maria Helena Diniz diz que “é um contrato que é estipulado que um terceiro irá realizar a prestação”. · “Não se confunde com representação, já que aquele que promete que terceiro irá cumprir a prestação é responsável pelo não cumprimento, caso o terceiro não a aceite”. 1- Ex.: não há documento algum falando que a pessoa me substituirá enquanto professor. Simplesmente prometo que a pessoa virá (mas dependo do aceite desse terceiro). · Art. 439, Art. 440: 1- Ela não precisa de contrato pois já há uma vinculação com a pessoa (seja de caráter afetivo ou profissional); 2- Se a pessoa não aceitar, eu serei o promitente (o que promete), portanto, eu que me responsabilizarei; · Isso enseja perdas e danos. · As perdas e danos são para quem eu prometi e para quem foi prometido, digamos assim. 3- Agora, se a pessoa “prometida” se comprometeu e não foi, quem arcará com as perdas e danos sozinho será a pessoa que se comprometeu por outrem. · Ex.: Se Josanne falar que Manoel dará aula de monitoria e Manoel confirmar e não for, quem arca com as consequências é Manoel. Agora. 4- Quando for o cônjuge, dependendo do regime de casamento, não ensejará indenização exatamente pelo regime de partilha de bens. · Regimes de casamento (civil ou religioso com efeito civil): · Comunhão universal/total; · Tanto o que adquiriu antes e depois. · Comunhão parcial/regime legal; · No silêncio das partes, o regime é de comunhão parcial (só partilha o que adquiriu pós-casamento); · Separação total (separação obrigatória); · Não compartilha nem o que adquiriu antes e nem depois; · Separação obrigatória: adota para maiores de 60 anos e alguém com que tenha alguma necessidade especial. · Participação final dos aquestos; · Só se divide o lucro no casamento. · O regime do casamento do § único do Art. 439, CC, portanto, dizem respeito tão somente ao regime de comunhão universal ou parcial. · Existe a possibilidade de um contrato anormal/atípico, e há elementos que podem vir a estar presentes nos contratos, inclusive estes; · Os contratos, para além de uma perda e deterioração (vício aparente), pode possuir vícios redibitórios, que se relacionam a algo oculto, que pode tanto depreciar (diminuir o preço) ou inutilizar a coisa; · Ex.: a tela trincada de um celular é um vício aparente (deterioração – podendo ser restituído ou pedir o abatimento); · Ex.: o uso da coisa faz com que descubramos o vício redibitório, como um display de celular com problema. VÍCIOS REDIBITÓRIOS: · São defeitos ocultos da coisa, que a tornam imprópria ao fim a que se destina, ou lhe diminuam o valor, de forma tal que o contrato não teria se realizado se esses defeitos fossem conhecidos. · Requisitos: · Contrato comutativo, vício que torne a coisa imprópria ao uso ou lhe diminua o valor, vícios ocultos e desconhecidos, já existam no momento de celebração do contrato. · Não tem nada a ver com mal-uso da coisa ou por uso decorrente do tempo. · Ele já está desde o momento da celebração do contrato e se estende tanto a coisas móveis, como imóveis. · Ex.: um apartamento com instalação elétrica com problema após 2 semanas de uso. O apartamento já estava com problema, só fez se agravar. Pode pedir o ressarcimento. · Ex.: um carro novo que nunca passou por um período de chuva e, quando chove, inunda. O tribunal decidiu que, mesmo após o prazo decadencial (30 dias bem imóveis), aquilo ainda era vício redibitório cabível de ação (redibitória; estimatória/quanti minoris), pois ele tornou o prazo flexível para começar a contar do dia em que a pessoa descobriu (a pessoa poderia pegar outro carro ou o próprio dinheiro). · Obs.: o prazo decadencial para bens imóveis, contado da entrega do bem, é de 1 ano, não de 30 dias, como os bens móveis. Se já estava na posse, os prazos são reduzidos pela metade (mesma coisa aos móveis, quando diz respeito a um carro usado, por exemplo). · Obs.: as perdas e danos só são cabíveis se houve culpa, por exemplo, na venda do objeto (o proprietário sabia do vício). · Obs.: os prazos não correm durante o prazo de garantia, mas o adquirente deve denunciá-los nos 30 dias seguintes a descoberta do defeito. · A garantia estendida é diferente das demais, pois essa só vai se aplicar se na descrição dela disser que ela cobrirá todo e qualquer vício. · A garantia legal é de 3 meses e a contratual é de 1 ano (3 meses legais + 9 meses contratuais). · A natureza contratual cobre todo tipo de vício (de certo modo, pois, em exemplos, como carros, nem os vidros e faróis ela cobre), mas a estendida geralmente não. · Obs.: se a pessoa descobriu o vício, levou para o conserto duas vezes e não deu jeito, a ação estimatória já é cabível. EVICÇÃO: · Todo contrato que celebramos, principalmente os solenes, temos que tomar cuidado com a evicção; · A boa-fé se traduz pelo dever de honestidade, não podendo agir de modo a gerar, também, uma evicção; · É pré-requisito, em alguns contratos, ainda, levar o contrato à registro, não só para a garantia da segurança jurídica, mas principalmente para dar publicidade àquele contrato que celebramos; · A evicção é um defeito tamanho que gera a própria perda da coisa; · É a perda da coisa, por força de uma sentença judicial, que a atribui a outrem por causa jurídica preexistente ao contrato. · Ex.: alguém compra uma casa na mão de um proprietário de um lote com mais de um proprietário, e após a pessoa que comprou resolver vender, o proprietário original descobre, reivindica e aquele que pagou, perde não só o valor pago como a própria casa. · É nesta medida que surgiu o princípio da antiguidade do registro, ou seja, o registro mais antigo determina o dono, exatamente para garantir a segurança jurídica e a publicidade dos registros. · A evicção é uma perda de um direito para o dono ou para alguém na mesma situação que a nossa. Só que, óbvio, as consequências da mesma são bem mais sérias, por essa é uma perda de um direito por sentença judicial. · Parte envolvidas: · Evicto (adquirente); · Alienante (responde pelos riscos da evicção); · Evictor (terceiro que reivindica a coisa como de sua propriedade em direito anterior ao do adquirente); · Geralmente aparece nos contratos de compra e venda de imóveis ou contratos de locação (a pessoa aluga algo que não é dono); · Requisitos: · Perda total ou parcial da propriedade, posse da coisa, objeto do contrato, em virtude de sentença judicial; contrato oneroso; direito do evictor anterior ao contrato realizado entre evicto e alienante; não conhecimento pelo adquirente – evicto – que a coisa era alheia ou litigiosa; notificação do alienante a respeito do litígio, pela denunciação da lide; · A evicção pode ser diminuída ou excluída por cláusula contratual. Mas subsistirá se o evicto não soube do risco da evicção, ou, dele informado, não o assumiu. · Quando há o desconhecimento ou não se assume o risco, se configura a indenização (perdas e danos) do evicto para com o alienante (as perdas e danos inclui os lucros cessantes). O bem nós necessariamente já perdemos; · Quando falamos em evicção, falamos de uma perda de o direito de propriedade para o verdadeirodono; · Mesmo que a evicção seja uma trama do evictor com o alienante, ainda assim o evicto perderá o bem e caberá, nesse caso, a indenização do alienante e do evictor. · Direito do evicto: · Restituição da quantia paga; · Indenização dos frutos que tiver sido obrigado a restituir; · Indenização pelas despesas dos contratos e pelos prejuízos que diretamente resultarem da evicção; · Custas judiciais e aos honorários do advogado por ele constituído. · O preço é o da época em que a coisa evenceu (ou seja, é com o valor monetário, de certa forma, atualizada); · Quem pagará é o alienante; · A obrigação do alienante subsiste mesmo que a coisa se deteriore, exceto quando houver dolo do evicto; · Obs.: evicção parcial – duas possibilidades: · Perda considerável (resolver o contrato ou abatimento no preço); · Perda não considerável (só abatimento no preço).
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